Processo Declarativo Instrução
Processo Declarativo Instrução
Processo Declarativo Instrução
Artigo 6.º
São representados pelo Ministério Público o Estado e as demais pessoas e entidades previstas na lei.
Artigo 7.º
Sem prejuízo do regime do apoio judiciário, quando a lei o determine ou as partes o solicitem, o
Ministério Público exerce o patrocínio:
b) Dos hospitais e das instituições de assistência, nas ações referidas na alínea d) do n.º 1 do artigo 126.º
da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, e nas correspondentes execuções, desde que estes não possuam
serviços de contencioso;
c) Das pessoas que, por determinação do tribunal, houverem prestado os serviços ou efetuado os
fornecimentos a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 126.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto.
Artigo 8.º
Recusa do patrocínio
3 - Os prazos de propositura da acção e de prescrição não correm entre a notificação a que se refere o
número anterior e a notificação da decisão que vier a ser proferida sobre a reclamação.
Artigo 9.º
Constituído mandatário judicial, cessa a representação ou o patrocínio oficioso que estiver a ser
exercido, sem prejuízo da intervenção acessória do Ministério Público.
TÍTULO II
Competência
CAPÍTULO I
Competência internacional
Artigo 10.º
1 - Na competência internacional dos juízos do trabalho estão incluídos os casos em que a ação pode ser
proposta em Portugal, segundo as regras de competência territorial estabelecidas neste Código, ou em
que os factos que integram a causa de pedir na ação tenham sido praticados, no todo ou em parte, em
território português.
Jurisprudência
1. Ac. TRP de 13.03.2017 I - A competência internacional dos tribunais portugueses para conhecer de
determinado litígio de natureza laboral só se afere em função do artigo 10.º do CPT, desde que não seja
aplicável ao caso convenção de direito internacional.II - O Regulamento (EU) n.º 1215/2012, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2012, relativo ? competência judiciária, ao
reconhecimento e ? execução de decisões em matéria civil e comercial, aplicável em matéria civil e
comercial, independentemente da natureza da jurisdição, regula a ?Competência em matéria de
contratos individuais de trabalho?, nos artigos 20.º a 23.º.III - Tendo a Ré domicílio social em França e
resultando do contrato de trabalho que o local da prestação do trabalho era em França, bem assim que
o trabalhador foi contratado em França, deve concluir-se que os Tribunais portugueses não têm
competência internacional para conhecer do presente litígio. O facto do autor ser cidadão português e
ter domicílio pessoal em Portugal não é suficiente para determinar a competência dos Tribunais
Portugueses.IV - A incompetência absoluta decorrente da violação das regras de competência
internacional [art.º 96.º al. a), do CPC] é uma excepção dilatória que o Tribunal aprecia oficiosamente,
devendo abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância [art.º 278.º 1, al. a), do CPC)].V -
Contudo, o mesmo Regulamento contém ainda normas que regulam a extensão de competência e,
também, o conhecimento oficioso da competência internacional por parte dos Estados-Membros, em
concreto, no que aqui importa, os artigos 26.º da Secção 7 (Extensão de Competência) e 28.º da SECÇÃO
8 (Verificação da competência e da admissibilidade).VI - Da conjugação do artigo 28.º 1 com o art.º
26.º1, retira-se que o conhecimento oficioso em matéria de competência internacional, ? luz das regras
estabelecidas do Regulamento, nos casos em que o requerido domiciliado num Estado-Membro seja
demandado no tribunal de outro Estado-Membro, apenas é permitido quando aquele não compareça
em juízo ou quando comparecendo a sua intervenção no processo tenha tido como único objectivo a
arguição da incompetência do Tribunal.VII - A Ré foi citada em França, no seu domicílio social, e fez-se
representar na audiência de partes por mandatário judicial, o qual apresentou procuração com poderes
especiais. Como não se logrou alcançar a resolução do litígio por acordo, a Ré foi imediatamente
notificada para contestar a acção sob cominação de se considerarem confessados os factos articulados
pelo autor e ser proferida sentença como é de direito.VIII - Não tendo a Ré contestado, para os efeitos
do artigo 28.º/1 do Regulamento, compareceu em juízo e, logo, o juiz não podia declarar-se
oficiosamente incompetente. Só o poderia fazer caso a Ré tivesse contestado e suscitado essa exceção,
coisa que não fez.
2. Ac. do STJ de 26.09.2018 Competência internacional dos tribunais do trabalho.Acordo judiciário
entre Portugal e São Tomé e Príncipe.Pacto privativo de jurisdição. 1. Sempre que a ação possa ser
proposta em Portugal, segundo as regras de competência territorial estabelecidas no Código de
Processo do Trabalho, os tribunais do trabalho portugueses são internacionalmente competentes.2. Esta
regra não é afastada pelo art.º 4 do Acordo judiciário entre Portugal e ..., publicado no Diário da
República de 12 de julho de 1976, que se limita a estabelecer que a competência internacional dos
tribunais das duas Partes contratantes será determinada segundo as regras privativas da legislação de
cada um dos Estados.3. Nos termos do art.º 11 do Código de Processo do Trabalho, não pode ser
invocada perante os tribunais portugueses uma cláusula, inserta num contrato de trabalho, que afasta a
competência internacional reconhecida pela lei aos tribunais portugueses.
Artigo 11.º
Não podem ser invocados perante tribunais portugueses os pactos ou cláusulas que lhes retirem
competência internacional atribuída ou reconhecida pela lei portuguesa, salvo se outra for a solução
estabelecida em convenções internacionais.
Jurisprudência
CAPÍTULO II
Competência interna
SECÇÃO I
Os juízos do trabalho funcionam como instância de recurso nos casos previstos na lei.
SECÇÃO II
Competência territorial
Artigo 13.º
Regra geral
1 - As ações devem ser propostas no juízo do trabalho do domicílio do réu, sem prejuízo do disposto nos
artigos seguintes.
Artigo 14.º
3 - Sendo o trabalho prestado em mais de um lugar, podem as ações referidas no n.º 1 ser intentadas no
juízo do trabalho de qualquer desses lugares.
Artigo 15.º
1 - As ações emergentes de acidentes de trabalho e de doença profissional devem ser propostas no juízo
do trabalho do lugar onde o acidente ocorreu ou onde o doente trabalhou pela última vez em serviço
suscetível de originar a doença.
2 - Se o acidente ocorrer no estrangeiro, a ação deve ser proposta em Portugal, no juízo do trabalho do
domicílio do sinistrado.
3 - As participações exigidas por lei devem ser dirigidas ao juízo do trabalho a que se referem os
números anteriores.
Artigo 16.º
Artigo 17.º
As ações a que se referem as alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 126.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto,
são propostas no juízo do trabalho que for competente para a causa a que respeitarem e correm por
apenso ao processo, se o houver.
Artigo 18.º
Artigo 19.º
1 - São nulos os pactos ou cláusulas pelos quais se pretenda excluir a competência territorial atribuída
pelos artigos anteriores.
2 - A incompetência em razão do território deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal, observando-
se, quanto ao mais, o regime estabelecido nos artigos 102.º a 108.º do Código de Processo Civil, com as
necessárias adaptações.
Artigo 19.º-A
Sempre que as regras previstas no presente Código remetam para área não inserida no âmbito da
competência territorial de qualquer juízo do trabalho, o juízo competente é determinado de acordo com
o disposto na Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, e no Decreto-Lei n.º 49/2014, de 27 de março, que
procede à regulamentação desta.
CAPÍTULO III
Extensão da competência
Artigo 20.º
Questões prejudiciais
O disposto no artigo 92.º do Código de Processo Civil é aplicável às questões de natureza civil, comercial,
criminal ou administrativa, excetuadas as questões sobre o estado das pessoas em que a sentença a
proferir seja constitutiva.
TÍTULO III
Processo
CAPÍTULO I
Distribuição
Artigo 21.º
Espécies
6.ª Ações para cobrança de dívidas resultantes da prestação de serviços de saúde ou de quaisquer
outros que sejam da competência dos juízos do trabalho;
11.ª Outras cartas precatórias ou rogatórias que não sejam para simples notificação ou citação;
As participações e os demais papéis que se destinam a servir de base a processos das espécies 3.ª e 4.ª
são apresentados obrigatoriamente ao Ministério Público, que, em caso de urgência, deve ordenar as
diligências convenientes.
CAPÍTULO II
Citações e notificações
Artigo 23.º
Regra geral
Artigo 24.º
3 - (Revogado.)
Artigo 25.º
1 - As citações e notificações que não devam ser feitas por via postal nem por mandatário judicial, bem
como as diligências que, no critério do juiz da causa, não exijam conhecimentos especializados, são
solicitadas:
b) A qualquer juízo territorialmente competente, se a área em que tenham de ser efetuadas não for
abrangida pela competência de um juízo do trabalho.
b) Ao juízo competente para conhecer de questões do foro laboral na área em que tenham de ser
efetuadas, se a mesma não for abrangida pela competência de um juízo do trabalho.
3 - Quando exista mais de um juízo do trabalho na mesma comarca, a respetiva competência, para
efeito do disposto no n.º 1, determina-se de acordo com a área de jurisdição dentro dessa comarca.
CAPÍTULO III
Instância
Artigo 26.º
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 137.º do Código de Processo Civil, os atos a praticar nas
ações referidas nas alíneas f), g) e h) do número anterior apenas têm lugar em férias judiciais quando,
em despacho fundamentado, tal for determinado pelo juiz.
Artigo 27.º
1 - Cumpre ao juiz, sem prejuízo do ónus de impulso especialmente imposto pela lei às partes, dirigir
ativamente o processo e providenciar pelo seu andamento célere, promovendo oficiosamente as
diligências necessárias ao normal prosseguimento da ação, recusando o que for impertinente ou
meramente dilatório e, ouvidas as partes, adotando mecanismos de simplificação e agilização processual
que garantam a justa composição do litígio em prazo razoável.
a) Mandar intervir na ação qualquer pessoa e determinar a realização dos atos necessários ao
suprimento da falta de pressupostos processuais suscetíveis de sanação;
Artigo 27.º-A
Mediação
1 - É permitido ao autor aditar novos pedidos e causas de pedir, nos termos dos números seguintes.
2 - Se, até à audiência final, ocorrerem factos que permitam ao autor deduzir contra o réu novos
pedidos, pode ser aditada a petição inicial, desde que a todos os pedidos corresponda a mesma forma
de processo.
3 - O autor pode ainda deduzir contra o réu novos pedidos, nos termos do número anterior, embora
esses pedidos se reportem a factos ocorridos antes da propositura da ação, desde que justifique a sua
não inclusão na petição inicial.
4 - Nos casos previstos nos números anteriores, o réu é notificado para contestar tanto a matéria do
aditamento como a sua admissibilidade.
Artigo 29.º
1 - A instância não pode ser modificada por sucessão entre vivos da parte trabalhadora.
Artigo 30.º
Reconvenção
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 98.º-L, a reconvenção é admissível quando o pedido do
réu emerge do facto jurídico que serve de fundamento à ação e nos casos referidos na alínea o) do n.º 1
do artigo 126.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, desde que, em qualquer dos casos, o valor da causa
exceda a alçada do tribunal.
2 - Não é admissível a reconvenção quando ao pedido do réu corresponda espécie de processo diferente
da que corresponde ao pedido do autor.
Artigo 31.º
Apensação de acções
1 - A apensação de ações nos termos do artigo 267.º do Código de Processo Civil pode também ser
ordenada oficiosamente ou requerida pelo Ministério Público, ainda que este não represente ou
patrocine qualquer das partes.
3 - Para o efeito dos números anteriores, a secretaria deve informar os magistrados das ações que se
encontrem em condições de ser apensadas.
