Revista Ciêntifica de Pesquisas Básicas e Clínicas

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ORGANIZAÇÃO

Estácio
Instituto de Educação Médica - IDOMED

PARCEIROS
Liga Acadêmica de Clínica Médica – IDOMED-CA

COMISSÃO CIENTÍFICA

Monaliza Sousa de Assis


David Theophilo Araujo
Iael Cristina da Silva Pacheco Marinheiro
Gabriela Evangelista dos Santos
Vandbergue Santos Pereira
APRESENTAÇÃO

A I Jornada Científica de Canindé (JOCEC) ocorreu entre os 26 e 27 de maio de


2023, na Faculdade Estácio de Canindé, considerado como um evento de caráter técnico-
científico destinado a acadêmicos, profissionais e curiosos na área da saúde.
Com objetivo central de difundir o conhecimento e estimular o pensamento científico,
discutiu-se temas de grandes relevâncias na área da saúde, com o intuito de atingir o maior
número de pessoas possíveis. A I JOCEC também contou com um espaço para apresentação de
trabalhos científicos e publicações de resumos nos anais do evento.

PROGRAMAÇÃO

Dia 26 de maio de 2023

• 07:45 – Credenciamento
• 08:00 - Abertura do evento
• 08:30 - Mesa Redonda: O que vem depois da formatura em medicina? - Vandbergue
Santos Pereira, Cicero Ramon Bezerra dos Santos e José Gerardo Araújo Paiva
• 10:30 - Palestra: Áreas e Perspectivas de Atuação Médica - Raquel Gondim Moreira
• 11:15- Palestra: Construindo o futuro da saúde no Brasil: o panorama da pesquisa
translacional e inovação - Antônio Diego Costa Bezerra
• 13:00 - Apresentação de Trabalhos (Modalidade Oral e Banner)

Dia 27 de maio de 2023

• 08:00 - Introdução a interpretação do eletrocardiograma - Iná dos Santos Marin,


Bianca Machado Justa, Thais Melo Souza, Valricelio Amorim De Araújo Júnior e
Cinara Nogueira Justa
• 08:00 - Doenças emergentes: aspectos clínicos e diagnóstico laboratorial - Orleancio
Gomes Ripardo de Azevedo
• 08:00 - Auriculoterapia nas disfunções emocionais - Valdemir Martins de Melo Filho

Dia 27 de maio de 2023

• 10:00 - Apresentação de Trabalhos (Modalidade Oral)


• 12:00 - Encerramento do evento e Menções honrosas
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

PANDEMIA DA SARS-COV 2 E A INFLUÊNCIA NO CRESCIMENTO DE CASOS DE


INFECÇÃO POR CANDIDA AURIS EM UTI’S

HELÁDIA ALMEIDA QUEIROZ¹; ANDREA SABÓIA MEDEIROS DE SIQUEIRA¹;


ANTÔNIO JOSÉ DE JESUS EVANGELISTA²

¹Graduanda em Medicina – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE


²Docente – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE

RESUMO

As infecções causadas por leveduras do gênero Candida são conhecidas como candidíase ou
candidose. Sendo sua origem endógena ou exógena. No caso de origem endógena, espécies de
Candida que residem na microbiota de órgãos e tecidos diante alguma vulnerabilidade do
hospedeiro, tornam-se oportunistas. Diante do exposto, esta revisão tem o objetivo de contribuir
para discussão acerca do aumento de infecções por Candida Auris em decorrência da pandemia
de SARS-CoV-2. Realizou-se um estudo de revisão bibliográfica sistemática com pesquisas em
bancos de Dados, google acadêmico e da biblioteca virtual de saúde do National Institutes of
Health (PubMed), no período de fevereiro a maio de 2023. Os termos utilizados e suas
combinações nas buscas eletrônicas foram: “Candida auris”, “candidíase”, “Candida auris
prevenção”, “Candida auris e pandemia Sars-CoV-2”, “Candida auris em UTI”, “Candida
auris resistência”. . No Brasil, conforme supracitado, o primeiro registro que se teve sobre o
fungo, de forma isolada, se deu no início de dezembro de 2020, no estado da Bahia. Após o
surgimento do primeiro caso na Bahia o monitoramento e as medidas de prevenção foram
intensificadas, até o final de dezembro de 2020 mais outros 9 pacientes tiveram infecção por
C.Auris. A necessidade de novos estudos e discussões são necessários principalmente com
vistas a fortalecer estratégias e mecanismos eficazes no combate a Candida auris no Brasil e
no mundo.

Palavras-chave: Candidemia; Hospitalar; Covid-19; Reemergencia; Multirresistência

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos últimos anos, a incidência de infecções importantes causadas por fungos
tem aumentado. Destacando-se as infecções hospitalares e em pessoas com o sistema imune
comprometido (TORTORA, GERARD, 2012). Residindo principalmente na boca, na pele, nas
mucosas, trato gastrointestinal e vagina, a espécie Candida são microrganismos inconstantes,
versáteis e oportunistas. Em indivíduos saudáveis geralmente atuam como comensais benignos
e não produzem doença (KUMAR et al., 2005).
As infecções causadas por leveduras do gênero Candida são conhecidas como

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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

candidíase ou candidose. Sendo sua origem endógena ou exógena. No caso de origem


endógena, espécies de Candida que residem na microbiota de órgãos e tecidos diante alguma
vulnerabilidade do hospedeiro, tornam-se oportunistas. Na via exógena o mecanismo de
transmissão ocorre principalmente através de contato direto de profissionais de saúde com
os pacientes ou materiais médico-hospitalares contaminados (SANTOS, 2017).
Com isso foi percebido que o número de infecções por Candida Auris junto com o
advento da SARS-CoV-2, aumentaram em todo o mundo. Principalmente levando em
consideração que pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva acabam partilhando
diversos fatores de risco que os colocam mais susceptíveis a referida infecção fúngica, como o
que foi visto durante a pandemia de COVID (SANTOS et al. 2022)
Evidências apontam essa rápida disseminação de C. auris em ambientes hospitalares que
ocorre de forma corriqueira por meio do contato de superfícies e aparelhos contaminados, os
cateteres de uso prolongado, de forma interpessoal, conforme descrito acima, ou seja, algo que
precisa ser abordado frente aos serviços de saúde com vistas a evitar e controlar a disseminação
desse patógeno oportunista (SANTOS, 2017).
No contexto da pandemia de SARS-CoV-2, esse patógeno se disseminou e o número de
infecções por Candida Auris em UTI’s teve um aumento significativo, causando preocupações
mundiais, visto que é um patógeno multirresistente (DE ALMEIDA et al., 2021). Diante do
exposto, esta revisão tem o objetivo de contribuir para discussão acerca do aumento de
infecções por Candida Auris em decorrência da pandemia de SARS-CoV-2.

2 METODOLOGIA

Realizou-se um estudo de revisão bibliográfica sistemática com pesquisas em bancos de


Dados, google acadêmico e da biblioteca virtual de saúde do National Institutes of Health
(PubMed), no período de fevereiro a maio de 2023. Os termos utilizados e suas combinações
nas buscas eletrônicas foram: “Candida auris”, “candidíase”, “Candida auris prevenção”,
“Candida auris e pandemia Sars-CoV-2”, “Candida auris em UTI”, “Candida auris
resistência”. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos científicos que abordassem o tema
proposto, publicados entre os anos de 2017 e 2022. Excluindo da pesquisa outras espécies do
gênero Candida e infecções hospitalares causados por outros patógenos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o aparecimento do vírus SARS-CoV-2, consequente pandemia, a qual ainda


estamos vivenciando, o número de casos de infecções por Candida Auris aumentou em todo o

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mundo. No Brasil, conforme supracitado, o primeiro registro que se teve sobre o fungo, de
forma isolada, se deu no início de dezembro de 2020, no estado da Bahia. O paciente
encontrava-se em cuidados na unidade intensiva devido a complicações por conta da Covid, a
levedura foi encontrada em uma ponta de cateter (SANTOS et al., 2022).
É sabido que com o surgimento da pandemia praticamente todos os hospitais do País
tiverem que se adaptar para acomodar todos os pacientes acometidos com o vírus SARS-CoV-
2, além dos hospitais de campanha que foram erguidos às pressas, juntamente com a sobrecarga
posta nos profissionais de saúde, tudo isso parece ter contribuído para o aparecimento de
infecções secundárias. O descuido com medidas de proteção, a alta carga de trabalho, muitos
pacientes hospitalizados, tudo isso, parece ter criado o ambiente perfeito para a transmissão de
infecções nosocomiais por Candida Auris (SANTOS et al., 2022).
Após o surgimento do primeiro caso na Bahia o monitoramento e as medidas de
prevenção foram intensificadas, até o final de dezembro de 2020 mais outros 9 pacientes
tiveram infecção por C.Auris. Com a investigação feita pelos órgãos responsáveis foi mostrado
que nenhum dos infectados tinha viajado para fora do País e todos haviam sido internados na
mesma unidade de Terapia Intensiva para cuidados contra a COVID-19. Com isso, demonstra-
se que a pandemia da SARS-CoV-2 pode ter acelerado o processo de disseminação da levedura,
que é um patógeno multirresistente e de grande ameaça global (DE ALMEIDA et al., 2021).
Outro ponto relevante é que o uso indiscriminado de antimicrobianos de amplo espectro,
o qual, foi feito durante os períodos mais críticos da pandemia. Esse uso de forma inconsciente
por ter contribuído para o aparecimento de patógenos multirresistentes, tais como a C.Auris.
Essa levedura é resistente a vários antifúngicos e é propensa a infectar pacientes que
fizeram uso de antimicrobianos de amplo espectro. Não só no Brasil, mas em todo o mundo
ouve um crescimento de infecções por Candida Auris, tornando-se uma preocupação para os
Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos (EUA) (HANSON et
al., 2021)
Visto isso, podemos concluir que o aparecimento da Candida Auris não veio junto com
o vírus da SARS-CoV-2, mas a sua incidência de forma mais expressiva veio com o advento
da pandemia. Devido a superlotação das unidades de Terapia Intensiva de todo o País,
gravidade dos pacientes que foram acometidos com a COVID, tendo que fazer uso de ventilação
mecânica, inserção de cateter venoso central, bem como o uso de antibióticos de amplo
espectro, dentre muitos outros fatores, tudo isso contribuiu com a disseminação desse fungo. O
que se tornou uma preocupação mundial, visto que é um patógeno multirresistente e de alta
letalidade (TSAI, CHIN-SHIANG, et al., 2022).

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Fatores que também contribuíram, dizem respeito ao uso incorreto e/ou prolongado dos
equipamentos de proteção individual que podem levar tanto a auto contaminação quanto a
transmissão do referido patógeno. Além das contaminações entre pacientes e o grave índice de
contaminação quando esses pacientes se encontram sob cuidados em Unidades de Terapia
Intensiva. (SANTOS et al., 2022).

4 CONCLUSÃO

Tendo em vista o crescente aumento de Candida Auris, principalmente após o advento


da pandemia de COVID, bem como suas características acima explanadas, são necessárias
medidas de combate à disseminação da mesma, dentro dos ambientes hospitalares, bem como
monitoramento de casos suspeitos e confirmados com vistas a evitar possíveis surtos de
C.Auris, conforme orientações da ANVISA (ANVISA, 2022)
A necessidade de novos estudos e discussões são necessários principalmente com vistas
a fortalecer estratégias e mecanismos eficazes no combate a Candida auris no Brasil e no
mundo.

REFERÊNCIAS

DE ALMEIDA, J. N., et al. “Emergence of Candida Auris in Brazil in a COVID-19 Intensive


Care Unit.” Journal of Fungi, vol. 7, no. 3, 17 Mar. p. 220, 2021.

HANSON, B. M. et al. “Candida Auris Invasive Infections during a COVID-19 Case Surge.”
Antimicrobial Agents and Chemotherapy, vol. 65, no. 10, 17 Sept. 2021.

KUMAR, V. ; ROBBINS, C. Patologia - Bases Patológicas Das Doenças. London, Elsevier


Health Sciences Brazil,. 3a Reimpressão, 2005.

SANTOS, P. C. Candida Auris: Emergência E Epidemiologia de Uma Levedura Altamente


Patogênica. 1 Jan. 2017. Accessed 25 Mar. 2023.

SANTOS, J. D. S. et al. “Candida auris x pandemia da covid- 19.” Revista Saúde


multidisciplinar, vol. 11, no. 1, 23 May 2022

TORTORA, G. J, et al. Microbiologia. Porto Alegre (Rs), Artmed, 2012.

CHIN-SHIANG et al. “COVID-19-Associated Candidiasis and the Emerging Concern of


Candida Auris Infections.” Journal of Microbiology, Immunology and Infection, 14 Dec.
2022.

DOI: 10.55811/jocec2023/19305
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

AÇÔES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO DE PESSOAS COM


NEURODIVERGÊNCIA (APAE) EM CANINDÉ, CEARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

FRANCISCO REGIS DA SILVA; AMADEU MOREIRA BARROSO NETO; ANA LIZ GOMES DE
MOURA; EZEKYEL DOS SANTOS COSTA; LARA VERAS DE MELO; MARIA LETÍCIA
ROCHA PEREIRA; NAYANA SOARES PEREIRA; RAISSA FERREIRA GOMES DE
VASCONCELO; THAILLAN VITOR DA SILVA RODRIGUES; WILMA SARAH DE FREITAS
PONTES; DOMINIQUE VIEIRA TAVARES; RANA ISADORA BEZERRA LIMA

INTRODUÇÃO: No dia cinco maio é comemorado o Dia Mundial de Higienização das mãos, data
criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de enfatizar a relevância que o
simples ato de higienizar as mãos possui no combate a inúmeras doenças infecciosas que afetam o ser
humano. Somado a isso, segundo dados da Global Burden of Disease 2019, cáries dentárias não
tratadas em dentes permanentes são o transtorno de saúde mais comum no mundo. OBJETIVO:
Tendo isso em vista, esta ação educativa, desenvolvida por estudantes do curso de Medicina da
Faculdade Estácio de Canindé, na disciplina de Seminário Integrado III, teve como objetivo promover
ações de educação em saúde com foco no autocuidado, reforçando a lavagem correta das mãos e
incentivando a prática de higiene bucal em pessoas com neurodivergências, a fim de prevenir doenças
decorrentes de más práticas de higiene. MÉTODO: Para isso, os alunos realizaram, no dia 25 de abril
de 2023, exibições práticas das formas corretas de lavagem das mãos e escovação dos dentes para
pessoas que frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Canindé. Esta
apresentação contou, ainda, com a execução de um jogo da memória com o propósito de estimular o
engajamento do público no referido assunto. RESULTADOS: Obteve-se como resultado da ação
maior conscientização acerca da lavagem correta das mãos e maior adesão à prática correta de higiene
bucal entre os participantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por fim, a vivência demonstra a
importância da educação e do encorajamento à higiene em pessoas neurodivergentes, salientando o
estímulo a autonomia e independência desses indivíduos.

Palavras-chave: Higiene pessoal, Lavagem das mãos, Saúde bucal, Pessoas neurodivergentes, Saúde
coletiva.

DOI: 10.55811/jocec2023/19327
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ANÁLISE TEMPORAL E EPIDEMIOLOGIA DE LEPTOSPIROSE NO ESTADO DO


CEARÁ EM 2022

RAQUEL ALVES BRITO¹; JOYCE GRANGEIRO FEITOSA DE LUCENA HOLANDA¹;


NATASHA MELGAÇO HOLANDA¹; ANTÔNIO JOSÉ DE JESUS EVANGELISTA².

¹Graduanda em Medicina - Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE


²Docente - Faculdade de Medicina Estácio, Canindé - CE

RESUMO

A leptospirose é uma enfermidade, causada por espiroquetas patogênicas do gênero


Leptospira, dentro da cadeia de transmissão, infectam hospedeiros intermediários, estes sendo
alguns tipos de animais, que eliminam na urina, e os hospedeiros acidentais, que são os
humanos. O objetivo deste trabalho é verificar a prevalência dessa doença no estado do Ceará
e na capital Fortaleza. O resumo trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com dados
secundários de domínio público, obtidos através do Sistema de Informações e Agravos de
Notificação (SINAN), entre os anos de 2018-2022, demonstrando dados coletados através do
Tabnet e Microdados disponíveis no Datasus. Com a análise dos dados observou-se nos
ultimos cinco anos no estado do Ceará o quantitativo de diagnósticos de Leptospirose de 275
(78,57%) e 75 (21,43%) pessoas do sexo masculino e feminino, respectivamente, totalizando
350 casos, e desses, 262 (74,86%) casos foram registrados na capital, Fortaleza. Além disso,
foi demonstrada uma maior incidência em 2019 no estado do Ceará com 114 (32,57%)
ocorrências, onde 89 (33,96%) dos casos foram na capital e constatou-se um número de 48
(18,32%) óbitos do total de casos da capital. Verificou-se maior prevalência no sexo
masculino, porém a literatura não apresenta a existência da relação entre a doença e o gênero.
Conclui-se que se faz necessário a conscientização e adoção de medidas que visem diminuir a
incidência da doença, visto que, a mesma é de notificação compulsória e é considerada um
problema de saúde pública, que pode acometer os humanos e animais, sendo estes os vetores
da doença.

Palavras-chave: Leptospirose; Ceará; Fortaleza; Saúde Pública; Zoonoses Bacterianas.

1 INTRODUÇÃO

A leptospirose é uma doença bacteriana generalizada causada por espiroquetas


patogênicas do gênero Leptospira. Esta zoonose global é transmitida pela exposição da pele
humana à água contaminada com urina de mamíferos infectados, predominantemente
roedores. Trata-se de uma condição caracterizada pela ocorrência de surtos durante as
estações chuvosas e tem sido historicamente ligada à pobreza, falta de condições sanitárias

DOI: 10.55811/jocec2023/19478
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básicas, presença de vetores e inundações, bem como, atividades turísticas na fauna,


expedições militares e agricultura (DAHER et al., 2019).
Sua apresentação clínica pode variar de um leve quadro inespecífico gripal, infecção a
uma doença grave com complicações potencialmente fatais, como lesão renal aguda (LRA),
icterícia, hemorragia pulmonar (doença de Weil), miocardite e insuficiência hepática
(DAHER et al., 2019). O tempo de incubação pode variar de um a 30 dias, e ocorre,
geralmente, entre sete e 14 dias após a exposição do paciente (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2023).
A doença tem distribuição mundial e ocorre entre 100 e 200 infecções humanas nos
Estados Unidos a cada ano, sendo mais da metade relatadas no Havaí. Entretanto, a incidência
da doença é significativamente subestimada, porque a maioria das infecções é branda e
diagnosticada incorretamente como síndrome viral ou meningite viral asséptica. Em virtude
de muitos estudos falharem no relato de casos para o serviço público de saúde, a notificação
obrigatória foi abolida no ano de 1995, no entanto, a leptospirose foi reintegrada como uma
doença de notificação nacional obrigatória no ano de 2013 (MURRAY et al., 2017).
Estudos apontam que em um período de 12 anos, compreendido entre 2007 e 2019,
ocorreram 48.670 casos de leptospirose humana no Brasil, dos quais, 4.287 óbitos foram
registrados, com maior incidência notificada nas regiões Sul e Sudeste do país (RAMOS et
al., 2021; CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2022), atingindo 79% dos indivíduos do
sexo masculino e 20,5% do sexo feminino, a maior parte na faixa etária entre 20 e 39 anos de
idade. Os principais sintomas da doença são febre, cefaléia, mialgia, anorexia, náuseas e
vômitos (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2022).
As leptospiras infectam dois tipos de hospedeiros: os reservatórios e os incidentais e,
usualmente, causam infecções assintomáticas no hospedeiro reservatório, no qual as
espiroquetas colonizam os túbulos renais e são eliminados em grande quantidade pela urina.
Córregos, rios, águas paradas e solo úmido podem ser contaminados pela urina de animais
infectados com bactérias que sobrevivem por até seis semanas nesses locais. A maioria das
infecções humanas acontece pela exposição à água contaminada em momentos de lazer ou por
exposição ocupacional a animais infectados, durante os meses quentes, não tendo sido
documentada a transmissão de pessoa a pessoa. Por definição, o estado de portador crônico
não ocorre em hospedeiros acidentais (MURRAY et al. 2017).
O objetivo deste estudo foi identificar a incidência da leptospirose na cidade de
Fortaleza, Ceará, através de dados publicados em plataformas de acesso aberto, como o
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Far-se-á

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uma comparação entre os dados obtidos com os dados do Estado do Ceará e com os
da Região Nordeste do Brasil, como também, buscar-se-á discutir as principais medidas
de prevenção e controle da doença.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com dados secundários de


domínio público, do Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN), “um
instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de
intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções”, cujos os
dados disponibilizados são tabulados por meio do Tabnet e do Microdados, disponíveis no
site do DATASUS, na opção epidemiologia e morbidades.
Foram coletados dados sobre a vigilância epidemiológica da cidade de
Fortaleza, capital do Estado do Ceará, do Estado do Ceará como um todo e da Região
Nordeste, com o objetivo de realizar uma comparação da incidência de leptospirose
dentro deste recorte espacial, utilizando a lista nacional de doenças de notificação
compulsória, de casos confirmados de leptospirose. As variáveis estudadas foram: gênero,
faixa etária, escolaridade e regiões de residência. As tabelas e gráficos foram processadas
nos programas Microsoft Office e Microsoft Excel 2019.
Como suporte teórico, a primeira etapa da pesquisa consistiu em um
levantamento bibliográfico sobre o tema objeto deste estudo, identificando artigos e livros
já publicados, monografias, dissertações e teses que abordavam a leptospirose, dentro do
recorte espacial especificado, de forma online e publicados entre 2018 a 2022, para
demonstrar as perspectivas atuais sobre a doença, com busca através da ferramenta de
pesquisa PubMed, utilizando os descritores leptospirose, leptospiras, epidemiologia e Ceará,
além de revisões clássicas citadas em diversas publicações em leptospirose.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos dados levantados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação


(SINAN NET), nos últimos cinco anos (2018-2022), foram notificados no Estado do Ceará
um total de 350 casos de leptospirose e, desses, 262 casos foram registrados na capital,
Fortaleza, correspondendo a 74,86% de todos os casos, conforme demonstrado no Gráfico 1:

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Conforme o Gráfico 1, a maior incidência de casos de leptospirose ocorrida no Estado


do Ceará foi no ano de 2019, com 114 ocorrências, mostrando uma homogeneidade na
distribuição de casos nos demais períodos. No ano de 2022, houve um aumento considerável
de casos, quando comparado ao ano de 2021 (44 casos e 96 casos, respectivamente), uma taxa
de crescimento na ordem de 118,18%. Ressalta-se que esse número de 2022 (96 casos) está
divergente do em -1 caso da Nota de Alerta da Secretaria da Saúde do Governo do Estado do
Ceará (2023), que aponta 97 casos em 2022.
No caso de Fortaleza, o maior número de infectados ocorreu no ano de 2019, com 89
ocorrências, representando 33,96% do total de casos registrados na capital. O número de
indivíduos que morreram em virtude do agravo foi 48. O Gráfico 1 mostra o número de óbitos
pelo agravo notificado:

Gráfico 1: Óbitos pelo agravo notificado (2018-2022): quantidade / percentual

Fonte: SINAN

De acordo com a Secretaria da Saúde do Governo do Estado do Ceará, a taxa de

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mortalidade em 2022 foi de 9,3%, com o número de 9 óbitos, salienta-se a necessidade de


redobrar os cuidados nos período chuvosos, para evitar surtos da doença.
Esse estudo traz especificado a distribuição desses casos pelas características
sociodemográficas, inicialmente, apresentando a distribuição por gênero, conforme Tabela 1:

Tabela 1: Casos de leptospirose por gênero, no Estado do Ceará (2018-2022)


Ano Masculino Feminino
2018 34 17
2019 87 27
2020 40 5
2021 35 9
2022 79 17
TOTAL 275 75
Fonte: SINAN

Como se observa na Tabela 1, a maior incidência de casos de leptospirose ocorre com


pessoas do sexo masculino, no caso do Estado do Ceará afetou 275 indivíduos,
correspondendo a 78,57% dos infectados, sendo que, para o gênero feminino, foram
registrados 75 casos (21,43%).
A Tabela 2 apresenta os casos de leptospirose na cidade de Fortaleza, no mesmo
período, onde ficou constatado a ocorrência de 201 casos para indivíduos do gênero
masculino (76,72% dos casos ocorridos em Fortaleza) e 61 (23,28%) para o gênero feminino.

Tabela 2: Casos de leptospirose por gênero, em Fortaleza (2018-2022)

Ano Masculino Feminino


2018 34 17 17
2019 87 27 27
2020 40 5 5
2021 35 9 9
2022 79 17
TOTAL 275 75
Fonte: SINAN

Considerando os índices de todo o Estado do Ceará, 73,09% dos indivíduos do gênero

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masculino da capital foram infectados e 81,33% dos indivíduos do gênero feminino também
são da capital.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (2013), Estado de São Paulo,
não existe uma predisposição de gênero ou idade para contrair a infecção, no entanto, a maior
frequência de infestação está para indivíduos do gênero masculino, o que confirma os
dados desse estudo. Isso se justifica, segundo a referida Secretaria, porque pessoas
do sexo masculino estão mais expostos a situação de risco.

4 CONCLUSÃO

Podemos concluir que a leptospirose é um problema de saúde pública e de notificação


compulsória no Brasil, essa doença pode afetar tanto humanos quanto animais, e é
mais comum em áreas tropicais e subtropicais, onde a higiene pública é precária.
Não existe uma predisposição de gênero ou idade para contrair a infecção, no entanto,
a maior frequência de contaminação está para indivíduos do gênero masculino, pois
os mesmos estão mais expostos à situação de risco. Nos anos de 2020 e 2021 houve
uma subnotificação devido a pandemia de COVID-19, justificando menores índices da
doença.
A conscientização e a adoção de medidas preventivas são essenciais para reduzir
a incidência dessa doença e garantir a saúde pública. Se faz necessário o alerta à população
aos cuidados no período chuvoso, para evitar surtos e adoção de medidas, tais como,
obras de saneamento básico, melhorias nas habitações humanas e combate aos vetores.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Leptospirose é problema de saúde pública


negligenciado no Brasil. Notícias do CFF, Brasília, 30 mai. 2022. Disponível em:
https://cff.org.br/noticia.php?id=6749. Acesso em: 26 fev. 2023.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CNS). Publicada resolução 466 do CNS que trata
de pesquisas em seres humanos e atualiza a resolução 196. Ministério da Saúde, 14 jun.
2013. Disponível em:
https://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2013/06_jun_14_publicada_resolucao.html.
Acesso em: 07 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/


home/tabnet/. Acesso em: 07 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Leptospirose. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/


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DOI: 10.55811/jocec2023/19478
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

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Publicado em: 08 mar. 2016; Atualizado em: 09 nov. 2018. Disponível em:
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CEARÁ (Estado). Secretaria da Saúde. Vigilância da leptospirose. Nota de Alerta, n. 01,


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CEARÁ (Estado). Secretaria da Saúde. Lepstopirose. Boletim Epidemiológico, n. 01, fev.


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27 mar. 2023.

DOI: 10.55811/jocec2023/19478
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

SÍNDROME DE BURNOUT E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA


EM ESTUDANTES DE MEDICINA DE CANINDÉ

ERISMAR MAIA PUREZA; ANNA SARAH CRISTINA MATOS GOMES; LUIZ PEDRO
RODRIGUES MACHADO LEITE; RAYANNE RODRIGUES GADELHA; LUIZ GABRIEL
RIBEIRO DE ASSIS; DAVID DE ALENCAR CORREIA MAIA

INTRODUÇÃO: Síndrome de burnout vem do termo inglês burn out que significa “queimar-se por
dentro” e é decorrente da exposição continuada ao estresse. A síndrome possui três dimensões que são
a exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional, sendo a primeira, a mais
comum. Ademais, decorre da exposição continuada ao estresse em ambientes laborais com relações
sociais complexas, podendo ocorrer em estudantes de medicina, uma vez que se encontram no período
pré trabalho. A atividade física é visto como uma forma de prevenir o acometimento da síndrome.
OBJETIVOS: Verificar, por meio da literatura, a relação entre a síndrome de burnout e a prática de
atividade física em estudantes de medicina de Canindé. METODOLOGIA: A presente pesquisa é de
cunho bibliográfico e foram utilizados artigos científicos encontrados no Scielo, Google Acadêmico,
Lilacs e Bireme, tendo como descritores: a atividade física, a síndrome de burnout e estudantes de
medicina. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a maio de 2023. Os critérios de
inclusão foram artigos que tratam da temática em português e escritos de 2010 até 2022, e o de
exclusão foi a ausência de pertinência ao tema. RESULTADOS: As pesquisas sugerem que a
atividade física diminui os efeitos da síndrome de burnout em estudantes. A mudança para o estilo de
vida saudável e a adoção de comportamentos preventivos como a prática de atividades físicas
proporcionam diminuição no desenvolvimento e permanência dessa síndrome. Por fim, os estudos
apontam ainda que as universidades devem inserir as atividades físicas na formação do estudante, a
fim de mitigar os desconfortos no período de formação, obtendo melhoria na qualidade de vida.
CONCLUSÃO: O nexo causal da prática de atividade física entre os estudantes das pesquisas e a
diminuição ou inexistência de síndrome de burnout é fator relevante para considerar e estender aos
demais estudantes. Ademais, carece de investigação direta aos estudantes de medicina de Canindé a
fim de ratificar as conclusões em outros ambientes e utilizadas para esse trabalho dada a escassez de
artigos que correlacionem a síndrome de burnout e estudantes de medicina em Canindé.

Palavras-chave: Síndrome, Burnout, Atividade física, Estudantes de medicina, Canindé.

DOI: 10.55811/jocec2023/19702
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ASPECTOS ANATÔMICOS E CLÍNICOS SOBRE O MENISCO DISCOIDE E OS


TRATAMENTOS POSSÍVEIS

ERISMAR MAIA PUREZA; BEATRIZ GOMES PINTO; JULIERMES COSTA DE OLIVEIRA;


LINCOLN SEGUNDO MIRANDA; KAROLAINE ARAÚJO RODRIGUES; MARIA CLARA
TEIXEIRA CARDOSO; LILIANE SOARES GOMES; FERNANDO MARLEY ALCÂNTARA DA
ROCHA; HELBER FABRÍCIO MAIA REIS; JOSÉ OSSIAN ALMEIDA SOUSA FILHO

INTRODUÇÃO: O menisco discóide é uma variação anatômica rara que pode afetar os meniscos
medial e/ou lateral, tendo maior incidência no menisco lateral. A anomalia diz respeito à forma, ao
tamanho, à estabilidade e à cobertura do platô tibial. A etiopatogenia mal definida, a baixa incidência
de sua ocorrência e a escassez de sintomas somados à não letalidade dessa disfunção, contribui para
registros epidemiológicos superficiais dessa patologia. OBJETIVOS: Apresentar os aspectos
anatômicos e clínicos sobre o menisco discoide e os tratamentos possíveis. METODOLOGIA: A
presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica tipo narrativa e ocorreu no mês de maio de
2023 por livros de medicina e saúde e artigos científicos em suas variadas modalidades. A busca
literária, encontrada no Scielo, Google Acadêmico, Lilacs e Bireme, teve como descritores: joelho,
menisco discoide, variação anatômica e ressonância magnética. Os critérios de inclusão levaram em
conta artigos publicados nos últimos 15 anos em português, espanhol e inglês, completos e gratuitos,
dos tipos revisional, relato de caso, estudo transversal. Foram excluídos artigos publicados antes de
2008, incompletos, monografias, anais de congresso e teses de dissertação de mestrado e doutorado.
Foram encontrados 1.777 arquivos, dos quais somente 5 foram incluídos na amostra, dada a escassez
de literatura. RESULTADOS: A identificação clínica de um portador dessa enfermidade compreende
a verificação de instabilidade ou travamento completo do joelho, estalos e relato de dor em conjunto à
ressonância magnética, que certificará a suspeita médica. O tratamento depende de fatores como
sintomas, idade do paciente, tipo de lesão do menisco e a persistência de queixa de dor. Em casos de
acometimento acentuado, recomenda-se o fortalecimento da musculatura em exercícios de baixo
impacto nas articulações. Em casos mais graves, com fissura no menisco, recomenda-se a
meniscectomia e, posterior, fisioterapia. CONCLUSÃO: Depreende-se do estudo que, apesar da
subnotificação e a existência de pacientes assintomáticos, o que, em tese, ensejaria a inexatidão na
terapia, há medidas de tratamento eficazes, sendo elas o fortalecimento da musculatura, em casos mais
leves, e a remodelação meniscal, nos casos mais graves. Ambos os tratamentos possibilitam aos
pacientes o retorno às suas atividades cotidianas.

Palavras-chave: Aspecto anatomico, Aspecto clinico, Menisco discoide, Tratamento, Anomalia.

DOI: 10.55811/jocec2023/19793
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

O USO INDISCRIMINADO DE ESTIMULANTES NEURAIS E A RELAÇÃO COM O


TRANSTORNO DE ANSIEDADE EM GRADUANDOS DE MEDICINA

CAMILA GRANGEIRO DE CASTRO CAVALCANTE MORAIS; JOANA CATARINA CHAVES


FREIRE; DAVID DE ALENCAR CORREIA MAIA; LIVIA CAMERINO LIMA; SAMELA
SOARES MOREIRA

INTRODUÇÃO: A ansiedade é um sentimento caracterizado por tensão ou desconforto devido


preocupação excessiva ou algo desconhecido. Este transtorno pode estar relacionado com o uso
indiscriminado de estimulantes neurais em graduandos de medicina, devido à grandes demandas e
exigência acadêmica do curso, sendo esses medicamentos usados para outros fins, como para melhorar
o desempenho acadêmico. OBJETIVO: Apresentar o uso indiscriminado de estimulantes neurais e a
relação com os transtornos de ansiedade em graduandos de medicina. MATERIAIS E MÉTODOS:
A presente pesquisa é de cunho bibliográfico. O estudo foi realizado por meio de pesquisa em artigos
científicos indexados em SciELO, LILACS, Google acadêmico e PubMed. Os critérios de inclusão
foram artigos de 2015 a 2023, em inglês e português, completos e disponíveis, do tipo revisão de
literatura, estudos qualitativos e com descritores: ensino em saúde, ritalina, metilfenidato, ansiedade
em universitários. Por fim, cabe informar que a pesquisa foi realizada no período de fevereiro a maio
de 2023. E foram excluídos anais em congresso e artigos científicos incompletos. Na busca foram
encontrados 135 artigos, após leitura exploratória de todo o material, e assim, foram selecionadas 8
fontes que se adequavam ao tema proposto. RESULTADOS: A necessidade em compreender as
consequências do uso indiscriminado de estimulantes neurais em graduandos de medicina retoma a
importância em se discutir o referido tema. A ascensão alarmante do consumo e da exposição dos
estudantes de medicina ao uso desregrado de psicoestimulantes podem precipitar patologias
psiquiátricas, desencadear e agravar os sintomas de ansiedade, bem como não surtir efeito colateral
algum. Sendo assim, o uso indiscriminado pode causar consequências neurológicas, físicas e mentais
nas pessoas que a consomem, fazendo-nos pensar sobre a ingesta e venda dessa medicação para
universitários, e que a prescrição da receita e acompanhamento médico correto são indispensáveis.
CONCLUSÃO: Conclui-se que uso indiscriminado de drogas estimulantes para o intuito de favorecer
seu empenho acadêmico por universitários do curso de medicina tem um efeito direto no sistema
nervoso central e pode levar a complicações adversas graves e permanentes.

Palavras-chave: Ritalina, Ansiedade em universitarios, Metilfenidato, Estimulantes neurais,


Medicina.

DOI: 10.55811/jocec2023/19847
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ESTÁGIO CRUTAC EM CANINDÉ-CE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

LARA MARIA NOGUEIRA DE MESQUITA; ANA KELVE DE CASTRO DAMASCENO; MAÍRA


MARIA LEITE DE FREITAS; AMANDA MEDEIROS VIEIRA; MARIA WIKAELLE MARINHO
SOUSA

INTRODUÇÃO: O CRUTAC, Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária, é um


estágio curricular obrigatório que foi criado nas universidades do Brasil em 1965. A ação teve início
na Universidade Federal do Ceará em 1972 e é, atualmente, vinculada às Pró-Reitorias de Graduação
(PRGR) e de Extensão (PREX). O programa tem o objetivo geral de propiciar aos graduandos dos
cursos de Medicina, Enfermagem e Odontologia, formação adequada às exigências das regiões que se
encontram fora da área metropolitana do Estado do Ceará. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma
discente do 10° semestre do curso de enfermagem da Universidade Federal do Ceará na realização do
estágio obrigatório CRUTAC no mês de março de 2023, na cidade de Canindé, Ceará. RELATO DE
EXPERIÊNCIA: O estágio aconteceu no mês de março, totalizando 240 horas. A aluna ficou à
disponibilidade da Secretaria Municipal de Saúde durante 30 dias, 8 horas por dia, 7 dias por semana,
tendo sido locada em uma unidade básica de saúde na zona urbana do município. Durante todo o
período, a discente ficou, obrigatoriamente, sob responsabilidade de uma profissional enfermeira do
serviço, tendo a oportunidade de realizar procedimentos técnicos como cateterismo vesical de demora
e troca de curativos complexos, além de participar de atividades educativas, momentos de formação
para profissionais, consultas multidisciplinares e consultas de enfermagem para crianças, adultos,
idosos, gestantes, dentre outros. DISCUSSÃO: Durante o período, a discente teve a oportunidade de
exercitar conhecimentos teórico-práticos adquiridos durante a graduação, além de exercitar o
raciocínio clínico nas mais diversas situações da rotina de atendimentos da unidade de saúde.
CONCLUSÃO: A experiência vivida nesse estágio difere de todas as outras, posto que a realidade
dos atendimentos em uma unidade de atenção primária fora da região metropolitana, onde está situada
a universidade e seus campos de prática, é diferente das vivências de um estabelecimento de saúde na
capital. Sendo assim, conclui-se que o CRUTAC é uma oportunidade única para a formação pessoal e
profissional de um aluno da área da saúde, sendo parte fundamental da graduação em enfermagem.

Palavras-chave: Atenção básica, Saúde da família e da comunidade, Crutac, Formação profissional,


Aprendizado.

DOI: 10.55811/jocec2023/19851
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

A PSICOMOTRICIDADE COMO AUXÍLIO NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DO


CAPS INFANTIL EM CANINDÉ-CE

FRANCISCA LARISSA RODRIGUES DE ALMEIDA; ELÂNIA CRISTINA ARAÚJO


VASCONCELOS; MAGNA CRISTINA ARRUDA DE ARAUJO DIAS; ELIOMARA MONTEIRO
DA SILVA; ISLAYNE DE FÁTIMA COSTA RAMOS; CLARA TAELY GOMES SANTOS;
MARIA MÁJORY GOMES DE ARAÚJO; VLÁDIA MARIA HONÓRIO SOUSA; THAYZ
CAVALCANTE LUZ RABELO; FRANCISCA EVANIELE MATIAS VIEIRA

INTRODUÇÃO: Através de relatórios escolares e dos atendimentos multidisciplinares foram


identificadas em algumas crianças de 5 a 12 anos acompanhadas na unidade, dificuldades na
coordenação motora, baixo controle emocional e dificuldades de socialização, surgindo a necessidade
de criar o Projeto Psicomotricidade visando o aprimoramento das habilidades motoras, cognitivas,
emocionais e sociais proporcionando um ambiente lúdico e estimulante para o crescimento saudável
das crianças. OBJETIVOS: Oferecer às crianças nas faixas etárias de 5 a 12 anos a oportunidade de
explorar e desenvolver suas capacidades psicomotoras, promovendo a consciência corporal, a
coordenação motora, a expressão emocional e a interação social, pretendendo-se também estimular o
desenvolvimento cognitivo, favorecendo o aprendizado e aquisição de novas habilidades. RELATO
DE EXPERIÊNCIA: O projeto atualmente conduzido pela profissional de educação física e
pedagoga da unidade, acontece às segundas-feiras à noite com 4 turmas, sendo na primeira e terceira
semana do mês com duas turmas de crianças com 5 a 7 anos no horário de 17h30 e 8 a 12 anos às
18h30. Na segunda e quarta semana, mais duas turmas com a mesma faixa etária e horário
anteriormente citados. Funcionando com 40 crianças indicadas pelos profissionais durante os
atendimentos, o projeto trabalha com uma abordagem lúdica e participativa, utilizando atividades que
envolvem o movimento corporal e estimulam a criatividade das crianças como jogos, brincadeiras,
exercícios de equilíbrio, coordenação motora fina e grossa, estimulação sensorial, expressão corporal,
além de promoção de momentos de interação em grupo, favorecendo a socialização e o
desenvolvimento das habilidades sociais das crianças. São realizadas observações e avaliações do
progresso individual de cada criança, considerando seu desenvolvimento motor, cognitivo, emocional
e social, a fim de adaptar as atividades às necessidades específicas de cada participante.
DISCUSSÃO: Com três meses de implementação, já se observa melhorias significativas na
socialização, atenção, concentração, compartilhar de brinquedos, assim como avanço no controle
emocional e também na consciência corporal. CONCLUSÃO: O Projeto Psicomotricidade tem se
revelado essencial no desenvolvimento saudável das crianças da unidade, preparando-as para enfrentar
os desafios do mundo de forma mais autônoma e confiante.

Palavras-chave: Psicomotricidade, Criança, Desenvolvimento motor, Desenvolvimento cognitivo,


Desenvolvimento infantil.

DOI: 10.55811/jocec2023/19856
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL AOS RESPONSÁVEIS DOS USUÁRIOS DO CAPSI DOUTOR


BOSCO SOBREIRA DE CANINDÉ COMO PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL

ELÂNIA CRISTINA ARAÚJO VASCONCELOS; THAYZ CAVALCANTE LUZ RABELO;


ELIOMARA MONTEIRO DA SILVA; ISLAYNE DE FÁTIMA COSTA RAMOS; FRANCISCA
LARISSA RODRIGUES DE ALMEIDA; ANDRESSA LARA CRISOSTOMO MARTINS; VLÁDIA
MARIA HONÓRIO SOUSA; FRANCISCA EVANIELE MATIAS VIEIRA; MARIA MÁJORY
GOMES DE ARAÚJO; NEY ALCÂNTARA ARAÚJO

INTRODUÇÃO: Indivíduos que são diagnosticados com transtornos mentais ou neurológicos


necessitam de acompanhamentos com equipe multidisciplinar, e o uso de fármacos por muitas vezes
aumentam o peso indesejado. Faz-se necessário um conjunto de ações preventivas, bem como o
tratamento para melhoria, manutenção e recuperação da condição do paciente. OBJETIVOS: Realizar
ações de educação em saúde a responsáveis e familiares de usuários do CAPSi sobre hábitos
alimentares saudáveis, que possam colaborar com o tratamento para melhoria, a manutenção e
recuperação da condição do paciente. RELATO DE EXPERIÊNCIA: As ações de educação em
saúde foram conduzidas pela nutricionista e psicóloga da unidade, com a criação de quatro grupos de
mães com dez pessoas, crianças e adolescentes, com encontros semanais de educação nutricional em
um período de 2 meses com abordagem sobre alimentação saudável e educação de peso com
dinâmicas grupais no formato de oficinas, de forma interativa, estimulando o diálogo e participação.
Além disso, realizou-se avaliação antropométrica antes e ao final do período, onde foi utilizado como
material de apoio, panfletos informativos e vídeos educativos. DISCUSSÃO: Com os encontros
realizados, foi visto o interesse e destacado por familiares a importância da continuidade dos encontros
para as orientações de alimentação saudável para os responsáveis e familiares das crianças e
adolescentes cujo acompanhamento multiprofissional e psiquiátrico/ medicamentoso ocorre no Caps
Infantil Dr. Bosco Sobreira. CONCLUSÃO: Conclui-se que a iniciativa da formação do grupo de
responsáveis para psico-educá-los de como lidar com as questões comportamentais das crianças e/ou
adolescentes se faz necessário, visto que esses encontros potencializam e auxiliam quanto aos
cuidados de saúde mental desses usuários.

Palavras-chave: Nutrição, Família, Educação em saúde, Transtornos, Saúde.

DOI: 10.55811/jocec2023/19859
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ÂMBITO DO CAPS I DR. BOSCO SOBREIRA EM CANINDÉ


– CE

ELIOMARA MONTEIRO DA SILVA; ELÂNIA CRISTINA ARAÚJO VASCONCELOS; NEY


ALCÂNTARA ARAÚJO; FRANCISCA LARISSA RODRIGUES DE ALMEIDA; ISLAYNE DE
FÁTIMA COSTA RAMOS; THAYZ CAVALCANTE LUZ RABELO; CLARA TAELY GOMES
SANTOS; MARIA MÁJORY GOMES DE ARAÚJO; VLÁDIA MARIA HONÓRIO SOUSA;
ANDRESSA LARA CRISOSTOMO MARTINS

INTRODUÇÃO: As práticas de educação em saúde no SUS compreendem relações entre sujeitos


sociais que trazem diferentes saberes e ocupam diversos espaços, são práticas dialógicas, estratégias
participativas, mediadas pela ação comunicativa entre atores que ocupam espaços de debates. O nosso
público-alvo são as crianças e adolescentes, mas as informações trabalhadas nesses encontros são mais
voltadas aos pais e responsáveis. OBJETIVOS: Desenvolver nos responsáveis pelas crianças e
adolescentes do Capsi o senso de responsabilidade de participar do processo de reabilitação de
maneira construtiva, assim sensibilizando essa atitude de constância diante dos acompanhamentos com
equipe multiprofissional. RELATO DE EXPERIÊNCIA: A educação em saúde está atrelada às
intervenções educativas a fim produzir saúde por meio de rodas de conversas, palestras, oficinas
temáticas, seminários e outros dispositivos que possibilitam o diálogo com os usuários deste serviço.
Com a introdução do CAPSi na rede de saúde mental, Canindé vem conseguindo prestar assistência de
qualidade a muitas famílias, pois as crianças e adolescentes são acompanhadas e recebem um serviço
especializado multiprofissional, respaldado em uma visão psicossocial e inclusiva, legalmente
garantidas pela legislação brasileira, como reza o Sistema Único de Saúde-SUS. DISCUSSÃO:
Evidência dessas práticas de educação em saúde são refletidas em nossos resultados como o
fortalecimento de ações integradas e multiprofissionais no âmbito do sistema de saúde pública local,
integração dos atores envolvidos no cuidado de crianças e adolescentes nas RAS’s, a produção de
temáticas de extrema relevância para pais e responsáveis, disseminação de informações sociais com
foco nos direitos dos usuários, produção de conteúdo por parte dos profissionais do serviço, debates e
rodas de conversa visando a compreensão dos diversos tipos de transtornos que afetam crianças e
adolescentes e sob a legislação pertinente a garantia de direitos e proteção de crianças e adolescentes,
mobilização social nos meios de comunicação, melhoria dos indicadores sociais do município e a
ampliação da oferta dos serviços e consequente redução das demandas. CONCLUSÃO: Concluímos
assim que, está sendo importante para muitas famílias verem suas crianças e adolescentes serem
acompanhadas por uma equipe de profissionais dedicados ao cuidado de forma integral, pois não
focamos apenas no diagnóstico.

Palavras-chave: Educação, Promoção, Saúde, Integração, Sus.

DOI: 10.55811/jocec2023/19866
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS POR AUTOMEDICAÇÃO NO ESTADO DO CEARÁ

JORGE LUCAS CHAVES SANTOS1; NATALY ABDANUR NASSAR¹; ANTÔNIO JOSÉ


DE JESUS EVANGELISTA2

¹Graduando(a) em Medicina – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE


2
Docente – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE

RESUMO

A automedicação é uma prática real não só no Ceará como também em todo o Brasil. De
acordo com a Organização Mundial de Saúde a utilização de fármacos sem prescrição é
a escolha de utilizar medicamentos, que podem ser plantas medicinais ou substâncias
químicas manipuladas em laboratório, com o fito de mitigar certos sintomas ou patologias.
Pode ser praticada através do compartilhamento das prescrições com alguém da família ou
amigos, a reutilização de medicamentos já utilizados em situações anteriores e a utilização
de antigas prescrições. Dessa maneira as intoxicações por automedicação têm se tornado
cada vez mais frequentes no Estado do Ceará. Por esse motivo, é de grande relevância
conhecer o perfil epidemiológico dos indivíduos afetados por essa prática. A partir
dos resultados, foi comprovado a elevada e preocupante prevalência da automedicação,
praticada por uma grande parcela da população em alguma fase de sua vida. Dessa forma,
é necessário o aumento de campanhas que divulguem os perigos e as consequências
relacionadas ao uso irracional dos fármacos, como também um maior controle sanitário nas
vendas dos mesmos sob prescrição e ações de promoção a saúde por parte dos profissionais
de saúde, trabalhando com campanhas e ações educativas que promovam a conscientização e
informações para todos em geral.

Palavras-chave: Uso inadequado de medicamentos; Efeitos adversos; Contaminação


química; Agente etiológico químico; Envenenamento.

1 INTRODUÇÃO

As intoxicações exógenas ocasionadas por automedicação são um evento clínico


causado por substâncias complexas que atuam em diversas vias do organismo, desde reações
hormonais adversas até implicações mais graves no sistema nervoso, desse modo, as
intoxicações causam um desequilíbrio homeostático, que é a desregulação da manutenção
constante que o corpo faz em busca de estabilizar o metabolismo (LIMA, 2021). A
automedicação se caracteriza como o uso de fármacos para tratar sintomas através de uma

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

avaliação pessoal, sem a indicação de um profissional de saúde, ou mesmo o uso


dessas substâncias de maneira recreativa, na tentativa de sentir efeitos e reações que
tragam um estado agradável. Mesmo que se medicar de maneira autônoma pareça mais
simples e poupe o tempo e o dinheiro investidos em uma unidade de saúde, essa ação
errônea trás sérios riscos ao indivíduo (XAVIER, 2021). Nesse sentido, as intoxicações
oriundas das ações de fármacos causam esse evento adverso de desequilíbrio
metabólico, desencadeado pelo uso indiscriminado dos medicamentos.
A automedicação é um importante problema de saúde pública, além de causar
óbitos pela perda de função de órgãos essenciais como fígado e rins, o uso indevido
dessas substâncias pode acarretar dependência química e consequências clínicas
irreversíveis devido a uma constante exposição as substâncias presentes nos fármacos
(SOUZA, ANDRADE, 2021). Diante do exposto, é notório que a epidemiologia é uma
ferramenta fundamental na consolidação de dados e na formação de estratégias para
combater esse incidente, assim, com informações e dados adquiridos através do
Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde (DATASUS), é possível
compreender melhor as proporções do problema no estado do Ceará. Com o objetivo de
traçar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas por automedicação no estado do
Ceará, durante o período de 2018 a 2022 e calcular as taxas de incidência no estado, na
capital e nas macrorregiões de saúde.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão descritiva, realizada com os dados fornecidos pelo Ministério
da Saúde, através da tabulação TABNET da plataforma do Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Com base nisso, foram avaliados os casos
de intoxicação exógena medicamentosa sobre a circunstância de automedicação de 2018 a
2022 com relação à região do estado do Ceará. A região está localizada no leste do
Brasil e é dividida em 184 municípios com uma área de 148.886 km². Segundo o
último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sua população em 2010 era
de 8,452 milhões (IBGE, 2010). As variáveis utilizadas foram: sexo (masculino e feminino),
faixa etária (idade) e macrorregião de saúde. Para efeito de cálculo, foram excluídos
preenchimentos "em branco" individualmente para cada variável. Após a obtenção dos
dados de acordo com as variáveis selecionadas, os mesmos foram compilados em gráfico e
tabela.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

Foram fornecidas 584 fichas de notificação por macrorregião de saúde do Estado do


Ceará entre 2018 e 2022, a partir disso percebeu-se uma prevalência de casos na capital do
Estado (Fortaleza), seguida respectivamente por Cariri, Sobral, Litoral Leste/Jaguaribe e
Sertão Central (Gráfico 1).

Gráfico 1: Intoxicação Exógena por automedicação - Notificações registradas no


SINAN Net – Ceará por Macrorregião de Saúde no período de 2018 a 2022.

Automedicação

171
148
110
103

52

FORTALEZA CARIRI SOBRAL LITORAL SERTAO CENTRAL


LESTE/JAGUARIBE

Com um total de 586 fichas fornecidas nas categorias faixa etária e sexo, foi
evidenciado um maior número de casos de intoxicação por automedicação no estado do
Ceará, entre 2018 e 2022, relacionados ao sexo feminino, e com uma faixa etária entre adultos
de 20 a 39 anos (TABELA 1).

Tabela 1: Intoxicação Exógena por automedicação - Notificações registradas no Sinan Net –


Ceará por sexo e faixa etária no período de 2018 a 2022.
Circunstância Masculino Feminino Total
Automedicação 170 416 586
Faixa etária Número de casos
< 01 ano 5
01-04 9
05-09 13

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

10-14 59
15-19 114
20-39 246
40-59 104
60-64 13
65-69 10
70-79 8
80 ou + 5
Total 586

No Brasil, a proporção entre o número de farmácias por habitante é de uma para


3.300, o que chega a ser alarmante se comparado com outros países como os Estados Unidos
que possuem 61.600 farmácias, sendo uma para cada 5.300 habitantes, e a África do Sul conta
com uma para cada 13.400. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, o Brasil está no
ranking entre os 10 países que mais consomem medicamentos no mundo (CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA, 2020). A facilidade no acesso a fármacos pelos brasileiros,
aliada a comodidade na compra desses produtos sem a necessidade de prescrição médica,
promovem um aumento no consumo de medicamentos pela maioria da população. O consumo
nacional de medicamentos está relacionado ao burocrático acesso aos serviços de saúde, ao
hábito do brasileiro em realizar automedicação, e ao senso comum de equiparar
medicamentos com uma mercadoria que pode ser adquirida e consumida sem a orientação
devida. Além de todos os fatores mencionados, a abundância de fontes de informação com
pouco ou nenhum embasamento científico influenciam para moldar padrões comportamentais
de cuidado excessivo com a saúde, levando a quadros clínicos como a hipocondria (ABREU,
2012). De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50%
dos usuários de medicamentos o fazem de forma incorreta (CONSELHO NACIONAL DE
SAÚDE, 2020). Esse levantamento também aponta que, mesmo nos casos em que há
prescrição médica, a maneira de administração, a dosagem e os cuidados no armazenamento
dos medicamentos também influenciam nas consequências fisiológicas causadas pelos
fármacos.
A realidade da automedicação evidenciada no Brasil também pode ser encontrada no
Estado do Ceará. Segundo dados do Conselho Regional de Farmácias do Ceará (CRFCE) de
março de 2021, existem cerca de 4.950 estabelecimentos credenciados, totalizando uma

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

farmácia para cada 1.787 cearenses, sendo 1.284 farmácias ativas apenas na cidade de
Fortaleza. Esse cenário se torna ainda mais caótico quando comparado com o ano de 2018,
onde o número era de 2.776 estabelecimentos cadastrados no Ceará e 818 farmácias em
Fortaleza. Havendo, assim, um acréscimo de estabelecimentos cadastrados no CRFCE em
mais de 70% e, na Capital, em mais de 40%, durante o período de três anos (SABOIA, 2021).
Analisando os dados fornecidos pelo DATASUS, no Estado do Ceará entre os anos de 2018 a
2022, os resultados revelaram um aumento significativo no número de casos de intoxicação
por automedicação ao longo dos anos, com uma média de 117 casos por ano. Baseado nos
dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), as
intoxicações por automedicação no Estado do Ceará afetaram predominantemente mulheres
(70,9%) e adultos jovens entre 20 e 39 anos (41,9%), seguido por adolescentes entre 15 e 19
anos (19,4%) e pela população entre 40 e 59 anos (17,7%), na maior parcela dos casos a
automedicação é influenciada por familiares, amigos e pelo próprio farmacêutico.
Um estudo realizado no Estado do Paraná, como o objetivo de identificar o perfil das
tentativas de suicídio por superdose de medicamentos entre 1997 e 2007, revelou que 79,1%
das ocorrências por suicídio eram do sexo feminino, com idade entre 20 a 35 anos
(BERNARDES, TURINI, MATSUO, 2010). Essa maior adesão de medicamentos pelo sexo
feminino, mesmo em situações adversas como em casos de suicídio, condiz com a realidade
cearense sobre a prevalência de mulheres com quadros de intoxicação medicamentosa por uso
indiscriminado. Além do mais, as dificuldades e os novos desafios encontrados na fase de
transição da adolescência para a vida adulta, com o nível de responsabilidade, as necessidades
de escolhas importantes, e a falta de realização ou consolidação com a vida profissional
podem ser indicadores para os dados obtidos nesse e em outros estudos relacionando a faixa
etária predominante (20 a 39) nos registros de intoxicação (RANGEL e FRANCELINO,
2018).
Dentre as classes de medicamentos mais utilizadas de maneira indiscriminada,
destacam-se os anti-inflamatórios não esteroidais, seguidos de beta-lactâmicos, analgésicos e
antiespasmódicos. Além disso, a facilidade de adquirir medicações sem prescrição médica se
torna uma impulsionadora dos maus hábitos da automedicação, por esse motivo os fármacos
podem ser encontrados com mais facilidade nos lares sem a necessidade de uma prescrição
(EDOVERGENS, 2018). Os sintomas mais frequentemente relatados foram náusea, vômito,
dor abdominal, tontura e sonolência. Em alguns casos, os pacientes apresentaram sintomas
mais graves, como alterações no ritmo cardíaco, convulsões e coma.

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

4 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo destacam a importância de alertar a população sobre


os riscos da automedicação, especialmente com medicamentos de venda livre. É essencial
que as pessoas entendam a importância de consultar um profissional de saúde antes de
tomar qualquer medicamento, mesmo que esteja disponível sem receita médica. Além
disso, é importante destacar a necessidade de uma maior fiscalização na negociação
de medicamentos, a fim de evitar a mercantilização indiscriminada e o uso
inadequado dos fármacos. As farmácias e drogarias devem estar conscientes da
importância de orientar seus clientes sobre o uso correto dos medicamentos, bem como
dos riscos associados à automedicação. Esses desafios podem ser amenizados
através da fiscalização do Estado sobre a atuação dos estabelecimentos que atuam
na venda de fármacos. Também é possível veicular campanhas por meios midiáticos
como canais televisivos, radio, redes sociais e também a utilização de palestras em
escolas e locais públicos, a fim de expor a necessidade das consultas médicas e os
malefícios da automedicação, não só para o indivíduo como também para a
população em geral como na seleção de superbactérias devido ao uso incorreto de
antibióticos. Em resumo, os dados indicam que a automedicação é um problema
significativo no Estado do Ceará, com um número crescente de casos de intoxicação ao
longo dos anos. Desse modo, é fundamental a instrução da população sobre os riscos de
intoxicação por automedicação, bem como a adoção de medidas para prevenção e controle
deste problema de saúde pública.

REFERÊNCIAS
ABREU, J.L.P. Elementos de Psicopatologia Explicativa. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2012. Acesso em: 13 abr. 2023

ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado. O Uso Irracional de Medicamentos e a Farmacovigilância


no Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, set-out, 2002. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/csp/a/fLrr98zz8p7DLpmKT7Vq3vy/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 12
mar. 2023.

BERNARDES, S. S.; TURINI, C. A.; MATSUO, T. Perfil das tentativas de suicídio por
sobredose intencional de medicamentos atendidas por um Centro de Controle de
Intoxicações do Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 7, p.
1366-1372, jul., 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v26n7/15.pdf. Acesso
em: 23 abr. 2023.

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Brasília, 18 fev. 2020. Disponível em:

DOI: 10.55811/jocec2023/19879
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https://www.cff.org.br/noticia.php?id=5658&titulo=A+desigualdade+no+consumo+de+medica
me ntos. Acesso em: 05 abr. 2023.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Consumo de medicamentos: um autocuidado


perigoso, Brasília, 2020. Disponível em:
http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/medicamentos.htm Acesso em: 05
abr. 2023.

