Processual Civil
Processual Civil
Processual Civil
CURITIBA
2023
DERLI PINTO DE SOUZA JUNIOR, JORGE PAULO FILGUEIRA, OSNI CARLOS
COSTA, WILLIAN DA SILVA MACHADO DIAS.
Curitiba
2023
2
Derli Pinto de Souza Junior, Jorge Paulo Filgueira, Osni Carlos Costa, William da
Silva Machado Dias.
RESUMO.
O presente artigo tem como objetivo fornecer uma análise precisa e direta do
conceito de jurisdição, destacando suas características e particularidades. Além
disso, abordamos a legislação relevante que sustenta esse conceito, juntamente
com os passos a serem seguidos pelo cidadão que busca recuperar um direito que
foi injustamente suprimido ou negado por meio do sistema judicial brasileiro. Este
estudo visa oferecer um entendimento claro e conciso da jurisdição e seu papel
fundamental na administração da justiça, bem como o amparo legal disponível para
aqueles que buscam justiça perante os tribunais do Brasil.
Palavras-chave: Conceito de Jurisdição. Princípio da Investidura. Princípio da
Territorialidade. Princípio da Indelegaliblidade. Princípio do Juiz Natural. Princípio da
Inércia. Jurisdição Contenciosa. Jurisdição Voluntária. Tutela de conhecimento.
Tutela de execução. Tutela Cautelar. Tutela Antecipada. Jurisdição Voluntária e
Contenciosa. Cognição ou tutela de conhecimento. Requisitos Necessários para a
demanda judicial.
1 INTRODUÇÃO.
solução amigável para os seus conflitos, assim sendo uma vez que a vontade do
estado é absoluta, cabe ao cidadão tutelado apenas cumpri-la.1
Portanto, a jurisdição pode ser definida como o poder/dever e a ação atribuída
ao Estado para a aplicação da lei a uma situação específica, expressando assim a
vontade do sistema jurídico e a correta aplicação do Direito. Nesse contexto, a
jurisdição desempenha um papel fundamental na manutenção da ordem social,
garantindo que os conflitos sejam resolvidos de acordo com os preceitos legais
existentes, contribuindo para a estabilidade e a justiça na sociedade. 2
No tocante as regras de direito fundamentais para o correto exercício da
jurisdição, essas estão entabuladas na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, onde é estruturado o Poder Judiciário elencando os seus órgãos e
definindo suas composições, formas de atuação e ainda os principais direitos e
deveres dos seus integrantes, todas essas informações podem ser encontradas
precisamente nos seus artigos 92 a 126.3
Não menos importante, na parte geral do Código de Processo Civil de 2015,
livro I, reúne em seus cinco artigos iniciais, as instruções da maneira que o Estado
será acionado de que modo deve agir e quais as ações necessárias para buscar a
solução dos conflitos, a saber:
1
FUX, Luiz. Curso de Direito Processual Civil . Grupo GEN, 2022. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645466/. Acesso em:
02/09/2023.Pág 121.
2 PRIETO, Renata B.; BARBERINO, Liliane S.; ANTUNES, Rosana M. M. Teoria Geral do
2 Princípio da Investidura.
3 Princípio da Territorialidade.
6
JÚNIOR, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.1 . Grupo GEN, 2023. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646579/. Acesso em: 02/09/2023. Pág 153.
7 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
4 Princípio da Indelegaliblidade.
5 Princípio da Inevitabilidade.
Nesse princípio, as partes não devem impedir que a justiça produza seus
efeitos ou cumpra com os seus objetivos, cabendo apenas a estas cumprirem a
determinação imposta pelo Estado (Princípio da Substitutividade das vontades das
partes) ainda que de maneira coercitiva.10
Tutelado pela CRFB de 1988 em seu artigo 5º. Inciso LIII, determina que
ninguém deverá ser processado e nem sentenciado senão pela autoridade
competente.
