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Indiscipline and School Failure: Influences, contexts and challenges in a state public school in
the municipality of São Luis de Montes Belos -GO.
Abstract
This article is an excerpt from the master's thesis and aimed to address the theme “School
Indiscipline and Failure: Influences, contexts and challenges”, in a state public school in the city of
São Luis de Montes Belos / GO. It presents in its context a theoretical analysis and a field research
about Indiscipline at school, aiming to point out the causes, the consequences, the different contexts
that influence the undisciplined behavior of the student and the relationship between this and school
failure. To support the investigation, the main theorists were Antunes (2002); Aquino (1996, 1997,
1999); Vasconcellos (2009) among others. Indiscipline in the classroom is related to the aspects
experienced in the pedagogical practice of teachers and in the school life of students, as a reality in
constant challenge, since this type of behavior can be one of the biggest causes of school failure.
School failure is part of one of the most serious problems in Brazilian education, something that can
be seen at the most varied levels of education. However, it is in elementary education that this
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Mestre em educação, da Universidade de La Empresa de Montevideo – Uruguai, Docente da Faculdade Albert
Einstein e-mail [email protected]
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Revista Expedições, Morrinhos/GO, v. 12, Fluxo Contínuo, jan./dez. 2021 – ISSN 2179-6386
problem affects most often. Its causes are diverse and often seem insoluble. School failure can be
produced in the relationship between the student, the teacher and the school; or the indiscipline that
the school alone cannot fight, since it has social causes and not only educational ones.
Key words: Indiscipline at School. School failure. School Community. Pedagogical Practice.
Apresentação
Esta pesquisa teve por objetivo pontuar causas e consequências da indisciplina escolar nos
diferentes contextos apresentados pelos teóricos pesquisados, bem como na pesquisa de campo,
realizada em uma escola pública estadual na Cidade de São Luis de Montes Belos/GO, buscar
esclarecimentos sobre a indisciplina e sua influência no processo de aprendizagem e a relação entre
indisciplina e o fracasso escolar.
Para a elaboração do trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguindo o método
dialético histórico, embasada em teóricos como: Antunes; Aquino; Vasconcellos entre outros e uma
pesquisa de campo, formulada através de tabelas e gráficos.
O estudo realizado apresenta diferentes fatores que desencadeiam situações de indisciplina
nos diferentes contextos educacionais. De acordo com Vasconcellos (2009), as famílias
contemporâneas apresentam-se de forma desestruturada, com grandes dificuldades para cumprir
suas funções no campo educacional e mesmo de valores, de regras que são imprescindíveis para o
convívio em sociedade. Pais trabalhadores que não têm tempo para seus filhos, com isso, acabam
permitindo que eles façam o querem e como consequência muitos desses se apresentam sem limites
e com dificuldade para cumprir regras.
Outro aspecto da indisciplina está centrado na prática pedagógica do professor, observou-se
durante a pesquisa que quando o professor não mantém uma boa relação com seus alunos, não deixa
claro seus objetivos, apresenta uma prática pedagógica que não contempla as vicissitudes da
sociedade moderna, tem dificuldades para mediar os conflitos, surgindo aí um novo foco de
indisciplina. Ao contrário, quando o professor apresenta uma metodologia diferenciada, atrativa,
reflexiva, o aluno sente prazer em estar na sala de aula.
Escola e sociedade também influenciam no comportamento indisciplinado do aluno, com
regras que são consideradas pelos alunos como desnecessárias.
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Na primeira sessão aborda indisciplina na sala de aula e na escola e as medidas de ação ao
combate. Pode-se entender como fracasso escolar o mau êxito na escola, a evasão e a reprovação
escolar.
A segunda sessão trata sobre o Fracasso Escolar e também se apresenta como um tema
preocupante para professores e comunidade escolar, este está associado aos atos de Indisciplina dos
alunos. Percebe-se que os alunos que não frequentam as aulas diariamente, não apresentam boas
notas, não têm uma boa participação durante as aulas, apresentam um comportamento
indisciplinado.
Ao propor medidas de ação de combate à Indisciplina, os autores pesquisados deixam claro
que estas, devem envolver também a postura do professor em sala de aula e na escola, pois várias
vezes a prática pedagógica do professor não é atraente aos olhos do aluno, o professor não apresenta
uma metodologia diferenciada, com isso, o aluno irá procurar algo melhor para fazer, o que nem
sempre são atos indisciplinados, contudo, diante das regras impostas, são considerados como
inadequadas. Faz-se também uma leitura sobre as perspectivas de ação por parte da família, do
professor/escola e da sociedade.
