Aula 01
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GESTÃO DE PESSOAS
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no alcance de patamares superiores de performance individual, dos grupos e da
organização.
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defendida por Chiavenato (2015) e apresenta a diferença entre os modelos
mecanicistas e orgânicos, conforme figura a seguir.
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negócio e das pessoas; (5) ajudar a direcionar os esforços para os processos e
áreas com maior potencial de crescimento de performance.
Após a realização do diagnóstico do nível de maturidade da organização e
de suas características culturais, é importante que o gestor conheça o seu papel
diante das pessoas que atuam em sua equipe e utilizar os subsistemas de RH
como base, garantindo o seu envolvimento como gestor em todos os elementos
que influenciam a qualidade, a retenção e a motivação dos talentos de sua equipe.
Segundo Chiavenato (2016, p. 3), existem cinco subsistemas na área de
RH, conforme quadro a seguir.
Desenvolvimento organizacional
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Leitura complementar
Leia a seção 1.7 do livro Gestão de Pessoas e Talentos, de Janete Knapik,
disponível na Biblioteca Virtual. (KNAPIK, J. Gestão de pessoas e talentos.
Curitiba: IBPEX, 2008).
Crédito: Sdecoret/Shutterstock.
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Trabalho individual versus trabalho em equipe, em que conceitos da
nova economia, como colaboração, interação e comunicação, se tornaram
impulsionadores de resultados positivos.
Reter talentos versus aplicar talentos, em que o principal motivador para
a retenção dos talentos está na adequação entre desafios, aptidões,
fatores motivadores e constate desenvolvimento.
Gerentes versus líderes e coaches, alterando consideravelmente o perfil
dos gestores, que estão se tornando democráticos, incentivadores e
renovadores.
T&D versus aprendizagem organizacional, em que a responsabilidade
pelo desenvolvimento das pessoas está mais descentralizada, envolvendo
a área de RH, mas também os gestores e o colaborador como responsável
pelo seu autodesenvolvimento.
Gestão do capital humano, em que “cada executivo passou a ser inserido
no esforço conjunto de cultivar e desenvolver continuamente o talento
humano” (p. 6).
Percebe-se que, nos argumentos utilizados pelo autor, o papel dos líderes,
a aprendizagem, a interação e a colaboração estão em evidência, caracterizando
o novo paradigma da gestão de pessoas.
Outra teoria da evolução da visão e foco da gestão de pessoas é
apresentada por Knapik (2008) conforme o Quadro 3.
GESTÃO DE PESSOAS
ADMINISTRAÇÃO DE
DEPARTAMENTO PESSOAL Gestão focada no geren-
RECURSOS HUMANOS
Gestão focada na burocracia e ciamento com e para as
Gestão mais dinâmica e focada
no controle das pessoas. A pessoas. Considera os
no desenvolvimento da
empresa é mais centralizadora, colaboradores como talentos
motivação das pessoas.
e o RH é visto como órgão dotados de capacidades,
Preocupa-se com o interesse
fiscalizador. habilidades e intenção de levar
dos colaboradores.
a empresa ao sucesso.
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Outra perspectiva bastante atual é a defendida por Quinn (2017). Nela, os
autores analisam a evolução dos modelos de gestão e podemos, claramente,
perceber como cada um desses modelos direciona a forma com que as pessoas
são lideradas e motivadas. Vamos destacar os modelos e as características que
se relacionam com a gestão de pessoas, propriamente dita.
Leitura complementar
A Involves, desenvolvedora do software para gestão de trade marketing
Agile Promoter, é destaque em gestão de pessoas. Em 2017, foi eleita como a
melhor empresa para trabalhar em Santa Catarina pelo Great Place to Work
(GPTW), além de ocupar a terceira posição no ranking nacional de tecnologia. A
conquista é consequência de políticas inovadoras voltadas à qualidade de vida,
motivação e integração de toda a equipe. Algumas das práticas adotadas pela
empresa em gestão de pessoas é o Programa de Participação nos Lucros e
Resultados (PLR); a avaliação semestral de desempenho, chamada de
Metamorfose Ambulante (em referência à música de Raul Seixas, já que Música
é um dos valores da Involves); e as Cíclicas, que são reuniões trimestrais para
conectar todo o time emocionalmente, desenvolvendo o espírito dos “involvidos”
– como os colaboradores se chamam internamente – e alinhar os objetivos. “Nós
oferecemos uma série de atividades para reter talentos com foco na qualidade de
vida, que vão desde horários flexíveis até o incentivo do consumo de frutas e
momentos de relaxamento com instrumentos musicais, jogos de tabuleiro e video
game no ambiente de trabalho”, conta Ana Paula Panichi, psicóloga da Involves.
Disponível em: <https://www.mundorh.com.br/empresas-destacam-suas-acoes-
inovadoras-em-rh/>. Acesso em: 28 maio 2019.
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a proatividade, o engajamento e a criatividade, os gestores de pessoas têm
assumido alguns desafios diários, dentre eles (Marques, 2018):
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abordadas corretamente. Eliminar totalmente o conflito causaria seus próprios
problemas, ou seja, não haveria diversidade de opinião e não haveria como
capturar e corrigir planos e políticas imperfeitos.
Já o alinhamento cultural refere-se ao quanto os colaboradores e a
liderança “estão na mesma página” em relação ao objetivo e aos valores centrais
de uma organização. O alinhamento entre a cultura organizacional e a cultura
pessoal amplia a motivação para atingir as metas organizacionais e garantir que
a missão seja implementada.
A gestão da diversidade organizacional também é elencada como um dos
pontos nevrálgicos da gestão de pessoas. A globalização impulsionou a criação
orgânica de equipes e organizações imersas em um contexto de diversidade e,
consequentemente, conflitos dentro dos times, os quais passaram a ter uma
configuração muito mais heterogênea. Tal realidade tem exigido dos gestores o
desenvolvimento de estratégias de gestão dessa diversidade, a fim de garantir
que o conflito seja transformado em instrumento de inovação e criatividade.
Nas políticas de treinamento e desenvolvimento, as recentes descobertas
sobre a efetividade das metodologias ativas nos processos de aprendizagem têm
elevado o nível das ações de T&D. Os gestores de pessoas têm utilizado jogos,
experiências vivenciais, discussões direcionadas, construção coletiva de
conhecimento para garantir o acesso a comportamentos instalados e direcionar
os processos no sentido de reforçar comportamentos positivos e reduzir ou alterar
comportamentos negativos.
Ainda, processos de autoconhecimento e autonomia estão nas principais
pautas de processos de desenvolvimento, bem como a comunicação assertiva e
empática. Ambos trabalham com sentimentos, valores, necessidades individuais
e como todos esses elementos estão alinhados com a organização.
Concluindo, “as pessoas querem igualdade, justiça, abertura e
transparência; elas querem ser responsáveis e arcar com todas as consequências
de suas vidas; querem confiar e querem que confiem nelas. Elas também querem
trabalhar em organizações que sejam vistas como éticas e que façam a coisa
certa aos olhos da sociedade. Elas querem se sentir orgulhosas da organização
para a qual trabalham” (Barrett, 2018, p. 15).
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Saiba mais
Para conhecer mais sobre as particularidades da gestão de pessoas, leia o
artigo “Bird Box: para o que você tem fechado os olhos na gestão de pessoas?”,
de Isabel Holanda. Disponível em: <https://revistamelhor.com.br/bird-box-para-o-
que-voce-tem-fechado-os-olhos-na-gestao-de-pessoas/>.
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Design thinking: o design thinking se contrapõe à complexidade
desnecessária do ambiente de trabalho, colocando a experiência do
profissional em primeiro plano.
RH: conforme as empresas se transformam, as respectivas mudanças em
curso precisam ser consideradas no papel exercido pelas áreas de RH.
Analytics: o RH tem a chance de demonstrar o retorno sobre o
investimento (ROI) em seus esforços de analytics, construindo o business
case para maiores investimentos.
RH digital: dispositivos portáteis e outras tecnologias possibilitam que o
RH revolucione a experiência dos profissionais por meio de novas
plataformas digitais.
Força de trabalho: redes de profissionais que trabalham sem qualquer
vínculo empregatício – assim como o crescente uso de tecnologias – estão
remodelando a equação da gestão de talentos.
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Leitura complementar
No sentido de ampliar seu conhecimento sobre as tendências futuras ao
gerir pessoas, leia a seção 6.1 e 6.2 (p. 96-105) do livro Gestão de pessoas:
conceitos e estratégias, disponível na Biblioteca Virtual. (ROMERO, S. M. T.;
COSTA E SILVA, S.; KOPS, L. M. Gestão de pessoas: conceitos e
estratégias. Curitiba: InterSaberes, 2013.)
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organizacionais e comunicar, de maneira clara, as estratégias organizacionais no
sentido de todos os colaboradores caminharem na mesma direção.
Para garantir resultados extraordinários, é necessário que as estratégias
de gestão de pessoas estejam alinhadas com as demais estratégias da
organização. Ao tratar de gestão estratégica de pessoas, a responsável por
“orquestrar” o processo junto dos gestores é a área de gestão de pessoas, uma
vez que é a área responsável por planejar essas políticas e processos.
Segundo Chiavenato (2016), para garantir um planejamento de gestão de
pessoas coerente e alinhado com as estratégias da área e da organização, é
necessário que os gestores e os profissionais da área de gestão de pessoas
trabalhem juntos. As etapas sugeridas pelo autor para a elaboração de um
planejamento estratégico baseado em competências são:
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São muitos os desafios, tanto dos profissionais da área de gestão de
pessoas quanto dos próprios gestores nas áreas, para garantir o alinhamento
estratégico na gestão de pessoas. Segundo estudo da consultoria Lee Hecht
Harrison (LHH), o nível de comprometimento da liderança com a gestão de
pessoas é crucial para 70% dos 1.160 executivos consultados. Em tempos de
digitalização e de uma nova geração entrando no mercado de trabalho, é preciso
levar em consideração questões como humanização do ambiente, novas formas
de produtividade, constante aprendizado, adaptação às tecnologias que surgem,
uma cultura interna que evite conflitos e que valorize o ser humano, além de um
plano de carreira motivador. E que tudo isso, é claro, influencie na boa
performance das empresas (Mundo RH, 2018).
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REFERÊNCIAS
ABREU, V. Por mais líderes com mindset digital e colaborativo. Revista Melhor,
ano 25, n. 362, p. 14, 2018.
CARVALHO, G. Cuidar (bem) do que é seu. Revista Melhor, ano 24, n. 349, 2016.
EMPRESAS destacam suas ações inovadoras em RH. Mundo RH, 1 jun. 2018.
Disponível em: <https://www.mundorh.com.br/empresas-destacam-suas-acoes-
inovadoras-em-rh/>. Acesso em: 29 maio 2019.
PALLAES, A. Uma nova conexão com o trabalho. Revista Melhor, ano 26, n. 363,
2018.
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WITTMANN, M. L.; LUBECK, R. M.; SILVA, M. S.; XAVIER, N. R. Uma visão não
linear pelo prisma da complexidade sabre o ambiente da estratégia
empresarial. Anpad 3Es, 2011.
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