Espanhol 1
Espanhol 1
Espanhol 1
Língua Espanhola I
Profª. Elys Regina Zils
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª. Elys Regina Zils
468.24
Z69d Kielwagen, Carla Wille
235 p. : il.
ISBN 978-85-515-0129-0
1.Lingua Espanhola.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Apresentação
Hola, ¿Qué tal? En primer lugar, quiero darle la bienvenida a la
enseñanza de español.
Bons estudos!
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA.......................................................... 1
VII
3 MUDANÇAS DAS CRENÇAS..................................................................................................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 64
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 71
VIII
TÓPICO 5 – MÉTODO SILENCIOSO................................................................................................. 141
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 141
2 MÉTODO SILENCIOSO E A APRENDIZAGEM PELA DESCOBERTA................................... 141
3 TÉCNICAS DO MÉTODO ................................................................................................................. 143
4 CRÍTICAS AO MÉTODO ................................................................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 147
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 148
IX
TÓPICO 5 – O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS.................................................................... 213
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 213
2 TECNOLOGIAS E APRENDIZAGEM.............................................................................................. 213
3 LETRAMENTO ELETRÔNICO.......................................................................................................... 215
4 RECURSOS TECNOLÓGICOS.......................................................................................................... 216
4.1 ÁUDIO................................................................................................................................................ 216
4.2 VÍDEOS.............................................................................................................................................. 217
4.3 COMPUTADOR................................................................................................................................ 218
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 224
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 225
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 227
X
UNIDADE 1
A EDUCAÇÃO AO LONGO
DA HISTÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos encontra-se dividida em cinco
tópicos de conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões
e dicas que visam potencializar os temas abordados, e ao final de cada um
deles estão disponíveis resumos e autoatividades que visam fixar os temas
estudados.
A EDUCAÇÃO NA
ANTIGUIDADE
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à primeira unidade do livro didático da
disciplina de Didática da Língua Espanhola I. A didática é uma das disciplinas
presentes nos cursos de licenciatura e de suma importância para a formação de
professores. O nosso objetivo principal aqui é proporcionar fundamentos para
sua reflexão acerca da didática e tendências pedagógicas que norteiam o ensino
e aprendizagem nas práticas educacionais de língua estrangeira, no nosso caso
particular, o espanhol. Nesse sentido, iniciaremos nossa caminhada discutindo a
respeito de assuntos essenciais ao ensino e aprendizagem, partindo de diferentes
concepções de educação presentes ao longo da história da humanidade. Afinal,
nossa reflexão acerca da didática precisa ser ampla e abarcar o ensinar como um
ato complexo e não neutro, pois permeia a nossa concepção de mundo, sendo ela
consciente ou não.
Desse modo, gostaríamos que você, acadêmico, parasse para pensar sobre
quais as visões de mundo que fundamentam as práticas educacionais e quais
seriam essas práticas e teorias de ensino e aprendizagem presentes em escolas
brasileiras. Propomos que você reflita um pouco sobre isso e depois inicie a leitura
do material didático.
3
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
DICAS
5
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
Assim, com base em registros históricos, podemos dizer que existiam três
tipos de escolas no Egito antigo: as Escolas do Templo, para o clero; as Escolas da
Corte, para a formação de burocratas; e as Escolas Provinciais, para a formação
de pessoas para trabalharem como funcionários do governo.
DICAS
Se você quiser saber mais sobre o antigo Egito, leia o livro Fatos e Mitos sobre
o Antigo Egito, de Margaret Marchiori Bakos. 3. ed. Porto Alegre: EdiPucrs, 2014.
6
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
DICAS
Para saber mais sobre a Grécia Antiga, leia A Grécia Antiga e a vida grega:
geografia, história, literatura, artes, religião, vida pública e privada, de Auguste Jadé, 1977,
EDUSP. Com tradução de Gilda Maria Reale Starzynski.
Tudo bem até aqui? Esperamos que sim! Então, vamos adiante.
7
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
DICAS
Assista ao filme 300, de Zack Snyder, 2007. O épico, com a participação do ator
brasileiro Rodrigo Santoro, se passa na Grécia 480 a.C. e retrata o confronto entre gregos e
persas. Apesar de toda a licença poética de um filme, ele é interessante para se ter uma ideia
dessa educação voltada ao treinamento militar de que estamos falando.
8
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
DICAS
Diferente de Esparta, aqui o menino com sete anos tinha uma educação
mais “leve”, voltada a três tipos de conhecimentos/escolas: escola de ginástica,
escola de música e escola das letras. Isso para os meninos, pois as meninas ficavam
com as mães para aprenderem as atividades do lar até o casamento. As atividades
físicas eram destinadas a questões de saúde e não visando à guerra.
Você está percebendo como a educação se deu desde o Egito até a Grécia
Antiga? Suas diferenças e semelhanças? Esse caminho é fundamental para termos
uma compreensão mais ampla da educação na nossa época.
9
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
10
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
NOTA
de
autoativida
11
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
ATENCAO
12
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
Platão não via com bons olhos a influência dos mais velhos sobre a
educação das crianças. Desse modo, a educação platônica pregava que as crianças
deviam ser separadas dos pais e levadas ao campo. Nesse início, a educação seria
mais leve, incluindo jogos e esportes, até os 10 anos, “[...] pretendia-se, com isso,
criar uma reserva de saúde para toda a vida” (PILETTI; PILETTI, 2012, p. 29).
Depois fariam parte da educação aulas de música, poesia, além de matemática,
história e ciência. Posteriormente, aos 16 anos, a música andaria com os exercícios
físicos, a fim de desenvolver o corpo e o espírito juntos.
13
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
Para nossos estudos, você precisa saber que Aristóteles foi aluno de
Platão, que era aluno de Sócrates, e, assim como ele, dá continuidade às ideias de
Platão, mas também rompe com outras. Desse modo, alguns elementos acerca da
concepção de educação de Aristóteles vieram de Platão.
14
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
DICAS
15
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
DICAS
Saiba mais sobre a história da língua lendo o seguinte livro: BASSO, Renato
Miguel; GONÇALVES, Rodrigo Tadeu. História da Língua. Florianópolis: LLV/CCE/ UFSC, 2010.
Você também pode obter mais informações sobre o latim acessando o link: <http://latim.
paginas.ufsc.br/files/2017/04/Livro_Lingua_Latina_I.pdf>.
16
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
17
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
DICAS
A educação romana estava orientada pela Lei das Doze Tábuas. Era um
documento gravado em 12 placas de bronze e redigido por uma comissão, fixado
em 451 a.C. Nesse texto-base estava exposto o valor da tradição – costumes e
disciplina familiar –, além de valores como coragem e dignidade, e expressado
um código civil.
18
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
DICAS
Você pode saber mais sobre a literatura latina com a leitura do seguinte livro:
CARDOSO, Zélia de Almeida. A literatura latina. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
19
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
Grimal (2010, p. 154) chega a afirmar que a língua cultural em Roma era o
grego e que muitos professores gregos em terras romanas impuseram sua língua
e se recusaram a aprender a língua latina. Nesse sentido, também podemos dizer
que nessa época surgia uma educação baseada em uma língua estrangeira, pois
os alunos romanos tinham aulas em grego.
20
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
21
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
inspiração grega, que ele chamou de “Artes liberais”, como Filosofia, Matemática,
Retórica, Geometria e Astronomia, porém as disciplinas mais importantes para
um orador seriam a História, para conhecimento do povo, e o Direito.
Para Piletti e Piletti (2012, p. 37), além do objetivo político de Roma, Cícero
acreditava em um ideal educativo com um sentido cosmopolita. Para ele, “o ideal
ecumênico da humanitas deve reunir os diversos povos num império, o Império
Romano”.
NOTA
Humanitas foi a expressão usada por Cícero que corresponderia à “Paideia” dos
gregos. Contudo, se trata de uma cultura humanística e universal. Diz respeito à formação do
homem sábio e virtuoso, além de um orador ideal.
22
TÓPICO 1 | A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
NOTA
de
autoativida
DICAS
Para saber mais sobre os estoicos, uma dica é o livro O estoicismo romano, de
Reinholdo Aloysio Ullmann, da EDIPUCRS, 1996.
23
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
DICAS
Além do conteúdo que você estudou neste tópico, trazemos para você
algumas sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• CHAUÍ, M. Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
• MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 12.
ed. São Paulo: Cortez, 2006.
• FISCHER, Steven Roger. História da escrita. São Paulo: EdUNESP, 2009.
DICAS
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• Platão possui uma visão da educação mais seletiva, acreditando que poucos
tinham aptidão e que o conhecimento não era transmitido, mas que o aluno
deveria ser incentivado a descobrir sozinho.
25
AUTOATIVIDADE
1- Sócrates
2- Platão
3- Aristóteles
c) ( ) Muitas de suas ideias sobre educação vieram do seu mestre Platão, mas
para ele a educação seria uma forma de moldar o homem para viver em
sociedade e ser um cidadão virtuoso, pois acreditava que só se alcançaria a
plenitude vivendo em uma polis. Assim a educação seria para o fortalecimento
do Estado e para a felicidade.
3 Com base no que você estudou sobre o Egito Antigo, Grécia Antiga e
Roma Antiga, reflita sobre como as diferentes realidades sociais e políticas
interferem na educação do Brasil, apresentando diferentes necessidades
educativas, ou não, e elabore um pequeno texto.
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Continuaremos nosso estudo sobre as concepções de educação. Já vimos
as concepções egípcias, as gregas e as presentes durante a Roma Antiga, agora
seguiremos nosso estudo a respeito de outra época da história: a Idade Média.
Convidamo-lo a adentrar conosco neste estudo sobre a educação durante o
período milenar no qual começamos a ver as noções modernas europeias, e para
iniciarmos essas reflexões você precisa saber que predominava a filosofia cristã, e
essa influenciou as concepções de educação naquela época.
27
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
28
TÓPICO 2 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
importantes do período nesse estudo, para não nos estendermos demais. Desse
modo, focando no tema da educação, cabe apresentarmos a divisão do período
da Idade Média, elaborada por Nunes (1979, p. 18-19), baseada na história da
educação:
29
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
31
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
NOTA
32
TÓPICO 2 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
de
autoativida
33
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
de
autoativida
DICAS
Para saber mais sobre Santo Agostinho, leia Santo Agostinho, coleção Os
Pensadores, da Editora Nova Cultural. E para saber mais sobre sua concepção de educação,
leia Confissões e De Magistro. In: Os pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1980.