A terceira sessão refere-se a relação entre o fracasso escolar e a indisciplina, com um dos
principais problemas que assustam professores e toda a comunidade escolar. É imprescindível que a
equipe escolar e pais reflitam sobre essa problemática e encontrem uma maneira plausível para
reverter o quadro da indisciplina na escola. Em relação aos desafios contemporâneos, devemos
observar a participação da família, o professor e a prática docente, o aluno enquanto sujeito, a
parceria com a sociedade e a construção da cidadania e os valores humanos.
Na quarta sessão apresenta-se os resultados da pesquisas, apresentando as vozes dos
professore e dos alunos, que foram coletadas durante a pesquisa de campo para aprofundar os
conhecimentos em relação à Indisciplina, com o intuito de diagnosticar e compreender fatores que
desencadeiam a indisciplina na escola na mesma vertente tem o fracasso escolar que fica
caracterizado que os alunos indisciplinados não apresentam boas notas, não têm uma boa
participação durante as aulas e muitas vezes o professor não percebe que este mesmo fracasso
também pode desencadear a indisciplina, onde os alunos que não conseguem aprender acabam se
sentindo inferiores, incapazes. E por fim apresenta-se as considerações finais e a referencias.
Desenvolvimento
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Ao contextualizar a história da educação no Brasil identifica-se uma escola marcada pela
repressão e bastante autoritária que exigia dos alunos um comportamento exemplar. Vasconcellos
(2009, p. 10) afirma que:
Ainda segundo Vasconcellos (2009), esta disciplina imposta pela escola e pelo sistema
escolar é uma grande farsa, pois ao exigir do aluno uma determinada disciplina, a escola não está
preocupada com o futuro do aluno, mas sim na sobrevivência da instituição mantida pela aparência.
Observa-se dessa forma que a escola deseja atingir o autogoverno2 dos sujeitos participantes no
processo educativo, ou seja, que todos os alunos sejam comportados, onde haja uma participação,
um envolvimento, respeito mútuo ao professor para que assim possa haver a construção do
conhecimento resultando na formação do caráter e da cidadania, (VASCONCELLOS, 2009).
“[...] uma classe disciplinada é toda aquela que ofereça ao professor oportunidades
adequadas para o desenvolvimento de seu processo de ajuda na construção do
conhecimento e no desenvolvimento de habilidades e atitudes socialmente aceitas por parte
dos alunos”.
2 Autogoverno: A indisciplina tem seu conceito quase sempre associado à obediência, o que não é a definição mais
adequada, pois a disciplina na realidade significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos
individuais, às veleidades desordenadas. (FRANCO, 1986)
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Segundo Aquino (1999), existe disciplina em um ambiente escolar onde os professores
possam cumprir sua missão, e os alunos assimilam os conteúdos propostos de forma agradável,
refletindo sobre sua aprendizagem e suas próprias condutas. E isso resulta numa classe agradável
para o professor e este pode se realizar profissionalmente e os alunos passam a ter condições
adequadas para garantir seu crescimento cognitivo e emocional.
Mas, Aquino (1999, p. 84-85) também afirma que à primeira vista este modo de pensar seria
na verdade o mais ingênuo, onde quietude e disciplina não são necessariamente e parte de uma
mesma moeda. Isso demonstra que uma classe comportada não significa que está havendo a
aprendizagem. Aquino (1999) afirma que aqui no Brasil, a disciplina na escola tem o reflexo de
quartel, e a maioria das queixas dos professes se dão pela inquietude dos seus alunos.
“O silêncio dos alunos é indiscutivelmente, desejável em uma aula, mas suas conversas, se
devidamente controladas e estabelecidas em momentos especificamente comandados ou
permitidos pelos professores, não significam necessariamente “indisciplina” nem
constituem uma ameaça ao trabalho docente bem feito” (AQUINO, 1999, p. 85).
O autor pressupõe que manter o silêncio de adultos é uma tarefa difícil, mas manter o
silêncio de crianças e adolescentes é mais difícil ainda. E ainda propõe que a disciplina em sala de
aula não seja vista em forma de silêncio, e que em uma sala de aula deve ter interação, diálogo,
liberdade de expressão, tanto professor/aluno e aluno/aluno. Entretanto, essa interação deve ser
organizada de maneira a não fugir da discussão proposta pelo professor.
Diante do exposto, percebe-se que existem diferentes visões e expectativas por parte dos
atores que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem sobre a questão da indisciplina. De
acordo com Vasconcellos (2009) antes de tudo faz-se necessário repensar a postura pedagógica com
determinação e garra. E, sobretudo, realizar um diagnóstico para identificar o foco da indisciplina,
para que o problema do empurra-empurra não aconteça.
