Análise Do Risco de Crédito Bancário 2024

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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO GWAZA MUTHINI

ANÁLISE DO RISCO DE CRÉDITO BANCÁRIO NO FINANCIAMENTO AS


GRANDES EMPRESAS DO SECTOR PRIVADO

Angelina Valente Chavana

Célia Xavier Magaia

Maggui Henriquette Adam Mangate

Maputo, Maio de 2024


Angelina Valente Chavana

Célia Xavier Magaia

Maggui Henriquette Adam Mangate

ANÁLISE DO RISCO DE CRÉDITO BANCARIO NO FINANCIAMENTO AS


GRANDES EMPRESAS DO SECTOR PRIVADO

Projecto submetido em cumprimento parcial


dos requisitos para aprovação na disciplina de
Gestão financeira para obtenção do Grau de
Licenciatura em Contabilidade e auditoria no
Instituto Superior de Gestão e
Empreendedorismo Gwaza Muthini.

Supervisor: Nhampule, Recildo.P.A

Maputo, Maio de 2024


ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1. Estrutura do trabalho .................................................................................................... 2

1.2. Problematização ........................................................................................................... 2

1.2.1. Hipóteses .............................................................................................................. 3

1.3. Justificativa .................................................................................................................. 3

1.3.1. Relevância social .................................................................................................. 3

1.3.2. Relevância académica........................................................................................... 3

1.4. Objectivos .................................................................................................................... 4

1.4.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 4

1.4.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 4

II. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 5

2.1. Contextualização .......................................................................................................... 5

2.1.1. Conceitos de Financiamento................................................................................. 5

2.1.2. Conceitos de Risco ............................................................................................... 5

2.1.3. Conceito de Crédito .............................................................................................. 6

2.1.4. Riscos de crédito na actividade bancária .............................................................. 6

2.1.5. Formas de crédito bancário .................................................................................. 7

2.1.6. Tipologia dos Riscos de crédito na actividade bancaria ....................................... 9

2.1.7. Factores de risco de crédito às empresas do sector privado ............................... 10

2.1.8. Modelos de avaliação de Riscos ......................................................................... 10

2.1.9. Sector privado Moçambicano ............................................................................. 11

2.1.10. Avaliação do Risco de Crédito à empresas ....................................................... 11

2.1.11. Estratégias de gestão e mitigação do risco de crédito bancário .......................... 11

2.1.12. Instituições Financeiras ...................................................................................... 14

2.1.13. Acesso ao financiamento em moçambique ........................................................ 14

III. METODOLOGIA .......................................................................................................... 17


3.1. Tipos de pesquisa ....................................................................................................... 17

3.1.1. Quanto à abordagem ........................................................................................... 17

3.1.2. Quanto à natureza ............................................................................................... 17

3.1.3. Quanto aos objectivos ......................................................................................... 17

3.1.4. Quanto aos procedimentos ................................................................................. 17

3.2. Descrição da amostra e população do estudo ............................................................ 18

3.3. Instrumentos de recolha de dados .............................................................................. 18

3.4. Análise e interpretação de dados ............................................................................... 18

IV. RESULTADO ESPERADO .......................................................................................... 19

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 20

VI. CRONOGRAMA .......................................................................................................... 21

VII. ORÇAMENTO .............................................................................................................. 22


1

I. INTRODUÇÃO
De acordo com Tavares, Pacheco e Almeida (2015), o financiamento é essencial para as
empresas poderem expandir qualquer parte de sua atividade, quer seja para investigação, para
produção, para financiamento de estoques ou para promoção internacional; porém as
organizações não têm capacidade, por norma, para fazer isso apenas com os recursos que geram,
assim, são necessárias fontes de financiamento a um custo razoável. Assim, no momento que
estas empresas recebem o financiamento, as instituições financiadoras correm riscos de crédito
bancário. É nesta perspectiva que o presente projecto de estudo visa analisar o risco de crédito
bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado com o intuito de verificar a
viabilidade da concessão de valores monetários à empresas deste sector.

Para os autores Yamamoto, Oliveira, e Santos (2020), o principal produto dos bancos e
instituições financeiras é o dinheiro, e não existe outra forma de negociá-lo a não ser pela
concessão de crédito, já que não há formas de vender esse produto à vista. “Dessa forma, o
banco empresta dinheiro ou financia bens aos seus clientes, funcionando como uma espécie de
‘intermediário financeiro’, pois os recursos que aplica são captados no mercado dos depósitos
efetuados por milhares de clientes depositantes” (Yamamoto, Oliveira, & Santos, 2020).

Os bancos estão no negócio que envolve riscos. No processo de proporcionar serviços


financeiros os bancos assumem vários tipos de riscos. E, a maioria esmagadora dos riscos que
enfrentam os bancos têm implicações directas no balanço. Os riscos contidos nas actividades
principais dos bancos, isto é, aquelas que envolvem seu próprio balanço e seu negócio básico
de captação de poupança e concessão de crédito, não são todos gerados propriamente pelo
banco (Tchebete, 2011).

