PATO CLÍNICA 1ºb 2016

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PATOLOGIA CLÍNICA (REVISÃO)


AULA 1
ACURÁCIA
Acurácia: um exame tem que informar a verdade. Acurácia é o grau em que uma variável realmente
representa o que deveria representar. (% de acerto de um exame diagnostico)
Instrumentos de medida pra avaliar a acurácia: Sensibilidade, Especificidade, VPP, VPN, Curva ROC.

Sensibilidade: É a probabilidade de um teste ter resultado positivo na presença de doença, isto é, avalia
a capacidade do teste de detectar a doença quando ela realmente existe. (não vai deixar escapar
nenhum doente – mas pode ter falsos positivos).
Sensibilidade = VP / Total de doentes

Especificidade: Probabilidade de um teste dar negativo na ausência da doença, ou seja, avalia a


capacidade do teste de afastar a doença quando ela está ausente. (certeza que não tem a doença)
Especificidade = VN / Total de não doentes

VPP (Valor Preditivo Positivo)


É a porcentagem de verdadeiros positivos. Se o VPP for 100%,
todos os positivos são verdadeiros. É a probabilidade de um
indivíduo com o teste positivo ter a doença realmente. (Não
confundir com sensibilidade e especificidade).

VPN (Valor preditivo Negativo)


É a proporção de verdadeiros negativos entre os indivíduos com
teste negativo, ou seja, é a probabilidade de um indivíduo com
teste negativo não ter a doença realmente.

Prevalência (relacionada com VPP e VPN)


O VPP e o VPN dependem da prevalência da doença. Quanto
maior for a prevalência de uma doença em uma determinada
região, maior será o VPP (maior numero de doentes
diagnosticados) e menor será o VPN (indivíduos sem doença).
Prevalência = Indivíduos doentes/total de pacientes 
proporção de doentes
Se a prevalência é baixa, o VPP é baixo e o VPN é alto.
Se a prevalência é alta, o VPP é alto e o VPN é baixo.
A prevalência é proporcional ao VPP e inversa ao VPN.
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Curva ROC(Receiver Operating Characteristic curve)
A curva ROC é a plotagem da sensibilidade e da especificidade em
diferentes pontos de corte do teste diagnóstico.
Utiliza a sensibilidade e a especificidade em um gráfico para
reduzir o numero de resultados falsos.
Sensibilidade – não há chance de não pegar um doente, pega
todos os doentes mas também pega alguns não doentes, de modo
que não há falso negativo
Especificidade – Se há aumento de um, há diminuição do outro
O melhor ponto é o mais próximo dos dois 100s, porque é onde
tem o maior e melhor valor discriminatório de quem é doente e
não doente.

EXAME EM PARALELO
Exames interpretados em paralelo aumentam a sensibilidade mas aumentam também a proporção de
falsos-positivos pela diminuição na especificidade. Ao aumentar a sensibilidade, diminui a probabilidade
de deixar escapar algum doente.
Exemplo: PSA e toque retal usados no diagnóstico de câncer de próstata, os dois exames são feitos
simultaneamente e os resultados comparados.

EXAMES EM SÉRIE
Exames aplicados em série aumentam a especificidade e diminuem a proporção de falsos-positivos.
Exemplo: Atualmente, no diagnóstico de infecção pelo HIV, se o Elisa for positivo (ou duvidoso), o
Western Blot é aplicado EM SÉRIE.
Explicação: o exame rápido do HIV é muito sensível, numero grande de resultados positivos, porém
muitos falsos positivos. É um exame sensível, porque não deixa passar quase nenhum doente. Então se
o resultado for negativo, pode confiar que não tem a doença, mas se o resultado for positivo, deve fazer
um outro teste, mais específico, que então se não tiver a doença, vai dar negativo com segurança.