“Os professores dizem que os responsáveis pela indisciplina em sala são os pais (que não
dão limites), que culpam os professores (que não são competentes) e a escola (que não tem
pulso firme) que culpa o sistema (que não dá condições), etc.” (VASCONCELLOS, 2009.
p. 66).
Vasconcellos (2009) afirma que muitos professores jogam a culpa no aluno, ao invés de
compreendê-los, não percebem que o aluno não é seu inimigo. O melhor caminho não é procurar o
culpado, mas sim saber que todos têm a responsabilidades, família, escola, o professor e sociedade.
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Segundo o autor o problema encontra-se na organização da sociedade mediada pelos agentes
(família, professor, escola).
De acordo com Antunes (2002), a indisciplina existe na escola a partir de três focos: sendo o
primeiro a própria escola, pois muitas vezes, a sua organização interna, a desunião do corpo
docente, a autoridade exercida, não encaram a indisciplina de frente, visto que a escola prepara o
aluno para “sucesso”, e não para sua felicidade, jamais para a vida. O segundo foco é o próprio
professor, pois de acordo com o autor, existem professores mal preparados, que não organizam suas
aulas e impõem a disciplina ao invés de conquistá-la, e ainda conhecer os seus próprios limites. O
terceiro foco é o próprio aluno que precisa de toda a atenção por parte dos professores, e às vezes
tentam chamar a atenção e acabam se excedendo.
Antunes (2002) propõe intervenções que ele mesmo chama de “salvadoras”. Em relação ao
primeiro foco, o autor menciona que a escola poderia se transformar ao assumir o que pretende ao
determinar algumas regras que julgam ser importantes. Apresentar uma comunicação límpida entre
os membros da comunidade escolar e mostrar que o diálogo é sem dúvida imprescindível, mudaria a
relação escola/aluno e a forma com que o aluno a perceberia.
Criar grupos de apoio pedagógico a professores, centrais de atendimento para alunos, pais e
professores que necessitem de orientação e acompanhamento, para assim lidar com o problema da
indisciplina. Mas o que o autor considera ser de suma importância na transformação seria a
mudança ousada e corajosa nos planejamentos pedagógicos, para que um dos principais focos da
indisciplina possa se debelar.
O autor menciona que o segundo foco acontece devido às ações de professores mal
preparados, mas esses professores necessitam de uma formação continuada, desde que queiram,
transformando o desejo de luta em realidade, em progresso. Fazer com que uma sala de aula fique
ordenada de acordo com as próprias vontades dos alunos, depende da postura do professor e da
maneira com que organiza a sua aula. Se o professor chega atrasado, se não estrutura suas aulas, não
faz plano de aula, não adianta querer que o aluno seja disciplinado, pois organização e disciplina
caminham juntos.
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mais difícil ainda; mas não se ensina e não educa quem não define limites, quem não constrói
democraticamente as linhas do que é e do que não é permitido”.
Por isso, é preciso que, primeiramente, o professor dê o exemplo. Ele não pode levar em
consideração o seguinte mito: que cada aluno sabe aquilo que pode e aquilo que não pode fazer, ou
seja, o que é permitido e o que não é. Os limites impostos pelo professor precisam ser claros e
objetivos, reiterados. Antunes (2002) afirma que uma boa conversa onde o professor coloca o que
se pretende, mas acolhe sugestões dos alunos, pode fazer com que estes descubram que regras se
constroem e que democracia e civismo também se treinam.
O terceiro foco na concepção do autor pode ser terrível e assustador, mas com soluções
previsíveis. É imprescindível que o professor dê devida atenção aos seus alunos e apresente um
olhar diferenciado para com estes. O professor que ministra sua aula não fazendo distinção entre os
bem-comportados e os que não são comportados, consegue maior participação de seus alunos. O
professor que vai até o aluno, transita por toda sala, faz as devidas intervenções cria um ambiente
harmônico para o aprendizado dos alunos e consegue que eles interajam com os assuntos discutidos
na aula.