Para melhor Análise do risco de crédito bancário no financiamento as grandes empresas do


sector privado, foram tomados em conta, alguns elementos tais como: os factores de risco que
afectam as instituições bancárias na concessão de crédito, os modelos de avaliação do risco de
crédito bancário e as estratégias que os bancos adotam mitigar o risco de crédito. No decorrer
da pesquisa é feita uma visualização das principais discussões dos autores que abordam
elementos relacionados a esta temática, estabelecendo uma base sólida sobre os conceitos, tipos
e características dos créditos bem como os tipos de empresas que mais procuram por estas
concessões. Estes elementos permitirão melhor compreensão dos fenómenos que serão
observados e vivenciados no âmbito da colecta de dados do estudo.
2

Esta pesquisa, poderá permitir com que as instituições bancarias tenham uma visão ampla sobre
os possíveis riscos do crédito e assim, tomem decisões mais informadas e certeiras nas
concessões.

1.1.Estrutura do trabalho
O projecto está dividido em sete capítulos. No primeiro capítulo é apresentada a introdução,
onde consta a contextualização do tema, seguida do problema do estudo assim como dos
objectivos da pesquisa e da justificativa. O segundo capítulo é composto pela revisão
bibliográfica, onde são contextualizados os conceitos básicos e as abordagens teóricas
referentes aos riscos de crédito bancário às grandes empresas do sector privado. No terceiro
capítulo segue-se a metodologia, privilegiada no estudo e que detalha as técnicas que serão
usadas para a colecta de dados, o tipo de amostra, os instrumentos de colecta de dados e a forma
como estes serão analisados e interpretados. O quarto capítulo é o dos resultados esperados.

No quinto capítulo constam as referências bibliográfica, no sexto capítulo o cronograma e por


fim segue o sétimo capitulo onde é possível apreciar o orçamento necessário para a realização
da pesquisa.

1.2.Problematização

“No mundo empresarial, empresas defrontam-se constantemente na busca de fundos


necessários para o arranque das suas atividades, como também, pela procura de recursos
complementares para prossecução e desenvolvimento de tais atividades” (Selemane, 2017).

Ainda de acordo com Selemane (2017), os bancos que concedem este crédito às empresas do
sector privado, em contrapartida fazem certas exigências tais como o período de duração do
empréstimo, que é influenciado, entre outros aspetos, pela confiança do Banco no Cliente e o
juro que é cobrado em função do prazo e do montante influenciado pelo mercado e nota de risco
atribuída pelo Banco à empresa.

Ainda assim, a concessão de crédito bancário à empresas do sector privado, corresponde um


grande risco aos bancos, pois, existe a possibilidade de não cumprimento das exigências dos
bancos pelas empresas privadas.

É na perspectiva deste problema que surge a necessidade de se analisar o risco de crédito


bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado.

Assim, por meio destas observações surgiu a seguinte questão norteadora da presente pesquisa:
3

 Até que ponto o crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector


privado constitui um risco?

1.2.1. Hipóteses
H1: O crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado constitui um
risco agravado.

H2: O crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado não constitui
um risco agravado.

1.3.Justificativa
Nos países em vias de desenvolvimento, o acesso ao financiamento é restrito, e os empréstimos
bancários constituem a principal fonte de financiamento para as empresas. Ainda assim, a
existência da possibilidade de incumprimento de obrigações de dívida pelos mutuários
corresponde um risco. Então, o valor de um empréstimo não muda quando a qualidade de
crédito do mutuário diminui, mas seu valor económico é menor porque a probabilidade de
incumprimento aumenta. Este tema é importante, pois os seus resultados poderão ajudar as
instituições financeiras de crédito a identificar gargalos ou ineficiências em suas concessões,
levando a melhorias e permitindo que estes reforcem a sua autoconfiança e consigam lidar com
os riscos de crédito. Através deste tema serão produzidos conteúdos que poderão ajudar a
compreender e mitigar os riscos envolvendo o crédito bancário à empresas do sector privado.

A escolha da província de Maputo como local de estudo deve-se ao facto de ser o local de
residência e domínio dos pesquisadores, mas também por esta província albergar sede de todos
os bancos nacionais.

1.3.1. Relevância social


Esta pesquisa tem uma relevância social, na medida em que busca melhorar a visão das
instituições bancárias em relação à concessão de crédito com vista a garantir maior segurança
e confiança, bem como o desenvolvimento seguro das empresas sector privado e
consequentemente da economia no geral.

1.3.2. Relevância académica


No que concerne a abordagem deste tema, torna-se relevante, no âmbito académico pois dará
um contributo de apoio para novas pesquisas relacionadas ao crédito e financiamento de
empresas do sector privado. Para o Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza
Muthini (ISGESM), principalmente para os estudantes do curso de licenciatura em
4

contabilidade e auditoria e áreas afins, a pesquisa é relevante, em termos literários, na medida


em que irá contribuir na reprodução de conteúdos que servirão de fonte para o aperfeiçoamento
da área de estudo e, levando em conta que a Escola é de Gestão e Empreendedorismo permitirá
aos futuros empreendedores e profissionais funcionários compreender sobre o funcionamento
do crédito bancário para posterior actuação.

1.4.Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
 Analisar o risco de crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector
privado.