DATA-SUS: Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil


(DATASUS). Disponível em: <https://datasus.saude.gov.br/> Acesso em: 20 mar. 2023.

EDOVERGENS, Emília Madalena Fernandes. A automedicação por parte da população


feminina em município paraibano. Universidade Federal de Campina Grande. 12 mar.
2018. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7853 Acesso em:
02 abr. 2023.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama do


Estado do Ceará. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/panorama. Acesso em: 15 mar. 2023

LIMA, Daniel Meira Nóbrega de; HOLANDA, Maurus Marques de Almeida.


INTOXICAÇÕES EXÓGENAS POR MEDICAMENTOS: UMA SÉRIE HISTÓRICA DE
10 ANOS. REVISTA INSPIRAR movimento & saúde, Volume 21 | Número 1
JAN/FEV/MAR | 2021. Disponível em: https://inspirar.com.br/revista/intoxicacoes-exogenas-
por-medicamentos-uma-serie-historica-de- 10-anos/ Acesso em: 12 mar.2023.

RANGEL, N. L.; FRANCELINO, E. V. Caracterização do Perfil das Intoxicações


Medicamentosas no Brasil, durante 2013 a 2016. Id on Line Revista Multidisciplinar de
Psicologia, v.12, n. 42, p. 121-135, 2018. Disponível em:
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SABOIA, J. S. Uma farmácia a cada esquina: um estudo sobre a pague menos e o crescimento
do varejo farmacêutico na cidade de fortaleza, Repositório Institucional Universidade
Federal do Ceará, Ceará, 2021. Disponível em:
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/58911. Acesso em: 11 de mai. 2023.

SOUZA R. C. O.; ANDRADE L. G. Automedicação: atuação do farmacêutico na prevenção a


intoxicação medicamentosa, Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e
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https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/2634. Acesso em: 11 mai. 2023

XAVIER M. S. et al. Automedicação e o risco à saúde: uma revisão de literatura, Brazilian


Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.1, p.225-240jan./feb.2021. Disponível em: https://
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DOI: 10.55811/jocec2023/19879
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

DOENÇA DE PARKINSON: ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E A TERAPIA


OCUPACIONAL

TÉRCIA MONTENEGRO HOLANDA; MARY LIDYENE DE SOUZA ALVES; CRISTINA


KELLY RODRIGUES DE SOUSA ALENCAR; ALIA ALMEIDA SANTOS; DAVID DE
ALENCAR CORREIA MAIA

INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional provoca o surgimento de doenças crônicas


degenerativas, como a Doença de Parkinson (DP). Esta doença apresenta uma tríade característica em
sua apresentação clínica: tremor, rigidez e bradicinesia. O tratamento da DP deve ser
individualizado, necessitando da atuação de uma equipe multidisciplinar, propostas pelo terapeuta
ocupacional. Tal abordagem visa amenizar os efeitos da patologia sobre a vida psicossocial e
funcional desses pacientes. Contudo, não existem, atualmente, terapêuticas capazes de reduzir ou
cessar o processo neurodegenerativo, nem de restaurar os neurônios já degradados. OBJETIVOS:
Descrever e analisar o manejo da terapia ocupacional para melhoria da qualidade de vida de pacientes
idosos com Doença de Parkinson, segundo os estudos de 2011 a 2022. METODOLOGIA: tratou-se
de um trabalho de revisão literária, no qual utilizou-se para a busca da pesquisa, artigos na plataforma
Google acadêmico, Scielo, LILACS e BIREME utilizando-se dos distratores idosos, doença de
Parkinson, terapia ocupacional. Os critérios de inclusão serão: artigos publicados entre 2012 e 2022
que tratem a respeito do tema a Doença de Parkinson; e os critérios de exclusão foram: artigos e
materiais que não abordam sobre a temática pesquisada, como também, ano inferior da publicação
mínima. O período de coleta foi de maio a março de 2023. RESULTADOS: Diversas estratégias
podem ser utilizadas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores da doença de
Parkinson, tais como: fisioterapia, fonoaudiologia, educação sobre a doença e apoio psicológico para
pacientes e cuidadores. O médico de família deve coordenar o tratamento na atenção primária e com
especialistas. Ele deve ser capaz de implementar a terapêutica do paciente de acordo com as diretrizes
do tratamento; programar consultas com especialistas a cada 6-12 meses para correção do tratamento e
reavaliação diagnóstica e, ainda, realizar tratamento adjuvante com terapia ocupacional, fisioterapia e
fonoterapia. CONCLUSÃO: Faz-se necessária uma maior investigação no que tange o tratamento da
Doença de Parkinson em idosos com uso da terapia ocupacional associada aos fármacos como
aliados como medidas de melhoria de qualidade de vida e redução da progressão das patologias.

Palavras-chave: Parkinson, Envelhecimento populacional, Terapia ocupacional, Tratamento,


Fisioterapia.

DOI: 10.55811/jocec2023/19914
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

PROJETO AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA PREVENTIVA EM CRIANÇAS E


ADOLESCENTES DO CAPSI DR. BOSCO SOBREIRA EM CANINDÉ-CE

NEI DE ALCÂNTARA ARAÚJO; ELANIA CRISTINA ARAÚJO VASCONCELOS; CLAUDIA


SANTOS DE ARAÚJO; ISLAYNE DE FÁTIMA COSTA RAMOS; ELIOMARA MONTEIRO DA
SILVA; FRANCISCA LARISSA RODRIGUES DE ALMEIDA; MARIA MÁJORY GOMES DE
ARAÚJO; THAYZ CAVALCANTE LUZ RABELO; FRANCISCA EVANIELE MATIAS VIEIRA;
CLARA TAELY GOMES SANTOS

INTRODUÇÃO: As condições de saúde bucal de crianças e adolescentes acompanhadas em nossa


unidade são preocupantes, em virtude do aumento do uso de medicação prescrita, que ocasiona
problemas bucais. A avaliação odontológica no CAPSi é um marco inicial de um amplo processo de
construção de estratégias para educação em saúde e também uma perspectiva de ampliação racional do
acesso a uma assistência em saúde integralizada, com linhas do cuidado da criança e do adolescente
com fluxos centrados na informação, atendimento e encaminhamento seguro a demais equipamentos
de rede que resultem em ações resolutas. OBJETIVOS: Avaliar a condição de saúde bucal de
crianças e adolescentes que são atendidas e acompanhadas pelo CAPS i - Dr. Bosco Sobreira de
Canindé, detectando as principais necessidades e encaminhando à rede de atenção básica odontológica
para tratamento. RELATO DE EXPERIÊNCIA: O Projeto Avaliação Odontológica Preventiva do
CAPSi acontece na última segunda feira do mês, no turno da noite com às crianças e adolescentes
acompanhadas na unidade, sendo agendadas mensalmente 30 avaliações odontológicas em parceria
com a Coordenação de Odontologia da Secretaria de Saúde, sendo realizado acolhimento, educação
em saúde sobre a prevenção de cáries, escovação eficaz, alimentação saudável, a fim de auxiliá-los nos
cuidados necessários a uma saúde bucal diante do uso de medicamentos contínuos. Após a avaliação, e
caso seja necessário é realizado encaminhamento para UBS e/ou CEO de referência, sendo sanadas
dúvidas em torno dos diagnósticos e a forma de como lidar com tais tratamentos em relação à saúde
bucal. DISCUSSÃO: Após dois anos da implantação do projeto, onde em 2021 houve em média 420
avaliações e em 2022 cerca de 360, se observou evidências de uma melhoria na qualidade do cuidado
com saúde bucal das crianças e adolescentes da unidade, enfatizando assim a importância de uma
assistência em saúde integralizada. CONCLUSÃO: O projeto tem tido um forte impacto social não só
por enfatizar a necessidade da permanência do cuidado com a saúde integral de usuários, mas também
por através da educação em saúde e avaliação bucal na própria unidade, interligar a rede na
identificação, prevenção, proteção e recuperação da saúde.

Palavras-chave: Saúde bucal, Avaliação, Cuidado, Prevenção, Saúde.

DOI: 10.55811/jocec2023/19917
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

A INCIDÊNCIA DA DEGENERAÇÃO DOS DISCOS INTERVERTEBRAIS EM


PRATICANTES DE MODALIDADES ESPORTIVAS: REVISÃO DE LITERATURA

IGOR MAPURUNGA PINHEIRO; EMILLY BARROS DE QUEIROZ; RAYLLANE LIMA DA


COSTA; JOANA CATARINA CHAVES FREIRE; RAYANNE RODRIGUES GADELHA; MARIA
JOSÉLIA DA CUNHA FERREIRA; JOSÉ DAVI ALBUQUERQUE PINHEIRO; ANA LÍVIA LIMA
ALVES; HELBER FABRÍCIO MAIA REIS; JOSÉ OSSIAN ALMEIDA SOUZA FILHO

INTRODUÇÃO: A degeneração dos discos intervertebrais ocorre quando essas estruturas começam a
sofrer desgaste progressivo. Esse processo pode ser acelerado pela prática regular de exercícios
físicos, se realizados de forma excessiva ou inadequada. Dentre as lesões, a degeneração dos discos
intervertebrais é uma das mais comuns, especialmente entre praticantes de modalidades esportivas de
alto impacto. OBJETIVOS: Compreender como ocorrem lesões em discos intervertebrais em
praticantes de modalidades esportivas. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão narrativa de
literatura por meio de buscas nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), Google Scholar e Scientific Electronic Library Online (SciELO), com recorte de
tempo dos últimos 10 anos. A partir de pesquisa no site Descritores em Ciências da Saúde, foram
escolhidos os descritores “Traumatismos em Atletas” e “Dor Lombar”. Em seguida, realizou-se o
ajuste do material aos objetivos do estudo. Para isso, foram utilizados os seguintes critérios de
inclusão: ser artigo científico gratuito e disponível na íntegra; e tratar sobre lesões na coluna com foco
na degeneração de discos intervertebrais. Dos dez artigos selecionados a princípio, foram excluídos
artigos pagos que não contemplassem o objetivo proposto ou que o foco não estivesse condizente com
os critérios de inclusão e foram incluídos cinco artigos que se adequavam aos objetivos idealizados.
RESULTADOS: Vários estudos têm investigado a prevalência de lesões na região lombar em
praticantes de atividades físicas. Relatou-se que aproximadamente 30% dos indivíduos que praticam
atividades de alto impacto desenvolvem algum tipo de lesão na lombar ao longo de suas vidas. Além
disso, observou-se que as lesões na lombar são mais comuns em praticantes de esportes de contato,
como futebol, rugby e artes marciais, tendo como principais fatores de risco a má postura e
biomecânica inadequada, fraqueza muscular, flexibilidade inadequada e sobrecarga progressiva.
CONCLUSÃO: Dessa forma, diante da relevância relacionada a degeneração dos discos
intervertebrais em praticantes de modalidades esportivas, faz-se crucial o conhecimento prévio sobre o
potencial risco de lesões associadas a essas atividades físicas em prol da prevenção e tratamento de
atletas e treinadores esportivos.

Palavras-chave: Capacidade funcional lombar, Degeneração de discos intervertebrais em atletas,


Lesões da coluna lombar, Lombalgia, Hérnia de disco.

DOI: 10.55811/jocec2023/19919
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

MIELOPATIA DEGENERATIVA CERVICAL ASSOCIADA AO ENVELHECIMENTO


POPULACIONAL

CAMILA GRANGEIRO DE CASTRO CAVALCANTE MORAIS; HELBER FABRICIO MAIA


REIS; JOSE OSSIAN ALMEIDA SOUZA FILHO; FELLIPE TIAGO DANTAS LINHARES;
HENRIQUE ANDERSON CIRILO LIMA; JOANA DARC LIMA FERREIRA DE FREITAS LIMA;
LETICIA DE LIMA PALACIO; LIVIA CAMERINO LIMA; MARILIA SOARES GUILHON
LOBO; MELINA ALMEIDA PINTO WANDERLEY

INTRODUÇÃO: A mielopatia degenerativa cervical (CMD) é a principal causa de disfunção medular


em adultos no mundo. Trata-se de uma condição crônica, não traumática, progressiva e degenerativa,
relacionada com hipertrofia e/ou calcificação dos ligamentos, discos intervertebrais e tecidos ósseos.
OBJETIVOS: Apresentar as características da mielopatia degenerativa cervical, a qual está associada
ao envelhecimento populacional. METODOLOGIA: O estudo bibliográfico foi realizado por meio de
pesquisa em artigos científicos indexados no SciELO, LILACS e PubMed, utilizando os seguintes
descritores: doenças degenerativa, coluna vertebral, compressão da medula espinhal, mielopatia
cervical. Os critérios de inclusão foram: artigos de 2011 a 2023, em inglês e português, completos e
gratuitos, do tipo revisão de literatura, estudos qualitativos, pesquisas analíticas, sínteses descritivas,
estudos quali-quantitativos e estudos transversais. Foram excluídos anais em congresso, cartas ao
eleitor, estudos de casos clínicos, teses de dissertação de mestrado e doutorado e artigos científicos
incompletos. Na busca foram encontrados 53 artigos e, após leitura exploratória de todo o material,
foram selecionados 6 trabalhos que se adequavam ao tema proposto. RESULTADOS: A mielopatia
degenerativa cervical origina-se em decorrência do avanço da idade, que leva à redução na altura
discal e alterações na distribuição de cargas na coluna cervical. Tal condição decorre de patogênese
espondilótica, que, clinicamente, tem repercussão em síndromes neurológicas e dores. Ademais, a
instabilidade da coluna, causada pela desestabilização das articulações intervertebrais e facetárias que
ocorrem durante o processo degenerativo, resulta na compressão da medula espinhal. O diagnóstico e
o tratamento rápidos da CMD são necessários para evitar a incapacidade permanente. CONCLUSÃO:
Portanto, conclui-se que a mielopatia degenerativa cervical é um fator de risco crescente na população,
devido o avanço da faixa etária, o qual provoca uma aceleração no processo degenerativo da coluna
cervical.

Palavras-chave: Coluna vertebral;, Mielopatia cervical;, Doença degenerativa;, Compressão


medular;, Doença da medula espinhal.

DOI: 10.55811/jocec2023/19920
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

HÉRNIA DE DISCO: TRATAMENTO CONSERVADOR X CIRÚRGICO

MARCELA BARRETO ARAUJO CAETANO; ANTÔNIO NAZARENO DA GRAÇA


ALBUQUERQUE; CAROLINE DA SILVA MESQUITA; FRANCISCO ÉDSON MORORÓ FILHO;
GIULIA DE MEDEIROS SERAFIM; MILTON BEZERRA PINHEIRO NETO; PAULA DE
OLIVEIRA GOMES; RAUL BATISTA DO NASCIMENTO; JOSÉ OSSIAN ALMEIDA SOUZA
FILHO; HELBER FABRÍCIO MAIA REIS

INTRODUÇÃO: A hérnia de disco é o acometimento mais comum dentre as alterações degenerativas


dos discos da coluna lombar, sendo uma condição frequente, uma vez que acomete entre 13% a 40%
das pessoas ao longo da vida. Consiste em um deslocamento do núcleo pulposo para fora dos seus
limites intervertebrais. OBJETIVOS: apresentar a diferença entre o tratamento conservador e
cirúrgico nos casos de hérnias de disco. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de revisão de
literatura, realizada em abril e maio de 2023. As bases de dados usadas foram: Scielo, Pubmed e
Lilacs. Os descritivos utilizados foram: hérnia de disco, tratamento conservador, tratamento cirúrgico,
coluna lombar. Como critérios de inclusão: estudos e dados estatísticos precisos, em 2021, para a
formação de artigos científicos, os quais foram validados por órgãos de autoridade no segmento da
ortopedia, tais como o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Nos critérios de
exclusão: artigos escritos em periódicos com outras temáticas. RESULTADOS: O mecanismo
fisiopatológico da doença discal cervical é iniciado na terceira década de vida. Ocorre redução da
vascularização do disco, somado ao aumento da esclerose das placas terminais, provocando o desgaste
discal e reduzindo a produção de proteoglicanos. O tratamento cirúrgico é mais adequado em casos de
falha no tratamento conservador ou em casos de compressão mielorradicular, tendo como sintomas dor
intensa, déficit neurológico importante ou compressivo. De toda forma, a avaliação do sucesso do
tratamento na hérnia de disco lombar, seja ele conservador ou tradicional, é heterogênea, dado à
variedade de métodos aplicados, incluindo escalas de dor e questionários sobre qualidade de vida e
grau de inabilidade. CONCLUSÃO: no método conservador, existe um alto índice de
desenvolvimento dos pacientes tratados. A maioria dos pacientes optam pelo método cirúrgico devido
celeridade no processo de reabilitação a curto e médio prazo, diferentemente do método conservador.

Palavras-chave: Hérnia de disco, Tratamento conservador, Tratamento cirúrgico, Coluna, Lombar.

DOI: 10.55811/jocec2023/19921
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

IMPACTO DA EXPOSIÇÃO À LUZ E PUBERDADE PRECOCE

MARILIA NEUZA GOMES ROSA CORDEIRO; GIULIA MEDEIROS SERAFIM; ANA LIVIA
LIMA ALVES; SABRINA ESTEFANY SETUBAL DA SILVA; JULIERMES COSTA DE
OLIVEIRA; ANA LETÍCIA DA SILVA LOUREIRO; CAROLINE DA SILVA MESQUITA;
DAVID DE ALENCAR CORREIA MAIA; HELINE HELLEN TEIXEIRA MOREIRA

INTRODUÇÃO: A exposição à luz artificial durante a noite pode perturbar o ritmo circadiano natural
do corpo, levando a alterações na liberação de hormônios como a melatonina. O que pode acarretar em
efeitos negativos no desenvolvimento reprodutivo, incluindo o início da puberdade precoce que nos
tempos atuais está cada vez mais cedo, sobretudo pelo uso excessivo de telas. A melatonina é um
hormônio produzido pela glândula pineal localizada no centro do encéfalo que regula o ciclo sono-
vigília. Na criança, os níveis séricos de melatonina atingem maior concentração na fase pré-púbere,
diminuindo progressivamente até o final da puberdade. Após este período, seus níveis sofrem
variações de acordo com ciclo menstrual até a perimenopausa, elevando-me ligeiramente seguindo de
queda na senectude. No período noturno, pela redução da luminosidade, os níveis de melatonina
aumentam, promovendo o sono e inibindo a secreção hipotalâmica de GnRh, possuindo ação
antigonadotrófica, subsequenquemente inibição a secreção hipofisária de FHS e LH. Outro local de
ação da melatonina seria na adenohipófise, nas células produtoras de prolactina, cuja ação também tem
efeito inibitório no FSH e LH. No entanto, a exposição à luz artificial durante a noite pode
interromper esse padrão natural, suprimindo a produção de melatonina e podendo levar a puberdade
precoce. METODOLOGIA: A pesquisa consistiu em um trabalho de revisão sistemática,
relacionando a exposição à luz à noite com um aumento no risco da puberdade precoce,
principalmente em mulheres. RESULTADOS: Observou-se que meninas que dormiam na presença de
luz tinham maior propensão a menarca precoce. Viu-se que a exposição à luz à noite estava associada
a níveis mais baixos de melatonina e o início precoce do desenvolvimento das mamas em meninas. Na
saúde reprodutiva de adultos estudos demonstraram que trabalhadoras noturnas, tem maior risco de
desenvolver problemas de fertilidade, aborto espontâneo e parto prematuro, bem como foi observado
que mulheres que trabalham durante o período noturno tem maior chance de desenvolver câncer de
mama. CONCLUSÃO: O impacto da exposição à luz na puberdade tem importantes implicações na
saúde pública. Estratégias para reduzir a exposição à luz à noite, podem ajudar a promover um
desenvolvimento reprodutivo saudável.

Palavras-chave: Puberdade, Luz, Reprodução, Melatonina, Precoce.

DOI: 10.55811/jocec2023/19925
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ANSIEDADE E ESTRESSE COMO GATILHOS PARA O USO DE SUBSTÂNCIAS


PSICOATIVAS ENTRE OS ESTUDANTES DE MEDICINA

BEATRIZ GOMES PINTO; VICTOR HUGO SOUSA DE MELO; FRANCISCO JANDERSON


SOUSA SEVERO; VINICIUS MESQUITA FONSECA; LILIANE SOARES GOMES; ALEX LIMA
NORONHA

INTRODUÇÃO: O estresse e a ansiedade que permeiam a vida acadêmica dos estudantes de


medicina advém de diversos cofatores, a saber a carga horária prolongada do curso, a complexidade
das matérias vivenciadas, as competições internas, incentivam. OBJETIVOS: Analisar dados que
indicam o uso de psicotrópicos em discentes de medicina com a finalidade de diminuir os índices de
estresse e sugerir ações para a diminuição do estresse acadêmico. METODOLOGIA: Se trata de uma
revisão de literatura, com artigos científicos encontrados no Scielo e no Lilacs, junto da coleta de
dados com o Núcleo de Apoio e Atendimento Psicopedagógico (NAAP) da instituição local e ocorreu
no mês de maio de 2023. Os descritores foram: ansiedade, estresse, estudantes de medicina,
psicoativos, substâncias lícitas e substâncias ilícitas. Os critérios de inclusão utilizaram artigos
publicados nos últimos 15 anos em português e inglês, completos e gratuitos, dos tipos revisional,
pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa. Os critérios de exclusão levaram em conta artigos
publicados com mais de 15 anos, incompletos, anais de congresso e teses de dissertação de mestrado e
doutorado. Excepcionalmente o trabalho de Pacheco de 2004 foi considerado dada a sua relevância
para o tema. Foram encontrados 166 arquivos, dos quais somente 5 foram incluídos na amostra.
RESULTADOS: A revisão de literatura e a coleta de dados constatou que o uso de substâncias lícitas,
ilícitas e medicamentos são utilizados entre estudantes de medicina como forma de diminuir o estresse
e a ansiedade, bem como melhorar o foco, a atenção e o rendimento acadêmico. Sugeriu-se ações para
a redução de estresse, como a técnica Mindfullness. CONCLUSÃO: Destarte, o uso de psicoativos é
uma realidade muito visível na graduação de medicina, haja vista os fatores estressantes que permeiam
a vida do estudante, sendo necessário identificar mais ações que promovam uma mitigação da
ansiedade e estresse, como a criação de atividades esportivas, sociais e relaxamento como alívios das
tensões cotidianas.

Palavras-chave: Ansiedade, Estresse, Estudantes de medicina, Substâncias lícitas, Substâncias


ilícitas.

DOI: 10.55811/jocec2023/19929
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: CONTEXTO FAMILIAR E DESAFIOS PARA


INCLUSÃO SOCIAL

FRANCISCO ROBSON ROCHA PASSOS; ANA LIZ GOMES DE MOURA; RAISSA FERREIRA
GOMES DE VASCONCELOS; ALIA ALMEIDA SANTOS; DAVID DE ALENCAR CORREIA
MAIA; LUIZ GABRIEL RIBEIRO DE ASSIS

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que gera dificuldade de
interação social e comunicação dos indivíduos, fazendo parte dos transtornos globais de
desenvolvimento. Levando em conta a incidência crescente, é notório que existem desafios
significativos para a inclusão familiar e social de pessoas com TEA. OBJETIVOS: Avaliar as
evidências científicas sobre TEA no contexto social e familiar, com enfoque em identificar as
dificuldades enfrentadas na inclusão do indivíduo com TEA, destacando os principais tópicos
descritos na literatura acerca da temática. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
exploratória e descritiva, do tipo revisão sistemática da literatura realizada entre fevereiro e maio de
2023, utilizando pesquisas nas bases de dados eletrônicas Lilacs, SciELO e Google Acadêmico, como
critério para delimitar a busca, foram selecionados artigos a partir dos descritores: “autismo”,
“inclusão” e “contexto familiar”. Cerca de 34 artigos foram encontrados e destes 7 foram
selecionados. RESULTADOS: O diagnóstico de TEA muitas vezes é tardio devido ao pouco
conhecimento dos profissionais de saúde. Ampliar o conhecimento sobre a temática é fundamental
para fomentar o acolhimento por parte da família, uma vez que a comunicação do diagnóstico pode
produzir impacto negativo nos pais, prejudicando a dinâmica familiar e o desenvolvimento das pessoas
com TEA. Tal impacto pode ser amenizado ou evitado através de suporte, orientação e técnicas de
comunicação. Sob o aspecto social extrafamiliar, a literatura mostra que a pessoa com TEA enfrenta
vários obstáculos para a inclusão, entre eles restrições de acesso à educação e ao mercado de trabalho,
bem como a persistência da negação de recursos, direitos e entraves relacionados à qualidade de
atendimento nos serviços de saúde. CONCLUSÃO: Os artigos estudados apontam que a inclusão
social e familiar impacta positivamente no desenvolvimento das pessoas com TEA. No entanto, ainda
existem muitos obstáculos a serem superados. Para tal, faz-se necessário mais estudos sobre a
temática, sendo fundamental que haja avanços em políticas públicas sociais, além de ampla
qualificação das equipes de saúde para melhor acompanhamento dos pacientes e suas famílias.

Palavras-chave: Transtorno do espectro autista, Relações familiares, Inclusão social, Inclusão no


trabalho, Inclusão escolar.

DOI: 10.55811/jocec2023/19930
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

PARALISIA OBSTÉTRICA DO PLEXO BRAQUIAL

ANNA SARAH CRISTINA MATOS GOMES; JOÃO DAVI VIEIRA DE CARVALHO; LUIZ
PEDRO RODRIGUES MACHADO LEITE; ITALO GOMES FONTES; FRANCISCO JANDERSON
SOUSA SEVERO; VINICIUS MESQUITA FONSECA; ALEX DE LIMA NORONHA; VICTOR
HUGO SOUSA DE MELO

INTRODUÇÃO: A paralisia obstétrica do plexo braquial (POPB) é uma complicação rara e grave
que ocorre no momento do parto, seja obstétrico ou cesariano, em decorrência de uma lesão por
estiramento dos troncos nervosos do plexo. Esse dano causa a limitação da amplitude de movimentos
dos membros superiores e afeta a qualidade de vida das crianças acometidas. OBJETIVOS:
Apresentar as principais características da paralisia obstétrica do plexo braquial. METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, realizada no Google acadêmico, Scielo e Lilacs,
tendo como descritores: plexo braquial e paralisia obstétrica. Os critérios de inclusão foram artigos
que tratam da temática em português, e o de exclusão foi a ausência de pertinência ao tema. Ademais,
cabe informar que a coleta de dados ocorreu de abril a maio de 2023. RESULTADOS: A literatura
busca compreender as consequências físicas e motoras decorrentes de lesões nas raízes de C5 a TI,
afetando frequentemente o tronco superior, que acarreta em paralisia de Herb ou, em casos mais raros
de lesão total do plexo, envolve a paralisia de Klumpke. O diagnóstico é realizado logo após o
nascimento, por meio do exame de eletroneuromiografia, como a incapacidade de levantar o braço e o
ombro afetados e a dificuldade ou incapacidade de dobrar o cotovelo lesionado, fornecendo
informações para decomposição da POPB em ações isoladas, diante das limitações técnicas de cada
profissional, visando um atendimento integral ao paciente. Avaliações como a Escala da Motricidade
Ativa de Toronto, a Escala Mallet Modificada e o Teste do Biscoito são importantes para análise da
recuperação dos movimentos do paciente. Por fim, o tratamento é fisioterápico ou cirúrgico, não
havendo um processo medicamentoso. CONCLUSÃO: Verificou-se a importância de ter devido
conhecimento anatômico sobre plexo braquial para reduzir os riscos de perda de mobilidade entre
crianças com POPB. Ademais, é necessário ter um acompanhamento multisetorial para o tratamento
dos diferentes tipos de lesões, buscando uma maior eficácia na redução dos prejuízos funcionais nas
crianças com POPB, sendo possível, assim, a melhora da qualidade de vida das crianças afetadas.

Palavras-chave: Paralisia, Obstetrica, Plexo, Lesão de nervo, Movimento.

DOI: 10.55811/jocec2023/19932
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ESCABIOSE: COMO DIAGNOSTICAR

MARIA ANDRESSA DE ARAÚJO COSTA1; CRISTINA KELLY RODRIGUES DE


SOUSA ALENCAR1; ANTONIO JOSÉ DE JESUS EVANGELISTA2
1
Estudante da Faculdade de medicina Estácio Canindé
2
Docente da Faculdade de medicina Estácio Canindé

RESUMO

Esse trabalho discutirá sobre o diagnóstico de escabiose, um tipo de parasitose humana


conhecida também popularmente como sarna, que é uma doença causada por um ácaro
Sarcoptes scabiei variedade hominis. A contaminação e sua proliferação são de pessoa para
pessoa, contato direto, com roupas, e peças contaminadas. Tal contato tem que ser por muito
tempo para que haja a contaminação. Objetivo: Descrever e analisar características da
escabiose que levem a um diagnóstico diferencial, além de se discutir o tratamento e a
prevenção da mesma. Metodologia: Esse estudo trata-se de um trabalho de revisão literária, no
qual utilizou-se para a busca da pesquisa, artigos na plataforma Google acadêmico, Pubmed e
Scielo e suas palavras-chaves escabiose (sarna). E, os tipos de trabalhos utilizados foram artigos
científicos de revisão, a partir do ano de 2012 à 2022. Os critérios de inclusão forão: artigos
com abordagem sobre o diagnóstico da escabiose; e os critérios de exclusão foram: artigos e
materiais que não abordam sobre a doença escabiose. Ainda, buscou-se trabalhos publicados
em línguas portuguesa e inglesa. Conclusão: Esta doença é comum onde há aglomeração de
pessoas, como presídio, exército, asilos, orfanatos, desse modo a atenção com a higienização
tanto do local, como com a higiene pessoal, deve ser cada dia mais evidenciada, destacando a
importância da atuação da enfermagem na orientação quanto à profilaxia, diagnóstico e
tratamento

Palavras-chave: Escabiose; sarna; dermatose; parasita; diagnóstico

1 INTRODUÇÃO

A escabiose ou também chamada popularmente de sarna é uma dermatose altamente


infecciosa causada por um ectoparasita nomeado de Sarcoptes scabiei var hominis no
hospedeiro humano, no qual a fêmea irá formar túneis na epiderme humana para depositar seus
ovos, fezes e outras secreções. Com isso, irá ser perceptível algumas manifestações clínicas
como o prurido, principalmente à noite, horário em que a movimentação dos parasitas na

DOI: 10.55811/jocec2023/19934
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

epiderme é maior, vermelhidão, formação de pápulas e pele mais espessa em certas regiões,
como axilas, joelhos e virilha nos adultos (DEMARQUE, et al., 2019).
Segundo Santiago (2017) o contágio é imediato tanto em criança como em adulto
independente da faixa etária, possíveis, mas improváveis, espalhada por poluentes. Os
principais sintomas da sarna é coceira, geralmente piora a noite. Além disso, a ocorrência de
casos semelhantes em indivíduos que compartilham a mesma residência é considerada uma
forte indicação e causa do contágio pela doença, isso leva ao tratamento de todos os residentes
da mesma casa mesmo que em apenas um indivíduo a sarna seja perceptível e tenha sido
diagnosticada, evitando o contágio para terceiros e aumentando a eficácia do tratamento.
Thomas et al., (2020) enfatiza que a doença se espalha principalmente pelo contato entre
humanos, mas apenas a fêmea penetra na cutícula e se enterra para colocar seus ovos. Os ovos
levam de 2 a 3 dias para eclodir e até 10 dias para amadurecer e reiniciar o ciclo de
acasalamento.
A escabiose deve ser observada e constatada por um diagnóstico diferencial por ter
algumas doenças com sintomas bastante semelhantes a sarna, tais como: a dermatite atópica, o
prurigo, as picadas de insetos e a farmacodermia. Assim, a história epidemiológica e as
características das lesões deverão ser analisadas cautelosamente com o fim de se alcançar o
pleno diagnóstico clínico (THOMAS, et al., 2020). Diante do exposto, o objetivo deste estudo
é descrever e analisar características da escabiose que levem a um diagnóstico diferencial, além
de se discutir o tratamento e a prevenção da mesma.

