Meio Ambiente Saneamento e Covid-19
Meio Ambiente Saneamento e Covid-19
Meio Ambiente Saneamento e Covid-19
Belo Horizonte
Novembro/2020
Governador do Estado de Minas Gerais
Romeu Zema Neto – Governador
Colaboração
Secretaria de Estado de Saúde
Diretoria de Vigilância em Serviços de Saúde
Anderson Ramos, Vantuil Ferreira, Luciene Carvalho
Agradecimentos
Ana Alice Santos Aguiar e Flávia Maria Wasner Vasconcelos
Revisão gramatical
Valquiria Lopes – Assessora Chefe de Comunicação do Sisema
Normalização
Marcia Beatriz silva de Azevedo
Silvana de Almeida
M514 Meio ambiente & saneamento e a Covid-19: diretrizes para gestores públicos
municipais das agendas ambiental e de saneamento ‘principalmente’ /
Organização Fabiana Lúcia Costa Santos. --- Belo Horizonte:
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, 2020.
78 p.; il.
Vários autores.
Colaboração: Secretaria de Estado de Saúde, Diretoria de Vigilância
em Serviços de Saúde.
CDU: 628:504
Ficha catalográfica elaborada por Márcia Beatriz Silva de Azevedo – CRB 1934/6.
2
Autores
Apresentação
Esta cartilha visa orientar gestores públicos municipais das áreas de meio ambiente e
saneamento em relação ao enfrentamento dos desafios provocados pela pandemia da covid-19,
compartilhando informações que possam auxiliá-los no planejamento de ações a serem
implementadas durante a vigência da doença e na oportunidade de um ‘novo normal’. Também
visa orientá-los na concepção de ações que tenham objetivo de evitar novas doenças que estejam
relacionadas com a interação dos cidadãos e o meio ambiente. Para isso, parte-se do pressuposto
que é no município que a vida acontece em sua plenitude, por mais que as pessoas estejam
sujeitas às consequências de um mundo globalizado.
Por fim, a publicação vai das providências para resolução das questões ambientais
e sanitárias que se impõem, e tenta despertar cada município para posições de vanguarda,
alertando seus gestores sobre a necessidade de trabalharem articulados com outras pastas da
administração pública, como economia, saúde e educação, para construir um futuro que tenha
sustentabilidade social, econômica e ambiental.
Finalmente, o texto apresenta sugestões de ações que podem (e devem!) ser colocadas em
curso, tendo como foco os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por meio de conceitos
que precisam estar contemplados em diretrizes de educação ambiental a serem planejadas,
executadas e monitoradas pelos municípios. O mundo tende a mudar e não mais será o mesmo após
a pandemia da covid-19, visto os impactos socioeconômicos e ambientais provocados. Portanto,
todos os gestores municipais são convidados a agir localmente, para transformar globalmente,
tornando-se referências na formação de indivíduos com melhor consciência ambiental, que se
movam no sentido de impactar positivamente a saúde e a sustentabilidade do planeta Terra.
Vamos juntos?
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................................... 7
1.1 Qual a relação entre saúde única, meio ambiente e o surgimento da pandemia da covid-19? ..............9
1.2 Como o oferecimento dos serviços de saneamento visando a saúde pública deve também considerar
as saúdes ocupacional e ambiental, durante a pandemia da covid-19? ...................................................... 9
1.3 Como a crise da pandemia da covid-19 poderá criar a oportunidade de termos um planeta saudável
e sustentável? ................................................................................................................................................ 9
2. O surgimento da covid-19 faz pensar em saúde única ................................................................................ 10
2.1 A origem das endemias ......................................................................................................................... 10
2.2 A relação da alimentação com o surgimento de endemias ................................................................... 13
2.3 O conceito de saúde única .................................................................................................................... 16
3. O dia a dia da pandemia da covid-19 deve pautar saúde pública/ocupacional e saneamento/meio ambiente..18
3.1 A relação entre saúde pública/saneamento e a covid-19...................................................................... 18
3.2 Saneamento para enfrentar a covid-19, sem esquecer do meio ambiente.....................................................20
3.2.1 Abastecimento de água..................................................................................................................21
3.2.2 Manejo de resíduos sólidos.. .......................................................................................................... 23
3.2.2.1 Segregação dos resíduos sólidos urbanos nas residências .........................................................23
3.2.2.2 Acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos nas residências..............................................24
3.2.2.3 Armazenamento dos resíduos sólidos urbanos nas residências..................................................25
3.2.2.4 Coleta de resíduos sólidos urbanos.............................................................................................26
3.2.2.5 Triagem/beneficiamento de resíduos sólidos urbanos...............................................................27
3.2.2.6 Avaliação da con�nuidade ou interrupção dos serviços de triagem/beneficiamento de resíduos
sólidos urbanos.......................................................................................................................................28
3.2.2.7 Interrupção dos serviços de triagem/beneficiamento de resíduos sólidos urbanos...................29
3.2.2.8 Con�nuidade dos serviços de triagem/beneficiamento de resíduos sólidos urbanos.................31
3.3 Cuidados pessoais para enfrentar a covid-19, sem esquecer do meio ambiente..............................37
3.3.1 Pessoa saudável em trânsito .......................................................................................................... 37
3.3.2 Pessoa doente em casa .................................................................................................................. 40
4. A crise da covid-19 traz oportunidades de mudanças ................................................................................. 41
4.1 Os efeitos nega�vos da pandemia ......................................................................................................... 41
4.2 Os efeitos posi�vos da pandemia .......................................................................................................... 46
4.2.1 No meio social ................................................................................................................................ 46
4.2.2 No meio ambiente .......................................................................................................................... 48
4.3 A agenda ambiental durante a covid-19 e pós-covid-19 ....................................................................... 50
4.3.1 O novo normal ................................................................................................................................ 51
4.3.2 Cidades inteligentes serão saudáveis e sustentáveis ...................................................................... 54
5. Conclusões e recomendações ..................................................................................................................... 58
Referências ...................................................................................................................................................... 60
Apêndice ......................................................................................................................................................... 64
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
1. Introdução
Mudanças acontecem impulsionadas por eventos, ou quando o jeito normal de ser ou agir
passa a não atender mais às necessidades, ou quando o jeito padrão de fazer passa a provocar
efeitos adversos ao desejado. O advento da pandemia da covid-19 impôs mudanças aos países,
em diversos níveis de suas relações políticas, sociais, econômicas e ambientais. Tais mudanças,
apesar de serem observadas de forma globalizada, são alterações que afetam os cidadãos de
maneira local e individual e, dessa forma, os gestores municipais acabam sendo um dos atores
que devem colocar em curso as recomendações de práticas consideradas passíveis de aplacar
os impactos indesejados.
Acredita-se que para fazer frente aos impactos negativos da covid-19, além de ações estru-
turais e gerenciais ligadas à proteção ocupacional e/ou ambiental e ao oferecimento dos serviços
de saneamento nos municípios, é urgente lançar mão de instrumentos de Participação Social,
que poderão induzir as mudanças necessárias no comportamento individual das pessoas em
casa, no trabalho, nos espaços públicos, nos seus processos laborais e/ou criativos, nas suas
relações interpessoais e com o meio ambiente, nos seus modos de produção e consumo, entre
outros. Assim, torna-se necessário pensar em ações educacionais que priorizem a Educação
Ambiental dos munícipes.
Profissionais que se dedicam à educação ambiental estão imbuídos também dos concei-
tos de saúde única e saúde pública, acreditando que a mobilização das pessoas para agirem em
prol do meio ambiente ou da proteção da própria saúde, por meio do preenchimento de lacunas
de conhecimento e sensibilização, que possam estar faltando aos indivíduos, para que mudem
seus comportamentos padrões, passando a atitudes que sejam consideradas ambientalmente
sustentáveis ou potencialmente seguras à sua saúde. Acreditam ainda que a educação ambiental
deve ser destinada a vários públicos e atores, incluindo os formuladores de políticas públicas e os
tomadores de decisão.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Vamos juntos?
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Nesta cartilha, será discutido como é urgente que os municípios incorporem o conceito
de saúde única em sua agenda ambiental, já que no caso específico da pandemia da covid-19
bem como de outras doenças de importância mundial, a origem está ligada justamente à
desconsideração da relação íntima entre as saúde humana, animal e ambiental.
A crise ocasionada pela covid-19 tem colocado em evidência vários aspectos econômicos,
sociais e ambientais que vêm sendo modificados em função da pandemia. As diversas relações,
antes marcadas pela presença física e pela necessidade de deslocamentos para o trabalho para
outras atividades sociais, foram adaptadas e transformadas em novos formatos on-line, que
abriram várias possibilidades de comércio, prestação de serviços, etc. Como essa oportunidade
de rever os padrões antigos poderá ser utilizada em favor da saúde e da sustentabilidade do
planeta?
