aULA 01
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ESTRATÉGIA DE
NEGOCIAÇÃO E VENDAS
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Crédito: Monkey Business Images / Shutterstock.
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Vamos começar? Bons Estudos!
WEINBERG, M.; VIEIRA, M. C. A nova era dos negócios: entrevista com Joe
Gebbia. Revista Veja,11 maio 2016.
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mais intensas e em períodos de tempo cada vez menores, os gestores de sucesso
não têm outra saída que não seja conhecer a maior quantidade possível de
informações sobre o mercado, para na sequência empregá-las de forma assertiva
em suas estratégias de negócios.
Ao pensar nas estratégias de negociação e vendas, desenvolvidas pelas
mais variadas empresas, sempre temos que ter ciência de que elas fazem parte
da própria história da humanidade, pois desde os tempos remotos os primeiros
artesãos e comerciantes foram desenvolvendo táticas voltadas à maximização de
suas possibilidades de êxito. Ou seja, desde quando a economia ainda se
baseava no escambo, havia a necessidade de convencer os fregueses de que
alguma aquisição e/ou transação comercial seria benéfica para ambas as partes.
Em outras palavras, tornar um produto mais atraente aos olhos das demais
pessoas é algo muito mais antigo do que muitos de nós poderíamos, em um
primeiro momento, imaginar.
Tal leitura dos fatos é, inclusive, defendida por autores de renome, como o
professor da USP Fauze Najib Mattar (2011, p. 2), para quem o comércio, como
atividade voltada ao desenvolvimento de atividades mercantis e/ou outras
modalidades de interação, sempre existiu, muito embora tenha começado a
ganhar os seus primeiros contornos mais profissionais, com o surgimento da
moeda, que, acompanhado da escrita, “revolucionou a atividade comercial
facilitando os processos de trocas, pois agora passava a existir um produto
(moeda) que tinha valor e era do interesse de qualquer grupo na realização de
trocas”.
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disponibilizados pelos clientes (tanto pessoas físicas como também jurídicas)
ficavam armazenados em mídias físicas (tangíveis e palpáveis): eram pastas e
mais pastas, contendo centenas de documentos dos inúmeros parceiros do
escritório, que eram necessários para que se pudesse, por exemplo, elaborar o
balanço de uma empresa, ou a declaração de Imposto de Renda de um indivíduo
qualquer. Hoje em dia, todos esses dados estão devidamente armazenados, em
boa parte dos casos, na nuvem, sem que os clientes precisem enviar fotocópias
e/ou qualquer outro tipo de documento físico. Isso é o que chamamos de
desmaterialização dos processos, que ganharam uma agilidade infinitamente
maior, graças ao advento desses aprimoramentos tecnológicos.
Outro exemplo interessante, que exemplifica parte dos benefícios oriundos
da atual Revolução Digital, diz respeito às transações econômicas. No passado,
era muito comum que as pessoas pagassem todas as suas contas diretamente
nos caixas dos bancos, por meio do uso de dinheiro físico (papel moeda) ou de
cheques, procedimentos que demandavam um tempo enorme, estando sujeitos,
em muitos casos, a equívocos humanos e/ou outras falhas (certos documentos
poderiam se extraviar, ou ainda sofrer danos irreversíveis pela ação do tempo).
Hoje em dia, em contrapartida, boa parte dessas operações é feita por
aplicativos de celular, sem que os clientes precisem se deslocar até as agências,
muito menos interagir com funcionário das instituições bancárias. Essas
operações, no passado, precisavam ser feitas pessoalmente, muitas vezes com
hora marcada, e com o gerente da conta e/ou algum outro funcionário do banco,
a exemplo da negociação de uma dívida ou da tomada de um empréstimo. Agora,
elas também podem ser igualmente realizadas de forma automatizada, por meio
dos sites ou dos aplicativos disponibilizados pelas instituições financeiras. Ou
seja, o mundo, no momento presente, ganhou uma agilidade, no que diz respeito
a um imenso número de transações, que não existiam nas décadas passadas.