1.4.2. Objectivos específicos


 Identificar os factores de risco que afectam as instituições bancárias na concessão de
crédito ao financiamento das grandes empresas do sector privado;

 Verificar os modelos de avaliação do risco de crédito bancário no financiamento às


grandes empresas do sector privado;

 Identificar as estratégias que os bancos e as grandes empresas do sector privado adotam


para gerenciar e mitigar o risco de crédito.
5

II. REVISÃO DA LITERATURA


2.1.Contextualização
2.1.1. Conceitos de Financiamento
É uma operação em que a parte financiadora, que em geral costuma ser uma instituição
financeira, esta fornece recursos para a outra parte que esta sendo financiada de modo que esta
possa executar algum investimento específico previamente acordado. Ou por outras podemos
dizer que financiamento é a compra parcelada de um produto ou serviço em que se acrescenta
uma taxa de juro ao montante inicial que variará conforme o tempo de duração do mesmo
(MAtavele, Àureo, Borges, Banze, & Simbine, 2016).

Os autores supracitados sustentam acerca do financiamento e afirmam que muitas das vezes
confundimos o financiamento com o empréstimo, mas que o empréstimo é o contrário do
financiamento, uma vez que os recursos do financiamento precisam necessariamente de serem
investidos de modo acordado no contracto, enquanto os do empréstimo não é preciso informar
qual o bem que se pretende comprar ou seja, os recursos obtidos não tem destinação específica.

Segundo Barbosa e Pinho (2016), o financiamento é fundamental para as empresas serem


capazes de investir, mas também para a realização da sua atividade diária. Para os autores
algumas empresas financiam-se através de fundos internos e outra parte das empresas
financiam-se através de recursos externos.

2.1.2. Conceitos de Risco


Para Pinho e Tavares (2005) citados por Tchebete (2011), o risco está associado à incerteza
relativamente ao futuro. Ele existe porque, no presente, não é possível prever com exatidão
aquilo que se irá passar no futuro.

O risco é definido sob várias perspectivas ou formas, sendo a mais genérica a que estabelece a
noção de risco como um perigo; exposição a perda ou dano. Assim, risco se refere à
oportunidade de que algum evento desfavorável ocorra (Brigham & Ehrhardt, 2006).

No caso dos bancos, estes enfrentam os seguintes riscos relevantes no desenvolvimento das
suas actividades: (i) risco de mercado; (ii) risco de crédito; (iii) risco de liquidez; (iv) risco
operacional e tecnológico; (v) risco legal ou regulamentar; (vi) risco de negócio; e (vii) risco
estratégico (Tchebete, 2011).
6

2.1.3. Conceito de Crédito


Crédito é um termo que traduz confiança e deriva da expressão ‘crer’, acreditar em algo, ou
alguém. O crédito, sob o aspecto financeiro, significa dispor a um tomador recursos financeiro
para fazer frente a despesas, ou investimentos, e financiar a compra de bens (Yamamoto,
Oliveira, & Santos, 2020).

De acordo com Pereira (2017), o crédito pode ser definido como a expetativa de um montante
em dinheiro, durante um determinado espaço de tempo delineado, pelo que o risco de crédito é
a probabilidade de incumprimento dessa expetativa.

2.1.4. Riscos de crédito na actividade bancária


Crédito bancário é a operação pela qual o Banco põe à disposição de um terceiro uma certa
quantia, com o compromisso deste restituir essa importância numa data futura, acrescida de
uma certa importância, a que se chama juro. Período de duração do empréstimo é influenciado,
entre outros aspetos, pela confiança do Banco no Cliente e o juro é cobrado em função do prazo
e do montante influenciado pelo mercado e nota de risco atribuída pelo Banco à empresa
(Selemane, 2017).

O risco de crédito é definido como a possibilidade de um tomador de um empréstimo ou


contraparte não cumprir suas obrigações conforme os termos acordados (Dantas, Fernandes, &
Duarte, 2019)

Na actividade financeira, o risco pode ser considerado um elemento do negócio, presente na


actividade de intermediação entre agentes superavitários que desejam aplicar os seu excedentes
e os deficitários que procuram recursos para financiar as suas actividades económicas. Sendo
assim, na óptica das instituições bancárias, risco pode ser considerado tudo que impacte o
capital, podendo ser oriundo de eventos, esperados ou não (Tchebete, 2011).

Segundo Pires (1996), é uma operação financeira em que um banco disponibiliza um valor
monetário em determinado momento a favor de outrem em contrapartida de um compromisso
de pagamento do correspondente valor acrescido de um proveito financeiro.

O risco de crédito está intimamente relacionado com fatores internos e externos à empresa que
podem prejudicar o pagamento do montante de crédito concedido; é a possibilidade de não-
pagamento por parte das seguintes pessoas (Yamamoto, Oliveira, & Santos, 2020):
7

 Do tomador de recursos;
 Do emitente de um título de crédito; ou
 Do comprador a prazo.

