Avaliação 3 Op3 2021.1

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Universidade Federal Fluminense

Avaliação Individual 3
DETALHAMENTO DE COMPONENTES, ESTRUTURA E
APLICAÇÃO DE TROCADORES DE CALOR CASCO E TUBOS TIPO
AEP

TEQ00137 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS III

Aluno: Tito Weber Carnavalli


UFF 2021.2
08/01/2022

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 2

2. ESTRUTURA BÁSICA DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO........................3

3. COMPONENTES DE UM TROCADOR CASCO E TUBO DO TIPO AEP:...........................4

4. CÁLCULOS ASSOCIADOS A TROCADORES DO TIPO AEP:.............................................6

5. APLICAÇÕES:......................................................................................................................... 9

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................9
1. Introdução

Os serviços de adição ou remoção de calor a um sistema líquido ou gasoso são


indispensáveis em qualquer processo industrial, sendo realizados nos mais diversos ramos
industriais, desde indústrias de base até as do ramo de química fina. Por se tratar de algo tão
fundamental, os conhecimentos acerca do funcionamento dos trocadores de calor,
principalmente ao que se refere ao seu projeto, são imprescindíveis para se promover quaisquer
atividades operacionais oriundos de processos industriais.
Um dos tipos de trocadores mais utilizados na indústria é o tipo Casco e Tubo, devido
às diversas vantagens apresentadas por esse tipo de equipamento, como a vasta gama de
aplicações em que esse equipamento pode ser aplicado (devido a grande variedade de tamanhos
e tipos que este equipamento apresenta no mercado), a sua relativa facilidade de construção e de
manutenção, e a alta eficiência de troca térmica que esse tipo de trocador possui. Neste presente
trabalho, serão abordados os Trocadores de Calor do tipo Casco e Tubo do tipo AEP.

2. Estrutura Básica de um Trocador de Calor Casco e Tubo

Todo Trocador do tipo casco e tubo é composto basicamente por um conjunto de tubos
envoltos por uma carcaça cilíndrica, que recebe a denominação de casco. Essa estrutura permite
a troca térmica entre dois fluidos de diferentes temperaturas sem que ocorra mistura entre eles.
Um dos fluidos escoara no interior do feixe de tubos e o outro escoará externamente porém, no
interior da carcaça (casco) do equipamento.
Na figura 1, temos uma ilustração esquemática exemplificando o funcionamento deste
tipo de equipamento. No desenho descrito por essa representação, o fluido de menor
temperatura (fluido frio) escoa no interior do feixe de tubulações, e o de maior temperatura
(fluido quente) corre externamente ao feixe e no interior do casco, passando por outro
componente básico dessa estrutura, que são as chicanas (também chamadas de defletores). No
entanto, nem sempre o fluido frio escoara no interior das tubulações e o quente externamente. O
que garantirá qual será o caminho de cada vazão de fluido será o projeto, onde serão avaliados
fatores de acomodação, corrosividade de cada fluido, entre outras condições que possuírem
relevância para a escolha do caminho por onde escoara cada fluido e, desse modo, o melhor
funcionamento do trocador.

Figura 1: Ilustração esquemática do Figura 2: Representação tridimensional em


funcionamento de um Trocador de Calor Casco corte transversal da estrutura básica do
e Tubo, onde o fluido frio escoa internamente ao equipamento. (2)
feixe de tubos.(1)
Além do feixe de tubos e do casco, esse tipo de equipamento ainda possui outras
estruturas como as chicanas (ou defletores), que são estruturas em forma de placas posicionadas
perpendicularmente ao feixe de tubos responsáveis por limitar, além de aumentar a eficiência de
troca térmica do trocador. Com a finalidade de acomodar o feixe de tubos, os espelhos são
responsáveis por indicar o arranjo geométrico no qual os tubos do feixe serão dispostos. A
avaliação desse arranjo é de suma importância nos cálculos do projeto.
Há também a presença de um ou dois cabeçotes na estrutura do trocador. Um dos tipos
de cabeçote, denominado cabeçote estacionário tem como finalidade permitir a admissão (e
descarga dependendo do projeto) dos fluidos que escoarão pelos tubos internos. Já os cabeçotes
de retorno permitem a descarga do fluido interno, quando o cabeçote estacionário não é
designado para cumprir esse papel.
Além dos componentes supracitados, esses equipamentos também possuem acessórios
como tampas, divisores, que auxiliam no seu manuseio e manutenção, suportes de sustentação e
juntas de vedação, responsáveis por propiciar maior estabilidade do trocador durante o seu
funcionamento.