34
TÓPICO 2 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
NOTA
Para Piletti e Piletti (2012), o nome escolástica tem sua origem nos primeiros
séculos da Idade Média, com o nome em latim de scolasticus, que era o professor de Artes
liberais e depois o de Filosofia ou Teologia, que dava aulas primeiro nas escolas do convento
e depois na Universidade. Assim, o nome vem por ser a Filosofia ensinada quanto ao método
utilizado na escola.
de
autoativida
Monroe considera que a educação escolástica tinha essa visão mais ampla,
para o autor:
36
TÓPICO 2 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
ATENCAO
Platão e Aristóteles viam o caráter prático como indigno, pois para eles a
educação deveria elevar a alma.
37
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• LAUAND, Luiz Jean (org.). Cultura e educação na Idade Média. 2. ed. São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2013.
• NUNES, Rui Afonso da Costa. História da educação na Idade Média. São Paulo: Edusp,
1979.
DICAS
38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Apesar de ser conhecida como a Idade das Trevas, vimos que a Idade Média
foi importante para a nossa história da educação, desde concepções à criação
de centros de ensino.
• Para Santo Agostinho, o verdadeiro saber era inato, Deus colocava na alma
do homem. Nesse processo educativo, o professor não é o transmissor do
conhecimento, mas alguém que o desperta no aluno.
39
AUTOATIVIDADE
2 Piletti e Piletti (2012, p. 61) nos chamam para refletir sobre o fato de que
o romancista e filósofo italiano Umberto Eco inclui, em sua obra Viagem
na irrealidade cotidiana, um capítulo intitulado “Elogio de Santo Tomás de
Aquino”. Tomás de Aquino, afirma Eco, se vivesse hoje, “ajustaria as
contas com o marxismo, com a física relativista, com a lógica formal, com
o existencialismo, com a fenomenologia. Não comentaria Aristóteles, e sim
Marx e Freud. Depois mudaria o método argumentativo, que se tornaria um
pouco menos harmônico e conciliante. E, finalmente, perceberia que não pode
e não deve elaborar um sistema definitivo, fechado como uma arquitetura,
mas uma espécie de sistema móvel, uma suma com páginas substituíveis,
porque em enciclopédia das ciências entraria a noção de provisoriedade
histórica”.
40
Com base nessa observação de Eco e na frase de Tomás de Aquino: “temo o
homem de um só livro”, reflitamos sobre as seguintes questões:
FONTE: PILETTI, N.; PILETTI, C. História da Educação: de Confúcio a Paulo Freire. São Paulo:
Contexto, 2012.
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Continuaremos, neste terceiro tópico, nossa introdução às concepções da
educação ao longo da história. Agora já estamos mais próximos do nosso tempo,
apresentaremos uma visão panorâmica da Idade Moderna com características
gerais do período, recordando que o objetivo é adquirir apenas uma noção geral
para que você possa ampliar sua reflexão sobre todo o projeto educacional ao
longo da história.
43
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
44
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
DICAS
Assista ao filme alemão sobre Lutero (Luther), de 2003, com direção de Eric Till.
O filme retrata os principais acontecimentos político-religiosos da vida de Martinho Lutero,
interpretado por Joseph Fiennes.
46
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
Esse método de ensino adotado pelos jesuítas tem relação com o modelo
educacional brasileiro, mesmo depois da expulsão deles. Você não concorda?
DICAS
47
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
48
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
de
autoativida
DICAS
49
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
50
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
DICAS
51
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
DICAS
52
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
53
AUTOATIVIDADE
II- Por fatores que vinham desde a Idade Média, culminou a chamada
Reforma Protestante, da qual destaca-se a figura do monge alemão
Martinho Lutero, acusado de heresia. Lutero defendia uma educação para
todos e que o Estado deveria obrigar a todos a enviarem os filhos à escola
e decretar frequência obrigatória.
54
2 Conforme Piletti e Piletti (2012), Lutero pode ser considerado um dos
precursores da defesa da educação universal. Dizia em suas pregações
que o ensino devia chegar a todo o povo, nobre e plebeu, rico e pobre.
Dizia também que o ensino devia beneficiar tanto os meninos quanto as
meninas. Perguntamos:
• Suas propostas podem ser consideradas avançadas para a época? Por quê?
• Até que ponto nossa educação é universal? Atinge a todos os brasileiros?
• Sua qualidade é a mesma para todos, independentemente de classe ou
gênero?
• O poder econômico interfere no tipo de ensino ministrado aos diversos
grupos sociais? De que modo?
55
56
UNIDADE 1
TÓPICO 4
CRENÇAS E O ENSINO DE
LÍNGUA ESTRANGEIRA
1 INTRODUÇÃO
O ensino de línguas estrangeiras é um processo complexo e envolve ações
e comportamentos em sala de aula, tanto do professor como dos alunos. Nesse
sentido, faz-se mister refletirmos sobre as crenças envolvidas nessas dimensões
do ensino.
57
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
• Sua experiência como aluno de línguas: suas crenças, muitas vezes, são reflexo
da forma como foram ensinados, afinal foram muitas horas de observação.
• Na sua experiência do que funciona melhor: através da sua própria experiência,
o professor sabe que estratégias funcionam e quais não.
• Práticas estabelecidas: em certas instituições de ensino, algumas práticas
docentes são preferidas em relação às outras.
• Personalidade: escolha por certas atividades de ensino de acordo com sua
personalidade.
• Princípios baseados na educação ou na investigação: os professores podem
optar por certos princípios didáticos baseados na psicologia, aquisição de L2
ou educação.
• Princípios derivados de um método: aplicação de um método pelo fato do
professor acreditar na sua eficácia.
Desse modo, temos que ter claro que não basta uma mudança nos materiais
didáticos, mobiliário etc., pois é fundamental uma mudança nas crenças dos
professores.
Barcelos (2007) destaca que no Brasil existem alguns trabalhos que tratam
diretamente com mudanças de crenças de professores: Blatyta (1999), Kudiess
(2005), Pessoa e Araújo (2004), Sebba (2006), e outros, com mudança de crenças
de alunos (PITELI, 2006). Ainda que esses estudos são importantes, para a
autora são poucos os estudos que discutem teoricamente o conceito de mudança
relacionado às crenças. Nesse sentido, destaca que a importância de saber sobre a
mudança se relaciona com o próprio contexto escolar. “Afinal de contas, educar é
provocar mudanças ou criar condições para que elas aconteçam, sempre partindo
de um lugar que, no caso, são nossas crenças a respeito do mundo que nos cerca”
(BARCELOS, 2007, p. 110).
estamos apegados e resistimos para não nos desfazermos delas. Essas crenças
estão ligadas à nossa identidade e à emoção.
Ainda assim, podemos dizer que essas novas crenças são testadas e
correm o risco de não permanecerem incorporadas. Para Barcelos (2006, p. 29),
“as crenças, necessidades e expectativas do aluno parecem ser um dos fatores
que mais afetam a prática do professor e suas crenças e, talvez, a mudança em
ambas”. Nesse aspecto, para a autora, a mudança poderia resultar exatamente na
aproximação desses extremos e promover uma maior convergência entre o que
acreditamos e o que fazemos.
60
TÓPICO 4 | CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
ATENCAO
Não se esqueça, caro acadêmico, por mais corrida que possa estar sua rotina,
sempre reflita sobre suas práticas.
Assim, são vários os fatores contextuais que podem interferir nas crenças
e mudanças de crenças dos professores e alunos, e mudar as crenças não é tão
fácil e rápido.
61
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
62
TÓPICO 4 | CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Por esse viés, a sala de aula não é o lugar de apenas aprender uma língua,
mas também para aprender a refletir sobre a aprendizagem, sobre as crenças e
mudanças. É fundamental discutir e pensar sobre a aprendizagem como alunos
de Letras e futuros professores. É preciso perceber nossas próprias crenças, pois
elas refletirão na nossa atuação em sala de aula.
Além do que você estudou nesta primeira unidade, sugerimos para você
a leitura complementar das páginas 111 a 117 do artigo de Ana Maria Ferreira
Barcelos: Reflexões acerca da mudança de crenças sobre ensino e aprendizagem
de línguas. Ao final, você encontra o link para lê-lo na íntegra. Boa leitura!
63
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Mas o que são crenças e por que é importante falar sobre elas? A importância
das crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas (cf. BARCELOS, 2004) está
relacionada: (a) à compreensão das ações ou do comportamento dos aprendizes
de línguas, seja em termos de se entender quais estratégias utilizam (HORWITZ,
1987; OXFORD, 1990; WENDEN, 1987), ou como algumas crenças podem contribuir
(ou não) para a ansiedade de muitos alunos ao aprender uma língua estrangeira
(HORWITZ, 1990); (b) à utilização de diferentes abordagens pelo professor,
como a aprendizagem autônoma (COTTERALL, 1995; WENDEN, 1991), ou à
implementação de diferentes métodos; (c) a compreensão da relação das crenças de
professores e alunos que pode prevenir um possível conflito entre eles (BARCELOS,
2000; BARCELOS, 2003; KERN, 1995; HORWITZ, 1987, 1990; OXFORD, 1990;
KUMARAVADIVELU, 1991; GRADEN, 1996), atentando-se para uma maior
convergência entre as intenções dos professores e as interpretações dos alunos; e
(e) formação de professores: a compreensão das crenças dos professores ajuda a
entender não somente suas escolhas e decisões, mas também a divergência entre a
teoria e a prática, e entre as crenças de formadores de professores e de professores.
64
TÓPICO 4 | CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Essas são algumas crenças sobre ensino de língua inglesa, mas é óbvio
que temos crenças sobre outras línguas, embora esses estudos, infelizmente,
ainda sejam minoria (cf. SAQUETTI, 1997, sobre francês; MARQUES, 2001, sobre
espanhol). Existem também estudos sobre a linguagem em si, o que, em linguística
antropológica, Kroskrity (2004) denominou de ideologias de linguagem ou
ideologias linguísticas, definidas por esse autor como “crenças, ou sentimentos,
sobre línguas [ou linguagens] como usadas no seu mundo social” (p. 498). O autor
cita como exemplos de ideologias de linguagem a crença, nos Estados Unidos,
sobre a superioridade/inferioridade do inglês falado por alguns negros (ebonics),
bem como as crenças sobre o movimento de “somente Inglês”. Um aspecto digno
de menção que Kroskrity nos lembra é que muitas mudanças nas línguas surgiram
de ideologias de linguagem de falantes, como, por exemplo, a rejeição do “ele”
genérico nos EUA e a eliminação de thou no inglês e substituição por you (talvez
de maneira semelhante ao que aconteceu com “vosmecê” no Brasil). Kroskrity
esclarece que as crenças de leigos podem influenciar as mudanças nas teorias
científicas e não somente o contrário. No Brasil podemos citar toda a polêmica
dos estrangeirismos como um exemplo de ideologias de linguagem ou crenças
sobre linguagem.
