Ikebana
Ikebana
Ikebana
Francesca Cavalli
Desenhos eassessoria técnica de
Diz a lenda, que um dia Gautama Buda viu no chão um galho de rosas
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do Imperador Kimmei.
Até este momento o Japão tinha tido raros contatos com a Coréia; man
tinha, entretanto, um bom relacionamento com um dos vários reinos corea-
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Em 607, o Príncipe Shôtuko enviou o nobre Ono-no-lmoko numa primeira
missão diplomática à China com a finalidade de absorver, ao máximo, a cultura
continental a aprofundar o conhecimento do budismo chinês. O Embaixador
japonês ficou encantado com o nível cultural da China, com a beleza de sua
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arte, com a profundidade de sua filosofia. Aprendeu, entre outras coisas, a arte
de queimar incenso, a dos arranjos florais para fins de culto,ie a cerimônia do
chá. Na volta ao Japão, trouxe consigo, além de uma grande bagagem cultural,
fruto de estudos e observação, uma grande quantidade de livros e de obras de
arte chinesa. Ao mesmo tempo trazia um profundo conhecimento dos ensi
namentos de Buda que começaram a influenciar os japoneses e sua arte.
Segundo a tradição, após a morte de Shôtuko, Ono-no-lmoko deixou a
corte, raspoui a cabeça, vestiu o hábito de monge e entrou para o convento
budista “Rokaku-do” ou hexagonal fundado pelo Príncipe. Tomou-se abade
de uma ermida existente no templo chamada Ikenobô ou seja “A ermida da ♦
beira da lagôa” Sob o nome sacerdotal de Senmu, viveu em Ikenobô por toda
sua vida, oferecendo devotamente flores ao altar de Buda.
Vários monges de outros templos, atraídos pela fama da beleza e da
riqueza simbólica dos arranjos de Ono-no-lmoko, chegavam até a sua ermida
e lhe pediam que os instruísse na difícil arte das flores. Nasceu assim a primeira
escola de arranjos florais que recebeu o nome de Ikenobô —repositório das
tradições mais antigas, ela continua até os nossos dias no mesmo local onde
o Mestre Ono-no-lmoko jcriava, inspirado *pela fé, as obras de arte vivas, que
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japonês sentir em cada rocha, em cada planta e em cada flor uma aura miste
riosa e um secreto pulsar de vida.
Por esta razão, o uso de oferecer flores a Buda e a confecção de “Kuge”
enxertou-se naturalmente na mais antiga tradição shintoista do Japão, toman
do-se uma das artes mais requintadas desse pais. Inicialmente, as flores mais
usadas foram os lótus, sfmbolo de pureza e perfeição; eram utilizados para arran
jos feitos em cestinhos (keko) ou bacias (keban). Podia-se usar também flores de
lótus artificiais, denominadas “renchi”
Quando o imperador Shomu, em 752, inaugurou o Todai-ji em Nara,
foram oferecidos ao Grande Buda (Daibutsu) imensos “Kuge” de lótus naturais
e “Renchi” Pelos exemplos encontrados em antigas pinturas, percebe-se a
riqueza e as grandes proporções que os “kuge” foram adquirindo no século X,
quando começaram a ter também uma função decorativa com a finalidade
de lembrar a terra da etema bem-aventurança, (Gokuraku-Jôdo) imaginada
cheia de flores multicoloridas.
No século XII aparece uma peônia, numa ilustração de “Suira”, enquanto
que já na pintura da época Kamakura (1192-1333), assim como em certas lá
pides mortuárias (Itabi), começaram a aparecer vasos de bronze dourado onde
são dispostas flores de lótus. Aparecem também, no século XIV, exemplos de
arranjos em que o galho principal é colocado no centro do vaso e é ladeado,
simetricamente, pelos galhos secundários. Neste período, a arte floral se expande
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utilizados para o arranjo, de onze, a nove ou sete; determinou, também, as
proporções de cada galho e estabeleceu suas posições e seu significado simbólico.
