ARU Souselo
ARU Souselo
ARU Souselo
DEZEMBRO 2019
Ficha Técnica do Documento
Data de produção:
Versão: 05
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................. 41
Quadro 1 | Estrutura etária da população residente na ARU da Vila de Souselo, e na freguesia de Souselo e
concelho de Cinfães......................................................................................................................................... 14
Quadro 2 | Situação profissional dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Souselo, e na freguesia
Souselo e concelho de Cinfães ........................................................................................................................ 16
Quadro 3 | Nível de escolaridade dos indivíduos residente na ARU da Vila de Souselo, e na freguesia de
Souselo e concelho de Cinfães ........................................................................................................................ 17
Quadro 4 | Condições de habitabilidade nos alojamentos familiares existentes na ARU da Vila de Souselo, e
na freguesia de Souselo e concelho de Cinfães ............................................................................................... 19
ÍNDICE DE MAPAS
Mapa 2 | Subseções da BGRI 2011 abrangidas pela ARU da Vila de Souselo ................................................. 13
Mapa 3 | Evolução do edificado na ARU da Vila de Souselo, entre 1995 e 2012 ........................................... 18
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 5 | Cérceas dominantes dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo ..................................... 21
Gráfico 6 | Época de construção dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo .................................... 22
Gráfico 7 | Estrutura funcional do parque edificado existentes na ARU da Vila de Souselo .......................... 22
Gráfico 8 | Tipologias e técnicas construtivas dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo ................ 23
Gráfico 9 | Estado de conservação dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo ................................. 24
EM Estrada Municipal
EN Estrada Nacional
A Lei do Orçamento de Estado para 2009 que antecedeu o RJRU trouxe novos benefícios para a reabilitação
urbana e concretizou a possibilidade de delimitação de áreas de reabilitação para efeitos do estatuto dos
Benefícios Fiscais. Decorridos três anos, a publicação da Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto, representou a
primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, homologando as medidas reservadas a
agilizar e a dinamizar a reabilitação urbana, sendo que a operacionalização destas ações é agora possível
realizar de forma faseada, num primeiro momento a aprovação da delimitação da ARU e num segundo
momento a aprovação da sua Operação de Reabilitação Urbana (ORU). De facto, após a aprovação da ARU
pela Assembleia Municipal, a delimitação da ARU apresentada será desenvolvida através da execução de
uma Operação de Reabilitação Urbana, a ocorrer num prazo máximo de 3 anos.
No presente caso, o Município de Cinfães optou uma tramitação faseada, pelo que o presente documento
diz respeito à proposta de delimitação da ARU, que nos termos do n.º 2 do artigo 13º do RJRU, inclui:
O quadro dos benefícios fiscais disponíveis a aplicar no âmbito da reabilitação urbana associados à
implementação da ARU de Souselo.
No que respeita à tramitação legal, o RJRU define que, após a aprovação da delimitação da ARU, a mesma
seja publicada em sede de Diário da República, divulgada na página da internet do Município e enviada, por
via eletrónica, ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Após a publicação da ARU, os proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios
ou frações nela integrados, possuem o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à
Posto isto, o documento que aqui se apresenta organiza-se em cinco capítulos, principiando com a
exposição, no capítulo dois, da proposta de delimitação da ARU da Vila de Souselo, onde são exibidos os
pressupostos de base e os critérios técnicos implícitos ao processo de delimitação, apresentando-se em
anexo ao presente documento a respetiva planta da proposta de delimitação da ARU.
No terceiro capítulo evidencia-se um diagnóstico sumário para a área de intervenção que serviu de base ao
processo de delimitação da ARU da Vila de Souselo. Este diagnóstico incide e analisa, ainda que de forma
breve, aspetos como a estrutura edificada e respetivo estado de conservação, o espaço público, as
infraestruturas urbanas e a acessibilidade e mobilidade. Importa contudo referir que este diagnóstico foi
realizado tendo por base a proposta base da ARU apresentada, sendo posteriormente alvo de
atualização/adaptação em função da delimitação final a adotar.
No quarto capítulo explicita-se a definição das linhas de estratégia de reabilitação urbana, em termos
gerais, para a ARU da Vila de Souselo.
Importa ainda clarificar que, após a conclusão e a aprovação do trabalho técnico relativo à primeira fase,
principiará o processo de constituição legal da ARU da Vila de Souselo.
A reabilitação urbana poderá ser entendida, nos termos da alínea i) do artigo 2.º do RJRU, como uma
“forma de intervenção integrada sobre o tecido urbano existente, em que o património urbanístico e
imobiliário é mantido, no todo ou em parte substancial, e modernizado através da realização de obras de
remodelação ou beneficiação dos sistemas de infraestruturas urbanas, dos equipamentos e dos espaços
urbanos ou verdes de utilização coletiva e de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração,
conservação ou demolição dos edifícios”. Posto isto, para que seja possível delimitar que parcela do
território poderá ser incluída numa intervenção deste tipo, será fundamental delimitar uma ARU e
determinar o conjunto articulado de intervenções a concretizar, de modo a que haja uma reabilitação
integrada desta área, ou seja, estruturar a operação de reabilitação urbana.
Quanto à área de reabilitação urbana, esta pode ser definida, de acordo com a alínea b) do artigo 2.º do
RJRU, como uma “área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou
obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços
urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez,
segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de
reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana”.
Por sua vez, na alínea h) do artigo 2.º do referido diploma legal, é referido que a operação de reabilitação
urbana corresponde ao “conjunto articulado de intervenções, visando, de forma integrada, a reabilitação
urbana de uma determinada área”.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, as operações de reabilitação urbana poderão
ser simples ou sistemáticas, de acordo com a opção do Município. Posto isto, uma operação de reabilitação
urbana simples corresponde a uma “intervenção integrada de reabilitação urbana de uma área, dirigindo-
se primacialmente à reabilitação do edificado, num quadro articulado de coordenação e apoio da respetiva
execução” (n.º 2 do artigo 8.º do referido diploma legal). Por sua vez, de acordo com o artigo 8.º do
Assim sendo, as operações de reabilitação urbana simples são enquadradas por instrumentos de
programação designados por “estratégia de reabilitação urbana”, enquanto as operações de reabilitação
urbana sistemática são enquadradas por “programas estratégicos de reabilitação urbana”.
Importa ainda referir que a ARU, ao incidir em espaços urbanos que necessitem de uma intervenção
integrada, pode incluir:
Património Património
cultural imóvel cultural imóvel
classificado ou classificado ou
Áreas e centros Áreas urbanas Zonas urbanas
em vias de em vias de
históricos degradadas consolidadas
classificação e classificação e
respetivas zonas respetivas zonas
de proteção de proteção
A proposta de delimitação da ARU da Vila de Souselo apresentada integra um conjunto edificado que
carece ser intervencionado, para que a sua identidade própria não se perca e para que a qualidade de vida
da população seja melhorada, através de uma intervenção integrada no edificado e nos espaços públicos,
potenciando assim a sua atratividade.
No caso concreto da delimitação ARU da Vila de Souselo foi efetuada uma análise conjunta entre as
pretensões e preocupações do Município de Cinfães e os pressupostos técnicos considerados relevantes e
integrantes do processo de reabilitação urbana, desta análise conjunta resultaram os seguintes
pressupostos base:
Abranger projetos públicos relevantes para a requalificação do espaço público nos centros dos
núcleos urbanos de maior relevância;
Abarcar o maior número de património municipal com necessidades de intervenção, assim como o
maior número de projetos públicos em curso ou estruturados;
Incorporar aa génese e núcleo antigo da freguesia, que compreende o maior edificado degradado;
Incluir os equipamentos existentes, de modo a abarcar a maior diversidade funcional possível, com
especial destaque para as funções do comércio, restauração e serviços, para além da função
habitacional;
Incorporar o maior número possível de edifícios que evidenciem a reminiscência da matriz urbano-
rural que está na origem da freguesia;
Abarcar, sempre que possível, a área territorial correspondente à subsecção estatística da Base
Geográfica de Referenciação da Informação dos Censos 2011 (BGRI 2011), de modo a facilitar a
análise e a caracterização da ARU;
Procurar uma maior coerência e uma maior harmonia territorial da ARU a delimitar, favorecendo a
sua delimitação pelos eixos de via e salientando a tónica da preocupação com a requalificação do
espaço público.
Enquadramento geográfico
A ARU da Vila de Souselo localiza-se no concelho de Cinfães, inserido na NUT II – Norte e na NUT III -
Tâmega, e integra administrativamente o distrito de Viseu. Este concelho encontra-se limitado a norte pelos
municípios de Marco de Canaveses e Baião, a este por Resende, a sueste por Castro Daire, a sudoeste por
Arouca e a oeste por Castelo de Paiva.
A proposta de delimitação da ARU da Vila de Souselo (Mapa 1) corresponde ao núcleo mais antigo da
freguesia de Souselo, existindo aqui uma elevada densidade de edifícios, e onde se localiza o principal
espaço público, como é o caso largo onde se realiza a feira quinzenal.
A proposta de delimitação da ARU da Vila de Souselo abrange uma área total de 56,7 ha, ocupando 5,84%
da área total da freguesia de Souselo.
De acordo com os dados do XV Recenseamento Geral da População, residiam na ARU da Vila de Souselo,
um total de 1.463 indivíduos, correspondendo a 45,69% da população residente total da freguesia de
Souselo, e 7,16% do total do concelho de Cinfães. Por conseguinte, a população residente na ARU em
estudo, encontra-se distribuída por 495 famílias clássicas, no qual resulta uma dimensão média das famílias
de três pessoas.
Relativamente á estrutura etária verifica-se que quase mais de metade da população tem idade
compreendida entre os 25 e 64 anos (826 habitantes, correspondendo a cerca de 56,46% da população
total da ARU), valor semelhante ao apresentado na freguesia de Souselo (55,62%) e concelho de Cinfães
(52,60%). Segue-se o grupo etário dos 65 e mais anos, que representa 16,34% (correspondendo a 239
indivíduos) da população total da ARU em estudo, e o grupo etário das crianças com 235 indivíduos
(representando 16,06% da população residente na ARU). No que toca ao grupo etário dos jovens, na ARU
em estudo residem apenas 163 habitantes, correspondendo a cerca de 11% da população residente,
percentagem inferior à observada nas unidades territoriais em que esta ARU se insere.
Estes valores mostram assim, que apesar da fatia de idosos seja elevada, esta não se distância muito da
proporção de crianças residentes na ARU, fazendo assim com que nesta área não se encontre muito
manifestado o envelhecimento da população, que tem vindo a se registar progressivamente em Portugal
Continental e em especial nas áreas mais interiores do país.
Quadro 1 | Estrutura etária da população residente na ARU da Vila de Souselo, e na freguesia de Souselo e concelho
de Cinfães
Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Analisando ainda as famílias clássicas, na ARU em estudo residiam aproximadamente 45% do total de
famílias clássicas existentes na freguesia de Souselo e 6,82% do total de famílias clássicas do concelho de
Cinfães. Respeitante à estrutura familiar observada na ARU, é possível denotar a predominância de famílias
clássicas com três ou quatro pessoas (49,29% do total de famílias), face às famílias clássicas que são
constituídas por apenas um ou dois elementos (39,19% do total de famílias).
Referente à empregabilidade dos indivíduos que constituem as famílias clássicas, observa-se no Gráfico 1,
que 78,38% das famílias não possui indivíduos desempregados, valor mais insatisfatório do que o observado
no concelho da Cinfães (81,95%). Por seu torno, 18,79% das famílias clássicas detém apenas um
desempregado e 2,83% possui, na seu estrutura familiar, mais do que um membro desempregado.
2,83%
18,79%
78,38%
Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Na ARU da Vila de Souselo, à data dos Censos de 2011, cerca de 32% da população residente encontrava-se
empregada, por seu torno 8,54% da população residente estava desempregada, sendo que destes, 2,46%
estava à procura do primeiro emprego e 6,08% apresentava-se à procura de um novo emprego. Relativo à
população pensionista ou reformada, esta representava 18,25% do total da população residente, e 42,86%
dos indivíduos não possuía qualquer atividade económica (Quadro 2).
Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Observando os indivíduos empregados (Gráfico 2), é possível aferir, que em 2011, cerca de metade da
população empregada (48,83%, correspondendo a 229 indivíduos) trabalhava no setor terciário, já 46,91%
(correspondendo a 220 indivíduos) laborava no setor secundário e apenas 4,26% (correspondendo a 20
indivíduos) trabalhava no setor primário.
Gráfico 2 | Distribuição dos indivíduos residentes empregados por setor de atividade, na ARU da Vila de
Souselo
4,26%
48,83%
Indivíduos residentes empregados no sector secundário
46,91%
Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Analisando o nível de escolaridade dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Souselo (Quadro 3),
verifica-se um baixo nível de instrução já que 30,83% dos indivíduos residentes detém apenas do 1.º ciclo
do ensino básico. Seguindo-se os indivíduos que possuem o 2.º e 3.º ciclo do ensino básico, que
representam, respetivamente, 19,21% e 11,76% da população residente. Com o ensino secundário
completo apenas 7,93% da população residente possuía, e só 0,75% indivíduos detinham do ensino pós-
secundário. Referente aos indivíduos com um curso superior, 4,72% dos habitantes da ARU possuíam este
De realçar que 6,84% da população residente nesta ARU não sabia ler nem escrever, percentagem inferior
quando comparada com a observada na freguesia e concelho em que a ARU se encontra inserida (Quadro
3).
Quadro 3 | Nível de escolaridade dos indivíduos residente na ARU da Vila de Souselo, e na freguesia de Souselo e
concelho de Cinfães
Indivíduos residentes sem saber ler nem escrever 6,84% 7,00% 8,50%
Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Importa ainda referir que, à data dos Censos de 2011, cerca de 255 pessoas encontravam-se a frequentar o
ensino básico, secundário ou superior.
Centralizando a análise no parque edificado da ARU da Vila de Souselo, este era constituído por cerca de
549 edifícios (representado 41,50% do total de edifícios da freguesia de Souselo e 5,06% do total concelhio)
que albergavam 649 alojamentos (correspondendo a 44,12% do total de alojamentos da freguesia de
Souselo e 5,59% do total concelhio). Dos 649 alojamentos, cerca de 11,56% encontravam-se vagos
(correspondendo a 75 alojamentos), valor superior ao observado na freguesia de Souselo (10,13% dos
alojamentos estavam vagos) e concelho de Cinfães (7,65% dos alojamentos estavam vagos).
No que respeita à distribuição espacial do parque edificado na ARU da Vila de Souselo, verifica-se que o
mesmo se distribui genericamente por toda a ARU, denotando-se, contudo, uma maior concentração de
edifícios na zona oeste na mesma. Quanto à variação do número de edifícios entre 1995 e 2012 (Mapa 3),
constata-se que houve um aumento pronunciado dos mesmos, tendo passado de 942 edifícios em 1995
Respeitante à dinâmica do mercado de arrendamento na ARU da Vila de Souselo, cerca de 73,48% dos
alojamentos familiares clássicos de residência habitual que tinham como ocupante o proprietário, valor
bastante superior face ao número de alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados,
que representava 15,99% do total de alojamentos familiares clássicos.
Sobre alojamentos, importa ainda analisar as condições de habitabilidade dos alojamentos familiares de
residência habitual localizados na ARU da Vila de Souselo, no qual os valores expostos no Quadro 4
mostram que as condições são, de um modo geral, bastante satisfatórias, pois cerca de 99,60% dos
alojamentos possuem água canalizada e sistema de drenagem de águas residuais nas suas instalações, já
98,38% dos alojamentos familiares possuem retrete, a por fim 93,72% dos alojamentos possuem
instalações de banho/duche. Estas condições são, inclusivamente no panorama geral, mais satisfatórias do
que as presenciadas na freguesia de Souselo e no Concelho, como é possível apurar no quadro seguinte.
