Biologia: Doenças Causadas Por Ribovírus
Biologia: Doenças Causadas Por Ribovírus
Biologia: Doenças Causadas Por Ribovírus
com/ProfessorFerretto
• Gripe suína
DENGUE (VÍRUS FLAVIVÍRUS, FAMÍLIA DOS
• Covid-19 (SARS-Cov-2 ou novo coronavírus)
ARBOVÍRUS / FLAVIVÍRUS)
• Raiva ou hidrofobia (rabdovírus)
Modo de transmissão: Picada da fêmea do mosquito Aedes ae-
• Leitura - Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil
gypti ou Aedes albopictus (mosquito tigre asiático). Apenas os mos-
• Ebola (Vírus Ebola)
quitos do sexo feminino atacam os humanos e transmitem a doença.
• Caxumba ou parotidite
Isto ocorre porque a fêmea grávida do mosquito precisa de ferro e
• Sarampo
proteínas do sangue para fabricar seus ovos. O macho do mosquito
• Rubéola
é herbívoro (fitófago), não atacando humanos e, consequentemente,
• Poliomelia ou paralisia infantil (poliovírus)
não transmitindo doenças. O mosquito contamina-se ao picar um
• Leitura - Vacina pentavalente e heptavalente
homem ou outro mamífero contaminado, mas há a possibilidade de
• Rotavirose (Rotavírus)
transmissão vertical, na qual a fêmea transfere o vírus diretamente
• Hepatite A (HAV ou Hepatite A Vírus)
para seus ovos, de modo que os novos mosquitos já nascem com o
• Hepatite C (HCV ou Hepatite C Vírus)
vírus em seu organismo.
• Hepatite D (HDV ou Hepatite D Vírus)
O Aedes vive em casas ou proximidades e pica durante o dia, sen-
• Hepatite E (HEV ou Hepatite E Vírus) do ele preto com o abdome listrado de branco. Sua larva é aquáti-
• Resumo ca de água doce, mas de respiração aérea, precisando ter acesso à
superfície do meio para respirar. A larva só se desenvolve em água
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doce, uma vez que a água salgada a desidrata por osmose (porque seu exoesqueleto quitinoso é muito delgado), limpa, uma vez
que água com detritos orgânicos apresenta muitas bactérias e pequenos teores de oxigênio, e parada, uma vez que água em
movimento pode deslocar a larva para o fundo, onde há pouco oxigênio e ela pode asfixiar.
Características: Existem quatro sorotipos virais: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Ao contrair um dos tipos, o indivíduo se torna
imune a este tipo, podendo, entretanto contrair um dos outros três restantes.
De modo geral, no primeiro contágio com o vírus, contrai-se a forma benigna (dengue clássica) da doença, na qual o vírus leva
a efeitos como forte cefaleia (dores de cabeça), artralgia (dores nas articulações), mialgia (dores nos músculos), astenia (fraqueza
generalizada), anorexia (falta de apetite), dor retro-orbital (atrás dos olhos) e pele com eritemas (manchas vermelhas) devido a mi-
crohemorragias. Os sintomas valeram à dengue o apelido de “febre quebra-ossos”.
A partir do segundo contágio, por um sorotipo diferente do da primeira vez (afinal, o indivíduo se torna imune ao tipo que ele já
contraiu), contrai-se a forma hemorrágica (dengue hemorrágico) da doença, mais grave, podendo haver hemorragias em vários
órgãos, como hemorragias internas causando dor abdominal, hemorragias nasais e hemorragias gengivais, com forte queda de
pressão arterial, caracterizando a síndrome do choque pelo dengue.
As hemorragias na dengue são de caráter autoimune: anticorpos produzidos contra o vírus da dengue levam à destruição de
células endoteliais e consequente ruptura de capilares, bem como de plaquetas e consequente deficiência de coagulação. No
primeiro contágio (dengue clássica), a resposta imune mais fraca leva a pequenas lesões capilares e suave queda na quantidade de
plaquetas (trombocitopenia leve), com hemorragias leves que se manifestam na forma de eritemas (manchas vermelhas, lembra?).