2.1.5. Formas de crédito bancário


 Crédito bancário de curto prazo

É uma operação financeira através da qual uma instituição bancária coloca a disposição do seu
cliente um determinado montante por ele solicitado comprometendo-se a liquidá-lo em datas
previamente fixadas e acrescido dos respectivos juros. Esta forma de crédito pode seguir as
seguintes modalidades:

a) Desconto de letras e livranças: Corresponde ao adiantamento, feito pela instituição


bancária que realiza a operação relativamente à data do seu vencimento. Estas operações
têm diversos tipos de custos designadamente: juros, comissões, imposto de selo e portes
(no caso das letras).
b) Empréstimos de curto prazo: são normalmente usados para financiar operações de
prazo reduzido, como por exemplo, a necessidade momentânea de tesouraria.
c) Contas correntes caucionadas: são operações de crédito pelas quais a entidade
financiadora coloca ao dispor do seu cliente um determinado volume de crédito
contratado, que este pode utilizar até o seu limite, podendo repor quando entender,
partes do capital por forma a reduzir o montante do seu débito.
d) Descobertos bancários: Constituem plafonds ou seja valor limite de crédito que as
entidades bancárias autorizam que as empresas movimentem quase sempre por períodos
muito curtos de tempo para suprir necessidades momentâneas de tesouraria.

 Linhas de crédito

As linhas de crédito são uma forma de empréstimo bancário flexível, orientado para o curto
prazo, em que a instituição credora confere à empresa o direito de, dentro de um plafond
previamente acordado, retirar fundos consoante as suas necessidades de tesouraria. As linhas
de crédito são especialmente indicadas para fazer face a insuficiências temporárias e previsíveis
de tesouraria (frequentes, por exemplo, em negócios sazonais) ou para prevenir o aparecimento
de rupturas inesperadas.
8

O factoring é igualmente um instrumento de gestão de tesouraria, ou seja, de cobertura das


necessidades de curto prazo. O contrato de factoring consiste na cedência dos créditos da
empresa a uma sociedade especializada que se responsabilizará pela cobrança desse crédito.

O factoring adianta uma parcela do valor desse crédito à empresa, recebendo em troca uma
comissão. Este método tem a vantagem da empresa poder realizar os seus créditos sem estar
dependente do prazo de pagamento dos clientes. Tem a desvantagem do custo associado, que
reduz a rentabilidade das vendas.

O leasing é um instrumento de financiamento ao qual a empresa pode recorrer quando não


pretende afectar grandes quantidades de capital para ter acesso a um determinado bem
(normalmente tratam-se de bens de equipamento). Num contracto leasing, o proprietário do
equipamento (o locador) autoriza o utilizador (o locatário) a dispor do equipamento em troca
de pagamentos periódicos, que incluem capital e juros. Findo o prazo de vigência do contracto,
o locador pode adquirir o equipamento objecto do contracto, mediante o pagamento de um valor
residual pré-estabelecido. Ao diferir os pagamentos, a empresa consegue garantir uma maior
liquidez. No entanto, tem a desvantagem de não ser proprietária do equipamento, tendo por isso
que indemnizar a locadora no caso de surgir algum acidente com o equipamento da sua
responsabilidade.

 Business Angels e Capital de Risco

Finalmente, temos o financiamento por capital, que consiste na troca de dinheiro por uma
parcela do capital e, como tal, de uma parte do controlo da empresa. Numa primeira fase, o
empreendedor, face à carência de fundos próprios e aos problemas decorrentes do crédito, pode
recorrer a investidores privados, sejam eles família, amigos ou Business Angels. Estes últimos
normalmente empreendedores que vendem o seu negócio ficando com dinheiro disponível
podem ser uma ajuda preciosa com a sua experiência e know-how na gestão de pequenos
negócios.

Tipicamente, os business angels cedem capital a empresa emergentes, cuja dimensão é ainda
muito pequena para atraírem capital de risco. Por outro lado, tendem a assumir um papel de
grande colaboração com o empresário, contribuindo com a sua experiência.

O Capital de Risco pode ser definido como uma forma de investimento empresarial, com o
objectivo de financiar empresas, apoiando o seu desenvolvimento e crescimento, com fortes
9

reflexos na gestão. É também uma das principais fontes de financiamento para jovens empresas,
start-up’s e investimentos de risco com elevado potencial de rentabilização.

Comparado com outras fontes, como o crédito bancário, os subsídios públicos, as ofertas em
mercado de bolsa e a angariação de investidores privados, o Capital de Risco destaca-se pela
análise concreta dos projectos apresentados, do seu potencial de crescimento e da relação com
o risco.

2.1.6. Tipologia dos Riscos de crédito na actividade bancaria


De acordo com Cruz, Quental e Henriques (2010), é essencial que as instituições adotem
medidas de gestão de risco para reduzir ou eliminar a probabilidade de não alcançar os
resultados esperados, uma vez que qualquer tipo de negócio tem de enfrentar variados tipos de
risco.

“Os tipos de riscos de crédito bancário incluem” (Paiva, 1997):

 Risco de Inadimplência: Refere-se à possibilidade de que o mutuário não consiga


pagar o empréstimo de acordo com os termos estabelecidos.
 Risco de Concentração: Relacionado à exposição excessiva a um determinado setor
da economia, região geográfica ou cliente, aumentando o risco caso ocorram problemas
nesse segmento.
 Risco de Setor: Envolve a vulnerabilidade do setor econômico em que o mutuário
opera, afetando sua capacidade de pagar o empréstimo.
 Risco de País: Refere-se à instabilidade política, econômica ou regulatória de um país
que pode afetar a capacidade de pagamento do mutuário.
 Risco de Taxa de Juros: Relacionado à possibilidade de que mudanças nas taxas de
juros afetem a capacidade do mutuário de pagar o empréstimo, especialmente se for de
taxa variável.
 Risco de Garantia: Envolve a possibilidade de que a garantia oferecida pelo mutuário
não seja suficiente para cobrir o valor do empréstimo em caso de inadimplência.
 Risco de Fraude: Refere-se à possibilidade de que o mutuário se envolva em atividades
fraudulentas que afetem sua capacidade de pagar o empréstimo.
10