O arranjo Rikka podia ser executado obedecendo a uma das três modali
dades: Shin ou formal; Gyô,: ou semi formal; Só ou informal. No primeiro
caso, era usado um vaso de bronze;.no segundo, um recipiente baixo de boca
larga, cheio de areia e, no terceiro, um recipiente em forma de barco.
Além dos grandes mestres na arte de Ikenobô que, pela sua grande cul
tura e pela longa prática em confeccionar “kuge”, estavam em condições de
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criar verdadeiras obras primas, dedicavam-se à arte das flores nobres da corte
e os sacerdotes da seita Jishu a serviço do Shôgun. Durante o período Muro-
machi (1392-1537), três nomes se distinguem: Rynami, Soami e Mon’ami.
autor, este último, de um tratado sobre Rikka “Mon’Ami-no-Densho” ensina
mentos de Mon’ami, Entretanto, pela metade do século, foi a escola de Ikeno-
bô que' prevaleceu e se difundiu amplamente entre os samurai que usavam arran
jos florais para decorar os “tokonoma” de suas casas.
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É desde período, o aparecimento de numerosos tratados sobre arte flo
ral, devido à grande demanda. Entre os tantos, merece ser mencionada além
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Num arranjo, os três galhos são colocados, cada um, no vértice de um
triângulo equilátero ideal, criando uma zona vazia que contém em si o prin
cípio da ação e que é reservada para colocação da verdadeira mensagem do arran
jo.
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ossos de sibas, líquens,, gardênias, couve-flores, orquídeas, sensuais como lábios,
estrepeiros desesperados como sobreviventes, fósseis solenes como cadáveres,
e cem coisas mais, são os instrumentos de (sua) orquestração louca e maravi
lhosa” (Maraini, Fosco, Ore Giapponesi, Bari, Leonardo da Vinci, 1954, pp.
989).
Para Sofu Teshigahara e para outro grande mestre contemporâneo, Houn
Chara, da escola homônima, devemos nos aproximar da natureza “com humilda
de e amor, porque isso é o verdadeiro espírito do Ikebana, que nunca poderia
ser entendido”, sem essas qualidades.
Atualmente, o Ikebana está largamente difundido no Ocidente, fascinado
c
por seus valores estéticos e por sua rica simbologia. Entre nós, a Associação
Ikebana do Brasil conta com duzentos membros, entre sócios e mestres da
arte floral, entre os quais se encontram apenas dois homens.
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dentro dela. Partindo deste conhecimento, será possível penetrar nos segredos
do Universo em que sé inclui a descoberta do próprio Eu.
O primeiro mestre de Ikebana, o abade Senmu, ensinou que “quanto mais
amamos as plantas, maior é nossa harmonia com a Natureza e com Deus"
Criou ele um sistema artístico de arranjos florais baseado na dualidade cósmica
do “IN” e do “YO”, isto é, nas forças positivas e negativas. Estas forças corres
pondem aos princípios cardeais da cosmogonia chinesa, o “Yin” e o “Yang” e
se referem ao dualismo do masculino e feminino, do preto e do branco, da treva
e da luz, do amor e do ódio, do bom e do mau, ou seja, à realidade do mundo em
que o homem Zen vive e age.
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O “Yin” (ou In) e o “Yang” (ou Yo) estão sempre presentes no cotidiano
da vida e na natureza; são simbolizados pelo diagrama do ovo onde a gema
é representada distinta da clara, indicando o principio dualfstico.
IN YO
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IN YO
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Muitas linhas paralelas perturbam a sensação de repouso, sendo preferí
veis as assimétricas e divergentes para conseguir um arranjo perfeito. As retas
fortes, firmes e simples, em posição vertical, simbolizam a masculinidade, a
severidade e a formalidade, enquanto que, em posição horizontal, simboli
zam calma e conforto.