“Um risco de indisciplina sempre muito grande é o professor ficar sentado, deixar que os
alunos à sua volta o procurem e, quando se dá conta, com a vista coberta por uma
verdadeira parede humana, perceber que o fogaréu da indisciplina incendiou a todos. Aí sair
gritando e exigindo silêncio significa desgastar a autoridade. Mais bom senso tem quem vai
até o aluno, procura-o em sua carteira, atende-o com presteza deixando esse aluno
sentadinho em seu lugar”. (ANTUNES, 2002. p. 28)
O professor que mantém a calma e está sempre de bom humor tem uma relação melhor com
seus alunos. Segundo Antunes (2002), a alegria é sempre um tiro certeiro na indisciplina, na
confusão. Os gestos do professor não podem conter exageros e é essencial que o professor conheça
as particularidades de cada aluno e, saiba falar também sua linguagem. Segundo o autor, o professor
precisa ser objetivo e explicar para os alunos a sua intenção em relação à qualquer atividade que
propuser, de maneira clara; para isso, necessita de uma postura firme, mas não autoritária, como
também orientar o aluno, ao invés de estar chamando a atenção dos alunos, edifica a aula. Dar
atenção e carinho ao aluno também é uma forma de combater a indisciplina, como explica Antunes
(2002, p. 32):
“Todo professor é e sempre será um artesão de amanhãs e para isso tem que descobrir
qualidades, investigar talentos, surpreender-se com revelações. [...] a imagem mais linda
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não estava necessariamente no mais culto, mas nos que te olharam com olhos gulosos de
carinho”.
Sabe-se que a indisciplina é uma realidade encontrada tanto nas escolas públicas quanto nas
particulares, independente da situação socioeconômica em que o aluno está inserido. Aquino (1996)
assevera que, enganam-se quem pensa que a indisciplina atravessa indistintamente as escolas
públicas e privadas:
“[...] Cada uma dessas formas de disciplina possui características próprias e encontra suas
bases de sustentação nos valores pertencentes àqueles grupos, no tipo de relação de poder
ali existente e nas características da atividade que o funda e que são sempre historicamente
determinadas. A indisciplina tende, portanto, a ser definida como a negação dessas regras
estabelecidas, muitas vezes denotando a própria perturbação ou desordem causada pelo
não-cumprimento delas” (NOGUEIRA E SILVA, 2008. p. 20).
Mas o que se evidencia é que os diferentes tipos de disciplina podem variar entre os
diferentes espaços de ensino e, contudo, o que é considerado como apenas um ato de indisciplina
em um determinado contexto, em outro já seria classificado como agressão e violência
(NOGUEIRA e SILVA, 2008, pg 21).
O sonho da maioria dos professores é ter uma sala de aula com alunos prestativos que
respondem aos estímulos feitos por parte dos professores. Mas de acordo com a revista Pátio
(2010), a realidade apresenta grupos diferenciados e situações nas quais os professores têm que
enfrentar a falta de limites e uma grande disparidade entre a educação que acredita ser a ideal e
aquela oferecida pelas famílias.
“Os relatos dos professores testemunham que a questão disciplinar é, atualmente, uma das
dificuldades fundamentais quanto ao trabalho escolar. Segundo eles, o ensino teria como
um de seus obstáculos centrais a conduta desordenada dos alunos, traduzida como:
bagunça, tumulto, falta de limite, maus comportamentos, desrespeito às figuras de
autoridade etc.” (AQUINO, 1996. p. 40).
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Estudos revelam a importância dos pais estabelecerem limites para seus filhos ainda
pequenos e ensiná-los que a vida em sociedade exige regras para serem cumpridas, e estas são
imprescindíveis para manter a ordem e para ter uma boa convivência entre as pessoas. Uma
hipótese do problema da indisciplina no aluno é a falta de limites que o aluno traz de casa. As
famílias estão trabalhando muito e cada vez mais, estão preocupadas em oferecer o melhor aos
filhos em relação a questões materiais e por isso, tentam compensar sua ausência com presentes, e
lhes dão uma liberdade excessiva, mesmo sabendo que seu filho necessita mais de carinho e atenção
do que gratificações é o que assevera Vasconcellos (1996).
Segundo Ferreira e Magalhães (2006), quando a família deixa a educação dos seus filhos sob
a responsabilidade exclusiva da escola, quando não cumprem o papel essencial de transmissão de
valores, tais como, o respeito mútuo e cooperação, nem tampouco correspondem ao essencial que
crianças e adolescentes necessitam (amor, carinho), por isso eles depositam na escola esta falta, e
com isso, a escola passa por grandes dificuldades.
“Por melhor que seja uma escola, por mais bem que estejam seus professores, nunca vai
suprir a carência deixada por uma família ausente. Pai, mãe, avó ou avô, tios, quem quer
que tenha a responsabilidade pela educação da criança deve dela participar efetivamente
sob pena de a escola não conseguir atingir seu objetivo. A família tem de acompanhar de
perto o que se desenvolve nos bancos escolar. A droga, a violência, a agressividade não
vitimam apenas os filhos dos outros” (CHALITA, 2001. p. 17-18).
A falta de união, diálogo, afetividade também implicam numa crise familiar, e isso reflete
diretamente na educação e comportamento dos filhos. Tal comportamento chega até a escola em
forma de indisciplina e desrespeito.
