Hepatite
Hepatite
Hepatite
O que é:
Tipos:
Tratamento:
Prevenção:
Fonte:
Ministério da Saúde. Saúde de A a Z
Hepatites virais
Hepatite A
O que é?
É uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também
conhecida como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a
hepatite A é uma doença de caráter benigno, contudo o curso
sintomático e a letalidade aumentam com a idade.
Como é o tratamento?
Não há nenhum tratamento específico para hepatite A. O mais
importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez
que, o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao
fígado podem piorar o quadro. O médico saberá prescrever o
medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o
balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos
perdidos pelos vômitos e diarreia. A hospitalização está indicada
apenas nos casos de insuficiência hepática aguda (OMS, 2018a).
Como prevenir?
Vacina: A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e
segura e é a principal medida de prevenção contra a hepatite A.
A gestação e a lactação não representam contraindicações para
imunização. Atualmente, faz parte do calendário infantil, no
esquema de 1 dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a
partir dos 12 meses até 5 anos incompletos – 4 anos, 11 meses e
29 dias).
É importante que os pais, cuidadores e profissionais de saúde
estejam atentos para garantir a vacinação de todas as crianças.
Além disso, a vacina está disponível nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais (CRIE), no esquema de 2 doses –
com intervalo mínimo de 6 meses – para pessoas acima de 1 ano
de idade com as seguintes condições:
Hepatite B
O que é?
A Hepatite B é um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil.
É causada por vírus. Em 2018, foi responsável por 13.922 (32,8%)
dos casos de hepatites notificados no Brasil.
O vírus da Hepatite B está relacionado a 21,3% das mortes
relacionadas às hepatites entre 2000 e 2017.
Na maioria dos casos não apresenta sintomas e muitas vezes é
diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a
outras doenças do fígado, como cansaço, tontura, enjoo/vômitos,
febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados.
A principal forma de prevenção é por meio da vacinação.
Como tratar?
A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica.
A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais
de saúde consideram que a forma é crônica quando a doença dura
mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende
da idade na qual ocorre a infecção.
A Hepatite B não tem cura. Entretanto, o tratamento disponibilizado
no SUS objetiva reduzir o risco de progressão da doença e suas
complicações, especificamente cirrose, câncer hepático e morte.
Os medicamentos disponíveis para controle da hepatite B são a
alfapeginterferona, o tenofovir e o entecavir.
Como prevenir?
A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B
é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não
vacinadas, independentemente da idade. Para crianças, a
recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao
nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para
a população adulta, via de regra, o esquema completo se dá com
aplicação de três doses. Para população imunodeprimida deve-se
observar a necessidade de esquemas especiais com doses
ajustadas, disponibilizadas nos Centros de Imunobiológicos
Especiais (CRIE).
Outras formas de prevenção devem ser observadas, como usar
camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos
de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de
dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de
drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. O
preservativo está disponível na rede pública de saúde.
Como é transmitida?
A Hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a
gestação ou durante o parto, sendo esta via denominada de
transmissão vertical. Esse tipo de transmissão, caso não seja
evitada, pode implicar em uma evolução desfavorável para o bebê,
que apresenta maior chance de desenvolver a hepatite b crônica.
A investigação para hepatite B deve ser feita em todas as gestantes
a partir do primeiro trimestre ou quando do início do pré-natal
(primeira consulta), sendo que o exame pode ser feito por meio
laboratorial e/ou testes rápidos.
Para gestantes com resultado de teste rápido para hepatite B não
reagente e sem história de vacinação prévia, recomenda-se a
vacinação em 3 doses.
As gestantes que apresentem resultado do teste rápido reagente
para hepatite B deverão complementar a avaliação com solicitação
de exame específico e carga viral da hepatite B e, caso confirmado
o resultado, a gestante pode ter indicação de profilaxia com
tenofovir (TDF) a partir do 3º trimestre da gestação, caso atenda
aos critérios estabelecidos no PCDT de Prevenção da Transmissão
Vertical.
Para todas as crianças exposta à hepatite B durante a gestação
está recomendada a vacina e imunoglobulina (IGHAHB) para
hepatite B, preferencialmente nas primeiras 24 horas do pós-parto –
essas medidas realizadas em conjunto previnem a transmissão
perinatal da hepatite B em mais de 90% dos recém-nascidos. A
referência à maternidade/casa de parto é de responsabilidade da
equipe de saúde que acompanha a gestante com hepatite B e deve
ser documentada no cartão da gestante.
Notificação de casos?
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja,
cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Esse
registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e
ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor.
