Governo Do Estado Do Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente E Sustentabilidade
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CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo administrativo ambiental para apuração das condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dispõe sobre as sanções cabíveis, no âmbito da Administração
Pública do Estado do Pará, e altera as Leis Estaduais n° 5.752, de 26 de julho de 1993, e 5.887, de 9 de
maio de 1995.
Parágrafo único. O processo administrativo ambiental, de que trata esta Lei, fica denominado processo
administrativo infracional.
Art. 2º A conciliação deve ser estimulada pela Administração Pública estadual ambiental, de acordo com
o rito estabelecido em decreto, com vistas a aplicar, de forma consensual, uma solução legal que vise
encerrar o processo administrativo infracional e garantir a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente.
Art. 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, às sanções penais, civis e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
Art. 4º O processo de que trata esta Lei é orientado pelos princípios que regem a Administração Pública,
pelas normas federais e estaduais que regulam o processo administrativo, bem como preza pela
qualidade técnica da instrução processual e pelo respeito aos direitos dos administrados.
Art. 5º Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
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CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA
Art. 6º Compete ao órgão ambiental estadual, coordenador seccional do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA) e órgão central do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SISEMA):
VII - converter multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
ambiente.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual poderá celebrar convênios com outros órgãos e entidades,
integrantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA), para o exercício das
atribuições previstas neste artigo.
Art. 7º O poder de polícia administrativa ambiental será exercido por servidor público estadual efetivo,
aprovado para cargo técnico de nível superior, designado por ato do titular do órgão competente
integrante do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA).
Parágrafo único. O exercício do poder de polícia administrativa ambiental poderá ser realizado por
servidor público estadual não efetivo, quando constatada a iminência ou ocorrência de degradação da
qualidade ambiental, que necessite intervenção urgente e ostensiva para fazer cessá-la ou mitigá-la, e
nas hipóteses excepcionais previstas na Lei Complementar Estadual n° 07, de 25 de setembro de 1991.
Art. 8º O servidor público estadual que verificar a ocorrência de infração administrativa ambiental e não
for competente para formalizar o ato, comunicará o fato, em representação circunstanciada, à chefia
imediata, que adotará as providências cabíveis.
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Parágrafo único. É assegurado a qualquer pessoa, constatando infração ambiental, o direito de dirigir
representação, mediante comunicação do ato ou fato delituoso, ao órgão ambiental estadual e demais
entidades integrantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) ou à
autoridade policial, que adotarão as providências, sob pena de responsabilidade.
CAPÍTULO III
DAS SANÇÕES
Seção I
Da Aplicação das Sanções
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública
e para o meio ambiente;
Art. 10º Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações ambientais serão
punidas isolada, alternativa ou cumulativamente, com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
V - interdição parcial ou total de estabelecimento, atividade, obras ou construções feitas sem licença
ambiental ou com ela em desacordo;
XII - embargo de obras, construções e respectivas áreas feitas sem licença ambiental ou com ela em
desacordo; e
§1º As sanções impostas pela autoridade competente deverão atender o caráter pedagógico como
forma de conscientização do infrator.
§2º As sanções previstas nos incisos IV a XII podem ser aplicadas cautelarmente pelo agente de
fiscalização, assim como a guarda ou depósito de produtos, subprodutos e equipamentos, objetos da
apreensão.
§3º Caso o infrator cometa, simultaneamente, duas ou mais infrações, serão aplicadas, individualizada e
cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§4º Quando uma única infração puder ser enquadrada em mais de um dispositivo, prevalecerá o
enquadramento no item mais específico em relação ao mais genérico.
Art. 11º A multa simples poderá ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente, excetua das as multas decorrentes de infrações ambientais que tenham
provocado mortes humanas.
§1º O valor dos custos dos serviços de preservação, conservação, melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente será igual ou superior ao valor da multa convertida.
§3º Não caberá conversão de multa para reparação de danos decorrentes das próprias infrações.
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Art. 12º A multa diária será aplicada quando o cometimento da infração se prolongar no tempo, a partir
da lavratura do auto de infração ou do término do prazo determinado para regularização previsto em leis
e regulamentos.
Parágrafo único. O valor da multa diária não pode ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais) nem superior
a 10% (dez por cento) do valor da multa simples máxima cominada para a infração.
§1º Durante o prazo para a regularização, a multa diária ficará suspensa, assim como o prazo
prescricional previsto no § 2° do art. 29 desta Lei.
§2º Caso o autuado não comprove sua regularização no prazo estabelecido pelo órgão ambiental, a
multa diária será cobrada desde a lavratura do auto de infração.