O dinamismo é expresso pela linha diagonal que contém, também, a
idéia de força e energia. Às linhas fortes e dinâmicas, relacionadas com a mas
culinidade, contrapõem-se as curvas que sugerem a idéia de movimento elegante
e a graça, próprios da feminilidade.
l)m dos principais atributos da Natureza e da Arte é a perfeita harmonia
das cores que apresentam. A cor é um dos principais meios de que se vale o
artista floral para dar variedade, ênfase e unidade ao seu trabalho e criar efeitos
de volume, espaço, bem como exprimir emoções. A cor básica escolhida para
um arranjo é chamada a sua cor local. O artista pode enfatizar, de modo sutil,
as cores que compõem o arranjo, destacar suas alterações ou subordinar as cores
que compõem o arranjo, destacar suas alterações ou subordinar as cores locais
a um efeito geral, isto é, combinar uma composição que contenha, por exemplo,
flores amarelas organizadas em um vaso azul, com a cor da parede, que servirá
de fundo ao arranjo, ou harmonizar as cores da composição com as de um
quadro, a cujo lado se deve colocar o Ikebana.
Quando são usadas cores sóbrias para a composição floral, coloca-se,
de preferência, o arranjo de encontro a um fundo de cores vivas; quando, pelo
contrário, as cores do arranjo são fortes, procura-se um fundo neutro para equi
librar os tons demasiadamente vivos das flores.
Na realidade, em Ikebana, a cor tem importância secundária, com respei
to à forma à qual se subordina. O colorido do arranjo, com seus vários matizes,
tem apenas a função de realçar e acentuar a beleza intrínseca do arranjo, que
vem, principalmente, da harmonia conseguida através da relação da altura dos
galhos e de sua inclinação.
Para manter esse equilíbrio formal, nenhum galho deve ocultar o outro;
todos eles devem ser visíveis e independentes. De sua colocação no espaço
depende a tridimensionalidade da composição.
O Mestre de Ikebana é um artista sensível e habilidoso que sabe conciliar
sua imaginação livre e fecunda, seu poder criativo, com as normas seculares
que norteam sua arte. Deste feliz conúbio entre tradição e criatividade nascem
suas obras,, que conseguem alcançar uma beleza plástica incomp^vel.
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compõem o atual arranjo Rikka, são sete: Shin, Soe, Hikae, Shoshin, Nagashi,
Uke e Mae-Oki, por ordem de colocação, de sua funcionalidade e simbolismo.
Nos arranjos florais denominados Moribana e Nagueire, são usados apenas três
galhos: Shin, Soe, Hikae, os principais, e um quarto galho, Shoshin ou Jushi,
quando necessário, para esconder o “kenzan”, onde são espetadas as flores,
a fim de dar um melhor acabamento ao arranjo.
O galho Shin é o mais importante: é o centro do arranjo. Correspon
de à palavra Shin, que é escrita de diversas maneiras, mas sempre tendo o mes-
mo som. Escreve-se com os caracteres que correspondem <a mente,
considerados como a essência do homem. Shin, também, possui o sentido de
centro, verdade ou honra.
A principio, eram usados, para Shin, somente galhos retos na posição ver
tical (estilo Sugu-shin) e, gradualmente, os curvos foram introduzidos nas com
posições (estilo Noki-shin). Para este galho, era somente usado o pinheiro e, pau
latinamente, foram acrescentadas algumas flores, de preferência as de cerejeira.
Este galho, por sua natureza, expressa altura, elevação, perfeição. É
usado, atualmente, com o significado de verdade.
A função do galho Soe é participar, ajudar a acentuar o galho Shin.
Antigamente foi chamado Tsuyu-uke (orvalho, rocio, recebedor ou depo
sitário do sereno ou orvalho) e, por ilação, passou a ser chamado Soe (recebedor
da vida). Soe é colocado de maneira a dar trimensionalidade ao arranjo.
O papel do galho Hikae é preencher o espaço entre os galhos Shin e Soe,
e manter, entre eles, o equilíbrio e tridimensionalidade. Para Hikae pode ser
usado qualquer tipo de galho, diferente de Shin e de Soe, que devem ser da
mesma espécie. Este galho evita a monotonia do arranjo pois é, geralmente,
constitufdo por flores (crisântemo, flor de pêssego) ou, também, por um ramo
de pinheiro. Tem o significado de liberalidade, significado esse, que se estende a
toda a área ocupada por Hikae.