CAPÍTULO IV
SECÇÃO I
Procedimento cautelar comum
Artigo 32.º
Procedimento
1 - Aos procedimentos cautelares aplica-se o regime estabelecido no Código de Processo Civil para o
procedimento cautelar comum, incluindo no que respeita à inversão do contencioso prevista nesse
diploma, com as seguintes especialidades:
b) Sempre que seja admissível oposição do requerido, esta é apresentada até ao início da audiência
final;
c) A decisão é sucintamente fundamentada, regendo-se a sua gravação e transcrição para a ata pelo
disposto no artigo 155.º do Código de Processo Civil.
2 - Nos casos de admissibilidade de oposição, as partes são advertidas para comparecer pessoalmente
ou, em caso de justificada impossibilidade de comparência, fazer-se representar por mandatário com
poderes especiais para confessar, desistir ou transigir, na audiência final, na qual se procederá à
tentativa de conciliação.
3 - Sempre que as partes se fizerem representar nos termos do número anterior, o mandatário deve
informar-se previamente sobre os termos em que o mandante aceita a conciliação.
4 - A falta de comparência de qualquer das partes ou dos seus mandatários não é motivo de adiamento.
Artigo 33.º
Aplicação subsidiária
1 - O disposto no artigo anterior é aplicável aos procedimentos cautelares previstos na secção seguinte
em tudo quanto nesta se não encontre especialmente regulado.
2 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o regime de inversão do contencioso estabelecido no
Código de Processo Civil é aplicável, com as necessárias adaptações e com as especialidades previstas no
presente Código, às providências cautelares reguladas na secção seguinte.
SECÇÃO II
SUBSECÇÃO I
Suspensão de despedimento
Artigo 33.º-A
Âmbito
Artigo 33.º-B
Intervenção do Ministério Público
1 - Após a receção da participação prevista no n.º 4 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 102/2000, de 2 de
junho, que aprova o Estatuto da Inspeção-Geral do Trabalho, o Ministério Público dispõe de 20 dias para
instaurar o procedimento cautelar de suspensão de despedimento.
Artigo 34.º
Requerimento
4 - Nos casos de despedimento coletivo, por extinção de posto de trabalho e por inadaptação, o juiz
ordena a notificação do requerido para, no prazo da oposição, juntar aos autos os documentos
comprovativos do cumprimento das formalidades exigidas.
Jurisprudência
Artigo 35.º
Meios de prova
1 - As partes podem apresentar qualquer meio de prova, sendo limitado a três o número de
testemunhas por parte.
Artigo 36.º
Audiência final
3 - Se a complexidade da causa o justificar, a decisão pode ser proferida no prazo de 8 dias, se não
tiverem decorrido mais de 30 dias a contar da entrada do requerimento inicial.
Artigo 36.º-A
Sempre que a audiência final do procedimento cautelar ocorra em simultâneo com a audiência de
partes prevista no artigo 98.º-I:
b) Finda a audiência, é extraída certidão do requerimento inicial e da ata referida na alínea anterior e
autuada como ação de impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento;
c) A ação referida na alínea anterior prossegue os ulteriores termos por dependência do procedimento
cautelar em cujo requerimento inicial foi originariamente formulado o respetivo pedido, nos termos do
n.º 5 do artigo 34.º
1 - Na falta de comparência injustificada do requerente, ou de ambas as partes, sem que se tenham feito
representar por mandatário com poderes especiais, a providência é logo indeferida.
2 - Se o requerido não comparecer nem justificar a falta no próprio ato, ou não se fizer representar por
mandatário com poderes especiais, a providência é julgada procedente, salvo se tiver havido
cumprimento do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 34.º, caso em que o juiz decide com base nos
elementos constantes dos autos e na prova que oficiosamente determinar.
Artigo 38.º
1 - Se o requerido não cumprir injustificadamente o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 34.º, a providência
é decretada.
2 - Se o não cumprimento for justificado até ao termo do prazo da oposição, o juiz decide com base nos
elementos constantes dos autos e na prova que oficiosamente determinar.
Artigo 39.º
Decisão final
2 - A decisão sobre a suspensão tem força executiva relativamente às retribuições em dívida, devendo o
empregador, até ao último dia de cada mês subsequente à decisão, juntar documento comprovativo do
seu pagamento.
3 - A execução, com trato sucessivo, segue os termos do artigo 90.º, com as necessárias adaptações.
Artigo 40.º
Recurso
3 - O recurso previsto nos números anteriores tem efeito meramente devolutivo, mas ao recurso da
decisão que decretar a providência é atribuído efeito suspensivo se, no ato de interposição, o recorrente
depositar no tribunal a quantia correspondente a seis meses de retribuição do recorrido, acrescida das
correspondentes contribuições para a segurança social.
4 - Enquanto subsistir a situação de desemprego pode o trabalhador requerer ao tribunal, por força do
depósito, o pagamento da retribuição a que normalmente teria direito.
Jurisprudência obrigatória
1. Ac. do STJ de Uniformização de jurisprudência n.º 6/2016, de 18.02.2016 : «Interposto recurso com
efeito suspensivo para o Tribunal da Relação da decisão proferida em providência cautelar que tenha
decretado a suspensão do despedimento, não são devidas ao trabalhador retribuições entre a data do
despedimento e o trânsito em julgado do acórdão do Tribunal da Relação que confirme a suspensão do
despedimento, sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 40.º do Código de Processo do Trabalho,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 480/99, de 9 de novembro»
Artigo 40.º-A
Caducidade da providência
2 - O disposto na alínea a) do número anterior não é aplicável quando for requerida a impugnação da
regularidade e licitude do despedimento, nos termos do n.º 5 do artigo 34.º e do artigo 98.º-C.
SUBSECÇÃO II
Artigo 41.º
Requerimento e resposta
Artigo 42.º
Decisão final
Artigo 43.º
Disposições aplicáveis
SUBSECÇÃO III
Artigo 44.º
Âmbito e legitimidade
2 - O requerimento das providências a que se refere o número anterior não prejudica o dever de
atuação de quaisquer outras autoridades competentes.
Exame
1 - Apresentado o requerimento, o juiz pode determinar a realização, pela entidade com competência
inspectiva em matéria laboral, de exame sumário às instalações, locais e processos de trabalho, com
vista à detecção dos perigos alegados pelo requerente.
2 - O relatório do exame a que se refere o número anterior deve ser apresentado em prazo a fixar pelo
juiz, não superior a 10 dias.
Artigo 46.º
1 - Produzidas as provas que forem julgadas necessárias, o juiz ordena as providências adequadas se
adquirir a convicção de que, sem elas, o perigo invocado ocorrerá ou subsistirá.
SUBSECÇÃO IV
Disposição final
Artigo 47.º
Regime especial
Os procedimentos cautelares especificados regulados no Código de Processo Civil que forem aplicáveis
ao foro laboral seguem o regime estabelecido nesse Código.
CAPÍTULO V
Artigo 48.º
Espécies de processos
3 - O processo especial aplica-se nos casos expressamente previstos na lei; o processo comum é
aplicável nos casos a que não corresponda processo especial.
Artigo 49.º
1 - O processo declarativo comum segue a tramitação estabelecida nos artigos 54.º e seguintes.
2 - Nos casos omissos, e sem prejuízo do disposto no artigo 1.º, aplicam-se subsidiariamente as
disposições do Código de Processo Civil sobre o processo comum de declaração.
3 - O juiz pode abster-se de proferir o despacho previsto no artigo 596.º do Código de Processo Civil,
sempre que a enunciação dos temas da prova se revestir de simplicidade.
Artigo 50.º
TÍTULO IV
CAPÍTULO I
Tentativa de conciliação
Artigo 51.º
Tentativa de conciliação
2 - A tentativa de conciliação é presidida pelo juiz e destina-se a pôr termo ao litígio mediante acordo
equitativo, devendo o juiz empenhar-se ativamente na obtenção da solução mais adequada aos termos
do litígio.
Artigo 52.º
Desnecessidade de homologação
Artigo 53.º
1 - O auto de conciliação deve conter pormenorizadamente os termos do acordo no que diz respeito a
prestações, respectivos prazos e lugares de cumprimento.
CAPÍTULO II
Articulados
Artigo 54.º
Despacho liminar
1 - Recebida a petição, se o juiz nela verificar deficiências ou obscuridades, deve convidar o autor a
completá-la ou esclarecê-la, sem prejuízo do seu indeferimento nos termos do disposto no n.º 1 do
artigo 590.º do Código de Processo Civil.
2 - Estando a ação em condições de prosseguir, o juiz designa uma audiência de partes, a realizar no
prazo de 15 dias.
3 - O autor é notificado e o réu é citado para comparecerem pessoalmente ou, em caso de justificada
impossibilidade de comparência, se fazerem representar por mandatário judicial com poderes especiais
para confessar, desistir ou transigir.
4 - Com a citação é remetido ou entregue ao réu duplicado da petição inicial e cópia dos documentos
que a acompanhem.
5 - Se a falta à audiência for julgada injustificada, o faltoso fica sujeito às sanções previstas no Código de
Processo Civil para a litigância de má-fé.
Artigo 55.º
Audiência de partes
2 - Após a resposta do réu, o juiz procurará conciliar as partes, nos termos e para os efeitos dos artigos
51.º a 53.º
Artigo 56.º
b) Determinar a prática dos atos que melhor se ajustem ao fim do processo, bem como as necessárias
adaptações, depois de ouvidas as partes presentes;
c) Fixar a data da audiência final, com observância do disposto no artigo 151.º do Código de Processo
Civil.
Artigo 57.º
Efeitos da revelia
1 - Se o réu não contestar, tendo sido ou devendo considerar-se regularmente citado na sua própria
pessoa, ou tendo juntado procuração a mandatário judicial no prazo da contestação, consideram-se
confessados os factos articulados pelo autor e é logo proferida sentença a julgar a causa conforme for
de direito.
Jurisprudência
Artigo 58.º
1 - Quando o Ministério Público patrocine um trabalhador, réu na ação, deve, dentro do prazo inicial
para oferecimento da contestação, declarar no processo que assumiu esse patrocínio, contando-se o
prazo para contestar a partir dessa declaração.
2 - Verificado o circunstancialismo previsto nos n.os 4 e 5 do artigo 569.º do Código de Processo Civil,
pode ser prorrogado, até 10 dias, o prazo para apresentar a contestação.
Artigo 59.º
2 - Havendo lugar a várias contestações, a notificação tem lugar depois de apresentada a última ou de
haver decorrido o prazo para o seu oferecimento.
Artigo 60.º
1 - Se o valor da causa exceder a alçada do tribunal e tiver havido reconvenção, pode o autor responder
à respetiva matéria no prazo de 15 dias.
3 - Não havendo reconvenção, nem se verificando o disposto no número anterior, só são admitidos
articulados supervenientes nos termos do artigo 588.º do Código de Processo Civil ou para os efeitos do
artigo 28.º do presente Código.
4 - A falta de resposta à reconvenção tem o efeito previsto no artigo 574.º do Código de Processo Civil.
5 - Às exceções deduzidas no último articulado admissível pode a parte contrária responder na audiência
prévia ou, não havendo lugar a ela, no início da audiência final.
Jurisprudência
Artigo 60.º-A
2 - Tendo havido oposição à reintegração, o autor pode sempre responder à contestação no prazo de 10
dias.
CAPÍTULO III
Artigo 61.º
1 - Findos os articulados, o juiz profere, sendo caso disso, despacho pré-saneador nos termos e para os
efeitos dos n.os 2 a 7 do artigo 590.º do Código de Processo Civil, sem prejuízo do disposto no artigo
27.º do presente Código.
Artigo 62.º
Audiência prévia
2 - A audiência prévia deve realizar-se no prazo de 20 dias, sendo-lhe aplicável o disposto no artigo 591.º
do Código de Processo Civil, sem prejuízo do preceituado no n.º 3 do artigo 49.º do presente Código.
3 - Havendo lugar a audiência prévia, fica sem efeito a data anteriormente designada para a audiência
final.
CAPÍTULO IV
Instrução
Artigo 63.º
2 - O rol de testemunhas pode ser alterado ou aditado até 20 dias antes da data em que se realize a
audiência final, sendo a parte contrária notificada para usar, querendo, de igual faculdade no prazo de 5
dias.