Em uma linguagem mais calara, podemos interpretar esse princípio como
sendo o que garante ao cidadão que em uma eventual demanda junto ao judiciário,
este deverá ser julgado por um juiz que já foi previamente delgado para essa
função.11
7 Princípio da Inércia.
8 Jurisdição Contenciosa.
9 Jurisdição Voluntária.
processual civil - parte geral do código de processo civil. v.1. Editora Saraiva, 2023.Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553624665/. Acesso em: 02/09/2023.
14
Ação de jurisdição voluntária. Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. Disponível em:
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/476-glossario/8245-acao-de-jurisdicao-
voluntaria#:~:text=%C3%89%20aquela%20a%C3%A7%C3%A3o%20em%20que,s%C3%A3o%20a%
C3%A7%C3%B5es%20de%20jurisdi%C3%A7%C3%A3o%20volunt%C3%A1ria. Acessado em:
02/09/2023.
8
A cognição judicial é entendida como aquilo que vai ser conhecido pelo juiz ou
tribunal, devendo nessa fase do processo ser analisada todas as provas,
argumentos e documentos apresentados pelas partes envolvidas no processo. A
Cognição permite ao magistrado a avaliação dos fatos para que este possa
interpretar a Lei de maneira adequada para que com isso tome uma decisão.
Diante deste conceito, leciona o renomado Professor Kazuo Watanabe que a
cognição deve ser pensada em dois planos sendo eles o plano horizontal, no qual
trata da quantidade ou extensão das matérias a serem enfrentadas pelo magistrado,
e no plano vertical que trará a quantidade ou profundidade da reflexão que o
magistrado está autorizado a fazer sobre as questões que serão a ele apresentadas
para a resolução do caso.15
Cognição exauriente, é aquela que passou por todo o devido processo legal,
ou seja, todas as questões de fato e de direito foram debatidas, para que com isso o
magistrado emita o seu parecer final.
A Cognição sumária em contra partida, é aquela em que ainda não passou
por todos os passos do devido processo legal, ou seja, nem todas as questões de
fato e de direito foram debatidas, como exemplo de utilização da cognição sumária
podemos citar os pedidos de tutela antecipada.16
15 BUENO, Cassio S. Curso sistematizado de direto processual civil: teoria geral do direito processual
civil - parte geral do código de processo civil. v.1. Editora Saraiva, 2023.Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553624665/. Acesso em: 02/09/2023.
16 ANDRIOTTI, Rommel. Diferença entre cognição sumária e cognição exauriente. Youtube,
14 Tutela de evidência.
15 Sentenças “Quinarias”.
24
BASSIL, Dower, Nelson Godoy. Do pagamento com sub-rogação, 18.4. Disponível em:
https://vlex.com.br/vid/do-pagamento-com-sub-
399565302#:~:text=H%C3%A1%20duas%20esp%C3%A9cies%20de%20sub,o%20terceiro%20e%20
o%20devedor. Acessado em 08/09/2023.
13
espontânea, ou seja, foi forçado via judiciário. Para um melhor entendimento, vamos
exemplificar com um caso de um devedor que emprestou de um terceiro uma certa
quantia, e não cumpriu com o dever de pagamento desse empréstimo de maneira
voluntária, e ao ser imposta ação de cobrança, o devedor reconheceu a obrigação
de pagar, nota-se que o devedor só reconheceu a obrigação de pagar após a
abertura de ação de cobrança.
A sentença executiva latu sensu, pode ser entendida com aquela que “mira”
diretamente o patrimônio do devedor, diferente do que ocorre na tutela condenatória,
onde o réu tem alternativas para cumpri a sentença aqui esses atos visam à
apropriação física imediata de um bem para o cumprimento de uma obrigação, ou
seja, através da intervenção do judiciário o juiz faz o que o devedor deveria ter feito
por iniciativa própria para o cumprimento de uma obrigação25, no ordenamento
jurídico essa atitude do juiz e a conhecida sub-rogação que resulta da lei26. Para um
melhor entendimento, vamos considerar a mesma situação de um devedor, que foi
sentenciado a sanar a divida através de uma ação condenatória, no entanto ao não
cumprir o que foi determinado nesta, o judiciário determina a apreensão de seus
bens para o cumprimento da sentença.
16 Condições da Ação.
25
MEIRELES, Edilton. Tutela Executiva, 3. Medidas sub-rogatórias. Revista de processo, Vol. 247. Disponível em:
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_prod
utos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.247.09.PDF . Acesso em 08/09/2023. Pág. 04.
26
Idem. Do pagamento com sub-rogação, 18.4. Disponível em: https://vlex.com.br/vid/do-pagamento-com-
sub-
399565302#:~:text=H%C3%A1%20duas%20esp%C3%A9cies%20de%20sub,o%20terceiro%20e%20
o%20devedor. Acessado em 08/09/2023.
14
ampare o pedido feito pelo autor. O autor deve demonstrar que sua demanda é
juridicamente possível e que a lei permite a avaliação daquela questão pelo
Judiciário.27
Interesse de Agir, onde o autor deve comprovar que possui um interesse
real, atual e direto na resolução do conflito por meio da ação judicial. Em outras
palavras, ele deve demonstrar que a demanda é necessária para a proteção ou
defesa de seus direitos ou interesses legítimos.28
Legitimidade das Partes, onde ambas as partes envolvidas no processo
(autor e réu) devem ser legitimadas para agir. Isso significa que devem ser aqueles
que têm o direito de buscar uma tutela jurisdicional em relação ao objeto da ação. O
autor deve ser aquele que possui a titularidade do direito ou interesse pretendido na
ação.
A ausência de qualquer uma dessas condições da ação pode levar à extinção
do processo sem análise do mérito, ou seja, antes de se chegar a uma decisão
sobre a questão central do litígio. Portanto, é fundamental que o autor, por meio de
seu advogado, verifique se todas as condições da ação estão presentes ao propor
uma ação judicial.29
Encerrando nossa análise, adentraremos agora na seara dos pressupostos
processuais. As premissas processuais desempenham um papel fundamental no
contexto do direito e do sistema judicial, pois são elementos essenciais que devem
estar presentes para que um processo seja válido e eficaz. Neste contexto,
exploraremos detalhadamente o que são essas premissas, sua importância para a
correta condução dos procedimentos judiciais e como eles se relacionam com outros
aspectos do sistema jurídico.
Para uma compreensão aprofundada sobre o tema em questão, recorremos
às palavras do renomado Professor Humberto Theodoro Júnior, suas reflexões
enriqueceram nossa compreensão e nos orientaram na análise desse importante
aspecto jurídico:
27 BERMUDES, Sérgio. Introdução ao Processo Civil, 6ª edição. Grupo GEN, 2018. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530983666/. Acesso em: 03/09/2023. Pág 44.
28 BERMUDES, Sérgio. Introdução ao Processo Civil, 6ª edição. Grupo GEN, 2018. Disponível em:
30 JÚNIOR, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.1 . Grupo GEN, 2023. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646579/. Acesso em: 03/09/2023. Página
176.
31 Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado,
17 Conclusão.
REFERÊNCIAS
33 Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil.
34 Idem. LEI Nº 13.105, de 16 de março de 2015. arts. 485, V e VII, e 330, I
35 Ibidem., arts. 276 a 283
36 JÚNIOR, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.1 . Grupo GEN, 2023. Disponível em:
FUX, Luiz. Curso de Direito Processual Civil . Grupo GEN, 2022. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645466/.
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_bibliotec
a/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.247.09.PDF .
PRIETO, Renata B.; BARBERINO, Liliane S.; ANTUNES, Rosana M. M. Teoria Geral
do Processo. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024946/.