65
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
66
TÓPICO 4 | CRENÇAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Compreendendo mudanças
Fullan (1991, p. 38), por sua vez, acredita que a mudança verdadeira
envolve alteração nas concepções e no comportamento. E para que isso
aconteça, a mudança deve se dar em três dimensões: mudança nos materiais, nas
abordagens de ensinar e nas crenças. Da mesma forma, Simão, Caetano e Flores
(2005) caracterizam a mudança como um processo lento que demanda tempo e é
resultado de um processo de aprendizagem que inclui “novas formas de pensar
e de entender a prática” (p. 174). A definição de mudança de Simão et al. (2005),
adotada neste trabalho, resume bem a discussão apresentada aqui: um processo
“complexo, interativo e multidimensional”, que “pressupõe a interação entre
fatores pessoais e contextuais”, que “está intrinsecamente ligado à aprendizagem
e ao desenvolvimento” e “inclui mudanças ao nível das crenças e das práticas e a
articulação entre ambas” (p. 175).
crenças mais centrais e outras mais periféricas, sendo que as mais centrais são mais
resistentes à mudança. As crenças centrais possuem quatro características: (a) são
mais interconectadas com outras e, por esse motivo, se comunicam mais entre
si e, dessa forma, trazem mais consequências para outras crenças; (b) estão mais
relacionadas com a identidade e com o ‘eu’ do indivíduo; (c) são compartilhadas
com outros; e (d) derivam de nossa experiência direta (“ver para crer”). As crenças
centrais, talvez, poderiam se referir ao que Dewey (1933) denominou “crenças de
estimação”, ou seja, crenças às quais nos apegamos e das quais não nos desfazemos
facilmente. Essas crenças de estimação estão mais ligadas a nossa identidade e a
nossa emoção, assim como as crenças centrais. Já as crenças periféricas podem se
referir a crenças sobre gosto, “são arbitrárias, menos centrais e têm menos conexões”
(PAJARES, 1992, p. 318).
69
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
• As ações dos professores são reflexo dos seus conhecimentos e crenças, sendo
que os sistemas de crenças dos professores estão fundamentados nos objetivos,
nos valores e nas crenças que eles têm sobre o conteúdo e processo de ensino,
e nos papéis que desempenham.
70
AUTOATIVIDADE
71
72
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
O processo de ensino e aprendizagem está relacionado com as
transformações sociais, políticas e econômicas que vivemos, de modo que a
prática educativa também apresenta problemas atuais. Nesse cenário, é exigido
do docente que ele incorpore os novos anseios da sociedade e que, além dos
conhecimentos fundamentais da sua área, proporcione uma aprendizagem plena
de sentido em determinado contexto, assim como a atuação docente também
precisa formar cidadãos críticos capazes de atuar nas suas sociedades.
Esse caminho não é fácil e precisamos atentar para vários fatores que
influenciarão em nossas aulas. Falávamos anteriormente sobre as crenças, pois
bem, as crenças sobre a aprendizagem de línguas também podem influenciar
diretamente a motivação dos alunos para aprender e suas expectativas sobre a
aprendizagem de espanhol.
73
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
TURO S
ESTUDOS FU
Para Richards e Lockhart (1994), os alunos levam para a sala de aula suas
crenças e conceitos sobre a língua estrangeira, seus falantes nativos e inclusive
sobre as quatro habilidades (ler, escrever, ouvir e falar) e sobre o ensino de LE.
Por exemplo, os alunos que consideram a gramática como a parte mais difícil
da aprendizagem de espanhol estarão mais a favor de métodos de ensino que
foquem na gramática.
74
TÓPICO 5 | MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO METODOLÓGICO
NOTA
Para Dörney (2001), entre alguns dos fatores que influenciam a motivação
do aluno estão os pais, o grupo, a dimensão temporal, fatores afetivos, tais como
a autoestima e a autoconfiança, que são importantes para a motivação.
Para Rangel (2005), alguns dos fatores que ajudam a despertar a motivação
estão relacionados com os tipos de interesses. Nesse sentido, mesmo que os
interesses possam ser amplos e complexos, não devemos reduzi-los a meras
categorias ou classificações, mas levar em consideração algumas referências,
como interesses da faixa etária do aluno, do contexto e aspirações. Esses fatores
de motivação podem ser referências para os incentivos às manifestações das
motivações, funcionando como estímulo, mobilização ou fator de potencialização
das motivações.
Segundo Rangel (2005, p. 62), alguns incentivos são, pela sua natureza,
potencialmente capazes de gerar motivações e aprendizagens significativas. Para
a autora, devemos percebê-los no plano afetivo e no plano didático. Vejamos:
75
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
76
TÓPICO 5 | MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO METODOLÓGICO
DICAS
TURO S
ESTUDOS FU
77
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
78
TÓPICO 5 | MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO METODOLÓGICO
79
UNIDADE 1 | A EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
80
TÓPICO 5 | MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E PLANEJAMENTO METODOLÓGICO
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
DICAS
81
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você viu que:
82
AUTOATIVIDADE
1 Conforme você estudou neste tópico, os alunos não chegam às nossas aulas
como uma tábula rasa, eles possuem conhecimentos e valores culturais que
irão dialogar de algum modo com nossas aulas e o seu conteúdo. A esse
respeito, analise as seguintes afirmações:
2 Como vimos nos nossos estudos, todos temos crenças, tanto alunos como
professores, e estas podem interferir diretamente as nossas ações e motivação.
Agora, pense nas suas crenças antes de iniciar seus estudos de espanhol nesta
graduação. Alguma coisa mudou? Reflita a respeito e escreva um pequeno
texto sobre suas crenças anteriores e atuais.
83
a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas
imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o
mundo real, ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os
animais etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido
fora da caverna para seus colegas ainda presos, porém seria ridicularizado ao
contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na
realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão
chamá-lo de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas
ideias consideradas absurdas.
84
UNIDADE 2
ENSINO E APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA:
MÉTODOS DE ENSINO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos encontra-se dividida em seis tó-
picos de conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões
e dicas que visam potencializar os temas abordados, e ao final de cada um
deles estão disponíveis resumos e autoatividades que visam fixar os temas
estudados.
1 INTRODUÇÃO
Como vimos, a educação, de uma forma ou de outra, está relacionada com
a época histórica da sociedade em que está, pois as transformações econômicas,
políticas e sociais influenciam a organização do sistema educacional. Nesse
sentido, esperamos que com o panorama de contextualização histórica da
educação possamos contribuir para que você pense sobre a sua prática em sala de
aula, que saiba quando surgiu aquela forma de ensinar e, principalmente, tenha
consciência das suas escolhas e não seja mais um professor que ensina repetindo
mecanicamente uma metodologia que aprendeu. Faz-se relevante saber que o
fenômeno educacional é neutro, mas pode ser um instrumento de transformação
da sociedade.
87
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Provavelmente o termo que você mais ouviu falar foi método. Cada escola
de idiomas tem um método de ensino e se orgulha dele nas divulgações para
atrair alunos. Na verdade, o mercado de idiomas costuma reduzir o método ao
seu livro didático.
88
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
Por outro lado, “o método tem uma abrangência mais restrita e pode estar
contido dentro de uma abordagem” (LEFFA, 1988, p. 212). Método refere-se à
forma como se conduz o ensino (MOROSOV; MARTINEZ, 2008). O método está
relacionado com o caminho e normas para atingir um determinado objetivo e
a interação para tal. Em outras palavras, é o comportamento do professor e do
aluno, ordenação e apresentação dos itens linguísticos, assim como a seleção e
também as normas de avaliação.
89
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
NOTA
DICAS
Para saber mais sobre enfoque, acesse o “Diccionario de términos clave de ELE”.
Disponível em: <https://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/diccio_ele/diccionario/
enfoque.htm>.
3 MÉTODOS DE ENSINO
Como vimos na unidade anterior, a aprendizagem é um processo que
envolve diversas variáveis, desde questões relativas ao aluno – como estilo de
aprendizagem, motivação – como a maneira de ensinar. É por este caminho que
seguiremos nesta unidade.
90
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
91
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
necessidades. Seria uma busca pragmática por alternativas aos métodos da área
de ensino de línguas. Afinal, nenhum método ou abordagem será completamente
adequado aos objetivos e situações de ensino de cada professor, mas são
auxiliadores para planejar e organizar as aulas visando aos objetivos de ensino,
ou seja, veremos diversos métodos e abordagens na sequência do nosso estudo, e
ainda que nenhum seja perfeito para você, provavelmente será possível considerar
e adaptar para a sua realidade.
92
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
Leffa (1988, p. 214) acrescenta que o método “surgiu com o interesse pelas
culturas grega e latina na época do Renascimento e continua sendo empregado
até hoje, ainda que de modo bastante esporádico, com diversas adaptações e
finalidades mais específicas”. Tendo alcançado grande popularidade no século
XVIII, substituindo o ensino anterior baseado em frases isoladas. Ainda para o
autor, esse método é o que mais críticas tem recebido.
93
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Nesse ponto, Rivers (1975) traz a crítica de que os livros didáticos, muitas
vezes elaborados por pessoas em seus gabinetes, estão muito distantes da
realidade da sala de aula, e são esses livros que dominarão a prática docente que
seguirá o método e o programa. Esse professor também foi, ele próprio, aluno
desse método de ensino, continuará a tradição, pois, muitas vezes, não recebeu
treinamento adequado.
94
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
5 TÉCNICAS DO MÉTODO
Leffa (1988, p. 214) resume os passos fundamentais para a aprendizagem
da língua nesse método em três:
Para melhor entendimento desse método, vamos ver o quadro com suas
características:
95
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Nada mais é do que quando a professora entrega aos alunos uma lista de
palavras isoladas e espera que eles memorizem, como no exemplo apresentado
na sequência, que visa ao estudo de substantivos heterogênicos.