Seguindo esta linha de pensamento, a atual Revolução 4.0 (Digital) está
assentada nos avanços oriundos de um tripé tecnológico, baseado em robótica,
cibernética e informática, cuja sinergia também promoveu o advento de uma outra
tecnologia, cada vez mais presente no nosso dia a dia, a chamada Inteligência
Artificial (IA), que se pauta justamente no uso cada vez mais efetivo de dados e
demais informações, outrora dispersos na Internet, e que atualmente fazem parte
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daquilo que denominamos estratégias de Big Data 1. Justamente essas
transformações são o alicerce fundamental daquilo que nós chamamos de
sociedade da informação, cujos detalhes conheceremos na sequência.
Saiba mais
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Quando empregamos a expressão Big Data, devemos ter consciência de que não temos uma
única definição disponível na literatura especializada. Contudo, para os gestores que atuam
com Tecnologia da Informação (TI), um conceito mais simplista, porém bastante didático,
caracteriza as estratégias de Big Data como sendo o somatório das diversas técnicas voltadas a
analisar quantidades consideráveis de dados em prol da geração de resultados, que
posteriormente podem ser transpostos para o planejamento estratégico das organizações,
gerando impactos positivos nas estratégias de vendas e de negociação. Tais resultados, é
importante lembrar, dificilmente seriam obtidos com um volume pouco expressivo de dados. Ou
seja, um dos grandes diferenciais advindos com as estratégias de Big Data está na análise
conjunta e simultânea de um conjunto considerável de informações.
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HARADA, E. Inteligência artificial já venceu os melhores jogadores de pôquer.
Tecmundo, 25 set. 2019. Disponível em:
<https://www.tecmundo.com.br/software/148073-inteligencia-artificial-venceu-
melhores-jogadores-poquer.htm>. Acesso em: 13 mar. 2020.
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cultural que foi incrementado de forma exponencial, nos últimos tempos, como
consequência direta do processo de Globalização), os níveis de competitividade
se tornariam cada vez mais acentuados, de tal sorte que nenhuma organização
conseguiria ficar imune a esta nova conjuntura.
Nas palavras de Kotler e Keller (2006, p. 11), a globalização trouxe consigo
o advento de uma concorrência cada vez mais intensa e acirrada entre as marcas
domésticas e estrangeiras, o que redundou em um “aumento nas despesas de
marketing e uma redução nas margens de lucro”. Seguindo essa linha de
raciocínio, as organizações precisam produzir resultados cada vez mais robustos
e expressivos, com verbas cada vez mais reduzidas. Tal constatação ainda
contaria com um agravante bastante preocupante: a aceleração cada vez mais
perceptível do processo de comoditização, que “corrói as margens e
compromete a fidelidade do cliente. A comoditização só pode ser superada de
forma efetiva se o público-alvo se convencer de que existem diferenças
significativas no mercado e que os benefícios exclusivos das ofertas de uma
empresa valem a despesa adicional” (Kotler; Keller, 2006, p. 198). Dessa forma,
as estratégias de negociação e de vendas devem, sempre que possível, valorizar
os diferenciais competitivos das organizações, em prol da conquista efetiva dos
seus clientes, até mesmo porque, em um contexto no qual os produtos se
assemelham cada vez mais, as organizações de sucesso devem sempre primar
por excelência.
Em paralelo, e diante de um contexto no qual existe um fluxo cada vez mais
intenso de informações, os concorrentes se mostram aptos, com muito mais
facilidade, a se apropriar e, na sequência, a incorporar (ou pelo menos adaptar)
algum tipo de inovação implementada, no passado, por outra empresa. Essa
situação poderia vir a inibir ou mesmo anular as vantagens competitivas até então
obtidas. Michael Porter (1999), a título de ilustração, já previa essa situação no
mundo contemporâneo, na obra Vantagem Competitiva, escrita nos anos 90, em
que já salientava que, por mais que uma empresa consiga, a título de ilustração,
transplantar uma dada prática de sucesso para o seu chão de fábrica, existe algo
que jamais poderá ser conseguido no curto prazo: a fidelidade de uma ampla
gama de clientes. Ou seja, tal como enfatizado por Kotler e Keller (2006), Michael
Porter (1999) também é partidário da tese de que o segredo do sucesso, na atual
Sociedade da Informação, depende do encantamento dos clientes.
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Quando nos referimos à expressão encantamento, que será analisada com
maior profundidade em conteúdos futuros, é sempre importante ter em mente que
todo processo de satisfação de um cliente, em termos de percepção, é fruto da
relação entre aquilo que ele inicialmente almejava e o que, de fato, recebeu em
termos de solução. Podemos observar tal processo no modelo desenvolvido pelo
professor de Inovação da ESPM, Marcelo Pimenta (2014), que foi transposto para
o seguinte fluxograma.
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Neste caso, a exemplo do que detalhamos ao longo deste tema, as
empresas que almejam uma posição de destaque, na atual sociedade da
informação, precisam focar os seus esforços na promoção de estudos que
permitam ampliar os níveis de satisfação e, por conseguinte, de fidelidade por
parte de seus clientes mais rentáveis, bem como de outros públicos de interesse.
Só assim tais organizações terão mecanismos realmente efetivos para combater
o incremento nos níveis de competição entre as corporações, que só tendem a
crescer pelos próximos anos.
Se, nos tópicos anteriores, conhecemos um pouco mais sobre algumas das
principais características da sociedade da informação e da Revolução 4.0
(Digital), com a importância de encantar os nossos clientes e demais públicos de
interesse, a nossa missão, neste tema, é compreender com maior profundidade
como os gestores que atuam com estratégias negociação e de vendas devem
agir em torno de uma variável que, em muitos casos, não recebe a devida atenção,
mas que se mostra cada vez mais relevante para sucesso das organizações: o
tempo.
Logo de início, precisamos salientar que, segundo dados presentes em
relatórios emitidos pelo Trendwatching (2016 o incremento de fenômenos como o
just in time e o end of waiting redundaram em uma aceleração dos processos e
em uma reconfiguração das relações constituídas entre as organizações e os seus
diversos parceiros e/ou clientes. Portanto, se há algo inegável, nos dias de hoje,
é à sensação reinante de que os serviços, por exemplo, precisam ser entregues
com alta dose de qualidade e personalização, em prazo relativamente curto
Assim, podemos afirmar que o fator tempo se tornou imprescindível para a
otimização de estratégias organizacionais de médio e longo prazo. Em outras
palavras, há crescentes níveis de exigência e de expectativa por parte dos
clientes, dado essencial para os gestores locais. Segundo dados da OMS
(Brasil..., 2019), o brasileiro é o povo mais ansioso do mundo 2. Assim, as
empresas que atuam no Varejo se encontram envoltas num grande dilema: o
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“Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País tem o maior número de
pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o
transtorno” (Brasil..., 2019).
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quanto podem customizar as suas soluções sem que isso acarrete incremento
muito expressivo nos seus gastos, ao mesmo tempo que cada segundo, numa
transação on-line (a exemplo do que acontece no varejo digital), deve ser levado
em consideração no momento de se entregar algum tipo de solução.
Nas estratégias de negociação e vendas, o dilema não é muito
diferente, pois nesses casos os gestores devem encontrar formas de oferecer
aquilo que os diversos públicos demandam, dentro dos prazos solicitados pelos
clientes, sem que isso provoque a descaracterização do próprio produto.
Pensando em como satisfazer seus clientes de forma efetiva, uma solução
bastante inteligente e criativa foi encontrada por um shopping center nos EUA,
que criou uma fila para os compradores com mais pressa, e outra para aqueles
que estão no shopping para passear, a exemplo daquilo que já acontece com as
autopistas. Dessa forma, o mesmo espaço pode ser compartilhado por dois
públicos com interesses e prioridades diferentes, dependendo do dia e do horário.
