Análise Do Risco de Crédito Bancário 2024
Análise Do Risco de Crédito Bancário 2024
Análise Do Risco de Crédito Bancário 2024
I. INTRODUÇÃO
De acordo com Tavares, Pacheco e Almeida (2015), o financiamento é essencial para as
empresas poderem expandir qualquer parte de sua atividade, quer seja para investigação, para
produção, para financiamento de estoques ou para promoção internacional; porém as
organizações não têm capacidade, por norma, para fazer isso apenas com os recursos que geram,
assim, são necessárias fontes de financiamento a um custo razoável. Assim, no momento que
estas empresas recebem o financiamento, as instituições financiadoras correm riscos de crédito
bancário. É nesta perspectiva que o presente projecto de estudo visa analisar o risco de crédito
bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado com o intuito de verificar a
viabilidade da concessão de valores monetários à empresas deste sector.
Para os autores Yamamoto, Oliveira, e Santos (2020), o principal produto dos bancos e
instituições financeiras é o dinheiro, e não existe outra forma de negociá-lo a não ser pela
concessão de crédito, já que não há formas de vender esse produto à vista. “Dessa forma, o
banco empresta dinheiro ou financia bens aos seus clientes, funcionando como uma espécie de
‘intermediário financeiro’, pois os recursos que aplica são captados no mercado dos depósitos
efetuados por milhares de clientes depositantes” (Yamamoto, Oliveira, & Santos, 2020).
Esta pesquisa, poderá permitir com que as instituições bancarias tenham uma visão ampla sobre
os possíveis riscos do crédito e assim, tomem decisões mais informadas e certeiras nas
concessões.
1.1.Estrutura do trabalho
O projecto está dividido em sete capítulos. No primeiro capítulo é apresentada a introdução,
onde consta a contextualização do tema, seguida do problema do estudo assim como dos
objectivos da pesquisa e da justificativa. O segundo capítulo é composto pela revisão
bibliográfica, onde são contextualizados os conceitos básicos e as abordagens teóricas
referentes aos riscos de crédito bancário às grandes empresas do sector privado. No terceiro
capítulo segue-se a metodologia, privilegiada no estudo e que detalha as técnicas que serão
usadas para a colecta de dados, o tipo de amostra, os instrumentos de colecta de dados e a forma
como estes serão analisados e interpretados. O quarto capítulo é o dos resultados esperados.
1.2.Problematização
Ainda de acordo com Selemane (2017), os bancos que concedem este crédito às empresas do
sector privado, em contrapartida fazem certas exigências tais como o período de duração do
empréstimo, que é influenciado, entre outros aspetos, pela confiança do Banco no Cliente e o
juro que é cobrado em função do prazo e do montante influenciado pelo mercado e nota de risco
atribuída pelo Banco à empresa.
Assim, por meio destas observações surgiu a seguinte questão norteadora da presente pesquisa:
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1.2.1. Hipóteses
H1: O crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado constitui um
risco agravado.
H2: O crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector privado não constitui
um risco agravado.
1.3.Justificativa
Nos países em vias de desenvolvimento, o acesso ao financiamento é restrito, e os empréstimos
bancários constituem a principal fonte de financiamento para as empresas. Ainda assim, a
existência da possibilidade de incumprimento de obrigações de dívida pelos mutuários
corresponde um risco. Então, o valor de um empréstimo não muda quando a qualidade de
crédito do mutuário diminui, mas seu valor económico é menor porque a probabilidade de
incumprimento aumenta. Este tema é importante, pois os seus resultados poderão ajudar as
instituições financeiras de crédito a identificar gargalos ou ineficiências em suas concessões,
levando a melhorias e permitindo que estes reforcem a sua autoconfiança e consigam lidar com
os riscos de crédito. Através deste tema serão produzidos conteúdos que poderão ajudar a
compreender e mitigar os riscos envolvendo o crédito bancário à empresas do sector privado.
A escolha da província de Maputo como local de estudo deve-se ao facto de ser o local de
residência e domínio dos pesquisadores, mas também por esta província albergar sede de todos
os bancos nacionais.