Art. 14º As sanções restritivas de direitos aplicáveis às pessoas físicas ou jurídicas são:
§1º A autoridade competente fixará o período de vigência das sanções previstas neste artigo,
observando os seguintes prazos:
I - até 3 (três) anos para a sanção prevista no inciso V do caput deste artigo; e
§2º A extinção da sanção fica condicionada à regularização da conduta que deu origem ao auto de
infração, exceto quando se tratar da restrição prevista no inciso V do caput deste artigo.
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Seção II
Das Circunstâncias Agravantes e Atenuantes
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, considera-se como
colaboração:
III - a disponibilidade de recursos, não pecuniários, para a adoção de medidas administrativas que visem
à mitigação ou cessação do dano ambiental no momento da fiscalização ambiental.
Art. 17º Indicada a existência de circunstâncias atenuantes, o valor da multa deverá ser justificadamente
reduzido, segundo os seguintes critérios:
I - até 10% (dez por cento), nas hipóteses dos incisos III e IV do caput do art. 16;
II - até 25% (vinte e cinco por cento), na hipótese do inciso I do caput do art. 16; e
III - até 35% (trinta e cinco por cento), na hipótese do inciso II do caput do art. 16.
§1º Indicada a existência de mais de uma circunstância atenuante, será aplicada aquela de maior
percentual de redução.
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§2º A redução decorrente da verificação da existência de circunstâncias atenuantes não poderá ser
inferior:
II - ao valor mínimo unitário cominado para a infração, quando a multa for determinada com base em
unidade de medida.
I - reincidência;
II - ausência de comunicação após o acidente, em até 48h (quarenta e oito horas), ao órgão ambiental e,
quando couber, à defesa civil;
III - o ato infracional afetar ou expor a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
a) áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de
uso;
e) propriedade alheia;
c) à noite;
f) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
incentivos fiscais;
Art. 19º Indicada a existência de circunstâncias agravantes, o valor da multa deverá ser aumentado,
justificadamente, segundo os seguintes critérios:
I - até 10% (dez por cento), nas hipóteses da alínea “e” do inciso IV e alíneas “b” e “c” do inciso V do
caput do art. 18 desta Lei;
II - até 20% (vinte por cento), na hipótese das alíneas “a”, “f”, “g” e “h” do inciso V do caput do art. 18
desta Lei;
III - até 35% (trinta e cinco por cento), nas hipóteses dos incisos I, II, III e das alíneas “d” e “i” do inciso V
do caput do art. 18 desta Lei;
IV - até 50% (cinquenta por cento), nas hipóteses das alíneas “a”, “b”, “c” e “d” do inciso IV e das alíneas
“e” e “j” a “m” do inciso V do caput do art. 18 desta Lei.
Parágrafo único. Indicada a existência de mais de uma circunstância agravante, será aplicada aquela de
maior percentual de aumento.
Art. 20º Indicada a existência de circunstâncias atenuantes e agravantes que ensejem na redução e
aumento de percentual se:
Seção III
Da Advertência
Art. 21º A sanção de advertência poderá ser aplicada mediante a lavratura de auto de infração, para as
infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente.
§1º Consideram-se infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente aquelas em que a
multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de cálculo de
multa por unidade de medida, a multa aplicável não exceda o valor referido.
§2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, caso o agente de fiscalização ambiental constate a
existência de irregularidades a serem sanadas, lavrará o auto de infração com a indicação da respectiva
sanção de advertência, ocasião em que estabelecerá prazo para que o infrator sane tais irregularidades.
Art. 22º Fica vedada a aplicação de nova sanção de advertência no período de 3 (três) anos contados do
julgamento da defesa da última advertência ou de outra penalidade aplicada.
Art. 23º Constitui reincidência a prática de nova infração ambiental cometida pelo mesmo agente no
período de 5 (cinco) anos, contados a partir do trânsito em julgado administrativo, circunstância essa
que leva ao agravamento da nova penalidade, sendo classificada como:
Parágrafo único. No caso de reincidência específica ou genérica, a multa a ser imposta pela prática da
nova infração terá seu valor aumentado ao triplo e ao dobro, respectivamente.
Seção IV
Da Multa
Art. 24º As multas estarão sujeitas à atualização monetária desde a lavratura do auto de infração até o
seu efetivo pagamento, sem prejuízo da aplicação de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês,
calculado, cumulativamente, sobre o valor do débito, devendo o órgão fazendário estadual ser
comunicado para fins de inscrição de dívida ativa.
Art. 25º O valor da multa será fixado respeitados os limites mínimo e máximo do tipo administrativo
violado e será corrigido, periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente,
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Art. 26º O pagamento da multa no prazo previsto para defesa poderá ensejar desconto de 50%
(cinquenta por cento) em seu valor.