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Alusivo à área dos alojamentos familiares clássicos de residência habitual localizados na ARU da Vila de
Souselo, cerca de 45% (correspondendo a 224 alojamentos) destes possuíam uma área entre os 50 m2 e os
100 m2, seguindo-se os alojamentos familiares com área de 100 m2 a 200 m2, que também evidenciaram
bastante representatividade (cerca de 37,25% correspondendo a 184 alojamentos). Por seu torno, os
alojamentos familiares com menor relevância no panorama geral, correspondem aqueles que possuem uma
área inferior a 50 m2 (11,74%, correspondendo a 58 alojamentos) e com área superior a 200 m2 (5,67%,
correspondendo a 28 alojamentos).
área de 100 m2 a
200 m2
37,25%
área de 50 m2 a 100
m2
45,34%
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Quadro 5 | Alojamentos familiares clássicos com disponibilidade de estacionamento, na ARU da Vila de Souselo, na
freguesia de Souselo e concelho de Cinfães
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
No Gráfico 4 encontram-se representadas as tipologias dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo,
observando-se uma expressiva predominância dos edifícios isolados (77,78%, correspondendo a 427
edifícios) face às restantes tipologias. Deste modo, os alojamentos clássicos geminados representam
17,30% do total de edifícios (correspondendo a 95 edifícios), os edifícios coletivos correspondem a 4,19%
(23 edifícios), e por fim, localizam ainda nesta área quatro edifícios em banda.
0,73% 4,19%
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Concernente à cércea dominante nos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo, é possível observar no
Gráfico 5 a notória predominância dos edifícios com um ou dois pisos, representando 90,16%
(correspondente a 495 edifícios) do total de edifícios clássicos. Os edifícios que tem entre três e quatro
0,36%
9,47%
90,16%
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
De modo a completar a análise relativa ao edificado, interessa ainda analisar a época de construção dos
edifícios (Gráfico 6) pois poderá fornecer algumas informações sobre o possível estado de conservação das
estruturas.
Na ARU da Vila de Souselo predominam os edifícios construídos entre 1981 e 1990 (102 edifícios,
correspondendo a 18,58% do total de edifícios da ARU) e os alçados entre 1971 e 1980 (81 edifícios,
correspondendo a 14,75% do total de edifícios da ARU). Apenas 16,6% do parque edificado da ARU em
estudo foi erigido em data posterior a 2000, correspondendo a 91 edifícios. Importando realçar que devido
ao facto de nesta delimitação estar incluída a área mais antiga da freguesia, que leva a que uma parte dos
edifícios, principalmente os localizados ao longo da Rua da Galheira, tivessem sido construídos antes da
década de 80, por isso cerca de 45% do conjunto de edifícios da ARU tem mais de 30 anos.
9,29%
9,11% 1971 - 1980 1981 - 1990
10,93%
1991 - 1995 1996 - 2000
14,75%
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Observando o Gráfico 7, que representa a estrutura funcional dos edifícios da ARU da Vila de Souselo,
verifica-se que os edifícios exclusivamente residenciais assumem maior preponderância relativamente aos
edifícios principalmente residenciais e aos edifícios principalmente não residenciais. Face ao referido,
78,32% dos edifícios que integram a ARU são exclusivamente residenciais, enquanto que 21,49%
correspondem a edifícios principalmente residenciais, e 0,18% corresponde ao único edifício
principalmente não residencial existente na freguesia de Souselo. Apesar da predominância dos edifícios
exclusivamente residenciais na ARU, esta é bastante inferior à observada na freguesia de Souselo (cerca de
88% dos edifícios são exclusivamente residenciais) e concelho de Cinfães (cerca de 94% dos edifícios são
exclusivamente residenciais). A percentagem de edifícios principalmente residenciais, pode ser explicada
pelo facto, de ao longo da ARU existir vários edifícios em que o piso térreo está ocupado com comércio e
serviços.
0,18%
21,49%
Edifícios exclusivamente residenciais
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
A análise do estado de conservação dos edifícios, foi efetuada tendo em conta os dados do V
Recenseamento Geral da Habitação, e através do trabalho de campo que foi efetuado, ainda que
complementado com imagens obtida do Google Maps (datadas de agosto de 2010 e outubro de 2014).
Como já foi referido anteriormente, observa-se que mais de metade dos edifícios presentes na ARU datam
a sua construção posterior ao ano de 1980. Este facto, leva a que tipologias e técnicas construtivas (Gráfico
8) mais recorrentes são a utilização de estruturas de betão armado (51,55% do total de edifícios), seguindo-
se os edifícios com estrutura de paredes de alvenaria com placa (33,70% do total de edifícios) e por fim
14,75% do total de edifícios da ARU eram constituídos por paredes de alvenaria sem placa.
Esta informação será importante para o apuramento das estimativas de custos de reabilitação do edificado,
as quais serão essencialmente caraterizadas por operações de conservação e reabilitação da envolvente
exterior, ao nível das fachadas e coberturas.
Gráfico 8 | Tipologias e técnicas construtivas dos edifícios existentes na ARU da Vila de Souselo
0% 0%
Edifícios com estrutura de betão armado
14,75%
Edifícios com estrutura de paredes de alvenaria com placa
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
3,81%
Muito degradado
Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.
Confrontando os valores obtidos, com o trabalho de campo e imagens do Google Maps, verifica-se que é na
zona mais antiga da freguesia, nomeadamente ao longo da Rua da Galheira, onde se localizam vários
edifícios abandonados que apresentam-se num mau estado de conservação e que necessitam de profundas
reparações. Mas também no Largo do Fundo da Feira encontramos um edifício devoluto bastante
degradado e outros habitados que se apresentam num mau estado de conservação.