Artigo 64.º
1 - As partes não podem oferecer mais de 10 testemunhas para prova dos fundamentos da ação e da
defesa; nas ações de valor não superior à alçada do tribunal de primeira instância o limite do número de
testemunhas é reduzido para metade.
2 - No caso de reconvenção, as partes podem oferecer ainda 10 testemunhas para prova dos seus
fundamentos e respetiva defesa.
Artigo 65.º
(Revogado.)
Artigo 66.º
1 - As testemunhas são notificadas para comparecer na audiência final ou para serem inquiridas por
meio de equipamento tecnológico que permita a comunicação, por meio visual e sonoro, em tempo
real, salvo no caso previsto no n.º 2 do artigo 63.º ou se a parte se comprometer a apresentá-las.
2 - As testemunhas em processo judicial cuja causa de pedir seja a prática de assédio são notificadas
pelo tribunal.
Artigo 67.º
Inquirição de testemunhas
1 - As testemunhas residentes na área de competência territorial do juízo da causa depõem
presencialmente na audiência final, salvo o disposto no número seguinte.
2 - São ouvidas por meio de equipamento tecnológico que permita a comunicação, por meio visual e
sonoro, em tempo real, a partir de tribunal ou juízo da área da sua residência:
a) As testemunhas residentes fora do município onde se encontra sediado o juízo da causa, caso o juiz, a
requerimento da própria testemunha ou de alguma das partes, o determine por despacho irrecorrível;
b) As testemunhas residentes em município não abrangido pela área de competência territorial do juízo
da causa, salvo quando a parte deva apresentá-las nos termos do artigo anterior.
3 - Nos casos previstos no número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos
n.os 2 a 4 do artigo 502.º do Código de Processo Civil.
CAPÍTULO V
Audiência final
Artigo 68.º
2 - A audiência é sempre gravada, nos termos previstos no artigo 155.º do Código de Processo Civil.
3 - (Revogado.)
4 - (Revogado.)
5 - (Revogado.)
Contém as alterações dos seguintes diplomas:
Jurisprudência
1. Ac. STJ de 22.02.2017 6. No processo laboral o registo da prova continua a ter carácter facultativo,
tal como se encontra definido no art.º 68.º do CPT, disposição que não foi derrogada pela primeira parte
do n.º 1 do art.º 155.º do CPC.7. O facto de as partes não terem requerido a gravação da audiência de
discussão e julgamento, e de não constar da ata despacho a determiná-la oficiosamente, não é
relevante para que essa gravação não possa ser considerada para efeitos de impugnação da decisão da
matéria de facto, na medida em que tal gravação foi efetuada através do programa informático utilizado
no tribunal, em conformidade com o disposto na segunda parte do n.º 1 e números seguintes do art.º
155.º do CPC, com registo na própria ata de julgamento, assinada pelo juiz.8. Existindo registo
magnético oficial com a gravação da audiência, as partes passam a ter o direito a impugnar a matéria de
facto, beneficiando assim, caso o façam, do acréscimo do prazo para interpor recurso, que passa a ser
de trinta dias, nos termos do art.º 80.º n.os 1 e 3 do CPT, ou seja ao prazo normal de vinte dias acrescem
dez dias.
Artigo 69.º
(Revogado.)
Artigo 70.º
2 - O juiz procura sempre conciliar as partes, aplicando-se o disposto nos artigos 52.º e 53.º
4 - (Revogado.)
Artigo 71.º
2 - Se alguma das partes faltar injustificadamente e não se fizer representar por mandatário judicial,
consideram-se provados os factos alegados pela outra parte que forem pessoais do faltoso.
3 - Se ambas as partes faltarem injustificadamente e não se fizerem representar por mandatário judicial,
consideram-se provados os factos alegados pelo autor que sejam pessoais do réu.
4 - Se alguma ou ambas as partes apenas se fizerem representar por mandatário judicial, o juiz ordenará
a produção da prova que haja sido requerida e se revele possível e a demais que considere
indispensável, julgando a causa conforme for de direito.
Artigo 72.º
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 5.º do Código de Processo Civil, se no decurso da
produção da prova surgirem factos essenciais que, embora não articulados, o tribunal considere
relevantes para a boa decisão da causa, deve o juiz, na medida do necessário para o apuramento da
verdade material, ampliar os temas da prova enunciados no despacho mencionado no artigo 596.º do
Código de Processo Civil ou, não o havendo, tomá-los em consideração na decisão, desde que sobre eles
tenha incidido discussão.
2 - Se os temas da prova forem ampliados nos termos do número anterior, podem as partes indicar as
respetivas provas, respeitando os limites estabelecidos para a prova testemunhal; as provas são
requeridas imediatamente ou, em caso de reconhecida impossibilidade, no prazo de cinco dias.
3 - Abertos os debates, é dada a palavra, por uma só vez e por tempo não excedente a uma hora,
primeiro ao advogado do autor e depois ao advogado do réu, para fazerem as suas alegações, tanto
sobre a matéria de facto como sobre a matéria de direito.
4 - (Revogado.)
5 - (Revogado.)
6 - O tribunal pode, em qualquer altura, antes dos debates, durante eles ou depois de findos, ouvir o
técnico designado nos termos do artigo 601.º do Código de Processo Civil.
Jurisprudência
1. Ac. do TRE de 16.03.2017 1. Em processo laboral, a matéria de facto relevante para a decisão de
mérito deve também considerar os factos que, embora não articulados, o tribunal tenha apurado nos
termos do art.º 72º, nsº 1 e 2, do Código de Processo do Trabalho.
CAPÍTULO VI
Sentença
Artigo 73.º
Sentença
3 - No caso do número anterior, a sentença pode limitar-se à parte decisória, precedida da identificação
das partes e da sucinta fundamentação de facto e de direito do julgado.
Artigo 74.º
O juiz deve condenar em quantidade superior ao pedido ou em objeto diverso dele quando isso resulte
da aplicação à matéria provada, ou aos factos de que possa servir-se, nos termos do artigo 412.º do
Código de Processo Civil, de preceitos inderrogáveis de leis ou instrumentos de regulamentação coletiva
de trabalho.
