Otimização Da Secagem Do Grilo Preto
Otimização Da Secagem Do Grilo Preto
Otimização Da Secagem Do Grilo Preto
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Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Campinas, SP, Brasil.
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, Ariquemes, RO, Brasil.
1. INTRODUÇÃO
Com a população mundial crescendo, surge uma maior demanda por alimentos. Dessa
forma, o estudo de métodos de produção de alimentos mais eficientes e sustentáveis se
mostra como uma importante tendência no mundo para os próximos anos. Segundo a FAO
(2015), um aumento significativo na demanda global por proteína animal é esperado nas
próximas décadas devido ao crescimento da população mundial e ao aumento da
prosperidade. Nessa busca por novas fontes proteicas mais sustentáveis, os insetos surgem
como uma alternativa apropriada de proteínas de alto valor biológico. Além de se tratar de
uma fonte de proteína animal, sua criação apresenta um baixo impacto ambiental comparado
aos animais de corte tradicionais, pois necessitam de menos espaço e água, apresentam maior
fecundidade, melhor taxa de conversão alimentar e podem ser criados em resíduos orgânicos,
contribuindo para a valorização da biomassa (OONINCX et al., 2015; BROEKHOVEN et al.,
2015; MIGLIETTA et al., 2015; OONINCX & DE BOER, 2012).
Com relação ao processamento, grande parte dos insetos são submetidos à secagem,
utilizando aquecimento ou liofilização, com posterior trituração, visando obter um pó de
inseto (MELGAR‐LALANNE, HERNÁNDEZ‐ÁLVAREZ & SALINAS‐CASTRO, 2019). A secagem é
uma operação unitária baseada na retirada de água de um alimento por meio de evaporação,
a fim de reduzir o crescimento microbiológico e outras reações deteriorantes (BIAZUS et al.,
2006).
De acordo com Jesus (2002), os principais parâmetros as serem alcançados na
otimização de um processo de secagem são: aumento da eficiência energética, taxa de
evaporação adequada, redução do custo de operação e preservação da qualidade do material
desidratado.
A indústria está sempre em busca de processos mais eficientes, reduzindo os custos e
minimizando os impactos. Assim, a otimização do processo de secagem visa definir, a partir
da avaliação dos parâmetros de interesse, um binômio de tempo e temperatura
economicamente sustentável para manter a qualidade e estabilidade da matriz desidratada.
2. OBJETIVO
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. AMOSTRA
O grilo recém-abatido foi branqueado (10 min em água fervente seguido de 1 min em
banho de gelo) antes de ser desidratado em estufa com circulação de ar e triturado.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Usando os coeficientes de regressão dos modelos foram geradas as equações de
previsão de cada variável dependente. Em seguida, as superfícies de resposta foram plotadas
(Figura 1) a partir de cada equação a fim de ilustrar os efeitos das variáveis independentes
sobre as variáveis dependentes.
Figura 1. Superfícies de resposta dos efeitos combinados de tempo e temperatura sobre a atividade de água
(a), o teor de umidade (b), e sobre as proteínas solúveis em pH 3 (c) e 7 (d) do grilo desidratado.
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atividade de água em processamentos até 1300 minutos. Do mesmo modo, a solubilidade
proteica em pH 3 (Figura 1c) e pH 7 (Figura 1d), apresentaram comportamentos semelhantes
entre si, exibindo um perfil linear. Sendo que o aumento da temperatura e do tempo de
secagem causaram uma redução na solubilidade proteica.
Dentre as variáveis dependentes avaliadas, a atividade de água é considerada a mais
importante para definir as condições de secagem de um alimento. Assim, a condição ótima de
secagem foi calculada a fim de obter atividade de água de 0.30, evitando o crescimento de
micro-organismos e a oxidação lipídica, e com o máximo de rendimento de peso possível
(maior teor de umidade). Desta maneira, espera-se que a secagem do grilo a 74 °C por 8 h e
22 min resulte em um produto com 0.30 de atividade de água, 5.5% de teor de umidade, e
0.98% e 0.67% de solubilidade proteica em pH 3 e 7, respectivamente. Desta forma, será
obtido um grilo desidratado com estabilidade química e microbiológica, sem a necessidade de
refrigeração e com maior rendimento de peso.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AOAC. (1997). Official Methods of Analysis. 16th ed. Association of Official Analytical Chemists, Washington,
DC.
2. BIAZUS, J. P. M., SOUZA, R. R., CURVELO-SANTANA, J. C., TAMBOURGI, E. B. (2006). Otimização da secagem
do malte de Zea mays. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 26(4), 787-792.
3. BROEKHOVEN, S., OONINCX, D. G., VAN HUIS A., VAN LOON, J. J. (2015). Growth performance and feed
conversion efficiency of three edible mealworm species (Coleoptera: Tenebrionidae) on diets composed of
organic by-products. Journal of Insect Physiology, 73, 1-10.
4. FAO. Organização das Nações Unidas. ITÁLIA. A contribuição dos insetos para a segurança alimentar,
subsistência e meio ambiente. (2015). Disponível:
<https://ufam.edu.br/attachments/article/4631/FAO%20-%20Entomofagia.pdf.> Acesso: 11 mar. 2019.
5. JESUS, S. S. (2002). Desenvolvimento e análise do processo de secagem de [alfa] - amilase por microondas
a vácuo. 2002. 161p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia
Química, Campinas, SP.
6. MELGAR-LALANNE, G. HERNÁNDEZ-ÁLVAREZ, A.J., SALINAS-CASTRO, A. (2019). Edible Insects Processing:
Traditional and Innovative Technologies. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, 18(4),
1166-1191.
7. MIGLIETTA, P. P., LEO, F. D., RUBERTI, M., MASSARI, S. (2015). Mealworms for food: a water footprint
perspective. Water, 7, 6190–6203.
8. MORR, C. V., GERMAN, B., KINSELLA, J. E., REGENSTEIN, J. M., VAN BUREN, J. P., KILARA, A., LEWIS, B. A.,
MANGINO, M. E. (1985). A collaborative study to develop a standardized food protein solubility procedure.
Journal of Food Science, 50, 1715–1718.
9. OONINCX, D. G. A. B., DE BOER, I. J. M. (2012). Environmental impact of the production of mealworms as a
protein source for humans – a life cycle assessment. PloS One, 7, e51145.
10. OONINCX, D. G. A. B., VAN BROEKHOVEN, S., VAN HUIS, A., VAN LOON, J.J.A. (2015). Feed conversion,
survival and development, and composition of four insect species on diets composed of food by-products.
PloS One, 10(12), e0144601.
11. RODRIGUES, M. I., IEMMA, A. F. (2009). Planejamento de experimentos e otimização de processos (2nd ed.,
pp. 358). Campinas: Cárita.