2 METODOLOGIA

Esse estudo trata-se de um trabalho de revisão literária, no qual utilizou-se para a busca
da pesquisa, artigos na plataforma Google acadêmico, Pubmed e Scielo e suas palavras-chaves
escabiose (sarna). E, os tipos de trabalhos utilizados foram artigos científicos de revisão, a partir
do ano de 2012 à 2022. Os critérios de inclusão forão: artigos com abordagem sobre o
diagnóstico da escabiose; e os critérios de exclusão foram: artigos e materiais que não abordam
sobre a doença escabiose. Ainda, buscou-se trabalhos publicados em línguas portuguesa e
inglesa.

3 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ESCABIOSE

A escabiose se apresenta principalmente por meio de lesões dermáticas, ou seja, lesões

DOI: 10.55811/jocec2023/19934
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

que afetam a pele principalmente o prurido de forma muito intensa, além da formação de
pápulas em regiões que podem ser específicas.
O prurido pode preceder as lesões e costuma ser mais acentuado à noite e após banhos
quentes. As lesões são caracterizadas por pápulas eritematosas crostosas e esfoliadas,
principalmente, nas regiões flexoras, periumbilicais, interdigitais e do punho, mas podem
envolver todo o corpo. As lesões típicas são "túneis de sarna" formados por lesões lineares
milimétricas com uma pequena pápula vesicular brilhante em uma extremidade onde reside o
patógeno feminino. Podem aparecer lesões nodulares intensamente pruriginosas,
principalmente nos órgãos genitais masculinos, denominadas escabiose nodular (considerada
uma condição reativa em que as lesões são desprovidas de parasitas). Já a sarna crostosa (ou
sarna norueguesa) é uma condição generalizada, caracterizada por crostas e lesões queratóticas
que consistem em até milhares de parasitas na superfície da pele. Geralmente, esta condição
está associada à imunossupressão ( p.ex, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana,
pacientes que fazem tratamento prologado por corticosteroides, neoplasias hematológicas, etc.)
(BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015).
O diagnóstico de escabiose pode mimetizar o de algumas outras alterações na pele
como a dermatite atópica, prurido simples, farmacodermia e ainda a reação do organismo à uma
picada de inseto. Diante disso, vale destacar o diagnóstico diferencial da escabiose em
comparação às outras dermatites. Na dermatite atópica, por exemplo, durante a avaliação clínica
executada pelo profissional da saúde é perceptível sinais no paciente como prurido intenso,
escamação, eczemas, ou seja, lesões cutâneas em várias regiões. os sinais apresentados são
semelhantes aos característicos da escabiose, porém focos faciais não são característicos de
sarna isso torna a diferenciação das duas doenças mais facilitada. Entretanto, para avaliação
mais precisa, a visualização dos eczemas através de um dermatoscópio não é descartada, já que
pode identificar mais precisamente a doença que está afetando o organismo.
Em alguns casos, para o diagnóstico, pode ser realizado o raspado cutâneo das lesões
para análise em microscopia óptica: podemos encontrar parasitas, ovos e dejetos fecais. Já a
biópsia deve ser reservada para dúvida diagnóstica, pois a análise histopatológica só é
confirmadora quando se visualiza o ácaro, e nem todas as lesões cutâneas têm o parasita
presente. Salienta-se que os exames de rotina devem ser reservados apenas para os quadros de
sarna crostosa, para a qual é necessário investigar imunodeficiência (LUPI; BELO; CUNHA,
2012).
Devido a sua fácil forma de contágio a prevenção da escabiose deve considerar fatores

DOI: 10.55811/jocec2023/19934
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

muito importantes como, o uso compartilhado de roupas pessoais, aglomerações principalmente


em lugares muito apertados em que o contato humano se dá de forma mais intensificada,
podendo ser propício ao contágio não só de escabiose mas também de outras doenças, roupas
de cama ou toalhas que podem ser emprestadas e usadas por várias pessoas, contato íntimo com
pessoas que não são próximas ou não se sabe da rotina higiênica pessoal da pessoa em questão,
entre vários outros. A prevenção é algo que deve ser bastante considerada, pois mesmo que em
algumas pessoas a escabiose é uma doença que se apresenta de forma bastante característica,
ou seja, com sintomas evidentes, em algumas pessoas pode se apresentar de forma menos
evidente sendo fácil de ser confundida com algum outro tipo de doença mais comum, isso leva
a um inadequado diagnóstico e posteriormente inadequado tratamento. (GUSSO; LOPES,
2019).
O tratamento deve começar com antiescabióticos. Os contatos que vivem na mesma
casa também devem ser tratados, mesmo que assintomáticos, devido à possibilidade de se
tornarem portadores assintomáticos. Para o controle de uma propagação no ambiente familiar,
orienta-se algumas medidas tais como: mudança de roupa de cama e roupões usados no dia do
tratamento e nos dias anteriores; estender as roupas e expô-las ao sol quente, complementado
por um ferro de passar, para destruir o parasita; atender os familiares no mesmo dia do paciente
sintomático; manter as unhas curtas, pois o prurido intensa leva o paciente a coçar a área
afetada, assim na porção subunguel pode-se acumular parasitas e ser um veículo para
contaminação de pessoas próximas, além de que as unhas maiores podem lesionar ainda mais
a pele durante o ato de coçar; orientar a probabilidade de persistência prurido por alguns dias
(GUSSO; LOPES, 2019). Além disso, o tratamento para sarna ainda pode ser evidenciado
através de loções com aplicação sobre a pele do corpo todo conferindo as áreas com e sem
lesões, obtendo uma maior área de contato do medicamentos, essa forma de aplicação é repetida
após uma semana da primeira série medicamentosa para atingir os parasitas que possam estarem
deixando ovos na região, ainda são prescritos medicamentos para alívio do prurido, pois é
intenso e chega a incomodar muito o paciente, porém não serão medicamentos que podem
causar a cura da escabiose e sim apenas aliviar a coceira no local. Em casos bem intensos a
forma de aplicação local do medicamento pode ser associada a via oral para maior
resolutividade do tratamento e diminuir resistência do organismo ao tratamento.

4 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos neste estudo, observou-se que a identificação


precoce da escabiose previne os casos mais graves da doença assim como sua proliferação em

DOI: 10.55811/jocec2023/19934
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

âmbito familiar. Além disso, o tratamento farmacológico aliado com as medidas de prevenção
da propagação da doença ajudam tanto na cura quanto na minimização dos efeitos da doença,
como, também, no controle da transmissão.

REFERÊNCIAS

BOLOGNIA, J. L.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. 3a ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2015.

GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. Tratado de medicina de família e comunidade. 2a ed. Porto


Alegre: Artmed, 2019.

LUPI, O.; BELO, J.; CUNHA, P. Rotinas de diagnóstico e tratamento da SBD. 2a ed. AP
Farmacêutica, 2012.

THOMAS. C.; COATES, S. J.; ENGELMAN, D. et al. Ectoparasites: scabies. J Am Acad


Dermatol, 2020.

RODRIGUES, G. M. et al. "Atuação da enfermagem na profilaxia da contaminação por


escabiose." Revista Liberum accessum 1.1 8-12, 2020.

SANTIAGO, F.; JANUÁRIO, G. . "Escabiose: revisão e foco na realidade portuguesa."


Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology 75.2 129-137, 2017.

DOI: 10.55811/jocec2023/19934
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

USO DE METILFENIDATO E DIMESILATO DE LISDEXANFETAMINA ENTRE ALUNOS


DE MEDICINA

LETICIA DE LIMA PALÁCIO; ANTÔNIO NAZARENO DA GRAÇA ALBUQUERQUE; EMILLY


BARROS DE QUEIROZ; ÍTALO GOMES FONTES; JOÃO DAVI VIEIRA DE CARVALHO; JOSÉ
DAVI ALBUQUERQUE PINHEIRO; PAULA DE OLIVEIRA GOMES; RAUL BATISTA DO
NASCIMENTO; HELINE HELLEN TEIXEIRA MOREIRA

INTRODUÇÃO: O cloridrato de metilfenidato (MTF) é uma substância neuroestimulante, utilizada


não só como tratamento de TDAH e de transtorno depressivo, mas também como aprimorador
cognitivo, proporcionando um maior grau de concentração aos usuários, além de redução da
hiperatividade e ansiedade. Dessa forma, alunos do curso de medicina, que sofrem de pressões de
origem multifatorial, elevados níveis de estresse, redução do sono, entre outros, utilizam esses
medicamentos, na maioria das vezes, sem o devido acompanhamento profissional, a fim de melhorar o
rendimento acadêmico e intelectual. Com isso, podem ocorrer vários malefícios para esses usuários,
pois a dosagem incorreta pode levar a associação com outras drogas, como cocaína, álcool, entre
outras. Há inúmeros efeitos colaterais derivados do uso indiscriminado de tais medicamentos, a curto e
a longo prazo. OBJETIVOS: Analisar trabalhos que abordem o uso de MTF por estudantes de
medicina, visando congregar os trabalhos mais recentes. METODOLOGIA: Revisão de literatura
baseada em bases de dados PubMed, Scielo e Lilacs do período dos últimos 5 anos, resultando em 17
estudos analisados descritivamente. RESULTADOS: Dentre os resultados observados na revisão
bibliográfica, constatou-se, no primeiro estudo, um maior consumo entre mulheres, principalmente
para melhorar o desempenho cognitivo. O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
(TDAH) foi o principal diagnóstico associado ao uso do medicamento. Já no segundo estudo,
observou-se um maior consumo entre homens, com o uso da Ritalina principalmente para melhorar a
concentração e o rendimento acadêmico. Efeitos colaterais foram relatados por uma porcentagem
significativa dos usuários. Além disso, outros estudos indicaram que o álcool é a substância psicoativa
mais consumida pelos estudantes de medicina, seguido por analgésicos e tabaco. CONCLUSÃO: O
metilfenidato é usado no tratamento do TDAH, requerendo consideração dos efeitos colaterais e
riscos. A decisão de iniciar o tratamento deve ser individualizada, com supervisão profissional.
Estudantes de medicina apresentam alto consumo inadequado de metilfenidato, variavelmente entre os
sexos e também fazem uso frequente de álcool. O uso indiscriminado pode levar a dependência,
efeitos colaterais graves, risco de overdose e prejuízos acadêmicos e profissionais.

Palavras-chave: Neuroestimulantes, Tdah, Ansiedade, Estudantes de medicina, Abuso.

DOI: 10.55811/jocec2023/19935
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO LUDERE RISUS NA PEDIATRIA


HOSPITALAR

ANA KAROLINE MENDES SALES; ANDREW TAVARES BOTELHO; BRENNA MONISE


CLEMENTE ALMEIDA; DENIS PONTES COELHO; FRANCISCO RÉGIS DA SILVA; KISSA
GABRIELLY DA COSTA LIMA; MARCELA RIBEIRO DE OLIVEIRA ALMEIDA

INTRODUÇÃO: Em 1986, em Nova York, Michael Christensen, cofundador e diretor da


organização norte-americana Big Apple Circus, foi pioneiro na experiência de introdução da
“dinâmica do riso” no hospital. Inspirados por essa metodologia, surgiu o interesse em transformar o
ambiente hospitalar do Hospital São Francisco de Canindé, envolvendo os alunos na valiosa tarefa de
construir uma relação médico-paciente mais humanizada através do riso, da alegria e da arte, a qual
vem sendo concretizado a partir da criação do projeto de extensão “Ludere Risos”, termo que possui
suas raízes no latim e significa “brincar de rir”. OBJETIVO: Relatar a experiência do primeiro ano
de realização do Projeto de Extensão Acadêmico “Ludere Risus” e seus possíveis benefícios para os
participantes do projeto. RELATO DE EXPERIÊNCIA: O projeto iniciou em Setembro de 2022
com alunos de diferentes semestres do curso. Os alunos se dividiram em equipes, as quais cada uma
ficava em um dia da semana e entre uma hora e uma hora e meia de duração. O público atendido
foram as crianças internadas. Foi construído um TCLE para assinatura dos pais presentes, autorizando
fotografias e as ações lúdicas. As ações foram pinturas em gesso e papel, músicas infantis, contação de
histórias, brincadeiras e singelas palhaçadas. Foi possível observar o quanto o riso tem efeito
terapêutico e facilitador no tratamento em ambiente hospitalar, visto que através dessas ações com as
crianças e acompanhantes se desfez a estagnação e possivelmente tensões psicológicas comuns em
condições de adoecimento, além de ajudar no exercício cognitivo de forma leve e natural.
DISCUSSÃO: Com as idas frequentes ao hospital, notaram-se diversos elogios vindo dos
responsáveis, relatando a melhora no estado clínico das crianças. Concomitante, percebeu-se o quanto
a presença dos integrantes do projeto refletia de forma positiva no bem-estar das crianças. Tudo isso
pode ser melhor explorado em uma pesquisa com as mães combinado com dados hospitalares para
comprovar a eficiência dessas ações. CONCLUSÃO: Este projeto preconiza-se a ser uma atividade
que contribui com a recuperação pelo carinho, empatia, expressão artística e lúdica das crianças,
contribuindo também com a formação dos acadêmicos da área da saúde.

Palavras-chave: Alegria, Criança, Cuidado, Humanização, Recuperação.

DOI: 10.55811/jocec2023/19938
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ASPECTOS DA OBESIDADE INFANTIL UMA REVISÃO INTEGRATIVA

THAIS MELO SOUZA; RAIMUNDO ERMINO DOS SANTOS; ANA CLÉCIA DE


OLIVEIRA; TOMAZ EDSON HENRIQUE; FERNANDA SIMÃO BRITO; ANNA
BEATRIZ ALVEZ; LUISA VIRNA MONTEIRO; TADEU ALMEIDA ALVEZ

RESUMO

Introdução: A prevalência da obesidade tem aumentado a nível mundial entre crianças e


adolescentes, relata-se que 12,9% das crianças na faixa etária entre 5 e 9 anos têm obesidade
segundo o Ministério da Saúde. O acúmulo do tecido adiposo é o início do processo
fisiopatológico da obesidade infantil e pode levar o aumento da prevalência de obesidade e à
predisposição ao desenvolvimento de doenças crônicas no futuro. Objetivos: Verificar a
importância da prevenção e controle da obesidade infantil, através de uma revisão de literatura
integrativa. Metodologia: Este estudo consiste uma revisão bibliográfica, onde foi selecionado
artigos nas plataformas Scrientific Eletrônic Library (SCIELO), National Library of Medicine
(PUBMED), Google School. Após a busca, foram escolhidos os artigos que se adequassem a
temática. Resultados: Os artigos selecionados para esta revisão integrativa foram publicados
entre os anos de 2014 e 2021, totalizando 9 artigos para estudo. Discussão: A obesidade infantil
é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A obesidade vincula-se à fatores
biológicos, ambientais, socioeconômicos, psicossociais e culturais. Os pais são os principais
responsáveis pela educação e influência nutricional das crianças, como também a influência da
propaganda midiática é um incentivador do mal hábito alimentar, com propagandas de
alimentos de baixa nutrição, sedutores para o público infantil. Conclusão: Este trabalho conclui
que uma alimentação desequilibrada e com baixo índice nutricional, em ambientes como em
casa e escola e falta de atividade física favoreceram a obesidade infantil. Crianças obesas são
insatisfeitas com suas imagens corporais, e suscetíveis a sofrerem bullying na escola.

Palavrass chaves: Obesidade infantil, Obesidade Pediátrica, Sobrepeso.

1 INTRODUÇÃO

A prevalência da obesidade tem aumentado a nível mundial entre crianças e


adolescentes, atingindo proporções epidêmicas tanto em países desenvolvidos como naqueles
subdesenvolvidos. (PEIXOTO et al, 2006). O Ministério da Saúde em parceria com a
Organização Panamericana de Saúde, apontam a ocorrência de um aumento significativo no
número de crianças e adolescentes acima do peso no país, tornando-se um indicador
preocupante para políticas públicas. Relata-se que 12,9% das crianças na faixa etária entre 5 e

DOI: 10.55811/jocec2023/19940
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária entre 12 a 17
anos estão acima do peso (ABESSO, 2018).
Segundo a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS) no ano de 2019, foi
revelado que 4% das crianças pré-escolares apresentaram sobrepeso, sendo 2,7% no Nordeste
e 5,2% no Sudeste do país. Além de ressaltar que situações de excesso de peso em relação à
altura foram encontradas em 7% das crianças brasileiras menores de cinco anos, variando de
6% na região Norte a 9% na região Sul, indicando exposição moderada e crescente à obesidade
infantil em todas as regiões do país. (GLAUDIO et al.; 2019).
O acúmulo ou hipertrofia no tecido adiposo é o início do processo fisiopatológico da
obesidade infantil, visto que esse tecido não serve apenas como reservatório energético, mas
tem o seu papel endócrino, por ser um órgão secretório ativo devido aos seus receptores dos
sistemas hormonais e sistema nervoso central. Nessa função de secretar, o tecido adiposo
secreta ácidos graxos livres, adipocitocinas e lipídeos (LEMOS et al., 2009).
As adipocitocinas são peptídeos que regulam o metabolismo da glicose, dessas, a que
tem maior relevância é a leptina, pois tem a função de causar saciedade e aumentar o gasto
energético, devido a sua ação inibitória no hipotálamo. Nos indivíduos obesos apresentam
níveis elevados de leptina, porém esses indivíduos têm sensibilidade reduzida a leptina,
ocasionando impedimento as suas funções no organismo (SPERETTA et al., 2014).
Os lipídeos têm a função de acúmulo e gasto energético, além de serem os responsáveis
por efeitos anti e pró-inflamatórios. Outro que apresenta efeitos anti-flamatório são proteínas
produzidas por adipócitos diferenciados, além de serem antidiabético e antiaterogênico. Esses
são chamados de adiponectinas, porém nas pessoas obesas essas estão de forma reduzida que
culminam na redução dos seus efeitos, implicando na resistência insulínica, aterosclerose e
efeitos pró-inflamatório (RIBEIRO, 2008).
Portanto os efeitos do acúmulo de tecido adiposo provocam a infiltração e proliferação
de macrófagos, além de alterar a secreção de adipocinas, ocasionando a inflamação crônica
de baixa intensidade. Esse quadro, correlacionado com o aumento de ácidos graxos
livres circulantes, ocasiona o aumento de ingestão alimentar, diminuição do gasto
energético e alteração na homeostase de tecidos periféricos, como músculo e fígado,
acontecendo assim o acúmulo de gordura, inflamação e resistência à insulina (SPERETTA et
al., 2014).

2 METODOLOGIA

Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica de caráter integrativo com foco nos

DOI: 10.55811/jocec2023/19940
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

problemas relacionados com a obesidade infantil. A pesquisa seguiu as fases a seguir: 1ª fase
– elaboração da pergunta norteadora; 2ª fase – busca ou amostragem na literatura; 3ª fase –
coleta de dados; 4ª fase – análise crítica dos estudos incluídos; 5ª fase – discussão dos
resultados; 6ª fase – apresentação da revisão integrativa. A questão norteadora foi: Quais as
características e aspectos da obesidade infantil?.
A coleta de dados foi realizada no período de 01 a 16 de outubro de 2021. As
plataformas utilizadas para pesquisa foram: Scrientific Eletrônic Library (SCIELO), National
Library of Medicine (PUBMED), Google School. Foram escolhidos como critérios de inclusão
de artigos publicados em 2015 a 2021. Outro critério de seleção de artigos foi com base nos
descritores em Ciências da Saúde (DeCS) que continham: Obesidade infantil, Pediatric
Obesity, Obesidade Pediátrica.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio da busca com os descritores definidos, obteve-se um total de 124 referências,
que passaram por uma triagem através do tipo de publicação, título e resumo, excluindo-se
aquelas referências que não se enquadravam como artigo científico ou constasse no título ou
resumo, informações que indicassem ser um estudo não relacionado com a temática.
Os artigos selecionados para esta revisão integrativa foram publicados entre os anos de
2014 (um artigo), 2015 (um artigo), 2017 (um artigo), 2018 (dois artigos), 2019 (um artigo),
2020 (um artigo) e 2021 (dois artigos).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve que a obesidade infantil tem
aumentado em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus, nos últimos 10 anos, e se
tornou epidemia global (NEVES et al.; 2017). A prevalência da obesidade infantil está em
crescente em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, 25% das crianças estão acima do
peso, e 11% são obesas (RADOMINSKI, 2011).
No Brasil, 7,7% das crianças e adolescentes estão acima do peso, sendo maior no
início da adolescência e declinando no final da referida faixa etária (RADOMINSKI, 2011).
Estudo feito com crianças de 7 a 10 anos apresentou uma prevalência de sobrepeso e
obesidade de 26,7% para meninos e 34,6% para meninas no Brasil (MELZER et al.; 2015). O
aumento de peso e a obesidade são registrados desde os cinco anos de idade, em todos os
grupos de renda e regiões, prevalecendo mais na área urbana do que na rural (HENRIQUES et
al., 2018).
Este aumento foi maior na zona urbana (25,8% para 46,2%), do que na zona rural na

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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

faixa de menor renda, a qual houve um aumento excessivo de pessoas com excesso de peso,
triplicando o percentual de 8,9% para 26,5% (RADOMINSKI, 2011).
O sobrepeso e a obesidade infantil são um dos principais problemas de saúde pública
no mundo devido ao aumento da prevalência e à predisposição ao desenvolvimento de várias
doenças crônicas. Os primeiros meses de vida são importantes para pré-disposição da obesidade
ao longo da vida, o ganho excessivo de peso durante a vida é um importante fator de risco para
o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo II na vida adulta
(CAMARGOS et al, 2019).
No Brasil, já é visível as consequências da obesidade infantil, a criança com excesso
de peso tem maiores chances de tornar-se um adulto obeso. A qualidade de vida de uma
criança acima do peso é reduzida quando se compara à qualidade de vida das crianças com
um peso nos índices normais, especialmente em contextos sociais que também podem afetar o
nível educacional (BAGGIO et al., 2021).
Dessa forma, o crescimento da prevalência dos índices de sobrepeso e de obesidade
infantil em idades precoces tem alertado os profissionais de saúde a respeito do seu impacto
no futuro (CAMARGOS et al., 2019).
A obesidade pode ser vinculada à fatores biológicos, ambientais, socioeconômicos,
psicossociais e culturais (HENRIQUES et al., 2018). Na maioria dos países em
desenvolvimento, as dietas tradicionais foram abandonadas em favor de produtos
industrializados, predominantemente ultraprocessados (GAMA et al., 2021). Atualmente vem
sendo atribuída principalmente a ingestão excessiva de alimentos processados e ultra
processados e desestimula a atividade física. Em crianças a ingestão de produtos pobres em
nutrientes e com altas taxas de açúcar e gordura, consumo regular de bebidas açucaradas
(refrigerantes) e a ausência da pratica da atividade física tem levado o aumento dos índices de
obesidade infantil (HENRIQUES et al., 2018).
Os pais e suas práticas alimentares são os principais responsáveis pela educação e
influência nutricional impactando na dieta das crianças no que se tange a ingestão de
alimentos considerados não saudáveis. Quando o comportamento alimentar dos pais é
inadequado, torna- se um fator de risco para o sobrepeso e obesidade das crianças em idade
pré-escolar (BAGGIO et al., 2021).
A propaganda midiática é um importante incentivador dos hábitos alimentares não
saudáveis, com propagandas de alimentos de baixa qualidade nutricional, sedutores para o
público infantil. Dados de pesquisa sobre alimentos anunciados em propagandas da televisão
aberta brasileira, no horário da programação infantil, indicam que de 126 horas registradas de

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exibição de alimentos, 13,8% eram referentes aos produtos alimentícios e desses, 48,1% estão
no grupo de açúcares e doces. Enquanto somente 1,1% referiam-se a verduras e legumes
(BAGGIO et al., 2021).

4 CONCLUSÃO

Este trabalho permitiu concluir que uma alimentação desequilibrada e com


baixo índice nutricional, em ambientes como em casa e escola, juntamente com a pouca
prática de atividade física, foram os principais condicionantes para a obesidade infantil.
Crianças obesas são insatisfeitas com suas imagens corporais, e suscetíveis a sofrerem
bullying na escola.
Precisa-se ter um foco especializado na conscientização da redução do consumo
de alimentos processados e ultra processados especialmente no teor publicitário, que
precisa de uma regulação sobre a propaganda desses alimentos. Persistem os
desafios para implementação de estratégias reguladoras fundamentais para promover locais
que estimulem e possibilitem escolhas alimentares mais saudáveis.
Ambientes familiares são fatores essenciais na nutrição dos filhos, o que os
pais consomem reflete na alimentação dos filhos, dessa forma, além de se tratar obesidade
infantil precisa ter um trabalho familiar completo para a redução dos níveis de sobrepeso na
infância.
Os profissionais da saúde também possuem grande importância no contexto do
controle da obesidade infantil e precisam ser capazes de avaliar falhas no sistema,assim
como suas deficiências para dar conta dessa problemática. Desse modo, é necessário ficar
em alerta às modificações sociais com o intuito de pensar estratégias para lidar com
elas e qualificar cada a prática assistencial.

REFERÊNCIAS

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ASPECTOS DA DOENÇA CELÍACA UMA REVISÃO INTEGRATIVA

THAIS MELO SOUZA; ANA CECÍLIA MACHADO JUSTA; RAIMUNDO ERMINO DOS
SANTOS; ANA CLÉCIA DE OLIVEIRA; RAFAELLE CASTRO LOPES; BIANCA
MACHADO JUSTA; INA DOS SANTOS MARIN; ELAYNNE MOREIRA SILVA DE
MATOS; DIANINHO RODRIGUES DOS SANTOS; VICTOR MACÊDO PAES

RESUMO

Introdução: A doença celíaca (DC) é uma enteropatia crônica do intestino delgado, autoimune,
causada pela exposição ao glúten em indivíduos propensos geneticamente. Ocorre a inflamação
na mucosa do intestino delgado, levando à atrofia das vilosidades intestinais e,
consequentemente, à má absorção. Objetivos: Este trabalho tem como objetivo fazer uma
revisão de literatura para caracterizar e enfatizar a importância da doença celíaca. Metodologia:
Este estudo consiste em uma revisão de literatura integrativa sobre problemas, relacionados
com a Doença Celíaca. Foram feitas pesquisas na plataforma PubMed de artigos de 2017 a
2022, sobre critérios: Free full text e Full text; Tipos de artigo foram: Clinical Trial, Review e
Sistematic Review. Selecionando um total de 14 artigos relacionados dos 238 apresentados pela
plataforma. Resultados: A DC afeta a mucosa do intestino delgado após a ingestão de glúten,
proteína importante contida nos cereais. Os pacientes com DC manifestam diversos sintomas
como diarreia, perda de apetite e má absorção semelhantes à síndrome do intestino irritável. O
teste inicial para diagnosticar a DC é a sorologia. A biópsia do intestino delgado na região
duodenal é o padrão ouro para o diagnóstico. O principal tratamento é uma dieta sem glúten
por toda a vida, evitando alimentos como trigo, isso resulta na diminuição dos sintomas dentro
de dias a semanas, sorologia negativa e normalização da atrofia das vilosidades. Conclusão: A
DC causa uma restrição a alimentos que contêm glúten, isso pode levar à deficiência de diversas
vitaminas. É uma patologia que ainda precisa de mais pesquisas, principalmente na área de
tratamentos.

Palavras-chave: Doença Celíaca, Glúten, Inflamação

1 INTRODUÇÃO

A doença celíaca (DC) é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter


autoimune, causada pela exposição ao glúten em indivíduos propensos geneticamente. Trata-se
de um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, levando à atrofia das
vilosidades intestinais e, consequentemente, à má absorção, além de uma variedade de
manifestações clínicas (MS, 2015).

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Sapone e colegas (2020) relataram que as doenças relacionadas ao trigo e derivados,


principalmente a DC e a alergia ao trigo, são mediadas por ativação das células T na mucosa
gastrointestinal. A DC é uma doença autoimune também imunomediada por imunoglobulinas
IgG e IgA e células mistas, cujos epítopos causadores dessa reação adversa no intestino delgado,
se repetem em proteínas homólogas como gliadina (trigo) ou secalina (cevada) ou hordeína
(centeio), sendo que para o público consumidor é conhecido com o termo ‘glúten’. O glúten
engloba a presença de qualquer uma dessas prolaminas e respectivos epítopos alergênicos nos
ingredientes de alimentos industrializados (SAPONE et al, 2020).
A prevalência da doença celíaca entre os países e em populações europeias ou de
ancestralidade europeia varia de 0,3% a 1,0%, onde muitos casos, provavelmente, permanecem
sem diagnostico. No Brasil, os dados estatísticos oficiais não são bem conhecidos. Contudo,
estima-se que existam cerca de 300 mil brasileiros portadores da doença, com maior incidência
na região Sudeste. A doença celíaca é mais frequente em mulheres que em homens, numa
proporção de 2:1, e atinge predominantemente os indivíduos de cor branca. No Brasil, devido
à miscigenação racial, já foi descrita em mulatos (RAUEN, 2005).
Por outro lado, o estudo de Batista (2017) aponta que a sensibilidade ao glúten não
celíaca (SGNC) é uma condição na qual os sintomas clínicos são semelhantes aos da DC, porém
não se trata de uma alergia e nem de uma doença autoimune e requer uma avaliação precisa
para detectar o diagnostico decisivo.
Com base na relevância da doença celíaca sobre o sistema de saúde, bem como na
qualidade de vida dos seus portadores, esse trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de
literatura sobre a importância, diagnóstico e tratamentos da doença celíaca, através de uma
revisão integrativa.

2 METODOLOGIA

Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica de caráter integrativo com foco
nos problemas relacionados com a Doença Celíaca. A pesquisa seguiu as seguintes fases: 1ª
fase – elaboração da pergunta norteadora; 2ª fase – busca ou amostragem na literatura; 3ª fase
– coleta de dados; 4ª fase – análise crítica dos estudos incluídos; 5ª fase – discussão dos
resultados; 6ª fase – apresentação da revisão integrativa. A questão norteadora foi: Quais são
as características da Doença Celíaca?
A coleta de dados foi realizada no período de 18 a 23 de março de 2022. A plataforma
utilizada para pesquisa foi: National Library of Medicine (PubMed). Foram escolhidos como

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critérios de busca: artigos de 2017 a 2022; A avaliação dos artigos foi: Free full text e Full
text; Tipos de artigo foram: Clinical Trial, Review e Sistematic Review; E estudos
feitos em humanos. Obteve-se um total de 238 referências, que passaram por uma triagem,
selecionando 14 artigos para estudo.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A doença celíaca (DC) é uma doença autoimune que afeta os indivíduos geneticamente
predispostos, resultando de uma resposta anormal ao glúten que causa lesão no intestino
delgado e leva à má absorção de nutrientes (TARAR et al., 2021). A DC afeta principalmente
a mucosa do intestino delgado após a ingestão de glúten, proteína importante contida nos cereais
(PES et al., 2019). Os principais elementos genéticos da DC são: antígeno leucocitário humano
HLA-DQ2 e HLA-DQ8, o autoantígeno envolvido transglutaminase tecidual TTG e o gatilho
ambiental (glúten), os quais estão todos bem definidos na literatura (CAIO et al., 2019).
Visto que as células do intestino delgado são sensibilizadas a esses epítopos, uma reação
autoimune agressiva é iniciada, a qual pode resultar na destruição da parede do intestino
delgado (CHARLESWORTH, 2020). Em adultos, a presença da atrofia das vilosidades (AV)
pode ser analisada através da biopsia duodenal. A AV é definida como o achatamento e
encurtamento das vilosidades intestinais, estando associada a um aumento nas mitoses das
células da cripta, culminando com o alongamento da cripta (KOWALSKI et al., 2017).
Os pacientes com DC podem manifestar sintomas gastrointestinais e extraintestinais.
Sintomas gastrointestinais como diarréia, perda de apetite, má absorção, déficit de crescimento,
baixa estatura e puberdade tardia são observados principalmente na população pediátrica. De
um modo diferente, a população adulta apresenta os sintomas clássicos de má absorção e
sintomas semelhantes à síndrome do intestino irritável, associados a náuseas e vômitos, sendo
o desequilíbrio eletrolítico e caquexia o principal motivo de internação (TARAR et al., 2021).
Nos últimos 20 anos, as modificações na microbiota intestinal vêm sendo estudadas,
como possíveis causadores da ocorrência da DC em indivíduos com predisposição. A
modulação da barreira epitelial, a intensa resposta imune específica da gliadina e a ativação do
sistema imune inato podem ser os mecanismos pelo qual a microbiota intestinal estimula o
desenvolvimento de DC (PES et al., 2019).
O teste inicial para diagnosticar presença de DC é o exame sorológico. O teste
sorológico para DC é aconselhado para pacientes que apresentam os seguintes sintomas:
Diarreia crônica/intermitente; Perda de peso inesperada; Dor abdominal recorrente ou sintomas

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gastrointestinais persistentes (CHARLESWORTH, 2020). Um dos testes para detectar DC é o


anticorpo IgA antitransglutaminase tecidual (TTG IgA), que é descrito pela alta sensibilidade
(93%) e especificidade (95%). Outro teste utilizado é o anticorpo antiendomísio IgA (EMA),
sendo o mais específico de todos os ensaios. Mesmo que esses testes sejam muito eficazes, a
sorologia por si só não é suficiente para confirmar o diagnóstico (KOWALSKI et al., 2017).
A biópsia do intestino delgado na região duodenal é considerada o padrão ouro para o
diagnóstico de DC (KOWALSKI et al., 2017). Os principais parâmetros histológicos da DC
incluem AV de vários graus com um número aumentado de linfócitos intraepiteliais (IEL). A
associação dos testes sorológicos e histopatológicos sugerem fortemente a DC (HOUMICH et
al., 2021).
Atualmente, o principal tratamento para a DC é uma dieta sem glúten (DSG) por toda a
vida, evitando principalmente alimentos como trigo, cevada e centeio. Isso resulta na
diminuição dos sintomas dentro de dias a semanas, bem como sorologia negativa e
normalização da atrofia das vilosidades (TARAR et al., 2021). Outro aspecto da DSG é a
apresentação de deficiências nutricionais, principalmente por vitaminas e minerais. As
deficiências descritas são as vitaminas do grupo B, principalmente B1, B12, ácido fólico,
vitamina D, vitamina K, cálcio, ferro, zinco e magnésio, sendo necessário a administração
enteral sempre que possível (DOMSA et al., 2021).
No intestino habitam aproximadamente trilhões de microorganismos que contribuem
para o funcionamento normal desse órgão, incluindo a regulação metabólica e homeostase
imunológica. Portanto, a disbiose contribui para o agravamento da DC, pois há uma grande
perda dessa microbiota. Uma alternativa para diminuição dos agravamentos é a utilização de
probióticos que modulam o perfil microbiano do duodeno e aumentam os micróbios
colonizadores benéficos, influenciando o prognóstico da DC (CHIBBAR; DIELEMAN, 2019).
Novas terapias para a DC estão sendo estudadas dentre elas: suplementos enzimáticos
orais, acetato de larazotida (que mantém as junções intercelulares intactas), inibidor
irreversível da transglutaminase 2, tratamento bloqueador de HLA-DQ2, vacina Nexvax2
(terapia de dessensibilização) (DOMSA et al., 2021).

4 CONCLUSÃO

A Doença Celíaca causa uma restrição a alimentos que contêm glúten, entre os
principais, os grãos e os alimentos que contêm trigo. Dessa forma, a ingestão desses nutrientes
em portadores da doença celíaca pode levar a deficiência de diversas vitaminas, sendo

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necessário, portanto, a eliminação do glúten da dieta. Essa patologia ainda precisa de mais
pesquisas, principalmente na área de tratamentos, pois o único tratamento disponível e eficaz é
a dieta sem glúten.

REFERÊNCIAS

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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

DIABETES MELLITUS E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS

FRANCISCO ROBSON ROCHA PASSOS; JOÃO VICTOR SALES ROCHA; KAYLANE


DOS SANTOS HENRIQUE; RAFAELA MESQUITA MOURÃO;
VALESKA PORTELA LIMA

RESUMO
Introdução: O Diabetes mellitus (DM) é uma condição com origem multifatorial. Estima-se
que cerca de 382 milhões de indivíduos vivem com DM, e esse número pode chegar a 592
milhões até 2035, o que torna essa condição um problema de saúde pública mundialmente.
Assim, é extremamente relevante aumentar a pesquisa relacionada aos fatores de risco do DM,
de forma a contribuir para prevenção e controle da doença. Objetivo: Avaliar as evidências
científicas sobre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento de Diabetes mellitus,
destacando os principais tópicos descritos na literatura acerca da temática. Materiais e
métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, do tipo revisão
sistemática da literatura, realizada entre fevereiro e maio de 2023, utilizando pesquisas nas bases
de dados SciELO e Google Acadêmico. Os descritores utilizados são: "diabetes mellitus” e
“fatores de risco”. Cerca de 90 artigos foram encontrados e, destes, 6 foram selecionados.
Resultados e discussão: O Diabetes mellitus é um problema de saúde pública global crescente,
especialmente entre a população idosa. No Brasil, os custos associados ao tratamento e
acompanhamento de pacientes diabéticos vão além das questões econômicas, apresentando
danos sociais consideráveis, como mortalidade prematura, incapacitações temporárias e
permanentes e comprometimento da qualidade de vida. Esta pesquisa identificou os principais
fatores que influenciam a incidência de DM, sendo eles idade, excesso de peso e escolaridade.
Estima-se que o número de pessoas com diabetes com mais de 65 anos atingirá 195,2 milhões
em 2030 e 276,2 milhões em 2045. Além disso, os estudos analisados confirmam a correlação
entre excesso de peso/obesidade e DM, assim como a associação entre menor nível de
escolaridade e maior probabilidade de desenvolver DM. Conclusões: O Diabetes mellitus é um
problema de saúde significativo, em que alguns fatores de risco são modificáveis. Identificar e
agrupar esses fatores é importante para orientar políticas de promoção à saúde. Políticas
públicas eficazes são necessárias para promover mudanças de estilo de vida. Isso pode ajudar
na prevenção, detecção precoce, tratamento adequado e controle da doença, reduzindo danos
econômicos e sociais.

Palavras-chave: Diabetes mellitus; Fatores de risco; Saúde; Prevenção.

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes mellitus (DM) é uma condição que possui origem substancial e multifatorial,
que envolve fatores genéticos e ambientais. Essa condição pode ser causada tanto pela alteração

DOI: 10.55811/jocec2023/19947
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

na produção de insulina pelo pâncreas quanto na capacidade do organismo em utilizar


adequadamente a insulina produzida. O DM pode levar a complicações micro e
macrovasculares, que podem repercutir em diversos órgãos do corpo, como o coração, os vasos
sanguíneos, os olhos e os rins (MALTA, et al., 2019).
Estima-se que haja cerca de 382 milhões de indivíduos que vivem com Diabetes mellitus,
e esse número pode chegar a 592 milhões até o ano de 2035. Ainda, de forma preocupante,
avalia-se que aproximadamente metade dos portadores de DM (ou seja, 50,0%) desconhecem
que têm a doença. Adicionalmente, a mortalidade relacionada ao DM é alarmante: em 2013
houve em torno de 5,1 milhões de óbitos de pessoas entre 20 e 79 anos em decorrência dessa
condição. Caso não sejam adotadas medidas efetivas para o controle do DM, é possível que, até
2030, essa enfermidade suba da nona para a sétima posição entre as principais causas de morte
no mundo (FLOR e CAMPOS, 2017).
Nesse contexto, é válido destacar alguns dos possíveis e principais fatores de risco que
influenciam direta ou indiretamente no aumento das chances de adquirir o Diabetes mellitus.
Assim, gênero, idade, incidência familiar, obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial,
aumento de triglicerídeos, doenças cardiovasculares e etnia são alguns exemplos de agentes que
corroboram com o aumento da incidência de DM (MARINHO, et al., 2013).
Embora muitos estudos abordem essa temática, analisar a doença e principalmente seus
fatores de risco, uma vez que conflagram o aumento da incidência de DM, mostra-se
fundamental frente aos números de indivíduos com diabetes e à necessidade de mitigar os
fatores de risco de DM. É, portanto, necessário aumentar a pesquisa sobre a questão, com o
objetivo de detectar as áreas menos conhecidas, de forma a esclarecer os aspectos que requerem
análises mais detalhadas e oferecer uma compreensão abrangente dos fatores de risco mais
significativos atualmente conhecidos. Esses estudos são fundamentais para prevenir e controlar
a doença, permitindo a criação de estratégias eficazes para reduzir seu impacto na saúde pública.
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as evidências científicas sobre os fatores que
aumentam o risco de desenvolvimento de Diabetes mellitus, destacando os principais tópicos
descritos na literatura acerca da temática.

2 METODOLOGIA

O presente estudo se caracteriza como um trabalho de revisão sistemática de literatura.


Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva efetuada através de revisão bibliográfica.
Para elaboração foram seguidos cinco passos metodológicos. O inicial consistiu na construção

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de uma pergunta orientadora: “Quais são os principais fatores de risco associados ao Diabetes
mellitus?”. Posteriormente, realizou-se a busca dos descritos na literatura mais apropriados ao
tema. Após submeter à inspeção rigorosa, coletou-se dados dos estudos selecionados.
Fundamentado nos resultados obtidos, houve discussão crítica da temática. Por fim, foi
apresentada, de forma clara e objetiva, a revisão integrativa.
Quanto ao período de execução da coleta, ocorreu de Fevereiro a Maio de 2023, por
meio de pesquisas nas bases de dados eletrônicas: Scielo e Google Acadêmico. Para seleção dos
artigos adequados para a temática em questão, foram utilizados os seguintes descritores:
“diabetes mellitus” e “fatores de risco”.
Nesta pesquisa foram incluídos artigos primários que abordaram a temática do Diabetes
mellitus, bem como seus fatores de risco e complicações cardiovasculares, publicados nos
últimos 10 anos (2013-2023). Os critérios de exclusão foram: artigos sem acesso livre; artigos
que não apresentam o tema; artigos antigos, bem como os provenientes de literatura cinzenta; e
outros tipos de estudo, como revisões, cartas, dissertações e teses.

Figura 1: Fluxograma PRISMA dos estudos inclusos e exclusos do processo de busca, seleção
e análise - Brasil 2023

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3 RESULTADOS

Tabela 1: Estudos incluídos na revisão


Ano Título Autores Objetivo principal

2022 Diabetes Malta, D. C.; Bernal, Examinar a frequência


autorreferido e fatores R. T. I.; de Sá, A. C. de DM autorreferido e
associados na população M. G. N.; da Silva, os
adulta: Pesquisa Nacional de T. M. R.; Iser, B. P. fatores relacionados,
Saúde, 2019 M.; Duncan, B. B.; incluindo
Schimdt, M. I.. características
sociodemográficas,
estilos de vida e
condições de saúde, na
população adulta do
Brasil.

2022 Diabetes mellitus em idosos, Francisco, P. M. S.Estimar a prevalência e


prevalência e B.; de Assumpção, incidência de DM,
incidência: resultados do D.; Bacurau, A. G. identificar seus
Estudo Fibra M.; da Silva, D. S. principais fatores
M.; Yassuda, M. S.; associados e descrever
Borim, F. S. A.. a
prevalência de DM de
acordo com
excesso de peso.

2023 Estratificação de risco para Barim, E. M.; Classificar os


diabetes tipo 2 com base no Cunha, J. C.; Sloan, pacientes de um centro
findrisc e fatores K. P.; Rossato, S. L.; de atenção
associados. dos Santos, R. C.; primária com base no
Murta-Nascimento, seu risco de
C.. desenvolver DM2,
utilizando o Escore
Finlandês de Risco de
Diabetes e
investigar os fatores
relacionados a um
maior risco de
desenvolver DM2.

2019 Marcadores de desigualdade de Sousa, J. L.; Analisar a


na autoavaliação da Alencar, G. P.; autoavaliação da saúde
saúde de adultos no Brasil, Antunes, J. L. F.; da da população adulta
segundo o sexo Silva, Z. P.. brasileira, segundo os
marcadores de
desigualdade em saúde

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2016 Prevalência de diabetes Flor, L. S.; Campos, Investigar a


mellitus e fatores associados M. R.. prevalência de DM
na população adulta brasileira: autorreferido e fatores
evidências de um inquérito de associados na
base populacional população adulta
brasileira.

2013 Risco para diabetes mellitus Marinho, N. B. P.; Avaliar o risco para
tipo 2 e fatores associados de Vasconcelos, H. diabetes mellitus
C. A.; Alencar, A. tipo 2 e sua
M. P. G.; de associação com
Almeida, P. C.; variáveis clínicas e
Damasceno, M. M. sociodemográficas.
C..

Fonte: elaborada pelos autores.

Observa-se, na Tabela 1, as propriedades gerais dos artigos incluídos na discussão, sendo


elas: ano, título, autores e objetivo principal do estudo. Por meio de uma análise criteriosa dos
artigos, foi possível a elaboração de uma revisão de literatura baseada nos principais fatores de
riscos que influenciam o desenvolvimento do Diabetes mellitus.

4 DISCUSSÃO

Os potenciais resultados desta pesquisa identificaram as principais causas e fatores que


influenciam na incidência de Diabetes mellitus. Tais informações se mostram fundamentais para
prevenção dessa condição e rastreamento dos grupos de risco. Compreender e analisar esses
dados ajuda na orientação de profissionais da saúde, indivíduos acometidos com a doença e na
criação de políticas públicas que contribuam na promoção de saúde relacionada ao tema em
debate.
O Diabetes mellitus é um problema de saúde pública mundial, que vem crescendo
vultosamente nos últimos anos, principalmente na população idosa (FRANCISCO et al., 2022).
Por conseguinte, intensifica-se a importância e necessidade de identificar e analisar os principais
elementos que propiciam o aumento das taxas de diabetes.
No Brasil os custos associados ao tratamento e acompanhamento de pacientes diabéticos
vão muito além da questão econômica. Os danos sociais são consideráveis e alarmantes.
Mortalidade prematura, incapacitações temporárias e permanentes, bem como o
comprometimento da qualidade de vida são alguns dos exemplos de prejuízos vinculados ao
DM (FRANCISCO et al., 2022).

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Dessa forma, identificar os fatores de risco associados à doença ajuda a fornecer suporte
para estratégias de promoção da saúde e prevenção, tanto no âmbito individual
quanto coletivo, com o objetivo de reduzir o impacto do diabetes nos custos para o Sistema
Único de Saúde (SUS), para o indivíduo e para a sociedade como um todo (FRANCISCO et al.,
2022).

4.1 Fatores de risco


4.1.1 Idade
É pertinente ressaltar que há diversos fatores que interferem no desenvolvimento da
doença. Nesse sentido, a idade mostra-se como um dos aspectos mais importantes e decisivos
no DM. Estima-se que o número de pessoas com diabetes com mais de 65 anos atingirá 195,2
milhões em 2030 e 276,2 milhões em 2045 (FRANCISCO et al., 2022).
De acordo com Flor e Campos (2017), em estudo realizado com 12.423 indivíduos de
ambos os sexos e idade acima de 20 anos, as chances de ter Diabetes mellitus se mostrou quatro
vezes maior entre os entrevistados mais velhos quando comparados aos mais novos. Desse
modo, é perceptível o impacto da idade avançada sobre a ocorrência de DM, além de expor a
imprescindibilidade de ações voltadas a grupos da terceira idade.
A idade mostra-se como uma das variáveis de maior peso sobre as chances de obter DM.
Cada vez mais é comum que o diagnóstico dessa doença esteja atrelado a indivíduos com idade
avançada. Sob esse ponto de vista, é notória que a modificação na estrutura demográfica e o
envelhecimento populacional é um dos motivadores diretos do crescimento da prevalência de
DM (FLOR e CAMPOS, 2017). Logo, torna-se evidente que o aumento da longevidade acarreta
a urgência na intensificação de melhores condições de vida para os idosos, por meio da criação
de programas que colaborem na promoção e proteção de saúde, bem como na prevenção de
agravos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis.

4.2 Excesso de peso


A partir do estudo conduzido por Malta et al. (2022), que analisou a Pesquisa Nacional
de Saúde de 2019, foi possível identificar uma relação entre o aumento crescente da obesidade
e o agravamento dos índices de Diabetes mellitus. Portanto, é possível inferir que a obesidade
se apresenta como fator de risco significativo para o desenvolvimento e progressão do diabetes.
Os estudos analisados corroboram a correlação entre excesso de peso e/ou obesidade
com DM. Nessa perspectiva, o predomínio de diabetes em um grupo de idosos submetidos à
entrevista em São Paulo, Brasil, foi maior na parcela que apresentava excesso de peso. Ainda,
no estudo supracitado, duas amostras foram analisadas: a primeira de 2008/2009, a segunda de

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2016/2017; em que o excesso de peso esteve presente em 48,9% e 57,9% respectivamente


(FRANCISCO et al., 2022). Desse modo, fica nítida a correlação do sobrepeso e DM, o que
evidencia a essencialidade de mais atenção por parte dos profissionais de saúde e administração
estatal para desenvolver ações que atenuem a problemática.
Somado a isso, Barim et al. (2023), em estudo utilizando o Escore Finlandês de Risco
de Diabetes (Findrisc), apontou a relação entre peso e diabetes. Entre as características dos
participantes da pesquisa, houve predomínio na amostra em relação ao excesso de peso, em que
73,5% apresentavam tal condição.

4.3 Escolaridade
O nível de escolaridade é amplamente utilizado como um marcador de desigualdade em
saúde. Nesse contexto, em estudo realizado com 59.758 indivíduos, utilizando dados
provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, Sousa et al. (2020) ressalta a
escolaridade como um indicador que integra os principais marcadores que influenciam
diretamente na piora da autoavaliação em saúde. Logo, percebe-se a influência da educação
sobre a saúde e na percepção desta pelo indivíduo.
A literatura reconhece a associação entre diminuição dos níveis de escolaridade com
aumento das chances de adquirir Diabetes mellitus. De modo a exemplificar tal afirmação,
Barim et al. (2023), em pesquisa para estratificar usuários de uma Unidade Básica de Saúde
quanto ao risco de desenvolver DM, utilizou o Escore Finlandês de Risco de Diabetes (Findrisc)
e obteve como conclusão que o menor nível de escolaridade estava ligado ao escore elevado no
Frindisc. Portanto, constata-se o efeito do nível de ensino na saúde da população, assim como
na elevação das taxas de diabetes, o que reforça indiretamente a importância e necessidade da
escolarização e mais investimento nessa área.
Somado a isso, de acordo com inquérito telefônico realizado em 2021 pelo Ministério
da Saúde nas capitais das unidades federativas brasileiras, a prevalência de diagnóstico médico
de DM na população maior ou igual a 18 anos foi mais alta em indivíduos com baixo nível de
escolaridade. Portanto, pode-se inferir que a escolarização pode ter um impacto significativo na
saúde e na prevenção de doenças crônicas, como o diabetes, o que destaca a importância da
promoção da educação e do acesso à informação.

4.4 Relevância e limitações do estudo


A relevância do presente estudo está na necessidade de entender e abordar os fatores de
risco associados ao Diabetes mellitus para reduzir a incidência da doença, melhorar a qualidade

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de vida dos indivíduos afetados e mitigar os ônus sociais e econômicos associados. Somado a
isso, através da identificação e análise dos fatores de risco, pode-se adotar medidas preventivas
efetivas e estratégias de intervenção direcionadas. Isso pode incluir programas de educação em
saúde, promoção de estilos de vida saudáveis, rastreamento populacional e identificação precoce
dos grupos de risco.
As limitações dos resultados deste estudo estão relacionadas ao seu desenho transversal,
que não possibilita a análise e descrição da relação de causa e efeito com base nas associações
entre os fatores de risco e o surgimento da doença. Além disso, a insuficiência de estudos
publicados relacionados diretamente ao objetivo deste projeto mostrou-se como fator limitante.

5 CONCLUSÃO
Pode-se inferir que o Diabetes mellitus é um problema de saúde significativo, que
apresenta associação com fatores socioeconômicos e comportamentais, bem como condições
fisiológicas e biológicas. Alguns dos fatores identificados como contribuintes para a doença são
modificáveis, enfatizando a importância de políticas públicas mais assertivas e eficazes para a
promoção de mudanças de hábitos de vida.
O Diabetes mellitus possui origem extremamente complexa e multifacetada. No entanto,
o delineamento e agrupamento, neste estudo, dos fatores de risco relacionados a essa condição
exerce função altamente relevante na orientação e criação de políticas de promoção à saúde. Tal
conhecimento, ainda, pode contribuir na prevenção, identificação precoce, tratamento adequado
e controle da doença, o que implicaria na redução de danos econômicos e, em especial, sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARIM, Estela Maria et al. Estratificação de risco para diabetes tipo 2 com base no Findrisc e
fatores associados. Revista Baiana de Saúde Pública, [S.L.], v. 46, n. 3, p. 218-231, 30 set.
2022. Secretaria da Saude do Estado da Bahia.
http://dx.doi.org/10.22278/2318-2660.2022.v46.n3.a3631.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel 2021: vigilância de


fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre
frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2021. Brasília (DF):
Ministério da Saúde; 2023

DORNA, M. DE S.. Alimentação de Idosos Diabéticos e não Diabéticos no Brasil. Arquivos


Brasileiros de Cardiologia, v. 118, n. 2, p. 398–399, 2022.

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FLOR, L. S.; CAMPOS, M. R.. Prevalência de diabetes mellitus e fatores associados na


população adulta brasileira: evidências de um inquérito de base populacional. Revista
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FRANCISCO, P. M. S. B. et al.. Diabetes mellitus em idosos, prevalência e incidência:


resultados do Estudo Fibra. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 25, n. 5, p.
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MALTA, D. C. et al.. Diabetes autorreferido e fatores associados na população adulta


brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 7, p. 2643–
2653, 2022.

MARINHO, N. B. P. et al.. Risco para diabetes mellitus tipo 2 e fatores associados. Acta
Paulista de Enfermagem, v. 26, n. 6, p. 569–574, nov. 2013.

SOUSA, J. L. DE . et al.. Marcadores de desigualdade na autoavaliação da saúde de adultos no


Brasil, segundo o sexo. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 5, p. e00230318, 2020.

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ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAIS BIOLÓGICOS

RAYSSA GOMES NORONHA CARACAS¹; MICHELLI MAIRA GONDIM ARAUJO¹,


ANTÔNIO JOSÉ DE JESUS EVANGELISTA²

¹ Graduanda em Medicina – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE


² Docente – Faculdade de Medicina Estácio, Canindé – CE

RESUMO

A exposição dos profissionais com material biológico pode ocorrer pelas vias percutânea
e cutânea ou perante contato com mucosas. Embora a maior preocupação esteja
relacionada a acidentes com perfurocortantes, qualquer contato direto com
material biológico potencialmente contaminado por micro-organismos é também
considerado uma exposição e requer avaliação. Porém, os dados divulgados não conseguem
representar a realidade que de fato ocorre, visto que há muitos casos de subnotificação, o que
impede o conhecimento da real situação epidemiológica e, consequentemente, prejudica a
proposição e a implementação de estratégias preventivas específicas para a exposição a
material biológico. De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, a prevenção da
exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que
não ocorra contaminação por patógenos de transmissão sanguínea nos serviços de
saúde. A partir dos resultados, foi comprovado que esses acidentes podem ocorrer por
diversas razões, como trabalho excessivo e exaustão, negligência ou falta de
conhecimento necessário. Dessa forma, é necessário que haja um comprometimento
maior com essa temática a fim de evitar danos para os profissionais de saúde que estão
diariamente expostos a esse tipo de acidente. Campanhas de divulgação de métodos
corretos para descarte de perfurocortantes e/ou outros materiais biológicos e
treinamentos para profissionais de acordo com sua qualificação são exemplos de medidas que
podem ajudar a reduzir a frequência desses acidentes, conscientizando e preservando a saúde
dos profissionais que se dedicam todos os dias a cuidar do outro.

Palavras- chave: Contaminação biológica; Saúde Ocupacional; Substancias


orgânicas perigosas; Incidente ocupacional; Sub-registro.