3. Componentes de um Trocador Casco e Tubo do tipo AEP:

No geral, a classificação dos tipos de Trocadores de calor Casco e Tubo seguem a


Norma TEMA (em inglês: Tubular Exchanger Manufacturers Association) (4). Essa norma
define as configuraçoes que esses tipos de trocadores podem assumir, de acordo com os
componentes que formam o casco, sendo estes tabelados, recebendo uma classificação
alfabetica. São denominados A, B, C, D, N os tipos de cabeçotes estacionários, de E, F, G, H, J,
K, X os tipos de casco e L, M, N, P, Q, S, T, U, W os tipos de cabeçotes de retorno.
A porção externa ou casco desses equipamentos, segundo essa norma, é dividida em 3
partes. Cada uma delas pode ser configurada por diferentes acessórios, dependendo das
demandas previstas pelo projeto. A configuração AEP diz respeto aos Trocadores Casco e Tubo
compostos por:

 A: Cabeçote escionário com tampa frontal do tipo removivel;


 E: Casco de um passe;
 P: Cabeçote flutuante com gaxeta externa.

Esse tipo de configuração permite que o fluido externo escoe uma vez no casco e o fluido
interno escoe duas vezes no interior do equipamento, ou seja, este tipo de trocador é designado
como CT 1,2. Esta informação também é essencial para a realização dos calculos de projeto.

Figura 3: Acessórios que constituem um Trocador de Calor Figura 4: Trocador de Calor Casco e Tubo de configuração
Casco e Tubo de configuração AEP. (12) AEP. (3)
Figura 6: Esquematização de um trocador de calor casco e tubo que permite a
observação do escoamento dos fluidos interno e externo. (1)
4. Cálculos associados a trocadores do tipo AEP:

Para as avaliações quantitativas necessárias para o projeto de trocadores de calor do tipo


casco e tubo existem duas propriedades fundamentais que devem ser ponderadas: a transmissão
de calor e a perda de carga dentro do feixe de tubos e do casco. Elas regem o sistema de
cálculos e estabelecem diversos fatores importantes para o projeto, como o consumo de energia
que será exigido para impulsionar os fluidos por dentro do equipamento, a variação de
temperatura que cada fluido obterá após o processo, além de avaliar fatores de incrustação que
podem ser gerados com a passagem dos fluidos pelas seções tubulares.

o Considerações preliminares quanto a geometria dos componentes do equipamento:

O objetivo dessa etapa de cálculo é obter as dimensões do equipamento e os diâmetros


equivalentes das tubulações, a fim de determinar a área de troca térmica e as condições de
escoamento.

Dimensões medidas:

 Número de tubos: n
 Número de passagens do fluido interno: 2
 Número de passagens do fluido externo: 1
 Diâmetro interno do casco: D
 Comprimento do casco: L
 Dimensões dos tubos:

o Espessura: tabela (BWG)


o Diâmetro interno: (mais usuais: ¾’’ e 1½’’)
o Diâmetro externo: OD

 Número de chicanas: N
 Passo utilizado: Pt
 Espaçamento dos tubos: C ’=Pt −OD

Figura 7: Representação dos dois principais tipos de


arranjo que os tubos do feixe podem assumir.(6)
O diâmetro equivalente do casco, que corresponde à área efetiva onde ocorrerá o
escoamento do fluido externo, é calculado de acordo com o tipo de arranjo apresentado pelo
feixe de tubos no interior do equipamento. Para os dois tipos mais comuns de arranjo, seguem
abaixo o cálculo do diâmetro equivalente:

o Arranjo quadrado:
De=

[πODt ²
4
[¿]
; ]
πODt

o Arranjo triangular: De=



[ 1

2 P T 0 , 86 P T 2 4 (
1 πODt ²
)] [¿ ];
1
πODt
2

o Análise Térmica:

 BALANÇO TÉRMICO:
o Fluido quente: Q H = M˙ H ×Cp H × ∆ T H
o Fluido frio: Q C = M˙ C ×CpC × ∆T C

 CÁLCULO DOS ∆T’s:

Figura 8: Na configuração CT 1,2, o fluido interno escoa contracorrente (na 1ª passagem pelo
equipamento) e paralelamente (na 2ª passagem) ao fluido externo. (7)
∆ t=LMTD × F T

LMTD=
∆T 2−∆ T 1
F T=
√ R 2+ 1× ln [ (1−S)
(1−RS) ]
[ ]
ln
∆ T2 ; 2−S × ( R+1−√ (R +1) )
2 ;
∆ T1 (R−1)ln
2−S × ( R+1+ √ (R2 +1) )
t 2−t 1 T 1−T 2
S=
T 1−t 1
; R=
t 2−t 1
Obs.: Para casos onde pelo menos um dos fluidos apresenta viscosidade µ>1cP no
terminal frio, ao invés do LMTD, deverá ser calculada as temperaturas calóricas para o fluido
quente (Tc) e para o fluido frio (tc), dadas por:

T c=T 2 + F c(T 1−T 2) t c=t 2 + F c(t 1−t 2)

( )[ ]
'
1 R
+ '
KC ( R −1 ) ' ∆TC U h −U C
Onde: F C = ; R= ; K C=
ln ( K C +1 ) ∆ tC UC
1+
ln R'

Fc também pode ser obtido através do gráfico com os valores de Kc e R’ previamente


calculados.

Obs.2: o fator Kc para fluidos (petróleo e derivados) com grau A.P.I. aferido pode ser obtidos
graficamente, sabendo-se a variação de temperatura que este sofrerá no projeto.

o Análise do escoamento:

Através desta análise, é possível calcular as perdas de carga que cada fluido sofre dentro
do equipamento. Os projetos para implementação de trocadores de calor costumam especificar
um valor limite de perda de carga total que o sistema pode atingir, geralmente determinada pela
capacidade de bombeamento de fluidos que a planta industrial possui. Normalmente, a faixa de
perda de carga recomendada é entre 5 e 10 psi.

A Perda de Carga total do sistema pode ser calculada através da seguinte expressão:

∆ P=∆ Ptubos + ∆ P s

∆PT é a perda de carga total no interior dos tubos, que é a soma entre a perda de carga no
trecho reto mais a perda de carga no retorno, dada por:

∆ Ptubos =∆ Pt + ∆ Pr
2
f Gt ln
∆ Pt = 10
[ psi]
5.22× 10 Dt s ∅ t

( )( )
2
4n v
∆ Pr = × [ psi]
s 2g

Onde:

 f: fator de atrito (=16/Re para regime laminar e =0,0035+(0,264/Re 0,42) para


regime turbulento);
 Gt: Fluxo mássico nos tubos;
 ∅t: fator de correção para a viscosidade;
 L: Comprimento do casco;
 n: número de tubos;
 (
s: densidade relativa do fluido s=
ρFluido
ρ H 2O);

 g: aceleração da gravidade;
 D: Diâmetro do tubo interno.