Então, caro aluno, ficou preocupado de que esse método não satisfaça
suas aspirações como docente? Tudo bem, apesar de ainda existirem práticas que
preservem algumas atividades relacionadas com esse método, acreditamos que
ele já não vigore hoje em propostas absolutamente dentro desse método, mesmo
que ainda se possa reconhecer resquícios seus.
96
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
98
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
Qual a sua posição depois de ler esse quadro? Ademais da sua posição,
seria interessante perguntar aos seus alunos as opiniões deles sobre o ensino de
gramática. Que tal? Poderia, inclusive, como menciona Alonso (1999), colher
essas opiniões em uma atividade em sala de aula na qual os alunos teriam papéis
fictícios, como de professor e de aluno, e criar um debate.
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
DICAS
Outro vídeo pertinente sobre a discussão do ensino de gramática é: Diálogo con José Plácido
Ruiz Campillo: Cómo enseñar gramática. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=VLe2h9fIm5g&t=40s>.
99
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
LEITURA COMPLEMENTAR
100
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
101
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
102
TÓPICO 1 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
Problemas:
El aprendizaje es más lento.
Cada estudiante tiene su propio estilo de aprendizaje. No hay
materiales en el mercado.
Hace falta un cierto dominio previo de la lengua.
103
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
CONTRERAS, Jorge Martí. Español como Lengua Extranjera. Castelló de la Plana: Universitat
Jaume I, 2017. p. 41-55.
104
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
105
AUTOATIVIDADE
I- Metodologia
II- Método
III- Abordagem
Com esta atividade não queremos dizer que incluir a terminologia seja
nocivo ou inútil. Em uma turma em uma sala de aula, pode ser que alguns
estejam familiarizados com ela, e aprender como se chamam os termos pode
servir no futuro para esses alunos. Temos que ter claro que existe uma diferença
entre dar uma referência e basear a apresentação de uma língua em termos
linguísticos.
106
UNIDADE 2 TÓPICO 2
MÉTODO DIRETO
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico. Vamos seguir com nosso estudo vendo agora outro
dos principais métodos de ensino de língua estrangeira, o método direto. Esse
método se popularizou na Europa no início do século XX com a crença de que
poderia suprir a deficiência do método gramática-tradução e desenvolver as
competências comunicativas de modo satisfatório.
107
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Atenção, o foco está na LE, tanto que a LM não deve ser usada na sala
de aula. “A transmissão do significado dá-se através de gestos e gravuras, sem
jamais recorrer à tradução. O aluno deve aprender a ‘pensar na língua’” (LEFFA,
1988, p. 217).
UNI
POLÊMICA
Pensar diretamente na língua estrangeira quando ainda se está aprendendo é muito difícil,
quase impossível. O que você acha?
3 TÉCNICAS DO MÉTODO
Temos que destacar que neste método o foco já não está mais na gramática,
e sim na língua oral, trabalhando a pronúncia dos alunos. Sobressai o ensino
baseado em situações, com diálogos situacionais cotidianos, como ir ao mercado
escolhendo produtos e pagando, ir ao banco, pedir informações na rua etc. “O uso
108
TÓPICO 2 | MÉTODO DIRETO
de diálogos sobre assuntos da vida diária tem por objetivo tornar viva a língua
usada na sala de aula” (LEFFA, 1988, p. 216).
¿Qué es esto?
Esto es mi primer perro.
¿Esto es un perro?
No, es un gato.
FONTE: A autora
109
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Para uma compreensão mais clara, vamos ver o quadro a seguir, com as
características resumidas desse método:
110
TÓPICO 2 | MÉTODO DIRETO
TURO S
ESTUDOS FU
4 CRÍTICAS AO MÉTODO
O método direto foi introduzido no Brasil no Colégio Pedro II, em
1932, por meio de uma “reforma radical do método de ensino” (turmas de 15
a 20 alunos, seleção rigorosa de professores, escolha de material adequado etc.)
(LEFFA, 1988), contudo esse método teve dificuldade em se expandir, devido à
falta de pré-requisitos linguísticos exigidos (fluência oral e pronúncia adequada)
ou em razão da ausência de resistência física necessária por parte do professor
para manter a ênfase na fala durante várias horas diárias. O método também exige
grande habilidade e criatividade do professor para explicar os significados sem
recorrer à LM. Desse modo, passado o entusiasmo inicial com o novo método, os
professores acabavam sistematicamente regredindo a uma versão metodológica
da AGT (LEFFA, 1988).
ATENCAO
111
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Outra crítica ao método é feita por Rivers (1975, p. 18), ao afirmar que:
de
autoativida
Sobre as técnicas usadas por este método, você usaria algumas delas em suas
aulas de espanhol? Por quê?
DICAS
112
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• A ênfase do método direto está na habilidade oral, ainda que a escrita possa
estar presente desde o início da aprendizagem da LE.
113
AUTOATIVIDADE
( ) Este método tem como princípio que a LE deve ser aprendida por meio
da própria LE, sem a necessidade de compará-la com a LM, semelhante às
crianças que aprendem sua LM ouvindo e falando a própria LM.
( ) Neste método não se deve usar a LM em sala de aula, ou seja, toda a
transmissão de significados deve ser feita sem usar a tradução, podendo ser
através de gestos e gravuras, com o objetivo de fazer o aluno “pensar na LE”.
( ) Neste método, o foco está na oralidade, trabalhando a pronúncia dos alunos,
usando de situações da vida diária com diálogos cotidianos, como ir ao
mercado, banco, correio etc.
( ) Este método valoriza a criatividade dos alunos com diálogos e situações
espontâneas entre os alunos, destacando-se também o ensino de aspectos
culturais relacionados com a LE.
Querida colega:
Con esto del enfoque comunicativo y los libros funcionales, ¿dónde meto yo
la gramática? Porque está muy bien todo lo que se dice en las conferencias, pero
luego entras en clase y los alumnos te la piden o mejor dicho, TE LA EXIGEN. El
caso es que cada vez que doy una explicación gramatical me siento frustrada como si
hubiera fallado. El problema es que no lo sé hacer de otra forma. Me gustaría saber
qué hacen los demás. ¿Es posible que sus alumnos adquieran las estructuras por el
simple hecho de estar expuestos a ellas en un contexto claro? ¿Cómo hacen para callar
a los alumnos que te avasallan con preguntas en cuanto encuentran alguna forma
gramatical desconocida para ellos? “Qué es, cuándo se utiliza, cómo se forma...”
¿Cómo se les puede tranquilizar y contestar sin explicar las reglas gramaticales?
114
Claro que, por otra parte, me doy cuenta de que mis explicaciones
gramaticales, aunque les hacen felices momentáneamente, no les ayudan. A algunos
porque no conocen la gramática en su propia lengua y de nada sirve que les diga qué
es un complemento indirecto o un pronombre relativo; a otros, porque, aun siendo
conocedores de la gramática, no les ayuda en el momento de hablar, no pueden
estar recordando siempre las reglas gramaticales. En general, porque hay tantas
excepciones que es casi imposible aprendérselas de memoria.
¿Qué hacer? Por favor, ayuda.
FONTE: ALONSO, Encina. Cómo ser profesor y querer seguir siéndolo. Madrid: Edelsa, 1999.
115
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3
MÉTODO AUDIOLINGUAL
1 INTRODUÇÃO
Após o início da Segunda Guerra Mundial, os métodos de ensino de LE
anteriores se mostraram pouco eficientes diante da necessidade de diminuir o
tempo de aprendizagem com sucesso. Desse modo, surge o método audiolingual
com ênfase na habilidade oral, que se popularizou rapidamente.
117
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
NOTA
118
TÓPICO 3 | MÉTODO AUDIOLINGUAL
Temos que ter claro que esse método do exército no ensino de LE não
trouxe novidades em relação ao método direto. Ambos estão fundamentados no
contato direto com a língua de aprendizagem com uma metodologia um tanto
vaga. Ainda assim, pelo envolvimento de linguistas no projeto, esse ensino
de línguas adquiriu o status de ciência e, posteriormente, passou a se chamar
Método/Abordagem Audiolingual, isso no final dos anos 1950 (LEFFA, 1988). No
final dos anos 1960, o método passa a ser criticado.
119
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
método levou a pesquisas sobre o que as pessoas realmente dizem na sua LM, e
não o que alguns gramáticos tradicionalistas gostariam que elas dissessem. Nesse
sentido, linguistas como Fries, por exemplo, buscaram trabalhar com gravações
de conversas e cartas de gente comum, com o intuito de estudar as características
reais da língua.
NOTA
120
TÓPICO 3 | MÉTODO AUDIOLINGUAL
FONTE: A autora
Ao usar a LM, o falante não tem consciência das estruturas que está usando
para transmitir uma ideia. Esse método queria alcançar esse controle automático
das estruturas da LE, semelhante ao da LM.
• Ensine a língua, não sobre a língua: a premissa era de que se aprendia uma
língua pela prática, não através de explicitações ou explicações de regras. Surgiu
contra o método da gramática e tradução que valorizava muito as discussões a
respeito das regras gramaticais e exceções, com exercícios escritos, porém com
pouca prática da oralidade. Acredita-se que agora, com o método audiolingual,
passa a se valorizar o que é mais útil, pois a maioria dos alunos quer aprender a
língua apenas para se comunicar. A gramática poderia ser usada para atingir um
objetivo e para aqueles que possuem inclinações linguísticas.
122
TÓPICO 3 | MÉTODO AUDIOLINGUAL
me” em vez do prescrito “it's I”, o professor deveria ensinar nos diálogos a forma
“it's me”. Do mesmo modo, em cursos de português para estrangeiros, sugeria-se
a expressão “vi ele”, em vez do tradicionalmente correto “vi-o”.
Outra questão que temos que mencionar a quem está estudando esse
método, é que ele, diferentemente do método direto, poderia apresentar versões
de diálogos na LM. Frisando que não se queria a tradução de palavra por palavra,
mas apresentavam-se as ideias, como expressões idiomáticas para assimilar o
conteúdo cultural. A tradução também era vista como perigosa aqui, mas poderia
ser usada com orações-estímulo e também em níveis mais avançados.
Mais uma premissa que podemos recordar se refere à ideia de que uma
língua é o que seus falantes nativos falam, não aquilo que alguém acha que eles deveriam
falar, como já mencionamos anteriormente. Esse método acreditava que se deveria
trazer expressões como as que se ouviria no país de origem da língua, e não como
em alguns materiais, uma linguagem artificial apenas com o intuito de ensinar
pontos gramaticais.
4 TÉCNICAS DO MÉTODO
Partindo do que já estávamos conversando, o método audiolingual
tem como objetivo ensinar a ouvir, falar, ler e escrever, dando maior atenção à
oralidade e de uso cotidiano em todos os níveis do curso, sendo que nos níveis
mais avançados são inseridas expressões literárias, mas sem negligenciar a
oralidade.
123
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
NOTA
UNI
POLÊMICA
No que se refere ao ensino da língua espanhola, temos que lembrar que existem vários
sotaques. Qual seria adotado por você nas suas aulas?
5 CRÍTICAS AO MÉTODO
Como vimos, o método audiolingual visa ao desenvolvimento das quatro
habilidades linguísticas, dando maior importância ao ouvir e falar, e depois
leitura e escrita. Segundo Rivers (1975), as aulas conduzidas nesse método são
altamente motivadas, pois os alunos usam a língua desde os primeiros contatos,
dando uma sensação de realização.
125
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
Muitas das críticas ao método estão relacionadas com esse fato de utilizar
um processo de analogia para praticar as variações dos padrões linguísticos,
mas sem oferecer aos alunos o entendimento do que estão fazendo. “Como
consequência, eles não percebem as possibilidades e limitações das operações
em processo, sendo incapazes, mais tarde, de usar esses padrões desligados de
modelo específico do exercício” (RIVERS, 1975, p. 44).
126
TÓPICO 3 | MÉTODO AUDIOLINGUAL
E
IMPORTANT
O que você acha, caro acadêmico, esse método seria adequado para todas as
faixas etárias e todos os tipos de alunos? E com você, o método audiolingual seria eficiente?
127
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
pelo declínio do método audiolingual com críticas de ordem, tanto teóricas como
práticas, e com posterior adoção de novos métodos cognitivos e comunicativos
para o ensino de LE.
Para Leffa (1988, p. 27), “o ensino de línguas tinha entrado em uma de suas
crises mais sérias”, pois sempre que se rejeitava uma abordagem ou método de
ensino, era porque já se tinha outra supostamente melhor para substituir aquela,
mas não foi o que aconteceu com o audiolinguismo.
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você esta sugestão de
leitura, que pode complementar seus estudos. Confira:
MOROSOV, Ivete; MARTINEZ, Juliana Zeggio. A didática do ensino e a avaliação da
aprendizagem em língua estrangeira. Curitiba: Ibpex, 2008.
DICAS
128
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
129
AUTOATIVIDADE
130
UNIDADE 2
TÓPICO 4
MÉTODO SUGESTOPEDIA
1 INTRODUÇÃO
O método audiolingual, que vimos no tópico anterior, perdeu sua força,
mas, como sabemos, o ensino de línguas estrangeiras não. Surgiu um ecletismo
de métodos com algumas propostas, às vezes, pouco convencionais. Dentre estes
métodos destaca-se a sugestopedia.
2 SUGESTOPEDIA
Este método enfatiza os fatores psicológicos da aprendizagem, ou seja,
se dedica às influências irracionais e inconscientes que envolvem o aluno.
“A sugestologia é a ciência das comunicações inconscientes, subliminares,
responsáveis pela ativação das reservas ou potenciais do ser humano e o seu
objeto de estudo é a personalidade e a sua complexa inter-relação com o meio
ambiente” (AGUIAR, s.d., s.p.). A sugestologia defende o diálogo consciente/
inconsciente, ou o objeto luminoso e sua sombra, de modo que esses dois aspectos
são indissociáveis e precisam trabalhar juntos.
131
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
NOTA
132
TÓPICO 4 | MÉTODO SUGESTOPEDIA
3 APLICAÇÃO DO MÉTODO
Os quatro princípios que regem o método são: sugestão, ativação do
cérebro, integração consciente, pré-consciente e ambiente agradável.
133
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
134
TÓPICO 4 | MÉTODO SUGESTOPEDIA
DICAS
4 TÉCNICAS DO MÉTODO
O método se baseia em buscar a alegria em aprender, proporcionando
um ambiente descontraído e livre de tensões, como também oferecer a rápida
aquisição das competências na nova língua. Nesse sentido, Aguiar (s.d.) aponta
algumas atividades paradigmáticas do método sugestopédico que se caracterizam
pelo autoconhecimento, transferência de conhecimentos para situações de
comunicação, vejamos:
Nessas séries, teremos três respostas para cada uma das perguntas. O professor
lerá as frases que serão desconexas – a não ser que seja imposto um tema. Essa
atividade tem o objetivo de criar diálogos criativos, partindo de perguntas e
respostas.
5 CRÍTICAS AO MÉTODO
Se por um lado existem muitos professores que aprovam o método e têm
facilidade em aplicá-lo, existem muitos profissionais que sentem dificuldade
em compreender os seus fundamentos, pois o método exige conhecimento
136
TÓPICO 4 | MÉTODO SUGESTOPEDIA
de
autoativida
Lozanov pede aos professores que criem uma relação empática, estejam
sempre em forma, ter pontualidade ao começar e terminar as aulas, ter um tom solene e
entusiasta, atingir o que cada aluno quer aprender e criar material didático específico para
isso. Será que tudo isso é possível em nossa realidade?
Nas escolas de línguas e ensino superior, o método não foi visto com
tal entusiasmo, não sendo aplicado. Além da dificuldade da preparação dos
professores para atuarem nesse método, com tudo o que ele envolve, muitos o
viram como um método sem rigor científico.
137
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
DICAS
DICAS
Você também pode assistir à entrevista com o Dr. Lozanov no link: <https://
www.youtube.com/watch?v=erAGNOvMnE4>.
138
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
• Para diminuir a tensão e a inibição dos alunos, esses poderiam assumir outras
identidades em sala de aula.
139
AUTOATIVIDADE
140
UNIDADE 2
TÓPICO 5
MÉTODO SILENCIOSO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos o método silencioso, que, semelhante ao
método sugestivo, reconhece a importância das questões afetivas em sala de
aula para o ensino e aprendizagem de língua estrangeira. No início dos anos
1970, surgem estudos no campo da psicologia, valorizando o uso das estratégias
cooperativas e relações interpessoais. Nesse período, na área linguística, ganham
destaque questões de natureza comunicativa, resultando no favorecimento de
abordagens comunicativas – como o método que veremos agora, silencioso. O
diferencial desse método é que o professor fica calado a maior parte do tempo.
Para ele, os alunos não deveriam aprender uma língua através da repetição
ou memorização, acreditava que os alunos deveriam descobrir a língua. Assim, a
aprendizagem de LE é vista como um processo no qual os alunos descobririam e
formulariam regras sobre a língua que estão aprendendo, a partir do raciocínio.
Desse modo, o professor deve confiar na capacidade mental dos alunos e
proporcionar para que eles consigam fazer suas próprias descobertas sobre o
funcionamento da LE. Proporcionando, assim, autonomia aos alunos.
142
TÓPICO 5 | MÉTODO SILENCIOSO
3 TÉCNICAS DO MÉTODO
Como falamos anteriormente, nesse método o professor permanece em
silêncio durante grande parte da aula. Essa passividade por parte do professor
deveria proporcionar maior autonomia nos alunos, e o silêncio estimular maior
concentração no aprendizado e incentivar que os alunos falassem na LE. Os alunos
resolvem os exercícios autonomamente, pois espera-se deles independência e
responsabilidade (RICHARDS; RODGERS, 2009).
143
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
144
TÓPICO 5 | MÉTODO SILENCIOSO
NOTA
145
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
DICAS
Para saber mais sobre o método e suas técnicas, leia Enfoques y métodos en
la enseñanza de idiomas, de Jack C. Richards e Theodore S. Rogers, 2009.
4 CRÍTICAS AO MÉTODO
O método silencioso recebeu muitas críticas, uma delas diz respeito
à dificuldade de o professor estimular a habilidade comunicativa na LE e, ao
mesmo tempo, manter-se passivo e distante, inclusive por parte dos alunos o
silêncio do professor pode resultar em insegurança para eles, que necessitam de
orientação e modelo para reproduzir. Ora, se a aplicação do método pode causar
angústia em alguns aprendizes, ele não está obtendo sucesso, de acordo com seu
postulado que valoriza o lado afetivo dos alunos no processo de aprendizagem.
Outra crítica que o método recebeu se refere à sua aplicação num todo,
por levar o professor a, muitas vezes, gastar mais tempo em explicações sobre
aspectos da LE do que necessitaria se pudesse simplesmente orientar diretamente.
Nesse aspecto, outra crítica aborda que professores usavam de mais orientação
do que o método recomendava.
DICAS
Para ver mais sobre o método silencioso e como ele se dá na prática, assista
ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xqLzbLCpack>. Ele apresenta
uma aula de inglês, mas traz as várias técnicas que o método usa. Vale a pena assistir!
146
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você viu que:
147
AUTOATIVIDADE
2 Com base no que você estudou sobre o método silencioso, imagine sua
aplicação nas aulas de LE. Agora escreva algumas vantagens e desvantagens
que você acredita que existam no método.
148
UNIDADE 2
TÓPICO 6
1 INTRODUÇÃO
Como vimos anteriormente, surge uma nova perspectiva no ensino de
línguas que faz florescer um ecletismo metodológico, com a criação de vários
métodos com propostas pouco convencionais. Contudo, esses métodos têm
em comum, de alguma forma, a preocupação com fatores afetivos no ensino e
aprendizagem de LE.
149
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
3 TÉCNICAS DO MÉTODO
Nesse método, os alunos começam a praticar a oralidade na LE somente
quando estiverem se sentindo prontos para falar. À vista disso, um dos pontos
principais do método reposta física total está em reduzir a ansiedade e a tensão
nos alunos durante o processo de aprendizagem da LE. Existe uma preocupação
para que os alunos se sintam motivados.
150
TÓPICO 6 | MÉTODO RESPOSTA FÍSICA TOTAL
O professor tem papel ativo, pois é visto como alguém que cria as
oportunidades para que a aprendizagem possa acontecer. Desse modo, ele
direciona e conduz a aula. O professor dá uma série de comandos diretos que
devem ser executados pelos alunos para o aprendizado da LE.
151
UNIDADE 2 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: MÉTODOS DE ENSINO
dos alunos na hora de falar. Pode-se começar com encenações de situações, como
compras em lojas e supermercados, pedir informações na rua etc.
A avaliação dos alunos se daria pelo desempenho deles nas aulas e nessas
atuações. O professor, por sua vez, não deveria se atentar a pequenas correções, a
não ser que fossem erros graves, incentivando, assim, os alunos a se comunicarem.