1 INTRODUÇÃO

Podem-se conceituar materiais biológicos como fluidos orgânicos, provenientes do


organismo humano como sêmen, sangue, secreção vaginal, líquido pleural, fezes, urina,
saliva, suor, dentre outros. Os riscos que tais materiais podem trazer a saúde podem, em geral,
ser classificados de acordo com seu potencial risco à saúde pública em: baixo, moderado,

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elevado e alto (ANVISA NR-32). O contato com tais fluidos, se contaminados, tem potencial
de disseminação da doença encontrada no indivíduo que produziu o material, gerando então,
vários problemas de saúde pública (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). A contaminação
ocorre muitas vezes através de inoculação percutânea, através de instrumentos perfuro-
cortante ou por contato direto com as mucosas ou com a pele (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2019).
Os acidentes de trabalho com materiais biológicos merecem uma atenção
especial devido às consequências que ele pode acarretar: a contaminação e transmissão
de várias doenças, desde as mais simples e curáveis até as mais graves e sem
possibilidade de tratamento. Tais acidentes interferem diretamente no processo saúde-
doença e podem trazer agravos para a sociedade e para o Estado, já que os gastos com o
tratamento e cura destes pacientes são significativos. Além de afetar a idade produtiva dos
trabalhadores, que podem até mesmo resultar em invalidez permanente como mão de obra
trabalhadora (SOARES et al, 2019). O objetivo deste trabalho consiste em determinar
quais fatores foram as causas do aumento do número de acontecimentos de acidentes com
materiais biológicos.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho consiste em um estudo exploratório quantitativo acerca de casos


de acidentes de trabalho com materiais biológicos focando nos profissionais da saúde e
em como esses acidentes afetam suas funções. Foram utilizados os seguintes descritores:
acidente de trabalho, materiais biológicos, perfuro-cortantes, classificação materiais
biológicos. Os dados serão coletados através de plataformas e fontes seguras como
DATASUS, manuais e artigos selecionados. A primeira etapa neste processo será eleger
as fontes que mais se enquadram no tema pesquisado, observando fatores de inclusão e
exclusão que levarão a uma visão abrangente e esclarecedora sobre as principais causas
de acidentes com materiais biológicos com profissionais da saúde. Foram utilizados
artigos e dados dos anos de 2018- 2022. A análise dos dados será realizada de forma
tabelada para que seja estatisticamente interpretada e de total veracidade das informações
colhidas. Os critérios de inclusão utilizados foram acidentes de trabalho relacionados a
materiais biológicos entre os anos de 2017 a 2022. Os critérios de exclusão foram todos os
outros trabalhadores que não sejam da área da saúde, além de fontes consideradas
incompletas e inconclusivas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Na tabela 1 se observa que no Município de Canindé, no Ceará, durante o período de


2018 a 2022, ocorreram apenas 30 acidentes com exposição percutânea a materiais
biológicos. Entretanto, este dado muito provavelmente deve estar subnotificado, pois é quase
impossível que em um período de tempo tão longo, apenas estes números de casos tenham
ocorrido. Devido à falta de notificações e baixo número de informações em Canindé e no
Sertão Central do Ceará, esta pesquisa foi ampliada para todo o Ceará, buscando informações
e dados concretos para subsidiar resultados verídicos. Dias, Machado, Silva (2012) ressaltam
que os acidentes notificados em nossos pais não representam a realidade brasileira.
A subnotificação dos casos pode vir de vários fatores. Vieira, Padilha e Pinheiro
(2011) citam o desconhecimento acerca dos procedimentos a serem realizados em casos de
acidentes com os materiais, o desconhecimento da obrigatoriedade da notificação ou até
mesmo pelo fato de o trabalhador temer as consequências de uma possível infecção, como a
perda do emprego. Devido a este contexto de subnotificações, existem vários estudos que
apontam a dificuldade de se obter estatísticas confiáveis acerca dos acidentes com materiais
biológicos (CASTRO et al, 2008; FACCHIN, 2009). Existe também a dificuldade de se
registrar o acidente se tiver ocorrido certo tempo entre o acidente e a notificação (DIAS et al,
2012).
Ainda na tabela 1, na distribuição destes acidentes por sexo, percebe-se que a maioria
das notificações envolve mulheres. Estes valores podem possivelmente refletir o fato de que
existem mais profissionais da saúde do sexo feminino que estão em contato com tais
materiais, já que a enfermagem e a profissão de técnico de enfermagem são ocupadas
majoritariamente por mulheres. Segundo a pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada pelo
Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) e divulgada em 2017, as mulheres representavam
85,1% dos profissionais. Estando os homens mais relacionados a trabalhos braçais, como por
exemplo, o de coleta de resíduos.

Tabela 1: Notificações por exposição percutânea segundo ano da notificação e por sexo
período: 2018-2022
ANO DA IGN/BRANCO TOTAL MASCULINO FEMININO TOT
NOTIFICAÇÃO (CANINDÉ) (CEARÁ) (CEARÁ) AL
TOTAL 30 30 2.619 8.001 10.620
2018 11 11 476 1.399 1.875

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2019 7 7 532 1.663 2.195


2020 3 3 478 1.319 1.797
2021 3 3 618 1.964 2.582
2021 6 6 515 1.656 2.171
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE/SVS- SISTEMA DE INFORMAÇÓES DE
AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN NET

Na tabela 2 observa-se que o maior motivo de acidentes biológicos por circunstância


se deve ao descarte inadequado em locais como no chão. Esse tipo de ação pode afetar
diferentes classes de indivíduos, desde empregatícios como garis até crianças inocentes. A
falta de conhecimento sobre um descarte adequado de materiais biológicos é preocupante. O
descarte no lixo comum também deve ser evitado. Materiais contaminados com fluidos
corporais como sangue, perfuro-cortantes, dextro (controle de glicemia capilar) e etc. devem
ser descartados da maneira correta. Caso este material esteja em casa, deve ser armazenado
em uma caixa com tampa e entregue a um serviço de saúde próximo que possa descartar,
como por exemplo, uma UBS. Medidas simples e conhecimento prévio podem evitar que
danos maiores sejam causados.
Em locais envolvidos com a saúde há a diferenciação do tipo de material a ser
descartado para sua devida coleta e distribuição. A classificação dos materiais biológicos em
cinco grupos facilita a identificação e divisão dos mesmos para que haja um correto descarte.
É obrigatória a segregação dos resíduos no momento da geração, de acordo com a
classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA RDC, N° 306 de 07 de
dezembro de 2004 e CONAMA, submetendo-os à inativação microbiana, pela própria
unidade geradora. No Brasil, devido às condições precárias do sistema de gerenciamento de
resíduos, não há estatísticas precisas a respeito do número de geradores, nem da quantidade de
resíduos de serviços de saúde gerada diariamente.

Tabela 2: Notificações por circunstâncias. De acidente segundo ano da notificação período:


2018-2022
ANO DE TOTAL 2018 2019 2020 2021 2022
NOTIFICAÇÃO
IGNORADOS/BRANCO 353 104 63 60 76 50
ADM.MED.ENDOVENO 916 136 179 166 241 194

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SA
ADM.MED. 615 89 117 95 166 148
INTRAMUSCULAR
ADM.MED.SUBCUTÂN 551 89 99 112 153 98
EA
ADM.MED. 51 8 10 6 17 10
INTRADERMICA
PUNÇÃO/COLETA 452 62 67 90 118 115
PUNÇÃO NE 442 82 70 87 110 93
DESCARTE 889 133 189 150 204 213
INADEQUADO DE
LIXO
DESCARTE 1267 158 246 245 384 234
INADEQUADO CHÃO
LAVANDERIA 52 10 11 8 12 11
LAVAGEM DE 218 45 49 28 37 59
MATERIAL
MANIP. CAIXA 532 95 108 82 136 111
PERFURO/CORTANTE
PROCEDIMENTO 857 156 187 144 202 168
CIRURGICO
PROCEDIMENTO 613 100 171 84 137 121
ODONTOLOGICO
PROCEDMENTO 248 39 48 43 80 38
LABORATORIAL
DEXTRO 102 11 19 16 40 16
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE/SVS- SISTEMA DE INFORMAÇÓES DE
AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN NET

Na tabela 3, é possível observar a distribuição do número de notificações por acidentes


biológicos em relação ao mercado de trabalho. O número mais alto foi o de casos em
branco/ignorados. Isso pode estar relacionado ao fato de que muitos indivíduos possuem

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medo em revelar essas informações por questões pessoais, como medo de perder o emprego.
A falta de tempo do trabalhador para notificar o acidente foi constatada também por
FIGUEIREDO (1992) o qual aponta como causa decorrente do ritmo acelerado imposto para
a execução das atividades, pressão exercida pela chefia, e da grande responsabilidade
assumida pelos trabalhadores no trabalho. É válido salientar que, mesmo diante da
subnotificação de doenças profissionais, relacionadas ao trabalho e de acidentes de trabalho, a
notificação representa um importante instrumento de vigilância em saúde do trabalhador, uma
vez que possibilita construir dados e informações que subsidiam a identificação de perfis
epidemiológicos de trabalhadores mais próximos da realidade bem como uma intervenção
mais coerente com os problemas de saúde levantados.
O segundo número mais elevado é de empregados registrados, o que se conclui que a
maioria desses casos está relacionada com empregos fixos e registrada. Isso se deve ao fato de
que a maioria dos locais que podem estar associados a este tipo de acidente, deve
estar relacionada a um vínculo empregatício formal. O número referente a empregador,
aquele que “emprega”, é bem menor. Pelo fato de não estar manuseando diretamente esses
materiais, o risco de acidentes ou contaminação é reduzido, por estar interligado apenas
a funções de administração ou coordenação destes outros trabalhadores que estão
mais propensos a acidentar-se. Os menores índices de notificação de acidentes do
trabalho estão entre trabalhadores não concursados, o que também sugere a existência de
receio dos trabalhadores de perderem seus empregos, questão séria que os remete à reflexão
acerca de aspectos éticos e morais envolvidos nas relações de trabalho no Brasil.

Tabela 3: Notificações por situação do mercado de trabalho segundo ano da notificação.


Período: 2018-2022

ANO DA TOTAL 2018 2019 2020 2021 2022


NOTIFICAÇÃO
IGN/BRANCO 3.259 737 886 566 715 355
EMPREGADO 2.761 370 465 464 751 711
REGISTRADO
EMPREGADO 363 57 48 68 105 85
NÃO
REGISTRADO
AUTÔNOMO 154 17 30 25 49 33

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SERV. PÚBLI. 892 160 196 143 190 203


ESTATUTARIO
SERV. PUBL. 624 114 120 136 100 154
CELETISTA
APOSENTADO 13 2 1 4 1 5
DESEMPREGAD 38 8 13 4 6 7
O
TRABALHADOR 595 71 83 93 196 152
TEMPORARIO
COOPERATIVAD 1.121 186 162 183 299 291
O
TRAB. AVULSO 41 8 9 6 13 5
EMPREGADOR 10 2 5 - 1 2
OUTROS 749 143 117 105 156 168
TOTAL 10.620 1.875 2.195 1.797 2.582 2.171
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE/SVS- SISTEMA DE INFORMAÇÓES
DE AGRAVOS DE
NOTIFICAÇÃO - SINAN NET

4 CONCLUSÃO

Com base nos dados apresentados e discutidos, conclui-se que os acidentes de trabalho
com materiais biológicos acontecem com mais frequência do que se imagina. A ocorrência é
muito maior no sexo feminino do que no sexo masculino, haja vista que as profissões que
mais são atingidas como a enfermagem é ocupada em sua maioria por mulheres. Além disso,
a principal forma de contaminação é com perfuro-cortantes quando descartados
incorretamente e/ou em locais inadequados. As principais causas descobertas e discutidas foi
estresse no ambiente de trabalho, falta de conhecimento técnico e ausência ou uso incorreto de
EPI’s. Negligenciar esse fato é contribuir para que este número cresça e atinja cada vez mais
um número maior de profissionais da saúde. É necessário que haja uma mobilização maior
frente ao assunto, tanto levando conhecimento e informações necessárias para esses
profissionais como elaborar programas de proteção contra os acidentes com materiais
biológicos com o intuito de garantir segurança durante as atividades laborais.

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REFERÊNCIAS

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dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde (2004). Brasília: Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004,
Seção 1, Edição 237, páginas 49 a 56.

ANVISA. NR-32, 2022. (ATUALIZADA) Governo Federal. Disponível em:


https://nexxto.com/riscos-biologicos-nr-32-e-o-papel-da-biosseguranca/ Acesso em:
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13853 - Coletores para resíduos de serviços
de saúde perfurantes ou cortantes: requisitos e métodos de ensaio (1997). Rio de Janeiro:

BRANDI, S.; BENATTI, M. C. C.; ALEXANDRE, N. M. C. Ocorrência de acidente de


trabalho por material perfurocortante entre trabalhadores de enfermagem de um Hospital
Universitário da Cidade de Campinas, Estado de São Paulo. Rev Esc Enferm USP.
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BRASIL, Ministério da Educação do Brasil. Acidentes de Trabalho com Material


Biológico, 2019. Governo Federal. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/
hospitais- universitarios/regiao-sul/hu-furg/comunicacao/noticias/acidentes-de-trabalho-com-
material- biologico.

BRASIL. Ministério da Saúde do Brasil. Exposição Material Biológico: Saúde do


Trabalhador. Protocolos de Complexidade 3. Série A. Normas e Protocolos. Brasília. Editora
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expostos os trabalhadores de enfermagem. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, Jun.
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(Mestrado em Enfermagem)-Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São
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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

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DOI: 10.55811/jocec2023/19948
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

A COVID-19 E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS BIOPSICOSSOCIAIS

MARIA JOSÉLIA DA CUNHA FERREIRA; MILTON BEZERRA PINHEIRO NETO; TIAGO


HOLANDA MONTEZUMA; DAVID DE ALENCAR CORREIA MAIA

INTRODUÇÃO: Neste estudo abordaremos as sequelas biopsicossociais que a COVID-19 trouxe


para as pessoas, explicando a relação de alguns sintomas físicos e psicológicos com esse vírus e o por
que podem ser acarretados. A pandemia causada pelo COVID 19 trouxe diversos prejuízos nos
aspectos biológicos, psicológicos, sociais e comportamentais. Um ponto observado é o isolamento
social, causado pelo lockdown, como ferramenta de controle do vírus. A restrição social também
afetou os vínculos afetivos e a diminuição de práticas de atividades físicas. Observou-se a inexistência
de práticas e políticas públicas para prevenção e tratamento das consequências do vírus. Visto isso, o
estudo acerca do tema, torna-se de importância fundamental para o convívio social futuro,
principalmente, por ser uma doença nova, com poucos estudos sobre o tema. OBJETIVOS: Descrever
as consequências do vírus SARS-COV-2, nos aspectos comportamentais e sociais da população
brasileira. METODOLOGIA: A presente pesquisa é de cunho exploratório. As bases de dados
utilizadas foram: Scielo, Bireme e Google Acadêmico. Os descritores utilizados na pesquisa: Covid;
Comportamentos; Isolamento social. Critérios de inclusão: Artigos publicados em periódicos em
língua portuguesa, publicados no período de 2020 até os dias de hoje. O critério de exclusão foram
artigos escritos em periódicos com outras temáticas. RESULTADOS: Através das pesquisas
realizadas observou-se uma semelhança dos sintomas identificados, levando há um alto índice de
pessoas que são afetadas psicologicamente pelo vírus, causando diversos outros problemas, como
ansiedade, depressão, alopécia, problemas cardiorrespiratórios, problemas cognitivos, dores
musculares, fadiga, dispnéia, que podem se estender até 2 meses após o fim da doença. A pouca
literatura sobre o assunto, é algo que dificulta a escrita sobre o tema. Assim, é de extrema importância
a pesquisa sobre o mesmo. CONCLUSÃO: As sequelas desse vírus são bem mais complexas do que
pensamos, levando ao desenvolvimento de fobias e outros problemas neurológicos e físicos, que se
não forem tratados e acompanhados precocemente, podem se tornar definitivos.

Palavras-chave: Covid 19, Biopsicossociais, Sequelas, Sars, Pandemia.

DOI: 10.55811/jocec2023/19952
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ALTERAÇÕES PSÍQUICAS EM FISICULTURISTAS PROPICIADAS PELA UTILIZAÇÃO


DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES: REVISÃO DE LITERATURA

LINCOLN SEGUNDO MIRANDA; MARCELA BARRETO ARAUJO CAETANO; JOÃO PEDRO


DE OLIVEIRA MIRANDA; IGOR MAPURUNGA PINHEIRO; DAVID DE ALENCAR CORREIA
MAIA

INTRODUÇÃO: A interação psíquica e medicamentosa envolvida com o uso de substâncias


anabólicas e os atletas de fisiculturismo é tema recorrente de pesquisas científicas. Tais substâncias,
conhecidas como esteroides anabolizantes (hormônios derivados da testosterona, em sua maioria),
auxiliam no ganho de massa muscular e no desempenho atlético; contudo, podem ter efeitos
significativos no humor desses atletas. OBJETIVO: Apresentar as alterações psíquicas em
fisiculturistas propiciadas pela utilização de esteroides anabolizantes. METODOLOGIA: Esse estudo
será uma revisão de literatura dos estudos disponíveis sobre o tema entre abril e maio de 2023,
incluindo evidências relevantes e confiáveis, analisando dados por meio de uma abordagem
qualitativa, identificando padrões e tendências nas descobertas dos estudos incluídos. RESULTADOS
E DISCUSSÕES: Diniz e Muniz (2020) estudaram os esteroides anabolizantes - drogas naturais ou
sintéticas provenientes do hormônio da testosterona - que possuem diversos benefícios como o
aumento da massa muscular e da força, contendo alguns efeitos colaterais. Machado, Rodrigues et al
(2016) pesquisaram sobre o uso de testosterona, que traz benefícios, no entanto malefícios também são
presentes. Os usuários desse tipo de hormônios em doses elevadas visam as vantagens estéticas em
detrimento das desvantagens psicológicas, que são estresse, ansiedade, depressão, agressividade,
alterações de humor etc. Mega Martins et al (2005) abordaram que esses transtornos mentais podem
influenciar diretamente a dinâmica social do sujeito, o qual pode ter dificuldades em suas relações
interpessoais, no geral. CONCLUSÃO: É crucial que fisiculturistas e profissionais de saúde estejam
cientes dos potenciais efeitos adversos no humor associados ao uso de hormônios derivados da
testosterona. Além disso, implementar estratégias de apoio e monitoramento adequadas são essenciais
para garantir uma prática saudável e sustentável no fisiculturismo, levando em consideração o bem-
estar mental e emocional dos atletas como um elemento fundamental, criando novos experimentos e
pesquisas relacionadas ao assunto.

Palavras-chave: Alterações psíquicas, Fisiculturistas, Esteroides anabolizantes, Testosterona, Revisão


de literatura.

DOI: 10.55811/jocec2023/19956
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES METODOLOGIAS NA


MONITORIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

TÉRCIA MONTENEGRO HOLANDA; LUISA VIRNA MONTEIRO DE ABREU; LUANA


MARIA CASTELO MELO SILVA; VALESKA PORTELA LIMA

INTRODUÇÃO: O programa de monitoria exerce um importante papel nas disciplinas do ensino


superior frente à construção de uma educação significativa. Em sua dinâmica de atividades, acredita-se
que docentes orientadores e discentes monitores, vivenciem constantemente trocas que possa facilitar
ainda mais a aprendizagem. Diante de um ensino e suas ferramentas de aprendizagem, os monitores
atuam como atores e autores do conhecimento, o qual está em constante evolução, destacando-se,
ainda, os caminhos direcionados para o exercício das atividades por parte dos orientadores. Assim, os
monitores podem desempenhar um excelente papel visto o vasto de conteúdos ministrados pelas mais
variadas disciplinas do curso de graduação em medicina. OBJETIVOS: Realizar um relato de
experiencia visando abordar a importância da monitoria e os diferentes recursos utilizados nas
disciplina de Sistemas Orgânicos Integrados III ( histologia ) e Patologia Geral da Faculdade de
Medicina de Canindé da Estácio IDOMED durante o ano de 2022. RELATO DE EXPERIÊNCIA:
Dentre as atividades realizadas pelos monitores das disciplinas de Sistemas Integrados III (Histologia)
e Patologia Geral, destacou-se suporte no laboratório de microscopia na visualização de variadas
lâminas, aplicação de gamer em plataforma presente na internet, estudos dirigidos, construção de
modelos concretos, dentre outras. Observou-se que o rendimento acadêmico dos monitores, bem
como dos monitorados ampliou-se quando comparado aos alunos que ausentaram-se de tais praticas,
por meio da construção de um novo ensino, fato que corrobora para o crescimento pessoal e
profissional do aluno. DISCUSSÃO: A utilização de diferentes metodologias na monitoria os discente
podem protagonizar a construção de seu conhecimento e compartilhar os saberes entre si, favorecendo
uma futura autonomia profissional. Assim partindo de uma experiência da autorregulação da
aprendizagem vivenciada na monitoria, os alunos podem superar a percepção fragmentada dos
processos de ensino e compreender a integralidade das etapas e funções de disciplinas e saberes
necessários para o exercício da profissão. CONCLUSÃO: Conclui-se que ao inserir o aluno na
construção e desenvolvimento das disciplinas, a monitoria, por meio de suas diferentes metodologias,
pode auxiliar na aprendizagem em consonância com essa perspectiva educativa dialógica,
contribuindo para a atuação profissional no SUS.

Palavras-chave: Diferentes metodologias, Metodologia, Monitoria, Monitoria medicina,


Aprendizagem.

DOI: 10.55811/jocec2023/19957
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ASPECTOS CLINICOS DA SÍNDROME MIELODISPLÁSICA

DIANINHO RODRIGUES DOS SANTOS; RAIMUNDO ERMINO DOS SANTOS NETO; THAIS
MELO SOUZA; ANA CECÍLIA MACHADO JUSTA; RAFAELLE CASTRO LOPES; BIANCA
MACHADO JUSTA; INA DOS SANTOS MARIN; ELAYNNE MOREIRA SILVA DE MATOS;
FABIA MARIA BARROSO DA SILVA LOBO

INTRODUÇÃO: A Síndrome Mielodisplásica é um distúrbio hematológico caracterizado pela


produção anormal de células sanguíneas defeituosas que não funcionam corretamente na medula
óssea, levando a uma contagem sanguínea anormal e possíveis complicações. Os sintomas podem
variar de leves a graves, sendo os principais os sinais de anemia, tais como: palidez de pele e mucosas,
fadiga, perda de apetite, dor de cabeça, tontura, falta de ar e dor no peito. O tratamento da
mielodisplasia tem como objetivo controlar as complicações, como infecções, anemia e hemorragia.
Além disso, o transplante de medula óssea tem sido cada vez mais utilizado. OBJETIVOS: objetivo
apresentar uma breve revisão sobre a síndrome mielodisplasia e anemia severa, discutir sobre o
diagnóstico e o tratamento e apresentar um panorama geral sobre a situação. METODOLOGIA: Este
estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre os aspectos clínicos da síndrome mielodisplásica.
A coleta de dados foi realizada no período de 18 a 23 de março de 2023. Foram utilizadas diversas
plataformas para pesquisa como: National Library of Medicine (PubMed), Scrientific Eletrônic
Library (SCIELO), Google School. RESULTADOS: Pacientes com SMD, apresentam alterações no
hemograma como: redução nos índices de hemácias, hemoglobina e hematócrito. As hemácias irão
apresentar-se hipocrômicas na maioria das vezes. Essas anomalias hematológicas, incluindo aumento
da apoptose, leva a uma hematopoese ineficaz e citopenias periféricas. Como resultado, os pacientes,
desenvolvem anemia grave. O tratamento da mielodisplasia tem como objetivo controlar as
complicações, como infecções, anemia e hemorragia. Em alguns pacientes com contagens sanguíneas
baixas, a administração de eritropoietina e fatores de crescimento de granulócitos ou granulócitos e
monócitos pode ser útil e o transplante de medula óssea também é uma opção de tratamento.
CONCLUSÃO: A suspeita de SMD pode surgir após um hemograma de rotina que apresentará
alterações na contagem de células, e seu diagnóstico dependerá de exames laboratoriais que possam
diagnosticar. Essa é uma doença complexa e grave, cujo manejo pode ser difícil, e quando não
diagnosticado corretamente, o prognóstico do paciente pode ser ruim, evoluindo para leucemia aguda.
Casos de anemia severa e internações recorrentes podem ocorrer se o tratamento não for realizado de
forma adequada.

Palavras-chave: Smd, Sindrome mielodisplásia, Mielodisplasia, Células sanguíneas, Hematologia.

DOI: 10.55811/jocec2023/19958
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

DESAFIOS NO CUIDADO DA POPULAÇÃO INDÍGENA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À


SAÚDE

SABRINNE LOPES COELHO; CARMÉLYA MARIAH FERNANDES MAIA; GABRIELLA


MARIA SANTANA MACEDO; MÁRCIA ANDRÉA GONÇALVES; MAIARA OLIVEIRA ELIAS

INTRODUÇÃO: Devido ao pouco conhecimento que se tem sobre os povos indígenas e a grande
diversidade destes, este grupo étnico é tido com o mais vulnerável no mundo. Só em território
brasileiro existem 305 etnias indígenas, com uma população de aproximadamente 900 mil pessoas,
segundo o censo populacional realizado em 2010, com isso inúmeros são os desafios enfrentados para
garantir os direitos desta população. O Sistema Único de Saúde (SUS) criou a operacionalização da
Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), como estratégia para garantir o
acesso à saúde deste grupo étnico. Esta temática vem sendo alvo de estudos e produções científicas,
dando mais visibilidade ao descaso devido a fatores diversos. OBJETIVOS: Identificar os desafios
enfrentados no cuidado à população indígena na atenção primária à saúde. METODOLOGIA: Este
estudo foi realizado através de pesquisa em base de dados, como Scielo e Google acadêmico,
coletados artigos dos últimos dez anos, a fim de revisar os descritos de literatura sobre a temática
abordada. RESULTADOS: Foi apontado que desafios que a atenção primária à saúde indígena são
diversos, como o isolamento das regiões e obstáculos naturais, as diferenças étnicas, culturais e
linguísticas, que dificultam a comunicação e o entendimento entre esses povos e os profissionais da
atenção primária à saúde indígena no Brasil. Os quais foram provados com os resultados da Política de
Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), que é uma pesquisa voltada para os impactos na vida
dos profissionais que atuam nessa frente, e também pelos dados obtidos pelo SASI (Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena), que enfrenta uma dificuldade de comunicação, demonstrando uma
fragilidade normativa. CONCLUSÃO: Desse modo, conclui-se que os desafios no cuidado da
população indígena na atenção primária à saúde são diversos e que as organizações de saúde de ambas
esferas ainda não conseguiram estabelecer de fato um dos princípios do SUS que seria a equidade,
para que surja uma nova visão para a resolução desse problema.

Palavras-chave: Indígenas, Atenção primária a saúde, Desafios a população indígena, Profissionais


da saúde, Sus.

DOI: 10.55811/jocec2023/19960
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E OBSTÉTRICO DE GESTANTES DO MUNICÍPIO DE


CANINDÉ/CE

ARIADNA CAVALCANTI RODRIGUES; FRANCISCA ERIVÂNGELA GOMES ROCHA;


MARCLES RÔMULO SILVA DA COSTA FILHO; VICTOR MACEDO PAES

INTRODUÇÃO: O atendimento pré-natal engloba uma série de medidas que visam assegurar o bem-
estar da mãe e do feto, promovendo um acompanhamento longitudinal, tornando possível a detecção
precoce de intercorrências e complicações durante a gravidez. O perfil sociodemográfico e obstétrico
de gestantes é essencial para planejar e implementar políticas de assistência materno-infantil.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é analisar o perfil sociodemográfico e obstétrico de gestantes na
cidade de Canindé-CE no período de 2016 a 2020. METODOLOGIA: Trata-se de um levantamento
e análise de dados do SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), para todos os
nascidos vivos de mães residentes no município de Canindé/CE no referido período. As variáveis
analisadas foram idade, etnia, estado civil, escolaridade, duração da gestação, adequação ao pré-natal,
tipo de gestação e tipo de parto. RESULTADOS: A faixa etária prevalente de mulheres assistidas foi
entre 20 a 24 anos (27,66%). Na formação acadêmica, os maiores percentuais estiveram entre 8 e 11
anos de estudo (61,23%). Quanto ao Índice de Adequação do Acesso ao Pré-natal, teve 56% das
gestantes com consultas consideradas “Adequadas” ou “Mais que Adequadas”, somando-se os
resultados destas duas categorias. Em relação a variável “Duração da gestação”, as categorias que
englobam gestações do tipo pré-termo atingiram um percentual de 12,58%, já as gravidezes do tipo a
termo alcançaram 72,76%. Acerca do “Tipo de parto”, as categorias “Vaginal” (52,35%) e “Cesáreo”
(47,32%) não apresentaram grandes diferenças. CONCLUSÃO: O estudo revelou importantes
informações sobre o perfil sociodemográfico e obstétrico das gestantes atendidas na região. Os
resultados indicam que a maioria delas possui baixa escolaridade, com mais da metade tendo apenas o
ensino fundamental completo. Outro dado que precisa ser melhorado é a Adequação do Acesso ao Pré-
natal, pois a partir de 2020 a meta do Programa Previne Brasil é acima do percentual identificado até
aquele período. Estratégias podem ser traçadas para melhorar a assistência do pré-natal, por meio de
políticas públicas que incentivem a educação e a conscientização das gestantes sobre a importância do
pré-natal, além de investimentos em infraestrutura e recursos humanos na área da saúde.

Palavras-chave: Gestantes, Perfil, Pré-natal, Determinantes sociais da saúde, Atenção à saúde.

DOI: 10.55811/jocec2023/19962
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SECUNDÁRIA A UM INFARTO: UMA REVISÃO DE


LITERATURA

INA DOS SANTOS MARIN; THAIS MELO SOUZA; ANA CECÍLIA MACHADO JUSTA;
RAFAELLE CASTRO LOPES; BIANCA MACHADO JUSTA; ELAYNNE MOREIRA
SILVA DE MATOS; DIANINHO RODRIGUES DOS SANTOS; FABIA MARIA
BARROSO DA SILVA LOBO

RESUMO

A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença relacionada a diminuição do débito cardíaco em


decorrência de alterações estruturais ou funcionais do coração. Essa cardiopatia possui diversas
etiologias, sendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) umas delas, ele está fortemente associado
como um fator desencadeante para a evolução de uma IC, devido ao remodelamento cardíaco
que aquele órgão acometido realiza por conta do estresse causado por ele, mesmo sendo uma
das causas mais comuns, existem poucos relatos de casos documentado na literatura. O IAM é
caracterizado pela morte isquêmica do músculo cardíaco causado frequentemente por doença
aterosclerótica nas artérias coronárias, sua gravidade depende da área afetada e os prognósticos
mais temidos são insuficiência cardíaca e choque cardiogênico. O objetivo dessa revisão de
literatura é demonstrar a relação entre o IAM e IC e seus sintomas clínicos frequentes.

Palavras-chave: insuficiência cardíaca, remodelamento cardíaco, infarto agudo do miocárdio.