A partir do segundo contágio, a resposta imune mais intensa leva à extensa destruição de capilares e uma queda mais intensa na
quantidade de plaquetas (trombocitopenia severa), de modo que as hemorragias são mais intensas.
Prevenção: Combate ao mosquito, que precisa de água doce, limpa e parada para se reproduzir. Há três formas de controle da
doença:
- mecânico, que consiste em se eliminar frascos, garrafas e pneus que acumulem água; é o principal mecanismo de controle da
doença;
- químico, que consiste em se utilizar inseticidas, como o “fumacê” (UBV ou ultra-baixo-volume);
- biológico, que consiste em se utilizar peixes larvífugos, como os peixe-beta, para devorar as larvas nos reservatórios.
Mosquiteiros não adiantam contra a dengue porque o mosquito é de hábitos diurnos.
Em 2016, foi lançada a primeira vacina contra a dengue, denominada Dengvaxia, que age contra os 4 sorotipos do vírus da
dengue. A vacina tem pequena eficácia de proteção, e não deve ser usada por quem nunca contraiu dengue antes, mas somente
por pessoas que já contraíram dengue alguma vez, prevenindo contra formas graves da doença, ou seja, dengue hemorrágico e
síndrome do choque pela dengue.
Informações adicionais: Deve-se evitar o uso de medicamentos contendo ácido acetilsalicílico (AAS ou Aspirina) que diminui
a capacidade agregação plaquetária, dificultando a coagulação e predispondo a sangramentos, que já são comuns, em particular
na forma hemorrágica.
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destruição da bainha de mielina nos neurônios, com sintomas como fraqueza, paralisia e dor muscular, conhecida como síndrome
de Guillain-Barré, a qual pode ser fatal.
Tome nota:
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GRIPE AVIÁRIA
A gripe aviária foi identificada pela primeira vez na Itália, há cerca de 100 anos. Acreditava-se que a gripe só infectava
aves até que os primeiros casos humanos foram detectados em Hong Kong, em 1997. Na época, todas as aves , em torno de
1,5 milhão, foram mortas em três dias. Especialistas acreditam que a medida foi decisiva para conter a epidemia.
Todas as aves são suscetíveis à gripe, mas algumas espécies como patos, são mais resistentes. Aves como frangos e
perus são particularmente vulneráveis. Eventualmente, porcos também podem ser infectados.
Pessoas pegam a doença por meio de contato direto com aves vivas infectadas. O vírus está presente nas fezes das
aves, que secam e são pulverizadas, e depois podem ser inaladas. O vírus consegue sobreviver por um longo período nos
tecidos e nas fezes das aves mortas, particularmente sob baixas temperaturas. Na epidemia de 1997, todas as 18 pessoas
infectadas conviviam com os animais em mercados ou fazendas.
Os sintomas são similares aos de outros tipos de gripe: febre, mal-estar, tosse e dor de garganta. Também já foram regis-
trados casos de conjuntivite. Nos pacientes que morreram a doença caminhou para uma pneumonia viral.
Existem 15 diferentes variações do vírus. É o vírus H5N1 que infecta os humanos e pode causar a morte. Mesmo dentre
este tipo, variações foram encontradas nos países em que foi registrado. Os vírus analisados hoje também são diferentes
dos tipos vistos no passado.
A gripe do frango tem apontado uma taxa de mortalidade elevada em humanos. Em 97, seis das 18 pessoas infectadas
morreram. Nesta nova crise, sete mortes foram comprovadamente causadas pelo vírus. Um outro problema identificado: o
vírus pode sofrer mutações rápidas e infectar outros animais.
Não há evidências de que a gripe aviária possa ser transmitida por contágio direto entre humanos, mas há receios de
que o H5N1 possa se ligar a um vírus da gripe humana, criando, desse modo, um novo vírus que poderia ser passado de
uma pessoa para outra. Isso poderia ocorrer caso uma pessoa estivesse infectada com a gripe aviária e a humana, ao mes-
mo tempo. Quanto mais essa dupla infecção acontecer, maior a chance de que ocorra uma mutação.