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
De acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, 2020),
cerca de 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das doenças infecciosas emergentes são
zoonóticas, ou seja, doenças infecciosas transmitidas entre animais e seres humanos.
Observa-se que as doenças zoonóticas estão em ascensão e aumentam à medida que habitats
selvagens são destruídos pela atividade humana. Alguns exemplos que surgiram recentemente
são ebola, gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o vírus Nipah, a febre
do Vale Rift, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a febre do Nilo Ocidental, o vírus Zika
e, agora, o coronavírus – todos ligados à atividade humana.
O surto de ebola na África Ocidental é resultado de perdas florestais que levaram a vida
selvagem a se aproximar dos assentamentos humanos; a gripe aviária está relacionada à criação
intensiva de aves e o vírus Nipah surgiu devido à intensificação da suinocultura e à produção de
frutas na Malásia.
No Brasil, cita-se o surto de dengue que anualmente assola o país e está relacionado
à disposição incorreta do lixo domiciliar; o surto de malária na região Norte foi relacionado à
construção de rodovias e assentamentos, à crescente implantação de projetos agropecuários,
de mineração e exploração de madeira que provocaram profundas modificações ambientais ao
romper o equilíbrio ecológico existente, e o surto de febre amarela no Sudeste do país que também
10 indica origem no desequilíbrio ambiental.
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Muitas pessoas não sabem que suas escolhas alimentares podem aumentar o risco de
novas pandemias. Pesquisadores acreditam que o novo coronavírus se originou em um mercado
de carnes na China, sendo, portanto, uma doença zoonótica que se propaga de animais para
humanos.
Recentemente, em março de 2020, enquanto se iniciava no Brasil a pandemia do coronavírus,
Alemanha e Filipinas registraram novos casos de gripe aviária e 12 mil aves foram sacrificadas.
Em meados de junho de 2020, um novo vírus da gripe com potencial pandêmico foi identificado
em uma criação de porcos na China. Um mês depois, em julho de 2020, ainda enfrentando a
pandemia da covid-19, que já atingia a marca de 15 milhões de infectados pelo mundo, a Fiocruz
detectou uma infecção causada por nova variante do vírus influenza A H1N2, com potencial
pandêmico, em uma funcionária de um abatedouro de porcos no Paraná.
Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e
Agricultura, mais de 70% das doenças que surgiram nas últimas décadas são de origem animal
(FAO, 2013). O surgimento do vírus HIV, a doença da vaca louca, síndromes respiratórias
agudas graves e novos vírus influenza, todos remontam ao consumo de alimentos de origem
animal, envolvendo carne selvagem e produtos pecuários.
Fonte: Adaptado de FAO, 2013; UNAIDS, 2018; BBC, 2001; Aljazeera, 2020.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial para a Saúde Animal emitiram um relatório conjunto
que declara que a expansão e intensificação agrícola para atender à crescente demanda por
proteína animal é um dos principais motores para o surgimento de uma doença zoonótica. (FAO;
WHO; OIE, 2004)
Nesse contexto, o consumo de animais silvestres representa um perigo eminente, principalmente
nos chamados mercados vivos, onde os animais são concentrados e abatidos em locais insalubres
e pouco regulamentados. Mas, o risco de novas pandemias não existe apenas no consumo de
animais silvestres.
Nos últimos anos, o consumo de produtos de origem animal vem crescendo exponencialmente,
provocado pelo crescimento populacional, aumento de renda e intercâmbio de culturas, que 13
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
promove esses alimentos em países que anteriormente não possuíam esse hábito, como na China,
por exemplo. Assim, para atender uma demanda de mais de 7 bilhões de pessoas, reproduzimos
e abatemos cerca de 70 bilhões de animais por ano. (FAO, 2013).
A maioria dos ovos, laticínios e carne que compramos hoje em dia são provenientes de
fazendas industriais, que confinam em um mesmo ambiente centenas de animais, o que pode
enfraquecer seus sistemas imunológicos devido à superlotação, condições de confinamento e
alta concentração de excrementos, gerando um ambiente propício para o surgimento de doenças.
Para reduzir a possibilidade de surgir essas doenças, em diversos países, antibióticos produzidos
são usados nos animais da pecuária, o que pode causar superbactérias resistentes causando um
relevante problema de saúde pública no mundo.
Além disso, no Brasil, o pastoreio é responsável por 80% do desmatamento (FAO, 2018). A
pecuária usa muito mais terra e recursos do que qualquer outra atividade humana. Um quarto da
superfície terrestre da Terra é utilizada para pastagem e um terço da terra arável global é usada
para cultivar cereais para produzir ração para animais, que representam 40% da produção total de
cereais. A invasão agrícola às áreas de floresta intocada é outra questão de particular importância
para a saúde pública, pois aumenta a chance de patógenos de origem silvestre migrarem para o
gado e para os humanos. (FAO, 2013).
Por ano, as florestas absorvem cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2, mas quando
desmatadas, se transformam ainda em motores do aquecimento global.Por isso, a agropecuária
domina a emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Em 2018, a agropecuária respondeu por
69% das emissões de gases de efeito estufa, somando 25% das emissões diretas e 44% das
emissões indiretas, devido ao desmatamento. (ANGELO; RITTI, 2019).
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
É urgente que líderes mundiais e gestores olhem para os dados apresentados anteriormente
com uma análise crítica e imparcial sobre a relação emaranhada em que se encontram os conceitos
apresentados. Importante perceber como os hábitos humanos, inclusive os alimentares, interferem
diretamente no aumento do desmatamento, o que inegavelmente, afeta diretamente as mudanças
no clima. As mudanças climáticas, ainda por sua vez, são responsáveis pelo rompimento do
equilíbrio dos ecossistemas, que podem ocasionar doenças zoonóticas e pandemias.
Se desconsideradas as questões referentes ao desmatamento e às mudanças climáticas
apresentadas e se o foco for apenas na questão preocupante com a qual se depara, para a
produção de alimentos de origem animal, tais como a situação precária com que os animais são
confinados e, portanto, ficam sujeitos a doenças, ainda assim, vê-se o problema de potenciais
doenças, ocasionadas por superbactérias totalmente resistentes a antibióticos e que poderão
levar a raça humana à morte em grande escala.
Como todos estão unidos na mesma crise global, confinados em casa, pode-se usar esse
tempo para refletir sobre certas ações de consumo, de vida, de alimentação. Talvez se possa
evitar outras pandemias, diminuir os riscos para que elas não aconteçam. E pode-se começar
repensando hábitos de consumo, inclusive os alimentares.
Saiba mais
h�ps://www.cfmv.gov.br/folder-saude-unica
/comunicacao/publicacoes/2020/08/03/#1
https://portal.fiocruz.br/video/saude-unica-sala-
de-convidados
16
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
O termo saúde pública vem sendo amplamente utilizado como um objetivo a ser alcançado pelos
governos federal, estaduais e municipais, numa cooperação mútua desses níveis de administração
pública, com competências complementares entre si. O tema vem sendo tratado também por
inúmeras Organizações da Sociedade Civil (OSC), na forma de parcerias com o poder público, na
promoção da participação e do controle social.
Tendo em vista o desenvolvimento original das ações de saúde pública, de forma paralela ao
desenvolvimento industrial, à produção em série, à divisão do trabalho e à especialização da ciência,
a maioria das estruturas e instituições foram sendo construídas para preservar prioritariamente a
saúde e o bem-estar humanos, por meio de conhecimentos compartimentados. A crise da atual
pandemia vem no bojo dessa forma segmentada de resolver os problemas com o intuito de motivar
as pessoas a pensarem e entenderem o todo ao tomarem as suas decisões.
Assim, formas de rastreamento, de notificação bem como protocolos de prevenção e tratamento
das doenças vêm sendo planejados e executados sob influência da atenção à saúde vigente, que se
preocupa com o homem em primeiro lugar, como parece ser legítimo, já que muitas doenças que se
tornam casos de saúde pública e têm características de abrangência e letalidade que justificam esse
olhar prioritário e urgente para o ser humano. Entretanto, essa postura que também é herdada do
antropocentrismo, tende a relegar a um segundo plano, ou mesmo, desconsiderar saúde ambiental
e a saúde dos animais ao analisar as possibilidades de prevenção e tratamento de algumas doenças
nos seres humanos.
A saúde pública apresenta estreita ligação com o saneamento, o qual pode ser definido
como um conjunto de ações que limpam o ambiente, e que devem ser planejadas e executadas
pelos municípios, por meio do oferecimento de serviços adequados de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana: que são os quatro tópicos
relativos ao saneamento, em sua concepção moderna.
Entretanto, observa-se que o potencial de prevenção de doenças,
dado por ações de saneamento, não vem sendo considerado, como
se deveria, tendo sido observadas muitas críticas aos governos que
priorizam o tratar ao invés do prevenir.
