Avaliação 3 Operações Unitárias III
Avaliação 3 Operações Unitárias III
Avaliação 3 Operações Unitárias III
Escola de Engenharia
TEQ - Departamento de Engenharia Química
Avaliação 3
Trocadores de Calor do tipo Casco e Tubo
tipo AES
Novembro/2020
Petrópolis/Niterói
1. Introdução
Todo Trocador do tipo casco e tubo é composto basicamente por um conjunto de tubos
envoltos por uma carcaça cilíndrica, que recebe a denominação de casco. Essa estrutura permite a
troca térmica entre dois fluidos de diferentes temperaturas sem que ocorra mistura entre eles. Um
dos fluidos escoara no interior do feixe de tubos e o outro escoará externamente porém, no interior
da carcaça (casco) do equipamento.
Na figura 1, temos uma ilustração esquemática exemplificando o funcionamento deste tipo
de equipamento. No desenho descrito por essa representação, o fluido de menor temperatura
(fluido frio) escoa no interior do feixe de tubulações, e o de maior temperatura (fluido quente) corre
externamente ao feixe e no interior do casco, passando por outro componente básico dessa
estrutura, que são as chicanas (também chamadas de defletores). No entanto, nem sempre o fluido
frio escoara no interior das tubulações e o quente externamente. O que garantirá qual será o
caminho de cada vazão de fluido será o projeto, onde serão avaliados fatores de acomodação,
corrosividade de cada fluido, entre outras condições que possuírem relevância para a escolha do
caminho por onde escoara cada fluido e, desse modo, o melhor funcionamento do trocador.
No geral, a classificação dos tipos de Trocadores de calor Casco e Tubo seguem a Norma
TEMA (em inglês: Tubular Exchanger Manufacturers Association) (4). Essa norma define as
configuraçoes que esses tipos de trocadores podem assumir, de acordo com os componentes que
formam o casco, sendo estes tabelados, recebendo uma classificação alfabetica. São
denominados A, B, C, D, N os tipos de cabeçotes estacionários, de E, F, G, H, J, K, X os tipos de
casco e L, M, N, P, Q, S, T, U, W os tipos de cabeçotes de retorno.
A porção externa ou casco desses equipamentos, segundo essa norma, é dividida em 3
partes. Cada uma delas pode ser configurada por diferentes acessórios, dependendo das
demandas previstas pelo projeto. A configuração AES diz respeto aos Trocadores Casco e Tubo
compostos por:
Esse tipo de configuração permite que o fluido externo escoe uma vez no casco e o fluido
interno escoe duas vezes no interior do equipamento, ou seja, este tipo de trocador é designado
como CT 1,2. Esta informação também é essencial para a realização dos calculos de projeto.
Figura 3: Acessórios que constituem um Trocador de Figura 4: Trocador de Calor Casco e Tubo de
Calor Casco e Tubo de configuração AES. (12) configuração AES. (3)
Dimensões medidas:
Número de tubos: n
Número de passagens do fluido interno: 2
Número de passagens do fluido externo: 1
Diâmetro interno do casco: D
Comprimento do casco: L
Dimensões dos tubos:
o Arranjo quadrado:
De=
4×
[πODt ²
4 ]
[¿]
;
πODt
o Análise Térmica:
BALANÇO TÉRMICO:
o Fluido quente: Q H = M˙ H ×Cp H × ∆ T H
o Fluido frio: Q C = M˙ C ×CpC × ∆T C
∆ t=LMTD × F T
LMTD=
∆T 2−∆ T 1
F T=
√ R 2+ 1× ln [ (1−S)
(1−RS) ] t 2−t 1
[ ]
ln
∆ T2 ; 2−S × ( R+1−√ (R +1) )
2; S= T −t ;
1 1
∆ T1 (R−1)ln
2−S × ( R+1+ √ (R2 +1) )
T 1−T 2
R=
t 2−t 1
Obs.: Para casos onde pelo menos um dos fluidos apresenta viscosidade µ>1cP no terminal
frio, ao invés do LMTD, deverá ser calculada as temperaturas calóricas para o fluido quente (T c) e
para o fluido frio (tc), dadas por:
( )[ ]
'
1 R
+ '
KC ( R −1 ) ' ∆TC U h −U C
Onde: F C = ; R= ; K C=
ln ( K C +1 ) ∆ tC UC
1+
ln R'
Fc também pode ser obtido através do gráfico com os valores de Kc e R’ previamente calculados.
Obs.2: o fator Kc para fluidos (petróleo e derivados) com grau A.P.I. aferido pode ser obtidos
graficamente, sabendo-se a variação de temperatura que este sofrerá no projeto.
o Análise do escoamento:
Através desta análise, é possível calcular as perdas de carga que cada fluido sofre dentro
do equipamento. Os projetos para implementação de trocadores de calor costumam especificar
um valor limite de perda de carga total que o sistema pode atingir, geralmente determinada pela
capacidade de bombeamento de fluidos que a planta industrial possui. Normalmente, a faixa de
perda de carga recomendada é entre 5 e 10 psi.