2.1.7. Factores de risco de crédito às empresas do sector privado


Os factores de risco de crédito para empresas do setor privado podem incluir a saúde financeira
da empresa, a qualidade de sua gestão, a situação econômica do sector em que operam, a
concorrência, a volatilidade do mercado, as mudanças regulatórias e políticas, entre outros.
Esses factores podem afectar a capacidade da empresa de pagar suas dívidas e influenciar a
decisão dos credores em conceder crédito.

2.1.8. Modelos de avaliação de Riscos


De acordo com Jassé (2019), a forma de medir e controlar o risco de uma carteira de crédito
consiste em analisar de maneira cuidadosa os dois métodos:

 Método quantitativo: que refere uma avaliação profunda dos diversos fatores que
poderão influenciar o mutuário a não respeitar o prazo de pagamento das suas dívidas.
 Método qualitativo: a análise é feita com base no perfil apresentado ao candidato ou
analistas de crédito de uma organização.

Entretanto, o autor conclui afirmando que os analistas de crédito das instituições financeiras
devem ter a capacidade e competência técnica perante os dados fornecidas através de Central
de Responsabilidades de Crédito ou agências nacionais como internacionais, tomar uma medida
corretiva o que permitirá o retorno do património cedido e acrescido do serviço da divida.

“Na análise de crédito existem dois fatores cruciais a serem analisados” (Yamamoto, Oliveira,
& Santos, 2020):

a) Qual o risco que o solicitante apresenta;


b) Qual o risco máximo que a instituição pode aceitar.

O risco máximo que a instituição pode aceitar depende da política adotada pela empresa. O
risco apresentado pelo solicitante é de extrema importância no processo de concessão de
crédito, e devem ser considerados vários quesitos na sua avaliação.

Dentro do processo de como o risco de crédito é controlado na atividade bancária, alguns itens
são analisados:

 Idoneidade;
 Finanças;
 Relacionamento;
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 Patrimônio;
 Sensibilidade.

2.1.9. Sector privado Moçambicano


O sector privado moçambicano está em franco desenvolvimento, no entanto, ainda enfrenta
diversos desafios, sendo o acesso ao crédito um dos maiores. Segundo Belchio (2015) citado
por (Machava, 2017), as empresas a operarem no mercado moçambicano contam com três
formas principais de financiamento: o crédito bancário (bancos comerciais), o mercado de
capitais (Bolsa de Valores de Moçambique) e capital de risco. Machava 2017, cita Navalha
(2015) que indica uma lista de fontes de financiamento externo para o sector privado no geral,
e para o seguimento de micro, pequenas e médias empresas, em particular. No entanto, tal como
foi referenciado anteriormente, na prática a atividade de concessão de créditos é dominada pelos
bancos comercias.

“A dificuldade de acesso ao financiamento bancário por parte das empresas moçambicanas,


devido aos elevados custos de crédito continua a ser um dos obstáculos ao desenvolvimento do
sector privado” (Machava, 2017).

2.1.10. Avaliação do Risco de Crédito à empresas


Quando se refere empréstimos a empresas, o risco de crédito é avaliado com base nos
indicadores económico-financeiros, historial de crédito passado e presente, informações
disponível na Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal (BP) sobre
o candidato, onde constam todas as informações sobre os empréstimos contraídos em cada
espaço de tempo e noticias publicadas pela imprensa de negócios (Jassé, 2019).

Quando o candidato ao crédito é uma empresa, os analistas fazem as suas análises com base
numa ficha de crédito, que inclui as demonstrações financeiras, os rácios financeiros e o
historial de crédito, neste caso, a análise do risco de crédito é mais profundada, devido ao valor
de crédito normalmente mais elevado comparado com o do particular (Jassé, 2019).

2.1.11. Estratégias de gestão e mitigação do risco de crédito bancário


Umas das estratégias de controlo ou até mitigação de riscos de crédito adoptadas para pelos
bancos, diz respeito ao processo de emissão do crédito, os bancos procuram conhecer o histórico
financeiro das empresas muito antes de conceder valore monetários.

Assim, de acordo com Selemane (2017), todas as operações de crédito devem ser suportadas:
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 Pela existência de um pedido feito pelo Cliente;


 Por declarações credíveis do património e dos rendimentos não comprovados;
 Pela subscrição das Condições Gerais de Crédito
 Por um processo completo de abertura de conta.

A decisão do crédito é tomada tendo em conta (Selemane, 2017):

 Historial / Perspetivas da Empresa;


 Conhecimento pessoal dos sócios, gerentes e administradores;
 Análise Económico-Financeira a qual é realizada através da análise de Balanços, da
Demonstração de Resultados, dos Balancetes, dos Relatórios de Gestão, de Auditores
externos, Revisores Oficiais de Contas, da Declaração de rendimentos

Esta análise pode classificar-se em:

 Análise estática- As demostrações financeiras da empresa bem como dos rácios


que a partir delas são calculados, podem ser analisadas isoladamente ou
comparados com outras empresas (concorrentes) permitindo tirar conclusões
sobre a gestão da empresa, assim como as condicionantes impostas pela
envolvente externa,
 Análise dinâmica- consiste na análise (rubrica a rubrica) dos valores
apresentados nas demonstrações financeiras ou rácios de anos sucessivos,
permitindo acompanhar a sua evolução. Esta deverá constituir um dos primeiros
passos da análise quantitativa da situação económica e financeira da empresa.