Cabe lembrar que, antigamente, o saneamento contemplava também um quinto tópico, o
controle de vetores de doenças que focava na sanitização dos ambientes com produtos químicos
que exterminavam os organismos responsáveis pela transmissão das doenças. Essas medidas,
18 quase sempre causam desequilíbrios ecológicos, pois a destruição de uma espécie pode resultar
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
na reprodução descontrolada de outra, porque a competição natural existente entre elas é rompida.
Então, não há um controle, como se desejaria.
As características de transmissibilidade da covid-19 demonstram a necessidade de priorizar os
tópicos abastecimento de água manejo de resíduos sólidos, visando à provisão de água para que a
população faça a correta higienização das suas mãos e ambientes e tendo em vista a necessidade
de afastar, o mais rápido possível, os resíduos sólidos (potencialmente contaminados) do contato
com as pessoas.
Quanto aos pilares esgotamento sanitário e drenagem urbana, no momento atual aparentam
não estabelecerem conexão direta com a disseminação do coronavírus. Mas, ainda estão sendo
realizados estudos em todo mundo, visando identificar os potenciais focos de sua transmissão. Neste
contexto, destaca-se o estudo que está sendo realizado por pesquisadores do Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG (Desa/UFMG), em um acordo
firmado entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em
Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT-ETEs Sustentáveis UFMG) -, em parceria
Tal estudo é um bom modelo de articulação entre áreas de conhecimento, pastas
com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Companhia de Saneamento de Minas Gerais
de trabalho
(Copasa) e diferentes
e Secretaria profissões
de Estado de Saúde que
de precisam se articular
Minas Gerais (SES-MG).e se complementar para
Tal estudo
ampliar é um bom de
a perspectiva modelo de articulação
delimitação entredos
e resolução áreas de conhecimento,
problemas. Esse é umpastas de trabalho
bom exemplo
e diferentes profissões que precisam se articular e se complementar para ampliar a perspectiva
de que o assunto precisa ser tratado unindo várias especialidades e, portanto, de forma
de delimitação e resolução dos problemas. Esse é um bom exemplo de que o assunto precisa ser
transversal
tratado e multidisciplinar.
unindo várias especialidades e, portanto, de forma transversal e multidisciplinar.
https://ufmg.br/comunicacao/noticias/monitoramento-de-esgoto-
mostra-tendencia-de-aumento-da-populacao-infectada-em-bh-e-
contagem
Saiba mais https://cdd.org.br/noticia/saude-publica/o-que-e-saude-publica/
http://www.fiocruz.br/bibsp/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=107
http://tratabrasil.org.br/covid-19/assets/pdf/cartilha_covid-19.pdf
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Ainda não existem pesquisas no meio científico que evidenciem a eficácia dos processos de
tratamento de esgoto na remoção do novo coronavírus, mas se sabe que o tratamento secundário
é capaz de reduzir em até 99% a eventual carga de vírus que são ainda mais resistentes que
aquele causador da covid-19. Além disso, estudos indicaram que quanto maior a temperatura do
esgoto, menor é o eventual tempo de permanência do vírus, na forma infecciosa. Concluiu-se,
assim, ser pouco provável a efetividade dessas rotas de transmissão do vírus, nas condições
tropicais típicas do Brasil.
Recomenda-se a leitura da Nota Técnica 001/2020 – CTTE/Abes: O novo coronavírus e os
sistemas de esgotamento sanitário no Brasil, publicado pela Câmara Temática de Tratamento de
Esgotos (CTTE) da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).
Apesar de existirem estudos internacionais que identificam a presença de vírus em fezes
dos indivíduos infetados, ainda não há evidências da transmissão do vírus por meio das fezes.
Também ainda não se sabe ao certo quanto o coronavírus se mantém vivo no esgoto, além de não
haver comprovação da sua rota de difusão a partir do esgoto.
Serão vistas, a seguir, ações e providências que vêm sendo divulgadas por diversos órgãos e
coletivos, interessados no enfrentamento adequado da covid-19, considerando variáveis sociais,
econômicas e ambientais, e que poderão servir de modelo para que os municípios estabeleçam
suas medidas locais para enfrentamento da pandemia de formas particulares, considerando seu
contexto e realidade.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Vamos
Atenção lavar bem as mãos,
Sem gastar muita água?
Têm sido veiculadas muitas informações sobre a
maneira adequada de realizar a lavagem das
mãos, para evitar que mãos contaminadas
toquem em outras partes do corpo ou em locais
que serão tocados por outras pessoas.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Depois de segregados, os resíduos devem ficar em quarentena durante sete dias, se possível
expostos a luz do Sol, o que favorece uma maior assepsia dos resíduos. Além da higiene
normal a que resíduos recicláveis já devem passar (retirada de restos de comida ou sujeira).
Após este período, os recicláveis devem ser repassados aos profissionais que farão a triagem, o
beneficiamento e a comercialização.
O município pode optar por não seguir essas orientações, mas de qualquer modo, é impor-
tante O município que oriente a população, de forma clara e assertiva, sobre a separação dos
resíduos em frações que permitam de forma segura e eficiente o posterior trabalho dos profissio-
nais da coleta ou triagem/beneficiamento de resíduos sólidos urbanos.
Para as residências que não possuem pessoas com suspeita ou confirmação de casos da
covid-19, o Oris orienta que os materiais devem ser guardados em sacos ou sacolas abertas, se
possível expostas à luz solar. Os materiais recicláveis devem ser dispostos em sacos transparentes
o que facilita a identificação do material para os catadores. Independentemente, da segregação
adotada, é sugerido que a população seja orientada a separar o vidro, que pode ser disposto em
24 sacolas ou um bag menor para facilitar o seu transporte.
catadores. Independentemente, da segregação adotada, é sugerido que a população seja
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
orientada a separar o vidro, que pode ser disposto em sacolas ou um bag menor para
facilitar o seu transporte.
Para o armazenamento temporário dos resíduos até a sua coleta, o Oris recomenda que seja
realizado dentro da própria residência, em local reservado, sem acesso de crianças, pessoas e
animais. Se for um condomínio, reservar um espaço exclusivo para essa finalidade, identificando
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
É importante também que municípios que possuem programas de coleta seletiva e/ou
associações/cooperativas de catadores de materiais recicláveis reflitam sobre a possibilidade ou
não em dar continuidade a estes serviços. Recomenda-se que independentemente da solução
adotada, a prefeitura deve orientar aos seus munícipes que continuem segregando os seus
resíduos na fonte. Visando a permanecer o bom hábito de separar os materiais recicláveis e
permitindo a geração de trabalho e renda, bem como a preservação do meio ambiente com a
triagem e posterior reciclagem destes materiais.
Os resíduos sólidos urbanos são gerados continuamente e sua coleta não deve ser
interrompida, por isso foi classificada como serviço essencial, durante a pandemia. Novos
cuidados devem ser avaliados na operacionalização desta atividade visando diminuir o risco
de contágio pela covid-19. É recomendado a todos os municípios que orientem os profissionais
da coleta de resíduos (sejam da prefeitura, sejam catadores sejam terceirizados) acerca dos
cuidados de higiene pessoal, a sanitização diária dos caminhões após seus turnos de trabalho,
bem como das instalações onde os mesmos ficam estacionados.
Independente da solução adotada pelo município, é importante uma atenção especial para os
resíduos coletados em residências com pacientes suspeitos ou confirmados de ter a doença. Nes-
ta situação é mais do que necessária e recomendada a segregação dos resíduos nas residências,
isto é, separando os resíduos gerados pelo paciente, dos demais resíduos gerados pelos outros
moradores da residência.
Diante deste cenário, a Abes alerta que os serviços de saúde devem se manter articulados
com os serviços públicos municipais responsáveis pela atividade de coleta de resíduos, oferecen-
do orientação e apoio através de protocolos para essas situações vivenciadas em domicílios.
Durante este período de pandemia ocasionada pela covid-19, o município pode optar por con-
tinuar ou não as atividades de triagem e beneficiamento de resíduos sólidos urbanos. Sugere-se
que o município avalie as seguintes questões, bem como faça um diagnóstico das condições de
trabalho dos profissionais da triagem e do beneficiamento, para avaliar se há possibilidade de
continuidade dos serviços adequadamente.
27
diagnóstico das condições de trabalho dos profissionais da triagem e do beneficiamento,
Meiopara avaliar
Ambiente se há
& Saneamento e apossibilidade
Covid-19 de continuidade dos serviços adequadamente.
A compilação destas informações dará subsídios para que o município tome a sua decisão
de continuar ou não os serviços de triagem/beneficiamento de materiais recicláveis. Ao optar
pela interrupção das atividades, é importante que o município elabore um plano para a retomada
das suas atividades de maneira gradual ou não, quando as condições que impedem a atividade
no momento, sejam resolvidas. Assim, serão garantidas as condições de saúde e subsistência
destes profissionais e suas famílias.
Vamos juntos
Atenção Aprofundar mais?
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742compilad
o.htm
29
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Vamos juntos
Exemplos Verificar boas práticas que já poderiam
vigorar na pandemia?
http://corporate.danone.com.br/fileadmin/user
_upload/DanoneBrazil/position_paper_and_p
olicies/Book_Novo_Ciclo_Reciclagem_Inclusi
va_2012_2019.pdf
30
http://corporate.danone.com.br/fileadmin/user
_upload/DanoneBrazil/position_paper_and_p
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
olicies/Book_Novo_Ciclo_Reciclagem_Inclusi
va_2012_2019.pdf
3.2.2.8 Continuidade dos serviços de triagem/beneficiamento de resíduos
sólidos urbanos
Continuidade dos serviços de triagem/beneficiamento de resíduos sólidos urbanos
No caso do município continuar a executar dos serviços de triagem/beneficiamento de resídu-
No casourbanos
os sólidos do município continuardea pandemia,
em momentos executar dos serviços
diversas de triagem/beneficiamento
medidas de proteção individual de e co-
resíduos sólidos urbanos em momentos de pandemia, diversas medidas de
letiva devem ser implementadas, visando diminuir os riscos de contágio e danos à saúde dos proteção
individual e coletiva devem ser implementadas, visando diminuir os riscos de contágio e
trabalhadores que lidam
danos à saúde dos com essas atividades.
trabalhadores A seguir
que lidam com são elencadas
essas ações
atividades. A para
seguirdarsão
maior
elencadas
segurança aosações parade
catadores dar maior segurança
materiais recicláveis,aos
quecatadores
constam no dedocumento
materiais recicláveis, que
orientativo do Oris.
constam no documento orientativo do Oris.
Ações relacionadas aos cuidados coletivos com a triagem/beneficiamento
Ações relacionadas aos cuidados
de resíduos sólidos coletivos
urbanos,com a triagem/beneficiamento
segundo o Oris: de
resíduos sólidos urbanos, segundo o Oris:
31
Os Levas são conceitos que deveriam perdurar mesmo nos tempos sem pandemia,
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Os Levas são conceitos que deveriam perdurar mesmo nos tempos sem pandemia,
Os Levas
dada são conceitosde
a potencialidade que deveriam perdurar
gerenciamento local emesmo nosda
melhoria tempos
gestãosem pandemia,
total, dada
por ser um
a potencialidade
instrumento de
de gerenciamento local e melhoria
participação social, da gestão está
cuja acumulação total, por ser um instrumento
associado à educaçãode
participação
ambientalsocial, cuja acumulação está associado à educação ambiental da população
da população.
Ações a serem
Açõesexecutadas no local de
a serem executadas notriagem/beneficiamento
local de triagem/beneficiamento
• Instalação de sistemas de desinfecção na entrada dos galpões e nos locais em que ocorram
a manipulação dos resíduos, instalando lavatórios de mãos, presença de álcool em gel e
sistema de higienização para calçados. No futuro, pode-se considerar o uso de cabines
de desinfecção na medida em que tais dispositivos estarão testados e construídos em
diversos lugares.
• Adoção do uso obrigatório de EPI na manipulação dos resíduos e seu uso deve ser
individual, ou seja, não deve ser sob nenhuma hipótese compartilhado com outros colegas
de trabalho ainda que rapidamente. Cada trabalhador deve ter seu EPI exclusivo e
devidamente identificado e usado somente por ele. Os EPIs e uniformes de trabalho devem
ser higienizados ao final do dia com água e sabão ou detergente.
• Para se evitar possíveis contaminações, é importante que os EPIs, uniformes e calçados
de segurança após higienização, fiquem guardados em armários ou compartimentos
separados daqueles utilizados para se guardar as roupas e calçados dos trabalhadores
quando eles chegam ao galpão. Também é importante que o trabalhador utilize máscaras
32
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
diferentes entre o trajeto de casa para o trabalho e no seu retorno, da máscara que ele
utiliza no serviço.
• Visando a organização e a correta aplicação dessas medidas de higiene nos galpões de
triagem/beneficiamento, recomenda-se a criação de um protocolo para o uso, manuseio,
limpeza, controle de uso/substituição e armazenagem dos EPIs. Sua versão inicial deve
ser elaborada por especialistas em segurança do trabalho e saúde pública. É importante
que tal protocolo seja avaliado pelos catadores, para que se identifiquem possíveis falhas
e ajustes necessários, além de avaliar a adoção integral pelos trabalhadores. O protocolo
deve ser elaborado em formato de painéis didáticos a serem afixados em locais de boa
visualização pelos trabalhadores no galpão, indicando de forma fácil e direta as medidas
de higiene pertinentes.
Para o Oris, a máscara ideal para uso nessas situações seria a Peça Facial Filtrante tipo
P2 (PFF2) ou a N95, porém devido a sua escassez e priorização de seu uso pelos profissionais de
saúde, outra máscara deve ser utilizada. Podem ser utilizadas máscaras caseiras, confeccionadas
com duas camadas de tecido de algodão, no mínimo. As máscaras devem ser lavadas diariamente
com água e sabão, logo após o uso. Desta forma, o trabalhador deve possuir, no mínimo, quatro
máscaras para trocar, enquanto aguarda a que foi utilizada secar após sua higienização e deve
reservar duas delas para uso exclusivo no trajeto de casa para o trabalho e no seu retorno.
Saiba mais
Quanto aos garis, cuja atividade se limita à coleta dos resíduos, principalmente, parecem
estar expostos a riscos potenciais de contaminação, mesmo que não estejam envolvidos com
a triagem de resíduos. Geralmente, os riscos estão relacionados à resistência em usar os
EPIs necessários e, então a falta desses, ou seu uso inadequado, associadas a possíveis
desleixos na disponibilização de resíduos contaminados pela população, seguem como
potenciais causadores de infecção nessa categoria de trabalhadores.
Em Minas Gerais, o governo editou a Lei n°. 23.631/2020 que dispõe sobre a adoção de
medidas para o enfrentamento do estado de calamidade pública decorrente da pandemia da
covid-19, com o objetivo de ampliar o alcance do combate aos efeitos dessa pandemia. Dentre
muitas recomendações, destaca-se a seguir as que se referem às ações educativas que podem
ser viabilizadas pelas municipalidades:
Vamos juntos
Saiba mais
Aprofundar mais?
http://www.abes-
Diretrizes técnicas da Abes
sp.org.br/arquivos/gerencimento_residuos_covid19.pdf
https://saude.es.gov.br/Media/sesa/coronavirus/Notas
Nota Técnica do estado do Espírito Técnicas/NOTA TÉCNICA COVID.19 N. 40.20 Orientações
Santo Adequação Ambientes Processos de Trabalho de Catadores
Organizados Associações e Cooperativas.pdf
36
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
As vacinas contra o coronavírus ainda não foram completamente testadas e, mesmo quando
forem, ainda vai demorar um tempo para produzir a vacina ideal, que atenda a todas as pessoas
do planeta. Então as pessoas terão que continuar tomando os cuidados necessários para não
adoecer e também para não transmitir a covid-19 nem outras doenças presentes em nosso
cotidiano. Assim, durante muito tempo, as pessoas ainda terão que saber como se comportar nos
mais diferentes ambientes...
É preciso ter um comportamento que cuide de si mesmo, do próximo e também do meio
ambiente. Lembrando que humanos, animais e planeta são um só, e a saúde única é a que se
deve perseguir. Assim, vê-se a seguir, quais devem ser as medidas principais a serem objeto de
campanhas de conscientização destinadas à população.
Nessa pandemia, a máscara passou a fazer parte do vestuário normal das pessoas e, em
muitos municípios, seu uso passou a ser obrigatório, pois portar máscaras, enquanto se está
em trânsito, diminui bastante o risco de contágio. Desde que a pandemia da covid-19 começou,
muitos estudos têm buscado delimitar os fatores de risco para contaminação pelo coronavírus.
Já se descobriu, por exemplo, que a máscara é peça de proteção fundamental para que os
riscos sejam minimizados. Então é preciso disseminar a informação sobre a necessidade do seu
uso, de forma permanente e, se necessário, instituir medidas punitivas para o cidadão que não a
utilizar enquanto estiver em trânsito e em lugares públicos, principalmente.
37
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Dizem que informação e sensibilização mobilizam as pessoas a fazerem o papel que lhes
cumpre, na proteção da sua própria saúde; então, o município deve investir pesado na veiculação
de informações que tenham cunho sensibilizador. Como não é possível precisar sobre quais são as
lacunas de conhecimento que existem nas pessoas, recomenda-se que se priorizem informações
completas, parciais e com formatos destinadas a vários públicos.