No que tange o comportamento dos filhos, há também outra hipótese de que quando o filho
é extremamente protegido, e é considerado o centro das atenções, onde tudo é permitido, ele a passa
a ser egocêntrico, exigente, e no ambiente familiar não respeita o espaço dos outros, nem a
autoridade do professor, como apontam Maldonado (1986).
O fracasso escolar apresenta-se como sendo um problema temido pela escola e a maioria dos
professores. De acordo com o dicionário Aurélio (2009), o termo fracasso se explica da seguinte
forma: como desgraça; desastre; ruína; perda; mau êxito; malogro. De acordo com Forgiarini e
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Silva (2007), fracasso escolar seria o mau êxito na escola, caracterizado, na compreensão de muitos,
como sendo a reprovação e a evasão escolar.
Partindo desse pressuposto, o que fica evidente é que a indisciplina está ligada ao fracasso
escolar. Percebe-se que muitos alunos indisciplinados não apresentam boas notas, não têm uma boa
participação durante as aulas e muitas vezes o professor não percebe que o fracasso escolar também
pode desencadear a indisciplina, onde os alunos que não conseguem aprender acabam se sentindo
inferiores, incapazes. O professor reclama das atitudes indisciplinadas ou até mesmo violentas dos
alunos, tanto dentro da sala de aula como fora dela, e ficam desanimados ao terem que enfrentar
este problema, é o que afirma Oliveira (2005. p. 14):
“A indisciplina é considerada um dos fatores que influenciam o fracasso escolar. Não
obstante a este fato, hoje em dia é muito comum ouvirmos relatos de professores
desgastados pela falta de disciplina de seus alunos, atitudes geradoras de violência dentro e
fora de sala de aula. Professores que desanimam e amedrontam-se frente a situações de
indisciplina em sala de aula. É um fator que causa danos ao professor e ao processo ensino-
aprendizagem, prejudicando também o aluno que pouco aproveita do que é ensinado em
sala de aula. Além disso, representa um transtorno não só para professores e coordenadores
pedagógicos, supervisores, diretores, mas, também, para os pais que, além de terem que
lidar no dia a dia com o problema de comportamento de seus filhos em casa e na rua, ainda
recebem constantes reclamações por parte dos professores sobre as atitudes dos mesmos na
escola."
É possível identificar por meio de pesquisas que há no Brasil muitos analfabetos, bem como
muitas crianças e adolescentes em idade escolar fora da escola. De acordo com dados publicados
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP) em 2007, 41% dos alunos que ingressam
na primeira série do Ensino Fundamental não conseguem terminar a 8ª (oitava) série, ou 9º (nono)
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ano. E 26% dos que entram no Ensino Médio não concluem e levam em torno de 10,2 anos e 3,7
anos respectivamente para concluírem (INEP apud FORGIARINI e SILVA, 2007).
Arroyo (2003) defende que o fracasso escolar está presente tanto nas escolas públicas como
nas escolas privadas e que há entre nós a cultura do fracasso, cultura essa que legitima práticas,
assim como cria fracassados, tolera discriminação e preconceitos tanto de raça como de gênero e
classe social, assim como possibilita a exclusão destes. De acordo com o autor, a cultura da
exclusão está materializada na organização e na estrutura do sistema escolar, no elitismo de alguns
diretores, especialistas ou professores.
A cultura escolar se sobrepõe aos valores que cada integrante da escola carrega, bem como,
as crenças, expectativas e seus comportamentos. E todos estes integrantes têm que se adequar ao
funcionamento das instituições. Uma vertente que se pode considerar como também sendo uma das
causas do fracasso é a própria condição em que estão integradas as classes populares. Arroyo
(2003, p. 18) afirma que:
“[...] os modelos de análise e intervenção pressupõem que os setores populares não serão
capazes de acompanhar o ritmo ‘normal’ de aprendizagem, chegam à escola defasados,
com baixo capital cultural, sem habilidades mínimas, sem interesse... Chegam à escola
reprováveis. Pesquisas já tem mostrado que a cultura escolar os estigmatiza e os rotula
como diferentes, incapazes, inferiores, menos-dotados para o domínio das habilidades
pretendidas e exigidas pelo processo de ensino-aprendizagem”.
De acordo com Arroyo (2003), a escola é uma instituição excludente, pois a escola tenta
adequar o seu currículo aos alunos de classe inferiorizada, exige menos, para que assim esses alunos
consigam passar de ano, porém segundo o autor, continua mantendo a cultura seletiva,
hierarquizadora, seriada e gradeada. O que o autor afirma é que o sucesso ou o fracasso da escola
são produzidos pelo sistema de ensino.