1.4.Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
Analisar o risco de crédito bancário no financiamento às grandes empresas do sector
privado.
Os autores supracitados sustentam acerca do financiamento e afirmam que muitas das vezes
confundimos o financiamento com o empréstimo, mas que o empréstimo é o contrário do
financiamento, uma vez que os recursos do financiamento precisam necessariamente de serem
investidos de modo acordado no contracto, enquanto os do empréstimo não é preciso informar
qual o bem que se pretende comprar ou seja, os recursos obtidos não tem destinação específica.
O risco é definido sob várias perspectivas ou formas, sendo a mais genérica a que estabelece a
noção de risco como um perigo; exposição a perda ou dano. Assim, risco se refere à
oportunidade de que algum evento desfavorável ocorra (Brigham & Ehrhardt, 2006).
No caso dos bancos, estes enfrentam os seguintes riscos relevantes no desenvolvimento das
suas actividades: (i) risco de mercado; (ii) risco de crédito; (iii) risco de liquidez; (iv) risco
operacional e tecnológico; (v) risco legal ou regulamentar; (vi) risco de negócio; e (vii) risco
estratégico (Tchebete, 2011).
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De acordo com Pereira (2017), o crédito pode ser definido como a expetativa de um montante
em dinheiro, durante um determinado espaço de tempo delineado, pelo que o risco de crédito é
a probabilidade de incumprimento dessa expetativa.
Segundo Pires (1996), é uma operação financeira em que um banco disponibiliza um valor
monetário em determinado momento a favor de outrem em contrapartida de um compromisso
de pagamento do correspondente valor acrescido de um proveito financeiro.
O risco de crédito está intimamente relacionado com fatores internos e externos à empresa que
podem prejudicar o pagamento do montante de crédito concedido; é a possibilidade de não-
pagamento por parte das seguintes pessoas (Yamamoto, Oliveira, & Santos, 2020):
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Do tomador de recursos;
Do emitente de um título de crédito; ou
Do comprador a prazo.
É uma operação financeira através da qual uma instituição bancária coloca a disposição do seu
cliente um determinado montante por ele solicitado comprometendo-se a liquidá-lo em datas
previamente fixadas e acrescido dos respectivos juros. Esta forma de crédito pode seguir as
seguintes modalidades:
Linhas de crédito
As linhas de crédito são uma forma de empréstimo bancário flexível, orientado para o curto
prazo, em que a instituição credora confere à empresa o direito de, dentro de um plafond
previamente acordado, retirar fundos consoante as suas necessidades de tesouraria. As linhas
de crédito são especialmente indicadas para fazer face a insuficiências temporárias e previsíveis
de tesouraria (frequentes, por exemplo, em negócios sazonais) ou para prevenir o aparecimento
de rupturas inesperadas.
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O factoring adianta uma parcela do valor desse crédito à empresa, recebendo em troca uma
comissão. Este método tem a vantagem da empresa poder realizar os seus créditos sem estar
dependente do prazo de pagamento dos clientes. Tem a desvantagem do custo associado, que
reduz a rentabilidade das vendas.
Finalmente, temos o financiamento por capital, que consiste na troca de dinheiro por uma
parcela do capital e, como tal, de uma parte do controlo da empresa. Numa primeira fase, o
empreendedor, face à carência de fundos próprios e aos problemas decorrentes do crédito, pode
recorrer a investidores privados, sejam eles família, amigos ou Business Angels. Estes últimos
normalmente empreendedores que vendem o seu negócio ficando com dinheiro disponível
podem ser uma ajuda preciosa com a sua experiência e know-how na gestão de pequenos
negócios.
Tipicamente, os business angels cedem capital a empresa emergentes, cuja dimensão é ainda
muito pequena para atraírem capital de risco. Por outro lado, tendem a assumir um papel de
grande colaboração com o empresário, contribuindo com a sua experiência.
O Capital de Risco pode ser definido como uma forma de investimento empresarial, com o
objectivo de financiar empresas, apoiando o seu desenvolvimento e crescimento, com fortes
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reflexos na gestão. É também uma das principais fontes de financiamento para jovens empresas,
start-up’s e investimentos de risco com elevado potencial de rentabilização.
