Camaras de Poeira Apostila
Camaras de Poeira Apostila
Camaras de Poeira Apostila
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CÂMARAS DE POEIRA
INTRODUÇÃO
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Figura 1. Esquema de uma câmera de poeira com separação de duas faixas de tamanho.
Quando o tempo de residência é maior que o tempo de queda tem-se que a partícula
sedimenta ao longo da câmara, já quando o tempo de queda é maior que o tempo de residência
3
tem-se que a partícula é arrastada junto com o gás para fora do equipamento. Quando o tempo
de residência é igual ao tempo de queda a partícula é coletada no final do equipamento que
corresponde ao nosso caso limite. Com isso tem-se que:
H
vt = U ∞ (3)
L
Se a câmara de poeira trata uma vazão constante do gás pode-se escrever que:
Q
U∞ = (4)
BH
Substituindo a Equação (4) na Equação (3) tem-se:
Q
vt = (5)
BL
A partir da Equação (5), conhecendo a velocidade terminal da partícula na câmara de
poeira, pode-se calcular o diâmetro a partir das equações já conhecidas para a interação
partícula-fluido. Observa-se que o cálculo da velocidade terminal só depende das dimensões da
câmara (B e L) e da vazão do gás que serão os fatores determinantes dos tamanhos de partículas
que poderão ser coletados no equipamento. Dessa informação é que vem a limitação de
utilização do equipamento pois partículas muito pequenas tem velocidade terminal muito
pequena necessitando de uma área horizontal (BL) muito grande para serem coletadas.
No caso da representação da velocidade terminal da partícula na câmara como sendo
dada pela Equação (3) considera-se que a eficiência de coleta para determinado tamanho de
partícula seria de 100% já que todas as partículas que tivessem o tempo de residência igual ao
tempo de queda seriam coletadas. As partículas com diâmetros menores seriam coletadas com
eficiência menor que 100%. Considerando-se a eficiência tem-se que a Equação (5) pode ser
escrita como na Equação (6).
Q
vt = η (6)
BL
Devido a baixa velocidade de escoamento do gás, na maioria das aplicações práticas das
câmaras de poeira, pode-se considerar válida a lei de Stokes. Dessa forma, substituindo a
equação da velocidade terminal de Stokes na Equação (6) e explicitando para o diâmetro da
partícula tem-se que:
ηQ18μ
𝑑𝑝 = √ (7)
LB(ρ s −ρ)g
Em que ymin é a fração acumulada de passante que corresponde ao diâmetro da menor partícula
que será coletada com eficiência de 100% (dp,min).
Para o caso raro, porém possível, de que nenhuma partícula seja coletada com eficiência
individual de 100% a eficiência global de coleta pode ser escrita como na Equação (9).
1
η̅ = ∫0 η(y)dy (9)
Fazendo a razão entre o diâmetro da partícula calculado pela Equação (7) e o diâmetro
da partícula de corte da Equação (10) tem-se que:
𝑑𝑝
= √2η (11)
dpc
2
𝑑𝑝
η = 0,5 ( ) (12)
dpc
Para o projeto de câmaras de poeiras recomenda-se fixar a velocidade do gás entre 0,3
e 1,5 m/s (normalmente usa-se 0,3 m/s) e fixar uma das dimensões da câmara de poeira (B, H
ou L) no qual a escolha normalmente está condicionada à disponibilidade de espaço, aspectos
sobre segurança do trabalho, custos, acessibilidade para limpeza e manutenção dentre outros
fatores.
REFERÊNCIAS: