Procedimentos para A Concessão de Credito
Procedimentos para A Concessão de Credito
Procedimentos para A Concessão de Credito
MAPUTO, 2021
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SERGIO ALFREDO MACORE
Docente:
MAPUTO, 2021
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ÍNDICE
1.Introdução................................................................................................................................3
1.1.Objectivos..........................................................................................................................4
1.1.1.Objectivo geral...........................................................................................................4
1.1.2.Objectivos específicos................................................................................................4
2.Metodologia da pesquisa..........................................................................................................4
3.Revisão de literatura................................................................................................................5
3.1.Conceito de crédito............................................................................................................5
3.1.1.Conceito de risco........................................................................................................5
3.1.1.1.Factores de risco......................................................................................................6
3.1.2.Garantias.....................................................................................................................6
3.1.3.Tipos de garantias...........................................................................................................7
3.1.3.1.Aval.........................................................................................................................7
3.1.3.2.Caução de duplicatas...............................................................................................8
3.1.3.3.Caução de cheques...................................................................................................8
3.2.Os C’s do Crédito..............................................................................................................9
3.3.Os C’s Tradicionais do Crédito.......................................................................................10
3.4.Os C’s Modernos do Crédito...........................................................................................10
3.5.As demonstrações financeiras e a concessão de crédito.................................................11
4.Procedimentos para uma operação de crédito........................................................................11
4.1.O Início da Avaliação do Crédito....................................................................................12
4.2.A Decisão de Crédito......................................................................................................14
4.3.Um critério para a decisão do crédito..............................................................................14
Conclusão..................................................................................................................................16
Bibliografias..............................................................................................................................17
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1.Introdução
Essa questão é tão importante que o Banco Central estabelece limite para as operações de
crédito, tais como: "Fixar em 30% do respectivo património líquido, ajustado na forma da
regulamentação em vigor, o limite de diversificação de risco por cliente; Determinar que os
10 (dez) maiores clientes não poderão, em conjunto, ser responsáveis por mais de 30% do
total das operações activas da Instituição e Fixar o limite de endividamento para os Bancos,
em 15 vezes o património líquido...
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1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
1.1.2.Objectivos específicos
2.Metodologia da pesquisa
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral. A Indução é um processo mental por intermédio do
qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral
ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos
indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais nos baseia-mos.
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3.Revisão de literatura
3.1.Conceito de crédito
Esta parte do património pode estar materializada por dinheiro (empréstimo monetário) ou
bens (empréstimos para uso, ou venda com pagamento parcelado, ou a prazo). Pelo facto de
esta cessão patrimonial envolver expectativas quanto ao recebimento da parte cedida, é
imperativo reconhecer que a qualquer crédito está associada a noção risco, portanto o gerente
de crédito deve lembrar-se que, ao vender um crédito, está automaticamente comprando um
risco com todos os problemas e benefícios que a transacção envolve.
Numa visão macroeconómica, o crédito cumpre importante papel económico e social, pois
possibilita às empresas aumentarem seu nível de actividade, estimula o consumo,
influenciando assim a demanda, ajuda as pessoas a obterem moradia, facilita a efectivação de
projectos para os quais as empresas não disponham de recursos suficientes. Por outro lado, o
crédito pode tornar empresas e pessoas físicas altamente endividadas, como pode ser forte
componente de um processo inflacionário.
3.1.1.Conceito de risco
O risco sempre estará presente em qualquer empréstimo Não há empréstimo sem risco.
Porém, o risco deve ser razoável e compatível ao negócio da instituição financeira e à sua
receita mínima almejada.
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3.1.1.1.Factores de risco.
Profissionais desqualificados;
Controlo de Política de crédito;
Volatilidade das taxas de juros;
Taxa de inflação;
Carácter dos tomadores;
Taxa de desemprego.
Riscos inadequados;
Ausência de modelos estatísticos;
Concentração de empréstimos em tomadores de alto risco.
3.1.2.Garantias
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Para as instituições financeiras, as melhores garantias são aquelas que possuem maior
liquidez, ou seja, aquelas cuja conversão em caixa e respectiva liquidação do contrato de
crédito independem de sentença judicial, mesmo assim os gerentes de instituições financeiras
nunca deve considerar a concessão de um empréstimo exclusivamente em função da garantia.
Em toda concessão de crédito, o gerente deverá ter a convicção de que não será necessário
utilizar a garantia para liquidar o empréstimo.