Comparado com outras fontes, como o crédito bancário, os subsídios públicos, as ofertas em
mercado de bolsa e a angariação de investidores privados, o Capital de Risco destaca-se pela
análise concreta dos projectos apresentados, do seu potencial de crescimento e da relação com
o risco.
Método quantitativo: que refere uma avaliação profunda dos diversos fatores que
poderão influenciar o mutuário a não respeitar o prazo de pagamento das suas dívidas.
Método qualitativo: a análise é feita com base no perfil apresentado ao candidato ou
analistas de crédito de uma organização.
Entretanto, o autor conclui afirmando que os analistas de crédito das instituições financeiras
devem ter a capacidade e competência técnica perante os dados fornecidas através de Central
de Responsabilidades de Crédito ou agências nacionais como internacionais, tomar uma medida
corretiva o que permitirá o retorno do património cedido e acrescido do serviço da divida.
“Na análise de crédito existem dois fatores cruciais a serem analisados” (Yamamoto, Oliveira,
& Santos, 2020):
O risco máximo que a instituição pode aceitar depende da política adotada pela empresa. O
risco apresentado pelo solicitante é de extrema importância no processo de concessão de
crédito, e devem ser considerados vários quesitos na sua avaliação.
Dentro do processo de como o risco de crédito é controlado na atividade bancária, alguns itens
são analisados:
Idoneidade;
Finanças;
Relacionamento;
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Patrimônio;
Sensibilidade.
Quando o candidato ao crédito é uma empresa, os analistas fazem as suas análises com base
numa ficha de crédito, que inclui as demonstrações financeiras, os rácios financeiros e o
historial de crédito, neste caso, a análise do risco de crédito é mais profundada, devido ao valor
de crédito normalmente mais elevado comparado com o do particular (Jassé, 2019).
Assim, de acordo com Selemane (2017), todas as operações de crédito devem ser suportadas:
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Garantias
Hipotecas: recai sobre bens imóveis e móveis sujeitos a registo. Trata-se de ato sujeito
a registo. O grau de registo é fundamental pelo que há que averiguar se o bem imóvel
dado como garantia está livre de ónus e encargos.
Penhores: entrega de uma coisa ou documento (contrato de penhor mercantil) que
garante a posse dessa coisa ou do descrito no documento ao credor no caso de o devedor
não cumprir determinada obrigação assumida.
Aval: Só pode ter natureza comercial e é dado a uma certa pessoa (singular ou coletiva).
O avalista assume uma obrigação com o mesmo conteúdo e extensão.
Fiança: É acessória da obrigação do devedor e deve ser prestada por escritura pública,
se a obrigação principal estiver sujeita a esse formalismo. Os requisitos são a
identificação da operação, a identificação dos fiadores e eventuais conjugue, a
declaração de ato praticado de livre vontade e a declaração de renúncia ao benefício da
prévia excussão.
Consignação de Rendimentos: Atribuição ao credor dos rendimentos provenientes de
bens imóveis ou móveis sujeitos a registo. Tem de ser feita por escritura pública e tem
um prazo máximo de vigência.
Carta conforto: entendido como meras obrigações morais ou simples compromissos
de honra, assumidos por uma determinada sociedade perante um Banco, em que a
subscritora tem posição acionista ou quotista muito significativa ou mesmo dominante,
tendo em vista a concessão de crédito para essa sociedade
Venda de empréstimos
Selemane continua e sustenta que o crédito em Moçambique aumentou bastante ao longo dos
últimos 16 anos. Em 2001 o crédito bancário concedido à economia situava abaixo dos MZN
14 mil milhões, sendo que no final do ano de 2016 chegou a atingir níveis bem acima, em torno
de MZN 261 mil milhões. Em termos reais, isto é, retirando o efeito inflação, a variação no
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crédito nestes 16 anos foi de MZN 5 mil milhões para MZN 13 mil milhões. Em termos de
percentagens, do crédito total12 já emitido no mercado para o investimento, uma percentagem
mínima, de 1% era usado até 2007, sendo que até fevereiro do corrente ano, este montante
estava acima dos 20%, sendo os outros sectores da economia o com maior peso.