1 INTRODUÇÃO

A insuficiência cardíaca (IC) é definida como uma síndrome complexa, resultante de


qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração, a qual ocasiona ou aumenta o risco de
desenvolver manifestações de débito cardíaco baixo e/ou congestão pulmonar ou sistêmica
(PORTH; MATFIN, 2010).
As causas de (IC) no nosso meio são: cardiopatia isquêmica crônica associada à
hipertensão arterial, doença de Chagas, endomiocardiofibrose e a cardiopatia valvular
reumática crônica (FANTINATTI; GALLINA, 2018). A remodelação ventricular desempenha
papel fundamental na fisiopatologia da disfunção do ventrículo, após o infarto. Ao reagir a
determinada agressão, as alterações genéticas, estruturais e bioquímicas desse processo vão
resultar em deterioração da capacidade funcional do coração, em longo prazo, e consequente
aparecimento dos sinais e sintomas de insuficiência cardíaca e/ou morte súbita (ZORNOFF et

DOI: 10.55811/jocec2023/19965
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

al., 2015).
Estudos prévios sugeriram que o desenvolvimento de IC após o IAM esteja relacionado
com o tamanho do infarto, a doença multi-arterial coronariana, a eficiência da reperfusão e o
uso de medicações adjuvantes. Apesar do emprego crescente da revascularização miocárdica
precoce, a prevalência de IC pós-IAM ainda é elevada (em torno de 20 a 30%), representando
a principal causa de morbimortalidade intra-hospitalar (ANTONELLI et al., 2015).
De acordo com trabalhos realizados, após o infarto, cerca de 50% dos pacientes evoluem
com algum grau de dilatação ventricular esquerda. Desses, 50% dos pacientes evoluem com
aumentos progressivos da câmara ventricular, enquanto 50% permanecem estáveis. Dos
pacientes que não apresentam dilatação na fase aguda, parcela ainda não definida de pacientes
apresentará o processo de remodelação após semanas, meses ou anos após o insulto isquêmica
(ZORNOFF et al., 2015).
Segundo a literatura, existem vários fatores de risco para IAM nos adultos jovens. A
maioria está relacionada à aterosclerose (80% dos casos). Para esses casos, existem tanto fatores
de risco convencionais quanto novos fatores de risco. Merecem consideração na população
jovem os fatores de risco coronário clássicos: o tabagismo, a dislipidemia, a história familiar,
e, em menor frequência, a hipertensão arterial, o diabetes mellitus; nessa faixa etária entram,
ainda, como fatores de risco, o uso de cocaína e as síndromes trombofílicas (MANGILI et al.,
2006).
Esse artigo tem como objetivo relacionar a insuficiência cardíaca a ocorrência de um
infarto do miocárdio.

2 METODOLOGIA

Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre os aspectos clínicos da


insuficiência cardíaca correlacionada ao infarto. A pesquisa seguiu as seguintes fases: 1ª fase
elaboração da pergunta norteadora; 2ª fase – busca ou amostragem na literatura; 3ª fase – coleta
de dados; 4ª fase – análise crítica dos estudos incluídos; 5ª fase – discussão dos resultados; 6ª
fase – apresentação da revisão integrativa. A questão norteadora foi: Quais a relação da
insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio?
A coleta de dados foi realizada no período de 18 a 23 de março de 2023. Foram
utilizadas diversas plataformas para pesquisa como: National Library of Medicine (PubMed),
Scrientific Eletronic Library (SCIELO), Google School. Foram escolhidos como critérios de
busca foi com base nos descritores em Ciências da Saúde (DeCS) que continham: insuficiência
cardíaca, infarto do miocárdio, aspecto clinico da insuficiência cardíaca.

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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Infarto agudo do miocárdio (IAM) é definido como a morte de uma região do músculo
cardíaco derivado de uma instabilidade entre oferta e demanda de oxigênio no miocárdio
(COSTA, et al., 2020). O paciente está sujeito à remodelação cardíaca como efeito adverso após
IAM, independente da intervenção coronária percutânea primária, está associada
principalmente ao surgimento de insuficiência cardíaca e mau prognóstico (ROSA, 2022).
A Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda (2018), define a IC
como uma síndrome clínica complexa, onde o coração é insuficiente em bombear sangue de
forma efetiva para necessidades metabólicas tissulares, podendo fazê-lo somente com altas
pressões de enchimento. A IC foi a principal causa cardiovascular de hospitalizações no Brasil
entre 2008 e 2017, com 2.380.133 autorizações de internação hospitalar pagas, cerca de 21%
do total (DUTRA et al., 2022).
Avaliando o quadro clínico do paciente, um dos sintomas mais comuns da IC é a
dispneia (MARTINS et al., 2019). A classificação funcional conforme a NYHA - New York
Heart Association permanece sendo a classificação utilizada para caracterizar e categorizar a
gravidade dos sintomas. Esta classificação se baseia no grau de tolerância ao exercício e varia
desde a ausência de sintomas até a presença de sintomas mesmo em repouso (MARTIN, 1994).
A mortalidade associada à IC e necessidade de internação por essa causa, está associada
principalmente com a avaliação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), que é
utilizada para diagnóstico, tratamento e prognóstico da IC (DUTRA et al., 2022). Segundo a
diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda (2018), para definir IC baseia-se
na FEVE e compreende pacientes com FEVE normal (≥ 50%), denominada IC com fração de
ejeção preservada (ICFEp), e aqueles com FEVE reduzida (< 40%), denominados IC com
fração de ejeção reduzida (ICFEr).
Segundo a diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda (2018) O
tabagismo eleva o risco de IC independentemente da presença de doença arterial coronariana.
Apesar dos mecanismos envolvidos ainda sejam incertos, percebe-se uma associação entre a
intensidade e duração do tabagismo com os marcadores séricos de injúria miocárdica e
alterações na estrutura e na função cardíacas.

4 CONCLUSÃO

Diante do exposto, a literatura mostrou que a insuficiência cardíaca após o infarto agudo
do miocárdio está correlacionada por meio de alterações estruturais do músculo cardíaco que

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afetam sua funcionalidade, e dependem do tamanho da área afetada no miocárdio. Essa


correlação é de grande relevância para a academia uma vez que estimula o desenvolvimento de
pesquisas incentivando a formulação de protocolos que tentem minimizar a possibilidade do
desenvolvimento de uma IC pós-evento de IAM, além disso essa revisão de literatura realizou
uma correlação clínica de insuficiência cardíaca após infarto agudo do miocárdio, através da
análise de sinais de sintomas clínicos. Com esse trabalho foi possível observar que o quadro
clínico característico da IC mais tabagismo pode ter sido um fator que predispõe a evolução de
IAM com consequência de IC.

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Helicobacter pylori: FATORES DE VIRULÊNCIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

BIANCA MACHADO JUSTA; ANA CECÍLIA MACHADO JUSTA; INA DOS SANTOS
MARIN; THAIS MELO SOUZA; RAFAELLE CASTRO LOPES; ELAYNNE MOREIRA
SILVA DE MATOS; DIANINHO RODRIGUES DOS SANTOS; ANTONIO FABRICIO
RODRIGUES OLIVEIRA; VICTOR MACÊDO PAES

RESUMO
A Helicobacter pylori (H. pylori) é uma bactéria cosmopolita, que afeta mais da metade da
população mundial e possui grande incidência no Brasil, principalmente no Nordeste, visto isso
objetiva-se discutir e sintetizar informações a respeito desse patógeno. Essa bactéria consegue
colonizar o estômago, apesar do baixo ph, devido a seus fatores de virulência e suas
características morfológicas como a liberação de urease, a presença de flagelos, a ação das
adesinas e a expressão de proteínas citotóxicas, fatores esses que influenciam no
desenvolvimento de doenças como gastrite, úlcera e câncer gástrico. O diagnóstico é feito por
meios que podem ser classificados em invasivos e não invasivos, como o teste histopatológico e
a urease. O tratamento deve ser feito mesmo em pacientes que não apresentam sintomas,
geralmente com a utilização de 3 medicamentos. Diante do exposto é perceptível a
complexidade dos mecanismos de virulência e a necessidade de mais estudos a respeito desse
patógeno e de medidas mais efetivas para combatê-lo.

Palavras chaves: estômago; bactéria; genes; epidemiologia; fisiopatologia;

ABSTRACT

Helicobacter pylori (H. pylori) is a cosmopolitan bacterium, which affects more than half of the
world's population and has a high incidence in Brazil, mainly in the Northeast, since this
objective is to discuss and synthesize information about this pathogen. This bacterium is able to
colonize the stomach, despite the low pH, due to its virulence factors and its morphological
characteristics such as the release of urease, the presence of flagella, the action of adhesins and
the expression of cytotoxic proteins, factors that influence the development diseases such as
gastritis, ulcers and gastric cancer. The diagnosis is made by means that can be classified as
invasive and non-invasive, such as histopathological test and urease. Treatment should be
carried out even in patients who do not have symptoms, usually with the use of 3 drugs.
Given the above, the complexity of virulence mechanisms and the need for further studies on his
pathogen and more effective measures to combat it are noticeable.

Keywords: stomach; bacterium; genes; epidemiology; pathophysiology

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1 INTRODUÇÃO

O estômago, órgão do trato gastrointestinal, apresenta condições hostis, devido à alta


acidez. No entanto, alguns microrganismos ainda conseguem se desenvolver, como é o caso da
bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), a qual acomete cerca de 60% da população brasileira
(TEIXEIRA et al., 2016).
As principais formas de transmissão conhecidas para H. pylori são a oral-oral e a fecal-
oral, pois é através do contato com saliva, vômito ou fezes que ocorre o contágio
(MAZZOLENI et al., 2010). Devido a precariedade no saneamento básico e no abastecimento
de água a prevalência dessa bactéria está mais relacionada à países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento (BRITO et al., 2019).
Embora esse patógeno apresente certa resistência ao ambiente gástrico, a presença de
fatores de virulência e outros mecanismos favorecem o estabelecimento desse patógeno na
mucosa gástrica. Portanto, ele procura se estabelecer em locais de menor acidez,
consequentemente na mucosa gástrica, devido a produção de muco (CHANG et al., 2018). O
estabelecimento dessa bactéria favorece a degradação do epitélio gástrico, sendo precursor de
várias doenças gástricas, entre elas a gastrite, úlceras gástricas e adenocarcinoma (SUGANO et
al., 2015).
Como dito anteriormente, a incidência desse patógeno é global. Alguns estudos mostram
que em 2015, cerca de 4,4 bilhões de indivíduos apresentavam
H. pylori, tendo uma prevalência maior no continente Africano (79,1%), seguido por
América Latina (63,4%) e da Ásia (54,7%). Essas regiões são formadas por países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, apresentando, portanto, os menores índices de
saneamento. Em contrapartida, índices mais baixos de infecções por H. pylori foram registradas
na América do Norte (37,1%), na Oceania (24,4%) e na Europa (34,3%), sendo esses
continentes com maior quantidade de países desenvolvidos, locais onde as taxas de saneamento
são elevadas (HOOI et al., 2017).
Existem poucos estudos a respeito da epidemiologia do H. pylori no Brasil. Nos estudos
que foram encontrados estima- se que a prevalência na população brasileira seja de cerca de 60
%. Devido as dimensões continentais do Brasil, as regiões do país são bem distintas, com áreas
que podem apresentar uma prevalência de até 90% (TEIXEIRA et al., 2016).
A transmissão ocorre através da ingestão de fluidos provenientes de indivíduos
contaminados, o que torna a doença mais prevalente em áreas com pouco saneamento e
índices de menor escolaridade. Isso se reflete nos dados existentes que variam entre as

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regiões do país. Nas regiões sul, sudeste e centro-oeste a prevalência fica em torno de 83%. De
outro modo, alguns municípios da região nordeste apresentam prevalência de 90% (SILVA et
al., 2013). Além disso, constatou-se que a transmissão se torna mais comum entre indivíduos
do mesmo círculo de convívio e que a infecção se inicia ainda na infância, podendo afetar até
50% das crianças de 2 a 5 anos (COELHO et al., 2018).
Desta forma é perceptível que a bactéria H. pylori, tem muitos mecanismos de
adaptação, o que torna algumas cepas mais virulentas. Portanto é necessário que o mecanismo
de certos fatores de virulência seja melhor esclarecido. O presente artigo busca sintetizar de
forma clara como a bactéria utiliza alguns dos fatores, já conhecidos pela ciência, para adaptar-
se melhor ao estômago.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado a partir da seleção de referências obtidas a partir da


pesquisa em língua portuguesa e inglesa, com publicações entre 2003 e 2022 e classificação de
periódicos entre A1 e B3. Utilizou como fonte as plataformas de pesquisa : Scielo, Pubmed e
Google acadêmico. Os descritores utilizados foram os seguintes: Helicobacter pylori, fatores de
virulência, manejo, tratamento, diagnóstico, epidemiologia, patogenicidade, fisiopatologia,
estômago.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estômago é um órgão saculiforme, no qual são produzidas várias substâncias que


auxiliam na digestão, entre elas H+ e Cl- que conferem a propriedade ácida do estômago,
favorecendo a ativação das pepsinas, enzimas que possuem a capacidade de degradar
proteínas. Para que esta enzima de ação proteolítica não degrade o estômago, ela é liberada no
lúmen gástrico pelas células principais na sua forma inativa, o pepsinogênio, que é ativado pelo
pH ácido do estômago e pela ação da própria pepsina. Além disso, o estômago libera o fator
intrínseco, uma glicoproteína liberada pelas células parietais, necessária para a absorção normal
de vitamina B12. Esses elementos formam um complexo resistente a ação das proteases
que se adere a receptores específicos no intestino, onde a vitamina B12 é absorvida e o fator
intrínseco expelido (PANIZ et al., 2005).
Portanto, visto a importância das células parietais, já que são responsáveis pela
produção ácida e de fator intrínseco do estômago, essas células possibilitam ao ambiente
gástrico um pH muito ácido (1,5 a 2), favorecendo a degradação de proteínas. Logo, esse órgão

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precisa de uma camada protetora para evitar sua autodegradação, essa camada é a mucosa
gástrica (HUNT et al., 2015).
As características gástricas podem ser afetadas devido a infecção por H. pylori, visto
que essa bactéria adquiriu diferentes genes de virulência e características morfológicas
essenciais para sua colonização. Tais características facilitam a sua permanência no
ambiente gástrico, pois favorecem a modificação do ph, aumentam a aderência e a motilidade
da bactéria e facilitam a entrada e a modificação nas células estomacais, o que ocasiona a
inflamação e a degradação epitelial (ŠTERBENC et al., 2019).
A capacidade da H. pylori de resistir ao ambiente hostil do estômago deve-se, pelo
menos em parte, à ação da urease, encontrada em seu citoplasma, com a função de deixar o
meio envolta mais alcalino, protegendo a estrutura celular. Isso ocorre por meio da hidrolização
da ureia presente no ambiente gástrico, obtendo como produto a amônia e o gás carbônico (BAJ
et al., 2020). Além disso, outros estudos identificaram que a amônia pode ocasionar também o
rompimento das junções celulares do epitélio gástrico, induzir a apoptose dessas estruturas e
estimular a liberação de citocinas pró-inflamatória (DEBOWSKI et al., 2017).
Um importante elemento para que ocorra o sucesso da infecção é a mobilidade desse
patógeno dentro do órgão, que é favorecida pela presença de flagelos polares que variam em
números de 4 a 8 (GU et al., 2017). A motilidade gerada por flagelos é de extrema importância
para a colonização desta bactéria, tanto que sua ausência na estrutura bacteriana pode ocasionar
a não colonização e consequentemente a não infecção (BAJ, et al., 2020).
A aderência da H. pylori à parede gástrica é facilitada pela presença de moléculas de
adesão, que se ligam a receptores celulares. Esse mecanismo evita o deslocamento da bactéria,
garantindo a fixação nas células gástricas. Dentre a moléculas de adesão uma que se destaca é
a adesina de ligação ao antígeno do grupo sanguíneo, a BabA, que é expressa pelo gene BabA2
(Kao et al., 2016). Além dessa proteína dois parálogos, BabB e BabC, com funções não tão bem
conhecidas ainda, parecem atuar nessa aderência. BabA se liga ao antígeno do grupo sanguíneo,
antígeno A e antígeno B do sistema ABO, auxiliando na adesão na estrutura celular ao
epitélio. As cepas de H. pylori que expressam o gene BabA podem ser subdivididos em
generalistas e especialistas. Essa classificação se refere a capacidade de ligação aos grupos
sanguíneos, sendo as generalistas capazes de interagirem com o grupo O, A e B, enquanto os
especialistas se limitam ao grupo sanguíneo O. Esse fator corrobora para que indivíduos com
tipo sanguíneo O tenham maior propensão para o desenvolvimento de úlceras duodenais.
Bactérias que expressam o gene BabA se mostram mais virulentas, ou seja, têm uma maior
chance de ocasionar o desenvolvimento de doenças associadas, como a úlcera e o

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adenocarcinoma gástrico (ANSARI et al., 2019).


Alguns genes como o CagA e o VacA são responsáveis pelo aumento da virulência
dessa bactéria. O CagA é uma oncoproteína resultante da expressão do gene CagA. Sua
principal função adentrar nas células gástricas, por meio de um sistema de secreção tipo IV
(T4SS) e da integrina a5b1, capaz de transportá- la através da membrana para dentro das
células hospedeiras. A ilha de patogenicidade cag (Cag PAI) é o locus gênico responsável
pela codificação dessas proteínaS (WANG et al., 2014). Após a entrada do CagA no citoplasma
ocorre a sua tirosina fosforilação, evento necessário para que ocorra a oncogenicidade dessa
proteína (CHANG et al., 2018). Em seguida o produto dessa reação ativa vias de sinalização,
por meio disso ocorre o favorecimento da proliferação celular e provavelmente o
desenvolvimento de metaplasia (AMIEVA et al., 2016). Além disso, experimentos em
camundongos mostram que essa proteína também ativa vias de desenvolvimento de carcinomas
gástricos (HAYAKAWA et al., 2013). A proteína Cag A pode ser expressa como Cag A
positiva (asiático oriental) e Cag A negativa (ocidental). No entanto, as cepas positivas para a
proteína asiático oriental são mais associadas ao câncer gástrico (KAO et al., 2016)
O VacA, gene que está presente em todas as cepas de H. pylori, responsável pela
codificação da citotoxina vacuolizante A (VacA). Embora o gene esteja presente em todas as
cepas, o genótipo pode variar, sendo subdividido de acordo com sua diversidade alélica que
está em três regiões: região sinal (s1a, s1b, s1c e s2), região intermediária (m1, m1t e m2) e
região intermediária (i1, i2 e i3). Alguns genótipos irão expressar a VacA de forma mais ativa
que outros, como é o caso do subtipo s1/m1, que promove mais danos a célula, estando mais
ligado ao risco de atrofia gástrica e carcinoma, se comparado ao subtipo s2/m2. Outro exemplo,
é o fato de que o m1t é mais presente em gastrites e úlceras (Chang et al., 2018). A citotoxina
VacA é composta por dois domínio, o p33 e o p55, um complexo que irá se ligar à membrana
das células epiteliais induzindo a geração de vacúolos. A VacA também pode interferir no
funcionamento da mitocôndria, por meio da degradação do potencial transmembrana
mitocondrial. Essa citotoxina ainda estimula a liberação de citocromos no citosol, e,
consequentemente, o conjunto desses fatores proporciona a apoptose celular. Além disso, a
VacA pode induzir a formação de canais na membrana, permitindo a entrada de substratos
orgânicos no citoplasma celular, bem como ela pode inibir os linfócitos T e a autofagia,
favorecendo o câncer gástrico (WANG et al., 2013). A proteína afeta também os genes que
regulam o ciclo celular, além de induzir a respostas inflamatórias (KAO et al., 2016).
O diagnóstico é feito a partir de vários testes, diferenciados em métodos invasivos e não
invasivos. O teste histológico é considerado um método invasivo, que consiste basicamente na

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avaliação de lâminas de tecido lesado, obtidas a partir da endoscopia, com o objetivo de


encontrar a bactéria. Além disso, outras características podem ser observadas, como a atrofia
do tecido, inflamação e metaplasia. Outra técnica relevante consiste na adição da amostra
coletada em um meio com uréia, onde logo verifica-se o aumento do pH caso esteja positivo
para H. pylori (HUH et al., 2018).
Existem ainda testes menos invasivos como o de bases moleculares, com o de Reação
em Cadeia de Polimerase (PCR), que tem uma alta eficácia, classificado como um dos testes
com maior índice de precisão (Brito et al., 2019). Essa técnica consiste na avaliação do RNA
mensageiro em amostras de urina, fezes ou saliva e pode ser usado como um método menos
invasivo. Além do teste de PCR, outros procedimentos, como o teste respiratório com ureia,
que consiste na ingestão de uréia marcada com carbono 13, em que a substância ao entrar em
contato com a bactéria vai ser degradada em amônia e bicarbonato e eliminado na forma de
dióxido de carbono (CO2) marcado. É importante ressaltar que os testes não invasivos são tão
confiáveis quanto os testes invasivos (COSTA et al., 2010). É importante salientar que o
tratamento para a H. Pylori deve ser realizado, por mais que nem todos os infectados apresentem
sintomas clínicos, já que a bactéria continua a se proliferar, podendo causar danos futuros e
mesmo sem causar sintoma, pode ser transmitida da mesma forma (VAZ et al., 2021).
Nas últimas décadas o tratamento recomendado é composto por três medicamentos, um
inibidor da bomba de prótons (IBP), Omeprazol, que irá inibir a secreção de ácido gástrico,
claritrimicina, amoxilina ou metronidazol (GODERSKA et al., 2018). Quando feito esse
tratamento por 10 a 14 dias a eficácia na erradicação é maior do que o tratamento de 7 dias
(FISCHBACH et al., 2018). No entanto, essa terapia já não é a mais recomendada, devido ao
aumento da resistência da bactéria aos antibióticos. Portanto, em casos de resistência se aplica
uma terapia quádrupla, na qual se faz uso de bismuto. Ademais, o uso de suplementação com
probióticos é recomendada, a fim de reduzir efeitos adversos do tratamento (ZAGARI et al.,
2021).

4 CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho tornou-se perceptível a abrangência da H. pylori no Brasil e no


mundo, como também a sua relação com os níveis socioeconômicos dos países. Além disso, é
notória a complexidade dos mecanismos de virulência, tanto na colonização como na
patogenicidade. No entanto, esses meios necessitam de estudos mais aprofundados a respeito
das consequências e do modo de ação. Sabe-se que a presença de alguns desses mecanismos

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podem favorecer o surgimento de doenças mais graves, como gastrite, úlceras e câncer gástrico.
Desse modo, é notória a necessidade da realização dos exames para identificar a presença do
patógeno, como a endoscopia e o teste histológico ou os testes de PCR ou os testes respiratórios.
Com isso, a positividade desses testes implica a necessidade do tratamento, seja o de terapia tripla
ou quádrupla. Portanto torna-se evidente a necessidade de mais estudos para o desenvolvimento
de novos medicamentos a fim de combater a resistência de determinadas cepa.

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DOI: 10.55811/jocec2023/19969
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

MORTALIDADE POR ECLÂMPSIA NO NORDESTE E CEARÁ

JULIANO DE FREITAS JARDIM; VALRICELIO AMORIM DE ARAÚJO JÚNIOR; JOÃO


PEDRO SOARES SAMPAIO; KENIA CAROLINI SOARES SOUSA

Introdução: Este presente estudo fez uma pesquisa e análise acerca da mortalidade materna por
eclâmpsia e seus fatores sociodemográficos no Nordeste e Ceará, com foco em discutir como a
incidência da mortalidade é muito agravante em comparativo com a perspectiva nacional. Objetivos:
A pesquisa teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos óbitos maternos por eclampsia de
2011-2021, a nível brasil, nordeste e Ceará. Metodologia: Trata-se de um levantamento e análise de
dados sociodemográficos, do tipo transversal, retrospectivo e descritivo, obtidos por meio do
departamento de informática do sistema único de saúde (DATASUS), com as variáveis faixa etária,
etnia e escolaridade para o estudo do perfil sociodemográfico de mortalidade materna por eclâmpsia.
Resultados: No Nordeste, ocorreram 641 óbitos maternos no intervalo de estudo, em comparação ao
Ceará ocorreram 97 óbitos e a nível nacional 1558 óbitos maternos do ano de 2011 a 2020, Segundo
os dados sociodemográficos coletados, a faixa etária mais afetada é a de 30 a 39 anos, o nível de
escolaridade de 8 a 11 anos de estudo foi o mais afetado e a cor parda a mais agravada entre as
variáveis vistas. Tendo como base o último dado demográfico disponível observamos uma incidência
de mortalidade 0,56 no Ceará a cada 100.000 mulheres em idade fértil, dado que se mostra superior ao
dobro do nacional 0,24, e nordeste o intermediário com 0,33. Conclusão: Chegou-se a conclusão de
que é fundamental que sejam adotadas de medidas preventivas, como o acompanhamento adequado de
assistência médica ao pré-natal, para evitar as complicações da pré-eclâmpsia.

Palavras-chave: Gravidez, Análise, Perfil epidemiológico, Regional, Estadual.

DOI: 10.55811/jocec2023/19970
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO ANATOMIA NA TELA, DA DISCIPLINA DE


ANATOMIA HUMANA DO CURSO DE MEDICINA ESTÁCIO CANINDÉ

ARIADNA CAVALCANTI RODRIGUES; FRANCISCA ERIVÂNGELA GOMES ROCHA;


TÉRCIA MONTENEGRO HOLANDA; MARIA MAYANE MARTINS MOTA; MARCELO
BARBOSA CAVALCANTE; HELBER FABRÍCIO MAIA REIS; JOSÉ OSSIAN ALMEIDA
SOUZA FILHO

INTRODUÇÃO: O conhecimento da anatomia humana é fundamental para o curso de medicina,


sendo necessária para aquisição de conhecimentos indispensáveis ao raciocínio clínico. Infelizmente,
os discentes acabam enfrentando dificuldades no aprendizado, devido a escassez de cadáveres, peças
anatômicas inadequadas, carência de uso de tecnologia e metodologias ativas no ensino. Tais alunos
requerem conectividade e inovação em seu ensino. Apesar disso, o uso da tecnologia no ensino de
Anatomia Humana ainda é muito incipiente. OBJETIVO: Descrever uma metodologia de ensino de
anatomia humana com uso de um equipamento de multimídia de baixo custo, a qual foi denominada:
Projeto Anatomia na Tela. A partir disso, visa-se poder contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem da anatomia, com a inserção da tecnologia no ambiente convencional dos laboratórios.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: Com o entendimento de que muitos discentes não conseguiam
visualizar adequadamente as peças anatômicas, prejudicando o processo de ensino-aprendizagem, foi
desenvolvido um equipamento a partir de uma face shield adaptada com uma webcam, o qual
denominamos de “capacete webcam”. A partir disso, ocorreu a execução do projeto durante os meses
de março e abril de 2023, com a inserção do uso do equipamento às aulas práticas de anatomia
humana do curso de medicina da Faculdade Estácio de Canindé/Ce, pelos docentes da disciplina.
DISCUSSÃO: O uso do equipamento conectado a várias telas distribuídas pelo laboratório garantiu a
visualização simultânea das peças apresentadas a todos os discentes, permitindo a visualização dos
detalhes das estruturas anatômicas, possibilitando que o aluno tivesse a mesma visão da peça
cadavérica que o seu docente. O uso de inovações tecnológicas proporciona um alcance maior do
público-alvo sendo uma alternativa auxiliar ou suplementar ao ensino tradicional. Além disso, a
inclusão de métodos multimodais de ensino é importante por englobar as múltiplas inteligências
existentes. CONCLUSÃO: Os benefícios do uso da ferramenta de ensino a baixo custo desenvolvida
pelo projeto Anatomia na Tela para a melhoria da didática do docente são notórios. No entanto, faz-se
necessária a validação científica mediante uso de questionários para mensurar a eficácia da ferramenta
de ensino exposta na melhoria do aprendizado prático de anatomia humana.

Palavras-chave: Tecnologia educacional, Educação de graduação em medicina, Anatomia, Docentes


de medicina, Estudantes de medicina.

DOI: 10.55811/jocec2023/19972
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS FETAIS DO MUNICÍPIO DE CANINDÉ


CEARÁ

ANDREW TAVARES BOTELHO; ANA KAROLINE MENDES SALES; BRENNA MONISE


CLEMENTE ALMEIDA; LUIZ VICTOR MORAIS NETO; VICTOR MACEDO PAES

INTRODUÇÃO: A mortalidade fetal é determinada como a morte do feto que ocorre durante a
gestação. Esse fato, tem sido um grande obstáculo no cuidado às gestantes e a seus conceptos,
principalmente nos países de média e baixa renda. O óbito fetal é um dos principais marcadores para o
desenvolvimento de um país, por ser algo que se mostra amplamente evitável, como em países mais
desenvolvidos, é de grande importância o estudo da sua epidemiologia a fim de diminuir a incidência
desse determinante social tão presente. OBJETIVOS: Realizar uma análise epidemiológica das
principais variáveis que corroboram para o aumento dos óbitos fetais no município de Canindé, Ceará.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo quantitativo e transversal, usando como base, dados
retirados do DATASUS, que estavam relacionados a mortalidade fetal em Canindé. No total foram
contabilizadas 58 gestantes com óbito fetal, entre o período de 2016 à 2020. RESULTADOS: Foram
realizados a partir da análise de tabelas que compreendiam as seguintes variáveis: taxa de mortalidade
fetal em todo o Ceará comparada com a taxa de mortalidade fetal somente em Canindé, peso ao
nascer, tipo de parto (vaginal, cesáreo ou ignorado), tipo de gravidez (única, dupla ou ignorada), sexo,
idade da mãe, local de ocorrência (hospital, outro estabelecimento de saúde, domicilio, via pública,
outros ou ignorado), escolaridade da mãe e duração da gestação. Após a análise das tabelas, ficou
evidenciado uma falta de constância na taxa de mortalidade tanto em Canindé como no Ceará, ficando
inviável de notar alguma piora ou melhora em questão dessa problemática. CONCLUSÃO:
Concluímos que diversos fatores, sejam eles gestacionais ou extra gestacionais, são causas de
mortalidade fetal nas populações de Canindé e Ceará, e que esses estão diretamente relacionados ao
desenvolvimento do concepto durante a gravidez, demonstrando assim a necessidade de um maior
cuidado desde a concepção até o puerpério.

Palavras-chave: Canindé, Epidemiologia, Gestação, Pré-natal, óbito fetal.