38
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
39
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Por outro lado, enquanto as vacinas não ficam prontas, infelizmente, algumas pessoas ainda
irão adoecer e, então, é preciso cuidar do ambiente em casa (intramuros) e tomar os cuidados
recomendados na seção anterior, para não prejudicar o meio ambiente (extramuros), como
lançamento a céu aberto de resíduos contaminados, por exemplo...
Especialmente em relação à covid-19, será muito relevante certificar se a salubridade do
ambiente residencial é adequada para a prestação de cuidados com o isolamento rigoroso que
é preconizado. O paciente e a família devem receber apoio e educação contínuos, e um meio
de comunicação efetivo e imediato com o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) deve ser
estabelecido durante o período do atendimento domiciliar, para garantia da segurança do paciente
e da sua família. A duração do tratamento, quantidade de visitas presenciais e possibilidades de
telemonitoramento, assim como finalização do isolamento vão depender de cada caso, de acordo
com os sintomas apresentados. A seguir orientações gerais, conforme publicação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) para cuidado domiciliar:
reutilizados.
40
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
13. Limpar e desinfetar as superfícies frequentemente tocadas, como mesas de cabeceira, quadros de
cama e outros móveis do quarto do paciente diariamente com desinfetante doméstico comum.
14. Limpar e desinfetar as superfícies do banheiro uma vez ao dia com desinfetante doméstico comum.
15. Roupas limpas e sujas, roupas de cama, toalhas de banho e de mão do paciente devem ser lavadas
com água e sabão comum. Evitar agitar a roupa suja.
16. Usar luvas descartáveis e roupas de proteção (por exemplo, aventais de plástico) ao limpar ou
manusear superfícies, roupas ou superfícies com fluidos corporais. Retirar o avental antes da remoção das
luvas e realizar higiene das mãos imediatamente após.
17. Os pacientes devem permanecer em casa até a resolução completa dos sinais e sintomas.
18. Considerando as evidências limitadas de transmissão pessoa a pessoa, indivíduos que podem ter sido
expostos a casos suspeitos da covid-19 (incluindo cuidadores e trabalhadores de saúde) devem
ser aconselhados a monitorar sua saúde por 14 dias, a partir do último contato, e procurar atendimento
médico imediato se desenvolver quaisquer sintomas, particularmente, febre, tosse ou falta de ar.
19. Pessoas sintomáticas devem entrar em contato com o serviço de saúde informando sua chegada e
durante o transporte até a unidade de saúde usar máscara cirúrgica o tempo todo e evitar utilizar transporte
público. É aconselhado chamar uma ambulância ou utilizar veículo privado com boa ventilação.
Os efeitos socioeconômicos e ambientais dessa pandemia serão sentidos ainda por um certo
tempo. Serão elencados, a seguir, os de maior destaque, tendo como foco os aspectos que ainda
acarretam outras consequências na vida social e econômica das pessoas e também no meio
ambiente. A proposta será analisar de que maneira a covid-19 provocou alterações, decorrentes
do isolamento social que se impõe, buscando-se medidas a serem tomadas em cada caso.
41
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Aspectos/causas
Exemplos
Aspectos/causas
Exemplos
https://pixabay.com/pt/images/search/la
var%20as%20m%C3%A3os%20na%20pan
demia/
Aspectos/causas
Exemplos
Outro impacto para o meio ambiente foi a redução ou, em muitas capitais, a paralisação no
recolhimento dos resíduos recicláveis porta-a-porta feita pela prefeitura e com encaminhamento
para as associações e cooperativas de catadores de recicláveis, ou mesmo, pelas próprias orga-
nizações de catadores, quando têm o contrato de coleta. Assim, com empecilhos no escoamento
dos materiais recicláveis para comercialização com a indústria da reciclagem, uma enorme
quantidade de material potencialmente reciclável tem sido descartada na coleta domiciliar
comum, sobrecarregando os aterros sanitários e deixando muitos catadores sem renda
durante esse período crítico.
É preciso minimizar, tanto quanto possível, esses impactos, sem descuidar da saúde.
‘Quarentenar’, organizadamente e responsavelmente, os materiais recicláveis e entregá-
los aos catadores, pode ser uma atitude adequada e efetiva.
43
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Aspectos/causas
Exemplos
https://www.cut.org.br/noticias/cooper
ativas-de-reciclagem-alertam-como-
descartar-residuo-e-nao-contaminar-
catad-430c
lazer aumentou.
O aumento O município poderia
dos gastos com energia Recomenda-se que, forafazer um diagnóstico
da pandemia, do mercado de
os estabelecimentos
elétrica nas residências, com o reciclagem
façam a local,
abolição para
total de verificar
talheres quais
e embalagens
copos poderiam
descartáveis.
homeoffice, houve aumento da ser escoadas para a comercialização e, de posse dessa
demanda de energia para manter informação, estabelecer protocolos ou posturas municipais
Para eas computadores
televisores compras em ligados,
supermercados, fontes
que obriguem os não identificadas,comerciais
estabelecimentos desaconselharam
a adotaremo
alémdedesacolas
celulares carregados, então, determinado tipo de embalagem mais potencialmente
pois o clientes
uso retornáveis; preferiram readotar o uso de sacolas plásticas
tempo gasto usando esses aparelhos reciclável, em detrimento de outro que, após o uso, apenas se
descartáveis,
para o trabalho, pelo risco
atividades de levarem
escolares contaminação
e o tornará rejeito, a para casa; assim,para
ser disponibilizado estáaterramento.
ocorrendo
lazer aumentou. Recomenda-se que, fora da pandemia, os estabelecimentos
aumento também na quantidade de sacolas
façam plásticas
a abolição usadase copos
total de talheres durante o período de
descartáveis.
distanciamento social.
Para asIsso
compras emconsiderado
pode ser supermercados, fontes
um mito, quenão
trazidentifi cadas,
um efeito desaconselharam
bastante o meio
indesejado ao uso de
sacolas retornáveis; então, clientes preferiram readotar o uso de sacolas plásticas descartáveis,
ambiente porque essas sacolas plásticas em mãos de pessoas não educadas
pelo risco de levarem contaminação para casa; assim, está ocorrendo aumento também na
ambientalmente
quantidade caem
de sacolas na sarjeta
plásticas das ruas,
usadas atingem
durante a microdrenagem
o período pelas bocas
de distanciamento de lobo
social.
Isso pode
e, por meioserdessas,
considerado um amito,
atingem que traz um efeito
macrodrenagem, formadabastante
pelos indesejado ao meio
canais urbanos e
ambiente porque essas sacolas plásticas em mãos de pessoas não educadas ambientalmente
córregos. Daí, é um instante para estar nos rios, que poderão levá-las aos oceanos. Nos
caem na sarjeta das ruas, atingem a microdrenagem pelas bocas de lobo e, por meio dessas,
oceanos,
atingem acabam no estômago
a macrodrenagem, de alguns
formada pelos canais animais
urbanos ou sufocando
e córregos. outros,
Daí, numa rota
é um instante para
estartotalmente
nos rios, que poderãoelevá-las
indesejada aos oceanos. Nos oceanos, acabam no estômago de alguns
insustentável.
animais ou sufocando outros, numa rota totalmente indesejada e insustentável.
https://www.broadside.com.br/bolsas-
https://pixabay.com/pt/images/search/animais% ecologicas/sacola-ecologica/sacola-
20marinhos%20lixo%20no%20mar/ ecologica-para-lojas/empresa-de-sacola-
44 pano-ecologica-penha
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Os efeitos indesejados do uso de sacolas descartáveis podem ser minimizados por meio
da adoção de sacolas ecológicas, de pano ou outro material durável. Desde que passe por um
período de quarentena dentro das residências das pessoas, seu uso ainda está indicado, mesmo
na pandemia. Aliás, tem sido indicado, que toda residência contenha uma denominada ‘zona suja’,
onde é possível deixar objetos, armazenados, à espera da morte do coronavírus (inativação), ou
seja, cumprindo quarentena.
Assim, é necessário prestar atenção na saúde dos animais e do homem. Lembrando que
animais e homens fazem parte do meio ambiente... e também da importância da saúde única.
Para refletir: Quais têm sido os efeitos da pandemia na saúde do homem?
• Quais têm sido os efeitos
E que quandoda o pandemia
homem não na está
saúde do homem?
saudável, ele afeta a saúde do todo ao
• E que quando o homem não está saudável, ele afeta a saúde do todo ao seu redor?
seu redor?