As estratégias podem também corresponder-se no uso de modelos tais como, a modelo de


garantias e modelos de venda de empréstimos conforme Dantas, Fernandes, e Duarte (2019).

 Garantias

As Garantias Financeiras, conforme definem Dantas, Fernandes, e Duarte (2019), são


instrumentos amplamente utilizados para aumentar a qualidade de crédito dos tomadores de
empréstimo, para ajudar a garantir os credores contra o dejault de suas aplicações e também
para reduzir o custo de financiamento daqueles que necessitam de empréstimos

Segundo Selemane (2017), as garantias podem ser:


13

 Hipotecas: recai sobre bens imóveis e móveis sujeitos a registo. Trata-se de ato sujeito
a registo. O grau de registo é fundamental pelo que há que averiguar se o bem imóvel
dado como garantia está livre de ónus e encargos.
 Penhores: entrega de uma coisa ou documento (contrato de penhor mercantil) que
garante a posse dessa coisa ou do descrito no documento ao credor no caso de o devedor
não cumprir determinada obrigação assumida.
 Aval: Só pode ter natureza comercial e é dado a uma certa pessoa (singular ou coletiva).
O avalista assume uma obrigação com o mesmo conteúdo e extensão.
 Fiança: É acessória da obrigação do devedor e deve ser prestada por escritura pública,
se a obrigação principal estiver sujeita a esse formalismo. Os requisitos são a
identificação da operação, a identificação dos fiadores e eventuais conjugue, a
declaração de ato praticado de livre vontade e a declaração de renúncia ao benefício da
prévia excussão.
 Consignação de Rendimentos: Atribuição ao credor dos rendimentos provenientes de
bens imóveis ou móveis sujeitos a registo. Tem de ser feita por escritura pública e tem
um prazo máximo de vigência.
 Carta conforto: entendido como meras obrigações morais ou simples compromissos
de honra, assumidos por uma determinada sociedade perante um Banco, em que a
subscritora tem posição acionista ou quotista muito significativa ou mesmo dominante,
tendo em vista a concessão de crédito para essa sociedade

 Venda de empréstimos

Ainda de acordo Dantas, Fernandes, e Duarte (2019), a venda de um empréstimo bancário


ocorre quando uma instituição gera um empréstimo e o vende a outra instituição. Essa venda
pode ser com ou sem recurso. Numa venda com recurso, conforme esclarecem os autores, sob
certas condições o comprador pode devolver o empréstimo à instituição que deu origem a venda
e, desta maneira, esse tipo de venda funciona como uma espécie de passivo condicional. A
venda de ativos com recurso funciona como uma espécie de opção de venda para seu
comprador, ou seja, permitindo que ele venda ativos que entram em dejault ao banco que deu
origem à venda. Numa venda sem recurso, por outro lado, o comprador assume todos os riscos
inerentes ao ativo que adquiriu. Na prática, quase não existe venda de empréstimos com
recursos, pois somente desta maneira o vendedor pode remover o ativo de seu balanço
patrimonial.
14

2.1.12. Instituições Financeiras


A componente importante do sistema financeiro é a existência de instituições. Instituições estas
denominadas, geralmente, instituições financeiras, que desempenham um papel de
intermediário entre os agentes económicos, pessoas, famílias, empresas, outras instituições,
estado que, num dado momento, se podem assumir como aforradores e, noutros momentos,
como investidores (Santos, 2020).

As instituições financeiras somente podem funcionar mediante autorização do Banco Central.


Assaf (2009), afirma que a instituição financeira é toda a entidade que interfere no processo de
intermediação financeira, sem ter envolvimento direto com os recursos, dado que,
simplesmente, favorece a realização da transação entre aforradores e detentores de recursos,
financiando as necessidades de investimentos, gastos de consumo e outro capital.

As instituições financeiras possuem assim um papel de intermediação entre os agentes


económicos que, num dado momento, se podem assumir como aforradores e, noutros
momentos, como investidores (Santos, 2020). Neste sentido, o objetivo de qualquer sistema
financeiro é canalizar os fundos dos agentes económicos com excedentes para os agentes
económicos com défices.

2.1.13. Acesso ao financiamento em moçambique


De acordo com o artigo 2 da Lei n˚ 15/99 de 01 de novembro, com as alterações introduzidas
pela Lei n.º 9/2004, de 21 de julho, que regula o estabelecimento e o exercício de atividades
das instituições de crédito e das sociedades financeiras em Moçambique, as instituições
financeiras são instituições que aceitam e gerem depósitos e fazem empréstimos.

Em Moçambique, o sector financeiro é atualmente composto por duas categorias de instituições,


nomeadamente, instituições de crédito e sociedades financeiras em que os bancos comerciais
dominam o sector financeiro no país, com cerca de 19 bancos registados (Selemane, 2017).