Jurisprudência
1. Ac. TRL, de 14.09.2016 Os acidentes de trabalho respeitam a matéria subtraída ? disponibilidade das
partes (art.º 12.º da LAT); por isso, deve ser oficiosamente atribuída ao sinistrado a quantia que
desembolsou com o seu transporte a juízo e que, tendo pedido na tentativa de conciliação, a seguradora
aceitou pagar mas a sentença omitiu decisão sobre essa pretensão (arts. 23.º, al. a) e 25.º, n.º 1, al. f) da
LAT, 608.º, n.º 2 do CPC e 74.º do CPT).
Artigo 74.º-A
2 - Transitada em julgado a sentença, sem que se mostre efectuada a reintegração, pode o trabalhador
requerer também a aplicação de sanção pecuniária compulsória ao empregador, nos termos previstos
no Código de Processo Civil para a execução de prestação de facto.
Artigo 75.º
1 - Sempre que a acção tenha por objecto o cumprimento de obrigação pecuniária, o juiz deve orientá-la
por forma que a sentença, quando for condenatória, possa fixar em quantia certa a importância devida.
2 - No caso em que tenha sido deduzido o montante do subsídio de desemprego nos termos da alínea c)
do n.º 2 do artigo 390.º do Código do Trabalho, o tribunal deve comunicar a decisão ao serviço
competente do ministério responsável pela área da segurança social.
Artigo 76.º
Artigo 77.º
Arguição de nulidades da sentença
À arguição de nulidades da sentença é aplicável o regime previsto nos artigos 615.º e 617.º do Código de
Processo Civil.
Jurisprudência
2. Ac. STJ de 22.02.2017 4. Em processo laboral as nulidades do acórdão devem ser arguidas no
requerimento de interposição do recurso de revista, como é imposto pelo art.º 77.º do CPT.
3. Ac. do STJ de 16.03.2017 1. O artigo 77º, n.º 1, do CPT, impõe que a arguição de nulidades dos
acórdãos dos Tribunais da Relação [ex vi do artigo 666º, do CPC] seja feita de forma expressa e separada
no requerimento da interposição do recurso que é dirigido ao tribunal recorrido.
Artigo 78.º
1 - Na hipótese prevista no artigo 3.º, a sentença constitui caso julgado em relação a todos os
trabalhadores.
2 - Nas hipóteses previstas no artigo 5.º, a sentença constitui caso julgado em relação ao trabalhador
que renunciou à intervenção no processo.
Artigo 78.º-A
Da sentença proferida nas ações de condenação por prática de assédio deve ser dado conhecimento ao
Instituto da Segurança Social, I. P..
Recursos
Artigo 79.º
Sem prejuízo do disposto no artigo 629.º do Código de Processo Civil e independentemente do valor da
causa e da sucumbência, é sempre admissível recurso para a Relação:
c) Nos processos do contencioso das instituições de previdência e de abono de família, das associações
sindicais, das associações de empregadores e das comissões de trabalhadores.
Artigo 79.º-A
Recurso de apelação
a) Da decisão, proferida em 1.ª instância, que ponha termo à causa ou a procedimento cautelar ou
incidente processado autonomamente;
b) Do despacho saneador que, sem pôr termo ao processo, decida do mérito da causa ou absolva da
instância o réu ou algum dos réus quanto a algum ou a alguns dos pedidos.
2 - Cabe ainda recurso de apelação das seguintes decisões do tribunal de 1.ª instância:
h) Do despacho que, nos termos do n.º 2 do artigo 115.º, reca homologação do acordo;
k) Da decisão cuja impugnação com o recurso da decisão final seria absolutamente inútil;
3 - As restantes decisões proferidas pelo tribunal de 1.ª instância podem ser impugnadas no recurso que
venha a ser interposto das decisões previstas no n.º 1.
5 - Se não houver recurso da decisão final, as decisões interlocutórias que tenham interesse para o
apelante independentemente daquela decisão podem ser impugnadas num recurso único, a interpor
após o trânsito da referida decisão.
Jurisprudência
1. Ac. do TRL de 11.07.2018 Acidente de trabalho. Incidente de revisão. Recurso. É de 10 dias e não de
20 dias o prazo para interposição de recurso de apelação sobre decisão proferida no incidente de
revisão de incapacidade ao abrigo do disposto no art.º 80º n.º 2 conjugado com o art.º 79º-A n.º 2 al. g),
ambos do Código de Processo do Trabalho.
Artigo 80.º
Prazo de interposição
2 - Nos processos com natureza urgente, bem como nos casos previstos nos n.os 2 e 5 do artigo 79.º-A
do presente Código e nos casos previstos nos n.os 2 e 4 do artigo 671.º do Código de Processo Civil, o
prazo para a interposição de recurso é de 15 dias.
3 - Se o recurso tiver por objeto a reapreciação da prova gravada, aos prazos referidos na parte final dos
números anteriores acrescem 10 dias.
Jurisprudência
1. TRL de 13-01-2016 : Sumário :I - A doença do mandatário não pode constituir por si só justo
impedimento, designadamente no caso de existirem outros mandatários constituídos, não tendo ficado
demonstrado que o mandatário que ficou subitamente incapacitado tenha ficado impossibilitado de
comunicar como os demais. II-Apesar de doença súbita de um dos advogados da Recorrente, não se
verifica, no caso, o justo impedimento ao não ter interposto atempadamente o recurso de apelação.
1. O prazo normal para a interposição de recurso de apelação, em direito laboral, é o de 20 dias, mas se
ele tiver por objeto a reapreciação da prova gravada a esse prazo acrescem 10 dias.
2. A justificação para esta extensão, ou alongamento, do prazo consiste na necessidade do recorrente
ter que instruir as suas alegações com as especificações dos meios de prova cuja reapreciação, na sua
opinião, determinam a modificação da decisão da matéria de facto.