Exemplos aspectos/causas
Em contrapartida,
Em contrapartida, foramforam experimentadas
experimentadas diversas
diversas iniciativas
iniciativas solidárias,
solidárias, como acomo a
produção
de concertos
produçãoao devivo pelos canais
concertos dopelos
ao vivo Youtube redes
canais do sociais;
Youtubea redes
disponibilização gratuita de cursos
sociais; a disponibilização
à distância
gratuitade
de variados
cursos à assuntos, emvariados
distância de diversasassuntos,
plataformas
em ediversas
de visitas a museusepor
plataformas meio de
de visitas
filmagens de câmeras 360 graus. Também foram promovidas ações solidárias para arrecadar
a museus por meio de filmagens de câmeras 360 graus. Também foram promovidas
recursos para a compra de cestas básicas e atender diversas comunidades carentes, empresas
ações solidárias para arrecadar recursos para a compra de cestas básicas e atender
modificaram seus processos, para produzirem álcool em gel em larga escala e doarem às
diversas comunidades
comunidades carentes, empresas
vulneráveis. Costureiras autônomas modificaram seus se
ou empregadas processos, para produzirem
especializaram em produzir
álcool para
máscaras em disponibilizar
gel em largao produto
escala ae baixo
doarem àsoucomunidades
custo gratuitamentevulneráveis. Costureiras
aos menos afortunados.
autônomas ou empregadas
Vêm sendo se redes
criadas várias especializaram em produzir
sustentáveis máscaras para
de solidariedade disponibilizar
e ajuda mútua, o
produto a baixo custo ou gratuitamente
com olhos de aos menos afortunados. Vêm sendo criadas
interconexão. 45
várias redes sustentáveis de solidariedade e ajuda mútua, com olhos de
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Essas são apenas algumas das mudanças sentidas mundialmente. A covid-19 trouxe uma
nova rotina e um novo desafio para todos:
• como se adaptar ao trabalho e aos estudos em casa, para aqueles que tiveram
essa possibilidade;
• como administrar o tempo entre as atividades domésticas e as tarefas externas,
agora cumpridas no mesmo ambiente; e, o mais importante,
• como se manter focado e são física e emocionalmente, em um momento tão
delicado para se adaptar à nova rotina, cheia de restrições.
Nessa seção serão tratados dos aspectos positivos da pandemia no meio social e no meio
ambiente, abordando os impactos favoráveis que têm sido observados e, nada melhor do que
buscar junto aos especialistas, técnicos e cientistas, de diversos órgãos e agências, dados que
demonstram a afirmativa de que há também efeitos benéficos.
Essa informações que vêm sendo veiculadas por algumas fontes e que poderão nos
despertar, auxiliando na busca de respostas para as agendas da administração pública dos
municípios, principalmente as agendas ambiental e de saneamento, na oportunidade de um
mundo com e sem covid-19, mas com saúde única.
Como um dos impactos positivos, é possível citar que, ao redor do mundo, cidadãos
reconheceram a importância dos profissionais de saúde e de outros serviços considerados
essenciais e manifestaram suas homenagens, admiração e gratidão por meio de aplausos das
janelas, músicas, cartazes e manifestações nas redes sociais. Todos que cuidam da saúde dos
humanos estão sendo reconhecidos.
Por outro lado, para que os serviços de coleta seletiva de resíduos passem a ser considerados
essenciais para a saúde da Terra e para a saúde dos seres humanos, será necessário ainda, da
nossa parte, muito trabalho de mobilização que garanta participação social e educação ambiental
suficientes para que os catadores de materiais recicláveis também sejam os futuros reconhecidos
e homenageados.
46
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
https://reciclaviraser.com.br/2020/07/15/uma-
https://pixabay.com/pt/images/search/enfermeiro/ ferramenta-para-qualificar-empreendimentos-de-
catadores-de-material-reciclavel-como-negocios-
de-impacto/
47
4.2.2 No meio ambiente
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
A desaceleração da economia trazida pela pandemia, com mudanças nas atividades, durante
o período de distanciamento social, como restrição a viagens, maior geração de eletricidade e
diversificação na produção industrial, em muitas regiões, resultou na redução da poluição sonora, na
melhoria na qualidade de vida nas cidades, na diminuição da poluição do ar. Na China, observou-
se diminuição de 25% das emissões de gases de efeito de estufa. No primeiro mês de quarentena,
o país emitiu menos de 200 milhões de toneladas dióxido de carbono do que no período homólogo
de 2019, devido à redução no tráfego aéreo, refinamento de petróleo e consumo de carvão.
https://pt.venngage.com/blg/coronavirus-impacto-ambiental
48
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Em Belo Horizonte, de acordo com dados da Feam, houve redução de 45% na concentração de
partículas respiráveis em uma das estações de monitoramento da qualidade do ar, demonstrando
melhoria da condição do ar na capital mineira. Foram verificadas reduções consideráveis no chama-
do material particulado em um mesmo período de 30 dias, entre 20 de março e 20 de abril, dos anos
de 2019 e 2020.
Nesse ponto, serão apresentados alguns conceitos que podem não estar bem claros para
agentes municipais de outras agendas, que porventura façam uso dessa cartilha de orientação, já
que nosso papel é preencher lacunas de informação e sensibilização que faltem às pessoas, para
se mobilizarem na direção de alternativas adequadas à proteção do meio ambiente e ao desen-
volvimento sustentável.
efeito estufa‟ (GEE), Assim, será
„material feita umaebreve
particulado‟ exposição
„mudanças sobre os
climáticas‟, conceitos
para ‘aquecimento
discutirmos como
global’, ‘efeito estufa’, ‘emissões’ ‘gases de efeito
esses foram afetados pela pandemia da Covid-19. estufa’ (GEE), ‘material particulado’ e ‘mudanças
climáticas’, para discutirmos como esses foram afetados pela pandemia da covid-19.
Apesar do declínio temporário nas emissões dos GEE a nível global, devido à pandemia
da covid-19, a Agência Internacional de Energia alerta que os impactos econômicos causados
pela pandemia podem impedir ou atrasar o investimento em energia sustentável por parte das
empresas, pois o foco dos países tem sido os programas de recuperação econômica para minimizar
o desemprego e estabilizar as principais indústrias.
Nesse contexto, a medida que os países organizam seus recursos para mitigar os impactos
econômicos e sociais da covid-19, eles estão reduzindo seus investimentos para enfrentar as
mudanças climáticas, pois tendem a se concentrar na estabilização das indústrias, tecnologias e
práticas existentes, ao invés de aproveitar a oportunidade de transformação sustentável.
Pesquisadores, como Daniel Rosenbloom e Jochen Markard, enfatizam que estamos diante
de crises que se sobrepõem a esta provocada pela covid-19 e pelas mudanças climáticas e ambas
requerem mobilização social imediata e respostas coordenadas dos formuladores de políticas,
empresas e sociedade em geral. Esses pesquisadores apontam que a alavancagem dos programas
de recuperação da covid-19 apresenta uma oportunidade estratégica para avançar simulta-
neamente a agenda climática e a transição para um mundo pós-covid-19 mais sustentável e su-
gerem que sejam consideradas as implicações climáticas nos planos de recuperação econômica.
Para impulsionar essas mudanças, é importante não resgatar empresas e indústrias que fazem
uso de combustíveis fósseis.
Os programas de recuperação da covid-19 podem estabelecer as bases para um futuro mais
sustentável e próspero. As nações não devem desperdiçar esta oportunidade, pois a humanidade
depende de ação agora para um futuro resiliente e sustentável (PNUMA, 2020).
Infelizmente, existe uma disparidade de entendimentos sobre as mudanças climáticas e essa
mobilização disforme em torno do tema tem atrasado a tomada de providências essenciais, como
políticas das agendas governamentais que possam influenciar os padrões de produção e consumo.
Muitos pesquisadores indicam que após a pandemia não será mais possível retornar à
rotina anterior, à vida como ela era. Não apenas pela presença do vírus da covid-19 que exigirá,
por exemplo, o uso de máscaras de proteção em lugares públicos, a higienização das mãos
constantemente e que se evite aglomerações, ainda por um longo período de tempo, mas
também porque mesmo após a diminuição das restrições de circulação, algumas dessas atitudes,
desenvolvidas nesse período da covid-19, ainda continuarão a ser demandadas em nosso
cotidiano e convívio social.
Há quem diga que a pandemia que parou o mundo em muitos aspectos e levou todos à
reflexão sobre como a vida é efêmera, trará também a habilidade de adaptação que para enfrentar
novos desafios.
Pesquisas apontam que empresas de diversos tipos de prestação de serviços já consideram
manter o trabalho em modo home office pós pandemia, pois experimentaram economia em
diversos custos, foram capazes de adaptar seus processos e sistemas e consideram-se capazes
de fazer a transição do trabalho presencial para esse novo formato de forma total ou parcial.
Muitas pessoas afirmam que o ganho de qualidade de vida foi grande, já que não precisam mais
enfrentar diariamente o trânsito e o desgaste com a locomoção até o ambiente de trabalho.
O Governo de Minas Gerais instituiu um plano para orientar a retomada segura das
atividades econômicas nos municípios do Estado. O Programa Minas Consciente foi baseado nas
informações fornecidas por diversas instituições e entidades de classe, com objetivo de auxiliar os
853 municípios, para que possam agir de maneira adequada e responsável, mantendo os bons
resultados apresentados por Minas Gerais, na contenção da pandemia do novo coronavírus.