DOI: 10.55811/jocec2023/19973
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM CÂNCER


DO COLO DO ÚTERO NO CEARÁ DURANTE O PERÍODO DE 2013 A 2022

AMANDA ALMEIDA SANTOS; ALAN RODRIGUES CAVALCANTE; ORLEANCIO GOMES


RIPARDO DE AZEVEDO

INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero (CCU) é um dos carcinomas de maior incidência em todo
o mundo e uma das principais causas de óbito na população feminina. De acordo com o Instituto
Nacional de Câncer – INCA, para o ano de 2023, foi estimada uma projeção de ocorrência de 604 mil
novos casos de CCU no mundo. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o CCU é o sexto
tipo de câncer mais incidente entre a população geral brasileira, o terceiro câncer mais frequente entre
o sexo feminino. Entre os anos de 2013 e 2022, o Ceará ocupou a nona colocação entre os estados com
maior incidência de CCU no Brasil. OBJETIVO: Tendo o CCU como um importante problema de
saúde pública, este estudo tem como objetivo realizar um levantamento epidemiológico do câncer de
colo do útero no Ceará. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, analítico e
transversal. RESULTADOS: Entre o período de 2013 a 2022, foram registrados 6,076 novos casos de
CCU entre a população residente do Estado do Ceará, correspondendo à cerca de 4,5% dos casos
notificados em território nacional. A faixa etária de 35 a 59 anos de idade foi a mais afetada pelo
câncer. As maiores incidências de CCU foram atribuídas aos estádios II e III. CONCLUSÃO: Desta
forma, pode-se observar semelhanças compartilhadas entre o Estado do Ceará e regiões
subdesenvolvidas de modo geral, onde o perfil de pacientes diagnosticados com CCU são
predominantemente classificados como portadores de doença localmente avançada. A partir disso,
nota-se um empecilho nas redes de atenção à saúde pública em realizar o rastreamento e o diagnóstico
do CCU ainda em estado de desenvolvimento inicial.

Palavras-chave: Câncer do colo do útero, Carcinoma, Perfil epidemiológico, Saúde pública, Ceará.

DOI: 10.55811/jocec2023/19979
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ESTRATÉGIAS INOVADORAS DE GESTÃO PARA OTIMIZAR O FLUXO DE PACIENTES


E REDUZIR OS TEMPOS DE ESPERA EM SERVIÇOS DE SAÚDE

FELLIPE TIAGO DANTAS LINHARES; HENRIQUE ANDRESON CIRILO LIMA; MELINA


ALMEIDA PINTO; IAEL CRISTINA DA S. P. MARINHEIRO.

INTRODUÇÃO: A gestão eficiente do fluxo de pacientes é um desafio contínuo enfrentado pelos


serviços de saúde em todo o mundo. Longos tempos de espera podem resultar em insatisfação dos
pacientes, atrasos no diagnóstico e tratamento, além de impactar negativamente a qualidade e
eficiência dos cuidados. Portanto, é essencial buscar estratégias inovadoras de gestão que possam
otimizar o fluxo de pacientes e reduzir os tempos de espera. OBJETIVO: Explorar estratégias
inovadoras e identificar abordagens eficazes e eficientes, que podem fornecer insights sobre as
melhores práticas que podem ser adotadas pelos gestores de saúde. MATERIAL E MÉTODOS: Para
realizar este estudo, foi realizada uma revisão da literatura sobre estratégias inovadoras de gestão para
otimizar o fluxo de pacientes. Foram consultadas bases de dados acadêmicas e de pesquisa, incluindo
PubMed e Google Acadêmico, utilizando termos de pesquisa relevantes, como "gestão do fluxo de
pacientes", "tempos de espera em serviços de saúde", "estratégias inovadoras de gestão em saúde",
entre outros termos correlacionados com o tema. Foram selecionados estudos empíricos, revisões e
artigos que forneciam insights e exemplos práticos de estratégias inovadoras de gestão.
RESULTADOS: A análise dos estudos revelou diversas estratégias inovadoras de gestão para
otimizar o fluxo de pacientes e reduzir os tempos de espera em serviços de saúde. Algumas dessas
estratégias incluem a implementação de sistemas de triagem avançados, o uso de tecnologias de
informação e comunicação para facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde, a adoção de
modelos de agendamento inteligente e o uso de dados em tempo real para monitorar o fluxo de
pacientes e identificar possíveis gaps no local. Além disso, a aplicação de abordagens inovadoras de
gestão pode contribuir para uma melhor utilização dos recursos disponíveis e para a otimização dos
processos internos dos serviços de saúde. CONCLUSÃO: A gestão eficiente do fluxo de pacientes é
fundamental para garantir a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde. Estratégias inovadoras de
gestão têm o potencial de otimizar o fluxo de pacientes, reduzir os tempos de espera e melhorar a
experiência do paciente.

Palavras-chave: Gestão, Eficiência, Otimização de processos, Serviços de saúde, Estratégias.

DOI: 10.55811/jocec2023/20123
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

A PERSPECTIVA DA SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DURANTE O


PERÍODO AVALIATIVO

JOANA DARC FERREIRA DE FREITAS LIM; FELLIPE TIAGO DANTAS LINHARES;


FERNANDO MARLEY ALCÂNTARA DA ROCHA; JOANA DARC FERREIRA DE FREITAS
LIMA; KAROLAINE ARAÚJO RODRIGUES; MARIA CLARA TEIXEIRA CARDOSO;
RAYLLANE LIMA DA COSTA; IAEL CRISTINA DA S. P. MARINHEIRO

Introdução: No que concerne à graduação no curso de Medicina, percebem-se particularidades acerca


do processo de formação acadêmica. É possível observar, a título de ilustração, segundo a Diretriz
Nacional (2014), que a carga horária mínima é de 7200 horas, o que requer do aluno dedicação
integral ao curso, abdicando, muitas vezes, de outras atividades de interesse individual. Logo, entende-
se a dificuldade de gerir a vida pessoal com a formação profissional, visto que os setores da vida,
como as relações interpessoais e familiares, podem ser impactadas. Objetivo: Analisar os múltiplos
fatores, particulares ou coletivos, que afetam a estabilidade da saúde mental do estudante de medicina
a partir do impacto no desempenho do aluno ao longo da jornada acadêmica, durante o período
avaliativo. Matérias e métodos: O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa de revisão de
literatura., visto que foi elaborada por meio de artigos científicos publicados, sendo utilizado como
base o Scientific Eletronic Library online (Scielo Brasil) e o Literatura Latino-Americanas em
Ciências da Saúde (LILACS), com o intuito de obter respostas para uma melhor compreensão acerca
da qualidade da saúde mental dos acadêmicos de medicina durante o período avaliativo. Resultados:
Com a análise dos estudos, percebeu-se a elevada pressão e cobrança no período avaliativo
intensificam essas condições, as quais debilitam o equilíbrio da saúde, visto que a união desses fatores
pode culminar em Transtornos Mentais Comuns (TMC). Menciona-se, a exemplo, reduzida
concentração, insônia, presença de insegurança na tomada de decisões e cefaleia, no qual podem ser
agravados pela falta de suporte institucional gerando o adoecimento dos estudantes. Conclusão:
Portanto, a pressão e o estresse associados ao intenso currículo acadêmico e às expectativas pessoais
podem ter um impacto significativo na saúde mental, levando a consequências negativas tanto para o
indivíduo quanto para a qualidade dos cuidados de saúde que eles fornecerão no futuro. Além disso, é
fundamental que sejam implementadas políticas de conscientização e educação sobre saúde mental, a
fim de reduzir o estigma associado a buscar ajuda e encorajar os estudantes a buscar suporte quando
necessário.

Palavras-chave: Saude mental, Estudantes, Medicina, Periodo avaliativo, Equilibrio.

DOI: 10.55811/jocec2023/20142
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ABORDAGEM AO PACIENTE COM ASMA: UM RELATO DE CASO

VALDEMIR MARTINS DE MELO FILHO; AMANDA ERIK SALDANHA PINHEIRO; RAMON


GONÇALVES TAVARES; LUISA VIRNA MONTEIRO DE ABREU; BRENNDA ARAÚJO
NOGUEIRA; TAINAH YASMIM FERREIRA CAVALCANTE; ORLEANCIO GOMES RIPARDO
DE AZEVEDO

INTRODUÇÃO: A asma é uma doença crônica pulmonar que caracteriza-se pela diminuição de
calibre dos brônquios, cursando com sintomas respiratórios, tais como: sibilos, dispneia, opressão
torácica retroesternal e tosse, as quais variam com o tempo e intensidade. Classifica-se em asma
controlada, parcialmente controlada e não controlada. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente
portador de asma. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e relato de caso com informações
obtidas por meio de verificação de prontuário, de exames complementares em março de 2023, na
Associação Hospitalar e Maternidade Regional São Francisco no município de Canindé – CE.
RELATO DE CASO: Paciente sexo masculino, 71 anos, asmático, hipertenso, diabético, ex fumante.
Evoluiu com derrame pleural, realizou exames laboratoriais e de imagem. Paciente permaneceu
internado aguardando transferência para o hospital Dr. Carlos Alberto Studart (Hospital do Coração),
referência para essa patologia, com objetivo de investigação do caso apresentado. DISCUSSÃO:
Utilização de fármacos de estabilização hemodinâmica e fármacos específicos para o controle da
exacerbação da doença. No momento inicial foi realizada estabilização hemodinâmica com suporte de
cateter nasal de oxigênio 2L/min para suprir a necessidade de hipoxemia, e manter a SpO2 devido a
exacerbação da asma; foi administrado Lasix (furosemida) com objetivo de reduzir o edema de MMII
e controlar a pressão arterial. A conduta do uso deste medicamento foi de grande valia, pois é um
diurético e anti-hipertensivo. Posteriormente, foi prescrito a administração de dipirona, visando reduzir
a dor por sua ação analgésica e antitérmica. Utilizou-se insulina regular, essa terapêutica apresenta
papel importante como terapia medicamentosa adicional para manutenção do controle glicêmico alvo.
CONCLUSÃO: Observamos por meio do presente estudo que a asma é uma patologia comum na
região Nordeste. Ressalta ainda, que a asma poderá estar associada a outras doenças respiratórias
como: derrame pleural. Tem possibilidades de prevenção e tratamentos medicamentosos. Pretende-se
com a elaboração do presente estudo gerar e agregar conhecimento aos profissionais da saúde quanto a
asma brônquica, alertar sobre a patologia em pacientes idosos e cuidados medicamentosos e incitar a
continuidade de novas pesquisas com essa temática.

Palavras-chave: Asma, Doença respiratória, Canindé, Doença crônica, Tratamento.

DOI: 10.55811/jocec2023/20143
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+ E SEUS DESAFIOS NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE

ELISIANE BARBOSA PORTELA; CAMILA CHAVES BEZERRA FREITAS; GEOVANI


PINHEIRO DA SILVA FILHO; LARISSA BARROS DOS SANTOS; MARY LIDYENE DE
SOUZA ALVES; PAULO GABRIEL PINTO PRAXEDES; TAINA CAVALCANTE
FEITOSA; MÁRCIA ANDREA GONÇALVES LEITE

RESUMO

Introdução: A comunidade LGBTQIA+ é formada por pessoas que se identificam como


lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais e outras identidades
relacionadas à diversidade sexual e de gênero. No campo dos cuidados em saúde, a comunidade
LGBTQIA+ enfrenta diversos obstáculos no acesso aos serviços da Atenção Primária à Saúde
(APS). Esses desafios vão desde a discriminação institucionalizada até a falta de compreensão
dos profissionais de saúde sobre as necessidades específicas dessa população além da falta de
recursos financeiros. Objetivo: Identificar os desafios enfrentados pela população LGBTQIA+
na Atenção Primária à Saúde. Metodologia: Tratou-se de um estudo descritivo, do tipo revisão
de literatura. Foram encontrados 20 artigos sobre a temática, dos quais 6 artigos foram
selecionados para esta revisão. Resultados: A falta de informações oficiais, a patologização da
orientação sexual, o atendimento discriminatório, a falta de acolhimento da necessidade de
saúde desse grupo e de capacitação sobre o tema pelos profissionais de saúde são os principais
desafios. Outro desafio identificado é o despreparo das equipes médicas no atendimento ao
público LGBTQIA+ e o restante da população. Esse despreparo pode levar à ausência de um
histórico médico completo do paciente ou a um exame físico inadequado para avaliação da
demanda das pessoas LGBTQIA+. Os usuários da Atenção primária a saúde (APS), tendem a
evitar a procura por atendimento por não se sentirem devidamente acolhidas e contempladas
pelo atendimento médico. Conclusão: Mesmo com alguns avanços, há um longo caminho a ser
percorrido para a conquista efetiva da equidade. Para conseguir sanar os vários desafios
enfrentados, é necessário um esforço coletivo e um entendimento político-social de mudança
da cultura de discriminação e exclusão que afeta a comunidade LGBTQIA+ no campo dos
cuidados em saúde.

Palavras-chave: Pessoas LGBTQIA+; Discriminação Baseada em Gênero; Atenção Básica de


Saúde, Minorias Sexuais e de Gênero, Saúde das Minorias.

1 INTRODUÇÃO

A comunidade LGBTQIA+ é formada por pessoas que se identificam como lésbicas,


gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais e outras identidades relacionadas

DOI: 10.55811/jocec2023/20156
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

à diversidade sexual e de gênero. Essa comunidade é caracterizada pela sua diversidade e pela
luta por direitos e reconhecimento igualitário em diversas esferas da sociedade. As pessoas
LGBTQIA+ enfrentam desafios relacionados à discriminação, preconceito e exclusão social em
muitos países. Por isso, diversos grupos e organizações trabalham para promover a aceitação,
o respeito e a inclusão dessas pessoas na sociedade (GOLD, 2018).
No que se refere ao campo dos cuidados em saúde, a comunidade LGBTQIA+ enfrenta
diversos obstáculos no acesso aos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS). Esses desafios
vão desde a discriminação institucionalizada até a falta de compreensão dos profissionais de
saúde sobre as necessidades específicas dessa população. Muitas vezes, essas pessoas são
excluídas de programas de saúde ou de assistência social por causa de sua orientação sexual ou
identidade de gênero (COSTA-VAL, 2022).
É válido ressaltar que muitos profissionais de saúde, inclusive na APS, não estão
familiarizados com as necessidades específicas de saúde da comunidade LGBTQIA+. Isso pode
implicar em erros no processo diagnóstico e no tratamento, bem como a uma falta de manejo
clínico e de equidade do cuidado. (COSTA-VAL, 2022; PINTO; MURILLO; OLIVEIRA,
2021).
Para suplantar tais desafios, é necessário um esforço coletivo e um entendimento
político-social de mudança da cultura de discriminação e exclusão que afeta a comunidade
LGBTQIA+ no campo dos cuidados em saúde. Isso inclui ações como o desenvolvimento de
políticas inclusivas, programas de treinamento para profissionais de saúde e a criação
programas específicos de cuidados em saúde. Nesse âmbito, a APS emerge como organizadora
da rede de cuidados à comunidade LGBTQIA+ no sentido da integralidade e equidade,
reconhecendo as interseccionalidades de gênero, raça e renda presentes nesse campo (LÓPEZ,
2022).
Nesse contexto, tendo em vista a pertinência do tema, o presente trabalho busca analisar
os desafios da comunidade LGBTQIA+ no acesso aos serviços e em ações em saúde da APS.
Para tanto, está organizado enquanto uma revisão integrativa de literatura elaborada a partir de
artigos científicos revisados por parte.

2 METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo descritivo, do tipo revisão de literatura, nas bases de dados


scielo, lilacs, google acadêmico dos últimos dez anos, todos em língua portuguesa, com os
DECS: Pessoas LGBTQIA+, Discriminação Baseada em Gênero, Atenção Básica de Saúde,
Minorias Sexuais e de Gênero, Saúde das Minorias. Para obter os resultados e respostas acerca

DOI: 10.55811/jocec2023/20156
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

da problematização apresentada neste trabalho, foram realizadas pesquisas em fontes


secundárias como: trabalhos acadêmicos, artigos, livros e afins.
Foram encontrados 20 artigos sobre a temática, dos quais 6 foram selecionados para
esta revisão. Tais artigos foram analisados criteriosamente, escolhidos e arquivados a fim de
serem utilizados durante o desenvolvimento do estudo.
Ao fim da análise, foi realizada a condensação de todos os conhecimentos obtidos
através das publicações com base em critérios de elegibilidade, onde foram encontrados como
desafios enfrentados pela população LGBTQIA+ na atenção primária à saúde.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A falta de informações oficiais, a patologização da orientação sexual, o atendimento


discriminatório, a falta de acolhimento da necessidade de saúde desse grupo e de capacitação
sobre o tema pelos profissionais de saúde são os principais desafios.
Dentre os desafios enfrentados, há fatores como a marginalização da população LGBT,
o preconceito que se estende até o ambiente médico e a postura alheia dos profissionais de saúde
às especificidades no tratamento dessa parcela da população, que dificultam o acesso e a procura
dessas pessoas pelo atendimento na atenção básica. (GARCIA et al., 2016).
Os usuários da Atenção primária a saúde (APS), tendem a evitar a procura por
atendimento por não se sentirem devidamente acolhidas e contempladas pelo atendimento
médico. Isso se deve, principalmente, à existência de discriminação, patologização e
preconceito institucional, que é uma extensão do preconceito social para o setor da saúde, e o
despreparo da equipe médica para lidar com as necessidades dessa população, além da falta de
humanização do atendimento. Tais fatores são os principais responsáveis pela baixa frequência
de pessoas LGBTQIA+ a unidades de saúde. Portanto, há a necessidade do reconhecimento de
suas particularidades por parte dos profissionais de saúde para que haja o acesso a um
atendimento equânime. (PAULINO; RASERA; TEIXEIRA, 2019).
Outro desafio identificado, leva em conta o despreparo da educação médica sobre
gênero e sexualidade dos pacientes. Esse despreparo pode levar à ausência de um histórico
médico completo do paciente ou a um exame físico inadequado para avaliação da demanda das
pessoas LGBTQIA+. Os profissionais de saúde tendem a não considerar a importância da
orientação sexual dos pacientes e esta questão está intimamente relacionada à evasão do sistema
de saúde por essas pessoas. Ainda, a postura e atitude do médico, embasada em seus juízos de
valores discriminatórios, promovem um distanciamento e impedimento de cuidado à saúde
desses usuários. (MIRANDA et al., 2020).

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Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

Ademais, a patologização da orientação sexual afeta de maneira direta a forma de atendimento


e, consequentemente, limita o desenvolvimento do conhecimento no que diz respeito às
demandas e necessidades de pessoas LGBTQIA+, dado que essa visão discriminatória trata
uma preferência sexual como uma doença, indo de encontro ao princípio da equidade presente
no sistema de saúde brasileiro. Desse modo, esses indivíduos tornam-se marginalizados pela
sociedade e, por esse motivo, acabam tendo suas carências invisibilizadas. (SAULO VITO
CIASCA; HERCOWITZ; ADEMIR LOPES JUNIOR, 2021).
Destarte, vale salientar a questão da equidade como fonte de preparo moral aos
profissionais de saúde, uma vez que esse termo diz respeito a dar o que as pessoas precisam
para que todos tenham acesso às mesmas oportunidades, ou seja, dar as respostas adequadas às
diferentes necessidades.

4 CONCLUSÃO

Os principais desafios enfrentados pela comunidade LGBTQUIA+ são: A falta de


informações oficiais, a patologização da orientação sexual, o atendimento discriminatório, a
falta de acolhimento da necessidade de saúde desse grupo e de capacitação sobre o tema pelos
profissionais de saúde. Além disso, o acesso da comunidade aos atendimentos em saúde tem
sido dificultados por fatores como a marginalização da população LGBT, o preconceito que se
estende até o ambiente médico e a postura alheia dos profissionais de saúde às especificidades
no tratamento dessa parcela da população.
Outro desafio identificado é o despreparo das equipes médicas no atendimento ao
público LGBTQIA+ e o restante da população. Esse despreparo pode levar à ausência de um
histórico médico completo do paciente ou a um exame físico inadequado para avaliação da
demanda das pessoas LGBTQIA+, desse modo, esse publico não se sente acolhido nos
atendimentos.
Mesmo com alguns avanços, há um longo caminho a ser percorrido para a conquista
efetiva da equidade: travestis e transexuais ainda lutam para fazerem uso dos seus nomes sociais
bem como para serem tratados de acordo com o gênero com o qual se identificam. Além disso,
a falta de humanização no atendimento ao público LGBTQIA+ bem como a patologização da
orientação sexual, afetam diretamente a forma de atendimento e, consequentemente, provoca o
afastamento desse público dos serviços em saúde de modo a evadirem-se sem, no entanto,
conseguirem sanar suas demandas.
Para conseguir sanar tantos desafios, é necessário um esforço coletivo e um
entendimento político-social de mudança da cultura de discriminação e exclusão que afeta a

DOI: 10.55811/jocec2023/20156
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

comunidade LGBTQIA+ no campo dos cuidados em saúde. Daí então a APS surge como
principal organizadora da rede de cuidados à comunidade LGBTQIA+ no sentido da
integralidade e equidade, reconhecendo as particularidades de gênero, raça e renda presentes
nesse público e que são diferenciais também no atendimento em saúde.

REFERÊNCIAS

COSTA-VAL, Al. et al. O cuidado da população LGBT na perspectiva de profissionais da


Atenção Primária à Saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 32, 2022.7

GARCIA, C. DE L. et al. Health of sexual minorities in north-eastern Brazil:


representations, behaviours and obstacles. Journal of Human Growth and Development, v.
26, n. 1, p. 95–100, 28 abr. 2016.

GOLD, M. The ABCs of LGBTQIA. The New York Times. June, v. 21, 2018.
LÓPEZ, L. C. et al. Gênero e interseccionalidades para pensar o cuidado comunitário.
D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero, v. 1, n. 1, p. 102-121, 2022.

MIRANDA, T. S. et al. Disparidades em saúde da população LGBTQIA+: a atuação


médica frente a este cenário. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 13, p. e4872, 2020.

PAULINO, D. B.; RASERA, E. F.; TEIXEIRA, F. DO B. Discursos sobre o cuidado em saúde


de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (LGBT) entre médicas(os) da Estratégia
Saúde da Família. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, 2019.

PEREIRA, L.B.; CHAZAN, A. C. S. O Acesso das Pessoas Transexuais e Travestis à Atenção


Primária à Saúde: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade, v. 14, n. 41, p. 1795-1795, 2019.

PINTO, D. R.; MURILLO, R. S. G.; OLIVEIRA, M. Revendo a questão da saúde LGBT no


âmbito da atenção primária à saúde. Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, v. 4, n.
13, p. 306-326, 2021.

SAULO VITO CIASCA; HERCOWITZ, A.; ADEMIR LOPES JUNIOR. Saúde LGBTQIA+
: práticas de cuidado transdisciplinar. São Paulo: Manole, 2021.

DOI: 10.55811/jocec2023/20156
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO CEARÁ

JOSE EDUARDO RUFINO NUNES; LUIZ DAVI MARTINS PEREIRA; ANNA TERESA COSTA
MACRI; MARIA ALICE MACEDO GRANGEIRO; ORLEANCIO GOMES RIPARDO DE
AZEVEDO

INTRODUÇÃO: A sífilis persiste como um agravo de saúde pública, apesar de ser prevenível, de
existirem testes diagnósticos sensíveis, tratamento efetivo e de baixo custo. A penicilina é o principal
fármaco utilizado no tratamento, tem alta eficácia. OBJETIVO: Descrever a prevalência de sífilis
gestacional e congênita, perfil sócio demográfico, obstétrico e epidemiológico das genitoras e recém-
nascidos, entre janeiro de 2012 e dezembro de 2022, no Ceará. METODOLOGIA: O estudo é do tipo
bibliográfico, tranversal, através do levantamento dos casos de sífilis notificados e disponíveis na
plataforma do DataSUS, as informações inclusas nesta pesquisa foram observadas através do boletim
epidemiológico entre os anos de 2012 e 2022 sendo apresentadas tabelas de casos, prevalências e
regiões endêmicas. RESULTADOS: A série temporal entre 2012 e 2022 apresentou uma tendência
crescente da taxa de óbito 0,8 à 6,1/100.000 nascidos vivos. 53,6% das gestantes apresentava idade
entre 20-29 anos, raça parda e escolaridade entre 5ª-8ª série incompleta. O pré-natal foi realizado por
79,8% das mães; em 32,4% dos casos o diagnósticos ocorreu durante o pré-natal, no 2º trimestre de
gestação; a sífilis primária foi registrada em 31,5% dos casos. Ainda há números elevados de testes
diagnósticos não realizados no pré-natal. O tratamento foi inadequado em 52% das gestantes. No que
diz respeito aos parceiros, 52% destes não foram tratados. O estudo demonstrou que entre 2012 e 2022
houveram 44 óbitos nos recém nascidos. CONCLUSÃO: Há uma maior prevalência da sífilis em
mulheres de baixa escolaridade. Os parceiros sexuais também devem ser examinados e tratados, se
necessário, para evitar a reinfecção. O pré-natal foi feito na maioria das mulheres presentes na
pesquisa.

Palavras-chave: Sifilis, Epidemiologia, Gestantes, Casos no brasil, Casos no ceará.

DOI: 10.55811/jocec2023/20167
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

PRÉ-ECLÂMPSIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

ROFSON MATHEUS BEZERRA DIÓGENES; SARAH CAVALCANTE FRANÇA; YDAIANA


SABRINA; MARIA ELOÍSA DE CASTRO LIMA DE ALMEIDA GONÇALVES; GILBERTO NEY
MELO DE PINHO FILHO; VANDBERGUE SANTOS PEREIRA

INTRODUÇÃO: A pré-eclâmpsia é uma complicação séria que pode ocorrer durante a gravidez,
afetando a saúde da mãe e do feto. A pré-eclâmpsia é caracterizada por pressão arterial elevada e
danos aos órgãos, geralmente afetando o fígado e os rins. Essa condição costuma ocorrer após a 20ª
semana de gestação e pode representar um risco significativo para a saúde materna e fetal se não for
tratada adequadamente. Embora as causas exatas da pré-eclâmpsia ainda não sejam completamente
compreendidas, acredita-se que fatores genéticos, vasculares e imunológicos desempenhem um papel
importante no seu desenvolvimento. Essa patologia é a segunda causa direta de morte em países
desenvolvidos como em emergentes. OBJETIVOS: Reunir, sintetizar e reportar as informações
postas nos artigos referenciados com o intuito de obter um maior entendimento sobre o assunto. Além
disso, possui como objetivo, a utilização do artigo como meio de comunicação e de intercâmbio de
ideias entre os pesquisadores que estão atrelados a sua área de atuação. METODOLOGIA: O
referido trabalho foi dado por 5 estudantes de medicina da Faculdade Estácio de Canindé – IDOMED.
Foi feita uma revisão bibliográfica com 30 artigos, sendo todos publicados entre o período de 2017 e
2023. Os artigos foram pesquisados em inúmeras revistas científicas de alto cunho científico. Além
disso, o trabalho foi divido em 5 tópicos: conceitos, biomarcadores físicos, fisiopatologia,
medicamentos utilizados no tratamento e suplementação de cálcio na prevenção da pré-eclâmpsia.
RESULTADOS: A pré-eclâmpsia afeta 5-8% das gestações, com maior incidência em mulheres
primigestas, mais velhas, com histórico familiar de pré-eclâmpsia e com comorbidades. Avanços no
diagnóstico incluem a razão sFlt-1/PlGF. O tratamento envolve controle da pressão arterial, repouso,
suplementação de cálcio, medicamentos anti-hipertensivos e, em casos graves, indução do parto.
CONCLUSÃO: A revisão da literatura sobre pré-eclâmpsia revela informações valiosas sobre sua
epidemiologia, diagnóstico e manejo. A condição afeta uma porcentagem significativa de gestações e
foram identificados avanços no diagnóstico e estratégias de manejo. É crucial um diagnóstico precoce,
monitoramento adequado e intervenções eficazes para melhorar os resultados obstétricos. São
necessários mais estudos para avançar no conhecimento e desenvolver abordagens de tratamento e
prevenção mais eficazes.

Palavras-chave: Pré-eclampsia, Gravidez, Gestação, Feto, Mortalidade.

DOI: 10.55811/jocec2023/20170
Revista de Pesquisas Básicas e Clínicas V. 1, Nº 2, 2023

HIPERTENSÃO GESTACIONAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

BEATRIZ ALVES TORQUATO; DANILO OLIVEIRA DA SILVA; PEDRO LUCAS BARBOSA


COELHO; CARLOS ALBERTO DE LIMA JÚNIOR; NAUAN BRAGA MARTINS;
VANDBERGUE SANTOS PEREIRA

INTRODUÇÃO: A hipertensão, quando instalada na gestação, caracteriza a gravidez como sendo “de
risco”. Essa condição insere a gestante em uma situação física de dupla fragilidade, resultante do
processo gestacional em si e da doença a ela sobreposta, levando-a à necessidade de assistência
profissional especializada, a fim de garantir o controle dos níveis pressóricos e, consequentemente,
desfechos positivos para mãe e bebê. OBJETIVOS: O objetivo desse trabalho foi reduzir os riscos
maternos e conseguir um bom resultado no tratamento da hipertensão gestacional.
METODOLOGIA: O referido trabalho foi dado por 5 acadêmicos de medicina da Faculdade Estácio
de Canindé - IDOMED. Para tal, foram feitas revisões bibliográficas com 28 artigos, sendo todos
publicados entre os anos de 2018 e 2023. Os artigos foram pesquisados em inúmeras revistas
científicas de alto cunho científico. A estrutura do trabalho foi dividido em 5 tópicos, introdução,
Fatores associados à hipertensão gestacional, fisiopatologia, diagnóstico, sintomas e tratamento.
RESULTADOS: O presente estudo consiste na coleta de informações a partir de artigos de caráter
científico. Foi possível observar fatores como idade, sendo a grande maioria com menos de 34 anos,
etnia, classe social e antecedentes familiares como hipertensão e Diabetes Mellitus. A pesquisa
também se baseia no cruzamento de informações relacionadas a fatores de estilo de vida como
obesidade, tabagismo, alcoolismo e históricos de gestações anteriores. CONCLUSÃO: Assim, diante
de uma problemática recorrente, este trabalho visa alertar os profissionais de saúde sobre a
importância de uma assistência de qualidade, que assegure o bem estar da mãe e do bebê.

Palavras-chave: Hipertensão, Gestação, Fatores de risco, Tratamento, Diabetes mellitus.

DOI: 10.55811/jocec2023/20477

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