Tal inovação também deve servir de inspiração para os gestores que atuam no
varejo, dada a necessidade de desenvolver produtos capazes de atender,
simultaneamente, públicos dotados de diferentes expectativas.
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marketing do micro tédio, que consiste em “um conjunto de estratégias que
pretende captar a atenção dos consumidores durante esses curtos, porém
constantes momentos de tédio normais do cotidiano, para a criação de
relacionamento e presença da marca”.
Rez (2014) prossegue a sua análise demonstrando que as estratégias
pautadas no marketing do microtédio se dão pela disponibilização de conteúdos
específicos nas plataformas sociais, de forma online e offline, em smartphones,
como forma de minimizar os infortúnios decorrentes do tempo de espera, que
podem conduzir a uma insatisfação por parte dos clientes. Neste caso, a solução
é pensada como forma não apenas de diminuir as sensações desagradáveis
decorrentes do tempo de espera, mas também de gerar conteúdos com elevado
grau de personalização, até mesmo porque, ao contrário do que costumeiramente
acontece com os computadores e os tablets, dificilmente alguém compartilha o
seu smartphone com outras pessoas.
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Crédito: Callahan / Shutterstock.
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consumidores (quem obtém o benefício). Contudo, é muito importante observar
que, em momento algum, existe menção explicita à alguma política de
lealdade e/ou de fidelidade a ser estabelecida entre a organização e os seus
(potenciais) clientes. Ou seja, a leitura estabelecida na época também primava
por políticas de curto prazo.
Foi apenas a partir dos anos 1970 que passamos por uma mudança
bastante considerável neste tipo de leitura dos fatos, não sendo a toa que Peter
Drucker (1994, p. 64), em sua obra Administração para o futuro, afirmou
categoricamente que, com base em sua experiência como consultor e professor,
o grande objetivo a ser perseguido pelas empresas seria “tornar a venda
supérflua”. Desse momento em diante (década de setenta), ocorreu um contínuo
e ininterrupto processo de integração entre os setores de vendas (sales) e
marketing, dando origem a uma expressão já bastante consolidada nos Estados
Unidos, o smarketing, que procura reforçar a sinergia entre esses dois campos,
tal como será detalhado no nosso próximo tema.
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Figura 3 – Smarketing
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Afinal, na atual conjuntura e considerando todos os fatores que já foram
abordados nos primeiros temas, é sempre importante recordar dos ensinamentos
de David Packard (fundador da Hewllet-Packard), para quem “o Marketing é
importante demais para ficar por conta apenas do departamento de Marketing”
(Fernandes; Berton, 2012, p. 181), até mesmo porque uma série de contratempos
podem surgir quando a empresa como um todo foca os seus esforços apenas nos
processos internos, sem um olhar em prol da satisfação efetiva dos desejos de
seus clientes e de demais públicos de interesse.
Os professores Bruno Fernandes e Hamilton Berton (2012, p. 181) também
salientam: “as empresas avançadas buscam fazer com que todos os seus
departamentos sejam orientados para o cliente, ou mesmo funcionem em função
deles”. Tal postura anseia, acima de tudo, demonstrar que, na atual conjuntura,
os gestores que se destacam são aqueles que enxergam a satisfação de seus
clientes como elemento-chave para o sucesso. Pois nessa época, caraterizada
por níveis crescentes de competição, a palavra-chave é integração, o que
também vale para as áreas de marketing e de vendas e de negociação.
Leitura muito parecida já havia sido apresentada por Kotler e Keller (2006),
em sua obra Administração de Marketing, tal como podemos perceber na
representação a seguir, em que notamos que o organograma das empresas
orientadas para o cliente dá uma atenção muito mais acentuada aos índices de
satisfação dos diversos públicos.
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REFERÊNCIAS
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