Milhares de aves têm sido abatidas para conter a propagação do vírus entre os animais, o que também evitaria o con-
tágio humano.
Drogas como zanamivir (Relenza), que bloqueia a neuraminidase, e oseltamivir (Tamiflu), que bloqueia a hemaglutinina,
são as drogas usadas no tratamento da gripe aviária e demais formas de gripe.
Em 2013, foi resgistrado o surgimento de uma nova variedade de vírus relacionado à gripe aviária, sendo denominado
H7N9.
GRIPE SUÍNA
A Influenza A H1N1 (comumente conhecida como Gripe Suína) é uma gripe pandêmica que atualmente está
acometendo a população de inúmeros países. A doença é causada pelo vírus influenza A H1N1, o qual representa o rear-
ranjo quádruplo de cepas de influenza (2 suínas, 1 aviária e 1 humana).
A gripe foi inicialmente detectada no México no final de março de 2009 e desde então se alastrou por diversos países.
Desde junho de 2009 a OMS elevou o nível de alerta de pandemia para fase 6, indicando ampla transmissão em pelo
menos 2 continentes.
Os sinais e sintomas da gripe suína são semelhantes aos da gripe comum, tais como febre, tosse, dor de cabeça, dores
musculares, dor na garganta e fraqueza. Entretanto, diferentemente da gripe comum, ela costuma apresentar compli-
cações em pessoas jovens.
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As considerações sobre a COVID-19 foram feitas na aula de Introdução à Parasitologia, no capítulo sobre doenças emergentes.
Modo de transmissão: Contato de saliva de animais contaminados com ferimentos (não precisa ser obrigatoriamente através
de mordeduras: o simples contato de saliva de animais contaminados com feridas prévias ou arranhões já é suficiente para o contá-
gio). Podem ser animais domésticos, como o cão (87% dos casos) e o gato, ou silvestres, como o morcego, o lobo e a raposa.
Características: O vírus penetra pelo ferimento e se dissemina pelo sistema nervoso periférico em direção ao sistema nervoso
central, onde chega em cerca de seis semanas (40 dias). Lá, ele leva a febre, mal-estar, dor de cabeça, náuseas.
A doença progride para um quadro de hipersensibilidade à luz, vento e água (que se tornam dolorosos ao contato com a pele),
febre alta, agressividade, agitação, hipersexualidade, taquicardia e hidrofobia.
A hidrofobia ocorre por contração muscular involuntária e dolorosa relacionada à deglutição durante a alimentação. A partir de
um determinado estágio, a simples visão de água ou alimento e a perspectiva de ingeri-los causam os dolorosos espasmos muscu-
lares na faringe. A dificuldade de deglutição, inclusive da própria saliva, faz com que o indivíduo acumule saliva na boca, que acaba
por extravasar. Daí a boca “espumando” em animais ou humanos raivosos.
A doença culmina com um quadro de depressão do sistema nervoso central, coma e morte.
Prevenção: Vacinação anti-rábica para cães e gatos.
Informações adicionais: Ao ser atacado, o indivíduo deve lavar o ferimento com água e sabão abundantes e procurar rapida-
mente um posto de saúde para receber as vacinas e soros apropriados, para evitar que a doença comece a se manifestar.
Em estado avançado, não há cura para a raiva. Ela é letal para 100% dos casos.
Deve-se capturar o animal (cuidado para não ser mordido de novo...) e mantê-lo em observação por cerca de 10 dias. Se ele
estiver manifestando sintomas da doença, deverá ser sacrificado.
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e isolamento. Em casos de surtos de Ebola, é alto o risco de transmissão para indivíduos que têm contato com os pacientes, de
modo que os profissionais de saúde envolvidos no tratamento dos indivíduos infectados devem usar equipamentos individuais de
proteção que cubram o corpo todo, incluindo macacões, máscaras e luvas, o que evita o contato com fluidos corporais do doente.