DICAS
4 CRÍTICAS AO MÉTODO
Como outros métodos, o método resposta física total também é bastante
criticado e apresenta suas limitações. Mesmo objetivando desenvolver as quatro
habilidades linguísticas, destaca a compreensão auditiva por sua crença de que
o aprendizado de LE deveria ser como LM e, desse modo, ouviríamos a língua
muito mais antes de produzirmos as nossas sentenças. Assim, a leitura e a escrita
eram pouco trabalhadas.
152
TÓPICO 6 | MÉTODO RESPOSTA FÍSICA TOTAL
DICAS
Uma dica de atividade com esse método, que poderíamos adaptar para nossas
aulas, encontramos no site: <https://educacao.umcomo.com.br/artigo/ensinar-com-o-
metodo-resposta-fisica-total-tpr-4956.html>.
Percebeu como variam os métodos e que não existe método perfeito? Cada
professor deve escolher o método mais adequado de acordo com o conteúdo e os
alunos, e aplicá-lo da melhor forma possível.
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
DICAS
153
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você viu que:
• O método parece mais eficiente nas turmas iniciais, porém corre o risco de ficar
desestimulante em turmas mais avançadas. Nesse caso, em turmas avançadas,
se assemelha muito a outros métodos comunicativos.
154
AUTOATIVIDADE
155
156
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos encontra-se dividida em cinco tó-
picos de conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões
e dicas que visam potencializar os temas abordados, e ao final de cada um
deles estão disponíveis resumos e autoatividades que visam fixar os temas
estudados.
ABORDAGEM COMUNICATIVA
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico, bom vê-lo novamente.
159
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
Segundo Leffa (1988), nos Estados Unidos, o foco dos linguistas estava no
código da língua e teorias estruturais, porém na Europa os linguistas seguiam
a tradição dos estudos semânticos e sociolinguísticos, destacando o estudo do
discurso. “Esse estudo pressupunha não apenas a análise do texto – oral ou escrito
–, mas também as circunstâncias em que o texto era produzido e interpretado”.
Acrescenta ainda que “a língua era analisada não como um conjunto de frases,
mas como um conjunto de eventos comunicativos” (LEFFA, 1988, p. 230).
160
TÓPICO 1 | ABORDAGEM COMUNICATIVA
de
autoativida
161
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
3 APLICAÇÃO DA ABORDAGEM
Entre as principais características que embasam o ensino comunicativo,
temos:
162
TÓPICO 1 | ABORDAGEM COMUNICATIVA
DICAS
Caso tenha vontade de se aprofundar mais nas funções da língua usadas nessa
abordagem, e as chamadas taxionomias (classificações sistemáticas das noções e funções da
língua) criadas por Wilkins (1976) e Van Ek (1976), leia o texto de Leffa: Metodologia do ensino
de línguas.
Fonte: LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.
Tópicos em linguística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC,
1988. p. 211-236.
4 TÉCNICAS DA ABORDAGEM
Em Richards e Rodgers (1986) encontramos exemplos de atividades de
ensino e aprendizagem compatíveis com essa abordagem. Vejamos:
DICAS
163
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
DICAS
Outra ideia é o próprio aluno trazer para a sala de aula como deveria ser
o ensino-aprendizagem.
164
TÓPICO 1 | ABORDAGEM COMUNICATIVA
DICAS
5 CRÍTICAS AO MÉTODO
Uma das críticas à abordagem comunicativa diz respeito ao fato de que
se comunicar em LE não quer dizer exatamente que o aluno aprendeu a língua,
ou seja, ainda que o foco é a comunicação, é necessário não esquecer de ensinar
a gramática, para não ficar só na prática da oralidade sem aprender realmente a
língua.
165
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• CASAL, Isabel Iglesias; GRANDE, María Prieto. ¡Hagan juego! Actividades y recursos
lúdicos para la enseñanza del español. Madrid: Edinumen, 1998. p. 111-122.
• CASAL, Isabel Iglesias. “Recreando el mundo en el aula: reflexiones sobre la naturaleza,
objetivos y eficacia de las actividades lúdicas en el enfoque comunicativo”. Actas del IX
Congreso Internacional de ASELE. Santiago de Compostela: Servicio de Publicaciones de
la Universidad, 1999. p. 403-410.
• LOMAS, Carlos.; OSORO, Andrés. (comp.). El enfoque comunicativo de la enseñanza de
la lengua. Barcelona: Paidós, 1993, p. 199-222.
• RICHARDS, J. C. La enseñanza comunicativa de lenguas extranjeras. São Paulo: SBS,
2007.
DICAS
166
RESUMO DO TÓPICO 1
167
AUTOATIVIDADE
168
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ABORDAGEM LEXICAL
1 INTRODUÇÃO
O que você acha, caro acadêmico? Está de acordo? Então vamos ver a
abordagem lexical que nos ajudará a suprir essa lacuna.
169
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
170
TÓPICO 2 | ABORDAGEM LEXICAL
NOTA
Você faz uso de mapas mentais, seja para estudo ou fez em alguma atividade
escolar? A estratégia é a mesma, porém nessa atividade trata-se de uma reflexão consciente.
171
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• LOBATO, Sánchez et al. La enseñanza del léxico en español como segunda lengua/lengua
extranjera, Revista Carabela, n. 56. Madrid: SGEL, 2004.
172
RESUMO DO TÓPICO 2
• A abordagem lexical vai além do mero ensino de vocabulário para ter como
elemento central a competência léxica, através da aprendizagem de unidades
lexicais.
• A escolha do material é importante, uma vez que se deve optar por exemplos e
assuntos úteis e coerentes com a realidade/propósitos dos alunos, assim como
consideração pela frequência de uso para que se tenha uma maior fluência por
parte dos alunos.
173
AUTOATIVIDADE
2 Imagine que você está em sala de aula ensinando espanhol para uma turma
de iniciantes e precisa passar questões lexicais. Pense numa situação em
que você ensinará sobre o vocabulário “mozo” e escreva como você faria
isso dentro da abordagem lexical, comparando como você faria dentro da
abordagem comunicativa.
174
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico, como está a caminhada até aqui? Você deve ter
percebido que o ensino de LE sofreu várias mudanças em nossa trajetória até
a contemporaneidade. Desse modo, podemos afirmar que o ensino de línguas
na atualidade exige uma nova postura dos professores, assim como do sistema
educacional. É preciso refletir sobre nossas práticas pedagógicas, as abordagens
utilizadas, como também do contexto de atuação para que sejamos capazes de
assumir uma nova postura de acordo com a nossa época.
2 GÊNEROS TEXTUAIS
A inserção de gêneros textuais no processo de ensino e aprendizagem
de LE é importante, uma vez que eles têm papel fundamental nas atividades de
socialização humana, tanto que muitos estudos nos últimos anos têm se dedicado
às pesquisas com gêneros textuais sob diferentes ângulos, como nas escolas
australiana, norte-americana e de Genebra. “Pode ser constatado como um dos
pontos comuns entre eles o fato de reconhecerem explicitamente a primazia do
social na compreensão dos gêneros e no papel do contexto” (RAMIRES, 2005,
p. 2), assim como têm surgido vários estudos relacionados ao ensino de LE
pautados em abordagens com gêneros textuais, como os trabalhos de Marcuschi
(2008), Machado (2005), Abreu-Tardelli (2007), Cristovão (2009), Zayas (2002),
entre outros.
Marcuschi (2008, p. 147) aponta que “hoje o estudo dos gêneros textuais
está na moda [...] e muitos estudiosos de áreas diferentes estão se interessando
cada vez mais por ele, tais como: teóricos da literatura, retóricos, sociólogos,
cientistas da cognição, tradutores, linguistas da computação, analistas do discurso
[...]” e professores de língua.
175
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
176
TÓPICO 3 | GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS
Por esse viés, Couto (2016) afirma que ao defendermos uma perspectiva
crítica no que se refere à compreensão e à produção de gêneros textuais, estamos
levando para a aula a reponsabilidade de promover uma relação do aluno com o
texto que reflita uma série de questões. Dessa forma, é preciso desenvolver uma
análise e uma crítica das relações que o texto estabelece com a língua, de poder, de
práticas sociais; “é necessário explorar alguns conceitos que estão embutidos na
teoria dos gêneros discursivos; entre eles, destacamos: suporte, esfera discursiva,
identidade do(s) emissor(es) e do(s) receptor(es), finalidade, tema, tipo textual e
estrutura composicional do gênero” (COUTO, 2016, p. 67). Esses conceitos devem
ser trabalhados de diferentes formas em atividades de compreensão e produção
textual.
177
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
Nesse sentido, temos que ter claro que o ensino de LE é algo plural e
precisamos levar para a sala de aula textos dos mais diferentes lugares onde a
língua é usada, pois ao falarmos de gramática, o foco do trabalho sempre recai
no texto. Precisamos fazer um trabalho prévio de selecionar gêneros discursivos
variados e de diversos países onde o espanhol é falado, lembrando que “não
se deve trabalhar textos como pretexto para o ensino de regras gramaticais; ao
contrário, o texto vai nos revelar a gramática” (COUTO, 2016, p. 128).
DICAS
Ligia Paula Couto tem um capítulo chamado “Onde fica a gramática quando
apostamos na perspectiva dos gêneros discursivos”, em seu livro Didática da Língua espanhola
no Ensino Médio, p. 123-135.
Por esse viés, destacamos que o estudo do texto com base em gêneros
que abarquem a realidade do aluno também pode motivá-lo à produção textual.
Afinal,
178
TÓPICO 3 | GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS
DICAS
Como vimos até aqui, o ensino de LE pautado por meio dos gêneros
textuais vai além do ensino de gramática e estruturas, para um ensino que
trabalha diferentes usos da linguagem de modo mais amplo. Nesse aspecto, esse
ensino por meio dos gêneros pode oferecer uma aprendizagem mais crítica em
uma prática integrada.
179
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
Que tal expandir ainda mais essa noção e aplicar os gêneros textuais em
projetos didáticos? Parece promissor, verdade? Então vamos lá!
3 PROJETOS DIDÁTICOS
Como estávamos discutindo, o ensino na atualidade visa uma
aprendizagem mais integral e crítica. Com esse objetivo, o trabalho com projetos
didáticos tem crescido na área educacional. Apresentamos o assunto que trata
de projetos didáticos na sequência dos gêneros textuais, pois ambos trabalham
muito bem juntos.
180
TÓPICO 3 | GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS
E
IMPORTANT
O trabalho com projetos foi idealizado por Dewey (1955) e foi difundido
no Brasil por Arroyo (2011) e Freire (1970). Freire defende um ensino que não dê
as respostas prontas, mas que oriente o aluno a descobrir as soluções por meio do
seu empenho. Assim, o trabalho com projetos tem como uma das suas principais
premissas o desenvolvimento do trabalho que considere os conhecimentos
prévios dos alunos e que ele possa se munir deles na procura das soluções que
busca para os problemas. O professor deve apenas conduzir o processo, ele se
torna apenas um guia (MOROSOV, 2008).
DICAS
182
TÓPICO 3 | GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS
NOTA
No ensino regular, você, quando aluno, teve alguma experiência com atividades
interdisciplinares? Como foi?
183
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
Agora, se você já for acostumado com esse tipo de trabalho e tem segurança,
pode criar seus próprios projetos. Assim é possível pensar nos interesses dos
alunos, no conteúdo e tema, como também considerar o que está acontecendo no
mundo naquele momento para despertar maior interesse e reflexão dos alunos,
pois são muitos países que têm espanhol como língua oficial e podemos/devemos
explorar isso.
184
TÓPICO 3 | GÊNEROS TEXTUAIS E O TRABALHO COM PROJETOS DIDÁTICOS
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
• SHIRO, Marta; CHARAUDEAU, Patrick; GRANATO, Luisa (eds). Los géneros discursivos
desde múltiples perspectivas: teorías y análisis. Madrid: Iberoamericana Vervuert, 2012. p.
69-86.
• ZAYAS, F. Los géneros discursivos y la enseñanza de la composición escrita. Revista
Iberoamericana de Educación, n. 59, p. 63-85, 2002.
• MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (org). Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola
editorial, 2010.
• NASCIMENTO, E. L. (org). Gênero textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino.
São Carlos: Claraluz, 2009.
• SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. (org). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de
Letras, 2004.
185
RESUMO DO TÓPICO 3
• Atualmente, o estudo dos gêneros textuais tem ganhado espaço e seu uso no
ensino de LE tem se mostrado eficaz, proporcionando aulas mais produtivas e
dinâmicas.
• O uso dos gêneros textuais pode proporcionar uma aprendizagem mais crítica
e integrada com diferentes usos da linguagem. Pode ser uma possibilidade de
trabalhar cultura, valorizando e respeitando a cultura da LE.
186
AUTOATIVIDADE
( ) O estudo dos gêneros textuais tem despertado bastante interesse nos últimos
tempos, com resultados positivos no ensino de LE, proporcionando aulas
mais dinâmicas e produtivas.
( ) Os gêneros textuais estão presentes no nosso dia a dia como mecanismo
fundamental de socialização, o que nos dá muito material autêntico
e atualizado para despertar o interesse dos alunos e a consciência da
importância da comunicação como ato social.
( ) A aprendizagem por meio de gêneros textuais pode abarcar os diferentes
usos da linguagem e assim ser mais crítica, em uma prática integrada e mais
significativa.
( ) A aprendizagem por meio dos gêneros textuais engloba a capacidade de ler
e escrever diferentes textos com diferentes propósitos, além da possibilidade
de trabalhar cultura.
187
3. Questão(ões) orientadora(s) (capture o tema na forma de um problema,
de uma pergunta ou de uma curiosidade que não possa ser esclarecida ou
respondida facilmente). Normalmente, as questões orientadoras:
a) são provocativas: elas devem manter o interesse dos alunos no decorrer do
projeto e instigá-los a ir além das superficialidades;
b) são abertas: fazem os alunos usarem o pensamento em nível superior,
exigindo que integrem, sintetizem e avaliem criticamente as informações;
c) vão ao cerne de um tópico ou disciplina: podem enfocar controvérsias que
são fundamentais para um debate por profissionais desse campo;
d) são instigantes: incentivam os alunos a confrontar questões difíceis e a
experimentar comportamentos incomuns;
e) podem surgir a partir de dilemas da vida real: problemas do cotidiano dos
alunos são mais interessantes;
f) são compatíveis com padrões e estruturas curriculares: devem levar os alunos
ao domínio de certas habilidades, conhecimentos e processos que definem
um curso de estudo;
g) devem ser ponderadas: precisam ser concebidas levando em conta o tempo
disponível, os recursos e a capacidade dos alunos.
4. Justificativa (explicite o motivo que sustenta a importância da realização do
projeto)
5. Objetivos
5.1 Geral (está diretamente relacionado com a questão orientadora)
5.2 Específicos (precisam estar relacionados às etapas de trabalho e evidenciar
as aprendizagens em relação a conhecimentos, habilidades e atitudes)
6. Recursos (incluem informações contidas nos livros, em pessoas e em sites).
Suprimentos necessários para completar os produtos do projeto (cadernos,
papelões, murais) e instrumentos tecnológicos (computadores, câmeras,
impressoras) úteis para desenvolver tarefas.
7. Período de realização (início e finalização do projeto, assim como a
culminância, se houver)
8. Produto (deve existir ao término de um projeto). Muitas vezes, representa
uma combinação de conhecimento de conteúdos e habilidades. São exemplos
de produtos finais:
• Produtos escritos: artigo ou relatório de pesquisa, narrativa, carta, cartaz,
resumo, proposta, poema, esboço, panfleto, autobiografia, ensaio, editorial,
roteiro de filme.
• Produtos de apresentação: discurso, debate, peça, música/letra, peça musical,
relato oral, discussão em mesa redonda, montagem dramática, noticiário,
discussão, proposta, apresentação de dados (por exemplo, gráfico), exposição
de produtos.
• Produtos tecnológicos: base de dados informatizada, ilustração em
computador, programa de computador, CD-ROM, site.
• Produtos de mídia: gravação em áudio, apresentação de slides, gravação
em vídeo, desenho, pintura, escultura, colagem, mapa, álbum, história oral,
álbum fotográfico.
• Produtos de construção: modelo físico, produto de consumo, sistema,
máquina, instrumento científico, apresentação em museu.
188
9. Etapas/atividades/operacionalização/cronograma (liste as etapas, as
atividades dentro delas, as providências, os responsáveis e as datas. Uma
sugestão é colocar tudo dentro de um quadro)
10. Avaliação e critérios de desempenho
10.1 Autoavaliação (roteiro e critérios utilizados)
10.2 Heteroavaliação (instrumentos, valoração e critérios utilizados)
189
190
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico! Como você sabe, o uso de textos literários no ensino de
língua estrangeira não é novidade, contudo a funcionalidade desses textos variou
bastante no último século, com diferentes interpretações metodológicas, como
estamos estudando desde a unidade anterior, certo? No modelo gramatical, o uso
do texto literário era intenso, porém com foco na tradução e regras gramaticais,
ou seja, seu uso estava baseado na aprendizagem de vocabulário e estruturas
gramaticais.
2 LITERATURA E CULTURA
Seguindo nossos estudos, estamos cientes de que tanto o uso do texto
literário como o próprio ensino de LE devem libertar-se da visão mecanicista de
ensino-aprendizagem, rumo a uma formação integral do aluno. Verdade? Essa
visão também é apontada nas orientações curriculares nacionais para o Ensino
Médio, em que é indicada a necessidade de explorar a heterogeneidade linguística
do objeto de estudo em seus aspectos contextual, social e histórico, formando uma
consciência crítica da diversidade linguística e sociocultural e valores como a
cidadania.
191
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
192
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
E
IMPORTANT
194
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
DICAS
NOTA
195
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
Que tal trabalhar fichas de leitura com seus alunos? Seria uma atividade
interessante, em que poderiam ser trabalhadas obras literárias, gêneros discursivos, fazendo
os alunos levarem uma dica para a vida de leitor deles.
FIGURA 22 – LITERATURA
196
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
NOTA
197
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
Assim como é preciso ter consciência de que, quanto mais longe uma obra
está no tempo e espaço, o aluno tem menos conhecimentos para compreendê-la.
Nesse aspecto, Cassany, Luna e Sanz (2003) levantam a interrogação: ¿Por qué
los programas y los libros de literatura tienen que empezar por los orígenes de la
literatura?
NOTA
Existe uma grande quantidade de ideias que podem ser usadas para
motivar os alunos e trabalhar com literatura. Vejamos algumas dicas apresentadas
por Cassany, Luna e Sanz (2003, p. 510-511):
198
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
199
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
1. El alumno tiene que continuar una historia corta a partir de tres o cuatro
líneas que representan el principio. Generalmente, en estas primeras líneas
ya quedan especificados aspectos como el punto de vista del narrador y el
tiempo verbal de la acción.
2. Una versión de la anterior pero aI revés. Hay que escribir una narración
corta a partir del final o desenlace de la situación.
3. Completar un diálogo a partir de las intervenciones de uno de los
interlocutores.
4. Escribir un texto a partir de una docena de palabras extraídas de otro texto,
respetando el orden de aparición.
5. Escribir una narración a partir de un poema corto.
6. Reescribir un poema cambiando, por ejemplo, todos los adjetivos por otros
de significado opuesto.
200
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
Esses são apenas alguns exemplos, inclusive você pode se inspirar nessas
ideias e elaborar outras. Lembrando que a dinâmica, o tempo e o processo de
correção dependerão de questões como o nível dos alunos, o objetivo da atividade
etc., e é interessante sempre proporcionar que os participantes possam ler e
escutar os textos dos seus colegas.
201
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
Caro acadêmico, você lembra que no tópico anterior falávamos sobre gêneros
textuais? Esse assunto também pode ser trabalhado aqui, com a literatura. Algumas dicas de
atividades podem ser bem simples, como adaptar uma poesia à prosa, transformar um conto em
quadrinhos/comics etc. Existe uma grande diversidade de gêneros literários com variadas técnicas.
Para saber, leia:
CASSANY, D.; LUNA, M.; SANZ, G. Enseñar lengua. 9. ed. Barcelona: Editorial Grao, 2003.
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
203
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
sobre como ensinar cultura e por que ensiná-la. Além dessas perguntas iniciais,
nos cabe também questionar: qual(is) cultura(s) ensinar?
Outro aspecto referente à cultura na área das LEs é que ela é construída
por humanos, e o ser humano é diverso, múltiplo, complexo, o que faz com
que a cultura dos países de língua espanhola, consequentemente, também o
seja. Assim, não podemos afirmar que há uma cultura boliviana; são muitas as
culturas bolivianas, sendo fortemente marcadas por populações indígenas. Da
mesma forma, há muitas culturas colombianas, as quais, com registros variando
entre 8% e 10% de afrodescendentes, conseguiram o ineditismo de criar a Língua
Palenque.
Por fim, considerando que o Brasil apresenta leis para todos os níveis da
Educação em que as culturas africanas (Lei nº 10.639/2003) e indígenas (Lei nº
11.645/2008) precisam ser incorporadas aos currículos das diversas disciplinas,
torna-se fundamental debater sobre como o idioma espanhol pode contribuir
para esse enriquecimento curricular.
204
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
205
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
• ¿ Qué otros tipos sociales se mezclaban a los de origen africano y a los criollos
en los barrios periféricos de Buenos Aires?
• ¿Podemos decir que estos barrios abrigaban a los grupos de personas más o
menos prestigiados socialmente? ¿Por qué?
Tango Samba
Barrios donde nació
Personas que vivían en
esos barrios
206
TÓPICO 4 | LITERATURA, CULTURA E ENSINO DE LE
b) Observa y rellena los espacios con el nombre de los ritmos que estamos
estudiando:
Podemos decir que en el caso del ________ los barrios donde el ritmo se originó
recibieron designaciones relacionadas a ese ritmo.
Por otro lado, el ritmo que conocemos como _______ recibió uma cualificación
relacionada a los sitios por donde se propagó.
c) ¿En los dos casos se puede afirmar que el espacio geográfico y las personas que
lo habitaron determinaron el nacimiento de los ritmos musicales? Justifica tu
respuesta.
[...]
Além de complementar as atividades de entendimento do gênero, somam-
se aqui textos de outros gêneros. Estes servem para comparar os discursos,
encontrando semelhanças e diferenças em termos temáticos, trabalhando a busca
de elementos, de pesquisa e de subsídios para a preparação da apresentação oral.
207
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
FONTE: COUTO, Ligia P. De que espanhol estamos falando? Identidades e culturas nas aulas
de língua espanhola. In: COUTO, Ligia P. Didática da língua espanhola no ensino médio. São
Paulo: Cortez, 2016. p. 81-91.
208
RESUMO DO TÓPICO 4
• Assim como é preciso refletirmos sobre qual é o discurso que está sendo
passado aos nossos alunos sobre a cultura da LE, também é preciso valorizar a
cultura do próprio aluno.
• Muitas vezes, nossos alunos não são leitores nem na LM, e é preciso atenção aos
aspectos específicos da linguagem literária para desenvolver uma competência
literária.
209
AUTOATIVIDADE
210
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) Todas as afirmações são verdadeiras.
b) ( ) Apenas II, III e IV são verdadeiras.
c) ( ) Apenas I, III e IV são verdadeiras.
d) ( ) Apenas I, II e III são verdadeiras.
211
212
UNIDADE 3
TÓPICO 5
O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Chegamos ao último tópico do seu livro didático!
O uso das tecnologias está cada vez mais presente nas nossas vidas e tem
se difundido de maneira surpreendentemente rápida pelo mundo, e não poderia
ser diferente no contexto escolar, afinal a escola é uma importante representante
institucional da sociedade.
2 TECNOLOGIAS E APRENDIZAGEM
As tecnologias estão cada vez mais presentes em nossa vida diária, de
modo que é preciso refletir criticamente sobre a inserção das TIC no contexto de
ensino e aprendizagem.
NOTA
213
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
214
TÓPICO 5 | O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
3 LETRAMENTO ELETRÔNICO
Como estávamos conversando, as tecnologias trouxeram profundas
mudanças na nossa sociedade. No que se refere à educação, precisamos apontar
que o uso das tecnologias nem sempre resulta em transformações significativas
nos processos de ensino. É preciso ressaltar que temos que ir além da mera
repetição e explorar todo seu potencial de mudança.
215
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
4 RECURSOS TECNOLÓGICOS
Como você já percebeu, as tecnologias estão sendo incorporadas nas salas
de aula, porém é preciso que a prática pedagógica com esses elementos esteja
de acordo com o seu contexto e seja utilizada de modo eficiente, promovendo a
aprendizagem.
Assim, caro acadêmico, depois desta reflexão inicial, estamos prontos para
discutir a aplicação de alguns recursos tecnológicos e possibilidades de utilização
das TIC nas práticas pedagógicas.
4.1 ÁUDIO
O uso do áudio foi o primeiro recurso tecnológico usado nas aulas de
LE. Inicialmente com o uso do rádio, depois com as fitas cassetes, depois com
os CDs. Hoje em dia, quase todos os métodos aplicados possuem gravações de
áudio junto ao material escrito.
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TÓPICO 5 | O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
ATENCAO
Ao trabalhar com músicas, o gosto dos alunos pode ser levado em consideração,
mas não precisa ser o único critério de seleção. Trabalhar com música possibilita treinar
pronúncia e identificar diferentes sotaques. Se preferir trabalhar também aspectos gramaticais,
é preciso atentar se a letra proporciona subsídios necessários.
DICAS
4.2 VÍDEOS
Os vídeos fazem grande sucesso entre os alunos, sendo um recurso
muito utilizado por eles fora da sala de aula. É um recurso que chama a atenção
dos alunos e traz uma aproximação ao conteúdo, o que pode gerar melhores
resultados na aprendizagem.
Seu uso ainda é limitado em sala de aula, pois muitas escolas não possuem
recursos como televisão ou projeção suficientes para todas as salas, o professor
muitas vezes prefere não elaborar atividades que envolvem o uso do vídeo.
217
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
Grande parte dos estudantes tem maior facilidade para aprender usando
elementos visuais, assim, uma aula bem planejada usando vídeos aumenta as
chances de sucesso e rendimento dos alunos.
NOTA
4.3 COMPUTADOR
O computador é uma ferramenta eletrônica revolucionária que integra os
recursos de áudio, vídeo e texto com interatividade e agilidade. É um recurso que
podemos explorar de várias maneiras, porém sempre atentando para que seu uso
tenha um propósito significativo para a aprendizagem do aluno.
218
TÓPICO 5 | O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
No uso do computador em si, utilizar editores de texto pode ser útil para
o desenvolvimento da competência escrita. Escrever em um desses programas
pode ser mais fácil no que se refere a editar o rascunho, apagar e acrescentar
informação ao texto. O corretor ortográfico também é poderoso para auxiliar a
escrita (lembrando que ele não é capaz de corrigir tudo), assim como a ferramenta
de comentários para sugestões no texto.
219
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
DICAS
E
IMPORTANT
Este tipo de pesquisa on-line pode ser uma etapa em um projeto didático maior.
Se para consulta os blogs não são as fontes mais indicadas, criar blogs pode
ser uma atividade interessante, pois explora a linguagem em seu contexto de uso
e reflexão sobre o material produzido.
Outra opção que faz muito sucesso entre os alunos são as redes sociais, e
apresentam o registro coloquial da língua LE, o que pode ser usado positivamente,
mas sempre mantendo o olhar crítico. Antes de planejar qualquer atividade
envolvendo esse recurso, é bom fazer um levantamento prévio com alunos sobre
suas opiniões e familiaridade com as redes.
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TÓPICO 5 | O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
DICAS
Existem sites que facilitam, para o professor, a sua criação, como <https://
www.goconqr.com/pt-BR/quiz-online/>.
Outra opção é trazer o Google Maps para alguma atividade que envolva
questões geográficas e localização. A internet ainda possibilita realizar excursões
virtuais para museus distantes. Também existem vários dicionários on-line
disponíveis na web, mas é sempre bom alertar para os perigos da tradução
automática.
E
IMPORTANT
221
UNIDADE 3 | ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTEXTO ATUAL
de
autoativida
Nossa caminhada nesse livro didático foi longa, começamos com as concepções
de educação lá na Antiguidade para chegarmos até a nossa conversa sobre as tendências
de educação usadas na Contemporaneidade. Nesse sentido, o nosso estudo suscita algumas
reflexões. Baseado no que vimos sobre os primórdios da educação e comparado com o que
vivemos hoje, existe uma prática unificada, com um ideal e prática harmônicos para o bem
da coletividade? Existe algum ideal vigente? Foram várias as transformações incitadas por
diferentes momentos históricos, e sobre o futuro da educação, qual a sua perspectiva?
DICAS
Além do que você estudou neste tópico, trazemos para você algumas
sugestões de materiais que podem complementar seus estudos. Confira:
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TÓPICO 5 | O ENSINO DE LE E AS TECNOLOGIAS
DICAS
Você acha que os professores brasileiros realmente estão preparados para utilizar as novas
tecnologias em sala de aula? Assista aos vídeos sobre:
• Ensino e novas tecnologias – Conexão Futura – Canal Futura. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=yXtt_ambaRk>.
• As novas tecnologias em sala de aula – TV Escola. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=9KqeP_gDgfs>.
• Professor usa música para facilitar ensino de espanhol em bezerros. Disponível em: <http://
g1.globo.com/pernambuco/videos/t/todos-os-videos/v/professor-usa-musica-para-
facilitar-ensino-de-espanhol-em-bezerros/5366234/>.
223
RESUMO DO TÓPICO 5
• É preciso ter preparo e um bom planejamento com objetivos claros por parte do
professor para obter sucesso nas atividades com o uso das tecnologias. Afinal,
usar algum recurso tecnológico apenas não garante sucesso ou qualidade na
aprendizagem.
224
AUTOATIVIDADE
1 Conforme você estudou neste tópico, a tecnologia está cada vez mais presente
em nossa vida e também nas escolas, desde o início, com a utilização do rádio
e do videocassete, até chegar aos dias de hoje, com os computadores, tablets
e celulares. Muita coisa mudou na sala de aula e continua mudando. Os
recursos tecnológicos têm potencial para acrescentar muito no processo de
ensino-aprendizagem. Sobre o uso das tecnologias em sala de aula, analise as
seguintes afirmações:
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( ) O professor precisa estar qualificado para acompanhar as transformações
tecnológicas, ele precisa estar treinado como usuário da tecnologia e estar
preparado para aplicá-las em situações didáticas.
( ) A inserção das tecnologias no planejamento do professor precisa estar
de acordo com a oferta de recursos disponibilizados, como visando um
aprendizado mais eficiente e inovador.
226
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aprendizagem de Línguas estrangeiras. [s./d]. Disponível em: <http://
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Lato-sensu em “linguística Aplicada - Ensino e Aprendizagem de Línguas
Estrangeiras”, Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada A Educação, Universidade
Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
235