Parágrafo único. O interessado poderá optar, ao invés do desconto, pelo parcelamento do valor da
multa, conforme definido em decreto, implicando, em ambos os casos, na desistência de defesa ou
recurso.
Art. 27º A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc,
estéreo, metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiro ou outra medida pertinente, de acordo com o
objeto jurídico lesado.
Parágrafo único. O órgão ambiental poderá especificar a unidade de medida aplicável para cada espécie
de recurso ambiental objeto da infração.
Art. 28º Os valores das multas serão convertidos em Unidade Padrão Fiscal (UPF-PA) para fins de
arrecadação pelo órgão competente, observando o disposto no art. 24 desta Lei.
Parágrafo único. Ocorrendo a extinção da Unidade Padrão Fiscal (UPF-PA), será adotada, para efeitos
deste artigo, a unidade ou índice que a substituir.
CAPÍTULO IV
DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS
Art. 29º Prescreve em 5 (cinco) anos a ação da administração objetivando apurar a prática de infrações
contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que esta tiver cessado.
§1º Considera-se iniciada a ação de apuração de infração ambiental pela administração com a lavratura
do auto de infração.
§2º Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de 3
(três) anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente
da paralisação.
§3º Quando o fato objeto de infração também constituir crime, a prescrição de que trata o caput deste
artigo será regida pelo prazo previsto na lei penal.
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§4º A prescrição da pretensão punitiva da administração não elide a obrigação de reparar o dano
ambiental.
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro meio,
inclusive por edital;
Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da administração, para o efeito do que dispõe o inciso II do
caput deste artigo, aqueles que impliquem em atividade de instrução do processo.
Art. 31º Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão da Administração Pública de promover a execução da
multa por infração ambiental, cuja contagem do prazo prescricional inicia-se:
I - no dia seguinte ao descumprimento dos prazos fixados para pagamento na conciliação ambiental;
II - no dia seguinte ao do decurso dos prazos previstos no art. 34 desta Lei, quando não houver
oferecimento de defesa ou interposição de recurso;
CAPÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE INFRAÇÕES AMBIENTAIS
Art. 32º Os processos serão instruídos e julgados em observância à ordem de distribuição para
julgamento, admitida a prioridade nas hipóteses previstas em lei, além das seguintes:
III - interesse na propositura de ação civil pública de recuperação do dano ambiental, indicado pela
Procuradoria-Geral do Estado ou Consultoria Jurídica do órgão ambiental estadual autuante;
Parágrafo único. Caberá ao autuado solicitar a prioridade processual prevista em lei, mediante petição
instruída com os documentos que comprovem a condição, que deverá ser registrada no processo para
fins de efeitos jurídicos.
Seção I
Dos Prazos Processuais
Art. 33º Os prazos processuais contam-se em dias úteis e começam a correr a partir da data da
notificação, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Art. 34º Aplica-se ao processo administrativo para apuração de infração ambiental os seguintes prazos
máximos:
I - 20 (vinte) dias para o infrator oferecer defesa contra o auto de infração, manifestar interesse de
conciliar ou efetuar o pagamento imediato, contados do recebimento da notificação de autuação;
III - 10 (dez) dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação da
decisão administrativa transitada em julgado; e
IV - 5 (cinco) dias para a autoridade julgadora de primeira instância reconsiderar a decisão proferida.
Art. 35º No prazo de defesa, o autuado poderá produzir as provas que julgar necessárias e, no prazo de
recurso, poderá juntar documentos que julgar convenientes.
Seção II
Da Autuação
Art. 36º Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, será lavrado o auto de infração e
notificado o autuado para ciência da autuação e dos prazos para defesa e conciliação.
§1º A notificação deverá dar ciência ao autuado para, querendo, comparecer ao órgão ambiental em
data e horário agendados, a fim de participar de audiência de conciliação ambiental.
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§2º A fluência do prazo para defesa fica sobrestada pelo agendamento da audiência de conciliação
ambiental e o seu curso se iniciará a contar da data de sua realização.
§3º O sobrestamento de que trata o § 2° deste artigo não prejudica a eficácia das medidas
administrativas eventualmente aplicadas.
§4º Se o autuado não comparecer à audiência de conciliação designada, o prazo para a defesa começará
a correr no dia útil seguinte.
Art. 37º O auto de infração será lavrado, preferencialmente, por meio eletrônico, com a identificação do
autuado, a descrição clara e objetiva da infração administrativa constatada, a indicação dos respectivos
dispositivos legais e regulamentares infringidos e as sanções e medidas aplicadas.