A Perda de Carga total do sistema pode ser calculada através da seguinte expressão:
∆ P=∆ Ptubos + ∆ P s
∆PT é a perda de carga total no interior dos tubos, que é a soma entre a perda de carga no
trecho reto mais a perda de carga no retorno, dada por:
∆ Ptubos =∆ Pt + ∆ Pr
2
f Gt ln
∆ Pt = 10
[ psi]
5.22× 10 Dt s ∅ t
( )( )
2
4n v
∆ Pr = × [ psi]
s 2g
Onde:
f: fator de atrito (=16/Re para regime laminar e =0,0035+(0,264/Re 0,42) para regime
turbulento);
Gt: Fluxo mássico nos tubos;
∅t: fator de correção para a viscosidade;
L: Comprimento do casco;
n: número de tubos;
(
s: densidade relativa do fluido s=
ρFluido
ρ H 2O
; )
g: aceleração da gravidade;
D: Diâmetro do tubo interno.
f: fator de atrito (=16/Re’ para regime laminar e =0,0035+(0,264/Re’ 0,42) para regime
turbulento);
Ga : Fluxo mássico do fluido que escoa no casco;
L: Comprimento do casco;
∅s: fator de correção para a viscosidade;
(
s: densidade relativa do fluido s=
ρFluido
ρ H 2O);
De: Diâmetro equivalente para a perda de carga (vide tópico que aborda a análise
geométrica do equipamento).
5. Aplicações:
As aplicações dos trocadores tipo Casco e Tubo apresentam as mais variadas aplicações,
tendo em vista as diversas configurações tanto no quesito tamanho quanto na variedade de peças
que este tipo de trocador pode ser constituído. As aplicações dos Trocadores de Calor Casco e
Tubo vão desde indústrias farmacêuticas, de insumos plásticos, a indústrias de base como
indústrias petrolíferas e de produção de cimento. Além disso, esses possuem grande aplicabilidade
nas indústrias de geração e reaproveitamento de energia.
Tratando-se especificamente dos Trocadores de Calor Casco e Tubo com configuração de
casco AES, é possível encontrar na literatura a aplicabilidade deste equipamento na indústria de
petrolífera, na etapa de resfriamento do resíduo de uma unidade de destilação atmosférica. (10) No
geral, os Trocadores de Calor são amplamente utilizados no tratamento de petróleo, seja em áreas
de extração (plataformas de petróleo on-shore e off-shore) quanto nas refinarias.
Outra aplicabilidade do trocador casco e tubo do tipo AES encontrada na literatura é a sua
escolha no projeto desenvolvido por pesquisadores da UnB para uma planta de produção de
propilenoglicol pela conversão de óxido de propileno na presença de água.(11)
6. Referências Bibliográficas
1) Site ARVENG training & engineering - BASICS OF SHELL & TUBE HEAT EXCHANGERS:
https://arvengtraining.com/en/basics-of-shell-tube-heat-exchangers/
2) Site Research Gate: https://www.researchgate.net/figure/Shell-and-tube-heat-exchanger-
structure-concept_fig1_326242961
3) Site Xylem Inc. - C500 – TEMA type AES or BES, removable bundle, internal clamp split
ring, floating head shell & tube heat exchanger: http://www.standard-xchange.com/custom-
shell-tube/c500-removable-bundle-internal-bolting-shell-tube-heat-exchanger/
4) Site Tubular Exchanger Manufacturers Association, Inc. (TEMA): http://kbcdco.tema.org/
5) Site WixEQ - configuracao-norma-tema-1:
http://www.wixeq.com/wp-content/uploads/2017/12/configuracao-norma-tema-1.png
6) NATHALIA KAPPAUN VIEIRA - Meta-Heurística Bio-inspirada para otimização de trocador
de calor casco-tubo: https://eventos.ufpr.br/smne/SMNE2017/paper/viewFile/556/183
7) LOG MEAN TEMPERATURE DIFFERENCE (LMTD or ΔTLM or ΔTmean ) (PG.6):
neit.instructure.com
8) Site: Every China - AES, TEMA, Floating Heat Exchanger for Costa Rica: http://dfc-
tank.sell.everychina.com/p-108164052-aes-tema-floating-heat-exchanger-for-costa-rica.html
9) B. GERSON BICCA – Modelagem Hidráulica de Trocadores de Calor de Casco e Tubos –
Dissertação de Mestrado:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13447/000640049.pdf?sequence=1
10) SOUZA, MONIQUE SILVEIRA: Análise térmica de um trocador de calor do tipo casco e
tubos para resfriamento do resíduo de uma unidade de destilação atmosférica - Trabalho de
conclusão de graduação (pg. iv; pg. 4):
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10009762.pdf
11) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - Unidade de produção de propilenoglicol a partir de óxido
de propileno – Projeto de Engenharia (pg.131):
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/24675/1/2017_Unidade_producao_propilenoglicola_tcc.
pdf
12) http://termo.furg.br/JAA/EqTer/Ap11B.pdf