De acordo com Xavier e Rodrigues (2003) após muitas tentativas frustradas, muitas
reprovações e repetências é que se evadiram os analfabetos ou semianalfabetos, sem os
conhecimentos mínimos requeridos para a “sobrevivência” numa sociedade letrada. Os alunos
deixam as salas de aula confiantes que são inferiores mediante aos repetidos fracassos. Percebe-se
que ao encontrar dificuldades ao longo da jornada escolar, ou mesmo problemas enfrentados em
casa, muitos alunos desistem de estudar e se evadem das salas de aula e acabam por prejudicar a si
mesmos (XAVIER e ROGRIGUES, 2003, p. 70).
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A realidade que a escola atual encontra é a indisciplina associada ao fracasso escolar,
segundo Xavier e Rodrigues (2003), a agitação dos alunos, as conversas paralelas, o ritmo
diferenciado de respostas do grupo, as agressões físicas, os “palavrões”, os furtos, a presença de
alunos drogados, de alunos mais velhos, de alunos oriundos de classes especiais, o apego à práticas
tradicionais, rejeição de alguns alunos pelo grupo, influência na questão do fracasso escolar. E, caso
o professor não tenha uma prática pedagógica consciente e comprometida com a melhoria no
ensino, talvez o sucesso escolar seja uma meta inatingível.
Entre as justificativas estão o fato de considerarem que “os professores que não conseguem
ensinar, não conhecem o método correto ou não o aplicam adequadamente”. Como também, “as
crianças que seriam imaturas, desesperadas para aprender”. E, finalizando, “as famílias desses
alunos, que não os ajudam em casa”, (Xavier e Rodrigues, 2003, p. 92). Muitos professores
afirmam que a indisciplina dos alunos é a principal causa do não aprendizado dos mesmos. Costa
(1993) assevera que o fracasso escolar é predominantemente advindo de alunos filhos das classes
populares, as classes subalternas, os alunos das escolas públicas.
O aluno que fracassa na escola é considerado como portador de uma anormalidade, aquele
que foge dos padrões de normalidade estabelecidos pela classe dominante, possui algum tipo de
desvio ou déficits, considerado um problema patológico. Com isso, a escola encaminha-o para fazer
tratamentos em instituições especializadas. Costa (1993) menciona que também há outro lado nessa
perspectiva, onde afirma que esta ação da escola é preconceituosa e arcaica, e que muitas vezes é
vista nas atitudes de professores, mesmo que inconscientemente.
“Alguns profissionais mais ‘avançados’ procuram tirar o fardo do fracasso dos ombros da
criança e colocá-los nas costas da família, do seu meio ambiente. A criança fracassa, então
é porque a família é ‘mal-estruturada’, ‘o pai é alcoólatra’, ‘a mãe trabalha fora’, ou o
‘ambiente familiar’ é pobre em estímulo, ‘desfavorável’, etc.” (COSTA, 1993, p. 24).
Essas afirmações são preconceituosas, pois nem sempre a culpa é da família, mas sim de um
conjunto de fatores que incluem a prática que o professor exerce dentro da sala de aula, do seu
método de trabalho, mas isso raramente é questionado. O que muitas vezes também influencia no
fracasso escolar é a questão da estrutura da escola e da estrutura social. Pois nem sempre as escolas
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oferecem um espaço adequado, faltam recursos necessários que garantam aos estudantes uma
aprendizagem significativa.
Neste tópico serão apresentadas algumas das questões aplicadas aos professores e aos alunos
da escola pesquisa. Não serão apresentadas todas devido a limitação de espaço para a escritura do
artigo.
A unidade de análise foi a Escola Pública Estadual situada na cidade de São Luís de Montes
Belos-GO. A referida Escola apresenta salas com dimensões desproporcionais em relação ao
número de alunos, os ambientes não são climatizados, possuem um grande número de alunos que
residem na zona rural e em bairros considerados carentes. Os alunos são muito carinhosos, nota-se
que a carência além da carência financeira existe também a afetiva.
A primeira questão aplicada aos professores versou sobre o tempo de experiência em sala de
aula ou na gestão da escola.
Vale salientar que há uma variação considerável em relação ao período de experiência dos
profissionais do magistério que atuam na escola pesquisada. Dos oito respondentes um possui de 01
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a 03 anos de experiência, três possuem de 06 a 10 anos de experiência, um possui de 11 a 15 anos
de experiência e três possuem mais de 20 anos de experiência.
Por esse cenário pode-se inferir que não se trata de um grupo de professores com pouca
experiência em atividades escolares. Essa constatação colabora para a compreensão de que as
implicações da indisciplina não estariam relacionadas à falta de experiência dos profissionais que
atuam na escola. Mesmo porque, segundo Codo (1998), quanto maior a experiência do professor
mais saberá lidar com as situações em sala de aula.
