Microbiologia Clinica

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Microbiologia Clinica

Temos dois tipos de gêneros de cocos graam positivos

Staphylococcus (forma de uva) e Streptococcus (formato de cadeia).

Staphylococcus > produz catalase, que é uma enzima que degrada o peróxido de hidrogênio.

Streptococcus > não possui a enzima catalase, ou seja, não fermenta.

Streptococcus e enterococcus - São graam-positivos formandos por cadeia (não usar oxigênio,
anaeróbico facultativo). Usar o carboidrato como fonte de energia > ácido láctico > diminuir o Ph
para ajudar na replicação.

Os graam positivos precisam de meios enriquecidos para o seu crescimento. Como sangue ou soro
para o isolamento.

Classificação Streptococcus

1 - Propriedades sorológicas: Grupos de Lancefield (originalmente de A a W);

2 - Padrões hemolíticos: hemólise completa (beta [β]), hemólise incompleta (alfa [α]) e nenhuma
hemólise (gama [γ]); e

3 - Propriedades bioquímicas (fisiológicas).

Beta – Hemolise completa

Alfa – Hemolise incompleta

Gama – Nenhuma hemolise.

Os estreptococos são cocos gram-positivos, organizados em cadeias ou aos pares. Todos os


estreptococos são catalase-negativos, ao passo que os estafilococs são catalase-positivos.

Uma das característica mais importante para identificar os estreptococos é o tipo de hemólise.

1 - os estreptococos beta-hemolíticos, que são classificados pelo grupo de Lancefield (pigmento


branco).

2 - os estreptococos alfa-hemolíticos e gama-hemolíticos, que são classificados por testes


bioquímicos.

Este último grupo é referido coletivamente como estreptococos viridans, no qual o nome é derivado
de viridis (do latim, verde), referindo-se ao pigmento verde formado pela hemólise parcial do ágar-
sangue.
Streptococcus Importantes

Espécies Grupos de lancefield Hemólise Tipica Caracteristicas de


diagnostico
S.pyogenes A BETA Sensível a bacitracina
S.agalactiae B BETA Resistente bacitracina
E.faecalis D TODAS Crescimento Na Cl a
6,5%
S.pneumoniae NA ALFA Bile-solúvel/inibido
por optoquina
Grupo Viridans NA ALFA Não-bile soluvel/ não
inibido por optoquina.
S.BOVIS D ALFA OU NENHUMA Não Cresce em Na Cl a
6,5%
Streptococcus pyogenes – principal causa bacteriana de faringite e celulite.

Streptococcus agalactiae – principal causa de sepse e meningite neonatais.

Enterococcus faecalis – causa infecções hospitalares no trato urinário e endocardite.

E.faecalis/E.faecium/E.fallinarium - São resistente a vancomicina.

Strepyococcus Pyogenes

Pertence ao grupo de lancefield A

Componentes importantes no envoltorio celular do S.pyogenes incluem proteinas de superficie tipo


M,acido liproteico e proteina F.

Algumas cepas tem essa capsula de acido hialuronico externa que pode ser usada para proteger as
bacterias da fagocitose. S. Pyogenes podem inavadir as celulas hospedeiras e produzir toxinas e
enzimas.

S.Pyogenes tem múltiplos mecanismos para evitar opsonização e fagocitose (Capsula de hialuronico
e a proteina M).

Toxinas e enzimas

As exotoxinas pirogenicas Streptococcus (Spe) são divididas em Spea, Speab, Spec e SpeF, essas
exotoxinas liberam citocinas pro-inflamatorias, sendo responsavel por algumas doenças, incluindo a
fascite necrosante a sindrome do choque toxico streptococcus e a erupção cutanea.

Os Streptococcus do grupo A (Pyogenes) causam infecções de pele e tecidos moles, podem causam
fascite necrosante e impertigo, linfangite e endometrite.

S.Pyogenes é causa bacteriana mais comum de faringite.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Microscopia
A coloração de Gram do tecido afetado pode ser utilizada para realizar um rápido diagnóstico
preliminar de infecções de tecidos moles ou piodermite por S. pyogenes.