Um exame muito específico


Se tem 100% de especificidade, não há falsos positivos  então VPP = 100%
(deu resultado positivo, então com certeza há a doença)

Um exame muito sensível


Se tem 100% de sensibilidade, não há falsos negativos  VPN = 100%
(deu resultado negativo, com certeza não tem a doença)

AULA 2
VARIABILIDADE CLÍNICA
O que pode provocar variações em exames laboratoriais?
Os exames de laboratório, sofrem a influência de várias fatores que determinam uma variabilidade nos
resultados. Variabilidade biológica, analítica, e total.

Variabilidade analítica
Depende do laboratório, das maquinas, é estreita.
É resultante do processo analítico do laboratório, sendo dependente dos reagentes, equipamentos,
calibradores, controles e operadores. A magnitude desta variação, é própria de cada laboratório
podendo o desempenho ser:
Ótimo  25,0% da variabilidade biológica (Va = 0,25 da Vb)
Desejável  50,0% da variabilidade biológica (Va = 0,50 da Vb)
Mínimo  75,0% da variabilidade biológica (Va = 0,75 da Vb)
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Variabilidade biológica
É resultante de fatores próprios, particulares e característicos de cada indivíduo, sendo independente
das variáveis pré - analíticas. Reflete, as flutuações ao acaso dos níveis dos constituintes em torno de
pontos homeostáticos. Corresponde, a maior parte da variabilidade nos resultados dos exames de
laboratório.

Variabilidade total
É composta pela soma dos efeitos das variações analíticas e biológicas, calculados conforme a fórmula:

Diferença de variabilidade analítica e biológica


A variabilidade analítica é dependente do sistema diagnóstico empregado e dos operadores do
laboratório. A variabilidade biológica não depende do sistema diagnóstico empregado nem dos
operadores do laboratório sendo uma característica com grandeza individual.
A diferença crítica (DC) entre dois resultados depende da combinação da variabilidade biológica, da
variabilidade analítica do laboratório e do número de resultados comparados.

AULA 3
COLETA SBPC
Variabilidade cronológica
Corresponde às alterações cíclicas da concentração de um determinado parâmetro em função do
tempo. O ciclo de variação pode ser diário, mensal, sazonal, anual, etc.
Exemplo: Variação circadiana - acontece nas concentrações do ferro e do cortisol no soro, onde as
coletas realizadas à tarde fornecem resultados até 50% mais baixos do que os obtidos nas amostras
coletadas pela manhã.
Variações no ciclo menstrual - concentração de aldosterona é cerca de 100% mais elevada na fase pré-
ovulatória do que na fase folicular.

Variações de gênero e idade (não é tão importante)


Gênero: Diferenças hormonais específicas e características de cada sexo. Alguns arâmetros sangüíneos e
urinários se apresentam em concentrações distintas entre homens e mulheres, em decorrência das
diferenças metabólicas e da massa muscular, entre outros fatores.

Idade: alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica dependente da idade do indivíduo.
Resultado de diversos fatores: maturidade funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo hídrico e massa
corporal.

Variações de atividade física (saber os três principais exames que são alterados)
1. Creatina fosfoquinase
2. Aldolase
3. Aspartato aminotransferase
O efeito da atividade física nos componentes sangüíneos é transitório. Por conta da mobilização de água
e outras substâncias, das variações nas necessidades energéticas do metabolismo e da modificação
fisiológica que a própria atividade física condiciona. Pode aumentar a quantidade de enzimas pelo
aumento da liberação celular. Esse aumento pode durar de 12 a 24 horas após a atividade.
Por isso se prefere a coleta de amostras com o paciente em condições basais, mais facilmente
reprodutíveis e padronizáveis.
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Por que fazer jejum para a coleta de sangue?
Os estados pós-prandiais, em geral, causam turbidez do soro(gordura), o que pode interferir em
algumas metodologias.
Períodos maiores de 16 horas devem ser evitados. O ideal é o jejum habitual de 8 horas, podendo ser
reduzido para 4 horas ou 2 horas em situações especiais (crianças ou lactentes)

Aditivos
Uso dos aditivos em cada exame:
Hemograma  EDTA: anticoagulante recomendado para
hematologia por preservar melhor a integridade das
células sanguíneas. Usado em hemogramas: contagem
de células vermelhas, brancas e plaquetas.