Na questão que indagava aos alunos sobre “Você gosta de estudar”, cinco alunos
responderam que “sim” e um aluno respondeu “mais ou menos”. Dos cinco alunos que responderam
“sim”, três justificaram dizendo que aprendem muitas coisas novas e interessantes; os outros dois
justificaram dizendo que estudar faz com que as pessoas se tornem melhores e consigam um bom
emprego.
Já o aluno que respondeu “mais ou menos”, justificou dizendo que tem muita tarefa para
fazer e muita coisa para estudar para as provas e ele disse que não tem paciência para ficar o tempo
todo estudando e fazendo as tarefas que os professores passam.
Em relação à segunda questão, “Você gosta da escola, dos colegas e dos professores”, todos
os alunos responderam que gostam da escola, dos professores e dos colegas. Os alunos A1 e A2
deram a mesma justificativa, dizendo que se divertem muito com os colegas, aprendem com os
professores e que a escola é muito boa; o aluno A3 disse que os professores são bons, os colegas são
legais e que a escola é grande e limpa; o aluno A4 disse que a maioria dos professores tem muita
paciência com os alunos, que os colegas são divertidos e a escola é mais ou menos; os alunos A4 e
A5 deram a mesma justificativa dizendo que os professores são bons para dar aula, mas às vezes
ficam sem paciência porque os alunos conversam muito e que os colegas são legais, mas tem alguns
que deixam os professores nervosos por causa da conversa.
Pode-se perceber, pela fala dos alunos, que as relações mantidas entre alunos, escola,
professores e colegas é relativamente boa. Os alunos gostam da escola e veem o professor como
alguém em quem podem confiar e que está preocupado com sua aprendizagem.
Sobre a questão número três “Na sua opinião os professores ensinam bem?”, quatro alunos
responderam que sim e deram a mesma justificativa, afirmando que os professores explicam bem,
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corrigem os exercícios e explicam de novo se os alunos não entenderam, mas tem colegas que ficam
brincando na hora das correções. Dois alunos responderam que “mais ou menos”, porque tem
algumas explicações que eles não entendem. O aluno A5 disse que os professores, às vezes, falam
coisas que eles não entendem e, o aluno A6 disse que os professores explicam de maneira
complicada, com palavras difíceis de entender.
Com a justificativa desses dois alunos, nota-se a importância da linguagem utilizada pelo
professor para a aprendizagem dos alunos, pois como diz Franchi (1998, p. 73) “os professores
devem compreender a linguagem do aluno e se esforçar para ensiná-lo de uma forma a que possam
entender o que falam, pois somente assim, sua fala terá significado para os alunos, que poderão
formar seus conhecimentos pelo entendimento das explicações do professor”.
Sobre “as aulas serem diferenciadas”, cinco alunos responderam dizendo que os professores
dão aulas de muitas maneiras: explicam a matéria conversando com os alunos, dão exemplos
diversos e muitos exercícios. O aluno que respondeu “mais ou menos” disse que os professores dão
muitas aulas falando e ele fica com preguiça de ouvir tantas explicações, por isso acha essas aulas
muito “chatas”.
Todos os alunos responderam que moram com os pais. Esse fato é muito importante porque
a estrutura familiar é fundamental para a segurança emocional dos alunos, como também serve de
incentivo para a aprendizagem. Em família eles aprendem valores que vivenciarão na escola.
Na questão sobre “Você tem ajuda para fazer as tarefas escolares”, quatro alunos disseram
que têm ajuda em casa para fazer as tarefas escolares, mas não é sempre, pois os pais trabalham e os
irmãos mais velhos não têm paciência para ensina-los. Dois alunos responderam que “não”: um
aluno disse que a mãe trabalha muito e não tem tempo; o outro aluno disse que os pais trabalham e
ele passa o dia sozinho com seus irmãos.
Na visão de Meksenas (1994), a família e a escola podem ser pensadas como a chave para
que se construam os meios necessários para evitar a repetência e estimular a permanência dos
alunos nas escolas, mas é preciso que a família auxilie os alunos em casa. Família e escola são
pontos cruciais que, funcionando em conjunto, são extremamente importantes para que tanto
professores quanto alunos sigam o caminho que leve ao sucesso escolar.
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Quanto à questão de estudar todos os dias, três alunos disseram que estudam todos os dias e
justificaram dizendo que tem tarefas para casa todo dia e que a mãe cobra deles, mesmo quando não
os ajudam a fazê-las. Três alunos responderam que não, só estudam quando a mãe obriga ou quando
vão ter prova.