3.1.3.Tipos de garantias
3.1.3.1.Aval
O aval é uma garantia oferecida por um terceiro, que por este ato se torna devedor solidário
do devedor principal. A relação que se estabelece entre o avalista e o avalizado é pessoal,
directa e intransferível. Diz-se comummente que o avalista, ao dar sua garantia, constitui-se
no principal pagador da obrigação, dada a solidariedade estabelecida entre o devedor e seu
garantidor em relação ao emprestador. (SCHRICKEL, P. 165)
O aval é caracterizado por ser uma garantia pessoal, ou seja, se o tomador da dívida não
cumprir com suas obrigações, quem responderá será a pessoal que assinou como avalista. O
aval é normalmente atrelado a todas as operações de crédito, por ser a forma de garantia mais
comum. Para a instituição financeira o aval é de boa norma bancária no que se refere a
diminuição do risco em casos de inadimplência do cliente ou de concordata ou falência da
empresa devedora, existem casos em que o avalista é o dono ou sócio da empresa, se esta
pede falência, o dono responderá de mesma forma sobre suas dívidas, porém na posição de
pessoa física, como avalista.
O aval garante apenas o valor que está expresso no título de crédito avalizado. Muitos bancos
após executarem o tomador e seu avalista pretendem que eles assumam também as
responsabilidades por obrigações que vão além das previstas na promissória, o que, às vezes
pode funcionar nos tribunais.
O que o responsável pela carteira de crédito deve tomar cuidado ao exigir assinatura de um
avalista é atentar para que o título esteja legível e bem formalizado, conferir, além da
assinatura, os poderes de quem assinou (mediante procuração, estatuto ou contrato social),
que o avalista e os dados sejam os mesmos citados no contrato e que o valor do título de
crédito seja suficiente para cobrir o valor do crédito, com os respectivos encargos.
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3.1.3.2.Caução de duplicatas
3.1.3.3.Caução de cheques
O contrato de empréstimo pode ter como forma de garantia a vinculação de cheques, o prazo
para a apresentação de cheques, para o pagamento, é de 30 dias a partir de sua emissão,
quando for emitido na praça (cidade) onde deve ser pago, e de 60 dias quando emitido em
outra praça.
O analista de balanços preocupa-se com as demonstrações financeiras que, por sua vez,
precisam ser transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou
não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas
dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se
irá falir ou se continuará operando.
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Blatt (1999, p. 38) apresenta os seis pilares da concessão de crédito:
Segurança: O credor ao conceder crédito, aceita correr um risco, por confiar no cliente... Para
saber se o cliente merece ou não, tem que se analisar seu carácter e capacidade por meio da
ficha cadastral e sua capacidade e capital mediante seus demonstrativos contabilísticas.
Liquidez: é a sua capacidade de pagamento... Esta certeza é reforçado pela análise da situação
financeira e capacidade de pagamento.
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3.3.Os C’s Tradicionais do Crédito
Quanto ao primeiro ‘’C’’ do crédito, Carácter, baseia-se ao risco moral. Indica a intenção do
tomador em honrar ou não o compromisso que foi assumido junto à instituição financeira. A
tendência é que as pessoas (físicas ou jurídicas) tendem a ser honestas principalmente quando
os negócios em que actuam estão prosperando. Porém, neste quesito é avaliado o
compromisso do tomador em pagar suas dívidas em tempos de crise. Segundo Blatt (1999,
p.43), ‘’ a pergunta-chave do ‘’carácter’’: a pessoa ou empresa tem reputação de honestidade
a ponto de fazer esforço para pagar suas obrigações?’’
Quanto ao segundo ‘’C’’ do crédito, Capacidade, segundo os autores que tratam desse
assunto, avaliar a capacidade do tomador de crédito é muito subjectivo e por isso é difícil de
mensurar. A capacidade avalia a habilidade de gestão do cliente, ou seja, no caso de empresas
avalia a habilidade administrativa de seus dirigentes em lidar com as constantes mudanças do
cenário económico em que faz parte.
Segundo Blatt (1999), ainda existem mais três “C’s” que podem ser avaliados no processo
decisório de crédito gerando mais informações no processo da análise. O primeiro é
Consistência, que indica a escolha do alvo de mercado, estando directamente ligada a política
do credor, da conjuntura económica, etc. O segundo é a Comunicação, que se refere à
agilidade na obtenção e análise das informações necessárias ao processo de concessão crédito.
E por último o Controlo, que trata basicamente da gestão do crédito que foi concedido.
Supervisionar constantemente a situação do cliente para evitar problemas futuros.
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3.5.As demonstrações financeiras e a concessão de crédito
Várias razões levam a analisar as demonstrações financeiras das empresas, uma delas é a
verificação da capacidade de manutenção e aquisição de créditos junto a instituições
financeiras.
Como os bancos avaliam o crédito das empresas com quem pretendem operar? Qual o risco
assumido ao fazerem uma operação de empréstimo? Será que existe perfeita noção destas
condições?
Para quem vive junto ao sistema bancário, é fácil perceber que existe grande preocupação
acerca do crédito. O executivo de um banco sempre estará preocupado com o risco de crédito,
o que é atitude no mínimo preventiva. Em momentos da conjuntura econômica, quando
ocorrem apertos da liquidez, essa preocupação é maior, e os bancos ficam mais restritos em
suas operações de crédito, principalmente se ocorrerem algumas concordatas ou falências.