A proposta, criada pelo Governo de Minas, por meio das secretarias de Desenvolvimento
Econômico (Sede) e de Saúde (SES), sugere a retomada gradual de comércio, serviços e outros
setores, tendo em vista a necessidade de levar a sociedade, gradualmente, à normalidade, por
meio da adoção de um sistema de critérios e protocolos sanitários, que garantam a segurança da
população.
O plano agrega dados econômicos e dados de saúde pública para orientar uma tomada de
decisão responsável, segura e consciente. Essa retomada das atividades econômicas fica a critério
dos prefeitos e prefeitas de cada cidade, a partir de informações fornecidas pelo Governo do Estado.
O plano setoriza as atividades econômicas em três ondas:
51
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
O plano trabalha com dados e circunstâncias muito dinâmicas, impostas pela pandemia. As
ondas foram criadas através de dados estaduais e vêm sendo liberadas para funcionamento de
forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença,
avaliando o cenário de cada região do estado e a taxa de evolução da covid-19 em cada uma
dessas áreas.
Foi criado um protocolo sanitário único por meio do qual os empreendedores serão norteados
com os critérios de segurança. Além de orientações básicas e gerais (comum a todos os setores),
o protocolo possui capítulos específicos, conforme as necessidades de cada um dos setores:
acomodações, atividades esportivas, normas para grandes espaços, etc. Segundo o plano, as
ondas possuem uma lógica gradual e sequencial de abertura, para que a retomada se dê de forma
progressiva na sociedade, observando os impactos na rede assistencial.
São analisados, pela Secretaria de Estado de Saúde, os dados por macrorregião e microrregião
de saúde. Os indicadores são:
52
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
53
Fonte: Minas Gerais, 2020.
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
O respeito ao meio ambiente não será mais considerado suficiente, será exigido que se faça
algo pelo meio ambiente. E esse consumidor mais atento e questionador tem pressionado empre-
sas e governos para que se posicionem com relação às temáticas atuais.
No mundo atual não será mais possível não pensar globalmente sobre todas as questões que
relacionam aos impactos ao meio ambiente, à sociedade, à saúde e os seus efeitos locais e glo-
bais. E esse será o nosso desafio no novo normal.
humanas. Centros econômicos e culturais, as cidades pulsam a identidade de uma
4.3.2 Cidades inteligentes serão saudáveis e sustentáveis
sociedade e refletem sua estrutura, valores e formas de organização. Então, espera-se
O momento da crise da pandemia da covid-19 deveria ser o ensejo de se repensar as cidades
que as cidades do futuro serão o reflexo de cidadãos que aprenderam com suas
e suas relações, tais como o uso e ocupação do solo, passando-se a planejar o espaço urbano
com dificuldades,
desenhos que muitas vezes,para
contribuam dolorosas, como recriar
a minimização saudavelmentea os
dos deslocamentos, espaços
melhoria da urbanos
ventilação
e daonde vivem. natural, dentre outros aspectos que favorecem uma vida saudável; pois, as ci-
iluminação
dades são, Apesar
por natureza,
de serpalco
muitodas trocas a
recente, e interações
pandemia humanas.
da Covid-19Centros econômicos
deixará marcas que e culturais,
ainda
as cidades pulsam a identidade de uma sociedade e refletem sua estrutura, valores e formas de
serão compreendidas, mas que perdurarão e alterarão a estrutura e organização social
organização. Então, espera-se que as cidades do futuro serão o reflexo de cidadãos que apren-
humana e, provavelmente a distribuição espacial das cidades. Eventos traumáticos como
deram com suas dificuldades, muitas vezes, dolorosas, como recriar saudavelmente os espaços
esteonde
urbanos já foram sentidos ao longo da história, como a peste bubônica, gripe espanhola e a
vivem.
Apesar
cólera. deA ser muito recente,
primeira, também aconhecida
pandemiacomoda covid-19
Peste deixará
Negra, marcas que devastadora
foi a mais ainda serão com-
da
preendidas, mas
história da que perdurarão
humanidade, tendoe resultado
alterarão aentre
estrutura e organização
75 e 200 milhões desocial humana
mortes, e, prova-
atingindo seu
velmente a distribuição espacial das cidades. Eventos traumáticos como este já foram sentidos
pico entre 1.347 e 1.351. Para a gripe espanhola, segundo notícia no endereço eletrônico
ao longo da história, como a peste bubônica, gripe espanhola e a cólera. A primeira, também
da Fiocruz,
conhecida estima-se
como Peste que
Negra, foioa número de mortosdatenha
mais devastadora sido
história da entre 20 e 40tendo
humanidade, milhões de
resultado
entrepessoas
75 e 200entre 1918
milhões deemortes,
1919. atingindo
Como comparação, cerca
seu pico entre de e9 1.351.
1.347 milhões e 200
Para mil espanhola,
a gripe pessoas
segundo notícianos
morreram no campos
endereçodeeletrônico
batalha da Fiocruz,
Primeira estima-se que o número
Grande Guerra, de mortos
que ocorreu entretenha
1914sido
e
entre 20 e 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. Como comparação, cerca de 9 milhões e
1918.
200 mil pessoas morreram nos campos de batalha da Primeira Grande Guerra, que ocorreu entre
A cólera, surto ocorrido no século XIX, incorporou inovações de saneamento nas
1914 e 1918.
Acidades,
cólera, com
surtoaocorrido
promoçãonode esgotamento
século sanitário,inovações
XIX, incorporou instalaçãode
desaneamento
sanitários, aquedutos e
nas cidades,
com melhorias
a promoção nosdehábitos
esgotamento sanitário,
de higiene, aléminstalação
da remoçãode desanitários,
cortiços aquedutos
urbanos e ea melhorias
observaçãonos
hábitos de higiene, além
da necessidade da promover
de se remoção de cortiços urbanos
a melhoria e a observação
da circulação da necessidade
de ar. Percebeu-se, dease
assim,
promover a melhoria da circulação de ar. Percebeu-se, assim, a ligação estreita entre centros ur-
ligação estreita entre centros urbanos e a disseminação de epidemias.
banos e a disseminação de epidemias.
Ainda é cedo para se saber em que dimensão e proporções a crise da covid-19 afetará aspec-
tos do planejamento urbano. Mas, espera-se haver alterações sobre o estilo de vida urbano, estru-
tura de gerenciamento de negócios, mobilidade e formas de produção e trabalho, o que inevitavel-
mente terá um contraponto de organização físico-espacial. A forma como se planeja as cidades é
um reflexo do modo de se relacionar, estrutura de pensamento, cultura, valores e de interface com
a tecnologia. Além disso, a covid-19 traz à tona uma discussão antiga: do desequilíbrio ecológico
promovido pelo homem, não somente com outras espécies, mas com a dele própria.
As cidades são o exemplo mais evidente de exclusão e injustiça sociais, o que é facilmente
observado ao circular por ela. Menos evidente para alguns, também evidencia o desequilíbrio
ecológico, cada vez mais percebido por meio de eventos extremos de enchentes, elevação da
temperatura, deslizamentos e outros tantos impactos. Essas são algumas respostas a uma ocu-
pação desinteligente e não planejada em que predominam:
Estes são apenas alguns exemplos dos desafios que a urbanização desenfreada e a forma de
nos relacionar com os recursos naturais provocaram e que se escancararam com a atual crise.
Em alguns pontos levantados de toda essa problemática trazida pela covid-19, veio à tona
um debate sobre como as cidades devem ser construídas e, talvez: Como podem se
preparar para melhor se adaptarem a futuras crises
ou até mesmo contribuir para evitá-las?
sua paisagem. As soluções necessariamente caminham para a construção de cidades mais sau-
dáveis e resilientes.
Neste momento de reclusão global, muitas cidades observaram redução de emissão de po-
luentes, em função da diminuição da produção industrial e da mobilidade urbana, conforme foi
relatado na seção anterior. Dada a conexão entre poluição do ar urbana e mortes prematuras,
alguns cálculos iniciais até mesmo sugerem que a mudança pode ter efeitos positivos na saúde
tanto dos mais jovens quanto dos mais idosos, além dos efeitos positivos já mencionados, na di-
minuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, consequentemente, na atenuação do
aquecimento global.
Algumas cidades estão implementando ciclovias temporárias como forma de disponibilizar
um deslocamento mais seguro em comparação ao transporte coletivo, o que favorece, também, a
melhoria da qualidade do ar e a redução de emissão de GEE. Apesar de abrupta, a redução drásti-
ca da atividade humana temporariamente resultou na diminuição de emissão de poluentes em
uma escala global, o que apresentou a resposta para um cenário hipotético, mas que embasa a
reflexão do quão essencial as atividades humanas são e, principalmente, de como poderiam ser...