Nagashi expressa movimento flutuante e ascensional. Já foi chamado
Shi (cidade), lugar onde as pessoas colhiam água, e, atualmente, tem o signifi
cado de fonte. Para Nagashi há duas importantes funções: uma é a de escon
der os pontos de encontro entre os galhos principais; a outra, é de manter
a importância dos mesmos e enfatizar a relação profunda que os une.
O galho que se opõe a Shin, no sentido de colocação, e que recebe a
sensibilidade (amor) de Shin, é Uke. Em sua construção, ele se apóia ao Hikae
para dar-lhe efeito e profundidade do lado negativo do arranjo. Usualmente
este galho é da mesma espécie de Shin.
O Shoshin permanece perfeitamente reto, no centro do arranjo. É o
ponto central, conhecido como Shoshin-no-za (alicerce de Shoshin). Apesar
de ocupar um lugar importante, somente materiais leves podem, além das flores,
entrar em sua composição. De acordo com as estações do ano, vários materiais
são usados, como plumas, galhos tenros de pessegueiros e de pinheiro, etc.
Quando usadas, as flores são colocadas diante de Shin; outros materiais, atrás.
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O último galho, colocado em frente ao Shoshin, no plano inferior do
arranjo, é o Mae-oki, que dá um toque final de acabamento junto à linha d’água.
Para este galho, cujo significado é proteção, usa-se, geralmente, o pinheiro ou
pequenas folhas de buxo, planta ornamental usada em jardins, com a finalidade
também de esconder o “kenzan” ,
Nos estilos simplificados, Moribana e Nagueire, o arranjo foi reduzido a
três galhos, com significados diferentes aos da forma Rikka. Shin, o galho
maior, representa o céu; Soe, o galho médio, simboliza o homem, e Hikae,
o galho menor, a terra.
Para se obter as proporções exatas dos galhos, é necessário observar o
segilinte:
- Shin, o céu, deve ter uma altura igual ao dobro do diâmetro do vaso,
mais a altura do mesmo;
- Soe, o homem, deve medir 3/4 de Shin;
- Hikae, a terra, deve medir 3/4 de Soe.
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ter-lhe cortado a ponta dentro d’água), com um pouco de bicarbonato puro
ou mergulhá-lo numa solução a 10% de álcool ou alumen para um litro d’água.
Existem, também, vários modos de impedir que a seiva escape: o mais.
simples é o de fazer um novo corte na ponta do caule, dentro de um recipien
te com água para que o ar seja impedido de entrar e a água penetre mais facil
mente na planta, para nutri-la. Após uma hora deve-se armar o arranjo floral.
No processo de chamuscamento, protege-se a flor e as folhas com um
papel, deixando livre, apenas, uns cinco centímetros da extremidade do caule. ,
Em seguida, passa-se a chama de uma vela até que, a mesma, fique enegreádaj
pela fumaça, devendo tomar cuidado para que o fogo não atinja o caule, quei
se coloca, em seguida, dentro de um recipiente com água fria.
Algumas gotas de parafina bem quente, derramadas no centro das flores
aquáticas, impedem que fechem suas corolas, logo após serem colhidas
Finalmente, para evitar o desenvolvimento de bactérias que destroem a
flor, é necessário que se coloque de dois a três pedacinhos de carvão na água do
arranjo.
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o conjunto de vaso e arranjo. Suas formas sfo variadas: redondas, quadradas,
assimétricas, ou de acordo com o arranjo. Simbolicamente, representam o altar
das oferendas a Buda.
Quando um artista floral deseja tomar mais clara uma mensagem especí
fica, além de selecionar determinadas plantas ou flores, adiciona, ao arranjo,
um objeto de arte ou acessório simbólico. Tal acessório, naturalmente, deve
fazer parte integrante do simbolismo da composição e não, apenas, preencher
partes vazias ou um espaço não definido. Há muitos acessórios apropriados
que podem servir como realce do simbolismo. Estatuetas mitológicas de porce
lana, cerâmica, madeira ou bronze são as mais usadas. Destacam-se entre elas
as que representam animais, de cujo simbolismo damos alguns exemplos a seguir
—Tartaruga: símbolo de longa vida, considerada na mitologia oriental
como a “mensageira celestial das bênçãos”
—Grou branco: símbolo da felicidade e da alegria.