O achado de cocos gram-positivos em pares e cadeias em associação aos leucócitos é importante


porque os estreptococos não são observados em colorações de Gram de peles não infectadas.

Detecção de antígenos

Uma variedade de testes imunológicos usando anticorpos que reagem com o carboidrato grupo-
específico no envoltório celular bacteriano pode ser empregada para detectar estreptococos do
grupo A diretamente de swabs da garganta.

Cultura

Apesar da dificuldade de coletar amostras de swab de garganta em crianças, os espécimes devem


ser obtidos a partir da orofaringe para o diagnóstico da faringite.

recuperação de S. pyogenes de pacientes com impetigo não é um problema. A porção superior da


lesão com crosta é levantada e o material purulento e a base da lesão são cultivados.

Os espécimes de cultura não devem ser obtidos de pústulas de drenagem aberta da pele, porque
podem estar superinfectados por estafilococos.

Como mencionado anteriormente, os estreptococos são organismos fastidiosos e o crescimento nas


placas pode ser tardio; portanto, incubação prolongada (2 a 3 dias) deve ser usada antes que uma
cultura seja considerada negativa.

Identificação

Os estreptococos do grupo A são identificados de maneira definitiva por meio da demonstração de


carboidratos grupo-específicos.

Essa identificação geralmente é suficiente para o diagnóstico de infecção por S. pyogenes.

Entretanto, a diferenciação de S. pyogenes de outras espécies de estreptococos com o antígeno A


grupo-específico pode ser determinada por sua suscetibilidade à bacitracina (um teste realizado de
um dia para o outro) ou pela detecção da presença da enzima L-pirrolidonil arilamidase (PYR) (um
teste de 5 minutos). S. pyogenes é a única espécie de estreptococos que é positiva nesses testes.

Tratamento

O Streptococcus pyogenes é muito sensível à penicilina; portanto, a penicilina V ou a amoxicilina por


via oral (VO) podem ser usadas para tratar a faringite estreptocócica.

Para pacientes alérgicos à penicilina, a cefalosporina ou o macrolídeo oral podem ser usados. O uso
combinado de penicilina intravenosa com um antibacteriano inibidor da síntese proteica (p. ex.,
clindamicina) é recomendado para infecções sistêmicas graves.

Streptococcus agalactiae

Streptococcus agalactiae é a única espécie que tem o antígeno do grupo B. Embora essa doença seja
relativamente incomum hoje em dia, S. agalactiae tornou-se conhecido como um importante causa
de septicemia, pneumonia e meningite em recém-nascidos.
Os estreptococos do grupo B são cocos gram-positivos são indistinguíveis na coloração de Gram dos
S. pyogenes. Crescem bem em meios nutricionalmente enriquecidos.Em contraste às colônias de S.
pyogenes, as colônias de S. agalactiae são grandes com uma zona estreita de beta-hemólise.

As cepas de S. agalactiae podem ser caracterizadas com base em três marcadores sorológicos:

1 - o antígeno B polissacarídico grupo-específico do envoltório celular (antígeno do grupo de


Lancefield),

2 - nove polissacarídios capsulares tipo-específicos (Ia, Ib e II a VIII), e

3 - proteínas de superfície (a mais comum é o antígeno c).

Patogênese

O fator de virulência mais importante de S. agalactiae é a cápsula polissacarídica que interfere na


fagocitose até que o paciente desenvolva anticorpos tipo-específicos.

A colonização genital com estreptococos do grupo B está associada ao aumento do risco de parto
prematuro e as crianças prematuras estão em maior risco de doenças. Aproximadamente 60% dos
recém-nascidos de mães colonizadas pelo S. agalactiae tornam-se colonizados quando atravessam o
canal vaginal.

Cultura

Os estreptococos do Grupo B crescem em um meio enriquecido, produzindo grandes colônias após


24 horas de incubação; entretanto, a beta hemólise pode ser difícil de detectar ou estar ausente.

Desse modo, o uso de um meio seletivo com caldo enriquecido contendo antibacterianos (p. ex.,
caldo de LIM com colistina e ácido nalidíxico), seguido de subcultivo em placa de ágar-sangue, é
atualmente recomendado pelo CDC para a detecção de estreptococos do grupo B em mulheres
entre as semanas 35 e 37 da gestação.