Passando a analisar os movimentos pendulares, o INE define estes como os movimentos do quotidiano das
populações entre o local onde estas residem e o seu local de trabalho ou estudo, assumindo uma
importância estratégica, tanto nas dinâmicas do território e na qualidade de vida das populações, como na
definição e na implementação das políticas públicas de ordenamento e de desenvolvimento urbano e
regional.
Nesta sequência, em 2011, grande parte dos indivíduos estudantes ou empregados da ARU da Vila de
Souselo, estudava ou trabalhava no seu município de Cinfães. Sobre o tempo dispensado e meio de
No que se refere à estrutura e circulação viária (Mapa 4), os principais arruamentos da ARU da Vila de
Souselo correspondem à N222, EM556, Largo da Feira, Rua da Galheira, Rua de Setal, estas últimas são ruas
bastante estreitas, cujo pavimento é em paralelo, e apenas se circula num único sentido. Em alguns casos
seria essencial melhorar o tipo de pavimento, pois, nos arruamentos mais antigos, o piso encontra-se num
mau estado de conservação.
Quanto ao estacionamento, a oferta é insatisfatória, especialmente na zona mais antiga da freguesia, onde
nas ruas não existem locais para este fim, apenas nos largos, onde existe mais espaço, os residentes
aproveitam para estacionam aí as suas viaturas, pois não tem outro local para o fazer, já que a maioria dos
Apesar de tudo, o Largo da Feira é utilizado como parque de estacionamento nos dias em que não ocorre a
feira, que é útil para os residentes próximos desta área.
A ARU da Vila de Souselo é deficiente em termos da existência de locais para a circulação pedonal, uma vez
que ao longo de toda área existem poucas áreas com passeios onde as pessoas possam circular, este facto
leva a que estas circulem pela estrada. Isto acontece especialmente na área mais antiga, pois a quando a
construção destes arruamentos mais antigos, a dimensão da via ter sido idealizada para uso pedonal e não
para a circulação automóvel, conduzindo a que nos dias de hoje estas sejam demasiado estreitas para a
circulação simultânea do automóvel e peão.
No que se refere aos meios de circulação cicláveis, apura-se a ausência de vias formais e infraestruturas de
apoio, sendo que as alternativa de circulação pela estrada não é a mais correta e viável, tendo em conta o
que foi referido anteriormente.
No que diz respeito ao espaço público, na ARU da Vila de Souselo o único espaço corresponde ao Largo da
Feira, onde se realizam os mais variados eventos que marcam a freguesia de Souselo, e onde se localizam
vários estabelecimentos comerciais (Mapa 5).
Neste seguimento, de acordo com a informação da página oficial da freguesia de Souselo 1, no Largo da
Feira, realiza-se, além da feira quinzenal, anualmente a Feira dos Produtos Locais e Tradições, o Mercado de
Natal e da Páscoa, e a Noite das Marias e das cafezeiras. De um modo geral, este espaço apresenta um bom
estado de conservação, mas existe ainda assim, uma má organização do mobiliário urbano, deficiente
qualidade e conforto dos pavimentos.
Por fim, relativamente aos equipamentos coletivos (Mapa 6), na ARU da Vila de Souselo, localizam-se
vários equipamentos de apoio a população local, entre eles a Junta de Freguesia de Souselo, a Extensão de
Saúde de Souselo, Farmácia Ferreira, o Centro Escolar da Fonte Coberta e a Escola EB 2,3 de Souselo, a
Igreja Matriz, Capela, Cemitério, e ainda diversos espaços desportivos, sendo o principal o Campo Futebol
Artur Rodrigues Fonte.
Tal como foi anteriormente referido, nomeadamente no capítulo introdutório, o presente capítulo principia
a abordagem às linhas gerais da estratégia de reabilitação urbana para a ARU da Vila de Souselo,
evidenciando-se os objetivos estratégicos de reabilitação urbana a prosseguir com a operação de
reabilitação urbana.
Os objetivos estratégicos a prosseguir na ARU da Vila de Souselo refletem uma visão de médio/longo prazo
para toda a área, bem como as metas a atingir pela futura implementação da ORU, nomeadamente:
Requalificação dos espaços públicos e beneficiação dos espaços coletivos, dotando-os de melhores
condições de conforto e segurança, e incremento das condições de acessibilidade e de transporte
de pessoas e bens;
Valorização dos bens patrimoniais, reforçando o papel do centro histórico como um espaço
marcante da identidade histórica e cultural da Vila de Souselo;
Assim sendo, os objetivos estratégicos de reabilitação urbana a prosseguir com a operação de reabilitação
urbana para a ARU da Vila de Souselo prendem-se com:
Recuperar espaços urbanos funcionalmente obsoletos, promovendo o seu potencial para atrair
funções urbanas inovadoras e competitivas;
Segundo o n.º 2 do artigo 17.º do RJRU, “a aprovação de uma área de reabilitação urbana obriga à
definição, pelo município, dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património,
designadamente o imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto municipal sobre as transmissões
onerosas de imóveis (IMT), nos termos da legislação aplicável.”
Neste sentido, a definição do conjunto de benefícios fiscais municipais e demais incentivos à reabilitação
urbana relacionados com a constituição legal da ARU da Vila de Souselo, a par da fixação de mecanismos e
procedimentos administrativos necessários para que os proprietários que manifestem interesse possam
aceder a esses benefícios e incentivos é da responsabilidade, enquanto entidade gestora, do Município de
Cinfães.