Os critérios para definição de casos estão postos pelo Guia de
Vigilância em Saúde e, no caso da hepatite B, consideram-se os
seguintes critérios:
O que é?
É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus C da
hepatite e que pode se manifestar na forma aguda ou crônica,
sendo esta segunda a forma mais comum. A hepatite crônica pelo
HCV é uma doença de caráter silencioso que evolui sorrateiramente
e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado.
Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tronam crônicos e, em
média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. Uma vez
estabelecido o diagnóstico de cirrose hepática, o risco anual para o
surgimento de carcinoma hepatocelular (CHC) é de 1% a 5%
(WESTBROOK; DUSHEIKO, 2014). O risco anual de
descompensação hepática é de 3% a 6%. Após um primeiro
episódio de descompensação hepática, o risco de óbito, nos 12
meses seguintes, é de 15% a 20% (WESTBROOK; DUSHEIKO,
2014).
Quais as formas de transmissão?
A transmissão do HCV pode acontecer por:
Como prevenir?
Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção é
importante:
Hepatite D
O que é?
A hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a
presença do vírus do B da hepatite para causar a infecção e
inflamação das células do fígado. Existem duas formas de infecção
pelo HDV: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do
HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. A hepatite D
crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica,
com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado
para descompensação, CHC e morte (FATTOVICH et al., 2000;
MALLET et al., 2017).
Quais as formas de transmissão?
As formas de transmissão são idênticas as da hepatite B, sendo:
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico sorológico da hepatite D é baseado na detecção de
anticorpos anti-HDV. Caso estes apresentem exame anti-HDV
reagente, a confirmação da hepatite Delta será realizada por meio
do somatório das informações clínicas, epidemiológicas e
demográficas. A confirmação do diagnóstico também poderá ser
realizada por meio da quantificação do HDV-RNA, atualmente
realizados apenas em caráter de pesquisa clínica.
Excepcionalmente, a confirmação diagnóstica poderá ser realizada
por meio do exame de histopatologia para identificação da hepatite
D.
Como é o tratamento?
Após o resultado positivo e confirmação, o médico indicará o
tratamento de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções.
Os medicamentos não ocasionam a cura da hepatite D. O objetivo
principal do tratamento é o controle do dano hepático. Todos os
pacientes portadores de hepatite Delta são candidatos à terapia
disponibilizadas pelo SUS. Atualmente as terapias são compostas
por alfapeguinterferona 2a e/ou um análogo de núcleostídeo.
Todos os pacientes com hepatite D devem ser encaminhados a um
serviço especializado. Além do tratamento medicamentoso orienta-
se que não se consuma bebidas alcoólicas.
Como prevenir?
A imunização para hepatite B é a principal forma de prevenção da
doença, sendo universal no Brasil desde 2016
(CGPNI/DEVIT/SVS/MS, 2015). Outras medidas envolvem: uso de
preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar de
objetos de uso pessoal - como lâminas de barbear e depilar,
escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos
para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de
piercings.
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os
exames para detectar a hepatites, a HIV e a sífilis.
Hepatite E
O que é?
A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E (HEV). O vírus
causa hepatite aguda de curta duração e auto-limitada. Na maioria
dos casos é uma doença de caráter benigno. A hepatite E pode ser
grave na gestante e raramente causa infecções crônicas em
pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência.
Como é o diagnóstico?
O teste para a pesquisa de anticorpos IgM anti-HEV pode ser usado
para o diagnóstico da infecção recente pelo HEV. Anticorpos IgG
anti-HEV são encontrados desde o início da infecção, com pico
entre 30 e 40 dias após a fase aguda da doença, e podem persistir
por até 14 anos. A detecção da viremia em amostras de fezes, por
RT-PCR, auxilia no diagnóstico dos casos agudos de hepatite E.
Como é o tratamento?
Da mesma forma que a hepatite A, a hepatite E não tem um
tratamento específico. O mais importante evitar a automedicação
para alívio dos sintomas, vez que, o uso de medicamentos
desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o
quadro. O médico saberá prescrever o medicamento mais
adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional
adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e
diarreia.
É desaconselhado o consumo de bebidas alcoólicas. A internação
só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave,
principalmente mulheres grávidas. Em pacientes imunossuprimidos,
como transplantados de órgãos sólidos, com aids e em terapia com
imunobiológicos (como rituximab) há o risco de infecção crônica
pelo vírus da hepatite E (HEV) e necessidade de tratamento com
antivirais.
Como previne?
A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições
de saneamento básico e de higiene, como, por exemplo: