Manual ABIQUIM

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ANEXO

Sugestões Abiquim - Circular Secex 74/2013


Revisão do Decreto 1.751/1995 – Medidas Compensatórias

Capítulo I. Dos Princípios


1.1. Competências decisórias da CAMEX e da SECEX
Proposta
Art. 2º Compete aos Ministros de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo e da
Fazenda a decisão de aplicar, mediante ato conjunto, medidas compensatórias provisórias ou
direitos definitivos e homologar compromissos, com base em parecer da Secretaria de
Comércio Exterior - SECEX, do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, que
comprove a existência de subsídio e de dano dele decorrente..
“Art. 2º Compete à Câmara de Comércio Exterior - CAMEX a decisão sobre a:
I. aplicação de medidas compensatórias provisórias ou definitivas
II. prorrogação das medidas compensatórias;
III. homologação de compromissos;
IV. cobrança de direitos retroativos;
V. extensão da aplicação das medidas compensatórias para combater práticas elisivas
que frustrem a aplicação dos direitos em vigor;
VI. alteração da forma de aplicação da medida compensatória;
VII. suspensão da exigibilidade dos direitos provisórios, na forma do art. 3º da Lei nº
9.019, de 30 de março de 1995;
VIII. suspensão da aplicação do direito, não homologação de compromisso de preços ou,
respeitado o parágrafo terceiro do art. 73, aplicação de direito em valor diferente do que o
recomendado nos casos de interesse nacional
IX. regulamentação dos procedimentos de trabalho no âmbito do Grupo Técnico de
Defesa Comercial (GTDC) de forma a assegurar a ampla participação e acesso a informação
de todos os membros, em todas as fases do processo investigatório. (NR)”

Art. 3º Compete à SECEX promover o processo administrativo disciplinado por este Decreto.
“Art. 3º Compete à Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) promover o processo
administrativo disciplinado por este Decreto e decidir sobre:
I. abertura de investigação de subsídios, inclusive de ofício;
II. encerramento da investigação sem aplicação de medidas;
III. prorrogação do prazo de investigação;
IV. arquivamento do processo a pedido do peticionário;
V. início de procedimento de revisão do direito definitivo ou de compromisso de preços.
(NR)”

o
“Art. 4 Compete ao Grupo Técnico de Defesa Comercial – GTDC, instituído no âmbito do
Comitê Executivo de Gestão da CAMEX – GECEX, examinar as propostas de aplicação de
direitos provisórios e definitivos encaminhadas SECEX.
§1º A Secretaria do GTDC será exercida pela Secretaria Executiva da CAMEX.
§2º Os membros do Grupo Técnico deliberarão sobre a abertura de investigações e revisões
conduzidas pelo Departamento de Defesa Comercial (DECOM).

Associação Brasileira da Indústria Química


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§3º É obrigatória a participação dos membros do GTDC na audiência final convocada pelo
DECOM.
§4º O GTDC realizará o exame das propostas contidas no Parecer SECEX e emitirá parecer
nos casos em que a aplicação da medida compensatória for recomendada.
§5º Será concedido às partes interessadas na investigação de subsídios em questão prazo
para comentário do parecer emitido pelo GTDC, apenas no que tange aos efeitos da
aplicação dos direitos sobre a cadeia produtiva.
§6º A Secretaria Executiva do GTDC submeterá as recomendações do GTDC à apreciação
do GECEX.(NR)”

Comentários
A proposta pretende definir as competências da CAMEX e da SECEX na condução e aplicação das
medidas compensatórias, com o objetivo de conferir segurança jurídica em relação à competências
que, embora tais órgãos já possuam, estão pouco claras na redação atual do Decreto 1.751/1995.
Nesse sentido, propõe-se acrescentar no rol de atribuições desses órgãos a possibilidade de
alteração da forma de aplicação da medida compensatória, a cobrança retroativa de direitos,
extensão das medidas aplicadas em casos de circumvention, e início da investigação de ofício.
Ainda, se faz necessário e oportuno consolidar as competências do GTDC e conferir maior
transparência à fase final do processo decisório que levará à imposição de medidas compensatórias.
Além disso, a proposta prevê que a secretaria do GTDC será exercida pela CAMEX, e não pelo
DECOM.

1.2. Exclusão de receitas advindas da aplicação de medidas de defesa comercial do


contingenciamento orçamentário da União
Proposta
“Art. (a definir)º Excluem-se dos limites definidos pelos decretos anuais que dispõem sobre
a programação orçamentária e financeira do Poder Executivo as despesas associadas às
receitas previstas no art. 10 da Lei nº 9.019, de 30 de março de 1995.”

Comentários
A proposta objetiva excluir as despesas custeadas por recursos advindos da aplicação de direitos
antidumping e medidas compensatórias dos decretos anuais de contingenciamento que limitam os
orçamentos dos órgãos que compõem o Poder Executivo, dentre os quais se inclui o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), contribuindo para a boa execução das
atividades do DECOM, com vistas a tornar as investigações conduzidas por esse órgão mais
céleres e efetivas na defesa da indústria doméstica brasileira

II
Capítulo VI. Da Investigação
6.1. Realização de Atos por meios eletrônicos
Proposta
“Art. (a definir) Quaisquer atos processuais previstos neste Decreto poderão ser praticados
sob a forma eletrônica, considerando-se realizados os atos despachados por meio
eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Executivo, do que deverá ser
fornecido protocolo eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual,
serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu
último dia.”

Comentários
A proposta objetiva informatizar os atos do processo administrativo conduzido pelo DECOM e
conferir mais celeridade às investigações de subsídios, reduzindo-se o prazo total das
investigações. Dessa forma, poderiam ser realizadas de forma eletrônica respostas aos
questionários, vistas aos autos dos processos, análises preliminares das petições, pedidos e
respostas de informações complementares, dentre outros atos relacionados.
Com fundamento no disposto no Artigo 3º da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe
sobre a informatização do processo judicial, sugere-se que os prazos processuais sejam estendidos
até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.

6.2. Obrigatoriedade de determinação preliminar


Proposta
“Art. (a definir) A SECEX sempre deverá emitir parecer sobre a determinação preliminar de
existência de subsídio e consequente dano à indústria doméstica, em que poderão ser
estabelecidas medidas compensatórias provisórias.
§ 1º. A ausência de determinação preliminar positiva de subsídios e consequente dano à
indústria doméstica não enseja mandatoriamente o término da investigação.
§ 2º. O ato que contenha a decisão de aplicação de medidas compensatórias provisórias
deverá ser publicado pela CAMEX no prazo de cento e vinte dias, contados da data da
abertura da investigação.”

Comentários
Na prática atual, as partes interessadas no processo têm acesso ao Parecer de Abertura que contém
dados de período desatualizado, distinto do que será considerado para efeito da Determinação Final.
Há casos em que as partes só têm acesso aos dados atualizados de importação, por exemplo, no
final da investigação quando da divulgação do Relatório de Fatos Essenciais. A obrigação de proferir
Determinação Preliminar, que pode incluir ou não direito provisório, resolverá este problema e
concederá às partes melhores condições para exercer seu direito de defesa.
Esta alteração terá o benefício adicional de harmonizar os procedimentos do DECOM, de forma a
conceder maior segurança jurídica aos administrados, inclusive assegurando o direito constitucional
do Contraditório.
Ainda, considerando que a determinação positiva de subsídio, dano e nexo causal é condição para a
aplicação de medidas compensatórias provisórias, a proposta estabelece a obrigatoriedade da
mencionada determinação.
O prazo sugerido de 120 dias para conclusão do parecer sobre a determinação preliminar pela
SECEX e consequente publicação da decisão pela CAMEX, se pautam no anúncio feito pelo governo
no Plano Brasil Maior de aplicação das medidas provisórias em até 120 dias. Ademais, em relação ao
prazo da CAMEX, mantém-se o mesmo previsto atualmente pelo Decreto (Art. 64, §2º).

III
6.3. Prazos para resposta de questionários
Proposta
“Art. 37º As partes interessadas conhecidas, à exceção dos governos dos países
exportadores, receberão questionários destinados à investigação e disporão de quarenta
trinta dias para restituí-los. Este prazo será contado a partir da data de expedição dos
referidos questionários.
§ 1º Serão devidamente considerados pedidos de prorrogação do prazo de quarenta trinta
dias e, caso demonstrada sua necessidade, tal prorrogação poderá ser autorizada sempre
que praticável, por um prazo de até trinta dias, tendo em conta os prazos de investigação.
(NR)”

Comentários
A proposta pretende reduzir em 10 dias o prazo para a resposta dos questionários, com vistas a
permitir a conclusão mais rápida da investigação por parte da autoridade investigadora e, por
conseqüência, a aplicação tempestiva da medida compensatória.

6.4. Divulgação de Relatório de Fatos Essenciais previamente uma semana à audiência final
Proposta
“Art. 43º Antes de ser formulado o parecer com vistas à determinação final, será realizada
audiência, convocada pela SECEX, onde as partes interessadas serão informadas sobre os
fatos essenciais sob julgamento que forma a base para seu parecer, deferindo-se ás partes
interessadas o prazo de quinze dias contados a partir da realização da audiência, para se
manifestarem a respeito.
§ 4º A SECEX enviará relatório de fatos essenciais em prazo de pelo menos uma semana
antes da realização da audiência.
Comentários
A prática do DECOM é enviar o Relatório de Fatos Essenciais sob julgamento um dia ou dias antes
da audiência final. Esta prática cerceia o direito de defesa das partes, sobretudo dos exportadores
que perdem a valiosa oportunidade de sustentar posições perante os representantes dos membros do
Grupo Técnico de Defesa Comercial que também participam da reunião.

IV
Capítulo VI. Da Aplicação e Cobrança
7.1. Indicação pela indústria doméstica da forma de aplicação da medida compensatória mais
eficaz para eliminar o dano
Proposta
“Art. 55º Para os efeitos deste Decreto, a expressão "direito compensatório" significa
montante em dinheiro igual ou inferior ao montante de subsídio acionável apurado, calculado
nos termos do art. 14 e aplicado em conformidade com este artigo, com o fim de neutralizar o
dano causado pelo subsídio acionável.
§4º A indústria doméstica poderá indicar ao longo do procedimento a forma de aplicação da
medida compensatória definitiva, se móvel ou fixo, ad valorem ou específico, que considera
mais eficaz para a eliminação do dano decorrente do subsídio.
§5º Caberá ao DECOM justificar sempre e circunstanciadamente a escolha da forma de
aplicação do direito definitivo com base nos fatos sob análise no processo.

Comentários
A indicação da forma de aplicação mais adequada para a indústria doméstica é importante para que a
autoridade investigadora avalie, ainda ao longo da investigação, qual será a proposta mais adequada
a ser encaminhada ao Conselho de Ministros da CAMEX, nos casos de determinação final positiva. A
forma de aplicação da medida compensatória possui efeitos diversos a depender do setor ou
segmento, isto é, caso se trate de setor com pouca variação de preços e grande índice de
subfaturamento, o direito específico certamente será mais efetivo. O contrário será observado em
setores em que há tendência de incremento de preços ao longo do tempo, caso em que alíquotas ad
valorem preservam melhor a efetividade do direito.

7.2. Aplicação preferencial de margem cheia da medida compensatória


Proposta
“Art. 55º Para os efeitos deste Decreto, a expressão "direito compensatório" significa
montante em dinheiro igual ou inferior ao montante de subsídio acionável apurado, calculado
nos termos do art. 14 e aplicado em conformidade com este artigo, com o fim de neutralizar o
dano causado pelo subsídio acionável.
§4º A Medida Compensatória será aplicada preferencialmente em valor equivalente ao
subsidio apurado.”

Comentários
A proposta objetiva tornar normativa a prática já adotada pela CAMEX.

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