Os isolados de S. agalactiae são identificados pela demonstração do antígeno grupo-específico da


parede celular, pois essa espécie é o único membro dos estreptococos do grupo B.

É recomendando o rastreamento da colonização por estreptococos do grupo B deva ser realizado


em todas as mulheres grávidas com 35 a 37 semanas de gestação.

Tratamento

Os estreptococos do grupo B são suscetíveis à penicilina, que é o antimicrobiano de escolha.


Cefalosporina ou vancomicina podem ser utilizadas em pacientes alérgicos à penicilina.

Streptococcus Viridans

Coleção heterogênea, sendo Streptococcus alfa hemoliticos e não hemoliticos, colonizam orofaringe
e o sistema digestório.

Streptococcus Pneumoniae.

Colonizam na orofaringe (cresce em ágar-chocolate).

S.pneumoniae se aloja na orofaringe. As células epiteliais ciliadas tentam evitar a transmissão


através do muco. Se as bactérias conseguirem neutralizam esse envelopamento produzindo a
protease do Iga para destruir esse muco e secreta pneumolisina para destruir as células epiteliais
ciliadas, chegando no alvéolo pulmonar causando pneumonia

Se cair no sistema circular pode causar SNC meningite, otite, sinusite e ir para outros órgãos.

A doença pneumocócica ocorre quando organismos que colonizam a nasofaringe e a orofaringe se


espalham para os pulmões (pneumonia), seios paranasais (sinusite), orelhas (otite média) ou
meninges (meningite).

O Streptococcus pneumoniae sobrevive à fagocitose por causa da proteção antifagocítica


proporcionada por sua cápsula e pela supressão da lesão oxidativa mediada pela pneumolisina, que
é necessária para a morte intracelular.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Microscopia

A coloração de Gram de amostras de escarro é uma maneira rápida de diagnosticar a pneumonia e a


meningite causadas por pneumococos.

Os organismos aparecem de modo característico como pares alongados de cocos gram-positivos


rodeados por uma área clara que consiste na cápsula não corada; no entanto, também podem ter
aparência de gram-negativos porque não tendem a corar bem. Além disso, sua morfologia pode ser
distorcida em um paciente que recebe antibioticoterapia.

Detecção de antígenos

Pode ser empregado para pesquisa em urina e LCR, tendo um maior sensibilidade e especificidade
no LCR .

Cultura

As amostras de escarro devem ser inoculadas em um meio nutriente enriquecido suplementado com
sangue.

Um aspirado pode ser obtido do seio ou da orelha média para o organismo responsável pela sinusite
ou otite a ser diagnosticado. Amostras coletados da nasofaringe ou da parte externa da orelha não
devem ser cultivados.

Não é difícil isolar S. pneumoniae de espécimes de LCR se a antibioticoterapia não tiver sido iniciada
antes da amostra ser coletada; no entanto, metade dos pacientes infectados que receberam ao
menos uma dose de antibacterianos terão culturas negativas.

O Streptococcus pneumoniae pode ser identificado por sua suscetibilidade à optoquina. O isolado é
estriado em uma placa de ágar sangue, e um disco saturado com optoquina é colocado no meio do
inóculo. Uma zona de crescimento bacteriano inibido é visualizada ao redor do disco após incubação
de um dia para o outro. Testes diagnósticos bioquímicos, sorológicos ou moleculares adicionais
podem ser realizados para uma identificação definitiva.

Características importantes

Os pneumococos são cocos gram-positivos em forma de lança, arranjados aos pares (diplococos) ou
cadeias curtas. Em ágar sangue, apresentam alfa-hemólise e são lisados por bile ou desoxicolato e
inibidos pela optoquina.
Tratamento

A vancomicina combinada com a ceftriaxona é utilizada comumente para tratamento empírico,


seguido de monoterapia com uma cefalosporina, fluoroquinolona ou vancomicina, consideradas
eficazes.

Enterococcus

Os cocos crescem tanto em ambiente aeróbio como


anaeróbio, em uma ampla faixa de pH (4,6 a 9,9) e na
presença de altas concentrações de cloreto de sódio
(NaCl) e sais biliares.

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