A aprovação da ARU da Vila de Souselo habilita os proprietários de prédio urbanos (ou frações de prédios
urbanos) abrangidos a um conjunto de benefícios fiscais. Seguidamente proceder-se à apresentação dos
vários benefícios fiscais inerentes à aplicação da legislação em vigor relativa a esta matéria para as ARU.
Face ao exposto, importa mencionar que o diploma legal que estabelece a reforma da tributação do
património (Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de novembro) traz alterações ao Estatuto dos Benefícios
Fiscais (EBF) relativos à reabilitação urbana, com algumas normas novas sobre a atribuição de benefícios
fiscais às casas de habitação e com a ampliação da possibilidade de os sujeitos passivos de baixos
rendimentos poderem aceder à isenção do IMI, constituindo-se ainda beneficiários em sede deste imposto
e de IMT em relação aos prédios alvo de reabilitação urbanística.
Todavia, com a publicação do RJRU em 2009 (posteriormente revisto em 2012), o Governo Português
considerou necessária a introdução de medidas adicionais de estímulo às ações de reabilitação urbana.
Deste modo, no Orçamento de Estado para 2009 (Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro) foram definidos
benefícios fiscais e normativos à realização de ações de reabilitação de prédios urbanos em zonas
delimitadas. Estas medidas assentam na introdução de um novo artigo 71.º no EBF (regime extraordinário
de apoio à reabilitação urbana), que passa a tornar mais duradouros os benefícios fiscais em causa.
Com efeito, o artigo 71.º do EBF estabelece um conjunto de incentivos específicos no âmbito da reabilitação
urbana para prédios urbanos objeto de ações de reabilitação situados em ARU e cujas obras tenham
principiado em data posterior a janeiro de 2008 e venham a ser concluídas até dezembro de 2020.
IMI – os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação são passíveis de isenção por um período
de cinco anos, a contar do ano, inclusive, da conclusão da mesma reabilitação, podendo ser
renovada por um período adicional de cinco anos (n.º 7 do artigo 71º do EBF);
IMT – são passíveis de isenção aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio
urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão
onerosa do prédio reabilitado (n.º 8 do artigo 71º do EBF);
IRS – dedução à coleta de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a
reabilitação, até ao limite 500€ (n.º 4 do artigo 71º do EBF);
Mais-valias – tributação à taxa reduzida de 5%, quando estas sejam inteiramente decorrentes da
alienação de imóveis reabilitados localizados em ARU e recuperados nos termos das respetivas
estratégias de reabilitação de urbana (n.º 5 do artigo 71º do EBF);
A par disto, foi também criado um conjunto de benefícios para Fundos de Investimento Imobiliário em
reabilitação urbana, nomeadamente:
Isenção de IRC, desde que pelo menos 75% dos seus ativos sejam imóveis sujeitos a ações de
reabilitação localizadas em ARU;
Tributação das unidades de participação à taxa especial de 10%, em sede de IRS e IRC, nos
termos previstos nos números 2 e 3 do artigo 71º do EBF.
Outra medida de estímulo aos processos de reabilitação urbana em ARU com relevância é subsequente de
uma recente alteração ao Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, em particular em conformidade
com o artigo 18.º do CIVA (e da verba 2.23 da Lista I anexa ao CIVA). Esta normativa acrescenta ao quadro
de benefícios fiscais já apresentados ao abrigo do EBF o incentivo seguinte:
IVA – será aplicada a taxa reduzida de 6% em empreitadas de reabilitação urbana, tal como
definida em diploma específico, realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em
áreas de reabilitação urbana delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de operações de
requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público nacional.
A noção de “áreas de reabilitação” inscrita no EBF enunciado anteriormente permite percecionar que o
acesso de um proprietário de um prédio (ou fração) urbano ao conjunto dos benefícios fiscais descritos no
ponto anterior do presente capítulo não é automático e indiscriminado. Efetivamente, o EBF determina que
o acesso a benefícios fiscais resultantes da execução de obras de reabilitação urbana seja necessariamente
dependente de uma avaliação, de modo a apreciar o cumprimento de critérios de elegibilidade. Ainda nos
termos do EBF, a comprovação do início e do término das ações de reabilitação é da competência do
Município ou de outra entidade legalmente habilitada para gerir um programa de reabilitação urbana para
a área da localização do imóvel, sendo da sua responsabilidade certificar o estado dos imóveis, antes e após
as obras compreendidas na ação de reabilitação (através de vistorias).
Nos termos da alínea c) do número 22 do artigo 71.º do EBF, o “estado de conservação” de um edifício ou
fração é determinado nos termos do disposto no Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) e no
Decreto-Lei n.º 156/2006, de 8 de agosto. Segundo esta legislação, a análise do Estado de Conservação terá
como base o Método de Avaliação do Estado de Conservação dos edifícios (MAEC), publicado pela Portaria
1192-B/2006 (alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro), que ratifica o
modelo de ficha de avaliação, define os critérios de avaliação e estabelece as regras para a determinação do
coeficiente de conservação.
A avaliação do estado de conservação é concretizada através de vistoria visual detalhada (37 elementos
funcionais), não se recorrendo à consulta de projetos, à análise do historial de obras ou à realização de
ensaios ou sondagens. Assim, considera-se que o despiste das principais anomalias e a obtenção de
O objetivo desta avaliação será verificar que as obras de reabilitação executadas sobre o prédio ou fração
contribuem para uma melhoria de um mínimo de 2 níveis face à avaliação inicial, de acordo com os
seguintes níveis de conservação (de acordo com o artigo 5º do Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de
dezembro):
5 Excelente
4 Bom
3 Médio
2 Mau
1 Péssimo
Nos termos do artigo 3.º do referido diploma, é estabelecido ainda que a determinação do nível de
conservação do prédio ou fração seja efetuada por arquiteto, engenheiro ou engenheiro técnico inscrito na
respetiva ordem profissional, podendo a entidade gestora da ORU (em princípio, a Câmara Municipal de
Cinfães) optar entre as duas alternativas seguintes:
Importa também referir o artigo 7.º do mesmo diploma legal, que considera a possibilidade do Município
cobrar taxas pela determinação do nível de conservação e pela definição das obras necessárias para a
obtenção de nível de conservação superior, as quais constituem receita municipal.