3. Ao impor um ónus especial de alegação quando se pretenda impugnar a matéria de facto, com
fundamento na reapreciação da prova gravada, o legislador pretendeu evitar que o impugnante se
limite a atacar, de forma genérica e global, a decisão de facto, pedindo simplesmente a reapreciação de
toda a prova produzida em primeira instância, daí que o prazo acrescido de 10 dias só seja aplicável
quando o recorrente o efetivamente para impugnar a matéria de facto.
4. Para que o recorrente/apelante possa usufruir desse acréscimo de 10 dias, a impugnação da matéria
de facto efetuada deve refletir efetivamente essa reapreciação.
5. Se nas conclusões não existir, concreta ou implicitamente, qualquer referência a prova gravada e nem
se fizer alusão a qualquer depoimento, não beneficia o recorrente daquele acréscimo.
3. Ac. STJ de 22.02.2017 8. Existindo registo magnético oficial com a gravação da audiência, as partes
passam a ter o direito a impugnar a matéria de facto, beneficiando assim, caso o façam, do acréscimo do
prazo para interpor recurso, que passa a ser de trinta dias, nos termos do art.º 80.º n.os 1 e 3 do CPT, ou
seja ao prazo normal de vinte dias acrescem dez dias.
4. Ac. do TRL de 11.07.2018 Acidente de trabalho. Incidente de revisão. Recurso. É de 10 dias e não de
20 dias o prazo para interposição de recurso de apelação sobre decisão proferida no incidente de
revisão de incapacidade ao abrigo do disposto no art.º 80º n.º 2 conjugado com o art.º 79º-A n.º 2 al. g),
ambos do Código de Processo do Trabalho.
Artigo 81.º
5 - Havendo recurso subordinado, deve ser interposto no mesmo prazo da alegação do recorrido,
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos números anteriores.
Artigo 82.º
1 - O juiz manda subir o recurso desde que a decisão seja recorrível, o recurso tenha sido interposto
tempestivamente, o recorrente tenha legitimidade e o requerimento contenha ou junte a alegação do
recorrente, incluindo as conclusões.
2 - Se o juiz não mandar subir o recurso, o requerente pode reclamar nos termos previstos no artigo
643.º do Código de Processo Civil.
3 - (Revogado.)
4 - (Revogado.)
5 - (Revogado.)
Artigo 83.º
3 - A apelação tem ainda efeito suspensivo da decisão nos casos previstos nas alíneas b) a e) do n.º 3 do
artigo 647.º do Código de Processo Civil e nos demais casos previstos na lei.
4 - O juiz fixa prazo, não excedente a 10 dias, para a prestação de caução e se esta não for prestada no
prazo fixado, a sentença pode ser desde logo executada.
Artigo 83.º-A
1 - Sobem nos próprios autos as apelações das decisões previstas no n.º 1 do artigo 645.º do Código de
Processo Civil.
Artigo 84.º
Artigo 85.º
Artigo 86.º
Subida diferida
Artigo 87.º
1 - O regime do julgamento dos recursos é o que resulta, com as necessárias adaptações, das
disposições do Código de Processo Civil que regulamentam o julgamento do recurso de apelação e de
revista.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, quando funcionar como tribunal de revista, o Supremo
Tribunal de Justiça tem os poderes estabelecidos no Código de Processo Civil.
3 - Antes do julgamento dos recursos, o Ministério Público, não sendo patrono ou representante de
qualquer das partes, tem vista no processo para, em 10 dias, emitir parecer sobre a decisão final a
proferir, devendo observar-se, em igual prazo, o contraditório.
M.
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Conhece como funciona a instrução do processo? Confira todos os detalhes neste artigo!
Neste artigo:
A instrução do processo é uma fase na qual as provas são colhidas com o objetivo de comprovar aquilo
que a parte autora ou a parte ré alegam. Tudo deve ficar devidamente esclarecido nos autos. Trata-se
de uma etapa processual que vai fazer toda a diferença para que o juiz julgue a ação procedente ou
improcedente.
Em regra, as provas são elementos processuais representados por documentos, depoimentos, perícias e
qualquer elemento que tenha a capacidade de corroborar a versão das partes dentro do processo. Esses
elementos probatórios são endereçados ao juiz, como destinatário, que terá a função de analisar a
situação.
Este artigo vai funcionar como um guia completo sobre a instrução do processo. Acompanhe a leitura e
saiba todos os detalhes!
O que é a instrução de processo?
A instrução de processo é o procedimento em que é feita a colheita das provas a fim de formar a
convicção do juiz. Ela começa após a defesa. É o período em que os meios de prova são recolhidos e
apresentados no processo. Os elementos probatórios são constituídos por: perícia, documentos, oitiva
de testemunhas, depoimento pessoal das partes, confissão, documentos eletrônicos etc.
A instrução do processo pode variar de acordo com a área em que os autos são veiculados. Nesse
sentido, esse procedimento pode variar caso se trate de um ramo do segmento Trabalhista, Civil, Penal,
entre outros.
"As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz."
A fase instrutória é também chamada de probatória. Por isso tão importante quanto apresentar as
provas necessárias ao pleito, tem-se a necessidade de se impugnar eventuais provas apresentadas.
O objetivo da prova é comprovar os fatos que foram alegados em juízo por ambas as partes. Ela serve
para a formação da convicção do magistrado. É importante mencionar que o Direito brasileiro adota a
teoria do livre convencimento motivado, também conhecido como persuasão nacional. Isso significa que
o juiz será convencido e proferirá a sua sentença levando em consideração a análise probatória
existente nos autos, sem obrigatoriedade de rebater cada uma das provas apresentadas.
A fase de instrução processual vem após a etapa de saneamento do processo, que é um procedimento
indicado pela lei, cujo foco é analisar a existência de vícios, irregularidades e nulidades processuais que
poderiam macular o processo. É o momento em que todo o processo é preparado para receber a
sentença.