Parágrafo único. As sanções aplicadas pelo agente autuante estarão sujeitas à confirmação pela
autoridade julgadora.
Art. 38º O autuado será notificado da lavratura do auto de infração e dos demais atos do processo por
uma das seguintes formas:
I - pessoalmente;
V - por edital.
§1º As formas de notificação de que trata este artigo podem ser substituídas por qualquer outro meio
disponível que assegure a certeza da ciência do autuado.
§2º A notificação por via postal com aviso de recebimento deverá ser substituída por notificação
eletrônica quando houver concordância expressa do autuado e tecnologia disponível que confirme o seu
recebimento.
§3º Eventuais tentativas de notificação infrutíferas devem ser registradas e fundamentadas no processo.
Art. 39º Considera-se notificado o autuado, além do disposto no art. 38 desta Lei, quando do seu
comparecimento espontâneo ao órgão ambiental ou do seu acesso, por meio eletrônico, ao processo
administrativo estadual ambiental.
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§1º O comparecimento ou o acesso do autuado deverão ser certificados nos autos do respectivo
processo.
§2º As notificações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento ou o acesso do autuado de que trata o caput deste artigo supre sua falta ou
irregularidade.
Art. 40º A notificação por via postal, com aviso de recebimento, é considerada válida quando:
III - recebida por funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência nos
condomínios, edifícios ou loteamentos com controle de acesso; ou
Art. 41º Na hipótese de devolução de notificação por via postal, com aviso de recebimento, o órgão
ambiental autuante realizará:
I - notificação por via postal, com aviso de recebimento, em novo endereço obtido, se constatado que o
autuado se mudou ou é desconhecido no endereço; ou
II - notificação pessoal, se constatado que o autuado reside em endereço com restrição de entrega
postal, desde que não comprometa as atividades da equipe de fiscalização.
II - do advogado, desde que conste nos autos procuração com outorga de poderes específicos para
recebimento de notificações.
III - na hipótese de autuado estrangeiro não residente e sem representante constituído no país.
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I - endereço eletrônico para receber notificações, desde que haja concordância expressa e tecnologia
disponível que confirme o seu recebimento;
III - endereço do seu procurador, desde que conste dos autos procuração com outorga de poderes
específicos para recebimento de notificações.
Seção III
Da Conciliação Ambiental
Art. 44º A conciliação ambiental poderá encerrar o processo de apuração de infrações ambientais,
mediante a adoção das seguintes soluções legais:
III - pagamento de multa, passado o prazo para quitação com desconto em percentual a ser definido por
decreto;
Art. 45º Compete ao Núcleo de Conciliação Ambiental realizar a audiência de conciliação ambiental
para:
I - explanar ao autuado as razões de fato e de direito que ensejaram a lavratura do auto de infração;
III - homologar a opção do autuado por uma das soluções de que trata o art. 44 desta Lei.
Art. 46º Não havendo encerramento do processo na forma prevista no art.44 desta Lei, o auto de
infração será julgado pela autoridade de primeira instância.
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Seção IV
Do Julgamento
§1º A interposição de defesa ou de recurso não terá efeito suspensivo, salvo quanto à penalidade de
multa.
§2º Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do recorrente, conceder efeito suspensivo ao
recurso.
§3º O efeito suspensivo não atinge as obrigações cíveis decorrentes da infração ambiental.
Art. 48º São órgãos para julgamento dos processos administrativos infracionais, que compõem a
estrutura do órgão ambiental:
Art. 49º A análise e julgamento dos processos administrativos infracionais deverão observar a ordem
cronológica de conclusão, observadas as hipóteses de prioridade de que trata esta Lei.
Art. 50º É vedada, na fase recursal, a majoração da sanção decorrente de circunstância que não tenha
sido apreciada quando do julgamento do auto de infração.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 51º Para os efeitos desta Lei, entende-se por trânsito em julgado administrativo o momento
processual em que proferido o julgamento pela autoridade julgadora de primeira instância e escoado o
prazo legal sem interposição de recurso, quando efetuado o pagamento do débito, ou, quando proferido
o julgamento pela autoridade julgadora de segunda instância e transcorrido o prazo para pagamento do
débito.
Parágrafo único. Com o trânsito em julgado administrativo opera-se a preclusão para a reforma do
julgado administrativo.
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Art. 52º Os recursos administrativos em trâmite no Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA)
serão encaminhados ao Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) em até 90 (noventa) dias,
a contar da vigência desta Lei.