Selemane continua e sustenta que o crédito em Moçambique aumentou bastante ao longo dos
últimos 16 anos. Em 2001 o crédito bancário concedido à economia situava abaixo dos MZN
14 mil milhões, sendo que no final do ano de 2016 chegou a atingir níveis bem acima, em torno
de MZN 261 mil milhões. Em termos reais, isto é, retirando o efeito inflação, a variação no
15

crédito nestes 16 anos foi de MZN 5 mil milhões para MZN 13 mil milhões. Em termos de
percentagens, do crédito total12 já emitido no mercado para o investimento, uma percentagem
mínima, de 1% era usado até 2007, sendo que até fevereiro do corrente ano, este montante
estava acima dos 20%, sendo os outros sectores da economia o com maior peso.

Ainda assim, o acesso ao financiamento tem sido apontado pelo sector privado como sendo um
dos principais constrangimento para o desenvolvimento da actividade empresarial em
Moçambique. As empresas para acederem as diferentes fontes de financiamento disponíveis no
mercado-banca, mercado de capitais ou capitais de risco devem fornecer um conjunto de
informações (Qualitativas e Quantitativas) com vista a conferir transparência e credibilidade
empresarial. Assim sendo o acesso ao financiamento assenta fundamentalmente em três pilares
(MAtavele, Àureo, Borges, Banze, & Simbine, 2016):

 Idoneidade empresarial

Qualquer banco ao conceder um empréstimo precisa de ter a segurança que os fundos


desembolsados serão devidamente utilizados e reembolsados no prazo acordado, desta forma
preocupando-se em saber a quem estão a financiar ou emprestar dinheiro procurando obter as
seguintes informações:

a) Quem são os sócios e gestores da empresa?


b) Que tipo de actividade a empresa desenvolve?
c) Existem algum histórico de registo de incidentes ou incumprimento no sistema
financeiro?
d) Existem dívidas irregulares com a segurança social?
e) Existem dividas ficais vencidas e não regularizadas?
f) Existem informação em desabono da empresa, sócio e gestores?

 Capacidade Critica

Os empresários devem entregar toda a informação financeira fiável, que permita aos bancos
aferir a capacidade previsional de pagamento do serviço da divida (capital e juros), que por sua
vez, o banco irá avaliar a capacidade financeira da empresa ou projecto para gerar fluxos
monetários (cash flow) futuros que é aquele que consegue prover meios financeiros suficientes
para assegurar ou fazer face a cobertura ou reembolso do serviço da divida.
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 Contabilidade organizada

As demonstrações financeiras (balanço, demonstração de resultados, mapa de fluxos de caixa),


tem a vantagem pois influenciam na tomada de decisão de crédito porque permitem ver a
situação económica e financeira das empresas (passado e presente), assim como, prever
cenários de evolução e riscos associados. Além disso as melhores prácticas internacionais
aceites recomendam que as demonstrações financeiras deverão apresentar quatro características
qualitativas:

 Compreensibilidade: significa rapidamente compreensível pelo utente;


 Relevância: significa que influencia as decisões de utentes (em particular, os
financiadores);
 Fiabilidade: significa que é confiável, isenta de erros materiais ou de influência;
 Comparabilidade: significa que a informação financeira e comparável com outro
períodos.
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III. METODOLOGIA
Neste capítulo são descritos os métodos e procedimentos utilizados para a realização da
pesquisa. São apresentados detalhes sobre o tipo de pesquisa adoptado, a colecta e análise dos
dados, as técnicas e instrumentos que serão utilizados, além das etapas seguidas para alcançar
os resultados.

3.1.Tipos de pesquisa
No âmbito da concretização da pesquisa, a metodologia de investigação teve como base as
principais categorias de classificação. Neste sentido classifica-se:

3.1.1. Quanto à abordagem


Na perspectiva de compreender o objecto do estudo, a análise dos dados colectados foi feita
com base na abordagem qualitativa. Será possível através desta abordagem compreender os
fenómenos a partir de suas explicações e motivos. Esta abordagem esteve directamente ligada
à análise descritiva do risco do crédito bancário no financiamento às empresas do sector privado
e no desenvolvimento de respostas aos objectivos específicos, possibilitando verificar a até que
ponto este risco corresponde um risco

3.1.2. Quanto à natureza


A natureza da pesquisa realizada é básica pois objetiva expandir um conhecimento teórico ou
científico, sem necessariamente ter uma aplicação prática imediata, assim, ao analisar o risco
do crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado será possível
verificar se é ou não viável para as grandes empresas do sector privado recorrer ao credito
bancário tendo em conta estes riscos.

3.1.3. Quanto aos objectivos


Quanto aos objectivos, a pesquisa é mista, ou seja, explicativa e descritiva. Explicativa pois
busca registrar, analisar e identificar as causas de um fenômeno estudado. Neste caso, a análise
do risco do crédito bancário será pela interpretação dos dados qualitativos. E de forma
específica descrever e caracterizar variáveis relacionadas ao risco do crédito bancário no
financiamento às empresas do sector privado.

3.1.4. Quanto aos procedimentos


A pesquisa é bibliográfica em seus procedimentos, pois foi desenvolvida através de referências
teóricas publicadas em documentos e artigos científicos que têm uma ligação directa com o
assunto e foram correctamente citados obedecendo às regras do modelo APA.
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3.2.Descrição da amostra e população do estudo


A pesquisa se fundamenta numa amostragem não probabilística pois não se conhece a
probabilidade de um banco comercial ser escolhido para fazer parte da amostra. O método
usado na pesquisa é o de amostragem por conveniência, pois serão inqueridos bancos
comerciais que estiverem à disposição. A população foi constituída pelo universo dos bancos
comerciais da província de Maputo. Após a ida ao campo será divulgado o número total de
bancos inqueridos.

3.3.Instrumentos de recolha de dados


Para a colecta de dados será feito um inquérito que consistirá em uma entrevista estruturada e
o questionário, mas também será necessário o uso da observação. A entrevista consistirá em
uma conversa presencial com a administração dos bancos comerciais e, caso necessário haverá
comunicação virtual com a administração dos bancos para informações adicionais. O inquérito
por questionário consistirá em questões com opções de respostas pré-determinadas.

3.4.Análise e interpretação de dados


A informação descrita na revisão bibliográfica irá sevir de alicerce para a materialização do
estudo, pois compreender as variáveis do estudo facilitará a interpretação dos fenómenos que
serão encontrados no campo. Logo após a pesquisa bibliográfica, será prosseguida a fase que
consistirá no contacto directo com Bancos comerciais da província de Maputo.

Os dados serão obtidos pela abordagem qualitativa por meio de entrevistas e serão transcritos,
organizados e interpretados com base na estatística descritiva, dando maior clareza e realismo
às informações que serão recolhidas. Para tal, foi necessário a conjugação da informação dada
pelos entrevistados e a observação dos factos ocorridos no campo.
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IV. RESULTADO ESPERADO


Com esta pesquisa, espera-se obter resultados que ilustrem de forma clara os riscos do crédito
bancário ao financiamento das grandes empresas do sector privado. Espera-se ter um
conhecimento transparente e domínio dos factores que fazem com que a concessão do crédito
às grandes empresas do sector privado seja um risco. Espera-se também com esta pesquisa
compreender de forma objectiva o funcionamento dos modelos de avaliação dos riscos e sua
eficiência de modo a melhorar havendo necessidade. E por fim espera-se desenvolver novas
sugestões de estratégias de controlo e mitigação de riscos de crédito bancário no financiamento
às grandes empresas do sector privado.
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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Assaf, N. (2009). Mercado financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas.

Barbosa, L., & Pinho, S. (2016). Estrutura de financiamento das empresas. Lisboa.

Brigham , E., & Ehrhardt, M. (2006). Administração Financeira, Teoria e Prática. Tradução da
10a Edição Norte Americana. Editora Thomson.

Dantas, J., Fernandes, B., & Duarte, C. (2019). Ciclos econômicos e mercado de crédito: a
atuação dos bancos públicos. Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia, v.
13, n. 2, p. 82-102.

Jassé, P. (2019). GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO BANCÁRIO: ESTUDO EMPÍRICO.


Lisboa.

Machava, A. (2017). Crédito Bancário em Moçambique: Será que o Sector Público “expulsa”
o Sector Privado? Maputo.

MAtavele, À., Àureo, N., Borges, D., Banze, C., & Simbine, L. (2016). Financiamento. Maputo.

Paiva, C. (1997). Administração do risco de crédito. São Paulo: Qualitymar.

Pereira, R. (2017). Modelos de avaliação de riscos de crédito nas instituições CGD, BCP e
SANTANDER TOTTA. Lisboa .

Pires, J. (1996). Direito bancário. 2.º Volume. Viseu: Rei dos livros.

Santos, V. (2020). Gestão de risco de credito bancário: caso do banco comercial e de


investimentos (BCI, S.A). ISCTE. Lisboa.

Selemane, K. (2017). Emissão de obrigações privadas como uma alternativa ao financiamento


bancário - Caso das empresas em Moçambique. Instituto universitário de Lisboa .

Tavares, F., Pacheco, L., & Almeida, E. (2015). Financiamento das pequenas e médias
empresas: Análise das empresas do distrito do porto em Portugal. São Paulo, v.50, n.2,
p.254-267.

Tchebete, E. (2011). Controlo interno e gestão de riscos: Uma avaliação crítica do quadro legal
aplicável ao sector bancário moçambicano. Maputo.

Yamamoto, W., Oliveira, E., & Santos, V. (2020). O gerenciamento de risco de crédito em um
banco de varejo: um estudo de segmento de pessoas físicas. Paraíba.
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VI. CRONOGRAMA

Semanas
Actividades S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8

1. Elaboração do projecto e submissão


ao departamento
2. Preparação do trabalho de campo

3. Aplicação de entrevista e
questionários
4. Pré-análise dos dados
5. Análise e interpretação dos dados
6. Redação do relatório preliminar
7. Correção do relatório preliminar
8. Redação do relatório final
9. Entrega da versão final do relatório
10. Apresentação de defesa do relatório
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VII. ORÇAMENTO

Itens Preço unit (mts) Quant. Total (mts)

1 Caderno de anotação 150 1 150

2 Caneta 10 2 20

3 Crédito 400 1 400

4 Internet 900 1 900

5 Impressão 85 1 85

6 Encadernação 50 1 50

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