Nesse sentido, durante o saneamento do processo, o magistrado poderá verificar a necessidade de
colher e produzir novas provas. Assim dispõe o art. 370 do CPC:
Nesse sentido, é correto afirmar que não há a obrigatoriedade da fase de instrução durante o desenrolar
do processo. A obtenção de novas provas, que ainda não foram apresentadas nos autos, pode ser
determinada quando não houver a possibilidade de proceder ao julgamento antecipado do mérito. Por
outro lado, as etapas de postulação, saneamento e decisão são sempre obrigatórias.
Desse modo, a fase instrutória influencia, de maneira direta, a etapa decisória. Afinal de contas, todo o
conjunto probatório que for anexado aos autos e que tenha correlação com os fatos alegados poderá
afetar a decisão do juiz. Este, por sua vez, terá a função de analisar os fatos mencionados, valorar as
provas, definir a norma aplicável ao caso e fundamentar o direito da parte. Tudo isso deverá constar no
processo.
O destinatário da instrução processual é sempre o juiz — a figura responsável por julgar os elementos
probatórios e apresentar a decisão jurídica a fim de solucionar o litígio. Além disso, o objeto da prova é
todo fato que foi apresentado pelas partes em juízo. Por sua vez, a finalidade da prova é basicamente a
formação da convicção do magistrado com relação aos fatos que foram expostos nos autos.
Em regra, a parte autora apenas indica o interesse em produzir as provas. É uma espécie de pedido
genérico. Confira a redação do art. 319 do CPC: "A petição inicial indicará: VI - as provas com que o autor
pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados".
Por sua vez, o réu deverá alegar tudo quanto for possível na contestação. Veja o que diz o art. 336 do
CPC: " Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. "
"Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de
organização do processo:
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de
prova admitidos;
O juiz poderá determinar as provas que serão necessárias para proceder ao julgamento do mérito. É
possível decretar, de ofício, a produção e a inclusão de provas nos autos. No entanto, essa determinação
se limita a complementar as demais provas que foram apresentadas — a oitiva das testemunhas que
foram mencionadas na inicial e a intimação da perícia para esclarecer alguma questão duvidosa e que
ainda está pendente.
A audiência de instrução e julgamento é uma sessão pública presidida por órgão jurisdicional, que, em
regra, está acompanhado das partes, advogados das partes, testemunhas e auxiliares da justiça
(defensor público ou promotor). É essencial comparecer na audiência para esclarecer os elementos de
prova e para que o juiz possa colher os depoimentos e verificar a admissibilidade das provas.
Nesse sentido, o objetivo também é analisar as provas que foram juntadas nos autos, a produção de
prova oral, impugnações, a realização de debates e, por fim, proceder à decisão da causa.
A ausência não justificada do autor à audiência de instrução e julgamento poderá implicar a penalidade
de confissão ficta, no caso em que tinha o dever de prestar o seu depoimento pessoal. Como
consequência, os fatos narrados pela parte ré serão presumidos como verdadeiros. Por sua vez, se o réu
perdeu a audiência, poderá ser considerado revel. De qualquer forma, cabe ao magistrado analisar a
situação individual no caso concreto.
O Código de Processo Civil de 2015 prevê a possibilidade de produção de provas típicas e atípicas. As
primeiras se referem às provas que estão estabelecidas em lei, como testemunhas, documental, pericial,
confissão, inspeção judicial, depoimento pessoal e exibição de documento ou coisa.
Com relação à prova atípica, ela não está prevista na lei, mas pode ser permitida em juízo se for
necessária para comprovar a veracidade dos fatos que são alegados pelas partes e como forma de
motivar a convicção do magistrado.
Para tanto, ao ser intimado sobre as provas que pretende produzir, cabe à parte indicar minuciosamente
os tipos de provas, arrolar testemunhas e justificar a necessidade de outras provas, tais como periciais.
O juiz pode solicitar a colheita e produção de provas que julgar necessárias, a fim de trazer mais
embasamento para a sua decisão, caso ele esteja em dúvida com relação aos fatos alegados, por
exemplo.
Após a devida instrução, será realizado o debate oral. Nesse momento, o magistrado vai conduzir o
procedimento.
Cabe destacar que pelo princípio do livre convencimento, mesmo provas robustas, como um laudo
pericial, é apenas mais uma prova que deve ser avaliada no contexto de todo o conjunto probatório, não
o vinculando ao resultado. Escrevemos mais sobre o tema em artigo específico sobre a vinculação do
juiz ao resultado da perícia.
As provas podem ser impugnadas caso sejam intempestivas, se houver falsidade documental, caso haja
a produção unilateral de provas ou mesmo se não coadunam com o objeto pleiteado. De qualquer
forma, será necessário que a parte que se sinta prejudica apresente a impugnação contra os elementos
probatórios, de maneira pontual, sob o risco de ser caracterizada a preclusão — o prazo é de 15 dias,
contado a partir da juntada de documento pela outra parte.
Por outro lado, a não manifestação com relação à apresentação das provas pela outra parte poderá ser
considerada como anuência, ou seja, é um indicativo de que há a concordância com o conteúdo e a
veracidade da prova dentro do processo.
O réu, por exemplo, deve exercer o seu direito de manifestação na contestação e sempre que houver
uma nova juntada de novas provas. Assim determina o § 1º do art. 437:
"Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a
outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas no
art. 436."
Assim, por exemplo, com relação à prova documental, a parte, ao ser intimada para se manifestar sobre
a juntada da prova, tem o direito de impugnar a admissibilidade da prova documental e a sua
autenticidade, se assim achar mais conveniente. Também poderá suscitar a falsidade do documento e
deflagrar o incidente de arguição de falsidade.
Além disso, caso a prova incluída nos autos seja muito extensa ou complexa, a parte contrária poderá
solicitar ao magistrado a dilação do prazo para apresentar a manifestação sobre a prova documental.
A instrução do processo é uma fase probatória de grande relevância para os autos, pois serve para
corroborar a existência ou não dos fatos que servirão para constituir o direito alegado pelo autor, ou
não. Essa etapa vai servir para embasar o convencimento do juiz, para que ele tenha condições de
analisar as provas da maneira adequada e consiga prolatar a sentença.
Veja também, artigo que esclarece um pouco sobre a obrigatoriedade de comparecer em cada tipo de
audiência.