Art. 53º Os valores arrecadados com o pagamento de multas constituirão recursos do Fundo Estadual do
Meio Ambiente (FEMA) e deverão ser executados, preferencialmente, para fins de estruturação e apoio
às operações fiscalizatórias.
Art. 54º Durante a ausência de regulamentação estadual específica, serão aplicadas as legislações
federais que tratam sobre conciliação ambiental e conversão de multa.
Art. 55º A Lei Estadual n° 5.752, de 26 de julho de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3° .........................................…..........................................................
..........................................................….............................................................
Art. 5º-Z São órgãos para julgamento dos processos administrativos ambientais instaurados para
apuração das condutas e atividades lesivas ao meio ambiente:
Parágrafo único. O regimento interno dos órgãos de julgamento será regulamentado por meio de
Decreto.
Art. 5º-AA Compete à Julgadoria de Primeira Instância analisar e julgar os processos administrativos
para apuração de infrações ambientais, e quando necessário, os pedidos de conversão de multa e de
conciliação ambiental.
§1º O julgamento em primeira instância compete aos servidores que atendam aos requisitos previstos
no art. 5°-AB desta Lei.
Art. 5º-AB A Julgadoria de Primeira Instância será integrada por servidores públicos estaduais,
graduados em curso de nível superior, preferencialmente em Ciências Sociais Aplicadas, e designados
pelo titular do órgão ambiental estadual.
Art. 5º-AC Deverá julgar-se suspeita a autoridade julgadora que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com o autuado, ou com pessoa diretamente interessada no resultado do processo, ou com seus
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até terceiro grau.
Art. 5º-AD Compete ao Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) analisar e julgar os
recursos interpostos contra decisão de primeira instância e, quando necessário, os pedidos de conversão
de multa e de conciliação ambiental.
Art. 5º-AE O Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) compõe-se de 3 (três) Conselheiros
Titulares, incluindo-se o Presidente, e 3 (três) Conselheiros Substitutos, todos nomeados por ato do
Chefe do Poder Executivo Estadual.
§3º Os membros do Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) são impedidos de discutir e
votar nos expedientes:
administradores, sócios, acionistas, membros do Conselho Fiscal, assessores ou a quem estejam ligados
por vínculo profissional;
§4º O membro que se declarar suspeito não terá direito a voz e voto.
Art. 5º-AF O Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) tem a seguinte estrutura:
I - Presidência;
II - Pleno;
IV - Secretaria-Geral.
Parágrafo único. É obrigatória a presença de ao menos 1 (um) Conselheiro Titular na Sessão do Pleno do
Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA).
Art. 5º-AG Caberá à Câmara Técnica emitir parecer circunstanciado para subsidiar as decisões do
Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA), além de outras atribuições definidas em
regimento interno.
Art. 5º-AH À Secretaria-Geral do Tribunal Administrativo de Recursos Ambientais (TRA) cabe secretariar
todas as atividades do Pleno e da Câmara Técnica, além de outras atribuições definidas em regimento
interno.
Art. 6º Os órgãos colegiados de que tratam os arts. 2°-C e 2°-E serão regulamentados por meio de ato
do Chefe do Poder Executivo.
...........................................................
Art. 6º-B O Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA) tem por objetivo financiar planos, programas,
projetos, pesquisas e tecnologias que visem ao uso racional e sustentado dos recursos naturais, bem
como as implementações voltadas ao controle, fiscalização, à defesa e à recuperação do meio ambiente,
observadas as diretrizes da Política Estadual de Meio Ambiente.
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Parágrafo único. O Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA) poderá financiar ações de políticas
públicas a serem implementadas ou executadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (SEMAS).
........................................................…
I - 20% (vinte por cento) para aplicação das ações de educação ambiental, no local de origem de
ocorrência da infração;
III - 50% (cinquenta por cento) à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS).”
Art. 56. Aos casos omissos, aplicam-se, subsidiariamente, a Lei Federal n° 9.605, de 12 de fevereiro de
1998, o Decreto Federal n° 6.514, de 22 de julho de 2008, a Lei Estadual n°. 5.887, de 9 de maio de 1995
e a Lei Estadual n° 8.972, de 13 de janeiro de 2020.
II - as Seções III e IV do Capítulo XIV do Título V, e seus arts. 118 a 146, da Lei Estadual n° 5.887, de 9 de
maio de 1995.
Art. 58º Esta Lei entrará em vigor após 180 (cento e oitenta) dias da data de sua publicação, exceto o §
2° do art. 11 e arts. 44, 45, 54 e 55 desta Lei, que entrarão em vigor na data de publicação com efeito ex
tunc aos processos administrativos infracionais em curso no órgão ambiental, para fins de conciliação e
conversão de multa.
HELDER BARBALHO
Governador do Estado