Teste de coagulação  Citrato.

Glicose(glicemia)  Fluoreto/oxalato/EDTA/Heparina

Gasometria  Heparina de lítio

Os tubos para coleta de sangue a vácuo são de uso único


e devem ter seu interior estéril, possuem vácuo
calibrado e volume/quantidade de anticoagulante
proporcional ao volume de sangue a ser aspirado
especificado em sua etiqueta

AULA 4
CAUSAS DE VARIAÇÕES DOS RESULTADOS DOS EXAMES LABORATORIAIS
Parâmetros para a coleta de sangue
Jejum, oportunidade(ritmo circadiano, atividade física), posição, local, procedimento, anti-coagulante,
gel separador.

Condição Clínica do paciente


- Febre: Hemoconcentração, eleva creatinina, cortisol, ácido úrico
- Trauma / dor: Elevam insulina, cortisol, renina, hormônio de crescimento
- Grandes cirurgias: elevam a CK, AST e LDL
- Menopausa: eleva ALT, AST, ácido úrico, colesterol e potássio. Diminui estradiol e aumenta LH e FSH.

Tubos Adequados
Padronização da cor da tampa
• Vermelha nenhum anticoagulante
• Púrpura clara EDTA-K3 ou K2 ou Na2 HEMOGRAMA
• Verde heparina sódica ou lítica GASOMETRIA
• Azul citrato de sódio tamponado TESTE DE COAGULAÇÃO
• Vermelha/Preta gel separador
• Cinza fluoreto de Na e oxalato de K GLICEMIA
• Amarela citrato-dextrose
• Azul escuro “metal free”
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AULA 5
URINÁLISE
Quais informações são fornecidas no exame de urina?
Traz informações úteis para o diagnóstico de:
 Problemas renais ou em vias urinárias
 Processos inflamatórios
 Infecções (ITU)
 Detecção ou monitoramento de distúrbios metabólicos (DM e acidose)

Qual a amostra ideal?


Amostra recente e primeira na manhã após assepsia local (aguardar 2 a 4 horas sem urinar) 
Jato médio e volume mínimo de 12 ml. Sem conservante

Como deve ser feito o armazenamento?


Imediatamente após a coleta. Se precisar manter por período prolongado, manter refrigerada (não mais
que 4 h)  Jamais congelar

Valores de referencia:
 pH: 5,0-6,0  Pigmentos biliares: ausente
 Densidade: 1,015-1,025  Corpos cetônicos: ausente
 Glicose: ausente  Sangue: ausente
 Proteína: até 0,05g/L
 Urobilinogênio: de 0,2 a 1,0 mg/dL  Sedimento
 Leucócitos: até 10 p/campo
 Eritrócitos: até 3 p/campo

Aspecto da urina (turbidez)


A urina recém emitida é clara. Menor temperatura causa turbidez, porque pode gerar cristalização de
solutos; necessário manter temperatura ambiente. Outras causas de urina turva: bactérias, hematúria,
leucocitúria, células epiteliais.

Análise química
 pH
Pela acidificação urinária, os rins mantem o equilíbrio acido básico, do organismo:
Urina ácida: Quando há excesso de hidrogênio há aumento na excreção renal.
Urina básica: Quando há excesso de bases há redução de excreção de hidrogênio.
Intervalo:5,4 a 6,5
Exemplo: Aceto acidose diabética.
Urina estocada tende a elevar o pH por perda de CO2 e conversão da ureia em amônia pelas bactérias.
*cristais em meio acido ou alcalino podem formar calculo (litíase urinaria)

 Proteínas
indicativo de doença renal
Causas: pré renal (HAS), renal ou pós renal.
Precisa de testes adicionais pra saber se é normal ou patológico.
Eletroforese, para separação das proteínas (urina de 24h) e descobrir a causa:
ALBUMINA  lesão glomerular
Sem albumina, outras proteínas (microglobulina)  lesão tubular
Muita albumina e mais outras proteínas  mista
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 Análise química da glicose
Glicosúria  mais de 180 de glicemia.
Causas: renais, gravidez, diabetes.

 Corpos cetônicos
Encontrada nas condições de DM (>180 mg/dL) ou jejum prolongado, hipercatabolismo, vômitos,
cetoacidose diabética

 Gravidade específica (densidade)


Exame renal para ver a capacidade de concentração do rim. Se o rim perder a capacidade de
concentração, não consegue absorver agua.
Causas: diabetes insipidus.

 Bilirrubina (tem que saber!!!)


Produto de degradação da hemoglobina. Apenas bilirrubina direta (hidrossolúvel) aparece na urina.
Deve ser pesquisada em urina recente porque é instável e sensível à luz.
Relacionada a doença hepática (hepatite) e obstrução biliar ou das vias hepáticas.

 Urobilinogênio
Urobilinogênio é o produto de degradação da bilirrubina pelas bactérias presentes no intestino.
A urina deve recentemente emitida pois o urobilinogênio é muito instável.
Ausente ou reduzido nos processos obstrutivos biliares.
Elevado nos processo hemolíticos.  se não ta indo pro intestino, vai para o sangue, urina fica escura.
De 0,2 a 1 mg/dl é normal.

 Hemoglobina
Altamente sensível: detectam de 5 a 20 hemácias/ml.
Baixa especificidade: detectam mioglobina.
Pode ocorrer hemoglobinúria sem hematúria.
Interferentes
Hipoclorito: resultado falso positivo
Captopril e urinas com elevada gravidade específica: resultados falso negativos.
Importante: contaminação do conteúdo vaginal.

Outras substancias que podem aparecer na urina:


Nitrito: em infecções urinarias. Algumas bactérias Gram negativas convertem o nitrato presente na
urina em nitrito.
Esterase leucocitária: presente principalmente em neutrófilos. Sua presença está correlacionada com
leucocitúria.

 Leucocitúria  indica processo inflamatório, mas nem sempre é sinônimo de infecção urinária,
pode ser um processo inflamatório não infeccioso.
leucocitúria estéril: muitos leucócitos, sem a presença de bactérias
- Tumor - Glomerulonefrites proliferativas
- Nefrite - Rejeição de enxerto renal
- Litíase Renal - Diabetes
- Febre em crianças
- Nefrite Túbulo-intersticial
Dimorfismo eritrocitário:
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Glomerular: graus variáveis (discreto, moderado, evidente) de alterações dismórficas.
Não glomerular: sem dimorfismo. (ITU, cálculos, tumores e traumas)
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 Hematúria
Por lesão renal ou pós renal?
Dois tipos de hematúria, glomerular e não glomerular. Investigar as causas da tabela.

Aula 6
URINÁLISE
UREIA
A uréia, por não ser reabsorvida pelas paredes do néfrom, é a principal constituinte da urina. Dissolve a
gordura e as secreções no interior do nosso corpo. Possui alta resistência às bactérias e, principalmente,
alto poder esterilizador de Bacilos de Koch. Proveniente da degradação proteica, tem síntese hepática.
Néfrons: São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.

Componentes plasmáticos filtrados, reabsorvidos e excretados por dia:

CREATININA
Monitorar doença renal. Os valores de creatinina dependem da idade e da massa muscular.
Cerca de 20% da creatina muscular é diariamente convertida em creatinina e excretada principalmente
na urina. É livremente filtrada nos glomérulos e não reabsorvida. Pequena fração (10%) é secretada
principalmente quando a concentração plasmática é alta. Sua síntese ocorre no fígado, rins e pâncreas.
Os níveis séricos dependem da velocidade de produção, estado de hidratação e velocidade de excreção
renal.

Creatinina sérica aumentada:


- Causas não renais: Hipertrofia muscular, necrose muscular, uso de anabolisantes esteroidais,
exercício físico intenso.
- Pré renais: Insuficiência cardíaca, choque, perda de sais (vômitos e diarreia)
- Renais: lesão glomerular, tubular e intersticial

Pré renal  problema na perfusão


Pós renal  obstrução do fluxo
Renal  problema nos néfrons

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