Outro ponto que ganhou destaque em função da necessidade de isolamento e consequente
fechamento de comércio, foram as compras nos formatos digitais. Esse cenário acelerou o desen-
volvimento da era digital, impulsionando este formato, cujo impacto também ainda não pode ser
mensurado. Nesta mesma linha, os sistemas de informação e de gestão de dados já existentes
também ganharam destaque. Citam-se as plataformas digitais que abrigam as mais diversas in-
formações de natureza geográfica, desde nascentes, áreas de preservação permanente e cursos
d’água, até dados demográficos, de infraestrutura como esgoto sanitário e iluminação pública e
de tipologias de uso do solo.
https://pixabay.com/pt/images/search/banco%20de%20dados%20espaciais/
NestaNesta mesma
mesma ótica,
ótica, a redução
a redução de interação
de interação social
social também
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causou umauma diminuição
diminuição no con-
no consumo,
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principalmente de bens.
de bens. Por Por outro
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por meios por meios
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como é de trabalho.
o caso Na contramão,
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trabalho.com es-
tudos realizados, por Berg (2020), um dos poucos lugares urbanos que registraram aumento de
Na contramão, de acordo com estudos realizados, por Rogier van den Berg(2020), um
circulação durante a covid-19 foram os parques urbanos. Isso reforça a necessidade de se plane-
dos poucos lugares urbanos que registraram aumento de circulação durante a covid-19
jar cidades com mais espaços abertos e verdes, integrando-se às características hidrográficas e
flforam os transferindo-as
orestais, parques urbanos.paraIsso reforça a necessidade
a centralidade na concepção depara
se planejar cidades
a construção de com
áreasmaisurbanas.
56 espaços abertos e verdes, integrando-se às características hidrográficas e florestais,
transferindo-as para a centralidade na concepção para a construção de áreas urbanas.
Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Além de se enfatizar a conectividade com a natureza como forma de melhorar a saúde, des-
taca-se a importância de se promover iluminação e ventilação naturais como forma de melhorar a
qualidade das edificações. Aglomerações e ambientes fechados e de pouca ventilação promovem
um risco maior de contágio do que ambientes abertos. Cidades com baixa densidade popula-
cional, teoricamente seriam menos propícias à disseminação de vírus, por promoverem menos
Porde
possibilidade outro lado, cidades com densidade populacional muito baixa são caras e pouco
contatos.
eficientes
Por em termos
outro lado, decom
cidades infraestrutura.
densidade A solução poderá
populacional muitoser encontrada
baixa são carasnoe equilíbrio, em
pouco eficientes
em termos de infraestrutura.
mais áreas A solução poderá
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multisetoriais e multifuncionais,
deslocamentos reduzindoAlém
e grandes viagens. a demanda
disso, por deslocamentos
promover e grandes
uma adequada viagens. de
qualidade Além
disso, promover uma adequada qualidade de vida e de forma equânime é fundamental para se
vida e de forma equânime é fundamental para se construir cidades que possibilitem a
construir cidades que possibilitem a redução de propagação de doenças.
redução de propagação de doenças.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
5. Conclusões e recomendações
A saúde de todos é a prioridade neste momento e, tendo isso em mente, o município deve adotar
esforços na educação ambiental de sua população e possibilitar canais de participação
social que garantam o intercâmbio adequado de informações úteis ao combate e prevenção
do contágio, bem como direcionar orientação específica aos profissionais que atuam no manejo de
resíduos sólidos, acerca de cuidados sanitários que visem a proteção individual desses trabalhadores
e minimizem as chances de contaminação pela covid-19 entre as pessoas, possibilitando também
a renda desses profissionais.
Enfrentar a nova pandemia da covid-19 e nos proteger das futuras ameaças globais requer o
gerenciamento correto de todos os resíduos, além de uma gestão global e local do meio ambiente
e da biodiversidade e o comprometimento com o incentivo à mudança dos modos de ser da
sociedade. Também deve-se criar alternativas para desempenho de trabalhos online, taxas e
tributos verdes e facilitar a transição para uma economia neutra em carbono, etc. Não é possível
agir apenas pontualmente, o conjunto de medidas precisa abarcar todos os elos dessa conexão.
Einstein já dizia que não é possível resolver uma crise com o mesmo pensamento
que a criou. Na Carta da Terra, diz que teremos que fazer a escolha de cuidar uns
dos outros.Então vamos ter que inventar uma nova forma de estar na Terra.
Os gestores municipais precisam trabalhar para que os cidadãos de seu município adquiram
uma consciência individual e coletiva que será refletida local e planetariamente. Mas o que é ser
consciente? É ter informação? É apenas ter a informação? Não...
É necessário ter conhecimento e não apenas informação, para fazer boas escolhas, é
necessário saber de antemão as consequências para as quais as nossas escolhas e atitudes nos
levarão.
Uma pessoa que não tenha adquirido consciência, não julgará corretamente suas
ações e, então, ela não sentirá culpa pelos erros cometidos, negando-se a avaliar suas
ações em relação aos outros...
As mudanças trazidas pela covid-19 abriram um proveitoso espaço de debate sobre o tipo
de cidade que se quer e como é possível torná-las mais resilientes a futuras crises. A forma como
as cidades são planejadas determina em grande parte o quão resilientes elas são. Neste sentido,
observa-se a necessidade de se ofertar mais áreas abertas e um maior grau de independência
das cidades, inclusive em escala intraurbana, buscando reduzir seus deslocamentos, trânsito de
pessoas e bens e tornando seu metabolismo mais circular.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Espaço fechado
Duração da interação
Multidão
Densidade populacional + Dificuldade em manter o distanciamento social
Exalação forçada
Crise de espirros, cantando e tossindo
Riscos: Espaços fechados, contato com pessoas próximas umas das outras por um longo período,
agrupamento potencial de pessoas, respiração intensa, gritos, conversas.
Jogar esportes de contato (futebol, basquetebol...)
Riscos: Contato com pessoas próximas umas das outras por um longo período, agrupamento de
pessoas, respiração intensa, impossibilidade de manter-se de máscara.
Pegar transporte público - ônibus ou metrô
Riscos: Espaços fechados, contato com pessoas próximas umas das outras por um longo período, tocar
em superfícies tocadas por inúmeras pessoas.
Ir à missa, encontros religiosos
Riscos: Espaços fechados, contato com pessoas próximas umas das outras por um longo período,
agrupamento potencial de pessoas, tocar em superfícies tocadas por inúmeras pessoas, cantar.
Assistir a jogos em campo/quadra
Riscos: Contato com pessoas próximas umas das outras por um longo período, agrupamento de
pessoas, tocar em superfícies tocadas por inúmeras pessoas, gritos, espaços fechados.
Ir à academia de ginástica
Riscos: Contato com pessoas próximas umas das outras, agrupamento de pessoas, superfícies tocadas
por várias pessoas, dificuldade em ficar de máscara, respiração intensa.
Ir ao salão de beleza, barbearia e esteticista
Riscos: Contato com pessoas próximas umas das outras por um período longo, dificuldade em ficar de
MÉDIO
ALTO
máscara.
Trabalhar em um escritório
Riscos: No interior tocar em superfícies que várias pessoas tocaram contato prolongado com pessoas
próximas umas das outras e potencial agrupamento de pessoas.
Ir a restaurantes e cafés (locais fechados)
Riscos: Dentro do local contato com pessoas próximas umas das outras por um período prolongado,
agrupamento de pessoas, impossibilidade de usar máscara enquanto estiver comendo e bebendo.
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Meio Ambiente & Saneamento e a Covid-19
Ir ao pronto socorro
Riscos: No local, agrupamento potencial de pessoas.
Ir ao médico
Riscos: Dentro do local, contato com pessoas próximas umas das outras, agrupamento de
pessoas, superfícies tocadas por várias pessoas.
Ir ao dentista
Riscos: No local, contato próximo com os pacientes sem o uso de máscaras, agrupamento
MÉDIO
potencial.
Pegar um táxi ou transporte de aplicativos
Riscos: Dependerá da frequência com que se faz a limpeza do veículo, duração do trajeto e
número de passageiros.
Ir a museus
Riscos: Dentro do local, contato com pessoas próximas umas das outras, agrupamento de
pessoas.
Jantar ao ar livre
Riscos: Contato com pessoas próximas umas das outras, agrupamento de pessoas, dificuldade
em estar de máscara durante a refeição.
Riscos: Dentro do local de compras: contato com pessoas muito próximas umas das outras,
BAIXO
Fonte: LAMBERT, Baptiste. Un index sur les risques de contamination au covid-19. Business AM, 09 jul.
2020. Disponível em: https://fr.businessam.be/un-index-sur-les-risques-de-contamination-au-covid-19/.
Acesso em: 15 set. 2020.
Créditos: Traduzido para o português por Flávia Maria Wasner Vasconcelos.
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