PERAZZINI FREIRE FREIRE (2015) Artigo
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POROSOS
1. INTRODUÇÃO
Materiais granulares porosos, como as partículas de alumina ativada, são muito utilizados
em operações que envolvem a dessorção do ar úmido em processos de secagem. O vapor d’água
existente no ar é usualmente removido quando este percola uma coluna de adsorção recheada
com material adsorvente. Quando saturadas de umidade, as colunas de adsorção precisam ser
regeneradas termicamente, mediante secagem, para que possam ser novamente utilizadas na
dessorção do ar. O entendimento do processo de secagem de colunas de adsorção, no entanto, é
bastante complexo, sobretudo pelo fato de que o sistema se comporta como um meio poroso,
englobando a complexidade da interação entre os fenômenos de transferência de momento, calor
e massa, tipicamente inerentes a este sistema. Para que se possa compreender melhor a
complexidade da interação entre estes fenômenos, e assim desenvolver sistemas eficientes de
secagem de colunas de adsorção, a modelagem matemática é usualmente empregada. Existem
diferentes modelos matemáticos para descrever o processo de secagem. Geralmente, estes
modelos são constituídos de um sistema de equações diferenciais parciais provenientes de
balanços globais de massa e energia com uma série de parâmetros a serem determinados. Quando
a hipótese de camada delgada é satisfeita, são considerados desprezíveis os gradientes de
temperatura, bem como os termos fenomenológicos associados a eles. Dessa forma, apenas o
transporte macroscópico de umidade é considerado na modelagem matemática, sendo o modelo
difusivo, fundamentado na Lei de Fick da difusão, o mais utilizado para descrever dados
experimentais de cinética de secagem.
Xt X eq 8 1 1 2 D eff , G
2
X* exp n t (1)
X 0 X eq 2 n 0 2n 12 2 L2
Xt X eq
2Bi 2m D eff , G
X *
X 0 X eq
2 2 2
exp 2n
t (2)
n 1 n n Bi m Bi m L2
No entanto, segundo Chen (2007), uma série de controvérsias pode ser identificada na
literatura, visto que as suposições físicas que são incorporadas nas soluções analíticas dos
modelos. Por exemplo, a geometria do sistema a ser considerada, o número de termos da série
infinita necessário a ser utilizado, o estado físico que a difusividade deva representar a umidade
(líquido ou vapor), a variabilidade da difusividade efetiva ao longo da secagem, as condições de
simetria geométrica impostas na solução do modelo, a relação deste parâmetro com as condições
operacionais, as considerações a respeito do número mássico de Biot (finito ou infinito),
condições iniciais e de contorno, entre outros. Dentro deste contexto, o objetivo do presente
trabalho foi obter dados experimentais de cinética de secagem de materiais particulados
inorgânicos e simular estes dados com base no modelo difusivo, considerando as suposições
físicas adequadas para que uma boa aproximação entre dados preditos e observados possa ser
obtida.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Os experimentos de secagem foram realizados em um secador de leito fixo e camada
delgada, conforme descrito no trabalho de Freire et al. (2005). Nos estudos de secagem, foi
utilizado um meio poroso não-consolidado de partículas de alumina de 2,80 mm de diâmetro. O
meio poroso possuiu altura de 1 cm e diâmetro interno de 10 cm. A espessura ideal do meio para
que o sistema fosse aproximado para camada delgada foi determinada em experimentos
preliminares. Estes experimentos compreenderam na determinação da cinética de secagem de
meios porosos de diferentes espessuras e na obtenção da temperatura em diferentes posições
axiais do meio. Foram encontradas diferenças entre dados de umidade e temperatura em função
do tempo quando a espessura do meio poroso foi aumentada em 1 cm. A partir destes resultados,
a espessura inicial de 1 cm foi adotada como critério para o estudo em camada delgada. Para
garantir a máxima saturação de água possível do meio poroso no início do processo de secagem,
0.8 Experimental
Modelo difusivo (n = 2000)
0.8 (b) 0.8
vg = 0,5 m/s (n =2000)
vg = 0,5 m/s (n =0)
0.7
Umidade adimensional [-]
0.7
0 0 0
1.4E-008
3E-008 0.6
1.2E-008
0.5
2E-008 0.4
1E-008
0.3
8E-009
1E-008 0.2
6E-009
0.1
4E-009 0 0
0 1 2 3 4 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000 0 10 20 30
0.8
Experimental
Modelo difusivo (n = 1) 0.8
(b) 0.8
(c)
Modelo difusivo (n = 2000)
Umidade adimensional [-]
0.7
Umidade adimensional [-]
0.4
(a) 0.4 0.4
0 0 0
0 10 20 30 0 10 20 30 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
4. CONCLUSÕES
No presente trabalho foi estudada a secagem de meios porosos não-consolidados de
partículas de alumina sob diferentes condições operacionais. Os dados experimentais foram
5. REFERÊNCIAS
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Janeiro: LTC, 2004.
CHEN, X. D. Moisture diffusivity in food and biological materials. Drying Tech., v. 25, p. 1203-
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FREIRE, J.T.; FREIRE, F.B.; PERAZZINI, H. On the influence of particles characteristics on
moisture diffusivity during drying of granular porous media. Advances Chem. Eng. Sci., v. 4, p.
7–16, 2014.
KHATCHATOURIAN, O. A. Experimental study and mathematical model for soya bean drying
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STRUMILLO, C.; KUDRA, T. Drying: principles, applications and design. Montreux: Gordon
and Breach Science Publishers, 1986.