A perda de carga para o escoamento no casco é dada por:


2
f G S ID (N +1)
∆ P s= 10
[ psi]
5.22× 10 De s ∅ s

Onde:

 f: fator de atrito (=16/Re’ para regime laminar e =0,0035+(0,264/Re’ 0,42) para


regime turbulento);
 Ga : Fluxo mássico do fluido que escoa no casco;
 L: Comprimento do casco;
 ∅s: fator de correção para a viscosidade;

 (
s: densidade relativa do fluido s=
ρFluido
ρ H 2O )
;

 De: Diâmetro equivalente para a perda de carga (vide tópico que aborda a
análise geométrica do equipamento).

5. Aplicações:

As aplicações dos trocadores tipo Casco e Tubo apresentam as mais variadas aplicações,
tendo em vista as diversas configurações tanto no quesito tamanho quanto na variedade de peças
que este tipo de trocador pode ser constituído. As aplicações dos Trocadores de Calor Casco e
Tubo vão desde indústrias farmacêuticas, de insumos plásticos, a indústrias de base como
indústrias petrolíferas e de produção de cimento. Além disso, esses possuem grande
aplicabilidade nas indústrias de geração e reaproveitamento de energia.
Tratando-se especificamente dos Trocadores de Calor Casco e Tubo com configuração
de casco AEP, é possível encontrar na literatura a aplicabilidade deste equipamento na indústria
de resfriamento de ar atmosférico para separação de gases e circulação de fluídos altamente
corrosivos ou materiais com muita capacidade de incrustação. (10) No geral, são usados para a a
separação de oxigênio para a indústria do aço e microchips e para indústrias farmacêuticas e de
alimentos, fazendo transferências em fluidos com fatores biológicos.

6. Referências Bibliográficas

1) Site ARVENG training & engineering - BASICS OF SHELL & TUBE HEAT
EXCHANGERS: https://arvengtraining.com/en/basics-of-shell-tube-heat-exchangers/
2) Site Research Gate: https://www.researchgate.net/figure/Shell-and-tube-heat-
exchanger-structure-concept_fig1_326242961
3) Site Xylem Inc. - C500 – TEMA type AEP or BEP, removable bundle, internal clamp
split ring, floating head shell & tube heat exchanger: http://www.standard-
xchange.com/custom-shell-tube/c500-removable-bundle-internal-bolting-shell-tube-
heat-exchanger/
4) Site Tubular Exchanger Manufacturers Association, Inc. (TEMA):
http://kbcdco.tema.org/
5) Site WixEQ - configuracao-norma-tema-1:
http://www.wixeq.com/wp-content/uploads/2017/12/configuracao-norma-tema-1.png
6) NATHALIA KAPPAUN VIEIRA - Meta-Heurística Bio-inspirada para otimização de
trocador de calor casco-tubo:
https://eventos.ufpr.br/smne/SMNE2017/paper/viewFile/556/183
7) LOG MEAN TEMPERATURE DIFFERENCE (LMTD or ΔTLM or ΔTmean ) (PG.6):
neit.instructure.com
8) Site: Every China - AEP, TEMA, Floating Heat Exchanger for Costa Rica: http://dfc-
tank.sell.everychina.com/p-108164052-aes-tema-floating-heat-exchanger-for-costa-
rica.html
9) B. GERSON BICCA – Modelagem Hidráulica de Trocadores de Calor de Casco e
Tubos – Dissertação de Mestrado:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13447/000640049.pdf?sequence=1
10) SOUZA, MONIQUE SILVEIRA: Análise térmica de um trocador de calor do tipo
casco e tubos para resfriamento do resíduo de uma unidade de destilação atmosférica -
Trabalho de conclusão de graduação (pg. iv; pg. 4):
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10009762.pdf
11) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - Unidade de produção de propilenoglicol a partir de
óxido de propileno – Projeto de Engenharia (pg.131):
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/24675/1/2017_Unidade_producao_propilenoglicola
_tcc.pdf
12) http://termo.furg.br/JAA/EqTer/Ap11B.pdf

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