—Dragão: símbolo da sabedoria e da evolução espiritual (no Oriente
os sábios são chamados “dragões da sabedoria”), como, também, do poder sobe
rano.
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Entre os utensílios, uma tesoura de poda de tamanho médio é indispen
sável para cortar galhos e flores. Deve ser inoxidável, pois muitas vezes é usa
da dentro cTágua para cortar as plantas, de maneira que estas não percam a seiva.
É necessário também um pequeno serrote para cortar os galhos mais
grossos ou de certa dureza, assim como um furador, que serve para dar-se a
entrada inicial num galho mais duro, a fim de poder fixá-lo no kenzan.
Em arranjos mais complexos, usam-se pregos normais ou de pontas du
plas para encaixar os galhos entre si.
O uso de arame é importante em Ikebana, porque dá às flores, quando
enrolado em seus caules finos, flexibilidade e firmeza para a fixação no Ken
zan.
Um pulverizador é sempre de grande utilidade para borrifar as flores
com água, a fim de manté-las viçosas.
Antes de começar sua obra, o artista coloca o vaso sobre uma toalha e
todos os materiais a serem usados numa bandeja, para que, montado o Ike-
bana, todos os resíduos possam ser facilmente recolhidos, deixando o ambien
te limpo e asseado.
Na Primavera
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Salgueiro —(yanagi-no-yu) —misericórdia divina
Ameixeira —(ume) —vitalidade
Pessegueiro —(momo) —feminilidade
Bambu —(take) —lealdade
Cerejeira —(sakurá) - virtudes masculinas
Azaléa —(shakunage) —fraternidade
Crisântemo —(kiku) —realeza
Macieira —(kingio) - autoridade divina
Rosa —(chosan) —serenidade
Pereira —(nashi) —benevolência
No Verão
No Outono
No Inverno
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VU Alguns estilos de Ikebana
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Inclinado A inclinação em Ikebana é a representante floral do dinamis
mo. da vitalidade e do movimento Para isso, da-se às plantas a inclinação
adequada, produzindo no arranjo um efeito suave de movimento (Fig. 3 e
Fig. 6)
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Fig. 4 - Moribana Pendente
terra têm por missão restabelecer o equilíbrio das forças com uma pequena
massa de movimentos ascendentes.
Para este tipo de Moribana, Shin deve medir quatro vezes o diâmetro
maior do vaso; Hikae a metade de Shin e Soe trés quartos de Hikae. Poder-se-á
acrescentar um quarto galho, Uke, formado de três ou cinco flores e, ainda,
fixar o Nagashi, um pequeno buquê de outras flores menores, para dar ao con
junto um toque final de acabamento.
Nagueire (Nagueru: jogar e Irem: colocar)
No estilo Nagueire as flores são arranjadas de modo, aparentemente, sim
ples e natural, quase displicente. Sua silhueta revela os três princípios- Céu
Homem —Terra.
Todavia, apesar de parecer simples, o Nagueire é bem mais difícil do que
o Moribana. A característica principal do Nagueire, como dissemos, consta do
uso de vasos altos, esguios e, geralmente, de boca estreita. Daí a dificuldade de
i
fixação das plantas no lugar exato. São esses fatores espaço limitado e di
ficuldade de fixação - que tomam mais difícil a execução do Nagueire e, con
sequentemente, exigem maior habilidade e paciência do artista floral (Fig *
e Fig.6).
Fig. 5 Nagueire
Este estilo expiessa muita individualidade. Suas regias são flexíveis,
permitem maiores variações do que o Moribana e suas linhas suaves dão a impres
são de equilíbrio e sossego.
Não se usa, no Nagueire, o kenzan para fixação das plantas. Esta é feita
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por meio de recursos vários, um dos quais é o método da cenoura, que consiste
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b) Moribana Indinado
c) Moribana Pendente
d) Nagueire
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VIII CONCLUSÃO
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