De acordo com o anteriormente explicitado, de modo a que os proprietários possam usufruir dos benefícios
fiscais previstos no regime extraordinário de apoio à reabilitação urbana do EBF, todos os processos de
reabilitação urbana pressupõem que a Câmara Municipal (ou outra entidade gestora habilitada) tome
conhecimento efetivo do estado de conservação do prédio, quer antes quer depois das obras, sendo o
impulso encetado pelo proprietário através de um requerimento/comunicação à entidade gestora.
Neste sentido, considera-se preponderante que seja avaliado se a Câmara Municipal (ou outra entidade
gestora habilitada) se encontra organicamente apta e capacitada para responder a estas necessidades
emergentes e dinâmicas. De modo a contribuir de forma decisiva para o término de demoras e custos de
contexto em matéria de aprovação de projetos e para suscitar uma dinâmica relevante nesta matéria
poderá ser constituída uma Unidade Orgânica Flexível ou comissão especificamente dedicada ao
acompanhamento e apreciação de projetos de reabilitação (incluindo a deslocação/fiscalização ao local
antes e depois das obras, de modo a confrontar o estado do prédio, a articulação com o Serviço Local de
Finanças, etc.).
Os referidos processos devem ser simples, flexíveis, prioritários e céleres, sendo que os projetos devem
cumprir o mínimo de requisitos legalmente previstos, designadamente a preservação das fachadas e a
manutenção de elementos arquitetónicos e estruturais de valor patrimonial.
De acordo com o número 1 do artigo 10.º do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU – Lei n.º
307/2009, de 23 de outubro, alterada e republicada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto), a qualidade de
entidade gestora pode ser assumida por uma das seguintes entidades:
Município;
Em conformidade com o n.º 3 do referido artigo, estabelece-se que o tipo de entidade gestora é adotada na
estratégia de reabilitação urbana ou no programa estratégico de reabilitação urbana.
Por outro lado, e independentemente da entidade gestora adotada, o Município deverá determinar o
modelo de gestão para a implementação da Operação de Reabilitação Urbana (ORU), em termos jurídicos,
institucionais e organizativos, tal como o modelo de execução da ORU, esclarecendo os termos de
cooperação, colaboração e partilha de responsabilidades entre os agentes e os intervenientes.
É desde já pertinente esclarecer que a existência de uma entidade exclusivamente direcionada para o
processo de gestão da ARU da Vila de Souselo facilitará o atendimento aos processos de reabilitação, quer
pela afetação exclusiva de recursos humanos, como pela relação de proximidade com todos os
intervenientes. Por conseguinte, ficará atestada a monitorização de todos os processos, desde a fase de
instrução até à sua conclusão.
A estreita interação e articulação entre as várias estruturas orgânicas do Município de Cinfães, que
certificam as competências intrínsecas à execução da ORU, será essencial para a garantia do sucesso e da
eficácia da ORU. Assim sendo, estas estruturas permitirão:
O regime jurídico da política de reabilitação urbana que vigora atualmente assenta, entre outros princípios,
no da responsabilização dos proprietários e demais titulares de direitos sobre os edifícios ou frações, aos
quais são aplicados os deveres de conservação ordinária e extraordinária dos imóveis (nos termos do artigo
89.º da redação atual do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação – RJUE – Decreto-Lei n.º 136/2014,
de 9 de setembro) e da reabilitação dos mesmos, nomeadamente pela realização de todas as obras
necessárias à manutenção ou reposição da sua segurança, salubridade e arranjo estético. Deste modo, a
iniciativa dos particulares na execução da reabilitação de imóveis de titularidade privada assume um papel
determinante, implicando, da mesma forma, a sua responsabilidade pelo financiamento respetivo.
De igual modo, o modelo de execução da operação de reabilitação urbana a adotar prevê a realização das
ações preferencialmente por iniciativa dos particulares, apesar do apoio da entidade gestora (no presente
caso, o Município de Cinfães). Pretende-se assim que o Município assuma um papel dinamizador, regulador
e de apoio aos particulares na gestão da execução da operação, sendo que a sua decisão prevalece em
matéria da definição da estratégia de reabilitação urbana a prosseguir.
De acordo com o definido no número 1 do artigo 44.º do RJRU, a entidade gestora pode exercer, no âmbito
da execução concreta das operações de reabilitação urbana, um conjunto de poderes relativos ao controlo
das operações urbanísticas, designadamente:
Inspeções e vistorias;
Cobrança de taxas;
De acordo com o estabelecido no n.º 1 do artigo 54.º do RJRU, o Município de Cinfães poderá utilizar os
Instrumentos de Execução da Operação da Reabilitação Urbana que a seguir se apresentam, consoante o
tipo da respetiva operação de reabilitação urbana:
Imposição da
obrigação de Demolição de Direito de Arrendamento
Empreitada única
reabilitar e obras edifícios preferência forçado
coercivas
O Município de Cinfães pode impor, enquanto entidade gestora, ao proprietário de um edifício ou de uma
fração, a obrigação de o reabilitar e o prazo para a sua conclusão. Nos casos em que se verifique
incumprimento, o Município poderá tomar posse administrativa para a realização imediata das obras, nos
termos do estabelecido nos artigos 107.º e 108.º do RJUE.