O facto é que, passados os momentos críticos, os bancos e seus executivos sabem que uma
das suas principais fontes de receitas são as operações de crédito, e que os riscos por elas
representados são inerentes ao negócio Banco. Todos sabem desses riscos, os banqueiros e
seus executivos, e o chefe do departamento de crédito, enfim todos os participantes da
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avaliação do crédito. No entanto, há algo que os preocupa em relação ao risco das operações
de crédito. Examinemos os procedimentos para avaliação de crédito em um banco e
procuremos detectar a origem das preocupações.
Uma operação de empréstimo de uma empresa nasce do contato entre o executivo de conta do
banco com o representante da empresa, em geral seu diretor ou gerente financeiro. De início,
são expostas as necessidades da empresa, a utilização dos recursos e a capacidade de
pagamento dela. O executivo da conta, convencido dos argumentos, passa a operação para a
análise de crédito.
A primeira questão que se pode colocar é com relação ao grau de convencimento do executivo
da conta. Muitas vezes não existe essa preocupação, mas a de operar, a de obter resultados. A
defesa mais comum dessa questão é a observação de que os bancos A, B ou C estão operando
com a empresa, porque não o nosso banco? Esse procedimento do executivo da conta deve,
naturalmente, ser revisto, mas de certo modo o banco já possui antídoto natural, que é seu
departamento de crédito. Os homens de crédito sabem deste viés e procuram, sempre, por
meio de um conjunto de informações, detectar eventuais problemas da empresa.
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Vejamos a seguir, a actuação desses comités.
Em geral, existem pelo menos dois comités de créditos em um banco. O primeiro comité
decide sobre a concessão do crédito até um limite pré-fixado; o segundo, ouvido o parecer do
primeiro, decide sobre crédito acima dos limites pré-fixados.
Como se observa, não se espera que a responsabilidade do comitê pela aprovação de crédito
dilua a responsabilidade de um diretor, o que na prática sempre acaba ocorrendo. Haverá
sempre um responsável, em maior ou menor grau, pelo crédito inconvenientemente
concedido.
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4.2.A Decisão de Crédito
É este sim ou não, do momento da decisão, que nos preocupa: como transformar um conjunto
de informações em sim e outro conjunto de informações em não. Quantas vezes, no momento
da decisão, um boato, que não se sabe direito de onde vem, poderá transformar a decisão em
não; quantas vezes um membro do comité diz sim, porque os demais o disseram.
As questões relativas ao instante da tomada de decisão é que acabam por comprometer todo o
processo da avaliação de crédito. Não existe, explicitamente, relação clara entre avaliação do
crédito e risco.
Consideremos o exame de um crédito dado por um banco, onde F é o valor a ser pago no final
de um prazo de d dias, pela empresa que contraiu o empréstimo. A postura do banco em
relação ao crédito é a de examinar o que poderá ocorrer no dia do pagamento. Esta análise é
que irá avaliar o risco da operação de crédito, para a empresa em exame, e em seguida definir
a taxa de juros da operação.
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Para a elaboração do critério teremos de cumprir estas quatro etapas:
Ocorre que muitos problemas poderão acontecer na data de liquidação da operação, tais
como: atrasos, pedidos de renovação da operação, cobranças litigiosas, ou mesmo concordatas
e falências. Devemos elaborar uma lista desses possíveis eventos e quantificá-los em termos
de valores recebidos na data d de liquidação da operação. Para se ter idéia dessa questão
consideremos, como exemplo, o caso de uma operação vencida na data d e que, apesar dos
esforços do banco, após 15 dias o pagamento não havia sido efetuado. Admitamos que em
uma negociação, após esse prazo, o banco se propôs a cobrar juros e multa pelo atraso..
Evento 2: liquidação da operação, após negociação, com perdas por atraso de pagamento. O
valor recebido, equivalente na data d, é dado por r1. F onde 0 < r1 < 1.
F onde 0 < r4 < 1. Nesse caso podemos considerar r4 = 0, o que estará muito próximo da
realidade.
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Conclusão
Chegando o fim deste trabalho, percebe-se que, a análise de crédito em uma instituição
financeira é tarefa complexa e envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito,
raciocínio humano que trabalha com constantes informações incompletas e imprecisas.
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Bibliografias
Carleto, Benedita Bernardes N.; Souza, Ernesto Dias de. Curso de interpretação e análise de
balanços. IOB A Thomson Company, s/d. p.25;67-99; e 105.
Oliveira, Maria Marly de. Como fazer pesquisa Qualitativa. Petrópolis, Vozes, 2007.
Ross, S. A.; Westerfield, R. W.; Jaffe, J. F. Administração Financeira. São Paulo: Atlas,
1998.
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