Ainda assim, o acesso ao financiamento tem sido apontado pelo sector privado como sendo um
dos principais constrangimento para o desenvolvimento da actividade empresarial em
Moçambique. As empresas para acederem as diferentes fontes de financiamento disponíveis no
mercado-banca, mercado de capitais ou capitais de risco devem fornecer um conjunto de
informações (Qualitativas e Quantitativas) com vista a conferir transparência e credibilidade
empresarial. Assim sendo o acesso ao financiamento assenta fundamentalmente em três pilares
(MAtavele, Àureo, Borges, Banze, & Simbine, 2016):
Idoneidade empresarial
Capacidade Critica
Os empresários devem entregar toda a informação financeira fiável, que permita aos bancos
aferir a capacidade previsional de pagamento do serviço da divida (capital e juros), que por sua
vez, o banco irá avaliar a capacidade financeira da empresa ou projecto para gerar fluxos
monetários (cash flow) futuros que é aquele que consegue prover meios financeiros suficientes
para assegurar ou fazer face a cobertura ou reembolso do serviço da divida.
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Contabilidade organizada
III. METODOLOGIA
Neste capítulo são descritos os métodos e procedimentos utilizados para a realização da
pesquisa. São apresentados detalhes sobre o tipo de pesquisa adoptado, a colecta e análise dos
dados, as técnicas e instrumentos que serão utilizados, além das etapas seguidas para alcançar
os resultados.
3.1.Tipos de pesquisa
No âmbito da concretização da pesquisa, a metodologia de investigação teve como base as
principais categorias de classificação. Neste sentido classifica-se:
Os dados serão obtidos pela abordagem qualitativa por meio de entrevistas e serão transcritos,
organizados e interpretados com base na estatística descritiva, dando maior clareza e realismo
às informações que serão recolhidas. Para tal, foi necessário a conjugação da informação dada
pelos entrevistados e a observação dos factos ocorridos no campo.
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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Assaf, N. (2009). Mercado financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas.
Barbosa, L., & Pinho, S. (2016). Estrutura de financiamento das empresas. Lisboa.
Brigham , E., & Ehrhardt, M. (2006). Administração Financeira, Teoria e Prática. Tradução da
10a Edição Norte Americana. Editora Thomson.
Dantas, J., Fernandes, B., & Duarte, C. (2019). Ciclos econômicos e mercado de crédito: a
atuação dos bancos públicos. Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia, v.
13, n. 2, p. 82-102.
Machava, A. (2017). Crédito Bancário em Moçambique: Será que o Sector Público “expulsa”
o Sector Privado? Maputo.
MAtavele, À., Àureo, N., Borges, D., Banze, C., & Simbine, L. (2016). Financiamento. Maputo.
Pereira, R. (2017). Modelos de avaliação de riscos de crédito nas instituições CGD, BCP e
SANTANDER TOTTA. Lisboa .
Pires, J. (1996). Direito bancário. 2.º Volume. Viseu: Rei dos livros.
Tavares, F., Pacheco, L., & Almeida, E. (2015). Financiamento das pequenas e médias
empresas: Análise das empresas do distrito do porto em Portugal. São Paulo, v.50, n.2,
p.254-267.
Tchebete, E. (2011). Controlo interno e gestão de riscos: Uma avaliação crítica do quadro legal
aplicável ao sector bancário moçambicano. Maputo.
Yamamoto, W., Oliveira, E., & Santos, V. (2020). O gerenciamento de risco de crédito em um
banco de varejo: um estudo de segmento de pessoas físicas. Paraíba.
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VI. CRONOGRAMA
Semanas
Actividades S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8
3. Aplicação de entrevista e
questionários
4. Pré-análise dos dados
5. Análise e interpretação dos dados
6. Redação do relatório preliminar
7. Correção do relatório preliminar
8. Redação do relatório final
9. Entrega da versão final do relatório
10. Apresentação de defesa do relatório
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VII. ORÇAMENTO
2 Caneta 10 2 20
5 Impressão 85 1 85
6 Encadernação 50 1 50