Franchi (1998) pontua que a avaliação escolar não pode ser apenas quanto à quantidade do
que o aluno aprende de cada disciplina, mas deve abranger o aluno em sua totalidade, pois cada
mudança de comportamento, cada mudança na forma de se relacionar com os colegas e com a
professora, toda mudança de hábitos e atitudes, também são aprendizagens feitas pelos alunos,
proporcionadas pela escola, e isso também deve ser avaliado, a fim de que a avaliação não seja
apenas quantitativa, mas também qualitativa.
Sobre o que acham “mais difícil na escola”, dois alunos responderam que o mais difícil na
escola é aprender matemática; dois alunos disseram que é aprender português; um aluno disse que
tem dificuldade com os deveres de casa, diz não conseguir fazer todos os exercícios e, o último
aluno respondeu que mora longe e chega cansado na escola, fica desanimado para prestar atenção
na aula.
Nota-se que, mesmo que a maioria dos alunos percebam as relações com seus professores e
com a escola de maneira positiva, ainda assim há dificuldades de aprendizagem; por isso, é
necessário que os professores revejam a metodologia de suas aulas a fim de que o conteúdo
ministrado possa ser aprendido por todos os alunos.
No que se refere ao estudo das causas da indisciplina no âmbito escolar, observou-se que,
diante do fato de que a indisciplina tem sido uma das maiores causas do fracasso escolar, é
necessário que os professores busquem conhecer as causas dessa indisciplina afim de buscar
soluções.
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Nesse contexto, pode-se afirmar que uma das maiores consequências da indisciplina diz
respeito à aprendizagem escolar, visto que a indisciplina tem sido uma das maiores causas de
repetência; por isso ela tem sido um dos maiores desafios contemporâneos enfrentados pela escola.
Entretanto, sabe-se que a indisciplina sozinha, fora de um contexto, não é a responsável pelo
fracasso escolar dos alunos, são várias as causas que contribuem para isso.
A relação entre indisciplina e fracasso escolar está no fato de que o aluno indisciplinado
tende a não prestar atenção nas aulas e, com isso, não aprende o conteúdo. Com isso, fica sem os
conhecimentos necessários para a realização das atividades avaliativas. Além disso, o aluno
indisciplinado tem a tendência de se rebelar contra as normas e regras impostas pelos professores,
por isso quase sempre não fazem as atividades propostas e não participam ativamente dos grupos de
trabalhos escolares.
Tal comportamento entra em choque com a escola. Pois, a escola apresenta em seu
regimento, regras que são impostas para garantir o bom funcionamento e a ordem, que muitas vezes
são consideradas desnecessárias e incompreendidas aos olhos dos alunos. A escola deve deixar de
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lado o autoritarismo e buscar parcerias com as famílias, como também procurar, como medida de
ação, as causas da Indisciplina e não acusar os culpados.
Por meio da colaboração das famílias, de toda equipe escolar e de políticas públicas que
valorizem mais o trabalho docente, com ofertas de cursos de formação continuada e melhores
salários, estrutura física do ambiente escolar para que os estudantes tenham boas condições de
ampliarem seus conhecimentos, permanecerem na escola e terem sucesso nos estudos, diminuindo
assim a repetência e o fracasso escolar, fatores que como foram demonstrados na pesquisa
conduzem e ou reforçam a indisciplina na sala de aula.
Assim, para que o fracasso pode ser abolido da vida escolar do aluno, é necessário haver
uma reformulação na sociedade como um todo, mas enquanto isso não acontecer, a escola e a
família devem continuar a preocupar-se em possibilitar ao aluno a aquisição de aprendizagens
necessárias para a formação de conhecimentos. A família deve apoiar, estar presente na escola e
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auxiliar nas tarefas; o professor deve buscar metodologias que possibilitem um melhor aprendizado,
deve motivar e incentivar o aluno; a escola deve oferecer um ambiente tranquilo é bem estruturado.
Vale destacar que as ações propostas no estudo apresentado precisam ser eficazes, políticas
públicas devem ser desenvolvidas no sentido de (re) pensar o sistema educativo rapidamente no
Estado de Goiás, não há espaço para educadores despreparados e a administração escolar precisa ser
conduzida como um processo bilateral, como compreendidos na pesquisa de campo no
desenvolvimento desta dissertação, é hora de ação; soluções efetivas e concretas. Os professores
têm que repensar a didática, buscar meios e mecanismos para fazer com que as aulas sejam atrativas
e consequentemente produtivas e em contrapartida, uma mobilização por parte da comunidade
escolar no Município de São Luis de Montes Belos, para que a Indisciplina possa ser tratada com a
devida atenção e assim o fracasso escolar não terá mais um muro invisível que o sustenta.
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