2. Empreitada única
A adoção deste instrumento de política urbanística deverá ser avaliado casuisticamente, em conformidade
com a análise das características e historial da operação urbanística pretendida, devendo apenas ser
acionado se todos os proprietários dos imóveis envolvidos concordarem quanto aos vários aspetos da
empreitada (características do projeto, prazos de execução, valor da empreitada, condições de pagamento,
etc.).
O lançamento da empreitada está dependente do cumprimento dos requisitos legais para o efeito,
nomeadamente a notificação ao proprietário e demais interessados, que identifique o tipo de obras a
realizar, os custos e prazos previstos, a possibilidade de realojamento dos seus habitantes durante o
período de realização das obras e a indicação da data limite para pronúncia.
3. Demolição de edifícios
ii. A reabilitação do edifício seja inviável, quer em termos técnicos como económicos.
4. Direito de preferência
O direito de preferência pode ser exercido pela entidade gestora, aquando da transmissão a título oneroso,
entre particulares de terrenos, edifícios ou frações inseridos em ARU. Este direito pode apenas ser exercido
nos casos em que a entidade gestora considere que o imóvel deve ser objeto de intervenção no âmbito da
operação de reabilitação urbana, justificando na declaração de preferência, a intervenção que o imóvel
necessita e o prazo dentro do qual pretende realizá-la.
5. Arrendamento forçado
O instrumento de arrendamento forçado poderá ser utilizado pela entidade gestora quando se verifiquem,
em simultâneo, os dois requisitos seguintes:
ii. No prazo máximo de quatro meses após a conclusão das obras pela entidade gestora, o
proprietário do edifício não proceda ao ressarcimento integral das despesas incorridas por aquela,
ou não der de arrendamento o edifício ou a fração, por um prazo mínimo de 5 anos, afetando as
rendas ao ressarcimento das despesas.
Nos casos em que se verifiquem as condições acima explanadas, a entidade gestora poderá arrendar o
imóvel pelo prazo de 5 anos, mediante concurso público.
PÁGINAS DE INTERNET
DOCUMENTOS LEGAIS
Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro [Código do Imposto Municipal sobre Imóveis e o Código
do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis]
Decreto-Lei n.º 156/2006, de 8 de agosto [ Fixação do nível de conservação dos imóveis locados]
Lei nº 15/2010 de 26 de julho [última alteração ao Estatuto dos Benefícios Fiscais -Dec. Lei n.º 215/89,
de 1 de Julho]
Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto [Primeira alteração ao regime jurídico da reabilitação urbana- Decreto-
Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro]
Lei n.º 79/2014, de 19 de dezembro [ alteração ao Novo Regime Do Arrendamento Urbano (NRAU)]
98,13
144,16 138,78
107,43
141,32
143,11
136,13
150,46
156,27
218,74
150,1 159,54
168,68
215,2
188,45
183,54
140,26 188,67 183,66
150,38
168,07 208,24
LEGENDA
205,91 215,91
166,64
Rio Douro 218,87
206,89
242,62
157,44 282,88
238,55
210,99
283,51 Cartografia de Base
109,4
187,8188,97
216,04 Albufeiras
161,06 233,49 294,41
Edificado
267,44
155,61
180,16
211,52 223,85
179,15
197,81 Linhas e Cursos de Água
152,43
Planimetria
80,7 Granja 183,92
232,87 260,93
244,79
280,45 293,97 Curvas de Nível
165,96
190,61
114,89
208,96 Delimitação da Área de Reabilitação Urbana
171,56
286,54
215,17
198,65 Souselo
286,75 343,5
317,38 344,36
345,19
111,28 290,11
141,84 356,74
152,8
360,64
302,85
324,25
146,15
129,44 391,91
142,1
139,07
204,1
142,15 223,17
149,08 381,64
138,75
142,85 143,1 Couto 144,84 207,5 214,58 221,73 252,44
146,1 387,25
229,19 254,98
392,5
159,49
142,68 151,97
294,71
256,11
166,47
150,8 250,47 291,66
217,78
215,54 224,06
257,31
133,75
Identificação da Cartografia de Referência
181,32 205,72 283,21
205,49 259,62
Base Cartográfica
237,13
176,34 293,53
Entidade Proprietária: Município de Cinfães
128,18
167 Entidade Produtora: Estereofoto Geoengenharia SA.
178,08
Data de Homologação: 19-08-2013
155,69
128,83 Série Cartográfica Nacional: 1:10.000
264,97269,96
296,55 Sistema de Referência e Datum:PT-TM06/ETRS89
Projeção Cartográfica: Transversa de Mercator
103,44 241,59 Exatidão Posicional Planimétrica: 150 cm
110,55
68,84
118,3 Fonte Coberta 296,37 280,51
Exatidão Temática: 90%
94,78
60,79
270,01 303,49
57,7
260,83 276,13
ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA
DE SOUSELO
DESENHO VERSÃO
286,52
1:5 000
° Planta de Delimitação da Área de
P - 01 03
Reabilitação Urbana
264,04 Datum: ETRS 1989 Portugal TM06
Projeção:Transversa Mercator
2019
59,87
Covelo Sistema de Referência: GRS80
154368
-9502