O vírus Ebola tem origem africana, tendo sido descoberto em 1976, e recebeu o nome do rio Ebola, no Zaire (atual República
Democrática do Congo), onde houve o primeiro surto conhecido. Os primeiros registros do vírus Ebola foram encontrados em ma-
cacos, chimpanzés e outros primatas não humanos que vivem na África. Uma cepa mais branda de Ebola (chamada de Reston) foi
descoberta em macacos e porcos nas Filipinas, não afetando humanos.
Acredita-se que o ciclo da doença na natureza envolva o morcego, o qual possui o vírus, mas não manifesta seus sintomas. O
morcego deve transmitir o vírus para outros animais, como macacos, provavelmente contaminando alimentos, como frutas, que são
parcialmente comidas pelo morcego e cujos restos ingeridos por outros animais levam ao contágio. O consumo de carne de ma-
caco contaminada com o vírus ou o consumo de alimentos parcialmente consumidos por morcegos, ou ainda a visita a ambientes
frequentados por morcegos, como minas e cavernas, pode levar à contaminação. Apesar de algumas evidências da transmissão do
vírus pelo ar, entre macacos, não há confirmação dessa possibilidade de transmissão.
Tome nota:
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CAXUMBA OU PAROTIDITE
Modo de transmissão: Contágio direto através de aerossóis de saliva.
Características: O vírus instala-se nas glândulas salivares, principalmente as parótidas. Estas incham, na região entre cabeça e
pescoço, principal característica da doença. Recomenda-se repouso, pois, caso contrário, o vírus pode se disseminar pelo organis-
mo e instalar em outros órgãos, como testículos, ovários, pâncreas e cérebro, tornando-se grave.
Prevenção: Vacinação pela vacina MMR ou tríplice viral. A vacina MMR ou tríplice viral é uma combinação das vacinas contra
sarampo, caxumba e rubéola.
SARAMPO
Modo de transmissão: Contágio direto através de aerossóis de saliva.
Características: O vírus penetra pelas vias aéreas e se espalha por vários órgãos. Provoca febre, conjuntivite, manchas brancas
por dentro da boca, erupções na pele, no início, na face, depois no tronco e depois nos membros e pode causar encefalite grave.
Prevenção: Vacinação pela vacina MMR ou tríplice viral.
RUBÉOLA
Modo de transmissão: Contágio direto através de aerossóis de saliva.
Características: Inicia-se com fracas dores de cabeça, febre baixa e inchaço dos gânglios do pescoço, ocorrendo, em seguida,
eritemas (manchas vermelhas) na pele. Não é grave. Se ocorrer em gestantes, especificamente nos primeiros meses de gravidez,
tem efeito teratogênico, podendo levar à má-formação do sistema nervoso do feto, caracterizada por cegueira, surdez e/ou retar-
damento mental.
Prevenção: Vacinação pela vacina MMR ou tríplice viral.
A rubéola congênita pode ser evitada com a vacinação de mulheres em idade fértil. A vacina, entretanto, é feita com o vírus vivo
atenuado, de modo que há um pequeno risco de se adquirir a doença com a vacinação. Daí, a mulher vacinada não deve engravidar
nos três meses seguintes, para evitar que desenvolva doença e transmita o vírus para a criança.
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Dengue Picada da fêmea dos mosquitos Aedes Controle dos mosquitos; vacina
(Flavivírus/Arbovírus) aegypti e Aedes albopictus Dengvaxia de efeito limitado
Raiva ou Hidrofobia Saliva de mamíferos infectados em Vacinação de animais domésticos com vacina anti-rábica;
caso atacado: lavar o ferimento com água e sabão, tomar soros
(Rabdovírus) ferimentos e vacinas
Aerossois de saliva de modo direto ou Evitar contato com doentes; vacinação com
Caxumba ou Parotidite
indireto em mucosas vacina MMR ou tríplice viral
Aerossois de saliva de modo direto ou Evitar contato com doentes; vacinação com
Sarampo vacina MMR ou tríplice viral
indireto em mucosas
Aerossois de saliva de modo direto ou Evitar contato com doentes; vacinação com
Rubéola
indireto em mucosas; via congênita vacina MMR ou tríplice viral
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