Este documento discute a gestão de resíduos sólidos no Brasil. Ele introduz as principais políticas nacionais e estaduais sobre o tema, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece diretrizes para a não geração, redução, reutilização, reciclagem e destinação final de resíduos. Também aborda os conceitos de logística reversa e responsabilidade compartilhada no ciclo de vida dos produtos. Por fim, apresenta os processos e tecnologias utilizados na
Este documento discute a gestão de resíduos sólidos no Brasil. Ele introduz as principais políticas nacionais e estaduais sobre o tema, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece diretrizes para a não geração, redução, reutilização, reciclagem e destinação final de resíduos. Também aborda os conceitos de logística reversa e responsabilidade compartilhada no ciclo de vida dos produtos. Por fim, apresenta os processos e tecnologias utilizados na
Este documento discute a gestão de resíduos sólidos no Brasil. Ele introduz as principais políticas nacionais e estaduais sobre o tema, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece diretrizes para a não geração, redução, reutilização, reciclagem e destinação final de resíduos. Também aborda os conceitos de logística reversa e responsabilidade compartilhada no ciclo de vida dos produtos. Por fim, apresenta os processos e tecnologias utilizados na
Este documento discute a gestão de resíduos sólidos no Brasil. Ele introduz as principais políticas nacionais e estaduais sobre o tema, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece diretrizes para a não geração, redução, reutilização, reciclagem e destinação final de resíduos. Também aborda os conceitos de logística reversa e responsabilidade compartilhada no ciclo de vida dos produtos. Por fim, apresenta os processos e tecnologias utilizados na
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GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE
SO PAULO 2013 RESDUOS S L I DOS Cadernos de Educao Ambiental 6 2 Edio 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 1 13/3/2013 21:52:47 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 2 13/3/2013 21:52:48 GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO Governador SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE Secretrio COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL Coordenadora COORDENADORIA DE EDUCAO AMBIENTAL Coordenadora Geraldo Alckmin Bruno Covas Zuleica Maria de Lisboa Perez Yara Cunha Costa ETA DORIA DE PLA ADORIA a de Lisboa Perez Costa TE o L ru Z Y MEIO A Se MENTO AM rd O AM Coorde 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 3 13/3/2013 21:52:48 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 4 13/3/2013 21:52:49 Resduos Slidos R esduos slidos so materiais considerados sem utilidade, supruos ou perigosos, produzidos pela atividade humana e que devem ser descartados ou eliminados de maneira a reduzir os impactos associados a sua gerao. Com o crescimento demogrco, a mudana ou a criao de novos hbitos, a me- lhora das condies de vida e o desenvolvimento industrial, h um aumento na gerao desses resduos que, consequentemente, agravam sua destinao nal. A gesto do lixo um desao global. Seu gerenciamento inadequado pode resultar em riscos para a qualidade de vida, criando, ao mesmo tempo, pro- blemas de sade pblica e se transformando em fator de degradao do meio ambiente. Por esses motivos este Caderno de Educao Ambiental traz informaes acerca do que fazer para reduzir, reutilizar, reciclar e recuperar (4Rs) os materiais que inicialmente seriam descartados, alm de dicas para sua correta destinao. E esta publicao tambm aborda a implantao da coleta seletiva, o con- ceito dos 4Rs e da logstica reversa como aes fundamentais para aumentar a vida til dos aterros sanitrios, conter os impactos ambientais que os mesmos causam e aperfeioar a utilizao dos recursos naturais. Atitudes como essas equilibram a vida econmica, social e ambiental e desenvolvem coletivamente uma conscincia cidad. O resultado sempre uma maior participao da populao na defesa e preservao do meio ambiente. BRUNO COVAS Secretrio de Estado do Meio Ambiente equilibram a te uma consci o na Se Atitude m colet o da maior particip um desa ra a qualid blica e se tra ste C reduz desca mbm ica rev itrios utiliza o- ormaes m st va mentar a esmos teriais nao. o con- ntar a ciamento do, ao me tor de deg bien cuper ra sua da co menta mbient is al. Seu e vida mando de Educ zar, reci m de d impla o ae s impa cursos gest ltar em mas bien Por esses m acerca do que fa en ub Rs s a causame ape ue inici E esta eito dos ue os mica, social e ambient dad. O resultado sempre uma preservao do meio ambiente. BRUNO COVAS de Estado do Meio Ambien 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 5 13/3/2013 21:52:49 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 6 13/3/2013 21:52:49 SUMRIO 01. Introduo 10 1.1. Poltica Nacional de Resduos Slidos 11 1.1.1. Princpios e Objetivos 12 1.1.2. Instrumentos 13 1.1.3. Categorias de classicao de resduos slidos 14 1.2. Poltica Nacional de Saneamento Bsico 15 1.3. Poltica Estadual de Resduos Slidos 16 1.3.1. Instrumentos 17 1.3.2. Categorias de classicao de resduos slidos 17 02. Gesto de Resduos Slidos 22 2.1. Os Eixos da Gesto 22 2.1.1 No Gerao 22 2.1.2. Reduo 23 2.1.3. Reutilizao 24 2.1.4. Reciclagem 25 2.1.5. Disposio Final 26 2.1.6. Recuperao de energia 26 2.2. Aspectos Inovadores na Gesto 27 2.2.1. Logstica Reversa 27 2.2.1.1. Termos de Compromisso j existentes 28 2.2.2. Anlise do Ciclo de Vida 32 03. Gerenciamento de resduos slidos 36 3.1. Resduos Slidos Urbanos 36 3.1.1. Coleta Regular e Seletiva 37 3.1.2. Tratamento e Disposio Final 40 3.2. Resduos da Construo Civil 58 3.3. Resduos de Servios de Sade 64 04. A Indstria da Reciclagem Processos e Tecnologias 74 4.1. Pneus 75 4.2. Metais 81 4.3. Plsticos 88 4.4. Papis 96 4.5. Lmpadas 100 4.6. Eletroeletrnicos 110 4.7. Pilhas e Baterias 115 4.8. Vidros 126 05. Consideraes nais 134 Glossrio 135 Referncias Bibliogrcas 140 Legislao e Normas Tcnicas Legislao Federal e do Estado de So Paulo 149 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 7 13/3/2013 21:52:49 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 8 13/3/2013 21:52:49 1 Introduo 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 9 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 10 1. Introduo A o longo das ltimas dcadas, a humanidade vem passando por um rpido e macio processo de crescimento populacional e urbanizao, o que levou a grande maioria da populao a viver em cidades. Apesar do Brasil j ser um pas com mais de 80% da populao vivendo em reas urbanas, as infraestruturas e os servios no acompanharam o ritmo de crescimento das cidades. Os impactos do manejo inadequado de resduos slidos e da limpeza urbana deciente so enormes sobre o dia a dia da populao, quer seja em relao sade pblica e qualidade am- biental, quer seja em relao aos aspectos estticos e de turismo. Com a conscientizao da importncia do saneamento ambiental, hoje a limpeza urbana e o manejo de resduos slidos so marcas da qualidade da administrao pblica e do desenvolvimento das populaes. O crescimento demogrco, a intensicao das atividades humanas e a melhoria do nvel de vida so responsveis pelo aumento exponencial das quantidades de resduos slidos geradas, bem como pela alterao das suas caractersticas, constituindo um grande problema para as administraes pblicas. Como fator agravante, o manejo inadequado dos resduos slidos, desde a gerao at a destinao nal (por exemplo, em lixes a cu aberto ou at em cursos dgua), pode resultar em riscos ambientais, sociais, eco- nmicos e sade pblica. Para enfrentar estas questes, o Governo Federal, os Governos Estadu- ais e Municipais tm formulado polticas e adotado prticas de gesto com vistas preveno e ao controle da poluio, proteo e recuperao da qualidade ambiental e promoo da sade pblica. Dentre estas polticas, esto a Poltica Nacional de Resduos Slidos, a Poltica Nacional de Saneamento Bsico e a Poltica Estadual de Resduos Slidos, do Estado de So Paulo. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 10 13/3/2013 21:52:49 11 1. INTRODUO 1.1. Poltica Nacional de Resduos Slidos Recentemente aprovada, aps mais de 20 anos de discusso no Congres- so, a Lei n 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos PNRS no pas. Regulamentada pelo Decreto n 7.404, de 23 de dezembro de 2010, a referida lei apresenta diversos pontos importantes para a gesto e o ge- renciamento de resduos slidos dentro do pas, respeitando-se, prioritaria- mente, a seguinte ordem: no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos slidos e por m a disposio nal ambientalmente adequada (em aterros, por exemplo). Dentre as exigncias previstas na lei, podemos destacar a extino dos lixes no Brasil at 2014, a disposio nal ambientalmente adequada so- mente dos rejeitos (resduos que no podem ser reutilizados, reciclados, etc.) em aterros; a proibio da catao, criao de animais e instalao de mora- dias nos aterros. Alm disso, a Lei previu a expanso da coleta seletiva de materiais reci- clveis s moradias, com a insero prioritria das cooperativas ou associaes de catadores (formadas por pessoas fsicas de baixa renda, dispensando-se a licitao para sua contratao) e determinou que as prefeituras zessem a compostagem dos resduos orgnicos. A PNRS tambm visa responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto entre fabricantes, importadores, distribuidores e comercian- tes, consumidores e titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos, cada um com sua parcela de participao no processo, desde a obteno da matria-prima at seu correto descarte aps o uso. A participao de cada um fundamental para o devido cumprimento da Lei. Nesse contexto que se insere a logstica reversa, que um instrumento de desenvolvimento econmico e social que visa coleta e restituio dos resduos slidos ao setor empresarial, para que estes possam ser reaproveita- dos de diversas maneiras ou retornem ao ciclo produtivo. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 11 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 12 A princpio, apenas alguns produtos se enquadram na logstica reversa, so eles: Resduos e embalagens de agrotxicos; Pilhas e baterias; Pneus; Resduos e embalagens de leos lubricantes; Lmpadas uorescentes, de vapor de sdio, mercrio e de luz mista; Produtos eletroeletrnicos e seus componentes; Embalagens em geral. Vale ressaltar que a logstica reversa tambm pode ser estendida a outros produtos e embalagens que no esto citados na lista acima, quando for de- tectado risco sade ou ao meio ambiente. Nesse sentido, considerando que a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos compartilhada, os consumidores tambm devem fazer a sua parte, separando, armazenando corretamente e devolvendo o produto aps o uso, para que possa ser reutilizado, reciclado, destinado compostagem ou, em ltimo caso, ser disposto em aterros. Para que a PNRS seja melhor compreendida, mister se faz a exposio de seus princpios, objetivos, instrumentos, diretrizes, bem como de suas catego- rias de classicao de resduos slidos. 1.1.1. Princpios e Objetivos Destacam-se como princpios da PNRS: A preveno e a precauo; O princpio do poluidor-pagador e do protetor-recebedor; O desenvolvimento sustentvel; A ecoecincia; A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; O reconhecimento de que o resduo slido reutilizvel e reciclvel um bem econmico e de valor social, gerador de trabalho e renda, e promotor de cidadania e respeito s diversidades locais e regionais. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 12 13/3/2013 21:52:49 13 1. INTRODUO A PNRS tem como objetivos: a no gerao, a reduo, a reutilizao, a reciclagem e o tratamento dos resduos slidos, bem como a disposio nal ambientalmente adequada dos rejeitos; o estmulo adoo de padres sus- tentveis de produo e consumo de bens e servios; a adoo, o desenvol- vimento e o aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;o incentivo indstria da reciclagem, para fomentar o uso de matrias-primas e insumos derivados de materiais reciclveis e reciclados;a gesto integrada de resduos slidos;a articulao entre as diferentes esferas do poder pblico, e destas com o setor empresarial, com vistas cooperao tcnica e nanceira para a gesto integrada de resduos slidos;a capacitao tcnica continuada na rea de resduos slidos; a regularidade, a continuida- de, a funcionalidade e a universalizao da prestao dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos; a integrao dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis nas aes que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;o estmulo implementao da avaliao do ciclo de vida do produto; oestmulo rotulagem ambiental e ao consumo sustentvel. 1.1.2. Instrumentos Dentre os instrumentos previstos na Lei 12.305/2010, vericam-se os planos de resduos slidos em mbito Nacional, Estadual, Microrregional de regies metropolitanas, intermunicipais e municipais, que so condio para o Distrito Federal e os municpios terem acesso a recursos da Unio que so destinados a empreendimentos e servios relacionados limpeza urbana e ao manejo de resduos slidos. So tambm instrumentos da PNRS, os Planos de Gerenciamento de Res- duos Slidos; os Inventrios e o Sistema Declaratrio Anual de Resduos Slidos; a coleta seletiva; a logstica reversa; os acordos setoriais; os termos de compro- misso; o incentivo criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis; os in- centivos scais, nanceiros e creditcios; e os Sistemas de Informao Ambiental. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 13 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 14 1.1.3. Categorias de classicao de resduos slidos A PNRS diferencia os resduos slidos segundo as seguintes classifi- caes: I Quanto origem: a) Resduos Domiciliares: os originrios de atividades domsticas em resi- dncias urbanas; b) Resduos de Limpeza Urbana: os originrios da varrio, limpeza de logradouros e vias pblicas e outros servios de limpeza urbana; c) Resduos Slidos Urbanos: os englobados nas classicaes a e b; d) Resduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Ser- vios: os gerados nessas atividades, excetuando-se as classicaes b, e, g, h e j*; e) Resduos dos Servios Pblicos de Saneamento Bsico: os gera- dos nessas atividades, excetuados os referidos na classicao c; f) Resduos Industriais: os gerados nos processos produtivos e instala- es industriais; g) Resduos de Servios de Sade: os gerados nos servios de sa- de, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos rgos do SISNAMA e do SNVS; h) Resduos da Construo Civil: os gerados nas construes, reformas, reparos e demolies de obras da construo civil, includos os resultantes da preparao e escavao de terrenos para obras civis; i) Resduos Agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecurias e nas silviculturas, includos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) Resduos de Servios de Transportes: os originrios de portos, aeroportos, terminais alfandegrios, rodovirios e ferrovirios e passagens de fronteira; k) Resduos de Minerao: os gerados na atividade de pesquisa, extra- o ou beneciamento de minrios; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 14 13/3/2013 21:52:49 15 1. INTRODUO *Os resduos referidos na classicao d, se caracterizados como no peri- gosos, podem, em razo de sua natureza, composio ou volume, ser equipa- rados aos resduos domiciliares pelo poder pblico municipal. II - Quanto periculosidade: a) Resduos Perigosos: aqueles que, em razo de suas caractersticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam signi- ficativo risco sade pblica ou qualidade ambiental, de acordo com a lei, regulamento ou norma tcnica; b) Resduos No Perigosos: aqueles no enquadrados na classificao acima. 1.2. Poltica Nacional de Saneamento Bsico A Lei Federal n 11.455, de 5 de janeiro de 2007, que institui a Poltica Nacional de Saneamento Bsico, estabelece que os servios pblicos de sane- amento bsico sejam prestados com base em vrios princpios fundamentais, entre eles a universalizao do acesso, a segurana, a qualidade, a regula- ridade e a articulao com as polticas de promoo da sade, de proteo ambiental e outras de relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento bsico seja fator determinante. A poltica dene por saneamento bsico o conjunto de servios, infraes- truturas e instalaes operacionais de: a) abastecimento de gua potvel: constitudo pelas atividades, infra- estruturas e instalaes necessrias ao abastecimento pblico de gua po- tvel, desde a captao at as ligaes prediais e respectivos instrumentos de medio; b) esgotamento sanitrio: constitudo pelas atividades, infraestruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposio nal adequados dos esgotos sanitrios, desde as ligaes prediais at o seu lana- mento nal no meio ambiente; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 15 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 16 c) limpeza urbana e manejo de resduos slidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino nal do lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza de logradouros e vias pblicas; d) drenagem e manejo das guas pluviais urbanas: conjunto de ativida- des, infraestruturas e instalaes operacionais de drenagem urbana de guas pluviais, de transporte, deteno ou reteno para o amortecimento de vazes de cheias, tratamento e disposio nal das guas pluviais drenadas nas reas urbanas. Cumpre destacar que a poltica tambm especifica que necessria a elaborao de UM plano de saneamento bsico, no qual o servio pblico de saneamento bsico se fundamentar, e, desde que respeitado seu con- tedo mnimo previsto na Poltica Nacional de Resduos Slidos, o plano municipal de gesto integrada de resduos slidos poder estar inserido no mesmo. 1.3 Poltica Estadual de Resduos Slidos O Estado de So Paulo conta, desde 2006, com um amplo conjunto de princpios, diretrizes e instrumentos de gesto dos resduos slidos, estabe- lecidos pela Lei Estadual n 12.300, de 16 de maro de 2006, que institui a Poltica Estadual de Resduos Slidos PERS, regulamentada pelo Decreto n 54.645, de 5 de agosto de 2009. A minimizao dos resduos slidos que, na prtica, muitas entidades p- blicas e empresas privadas j realizam, especialmente nos grandes centros urbanos, um dos princpios da Poltica Estadual, que aponta responsabili- dades a todos os agentes envolvidos, tais como produtores/ importadores, consumidores e administradores pblicos. A combinao dos princpios da responsabilidade ps - consumo, do poluidor-pagador e do reconhecimento do resduo slido reutilizvel e reci- clvel como um bem econmico, gerador de trabalho e renda, constitui um 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 16 13/3/2013 21:52:49 17 1. INTRODUO grande passo da PERS para a sustentabilidade, na estruturao das cadeias de produtos. As prticas ambientalmente adequadas de reduo, reutilizao, reciclagem e recuperao da energia existente nos resduos slidos devero ser incentivadas com vistas sua minimizao. Outros princpios trazidos pela PERS so tradicionais na poltica am- biental, como o da viso sistmica na gesto, que leva em considerao as variveis sociais, econmicas, tecnolgicas, culturais, ambientais e de sade pblica; o princpio da preveno da poluio mediante prticas que pro- movam a reduo ou eliminao de resduos na fonte geradora; a promo- o de padres sustentveis de produo e consumo; a gesto integrada e compartilhada dos resduos slidos; e a articulao com as demais polticas de meio ambiente, recursos hdricos, sade, educao, saneamento e desen- volvimento urbano. 1.3.1. Instrumentos A PERS define instrumentos de planejamento fundamentais para es- truturar a gesto e o gerenciamento dos resduos slidos, tais como: os Planos de Resduos Slidos, o Sistema Declaratrio Anual de Resduos S- lidos, o Inventrio Estadual de Resduos Slidos e o monitoramento dos indicadores da qualidade ambiental. Estes instrumentos daro suporte elaborao de polticas pblicas que promovam a minimizao dos res- duos gerados, ou seja, a reduo, ao menor volume, quantidade e pericu- losidade possveis, dos materiais e substncias, antes de descart-los no meio ambiente. 1.3.2. Categorias de classicao de resduos slidos A PERS dene as seguintes categorias de resduos slidos para ns de gesto e gerenciamento: I. Resduos urbanos: os provenientes de residncias, estabelecimen- tos comerciais e prestadores de servios, da varrio, de podas e 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 17 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 18 da limpeza de vias, logradouros pblicos e sistemas de drenagem urbana passveis de contratao ou delegao a particular, nos ter- mos de lei municipal; II. Resduos industriais: os provenientes de atividades de pes- quisa e de transformao de matrias-primas e substncias or- gnicas ou inorgnicas em novos produtos, por processos espe- cficos, bem como os provenientes das atividades de minerao e extrao, de montagem e manipulao de produtos acabados e aqueles gerados em reas de utilidade, apoio, depsito e de administrao das indstrias e similares, inclusive resduos pro- venientes de Estaes de Tratamento de gua - ETAs e Estaes de Tratamento de Esgoto - ETEs; III. Resduos de servios de sade: os provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza mdico-assistencial humana ou animal; os provenientes de centros de pesquisa, desen- volvimento ou experimentao na rea de farmacologia e sade; medicamentos e imunoterpicos vencidos ou deteriorados; os pro- venientes de necrotrios, funerrias e servios de medicina legal; e os provenientes de barreiras sanitrias; IV. Resduos de atividades rurais: os provenientes da atividade agropecuria, inclusive os resduos dos insumos utilizados; V. Resduos provenientes de portos, aeroportos, terminais rodovirios e ferrovirios, postos de fronteira e estruturas similares: os resduos slidos de qualquer natureza, provenientes de embarcao, aeronave ou meios de transporte terrestre, incluindo os produzidos nas atividades de operao e manuteno, os asso- ciados s cargas e aqueles gerados nas instalaes fsicas ou reas desses locais; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 18 13/3/2013 21:52:49 19 1. INTRODUO VI. Resduos da construo civil: os provenientes de construes, reformas, reparos e demolies de obras de construo civil e os resultantes da preparao e da escavao de terrenos, tais como: tijolos, blocos cermicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras, compensados, forros e argamas- sas, gesso, telhas, pavimento asfltico, vidros, plsticos, tubula- es e fios eltricos, comumente denominados entulhos de obras, calia ou metralha (SO PAULO, 2006). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 19 13/3/2013 21:52:49 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 20 13/3/2013 21:52:49 2 Gesto de Resduos Slidos 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 21 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 22 2. Gesto de Resduos Slidos A gesto de resduos slidos compreende o conjunto das decises es- tratgicas e das aes voltadas busca de solues para resduos slidos, envolvendo polticas, instrumentos e aspectos institucionais e nan- ceiros. A gesto atribuio de todos, sendo, no caso do Estado, executada pelas esferas do governo estadual e municipal. 2.1. Os Eixos da Gesto A gesto de resduos, com vistas ao desenvolvimento sustentvel, requer o envolvimento de toda a sociedade, sendo pautada na no gerao, segui- da pela reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos slidos e, por m, disposio ambientalmente adequada dos rejeitos. A recuperao de energia dos resduos slidos urbanos tambm poder ser usada, desde que se comprove sua viabilidade tcnica e ambiental e seja implantado programa de monitoramento de emisso de gases txicos aprovado pelo rgo ambiental CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo. Tais medidas esto previstas na PNRS para a diminuio de resduos s- lidos encaminhados aos aterros, tendo em vista apenas a destinao dos re- jeitos para estes. Para que isso possa ser cumprido, estabeleceram-se medidas a serem descritas nos Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos Slidos, como a insero de programas de educao ambiental, entre outros. Como consequncia, agrega-se valor aos resduos que podem ter algu- ma forma de destinao ambientalmente adequada, minimizam-se os uxos encaminhados para disposio nal, bem como a periculosidade dos resdu- os a serem dispostos. 2.1.1. No Gerao A no gerao de resduos pressupe a mudana do padro de consu- mo da sociedade, comprando-se e descartando-se somente o necessrio; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 22 13/3/2013 21:52:49 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 23 SLIDOS GESTO aumento da vida til dos produtos por parte dos produtores, insero de programas e aes de educao ambiental que promovam a no gerao dos resduos nos Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos S- lidos, entre outros. 2.1.2. Reduo A reduo na fonte (ou preveno da poluio) denida como a utili- zao de processos, prticas, materiais, produtos ou energia que evitem ou minimizem a gerao de resduos na fonte (no prprio local de gerao) e reduzam os riscos para a sade humana e para o meio ambiente. Medidas de reduo devem ser adotadas no prprio local de gerao, tais como a residncia, o escritrio ou a indstria, limitando o uso de ma- teriais e diminuindo a quantidade de resduos gerados. Num escritrio, por exemplo, o correio eletrnico pode substituir memorandos e dados impres- sos, e os relatrios podem ser copiados em ambos os lados do papel; pro- dutos podem ser comprados em tamanhos maiores ou a varejo, para reduzir a quantidade de embalagens, ou em embalagens menores com frmulas mais concentradas; pode-se, ainda, comprar o rel, disponvel para inmeros produtos, o que reduz a necessidade de comprar o produto com embalagem igual original, a qual maior, mais cara e despende uma quantidade maior de material em sua fabricao. Metas de reduo de resduos slidos devem estar contidas nos Planos de Gesto de Resduos Slidos, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposio nal ambientalmente adequada. O Poder P- blico tambm poder instituir medidas indutoras e linhas de nanciamento s iniciativas que contenham preveno e reduo da gerao de resduos slidos no processo produtivo. A produo per capita anual de resduos slidos aumenta progressiva- mente e esse aumento devido, principalmente, aos resduos de embalagens; portanto, estabeleceu-se que as embalagens devem ser fabricadas de forma 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 23 13/3/2013 21:52:49 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 24 a permitir sua reutilizao ou reciclagem, restringindo-as em volume e peso, sem que isso prejudique o produto. No que tange populao, de um modo geral, a adeso reduo na fonte signica priorizar a aquisio de materiais/produtos elaborados com esta concepo, bem como repensar os padres de consumo e descarte corri- queiramente praticados. 2.1.3. Reutilizao A reutilizao baseada no emprego direto de um resduo com a mes- ma nalidade para a qual foi originalmente concebido, sem a necessidade de tratamento que altere suas caractersticas fsicas ou qumicas. Exemplos so a reutilizao das garrafas de vidro, pallets, barris e tambores recondicionados (Figura 1). FIGURA 1 PALLETS ARMAZENADOS EXEMPLO DE REUTILIZAO. Fonte: Acervo CPLA, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 24 13/3/2013 21:52:49 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 25 SLIDOS GESTO FIGURA 2 - EQUIPAMENTO PARA PICAR GALHOS RESULTANTES DE PODAS DE RVORES. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. 2.1.4. Reciclagem A reciclagem baseada no reaproveitamento dos materiais que compem os resduos. A tcnica da reciclagem consiste em transformar estes materiais, por meio da alterao de suas caractersticas fsico-qumicas, em novos pro- dutos, o que a diferencia da reutilizao. Considerando as suas caractersticas e composio, o resduo pode ser reciclado para ser posteriormente utilizado na fabricao de novos produtos, concebidos com a mesma nalidade ou com nalidade distinta da original. Como exemplo, tem-se a reciclagem de garrafas plsticas para produzir novas garrafas ou cordas e tecidos, o processamento de restos de podas (Figura 2) para posterior utilizao como substrato de jar- dinagem, a compostagem (Figura 3) e o beneciamento de leos usados. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 25 13/3/2013 21:52:51 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 26 2.1.5. Disposio Final A disposio nal deve se restringir somente ao rejeito, isto , parte inaproveitvel dos resduos slidos, e ela deve ser feita apenas em aterros sanitrios regulares. 2.1.6. Recuperao de Energia Este caderno refere-se, especicamente, recuperao de energia trmica gerada pela combusto dos resduos slidos urbanos, por processos de trata- mento por oxidao trmica, pirlise e gaseicao, entre outros. Como citado anteriormente, a PNRS estabelece que este tipo de tecnolo- gia poder ser utilizada, desde que se comprove sua viabilidade tcnica e am- biental e com a implantao de um programa de monitoramento de emisso de gases txicos aprovado pelo rgo ambiental. FIGURA 3 - COMPOSTAGEM. Fonte: Arquivo Fundao Parque Zoolgico, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 26 13/3/2013 21:52:51 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 27 SLIDOS GESTO A recuperao de energia a partir de resduos slidos urbanos j adotada em pases da Europa, como a Alemanha e Portugal. Tambm adotada no Japo e Estados Unidos. A adoo desta tecnologia no Brasil dispendiosa, pois depende de sua importao, as instalaes requerem controladores de processo on-line e filtros que garantam que os nveis de emisso de gases e materiais particulados obedeam aos padres es- tabelecidos por legislao especfica. O desenvolvimento de tecnologia nacional ainda incipiente. A recuperao de gs metano de aterros sani- trios , tambm, exemplo de recuperao energtica dos resduos slidos urbanos. 2.2. Aspectos Inovadores na Gesto A gesto de resduos slidos envolve inmeras questes que exigem uma busca permanente por solues que contemplem os aspectos tcnicos, socio- ambientais e econmicos. Entre as novas propostas para tratar estas questes est a corresponsabi- lizao de toda a sociedade pelo gerenciamento dos resduos gerados. Uma maneira de concretizar esta responsabilizao aplicar a logstica reversa, uma importante ferramenta. Outra ferramenta inovadora, de auxlio tomada de deciso, porm com aplicao ainda incipiente, a Anlise do Ciclo de Vida - ACV. 2.2.1. Logstica Reversa A logstica reversa denida como um instrumento de desenvolvimento socioeconmico e de gerenciamento ambiental, caracterizado por um con- junto de aes, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e resti- tuio dos resduos slidos aos seus produtores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a no gerao de rejeitos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 27 13/3/2013 21:52:52 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 28 No Estado de So Paulo, esse importante instrumento tem sido muito utilizado em diversos setores produtivos, estando contido na responsabilidade ps-consumo, que pode ser assim explicada (RIBEIRO, 2012): Importante ressaltar que ao se discutir este conceito no se est apenas tratando da logstica reversa. Enquanto esta [logstica reversa] diz respeito apenas ao retorno dos materiais ao ciclo pro- dutivo, a responsabilidade ps-consumo vai alm pois enquanto estratgia regulatria traz exigncias que se tra duzem em sinaliza- es econmicas aos mercados, que se espera induzam investimen- tos em inovao no projeto de produtos (ecodesign), reduo de embalagens e otimizao dos sistemas de distribuio, promovendo a preveno da gerao dos resduos, foco inicial da hierarquia de sua ges to. Na verdade, admite-se que a logstica reversa apenas uma das formas de se exercer a responsabilidade ps-consu mo, essencial naqueles casos em que no houve meios de se evitar a gerao do resduo. 2.2.1.1. Termos de Compromisso j existentes Para cumprimento da responsabilidade ps-consumo estabelecida na PERS, a Resoluo SMA n 38/2011 estabeleceu a relao de produtos ge- radores de resduos de signicativo impacto ambiental, que devem possuir seus sistemas de logstica reversa dentro do contexto da responsabilidade ps-consumo. So eles: I Produtos que aps o consumo resultam em resduos considerados de signicativo impacto ambiental: a) leo lubricante automotivo; b) leo Comestvel; c) Filtro de leo lubricante automotivo; d) Baterias automotivas; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 28 13/3/2013 21:52:52 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 29 SLIDOS GESTO e) Pilhas e Baterias; f) Produtos eletroeletrnicos; g) Lmpadas contendo mercrio; h) Pneus; II Produtos cujas embalagens plsticas, metlicas ou de vidro, aps o consumo, so consideradas resduos de signicativo impacto ambiental: a) Alimentos; b) Bebidas; c) Produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosmticos; d) Produtos de limpeza e ans; e) Agrotxicos; f) leo lubricante automotivo. Os fabricantes e importadores dos produtos relacionados na resoluo devem apresentar propostas para serem analisadas pela SMA, para depois r- marem-se os Termos de Compromisso entre proponentes e Governo Estadual. J existem alguns termos de compromisso rmados entre o Governo do Estado de So Paulo e setores produtivos. So eles: PILHAS E BATERIAS PORTTEIS Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica (ABINEE). EMBALAGENS DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA, COSMTICOS, DE LIMPEZA E AFINS Associao Brasileira da Indstria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos- mticos (ABIHPEC) e Associao Brasileira da Indstria de Produtos de Limpeza e Ans (ABIPLA). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 29 13/3/2013 21:52:52 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 30 EMBALAGENS DE AGROTXICOS Instituto Nacional de Processamentos de Embalagens Vazias (INPEV) e Associao Nacional de Distribuidores de Insumos Agrcolas e Vete- rinrio (ANDAV). EMBALAGENS PLSTICAS USADAS DE LUBRIFICANTES Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e de Lubrificantes (SINDICOM); Sindicato Interestadual das Indstrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petrleo (SI- MEPETRO); Sindicato Interestadual do Comrcio de Lubrificantes (SIN- DILUB); Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo do Estado de So Paulo (SINCOPETRO); Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo de Campinas e Regio (RECAP); Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo, Lava rpidos e Es- tacionamentos de Santos e Regio (RESAN); Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo do A.B.C.D.M.R.R-SP (REGRAN) e Sindicato Nacional do Comrcio Transportador, Revendedor, Retalhista de Combustveis (SINDITRR). Pneus Inservveis Associao RECICLANIP. Aparelhos de Telefonia Mvel Celular e seus respectivos Aces- srios Vivo S/A; Tim Celular S/A; Claro S/A; Nextel Telecomunicaes LTDA e TNL PCS S/A. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 30 13/3/2013 21:52:52 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 31 SLIDOS GESTO leos Lubricantes Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e de Lubricantes (SINDICOM); Sindicato Interestadual das Indstrias Mistura- doras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petrleo (SIMEPETRO); Sindicato Interestadual do Comrcio de Lubricantes (SINDILUB); Sindicato da Indstria de Reparao de Veculos e Acessrios do Estado de So Paulo (SINDIREPA) e Sindicato Nacional da Indstria do Rerreno de leos Mine- rais (SINDIRREFINO). leo Comestvel Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo (SABESP) e Cargill Agrcola S/A. Os Termos de Compromisso tiveram seu contedo padronizado, e este consiste em: denio de qual resduo ps-consumo em questo; denies gerais com os termos a serem usados no documento; descrio do sistema com as principais operaes que o compe; responsabilidades das partes, seja do setor produtivo, governo e eventuais outros partcipes; metas do sistema; acompanhamento da implantao e disposies nais. Cada sistema possui suas metas, que dependem de diversos aspectos, como a diculdade inerente gesto do resduo, ou por que alguns sistemas j estavam em operao, independente de sua escala de funcionamento. Sendo assim, a SMA e a CETESB optaram por estabelecer metas iniciais para a cobertura geogrca, e aps a reviso dos dados iniciais de operao, poderem negociar a evoluo de cada um destes quanto quantidade de resduos coletada. importante destacar que outras propostas de responsabilidade ps- -consumo esto sendo analisadas pela SMA, a m de que sejam assinados outros Termos de Compromisso com mais setores produtivos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 31 13/3/2013 21:52:52 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 32 2.2.2. Anlise do Ciclo de Vida A Anlise do Ciclo de Vida - ACV uma ferramenta concebida com o ob- jetivo de viabilizar melhorias ambientais de produtos, processos ou atividades econmicas, considerando os impactos de todas as etapas de seu ciclo de vida, ou seja, da extrao da matria-prima da natureza at o seu retorno ao meio ambiente como resduo (Figura 4). O seu maior uso tem se dado no setor industrial, principalmente no de- senvolvimento de produtos. Contudo, uma importante ferramenta de plane- jamento dos sistemas ambientais e pode ser aplicada a todos os setores da economia. Na gesto de resduos slidos, a ACV pode ser uma importante ferramen- ta de planejamento, tomada de decises e otimizao do sistema. DEGRADAO DE ENERGIA PRODUTO ATERRO RECUPERAO ENERGTICA REUSO RECICLAGEM ABERTA RECICLAGEM FECHADA MATERIAIS RECURSOS FABRICAO MANUFATURA PARTES FIGURA 4 - CICLO DE VIDA DE PRODUTOS. Fonte: Adaptado de UGAYA (2001). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 32 13/3/2013 21:52:52 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 2. GESTO DE RESDUOS SLIDOS 33 SLIDOS GESTO FIGURA 5 - VISO DA GESTO DE RESDUOS SLIDOS SEGUNDO A TCNICA DE ACV. Fonte: Adaptada de QUEIROZ e GARCIA (2007). RSU Energia Outros Materiais R$ Emisses para o ar Emisses para a gua Material residual para o aterro Coleta e Seleo Tratamento Biolgico Reciclagem Mecnica Tratamento Trmico Aterro Produo de biogs Queima de materiais com valor calorco Uso Energtico de gases de aterro Compostagem Materiais para a reciclagem Composto orgnico Energia til Queima de gases Neste aspecto, a ACV gera dados para orientao do gerenciamento, lis- tando o consumo de energia e emisses para o ar, gua e solo e prevendo a quantidade de produtos que podem ser gerados a partir do resduo sli- do (composto orgnico, materiais secundrios para a reciclagem mecnica e energia utilizvel). Por meio da ACV possvel avaliar as diversas atividades envolvidas com o manejo de resduos (segregao, coleta, transporte, trata- mentos, disposio) e escolher o conjunto de atividades que minimizem os impactos ambientais (gura 5). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 33 13/3/2013 21:52:52 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 34 13/3/2013 21:52:52 3 Gerenciamento de Resduos Slidos 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 35 13/3/2013 21:52:52 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 36 3. Gerenciamento de Resduos Slidos O gerenciamento o componente operacional da gesto de resduos s- lidos e inclui as etapas de segregao, coleta, transporte, tratamentos e disposio nal. O gerenciamento integrado feito ao se considerar uma variedade de alternativas para atingir, entre outros propsitos, a minimizao dos resduos slidos. Este Captulo apresentar, de forma sucinta, aspectos do gerenciamento integrado dos resduos slidos urbanos, resduos da construo civil e resduos de servios de sade. Os resduos de atividades rurais, industriais e aqueles provenientes de portos, aeroportos, terminais rodovirios e ferrovirios, postos de fronteira e estruturas similares no sero abordados neste Caderno. 3.1. Resduos Slidos Urbanos No caso dos resduos slidos urbanos, o gerenciamento integrado envolve diferentes rgos da administrao pblica e da sociedade civil. A Prefeitura, como gestora urbana, a principal responsvel pelo gerenciamento de res- duos do municpio. Cabe a ela organizar o sistema de limpeza urbana e o ma- nejo de resduos slidos e denir de que forma o gerenciamento vai funcionar por meio do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos, considerando as atividades de coleta domiciliar (regular e seletiva), transbordo, transpor- te, triagem para ns de reutilizao ou reciclagem, tratamento (inclusive por compostagem), disposio nal, varrio, capina e poda de rvores em vias e logradouros pblicos, e outros eventuais servios. Como vimos, os resduos slidos urbanos so os resduos gerados nas residncias, da varrio, de podas e da limpeza de vias, logradouros pblicos, comrcio e servios locais, que contm normalmente matria orgnica, em- balagens, material de escritrio, resduos descartados em banheiros, etc. Para que haja um bom gerenciamento destes resduos, sua caracterizao qualita- tiva e quantitativa necessria. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 36 13/3/2013 21:52:52 37 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO Trs etapas do gerenciamento de resduos slidos urbanos sero aqui discutidas: coleta, tratamento e disposio nal. 3.1.1 Coleta Regular e Seletiva A coleta e o transporte dos resduos slidos domiciliares produzidos em imveis residenciais, em estabelecimentos pblicos e no pequeno comrcio so, em geral, efetuados pelo rgo municipal encarregado da limpeza urba- na, com veculo prprio para isso (Figura 6).
Grandes geradores de resduos slidos, denidos de acordo com lei muni- cipal, devem contratar empresas particulares, cadastradas e autorizadas pela prefeitura, para realizao da coleta e transporte. Pode-se, ento, conceituar como coleta domiciliar comum ou regular o recolhimento dos resduos slidos FIGURA 6 - VECULO PARA COLETA REGULAR, TIPO COMPACTADOR. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 37 13/3/2013 21:52:52 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 38 urbanos produzidos nas edicaes residenciais, pblicas e comerciais, desde que no sejam considerados grandes geradoras. A coleta diferenciada de materiais reciclveis, triados na fonte, feita de forma complementar coleta regular, denominada coleta seletiva, e pode ser realizada porta a porta ou por entrega voluntria (Figuras 7 e 8). FIGURA 7 - VECULO PARA A COLETA SELETIVA DE MATERIAIS RECICLVEIS. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. FIGURA 8 - VECULO MISTO PARA COLETA REGULAR E SELETIVA. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 38 13/3/2013 21:52:53 39 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO A entrega voluntria realizada pelos cidados em postos especcos, chamados de Postos de Entrega Voluntria (PEVs) localizados em reas pre- determinadas (Figura 9). A ampla divulgao da importncia da participao de cada cidado, bem como dos dias de coleta, fundamental para o sucesso da coleta seletiva. Os materiais recolhidos pela coleta seletiva e aqueles entregues nos PEVs so encaminhados s centrais de triagem (Figura 10). As unidades de triagem podem contemplar desde uma mesa simples at equipamentos mais comple- xos como esteiras, balanas, elevadores. Os materiais no reciclveis ou no reutilizveis so denominados rejeitos, e devem ser encaminhados da central de triagem para aterros sanitrios. FIGURA 9 - PONTO DE ENTREGA VOLUNTRIA. Fonte: Acervo SMA, 2010 FIGURA 10 GALPO DE TRIAGEM Fonte: CPLA / SMA, 2009. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 39 13/3/2013 21:52:54 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 40 3.1.2. Tratamento e Disposio Final At recentemente, era prtica comum a simples coleta e deposio do resduo slido urbano no solo, sem critrios tcnicos, em locais inadequa- dos, como manguezais, fundos de vale prximo a rios e crregos e terrenos abandonados, provocando grandes impactos sobre o meio ambiente e a sade pblica. Nas ltimas duas dcadas, com a escalada da urbanizao, foram desenvolvidas e implementadas tcnicas de engenharia sanitria e am- biental para dar um destino ambientalmente seguro aos resduos slidos domiciliares. Porm, a disposio final ambientalmente adequada deve ser limitada aos rejeitos, e o que for passvel de outra forma de tratamento, como a reciclagem ou compostagem, deve ser tratado desta forma. Ainda assim, so necessrios aterros sanitrios que recebam os rejeitos desses tratamentos. praticamente impossvel recuperar todos os materiais utilizados atu- almente, seja por motivos de ordem tcnica ou econmica. Os mtodos de acondicionamento e coleta adotados pela maioria dos municpios re- sultam em uma mistura de materiais de difcil separao pelos processos de triagem utilizados atualmente. Como consequncia, tanto as usinas de compostagem como as tcnicas de coleta seletiva geram rejeitos que obrigatoriamente devem ser descartados. Mesmo os incineradores, que reduzem o volume dos resduos a 5 - 15% do volume original, geram escrias e cinzas que precisam ser descartadas. Verifica-se, contudo, que fatores como a diminuio de reas para a disposio, o aumento da gerao de resduos slidos e a obrigao legal de destinar somente os rejeitos aos aterros podem tornar as formas alter- nativas de tratar os resduos mais interessantes economicamente. Levando-se em conta as restries em legislao especfica e conside- rando-se que essa no a primeira opo a ser levada em considerao no gerenciamento dos resduos slidos, ressurge, atualmente, uma dis- 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 40 13/3/2013 21:52:55 41 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO cusso nos meios governamentais e acadmicos sobre a possibilidade de recuperao energtica dos resduos. So os casos da recuperao de gs metano de aterros sanitrios, com alguns exemplos implantados no Brasil, e da recuperao de energia trmica gerada pela combusto dos resduos slidos, prtica que vem sendo adotada nos pases em que as reas para disposio de resduos j so um fator limitante. Alm disso, com a PNRS, criou-se um grande incentivo para as asso- ciaes e cooperativas de catadores no processo de reciclagem, tornou-se necessria a expanso da coleta seletiva e compostagem por parte dos gestores da limpeza urbana, dentre outras medidas. De um modo geral, a deciso sobre os tipos de tratamento dos resdu- os slidos urbanos a serem adotados depende de vrios fatores: a diretriz da gesto municipal, os tipos de materiais contidos no resduo, o mercado potencial para os materiais extrados do resduo e os recursos financeiros disponveis. Contudo, antes de se tornarem aptos a serem utilizados como matrias-primas ou insumos, os materiais contidos no resduo precisam passar por processos de tratamento ou reciclagem, que tornaro possvel a sua insero na cadeia produtiva. Alguns destes processos de tratamento sero abordados no Captulo 4. Os mtodos de tratamento e disposio final tradicionais esto descritos a seguir. i) Aterros Sanitrios Aterro sanitrio uma tcnica de disposio de resduos slidos urba- nos no solo, sem causar danos sade e segurana pblicas, utilizando- -se princpios de engenharia, de tal modo a confinar o rejeito no menor volume possvel, cobrindo-o com uma camada de terra ao fim do trabalho de cada dia, ou conforme o necessrio (NBR 8419:1992). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 41 13/3/2013 21:52:55 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 42 Os aterros sanitrios apresentam uma srie de vantagens e desvantagens com relao a outras formas de destinao de resduos slidos, conforme ta- bela abaixo (Tabela 1). Vale relembrar que esta forma de destinao nal s deve ser aplicada aos rejeitos, ou seja, quando no houver nenhuma outra forma de tratamento do resduo, como a reutilizao, reciclagem, compostagem, etc. Um aterro sanitrio deve ter: Sistema de impermeabilizao: elemento de proteo ambiental do aterro sanitrio destinado a isolar os rejeitos do solo natural sub- jacente, de maneira a minimizar a percolao de lixiviados e de biogs (Figura 11); TABELA 1 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ATERROS SANITRIOS Fonte: Modificado de CETESB, 1997.
Custo de investimento muito menor
que o requerido por outras formas de tratamento de resduos.
Custo de operao muito menor que o
requerido pelas instalaes de tratamento de resduos.
Apresenta poucos rejeitos ou refugos a
serem tratados em outras instalaes.
Simplicidade operacional.
Flexibilidade operacional, sendo
capaz de operar bem mesmo ocorrendo flutuaes nas quantidades de resduos a serem aterradas. VANTAGENS
No trata os resduos, consistindo em
uma forma de armazenamento no solo.
Requer reas cada vez maiores.
A operao sofre ao das condies
climticas.
Apresenta risco de contaminao do
solo e da gua subterrnea. DESVANTAGENS 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 42 13/3/2013 21:52:55 43 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO Sistema de drenagem de lixiviados: conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a remoo controlada dos lquidos gera- dos no interior dos aterros sanitrios. Esse sistema constitudo por redes de drenos horizontais, situados na base ou entre as camadas de resduos do aterro; Sistema de tratamento de lixiviados: instalaes e estruturas destinadas atenuao das caractersticas dos lquidos percolados dos aterros que podem ser prejudiciais ao meio ambiente ou sade pblica; Sistema de drenagem de gases: estrutura que tem por objetivo possibilitar a remoo controlada dos gases gerados no interior dos aterros, como decorrncia dos processos de decomposio dos mate- riais biodegradveis presentes nos resduos (Figura 12); Sistema de tratamento de gases: instalaes e estruturas desti- nadas queima, em condies controladas, dos gases drenados dos aterros sanitrios, podendo ou no resultar no aproveitamento da energia trmica obtida desse processo; Sistema de drenagem de guas pluviais: conjunto de canaletas, revestidas ou no, localizadas em diversas regies dos aterros, que tm como objetivo captar e conduzir, de forma controlada, as guas de chuva precipitadas sobre as reas aterradas ou em seu entorno (Figura 13); Sistema de cobertura (operacional e denitiva): camada de material terroso, aplicada sobre os resduos compactados, destinada a dificultar a infiltrao das guas de chuva, o espalhamento de ma- teriais leves pela ao do vento, a ao de catadores e animais, bem como a proliferao de vetores; Sistema de monitoramento: estruturas e procedimentos que tm por objetivo a avaliao sistemtica e temporal do comportamento dos aterros, bem como sua influncia nos recursos naturais existentes em sua rea de influncia, podendo consistir em: 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 43 13/3/2013 21:52:55 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 44 a) Sistema de monitoramento das guas subterrneas: estrutu- ras e procedimentos que tm por objetivo a avaliao sistemtica e temporal das alteraes da qualidade das guas subterrneas, por meio da coleta de amostras em poos de monitoramento instalados a montante e a jusante da rea de disposio de resduos. b) Sistema de monitoramento das guas superciais: procedi- mentos que tm por objetivo a avaliao sistemtica e temporal das alteraes da qualidade das guas superficiais, por meio da coleta de amostras em corpos dgua existentes na rea de influncia dos aterros. c) Sistema de monitoramento geotcnico: conjunto de equipamen- tos e procedimentos destinados ao acompanhamento do comporta- mento mecnico dos macios, visando avaliao das suas movimen- taes e condies gerais de estabilidade. Sistema de isolamento fsico: dispositivos que tm por objetivo controlar o acesso s instalaes dos aterros, evitando, desta forma, a interferncia de pessoas e animais em sua operao ou a realizao de descargas de resduos no autorizados; Sistema de isolamento visual: dispositivos que tm por objetivo dicultar a fcil visualizao do aterro e suas instalaes, bem como diminuir rudos, poeira e maus odores no entorno do empreendimento; Sistema de tratamento de lquidos percolados: o chorume, ge- rado na decomposio dos resduos, deve ser coletado e tratado para que possa ser lanado no corpo receptor. No Estado de So Paulo, o chorume gerado na maioria dos aterros sanitrios conduzido para tratamento conjunto em estaes de tratamento de esgoto. (Figura 14) 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 44 13/3/2013 21:52:55 45 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO FIGURA 11 - GEOMEMBRANA DE PEAD Fonte: Acervo SMA, 2010. FIGURA 12 - DRENO DE GS. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. FIGURA 13 - DRENAGEM DE GUAS PLUVIAIS EM ATERRO SANITRIO. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 45 13/3/2013 21:52:55 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 46 A garantia do controle e minimizao dos impactos ambientais de aterros sanitrios comea pela escolha de uma rea apropriada. Os critrios bsicos para escolha da rea so: Tipo de solo: deve ter composio predominantemente argilosa e ser o mais impermevel e homogneo possvel; Topograa: as reas devem apresentar declividades situadas entre 1% e 30%; Profundidade do lenol fretico (ou nvel dgua): a cota mxi- ma do lenol deve estar situada o mais distante possvel da superfcie do terreno. Para solo argiloso, recomenda-se uma profundidade de 3 metros e para solo arenoso profundidades superiores a esta; Distncia das residncias: devem ser mantidas distncias mnimas de 500 metros de residncias isoladas e 2000 metros de reas urba- nizadas; Distncia de corpos dgua: deve ser mantida uma distncia mnima de 200 metros. Mtodos de Aterramento Dependendo da quantidade de rejeito a ser aterrado, das condies to- pogrcas do local escolhido e da tcnica construtiva, os aterros sanitrios podem ser classicados em trs tipos bsicos: Aterros sanitrios convencionais ou construdos acima do nvel original do terreno; Aterros sanitrios em trincheiras; Aterros sanitrios em valas. Os aterros sanitrios convencionais, que so construdos acima do nvel original do terreno, so formados por camadas de rejeitos que se sobrepem, de modo a se obter um melhor aproveitamento do espao, re- sultando numa congurao tpica, com laterais que se assemelham a uma escada ou uma pirmide, sendo facilmente identicveis pelo aspecto que assumem. (Figura 15) 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 46 13/3/2013 21:52:56 47 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO FIGURA 15 - ATERRO SANITRIO CONVENCIONAL. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. FIGURA 14 TANQUE DE ACUMULAO DE CHORUME EM ATERRO SANITRIO. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. FIGURA 16 - REPRESENTAO ESQUEMTICA DE UM ATERRO EM VALA. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. lixo lixo lixo lixo lixo lixo REA DE LAZER OU PLANTIO ESTABILIZADO TERRA DE COBERTURA 1,5 metros ATERRO SANITRIO NA FORMA DE VALAS USO FUTURO DA REA 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 47 13/3/2013 21:52:57 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 48 Os aterros sanitrios em trincheiras so construdos no interior de grandes escavaes, especialmente projetadas para a recepo de rejei- tos. Teoricamente, podem ser recomendados para qualquer quantidade de rejeitos; porm, como apresentam custos relativamente maiores que as ou- tras tcnicas construtivas existentes, devido necessidade da execuo de grandes volumes de escavaes, so mais recomendados para comu- nidades que geram entre 10 e 60 toneladas de rejeitos por dia. As rotinas operacionais so basicamente as mesmas dos aterros convencionais, isto , os rejeitos so compactados e cobertos com terra, formando clulas dirias que, paulatinamente, vo preenchendo a escavao e reconstituindo a topograa original do terreno. Para pequenas quantidades de rejeitos, a utilizao de tratores de es- teiras, equipamento indispensvel construo dos aterros convencionais e em trincheiras, resulta em ociosidades e diculdades operacionais que, com o passar do tempo, causam um desvirtuamento da tcnica construtiva, transformando os aterros em simples lixes. Assim, para os municpios que geram at 10 toneladas de re- jeitos por dia, so recomendados os aterros sanitrios em valas, que se constituem em obras simples, ou seja, basicamente so construdas valas estreitas e compridas, feitas por retroescavadeiras, onde os resduos so depositados sem compactao e cobertos com terra diariamente. (Figura 16) Plano de Encerramento de Aterro Todo projeto de aterro sanitrio deve prever um Plano de Encerramento e Uso Futuro da rea. Esse plano dever contemplar o tempo de monito- ramento e o controle ambiental, aps o encerramento das descargas de resduos no local. Com o trmino da vida til, aps os recalques e estabilizao do ter- reno, a rea utilizada para aterros em valas poder ser aproveitada em outras atividades, desde que haja um projeto adequado. Para o caso de aterro em trincheira, aps a vida til, recalque e estabilizao do terreno, 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 48 13/3/2013 21:52:57 49 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO fim das emisses de gases e da produo de chorume, pode-se utilizar o terreno para atividades de lazer, como parques e centro poliesportivos, sem edificaes, desde que previamente aprovados pelos rgos ambien- tais. No caso de aterros em camadas ou convencional, em que a altura final pode ser elevada devido grande quantidade de resduo disposto, muito difcil a reutilizao ou aproveitamento para outra atividade aps o encerramento. Situao da Disposio de Resduos em Aterro no Estado de So Paulo Para avaliar e melhorar a situao da disposio de resduos slidos domiciliares no Estado de So Paulo, a Companhia Ambiental de So Paulo CETESB elaborou o ndice de Qualidade de Aterro de Resduos IQR. As notas IQR de todos os municpios paulistas so divulgadas anualmente, desde 1997, no Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares. O IQR classica-se conforme a tabela 2. De acordo com o Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares de 2011, publicado em 2012, houve uma signicativa melhora na situao do aterramento de resduos no Estado de So Paulo. O IQR mdio do Estado passou de 4,0, em 1997, para 8,3, em 2011. A quantidade de resduos dis- postos adequadamente passou, no mesmo perodo, de 10,9% para 82,8% do total disposto. TABELA 2 - ENQUADRAMENTO DAS INSTALAES DE DESTINAO FINAL DE RESDUOS SLIDOS DOMICILIARES Fonte: CETESB, 2012.
0,0 a 0,6
6,1 a 8,0
8,1 a 10,0 IOR ENQUADRAMENTO
Condies Inadequadas (I)
Condies Controladas (C)
Condies Adequadas (A)
09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 49 13/3/2013 21:52:57 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 50 Essa evoluo pode ser observada nas Figuras 17 e 18. Em 2011, 422 municpios - 65,4% - do Estado contavam com instala- es de disposio nal e tratamento de resduos domiciliares enquadradas na condio adequada, e somente 23 municpios - 3,6% - encontravam-se em condies inadequadas. (CETESB, 2012) ii) Recuperao de Energia dos Resduos Slidos a) Gases de aterro O biogs - gerado na decomposio anaerbia da frao orgnica dos resduos slidos urbanos em aterros sanitrios - composto de vrios gases. Os principais so o metano (CH 4 ) e o dixido de carbono (CO 2 ), que, juntos, constituem, aproximadamente, 99% do total do biogs. O metano um gs combustvel que, se adequadamente captado, pode ser utilizado para obteno de energia. Sua combustibilidade faz com que, em certas concentraes, represente risco de exploses nos aterros sanitrios. A gerao de metano inicia-se logo aps a disposio dos resduos e continua por um perodo de 20 a 30 anos, ou at mais, aps o encerramento do aterro. De acordo com a ABRELPE (2008), para que o metano do biogs possa ser explorado comercialmente, por meio de recuperao energtica, o aterro sanitrio dever receber, no mnimo, 200 toneladas de resduos por dia e ter altura mnima de carregamento de 10 metros. O gs recuperado pode ser direcionado para a produo de calor e ener- gia (a serem utilizados, por exemplo, em indstrias prximas), ou utilizado diretamente como combustvel da frota pblica de veculos. O metano um contribuinte signicativo s emisses de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global, sendo, em um horizonte de 100 anos, 21 vezes mais ativo na reteno de calor da estratosfera do que o di- xido de carbono. Algumas estimativas indicam que cerca de 20% das emisses de metano liberadas na atmosfera so oriundas da decomposio de matria orgnica em aterros sanitrios e de esgotos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 50 13/3/2013 21:52:57 51 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO FIGURA 17 - MAPA DOS NDICES DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESDUOS NO ESTADO DE SO PAULO EM 1997. Fonte: CETESB, 2012. FIGURA 18 - MAPA DOS NDICES DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESDUOS NO ESTADO DE SO PAULO EM 2011 Fonte: CETESB, 2012. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 51 13/3/2013 21:52:57 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 52 Com o advento do Protocolo de Kyoto e a criao do mercado de carbono regulado pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL, congurou-se uma oportunidade real para a gerao de recursos a partir do correto manejo dos sistemas de disposio de resduos slidos urbanos, por meio do trata- mento do biogs dos aterros sanitrios. (Figura 19) b) Usinas de Recuperao de Energia No Brasil, a quase totalidade dos resduos slidos domiciliares disposta no solo, sem nenhum tratamento prvio, porm esta realidade dever mudar, porque nem todo o resduo pode continuar sendo disposto no solo como anti- gamente. Outros mtodos devero ser utilizados no gerenciamento de resdu- os slidos, incluindo, em alguns casos, a recuperao de energia feita nas cha- madas Usinas de Recuperao de Energia - URE, muito utilizadas na Europa. A Resoluo CONAMA n 316/2002, que dispe sobre procedimentos e critrios para o funcionamento de sistemas de tratamento trmico de resduos, dene tratamento trmico como sendo [...] qualquer processo cuja operao seja realizada acima da temperatura mnima de oitocentos graus Celsius. No caso das UREs, os resduos so tratados termicamente (incinerados) com a recuperao energtica. importante ressaltar que neste tipo de tra- tamento de resduos slidos imprescindvel a instalao de equipamentos ltrantes/ lavadores, para que os gases e materiais particulados gerados no processo sejam retidos e os padres de emisso estabelecidos em legislao sejam obedecidos. O processo de incinerao gera, tambm, resduos slidos (cinzas e escria), que precisam ser destinados adequadamente. Comparando-se este mtodo com a disposio dos resduos no solo, o volume dos resduos a serem dispostos, aps a incinerao, bem inferior (de 5 a 15% do volume original e, aproximadamente, 25% da massa original); alm desta diferena, outras podem ser enumeradas: promoo da oxidao completa dos componentes orgnicos, com con- verso em substncias simples como, por exemplo, dixido de carbono e gua, principalmente; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 52 13/3/2013 21:52:58 53 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO FIGURA 19- SISTEMA DE RECUPERAO ENERGTICA DE GS DE ATERRO Fonte: Biogs, 2010 FIGURA 20 - COMPOSTAGEM. Fonte: Arquivo Fundao Parque Zoolgico, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 53 13/3/2013 21:52:58 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 54 reduo das quantidades de resduos perigosos, promovendo a concen- trao de poluentes e metais pesados, permitindo a sua disposio em separado; pouca produo de escria, a qual pode ser reutilizada e possibilidade de mxima utilizao da energia liberada para a gerao de eletricidade ou vapor, entre outros propsitos. c) Compostagem A compostagem, que tambm deve ser inserida no gerenciamento dos resduos slidos urbanos, um mtodo de tratamento de resduos slidos no qual a matria orgnica presente - em condies adequadas de temperatu- ra, umidade e aerao - transformada num produto estvel, denominado composto orgnico, que tem propriedades condicionadoras de solo, sendo, portanto, de grande aplicabilidade na agricultura. (Figura 20) Para um melhor tratamento dos resduos, os diversos materiais que o compem so separados, obtendo-se, no nal do processo, composto org- nico, materiais reciclveis e rejeitos. Assim, este um mtodo que possibilita sensvel reduo da quantidade de resduos a serem destinados ao solo, alm da devoluo natureza de parte dos materiais dela retirados, fato que se constitui em grande vantagem ambiental. Existem, basicamente, dois mtodos de compostagem: o mtodo natural e o mtodo acelerado. Mtodo Natural: consiste, inicialmente, numa separao manual dos materiais reciclveis, que tenham possibilidade de absoro pelo merca- do, dos que possam ser prejudiciais aos equipamentos ou ao processo, como pedras e pedaos de madeira de grande volume, artigos eletroe- letrnicos e outros. O material remanescente, constitudo fundamental- mente por matria orgnica, passa por um equipamento para reduo do tamanho das partculas, que pode ser um moinho ou uma peneira e , ento, disposto em montes ou leiras num ptio de cura. Neste ptio as leiras so, periodicamente, revolvidas, visando a aerao e o controle 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 54 13/3/2013 21:53:00 55 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO de temperatura, pH e umidade, at que se obtenha a estabilizao bio- lgica da matria orgnica, que ocorre aps 90 a 120 dias. Mtodo Acelerado: difere do mtodo natural por possuir, aps a mesa de triagem, um biodigestor, que atua como um acelerador da degra- dao da matria orgnica. Os materiais remanescentes da triagem permanecem nesses biodigestores por um perodo de 2 a 3 dias, em ambiente aerbio, que acelera a estabilizao. Em seguida, so enca- minhados para um ptio de cura onde ocorre a nalizao do processo, num prazo mais curto que aquele do mtodo natural (30 a 60 dias). H tecnologias em que o sistema de biodigesto nada mais do que um galpo fechado, contendo um sistema de baias internas por onde a matria orgnica preparada (triada e moda) transportada em direo sada, por meio de tombamentos sucessivos, efetuados por um equi- pamento mvel apropriado (por exemplo, tipo elevador de canecas ou rosca-sem-m). Nesses tombamentos, a matria orgnica aerada, ace- lerando o processo da biodigesto, que dura cerca de 30 dias e dispensa a nalizao em ptio aberto. Independentemente do mtodo de compostagem utilizado, os produ- tos gerados so sempre os mesmos, ou seja, materiais reciclveis e com- posto orgnico. Parmetros de Controle da Compostagem Por ser um processo biolgico, a compostagem requer a manuteno de determinadas condies fsicas e qumicas para que a degradao da matria orgnica ocorra da forma desejada. As principais condies fsicas e qumicas a serem controladas para formao do composto so: Aerobiose: a condio aerbia, necessria ao processo, mantida pelo revolvimento peridico da leira/ pilha ou pela introduo de ar no sistema, ou ainda, por ambas as formas. Os revolvimentos podem ser feitos quando a temperatura estiver muito elevada (acima de 70C), 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 55 13/3/2013 21:53:00 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 56 quando a umidade estiver acima de 55 ou 60% e quando detectada presena de moscas ou odores ou em perodos pr-fixados; Temperatura: alguns autores julgam que a faixa tima de temperatura para a ocorrncia da degradao aerbia da matria orgnica, pela ati- vidade dos micro-organismos no processo de compostagem, de 50C a 70C. No entanto, a manuteno de temperaturas superiores a 65C por longo tempo, elimina os micro-organismos bioestabilizadores, res- ponsveis pela transformao do material bruto em hmus. Por outro lado, a elevao da temperatura necessria e interessante elimina- o de micro-organismos patognicos. O controle da temperatura pode ser feito pelo revolvimento peridico das leiras; Umidade: o teor de umidade adequado das leiras de compostagem em torno de 55%. Teores de umidade superiores a 60% podem levar anaerobiose e inferiores a 40%, a uma reduo significativa da atividade microbiana, o que torna a degradao lenta. O excesso de umidade pode ser facilmente percebido pela exalao de odor ca- racterstico da degradao anaerbia, em que ocorre a liberao de gs sulfdrico (H2S). Para controlar o excesso de umidade, deve-se garantir o suprimento de ar pelo revolvimento peridico, injeo de ar ou controle do tamanho da leira. Quando o material a ser compostado possui baixa umidade, conveniente adicionar algum tipo de material que eleve essa umidade; Teor de Nutrientes: como a compostagem um processo de decompo- sio por meio da ao de micro-organismos, a presena de nutrientes necessrios a eles imprescindvel. A composio do material destinado compostagem ir denir a velocidade do processo. A relao carbono e nitrognio (C/N) disponvel a varivel mais importante. A relao C/N entre 25:1 e 50:1 a ideal compostagem; a composio do ma- terial deve observar essa relao. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 56 13/3/2013 21:53:00 57 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO Benefcios e Diculdades da Compostagem A compostagem permite a reciclagem da matria-prima existente nos resduos e reduz a quantidade de resduos a serem dispostos, a um custo de operao menor que o da incinerao. Alm disso, possibilita o uso do resduo compostado como condicionador do solo. A qualidade do composto est diretamente relacionada ao proces- so de separao dos constituintes dos resduos a serem encaminhados compostagem. A separao ideal a aquela que ocorre na fonte geradora. Dessa forma, garante-se uma separao mais eficiente e uma menor con- taminao do material. Na maioria dos casos, os resduos no so separados de forma conve- niente e acabam por conter materiais indesejveis como pilhas, plsticos, vidros e metais, o que reduz a qualidade do composto. comum no Brasil a separao dos resduos na prpria usina de compostagem, aps a coleta regular (no seletiva). O processo de coleta seletiva dos resduos e a edu- cao ambiental so fundamentais para a viabilidade da compostagem. Outro inconveniente da compostagem ser um mtodo parcial; apro- ximadamente 50% dos resduos no so aproveitados para a produo de composto, sendo, portanto, necessrias instalaes complementares, como, por exemplo, aterro sanitrio ou incinerador. A coleta e separao adequadas tambm reduziriam a quantidade de rejeitos e serem tratados ou dispostos. Um grande problema da compostagem sua etapa final, ou seja, a venda do composto. A falta de padronizao e de normas que orientem quanto qualidade do composto comprometem o mercado para o produ- to. A implantao de usinas de compostagem deve levar em conta todos estes fatores apontados: sistemas de coleta dos resduos, implementao de campanhas de educao ambiental, padronizao e anlise do merca- do para o composto. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 57 13/3/2013 21:53:00 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 58 3.2. Resduos da Construo Civil - RCC Apesar de no apresentar tantos riscos diretos sade humana quanto os resduos domsticos e os de servios de sade, os resduos da construo civil (RCC), se no gerenciados adequadamente, podem causar diversos im- pactos ambientais. (Figura 21 e 22) Uma das caractersticas das atividades da construo civil o consumo de materiais e a gerao de resduos pulverizados, em diversos pontos das cidades, o que diculta o gerenciamento dos RCCs. Outra diculdade a informalidade de grande parte das obras. Praticamente, 75% dos resduos gerados por esta atividade provm de eventos informais (obras de constru- o, reformas e demolies, geralmente realizadas pelos prprios moradores dos imveis). Cabe ao poder pblico municipal um papel fundamental no disciplina- mento do uxo dos resduos, utilizando instrumentos especcos para re- gular e scalizar a sua movimentao, principalmente aqueles gerados em obras informais. O gerenciamento adequado dos resduos da construo civil conta, em nvel federal, com apoio da legislao ambiental, por intermdio da Poltica Nacional de Resduos Slidos por meio do Plano Estadual e do Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos e Resoluo CONAMA n 307, de 2002 alterada pelas Resolues n 448/12, Resoluo n 431/11 e Reso- luo n 348/04 que estabelecem as diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos RCCs, disciplinando as aes necessrias para minimizar os impactos ambientais. Alm da Resoluo CONAMA, devem ser observa- das as legislaes estaduais e municipais, quando houver. importante salientar que, segundo a Poltica Estadual de Resduos S- lidos, todos os geradores, pessoas fsicas e jurdicas, so responsveis pelos seus resduos, seja na execuo de uma pequena reforma residencial ou na construo de um edifcio. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 58 13/3/2013 21:53:00 59 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO FIGURA 21 - PROLIFERAO DE AGENTES TRANSMISSORES DE DOENAS POR GERENCIAMENTO INADEQUADO DE RESDUOS. Fonte: Acervo SMA, 2010. FIGURA 22 DEGRADAO AMBIENTAL POR DESPEJO DE RESDUOS EM VIAS E LOGRADOUROS PBLICOS POR GEREN- CIAMENTO INADEQUADO DE RESDUOS. Fonte: Acervo SMA, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 59 13/3/2013 21:53:00 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 60 Classicao dos Resduos da Construo Civil - RCC A Resoluo CONAMA n 307/2002 (com suas referidas alteraes), em seu artigo 3, classicou os resduos da construo civil em quatro classes, facili- tando a separao dos resduos segundo as destinaes previstas: Classe A: resduos reutilizveis ou reciclveis como agregados, tais como de construo, demolio, reformas e reparos de pavimentao e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos de terraplanagem; de edicaes com componentes cermicos tijolos, blocos, telhas, etc., argamassa e con- creto; de processo de fabricao e/ou demolio de peas pr-moldadas em concreto, produzidas nos canteiros de obras; Classe B: so os resduos reciclveis para outras destinaes, tais como plsticos, papel e papelo, metais, vidros, madeiras e outros; Classe C: resduos para os quais no foram desenvolvidas tecnologias ou aplicaes economicamente viveis para reciclagem/ recuperao, tais como os restos de produtos fabricados com gesso, que devero ser armazenados, transportados e receber destinao nal adequada, em conformidade com as normas tcnicas especcas; Classe D: resduos perigosos oriundos da construo, tais como tintas, sol- ventes, leos e outros, ou aqueles efetiva ou potencialmente contaminados, oriundos de demolies, reformas e reparos em clnicas radiolgicas, insta- laes industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos sade, que devero ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as nor- mas tcnicas especcas. As diretrizes para projeto, implantao e operao das reas de Transbordo e Triagem de Resduos da Construo Civil e Resduos Volumosos podem ser encontradas na NBR 15.112:2004. Reciclagem dos Resduos da Construo Civil - RCC Alm dos benefcios ambientais obtidos pelo gerenciamento adequado dos RCCs, destacam-se, tambm, os ganhos econmicos resultantes das mlti- 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 60 13/3/2013 21:53:01 61 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO plas aplicaes prticas dos produtos da sua reciclagem, a partir da utilizao de tecnologias relativamente simples, amplamente disponveis no mercado. Segundo a Resoluo CONAMA n 307/2002, aps a triagem, os resduos devero: Classe A: ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou en- caminhados a aterro de resduos classe A, de reservao de material para usos futuros; Classe B: ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a reas de ar- mazenamento temporrio, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilizao ou reciclagem futura. Portanto essas duas classes so passveis de reciclagem e devem ser desti- nadas para tais ns, sendo que resduos da Classe B so os da coleta seletiva. Os resduos classicados como classe A podem ser reciclados em unidades de tratamento apropriadas, chamadas de usinas de beneciamento de RCC. (Figura 23) FIGURA 23 - Usina de Beneciamento de RCC. Fonte: WOLMER / CETESB, 2008. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 61 13/3/2013 21:53:01 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 62 Na usina de beneciamento, os resduos passam por processo de tritu- rao e peneiramento. Essas usinas podem ser projetadas com vrios equi- pamentos de acordo com os produtos que se deseja fabricar, desde tritura- dores de grande porte, acoplados a uma srie de peneiras para separao dos agregados por tamanho, at equipamentos de fabricao de tijolos, blocos e tubos de concreto, guias de caladas, etc. A seguir descrevem-se alguns equipamentos utilizados num sistema de britagem dos resduos da construo civil: Britador de mandbulas: este tipo de britador indicado quando so foca- das grandes produes e custo total baixo. Nesse equipamento, o processo de fragmentao dos resduos ocorre por compresso. geralmente utili- zado como britador primrio por gerar maior quantidade de gros gra- dos, havendo em geral a necessidade de britagem secundria. O agregado produzido por este tipo de britador apresenta baixa quantidade de nos. O britador de mandbulas pouco resistente umidade, necessitando que o teor de umidade do material a ser britado seja menor que 10%; no entanto, tende a fornecer distribuies granulomtricas constantes. Britador de impacto: este tipo de britador apropriado para britagem prim- ria, britagem secundria e reciclagem. Seu processo de fragmentao ocorre pelo impacto do rotor mais o do lanamento contra o revestimento, permitin- do signicativa reduo das dimenses do material, produo de gros mais cbicos e de maior quantidade de nos. O britador de impacto possui elevada produtividade e alto grau de reduo do material a ser beneciado. Contudo, o custo de manuteno alto e o desgaste elevado (no sendo aconselhvel no caso de rochas abrasivas e de materiais com mais de 15% de slica). As diretrizes para Projeto, Implantao e Operao de reas de Recicla- gem de Resduos Slidos de Construo Civil podem ser encontradas na NBR 15.114:2004. Uma das opes de uso dos resduos da construo civil, principalmente em municpios de pequeno porte, com gerao reduzida de RCCs, a utiliza- o direta, sempre aps uma triagem, em pavimentao de estradas vicinais, dispensando as usinas de beneciamento e equipamentos dispendiosos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 62 13/3/2013 21:53:01 63 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO As diretrizes para Utilizao de Agregados Reciclados de Resduos Sli- dos da Construo Civil em Pavimentao e Preparo de Concreto sem Fun- o Estrutural podem ser encontradas na NBR 15.116:2004. Fabricao de Artefatos dos Resduos Beneciados A fabricao de artefatos a partir de resduos da construo civil Classe A (Resoluo CONAMA n 307/2002), beneciados, divide-se em trs etapas, segundo o processo de fabricao: primeira etapa: ocorre a mistura e homogeneizao dos materiais bene- ciados; segunda etapa: os artefatos sero moldados de acordo com o tipo de mistura da etapa anterior; terceira etapa: os produtos moldados sero secos, curados e estocados para o posterior uso ou comercializao. Atualmente, multiplicam-se as pesquisas tecnolgicas sobre o aproveita- mento dos resduos da construo civil, por exemplo, h um ncleo de pesqui- sa na Escola Politcnica da USP (SP) atuando em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnolgicas de So Paulo - IPT. Disposio Final Observando-se a ordem da no gerao de resduos, seguida da reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento de resduos slidos, em ltima opo, deve-se fazer a disposio nal ambientalmente adequada dos rejeitos da construo civil, em reas devidamente licenciadas por rgo ambiental no caso de So Paulo, a CETESB. Segundo a Resoluo CONAMA n 307/2002, os resduos das classes C e D devero ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas tcnicas especcas, sendo que no podero ser dispostos em aterros de resduos slidos urbanos, em reas de bota fora, em encostas, corpos dgua, lotes vagos e em reas protegidas por lei. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 63 13/3/2013 21:53:01 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 64 3.3. Resduos de Servios de Sade Os resduos slidos enquadrados na categoria de resduos de servios de sade (RSS) so aqueles provenientes de: Qualquer unidade que execute atividades de natureza mdico-assis- tencial humana ou animal, como, por exemplo, os hospitais; Centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentao na rea de farmacologia e sade, como, por exemplo, aqueles inseridos nas uni- versidades; Necrotrios, funerrias e servios de medicina legal; e Barreiras sanitrias. Alm destes, os medicamentos e imunoterpicos vencidos ou deterio- rados so, tambm, classificados como RSS. A complexidade dos RSS exige uma ao integrada entre os rgos federais, estaduais e municipais de meio ambiente, de sade e de limpeza urbana, com o objetivo de regulamentar seu gerenciamento. O gerenciamento inadequado dos RSS impe riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho, bem como populao em geral. Com vistas a minimizar estes riscos, preservar a sade pblica e a qualidade do meio ambiente, h um conjunto de leis, resolues, normas e outros documen- tos legais, expedidos por rgos oficiais, especialmente de sade e de meio ambiente, tanto na esfera federal, quanto estadual e municipal, que regulam o gerenciamento dos RSS. Os principais documentos legais sobre RSS esto listados em Legislao e Normas Tcnicas. Em relao gerao per capita de RSS, considera-se que seja equi- valente em peso de 1 - 3% dos resduos slidos domiciliares gerados, supondo-se uma gerao na rea urbana de 1 Kg/hab.dia. O gerenciamen- to inadequado dos RSS pode levar ocorrncia de: 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 64 13/3/2013 21:53:01 65 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO Leses infecciosas provocadas por manejo de objetos perfurocortan- tes e materiais contaminados; Riscos de infeces dentro das prprias instalaes em que so gerados os RSS, onde normalmente ocorrem o manejo e/ou acondicionamento; Riscos de infeces fora das instalaes em que so gerados os RSS, onde normalmente ocorrem o tratamento e/ou disposio final. Como medidas de preveno, precauo e segurana, todas as pes- soas envolvidas com o manejo de RSS devem estar, obrigatoriamente, va- cinadas contra hepatite, ttano, entre outros; e devem, obrigatoriamente, utilizar equipamentos de proteo individual EPI adequados para cada grupo de RSS. Os RSS, por serem muito diversos em composio e nveis de risco oferecido, foram classificados por legislao federal em funo de suas ca- ractersticas, nos grupos A, B, C, D e E (Resoluo CONAMA n 358/2005). Um resumo da classicao dos RSS em grupos - para ns de cumprir a obrigatoriedade da segregao no momento e local de gerao, e direcionar para o tratamento e disposio nal adequados - apresentado na Tabela 3. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 65 13/3/2013 21:53:01 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 66 TABELA 3 GRUPOS DOS RSS CONFORME RESOLUO CONAMA N O 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005.Fonte: Adaptado de WOLMER, F. Apostila de Resduos de Servios de Sade, 2008. CATEGORIA DESCRIO ACONDICIONAMENTO GRUPO Resduos com a possvel presena de agentes biolgicos que, por suas caractersticas de maior virulncia ou concentrao, podem apresentar risco de infeco. Resduos contendo substncias qumicas que podem apresentar risco sade pblica ou ao meio ambiente, dependendo de suas ca- ractersticas de inamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionucldeos, como os rejeitos radiativos provenientes de laboratrios de anlises clnicas, servios de medicina nuclear e radioterapia, etc... que contenham radionucldeos em quantidade superior aos limites de eliminao. Resduos que no apresentem risco biolgico, qumico ou radiolgico sade ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resduos domiciliares. Materiais perfurocortantes ou escaricantes, tais como: lminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas en- dodnticas, pontas diamantadas, lminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lminas e lamnulas, esptulas,,todos os utenslios de vidro quebrados no laboratrio (pipetas, tubos de coleta sangunea e placas de Petri) e outros similares. A* B C D E Biolgicos Qumicos Radiativos Comuns Perfuro cortantes Sacos plsticos brancos leitosos, identicados com smbolo universal de substncias infectantes. Sacos plsticos brancos leitosos, identicados com smbolo universal de substncias inamveis, txicas, corrosiva Recipientes blindados, identicados com smbolo universal de substncias radiativas e tempo de decaimento. Sacos plsticos de resduos domiciliares (lixo), segregados os reciclveis. Recipientes rgidos (caixas de papelo ama- relas, padronizadas ou bombonas de PVC, iden- ticados com o smbolo universal de substncias perfurocortantes. *O grupo A subdividido em 5 grupos (A1 a A5). 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 66 13/3/2013 21:53:01 67 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO TABELA 4 SMBOLOS DE IDENTIFICAO DOS GRUPOS DE RSS. Fonte: Adaptado de BRASIL, 2006 por CPLA, 2012. Os resduos do grupo A so identicados pelo smbolo de substncia infectante, com rtulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. Os resduos do grupo B so identicados por meio do smbolo de risco associado e com discriminao de subs- tncia qumica e frases de risco. Os rejeitos do grupo C so representados pelo smbolo in- ternacional de presena de radiao ionizante (triflio de cor magenta) em rtulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expresso MATERIAL RADIOATIVO. Os resduos do grupo D podem ser destinados recicla- gem ou reutilizao. Quando adotada a reciclagem, sua identicao deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes. Os produtos do grupo E so identicados pelo smbolo de substncia infectante, com rtulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrio de RESDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resduo. DESCRIO DO SMBOLO SMBOLOS DE IDENTIFICAO DOS GRUPOS DE RESDUOS 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 67 13/3/2013 21:53:01 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 68 Os sistemas de tratamento de RSS compreendem um conjunto de unida- des, processos e procedimentos que alteram as caractersticas fsicas, fsico- -qumicas, qumicas ou biolgicas dos resduos, podendo promover a sua des- caracterizao, visando: Minimizao do risco sade pblica; Preservao da qualidade do meio ambiente; e Segurana sade do trabalhador. O encaminhamento de resduos de servios de sade para disposio - nal em aterros, sem submet-los previamente a tratamento especco, que neutralize sua periculosidade, proibido no Brasil e no Estado de So Paulo. Porm, em situaes excepcionais de emergncia sanitria e tossanitria, os rgos de sade e de controle ambiental competentes podem autorizar a queima de RSS a cu aberto ou outra forma de tratamento que utilize tecnolo- gia alternativa. A Tabela 5 mostra os mtodos mais usuais recomendados para o tratamento dos RSS. FIGURA 24 - COLETA DE MATERIAL INFECTANTE Fonte: Acervo SMA, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 68 13/3/2013 21:53:02 69 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO Os RSS so compostos, em mdia, de 10-25% em peso pelos grupos A, B, C e E, e de 75-90% em peso pelo grupo D. O tratamento dos RSS pode ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, observadas, nestes casos, as condies de segurana para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Incinerao Incinerao o processo de combusto controlada, que ocorre em tempe- raturas da ordem de 800 a 1000C. A queima controlada dos resduos con- verte o carbono e o hidrognio presentes nos RSS em gs carbnico (CO 2 ) e gua. Entretanto, a porcentagem dessas substncias pode variar signicativa- mente nos gases emitidos pela incinerao, pois os RSS podem conter diversos outros elementos, em geral halognios, enxofre, fsforo, metais pesados (tais como chumbo, cdmio e arsnio) e metais alcalinos, que levam produo de: HCl (cido clordrico), HF (cido uordrico), cloretos, compostos nitrogenados, TABELA 5 MTODOS RECOMENDADOS PARA O TRATAMENTO DOS RSS. Fonte: Adaptado de WOLMER, F. Apostila de Resduos de Servios de Sade, 2008. Biolgicos Qumicos Radiativos Comuns Perfuro-cortantes CATEGORIA A B C D E GRUPO Incinerador, autoclave, hidroclave, micro ondas. Incinerador Armazenagem Se passvel de reutilizao, recuperao ou reciclagem, devem atender s normas legais de higienizao e descon- taminao Incinerador TRATAMENTO 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 69 13/3/2013 21:53:03 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 70 xidos de metais e outros subprodutos da combusto, os quais podem ser prejudiciais sade e ao meio ambiente. Os euentes lquidos e gasosos gerados pelo sistema de incinerao de- vem atender aos limites de emisso de poluentes estabelecidos na legislao ambiental vigente. Micro-ondas Neste sistema de tratamento, os RSS so colocados num continer de carga e, por meio de um guincho automtico, descarregados numa tremonha localizada no topo do equipamento de desinfeco. Durante a descarga dos resduos, o ar interior da tremonha tratado com vapor a alta temperatura que, em seguida, aspirado e ltrado com o objetivo de se eliminar potenciais germes patognicos. A tremonha d acesso a um triturador, onde ampolas, seringas, agulhas hipodrmicas, tubos plsticos e demais materiais so transformados em pe- quenas partculas irreconhecveis. O material triturado automaticamente encaminhado a uma cmara de tratamento, onde umedecido com vapor a alta temperatura e movimentado por uma rosca-sem-m, enquanto subme- tido a diversas fontes emissoras de micro-ondas. As micro-ondas desinfetam o material por aquecimento, em temperaturas entre 95C e 100C, por cerca de 30 minutos. Autoclave A autoclavagem um processo em que se aplica vapor saturado, sob presso, superior atmosfrica, com a nalidade de se obter esterilizao. Pode ser efetuada em autoclave convencional, de exausto do ar por gravi- dade, ou em autoclave de alto vcuo, sendo comumente utilizada para este- rilizao de materiais, tais como: vidrarias, instrumentos cirrgicos, meios de cultura, roupas, alimentos, etc. Os valores usuais de presso so da ordem de 3 a 3,5 bar e a temperatura atinge os 135C. Este processo tem a vantagem de ser familiar aos tcnicos 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 70 13/3/2013 21:53:03 71 3. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS 3 GEREN SLIDOS AMENTO de sade, que o utilizam para processar diversos tipos de materiais hospita- lares. Os euentes lquidos gerados pelo sistema de autoclavagem devem ser tratados, se necessrio, para atender aos limites de emisso dos poluentes estabelecidos na legislao ambiental vigente. As aes preventivas - que implicam na adoo do correto gerenciamento dos RSS - so menos onerosas do que as aes corretivas e minimizam com mais eccia os danos causados sade pblica e ao meio ambiente. Devido aos altos custos de tratamento dos RSS, solues consorciadas, para ns de tratamento e disposio nal so especialmente indicadas para pequenos geradores e municpios menores. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 71 13/3/2013 21:53:03 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 72 13/3/2013 21:53:03 4 A Indstria da Reciclagem Processos e Tecnologias 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 73 13/3/2013 21:53:03 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 74 4. A Indstria da Reciclagem Processos e Tecnologias A s publicaes existentes sobre o tema resduos slidos domiciliares, normalmente, focalizam a coleta seletiva e a triagem, porm pouco ex- plicitam as tecnologias e processos que tornam possvel a reciclagem dos in- meros produtos e materiais triados. A composio dos resduos triados, aps a coleta seletiva, diversicada. Como demonstra a Figura 25, o papel tem grande participao na composio do resduo slido urbano brasileiro, sendo o item mais signicativo na coleta seletiva, seguido pelo plstico. H produtos e materiais que so considerados simples, tanto no processo de produo e na composio, quanto nos processos de beneciamento de que necessitam para serem reinseridos na cadeia produtiva. Outros so con- siderados mais complexos, tanto em composio, pela mistura de diferentes materiais e tecnologias necessrias para produo, quanto pelos processos de beneciamento mais elaborados e variados de que necessitam para reinsero na cadeia produtiva. FIGURA 25 - COMPOSIO DA COLETA SELETIVA MDIA NO BRASIL (EM PESO). Fonte: Adaptado de CEMPRE, 2009 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 74 13/3/2013 21:53:03 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 75 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC A seguir, sero apresentados alguns processos e tecnologias que vm sendo aplicados na reciclagem para reaproveitamento de diversos produtos e materiais triados dos resduos slidos domiciliares, tais como pneus, pilhas e baterias, metais, plsticos, papis, lmpadas, resduos eletroeletrnicos e vi- dros. Porm, necessrio ressaltar que esta lista no esgota os materiais e os processos de beneciamento a eles aplicados. Vale lembrar que para todos os materiais referidos neste captulo (com exceo do papel, existe amparo legal quanto a sua destinao am- bientalmente adequada. A Poltica Nacional de Resduos Slidos de- termina que agentes o recolham para que retornem ao ciclo produtivo (ver item 1.1), e no Estado de So Paulo, a Poltica Estadual de Resdu- os Slidos instituiu a responsabilidade ps-consumo dos produtores e importadores destes produtos - conforme Resoluo SMA n 38, de 2 de agosto de 2011 (ver item 2.2.1). Portanto, a escolha do processo de reciclagem destes produtos deve ser fruto de acordo entre o poder p- blico e responsvel pela logstica reversa. Porm, para conhecimento, apresentaremos alguns processos de reciclagem a seguir. 4.1. Pneus Existem diversos tipos de pneus destinados aos diferentes tipos de ve- culos, sendo os pneus para automveis os mais comuns. H, ainda, pneus macios, em borracha slida, com aplicao exclusiva em alguns veculos in- dustriais, agrcolas e militares. Um pneu tpico constitudo, basicamente, de uma mistura de borracha natural e sinttica, negro de fumo, ao e nylon. A cada ano, dezenas de milhes de pneus novos so produzidos no Brasil e o crescimento desta produo acompanha proporcionalmente o crescimento 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 75 13/3/2013 21:53:04 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 76 da produo de automveis. A produo de pneus vem crescendo gradativa- mente, desde 2007, ano em que a produo era de 57,3 milhes de pneus mais 19,8 milhes de exportaes, sendo que, em 2011, a produo foi de 66,9 milhes de pneus mais 17,4 milhes que foram exportados (ANIP, 2012). Inevitavelmente, todo pneu se tornar inservvel, transformando-se em um resduo com potencial de causar danos ao meio ambiente e sade p- blica, pois sua principal matria-prima, a borracha vulcanizada, de difcil degradao. Quando queimados a cu aberto, contaminam o meio ambiente pela emisso de gases como carbono, enxofre e outros poluentes - podendo constituir risco sade pblica. Quando abandonados em cursos dgua, ter- renos baldios e beiras de estradas (Figura 26), favorecem a proliferao de mosquitos e roedores. Para encontrar uma soluo adequada sua destinao nal, vm sendo realizadas pesquisas em busca do desenvolvimento de novas tecnologias de reutilizao e reciclagem. FIGURA 26 PNEUS ABANDONADOS EM TERRENO BALDIO. Fonte: Acervo SMA, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 76 13/3/2013 21:53:04 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 77 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC No Brasil, em 2009, o CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - aprovou a Resoluo n 416, que dispe sobre a preveno degradao ambiental causada por pneus inservveis e sua destinao ambientalmente adequada (logstica reversa). Tecnologias de Reciclagem a) Incorporao na Massa Asfltica de Pavimentos Uma das tecnologias para reciclagem de pneus inservveis a adio mistura asfltica para pavimentao de estradas, que pode ser realizada por dois processos: Processo Seco - os pneus previamente triturados e secos, denomina- dos de agregados-borracha, so adicionados aos agregados minerais pr-aquecidos (pedriscos) e ao ligante (asfalto) durante a usinagem da massa asfltica. O produto resultante deste processo denomina- do concreto asfltico modificado pela adio da borracha; Processo mido - o ligante asfltico aquecido a aproximadamente 180C e misturado ao p resultante da moagem dos pneus, produzin- do um novo tipo de ligante. Posteriormente, so adicionados agrega- dos minerais a esse novo ligante que, aps ser usinado, transforma-se no Asfalto Ecolgico. A aplicao do asfalto-borracha na pavimentao de rodovias tem inme- ras vantagens, entre elas: reduo no rudo e na manuteno do pavimento, com um aumento em 30% da vida til deste; retardo no aparecimento de trin- cas e selagem das j existentes; reduo de at 50% na espessura da camada do pavimento. Segundo alguns estudos, o potencial para utilizao de pneus inservveis por essas tecnologias de, aproximadamente, 4.000 pneus para um quilmetro de rodovia. b) Pirlise de Pneus (retortagem) com Xisto Betuminoso A pirlise de pneus outra tecnologia utilizada na reciclagem de pneus. A pirlise o processo no qual materiais de composio qumica complexa so submetidos temperatura e presso apropriadas (sem que ocorra com- 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 77 13/3/2013 21:53:04 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 78 busto) para que acontea a transformao destes em hidrocarbonetos na forma de leo e gs. No Brasil, o processo piroltico para reciclagem de pneus vem sendo uti- lizado pela Petrobrs em sua unidade de industrializao de xisto betuminoso, em So Mateus do Sul, no Estado do Paran. O processo denominado Petrosix foi desenvolvido com tecnologia prpria, h mais de 20 anos, inicialmente a partir do processamento exclusivo dos xistos pirobetuminosos, para a extrao de leo, Gs Liquefeito de Petrleo - GLP, gs combustvel e enxofre. Em 2001, uma das unidades da planta industrial da Petrobrs, em So Mateus do Sul, foi modicada para o coprocessamento e aproveitamento adequado do contedo energtico de pneus usados e inservveis. O aprovei- tamento dos pneus permitiu um incremento na produo da unidade, uma vez que cada pneu retortado fornece 52% de leo combustvel, 3,6% de gs e 42% de resduo que, misturado ao xisto j beneciado, serve de insumo para termeltricas. Os produtos gerados pelo processamento do xisto com adio de pneus picados so: leo, gs combustvel e enxofre. O ao dos pneus reciclado em indstrias siderrgicas. A capacidade atual desta unidade de processamento de, aproximada- mente, 140 mil toneladas de borracha anualmente, o que equivale a cerca de 5 milhes de pneus, com a possibilidade de ser ampliada para 27 milhes de pneus por ano. Em 2009, 11 milhes de pneus foram reaproveitados nesta unidade. Processamento: Os pneus inservveis chegam Unidade de Industria- lizao cortados, normalmente, em tiras ou pedaos de oito por oito cent- metros, sendo armazenados na Unidade de Pneus, que faz a dosagem de 5% em peso de pneus picados carga do minrio (xisto pirobetuminoso). A mistura, levada por uma correia para a retorta, aquecida a uma temperatura de, aproximadamente, 500C. Por meio da vaporizao ocorre extrao da matria orgnica contida no xisto e nos pneus, gerando, ao nal, gs e leo. Aps a retirada do leo e da gua de retortagem, o gs segue para a unidade 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 78 13/3/2013 21:53:04 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 79 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC de tratamento de gases, onde so produzidos os gases combustveis, o gs liquefeito de xisto e onde ser processado o enxofre. c) Coprocessamento em Fornos de Cimenteiras O coprocessamento dos pneus em fornos de clnquer (cimento) uma atividade que proporciona o aproveitamento trmico dos pneus, reduzindo a queima de combustveis fsseis no renovveis. Alm disso, incorpora ao clnquer o ao contido nos pneus. A tecnologia de coprocessamento em fornos de cimenteiras consiste em eliminar resduos inservveis a altas temperaturas em fornos de cimento. Entre as principais vantagens do uso desta tecnologia encontram-se: A eliminao de resduos perigosos de forma ambientalmente ade- quada; A transformao dos pneus inservveis em combustvel alternativo que pode ser utilizado na fabricao do cimento reduzindo o seu custo; e A melhoria das condies de sade da populao, com a eliminao dos possveis focos de dengue presentes em pneus velhos. Em 2009, no Brasil existiam 35 plantas licenciadas para o coprocessa- mento e 9 em processo de licenciamento. A capacidade, em 2008, de co- processamento de pneus era de, aproximadamente, 1 milho de toneladas por ano, com potencial para atingir 2,5 milhes de toneladas por ano. At 2007, foram usados 32 milhes de pneus inservveis na indstria do cimento. (KIHARA, 2009) d) Desvulcanizao O processo de desvulcanizao da borracha dos pneus envolve a tritura- o e a quebra de ligaes qumicas. A borracha desvulcanizada tem os mais variados usos, tais como cobertura de reas de lazer e quadras esportivas, isolantes acsticos, tapetes para automveis, passadeiras, solados de sapatos, tintas industriais e impermeabilizantes, colas e adesivos, vedantes industriais, cmaras de ar, paletes, estrados, sinalizadores de trnsito, rodzios para m- veis, correias e outros. Resumidamente, pode-se descrever o processo de des- vulcanizao em duas etapas: 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 79 13/3/2013 21:53:04 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 80 1. O pneu triturado, podendo-se retirar ou no o ao e o nylon nesta etapa isso depender de como a empresa recicladora trabalha, pois algumas compram os pneus j triturados e limpos, enquanto outras os trituram elas prprias; 2. A seguir, o material passa para um reator ou autoclave onde sub- metido ao contato com vapor de produtos qumicos, como solven- tes, lcalis, leos minerais e oxignio, a uma temperatura de 180C e presso de 15 bar, para que ocorra o rompimento das pontes de [enxofre-enxofre] e [carbono-enxofre] entre as cadeias polimricas, ou seja, a desvulcanizao. A borracha segue para um tanque de secagem onde o solvente recuperado, retornando ao processo. Como resultado, obtm-se uma borracha apta a receber nova vul- canizao, mas que no tem as mesmas propriedades mecnicas da borracha crua, sendo, geralmente, misturada a ela, na formula- o da matria-prima para a fabricao de novos artefatos. O teor de borracha desvulcanizada a ser utilizada como matria-prima pode variar de um pequeno percentual at 100%; o teor mdio de 5% a 15%. e) Outras Tecnologias H vrios outros processos disponveis para desvulcanizao da bor- racha dos pneus, permitindo sua regenerao, e novos processos esto em fase de desenvolvimento, com tcnicas e custos bem diferenciados. Contudo, ainda pequeno o nmero de processos aptos utilizao comercial. No Brasil, j existe tecnologia para regenerao da borracha vulcani- zada, por processo a frio (mximo de 80C), dispensando o uso de leos ou resinas plastificantes. A tcnica usa dissulfeto e dibenzotiazila como solventes e proporciona uma borracha regenerada, com custo inferior e com caractersticas semelhantes s do material virgem. Alm disso, essa tcnica usa solventes capazes de separar o tecido e o ao dos pneus, permitindo seu reaproveitamento, bem como do agente de regenerao. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 80 13/3/2013 21:53:04 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 81 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC 4.2. Metais Histrico e Caracterizao Os metais so materiais de elevada durabilidade, resistncia mecnica e facilidade de conformao. Os primeiros metais utilizados pelo homem foram o cobre e o ferro, encontrados em vestgios de civilizaes pr histricas. Entre os metais de maior abundncia na natureza, destacam-se o alu- mnio e o ferro. O ferro obteve tanta importncia na histria da humanidade, que, aps a sua descoberta em 1200 a.C., houve um perodo histrico de- nominado Idade do Ferro. O alumnio na forma que conhecemos hoje s foi isolado em 1825, pelo dinamarqus Hans Christian Oersted. Suas excelentes propriedades fsico-qumicas, como a baixa densidade ( um dos metais mais leves), resistncia mecnica e oxidao, entre outras, levaram a uma utiliza- o crescente pelo homem. O ao foi desenvolvido a partir do ferro, em 1856, e por ser mais resisten- te corroso que o ferro fundido, obteve grande aprovao no meio industrial, sendo produzido hoje em grandes quantidades, como fonte de matria-prima para muitas indstrias. Poucos metais, como o ouro e o cobre, so encontrados na forma nativa, ou seja, em estado metlico, na natureza. Portanto, a obteno de metais e suas ligas depende da extrao e processamento de minrios extrados de solos e rochas. So, geralmente, processos altamente intensivos em termos de consumo de energia e, na maioria dos casos, a produo de metais gera grande quantidade de resduos e emisses. Entretanto, os benefcios da utili- zao dos metais e ligas superam largamente estes problemas ligados sua extrao e produo. O uso de metais na sua forma pura bastante restrito atualmente, j que as ligas metlicas (misturas de diferentes metais ou metais contendo uma pequena quantidade de elementos no metlicos) apresentam algumas van- tagens em relao ao metal puro. Por exemplo, o que chamamos de ao compreende, na verdade, uma grande variedade de ligas em que o ferro 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 81 13/3/2013 21:53:04 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 82 o principal componente. Cada tipo de ao tem uma composio diferente, dependendo da aplicao a que se destina. Por exemplo, o ao rpido, usado em ferramentas de corte, tem em sua composio, alm do ferro (componente principal), cerca de 0,7 a 1,3% de carbono; 5 a 12% de cobalto; 3,8 a 4,5% de cromo; 0,3% de mangans; 4 a 9% de molibdnio; 2 a 20% de tungstnio e 1 a 5% de vandio. Outros metais tambm so capazes de formar ligas teis. Exemplos de ligas de cobre so: Lato = cobre + zinco; Bronze = cobre + estanho + pequenas porcentagens de outros metais como alumnio, zinco, fsforo. A predominncia atual do uso dos metais base de ferro, principalmente o ao, justica a classicao dos metais em ferrosos (ferro e ao) e no ferro- sos (alumnio, chumbo, cobre e suas ligas). Produo e Reciclagem de Metais Para a obteno dos metais a partir dos minrios, primeiro faz-se uma reduo qumica, isolando o metal dos demais componentes do solo ou da rocha. Este processo primrio feito a altas temperaturas, com elevado con- sumo energtico. No caso do ferro, por exemplo, a reduo do minrio feita com monxi- do de carbono proveniente da oxidao do coque (um tipo de carvo): Fe 2 O 3 (hematita) + CO (monxido de carbono) Ferro metlico + CO 2 (di- xido de carbono) Neste processo, realizado entre 700 e 2000C em alto-forno, cada unida- de de hematita produz trs unidades de dixido de carbono, um gs causador de efeito estufa. Na metalurgia, geralmente as sucatas so as matrias-primas mais utili- zadas na fundio, porque no h perdas de qualidade no processo. As suca- tas so separadas magneticamente em ferrosas e no ferrosas, sendo tambm classicadas em: 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 82 13/3/2013 21:53:04 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 83 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Sucatas pesadas - vigas, equipamentos, chapas, grelhas etc.; Sucatas de processo - cavacos, limalhas e rebarbas, alm de peas defeituosas que voltam ao processo industrial e Sucatas de obsolescncia - materiais destinados ao descarte aps o uso. As principais sucatas descartadas so as latas de folhas de andres (ao revestido com estanho) e as latas de alumnio, que podem ser recuperadas em grandes quantidades pela coleta seletiva. Devido ao maior valor comercial, os metais no-ferrosos despertam mais interesse em relao reciclagem. Porm, muito grande a procura pela suca- ta de ferro e de ao, principalmente nas usinas siderrgicas e fundies, onde a sucata de metais ferrosos fundida a 1550C em fornos eltricos e retorna ao ciclo produtivo. A reciclagem dos metais apresenta os seguintes benefcios: Economia de minrios, de energia e de gua; Aumento da vida til dos aterros; Reduo da emisso de CO2; Diminuio da poluio; e Diminuio das reas degradadas pela extrao do minrio. a) Alumnio Para obteno do alumnio a partir da bauxita, esta passa por um pro- cesso de reno qumico (chamado de processo Bayer) que separa o xido de alumnio (alumina) dos demais componentes do minrio (principalmente xido de ferro e silicatos). Em seguida, a alumina misturada com criolita (Na 3 AlF 6 ), essa mistura fundida (a funo da criolita abaixar o ponto de fuso da mistura, economizando energia) e transformada em alumnio, por meio de um processo eletroltico conhecido como processo Hall-Hroult, com um consumo aproximado de 13.000 kWh por tonelada de alumnio produzido. Este metal 100% reciclvel. Quando se recicla o alumnio, so econo- mizados 95% da energia que foi necessria para sua primeira produo. Uma grande porcentagem do alumnio destinado reciclagem proveniente das embalagens, em especial latas de bebidas. So necessrias, em mdia, 60 latas para se obter um 1 kg de sucata (Figura 28). A Figura 29 ilustra a porcentagem de latas de alumnio recicladas no Brasil. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 83 13/3/2013 21:53:04 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 84 Verica-se que a porcentagem de reciclagem, no Brasil, desde 2004, sem- pre esteve acima de 90%. Atualmente, o Brasil o pas que mais recicla latas de alumnio no mundo. O alumnio encaminhado para a fundio, obede- cendo a parmetros especcos de processamento. As latas coletadas aps o consumo so transformadas em lingotes, que posteriormente so empregados na fabricao de novas latas, na indstria de autopeas, na fabricao de no- vas embalagens e em inmeros outros produtos. A Figura 30 ilustra o ciclo de vida e reciclagem das latas de alumnio. FIGURA 27 - LATAS DE ALUMNIO. Fonte: ABAL, 2010 FIGURA 28 PORCENTAGEM DE LATAS DE ALUMNIO RECICLADAS NO BRASIL. Fonte: Adaptado de Recicloteca, 2009 - por CPLA/SMA 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 84 13/3/2013 21:53:04 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 85 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC FIGURA 29 - CICLO DE VIDA E RECICLAGEM DO ALUMNIO. Fonte: ABAL, 2009. ETAPA 1. COMPRA ETAPA 2. CONSUMO ETAPA 3. COLETA ETAPA 4. PRENSAGEM ETAPA 5. FUNDIO ETAPA 6. LINGOTAMENTO ETAPA 7. LAMINAO ETAPA 8. FABRICAO DE NOVAS LATAS ETAPA 9. PROCESSO DE ENCHIMENTO ETAPA 10. DISTRIBUIO AOS POSTOS DE VENDA LEGENDA 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 85 13/3/2013 21:53:05 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 86 A reciclagem do alumnio pode ter uxos diferentes, a de- pender do tipo de sucata. As fases se modicam na coleta e no retorno da sucata ao mercado, dependendo do produto a ser reciclado. (ABAL, 2012) b) Ao Pelo processo qumico de reduo de hematita (minrio de ferro) com o carvo vegetal ou coque, seguido da adio de outros elementos formadores de ligas, obtm-se o ao, que , normalmente, moldado em forma de chapas. Estas chapas podem ser recobertas com uma camada de estanho, cobre ou cromo, formando um material conhecido como folhas de andres, largamente usado na fabricao das latas de ao. (Figura 30) O ao reciclado mantm propriedades como dureza, resistncia e versa- tilidade. As latas de ao descartadas aps processamento podem retornar na forma de novas latas ou vrios utenslios, como arames, peas de automveis, dobradias, maanetas e outros. Aps a coleta, as latas de ao so prensadas para otimizar as condies de transporte e so enviadas s indstrias siderrgicas junto com as demais sucatas metlicas, para serem transformadas em tarugos ou folhas de andres. Quando lanadas na natureza, as latas de ao sofrem oxidao num prazo mdio de trs anos, transformando-se em xidos ou hidrxidos de ferro. Se, ao invs de descartadas, as latas de ao forem coletadas aps o uso, podem ser recicladas innitamente. Em 2010, 49% do total das latas de ao consumidas no Brasil foram re- cicladas. Porm, se forem considerados os diversos produtos que contm ao, tais como carros, eletrodomsticos, resduos de construo civil, embalagens em geral, latas de alimentos e latas de tintas, o Brasil recicla cerca de 70% de todo o ao produzido anualmente. Cada tonelada de ao que reciclado equivale a uma economia de 1.140 kg de minrio de ferro, 154 kg de carvo vegetal e 18 kg de cal (CaO). Poupa- -se a quantidade de carvo vegetal equivalente a uma rvore a cada 75 em- balagens mdias de ao recicladas. Outra vantagem a reduo da emisso de CO 2 j que, como vimos, o processo de produo do ao envolve a emisso de CO 2 numa proporo Fe 2 O 3 :CO 2 de 1:3. FIGURA 30 - LATAS DE AO. Fonte: ABEAO, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 86 13/3/2013 21:53:06 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 87 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC No reprocessamento do ao, aps atingir o ponto de fuso e chegar ao estado lquido, o material moldado em tarugos e placas metlicas, que sero cortados na forma de chapas de ao, usadas por vrios setores industriais das montadoras de automveis s fbricas de latas em conserva. A Figura 31 ilustra o ciclo de produo e de reciclagem do ao. FIGURA 31 - CICLO DE PRODUO E RECICLAGEM DO AO. Fonte: ABEAO, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 87 13/3/2013 21:53:06 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 88 4.3. Plsticos Histrico e Caracterizao O ingls Alexander Parkes criou, em 1862, o plstico, um material org- nico, base de celulose, que ao ser aquecido podia ser moldado das mais diferentes formas - a parkesina. A palavra plstico tem origem grega, plasti- ks, e signica adequado moldagem. O uso industrial do plstico iniciou-se, aproximadamente, em 1920. O plstico um polmero - material obtido pela juno de molculas me- nores denominadas monmeros, interligadas quimicamente. De acordo com sua origem, os polmeros podem ser divididos em naturais ou sintticos. Os polmeros naturais so comuns em plantas e animais e os sintticos so obti- dos por meio de reaes qumicas de polimerizao. Os plsticos podem ser classicados de acordo com suas caractersticas trmicas em termorrgidos (ou termoxos) e termoplsticos. Essas caractersti- cas dependem do tamanho e estrutura da molcula formadora. Termoxos so os plsticos que no se fundem e quando moldados e endurecidos, no possibilitam a reciclagem. So apresentados na forma de mistura em p e podem ser moldados quando submetidos determinada tem- peratura e presso. Como exemplo, temos as telhas transparentes, revestimen- to de telefone de orelhes e inmeras peas de indstrias - principalmente da indstria automobilstica. Termoplsticos so os plsticos que amolecem ao serem aquecidos, por- tanto podem ser moldados. Como o processo pode ser repetido vrias vezes, eles so passveis de reciclagem. Como exemplo, existem sacolas plsticas, baldes, lmes para embalar alimentos, mangueiras, sacos de lixo, embalagens de bebidas e leos vegetais, engradados de bebidas, brinquedos, potes de iogurte, pratos e copos descartveis, aparelhos de barbear descartveis, etc. Entre os termoplsticos esto (PARAN, 2006): PVC - cloreto de polivinila - um tipo de plstico de alta densidade (afun- da na gua), amolece a baixa temperatura (de 80 a 100C), queima 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 88 13/3/2013 21:53:10 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 89 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC com grande facilidade e soldvel, com o uso de solventes como a acetona. um plstico rgido, transparente e impermevel, resistente temperatura e inquebrvel. utilizado em sacolas, lmes para embala- gem de leite e outros alimentos, sacaria industrial, lmes para fraldas descartveis, bolsa para soro medicinal, sacos de lixo, lonas, tubulao de gua e esgoto, etc. PET - polietileno tereftalato - um tipo de plstico de alta densidade, muito resistente, amolece, tambm, a baixa temperatura, e utiliza- do no Brasil em embalagens de bebidas gasosas, leo vegetal, etc. transparente, inquebrvel, impermevel e leve. utilizado na produ- o de frascos e garrafas para usos alimentcios, cosmticos e hospi- talares; bandejas para micro-ondas, filmes para udio e vdeo, fibras txteis (sintticas), etc.; PEAD - polietileno de alta densidade - muito utilizado para produo de embalagens de detergentes e leos automotivos, sacolas de super- mercados, tampas, tambores de tintas, engradados de bebidas, filmes, etc. inquebrvel, resistente a baixas temperaturas, leve, imperme- vel, resistente quimicamente e rgido; PEBD - polietileno de baixa densidade - amolece a baixas tempera- turas, queima como vela, e tem a superfcie lisa e cerosa. flexvel, leve, transparente e impermevel. Os principais produtos fabricados com este material so sacolas, filmes para embalar alimentos, sacaria industrial, sacos de lixo, etc.; PP - polipropileno - tem baixa densidade, amolece a baixa tempera- tura, queima como vela e faz barulho semelhante ao celofane quan- do apertado nas mos. inquebrvel, transparente, brilhante, rgido; resiste a mudanas de temperatura e conserva o aroma. utilizado principalmente na fabricao de filmes para embalagens de alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para gua quente, autopeas, fibras para tapetes, utilidades domsticas, etc.; PS - poliestireno - possui alta densidade, quebradio, amolece a baixas temperaturas, queima relativamente fcil, liberando cheiro de estireno, 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 89 13/3/2013 21:53:10 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 90 e alterado por muitos solventes. impermevel, inquebrvel e rgido, leve e muito brilhante. muito utilizado na fabricao de potes de iogur- tes e sorvetes, frascos, pratos, tampas, aparelhos de barbear descartveis, brinquedos, copos descartveis, isopor (poliestireno expandido), etc. Produo dos Plsticos A origem de praticamente todo o plstico que se utiliza hoje o petrleo, um combustvel fssil, no renovvel, composto por vrias substncias com diferentes pontos de ebulio, separadas normalmente pelo processo de cra- queamento. A frao nafta resultante do craqueamento fornecida para as centrais petroqumicas e passa por uma srie de processos, dando origem aos principais monmeros formadores dos plsticos. Aps o processo de polime- rizao, a resina plstica gerada enviada para as indstrias transformadoras em forma de grnulos, tambm conhecidos como pellets. O processo de transformao pode ser feito por (PARAN, 2006): Compresso - a resina introduzida em um molde aquecido, que , ento, comprimido at tomar a forma desejada; Injeo - a resina pressionada para o interior de moldes diversos das peas a serem fabricadas; Extruso - a resina progressivamente aquecida, plastificada e com- primida, sendo forada atravs do orifcio com o formato da seo da pea a ser fabricada, depois resfriada. Este processo s pode ser utilizado para a obteno de termoplsticos; Laminao - a resina impregnada em papel ou tecido, que funciona como carga ou enchimento. Essas folhas so sobrepostas e comprimi- das e, por aquecimento, o plstico laminado produzido. Reciclagem dos Plsticos Os plsticos levam muito tempo para se decompor, uma vez descartados como resduos slidos domsticos. So, em mdia, 500 anos para a decompo- sio de sacolas plsticas, 450 anos para fraldas descartveis, 400 anos para 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 90 13/3/2013 21:53:10 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 91 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC embalagens de bebidas (PET), 150 anos para tampas de garrafas, 50 anos para copos plsticos, 150 anos para isopor (poliestireno expandido ou EPS). Os tipos de plsticos mais encontrados nos resduos slidos domiciliares so: PVC, PET, PEAD, PEBD, PP e PS. Estima-se que o mundo utilize um milho de sacolas plsticas por minuto. Uma forma de diminuir o volume de resduos plsticos gerados realizar a Educao Ambiental, voltada minimizao, com foco especial na reduo de resduos na fonte, propondo, por exemplo, substituir as sacolas plsticas distribudas nos mercados por sacolas de tecido trazidas pelo prprio consumi- dor o que signica aderir ao consumo sustentvel. A fabricao de plsticos mais resistentes e retornveis tambm apresentada como alternativa para a reduo do uso. Uma das principais questes na reciclagem de resduos plsticos o siste- ma de coleta seletiva e triagem (considerando abrangncia e ecincia), pois uma das diculdades tcnicas em se reciclar os resduos plsticos ps-consu- mo est no fato dos diferentes tipos de resinas se encontrarem misturados. Uma das formas de fazer essa separao leva em conta caractersticas fsicas e de degradao trmica dos plsticos. Plsticos com mesmas caractersticas so reciclados conjuntamente. Outro ponto importante a composio das embalagens, pois para uma ecincia do sistema de reciclagem interessante que se usem embalagens compostas pelo menor nmero possvel de resinas diferentes, bem como que se evite uso excessivo de materiais com rtulos adesivos, aditivos, dentre ou- tros contaminantes. Por m, o investimento em tecnologias de reciclagem mais avanadas, que possibilitem o processamento de vrios tipos de plsticos e de embala- gens compostas por vrias camadas de resinas distintas, um item a se consi- derar quando se objetiva processar os resduos plsticos coletados e diminuir a quantidade desses resduos encaminhados aos aterros sanitrios. A reciclagem do plstico triado pode ser feita hoje por processo mecnico ou qumico: 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 91 13/3/2013 21:53:10 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 92 a) Reciclagem Mecnica o processo em que h converso do resduo plstico novamente em grnu- los, para serem usados na fabricao de outros produtos, compostos somente por um ou por diversos tipos de resina. As etapas deste processo so: Moagem dos plsticos (aps passarem por coleta seletiva e triagem); Lavagem com gua, contendo ou no detergente; Aglutinao (ou aglomerao) - secagem e compactao do material, com reduo do volume direcionado extrusora. O atrito do material com a mquina rotoativa faz com que haja um aumento na temperatura, levando formao de uma massa plstica; Extruso - fundio e homogeneizao do material, tendo como produto nal os spaghettis, tiras de plsticos a serem enviadas para fbricas de artefatos plsticos. Segundo o Plastivida (2010), em 2010, So Paulo contava com 324 empresas de reciclagem mecnica de plstico, de um total de 738 empresas, no Brasil. O grco abaixo (Figura 33) apresenta os dados referentes quantidade de plstico reciclado por reciclagem mecnica, no Brasil. Vale ressaltar que o PET o que apresenta maior representatividade na indstria da reciclagem (54%). Apesar das diculdades de gesto, especialmente na triagem e descontaminao dos resduos, h um crescimento da indstria de reciclagem de plstico no Brasil. FIGURA 32 - QUANTIDADE DE PLSTICO RECICLADO. Fonte: Plastivida, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 92 13/3/2013 21:53:10 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 93 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC b) Reciclagem Qumica o processo em que h utilizao de compostos qumicos para recuperar as resinas que compem o resduo plstico, mas ainda no est implantado no Brasil (Miller, 2008). Usos do Plstico Reciclado Resduos de Atividades Rurais - O desenvolvimento crescente da cadeia de reciclagem dos resduos plsticos ajuda a tornar ambientalmente mais sustentvel o uso to intenso deste material. Apesar de serem conside- rados resduos de atividades rurais, e no resduos slidos urbanos (ver itens 1.1.3 e 1.3.2. categorias), as embalagens vazias de defensivos agrcolas, cujo recolhimento exigido por lei no Brasil (Lei Federal n 7.802, de 1989; Lei Federal n 9.974, de 2000 e Decreto Federal n 4.074, de 2002), um excelente exemplo da dimenso e importncia do desenvolvimento da ca- deia de reciclagem dos plsticos. O total de embalagens vazias de defensivos agrcolas recolhidas no Bra- sil, em 2011, correspondeu a 94% das embalagens primrias, o que o torna referncia mundial. Esta porcentagem equivale a, aproximadamente, 34.202 toneladas de plstico ps-consumo, das quais cerca de 92% foram recicladas. (INPEV, 2012) So recicladas somente aquelas embalagens que passaram pelo processo de trplice lavagem na origem. As embalagens que no passaram pelo referido processo no podem ser recicladas. Resduos Slidos Urbanos - O setor de fabricao de bens de consu- mo semi e no durveis o maior consumidor de reciclados de plstico, no Brasil, com um ndice de 49,5%. Em seguida, vem o setor de produo de bens de consumo durveis, com 19,6% e o de Construo Civil, com 15,1%. A Figura 34 ilustra a Distribuio dos Segmentos de Mercado da Pesquisa IRMP - ndice de Reciclagem Mecnica de Plstico no Brasil - de 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 93 13/3/2013 21:53:10 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 94 Quanto s embalagens de produtos alimentcios, o uso de material re- ciclado deve seguir as normas da ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Em 2008, a ANVISA aprovou a Resoluo RDC n 20, de 26 de maro de 2008 que permite o uso de PET reciclado para ns de embalagem de produtos alimentcios. Novos plsticos Conforme armado anteriormente, a origem de praticamente todo o plstico que se utiliza hoje o petrleo, alm do gs natural, ambos combustveis fs- seis no renovveis. Portanto, a busca por solues ambientalmente sustentveis para a cadeia do plstico passa, necessariamente, por considerar novas opes de matria-prima de fabricao, de fontes renovveis (cana-de-acar, mandioca, milho e outros), bem como pelo desenvolvimento de plsticos com propriedades de (bio) degradabilidade e possibilidade de reciclagem. Algumas das caractersticas destes novos plsticos esto comparadas na Tabela 6. Cabe aqui ressaltar que este um segmento promissor, porm em plena evoluo, com muitas pesquisas, sendo desenvolvidas no momento e poucas solues comercialmente acessveis. FIGURA 33 - DISTRIBUIO DOS SEGMENTOS DE MERCADO DA IRMP NO BRASIL. Fonte: Adaptado de PLASTIVIDA, 2010 - por CPLA/SMA, 2012. *Utilidades domsticas, Txtil, Brinquedos, Descartveis, Limpeza domstica, Calados e Acessrios. **Automobilstico, Eletroeletrnico e Mveis. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 94 13/3/2013 21:53:10 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 95 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Fabricado a partir de matria-prima de fonte renovvel ou blenda de matria-prima de fonte renovvel e no-renovvel; 100% biodegradvel e compostvel. Exemplo: polietileno para aplicao em embalagem e na agricultura. Fabricado a partir de matria-prima de fonte renovvel; reciclvel e 100% compatvel com polietileno produzido a partir de outras fontes. Exemplo: polietileno para aplicao em embalagem plstica. Fabricado a partir de matria-prima de fonte no renovvel; no bio- degradvel - a tecnologia de fabricao emprega aditivos qumicos que somente aceleram a frag- mentao dos polmeros que compem os plsti- cos. Exemplo: PEAD para aplicao em embalagens plsticas. Bioplsticos biodegradveis e compostveis Bioplsticos reciclveis Plstico oxibio- degradvel CARACTERSTICAS
por ser biodegradvel, pode contaminar os resduos de plstico ps-consumo que sero triados para a reciclagem, o que uma desvan- tagem em relao aos bioplsticos reciclveis;
se for fabricado a partir de blenda, a dependn- cia de fonte no-renovvel uma desvantagem em relao aos bioplsticos de fonte renovvel;
a propriedade de biodegradabilidade, que implica no consumo integral dos fragmentos por microorganismos no meio ambiente, decompondo-os em gua e gs carbnico num curto perodo de tempo, uma vantagem para algumas aplicaes especcas.
a matria-prima de fonte renovvel (p.e. cana-de-acar ou milho) uma vantagem em relao ao bioplstico fabricado a partir de blenda com fonte no renovvel (petrleo e gs natural);
a compatibilidade com os plsticos fabricados a partir de fonte no renovvel uma vantagem no processo de reciclagem.
pode contaminar os resduos de plstico ps- consumo que sero triados para a reciclagem;
embora as pequenas partculas do plstico desapaream a olho nu, o plstico continua pre- sente na natureza; os catalisadores emprega- dos, contendo metais pesados como nquel, cobalto e mangans, e os pigmentos de tintas utilizados nos rtulos, se misturam ao solo e o contaminam, o que uma desvantagem;
no reciclvel, o que uma desvantagem em relao ao bioplstico reciclvel. VANTAGEM / DESVANTAGEM NOMENCLATURA TABELA 6 COMPARAO ENTRE PLSTICOS PRODUZIDOS COM NOVAS TECNOLOGIAS. Fonte: CPLA/SMA, 2009 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 95 13/3/2013 21:53:11 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 96 4.4. Papis Histrico e Caracterizao O papel foi fabricado pela primeira vez na China, em 105, por TsAiLun. Sua fabricao foi feita por desintegrao de bras de diversos materiais. Hoje, o papel fabricado a partir da extrao da celulose de rvores e, at mesmo, a partir de aparas, por meio do processo de reciclagem. (Para- n, 2006) A celulose pode ser obtida a partir de qualquer material broso, porm somente algumas espcies de rvores tm a qualidade e a pureza adequadas. No Brasil, as espcies apropriadas para a produo do papel so eucalipto, pinho e gmelina. A indstria de papel e celulose tem grande importncia no Brasil, sendo responsvel por, aproximadamente, 1% do PIB do pas. A primeira fbrica de papel foi instalada no pas em 1852; porm, somente em 1956, ocorreram investimentos governamentais signicativos para o setor. Em 1968, com o investimento de uma empresa norueguesa no Rio Grande do Sul, iniciou-se a descoberta da potencialidade da estrutura brasileira na produo de papel. Na dcada de 70, houve o crescimento do setor no Brasil, com o incentivo do governo produo de papel para a exportao. No entanto, a produo que se consolidara nos anos 80 teve uma queda nos anos 90, provocada pela crise nacional dos Planos Collor I e II. Somente em ns do sculo XX e incio do XXI, houve um restabelecimento do setor no Brasil. De acordo com os dados da BRACELPA (2011), a produo de celulose, em 2010, foi de 14.164.339 toneladas, o que signicou um aumento de 6,4% em relao a 2009. J, o consumo cresceu em torno de 1,5% no mesmo per- odo. A produo de papel foi de 9.843.747 toneladas, em 2010, com aumento de 4,4% em relao a 2009. Produo de Papis Os impactos da produo do papel so maiores que os de sua disposio ps-consumo. Como o papel biodegradvel, a maior preocupao est na 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 96 13/3/2013 21:53:11 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 97 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC derrubada de rvores e plantio de monoculturas para sua produo e nos resduos gerados durante seu processo de fabricao. A diminuio da biodi- versidade uma das causas de aumento da probabilidade de desequilbrios ecossistmicos. Desta forma, incentivos para a reciclagem abrangem no s aspectos econmicos como, tambm, de sustentabilidade. A produo brasileira de papel, em 2010, por tipo, est na Tabela 7. De um modo geral, o aumento do consumo de papel contribuiu para um incremento do uso de aparas na reciclagem. As cidades de So Paulo e Santa Catarina concentram boa parte (cerca de 80%) do consumo de aparas no Brasil. Reciclagem de Papis A reciclagem fundamental na busca pela sustentabilidade. Uma tonela- da de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 rvores provenientes de reores- tamentos e o uso de aparas para a reciclagem leva economia de insumos, em especial da gua utilizada nos processos de produo a partir da celulose. O setor de papis vem apresentando um aumento signicativo no uso de reciclados; e, em 2010, a taxa de recuperao volume de papel reciclado sobre o total de papel que entrou no mercado brasileiro - foi de, aproximada- TABELA 7 PRODUO BRASILEIRA DE PAPIS POR TIPO EM 2010. Fonte: Adaptada de BRACELPA, 2011 por CPLA/SMA, 2012. 4.862 2.704 124 905 786 463 PRODUO (1000 TONELADAS) TIPO DE PAPEL Embalagem Imprimir e Escrever Imprensa Fins sanitrios Papel carto Outros 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 97 13/3/2013 21:53:11 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 98 mente, 44%, e este percentual tem se mantido estvel nos ltimos dez anos, conforme gura abaixo. Estima-se que na fabricao de, aproximadamente, 1 tonelada de papis corrugados, so necessrias cerca de 2 toneladas de madeira (o equivalente a 15 rvores), 44 a 100 mil litros de gua e de 5 a 7,6 mil KW de energia. A produo desta mesma quantidade de papel gera, ainda, 18 Kg de poluentes orgnicos descartados nos euentes e 88 Kg de resduos slidos. Os poluentes so compostos por bras, breu (material insolvel) e celulose (de difcil degra- dao). J, no processo de reciclagem, o volume de gua utilizado cai para 2 mil litros e o consumo de energia cai para 2,5 mil kW. Reciclar o papel, ao invs de fabric-lo a partir da celulose, pode levar a uma reduo de consumo de energia, emisso de poluentes e do uso da gua, alm de reduo da per- centagem de papel descartado como resduo slido. FIGURA 34 - TAXA DE RECUPERAO DE APARAS POR ANO. Fonte: Adaptado de BRACELPA, 2011 - por CPLA/SMA, 2012. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 98 13/3/2013 21:53:11 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 99 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Para que o papel seja passvel de reciclagem com qualidade, ele no pode estar contaminado com materiais tais como ceras, plsticos, man- chas de leo e tintura, terra, pedaos de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros, etc., que podem dicultar o processo de reciclagem. Por isso, adota- -se uma subdiviso indicativa para papel reciclvel e papel no reciclvel. (Tabela 8) FIGURA 35 - PROCESSO DE RECICLAGEM DO PAPEL Fonte: Adaptado de Ambiente Brasil, 2008 PAPEL LIXO SEPARAO (Aparas) Misturado com gua Batimento para separao das bras Limpeza e Separao das bras (peneiras) Alvejamento/ Remoo de Tinta Pasta de Celulose com Fibras Secundrias Renamento Adio ou no de Fibras Virgens Produtos Qumicos/ Alvejantes / Tintas Artefatos de polpa moldada: bandeja de ovos, frutas, etc O processo de reciclagem depende do tipo de apara/ papel ps-consumo a ser processado e do tipo de papel a ser fabricado. A Figura 35 ilustra, de forma geral, o processo de reciclagem de papel. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 99 13/3/2013 21:53:11 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 100 A reciclagem do papel, alm dos fatores econmicos que propicia, contri- bui para a preservao dos recursos naturais (matria-prima, energia e gua), reduo da poluio e dos resduos slidos urbanos gerados. Apesar de pro- porcionar todos estes benefcios, a indstria da reciclagem tambm consome energia e polui. Portanto, fundamental o uso racional do papel e o consumo sustentvel. Em paralelo, imprescindvel a estruturao da coleta seletiva e da logstica reversa, e o desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem. 4.5 Lmpadas Caracterizao Existem vrios tipos de lmpadas, com vrias tecnologias de iluminao, tonalidade, tamanho e poder luminoso. A lmpada, inicialmente desenvolvida por Thomas Edson, em 1879, hoje conhecida como incandescente. Esta pode conter ou no halognio em seu lamento (o lamento encerrado em um tubo NO PODE SER RECICLADO PODE SER RECICLADO Papis sanitrios Papis plasticados Papis metalizados Papis paranados Copos descartveis de papel Papel carbono Fotograas Fitas adesivas Etiquetas adesivas Papel vegetal Caixas de papelo Jornal Revistas Impressos em geral Fotocpias Rascunhos Envelopes Papis timbrados Cartes Papel de fax TABELA 8 CLASSIFICAO INDICATIVA PARA RECICLAGEM DE PAPIS. Fonte: Adaptado de MEIRA, 2002 - por CPLA/SMA, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 100 13/3/2013 21:53:11 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 101 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC de quartzo contendo substncias halgenas, como o bromo, o iodo e outras). Este tipo de lmpada pouco eciente em termos energticos, por dissipar mui- ta energia na forma de calor, devido ao seu espectro de radiao o espectro da lmpada incandescente no se restringe faixa de luz visvel, e dissipa energia de modo desnecessrio no infravermelho (faixa que libera calor). O incremento tecnolgico voltado busca de lmpadas mais ecientes, com menor dissipao de energia, levou ao desenvolvimento das lmpadas de descarga uorescente, que utilizam mercrio lquido com um gs para condu- o de corrente eltrica. Estas lmpadas podem ser: Fluorescentes; A vapor de mercrio; A vapor de sdio; A vapor metlicas; De induo magntica; e Mistas (entre incandescente e de vapor de mercrio). As lmpadas de descarga uorescente utilizam a energia necessria para excitar os tomos de mercrio, que ao retornarem a seu estado fundamental emitem ftons na faixa do ultravioleta. Esses ftons so absorvidos pelos sais de or (clorouorfosfatos); que, por sua vez, liberam gradativamente a lumi- nosidade na faixa do visvel. Foram desenvolvidas, ainda, as lmpadas LED (Light Emitting Diode), lm- padas formadas por diodos. Neste tipo de lmpada, h cristais semicondu- tores (geralmente silcio ou germnio) dopados por diferentes gases em sua formao. A dopagem consiste em introduzir elementos que deixam o cristal semicondutor com carga positiva ou negativa. No caso do LED, o cristal dopado de forma a car de um lado com carga positiva e do outro com carga negativa, sendo que entre esses dois extremos deve haver um material isolante que impea a miscigenao dos eltrons entre os dois extremos. O LED muito eciente, pois emite radiao numa faixa estreita do espectro eletromagntico, sendo quase monocro- mtico. possvel fabricar LEDs que emitem em diferentes cores da faixa 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 101 13/3/2013 21:53:11 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 102 do visvel, as cores iro depender da composio qumica do material se- micondutor. Os LEDs mais comuns so feitos por ligas de glio, arsnio e alumnio; alterando a proporo de glio e alumnio possvel fabricar LEDs que emitem em vrias cores do visvel. Ecincia Energtica As lmpadas incandescentes emitem cerca de 15 lumens por Watt, con- tra 60 a 90 lumens por Watt emitidos pelas uorescentes; alm disso, as in- candescentes consomem 95% de energia na produo de calor, enquanto as uorescentes quase no emitem calor. Existe, portanto, uma superioridade em ecincia energtica proporcionada por lmpadas uorescentes em relao FIGURA 36 - LMPADA INCANDESCENTE. Fonte: SMA, 2010. FIGURA 37 - LMPADA HALGENA. Fonte: SMA, 2010. FIGURA 38 - LMPADA FLUORESCENTE. Fonte: SMA, 2010. FIGURA 39 - LMPADA DE VAPOR DE MERCRIO. Fonte: SMA, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 102 13/3/2013 21:53:11 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 103 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC s incandescentes. As lmpadas uorescentes tm ecincia luminosa 3 a 6 vezes maior e possuem vida til 4 a 15 vezes mais longa que as lmpadas incandescentes. Lmpadas incandescentes custam cerca de R$ 2,00, e duram cerca de 1.000 a 6.000 horas. Apesar das lmpadas uorescentes custarem at dez vezes mais que as incandescentes, elas duram cerca de 7.500 a 12.000 horas. Desta forma, o uso das lmpadas uorescentes signica uma economia de, aproximadamente, R$ 4,00 no primeiro ano, passando para uma economia de R$ 10,00 por ano, nos cinco anos seguintes. Segundo estudos de empresas do ramo de iluminao, um consumidor chega a economizar cerca de 80% com uma lmpada uorescente em relao ao que gastaria com uma incandescente. Para uma casa com 10 lmpadas, considerando um perodo de 1 ano, a lmpada incandescente de 100 W con- some 1.012,6 kWh, enquanto que a uorescente de 20 W consome 202,5 kWh. Neste caso, o valor gasto seria de R$ 423,62 com a incandescente e de R$ 128,88 com a uorescente, o que gera uma economia, no caso do uso da lmpada uorescente, de R$ 294,74, ou seja, de 70%. Em trs anos, o valor poupado sobe para R$ 958,94, com economia de quase 80% na conta de luz. As lmpadas LED, que vem sendo cada vez mais usadas na iluminao de ruas e fachadas, alcanam ecincia de at 100 lumens por Watt, e apresen- tam a vantagem de possurem vida til de 8 a 50 vezes maior que as lmpa- das uorescentes, duram at 50.000 horas, signicando baixa necessidade de manuteno. O custo destas lmpadas no mercado nacional ainda se mostra elevado, chegando a 10 vezes o das lmpadas uorescentes. Mercado de Lmpadas no Brasil No Brasil, a quantidade mdia de lmpadas em cada lar, em 1988, era de 6 unidades incandescentes e 1,3 unidades uorescentes; aps o racionamento de energia a mdia passou, em 2005, a 4 unidades incandescentes e 4 unida- des uorescentes. O mercado de lmpadas ecientes (lmpadas uorescentes dentre outras) tem crescido cerca de 30% ao ano, desde o apago de 2001, 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 103 13/3/2013 21:53:14 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 104 sendo que, de 2006 a 2007, o crescimento foi entre 20% a 25%. Hoje se consome, no Brasil, cerca de 11 milhes de lmpadas uorescentes por ano. Apesar deste crescimento, mais de 50% da iluminao residencial ainda feita com lmpadas incandescentes. A utilizao de lmpadas uorescentes vem acompanhada de um gran- de volume de importaes. Hoje, mais de 95% das lmpadas uorescentes comercializadas no Brasil so produzidas na China - maior produtor mundial. Vrios estudos sinalizam que a importao de lmpadas ecientes tende a aumentar, porque o Brasil no desenvolveu processo de produo vivel de lmpada uorescente. O seguimento de Iluminao Residencial e Decorativa concentra o maior nmero de empresas do setor atuantes no Brasil, em seguida tem-se o de Iluminao Comercial e Industrial. No Brasil, o setor de iluminao apresenta um predomnio de Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Levantamento realizado pela Associao Brasileira de Indstria de Ilumi- nao (ABILUX), junto a 13% das 604 empresas cadastradas, que atuam, em mdia, h 20 anos no mercado, mostrou que 58% das empresas encontram- -se na Grande So Paulo, 17% no interior do Estado de So Paulo. Os 25% restantes esto distribudos nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. A questo do Mercrio As lmpadas uorescentes atuais possuem cerca de 21 mg de mercrio, variando de acordo com o tamanho, tipo e fabricante. Segundo a National Electrical Manufacturers Association (NEMA), a quantidade de mercrio nas lmpadas vem diminuindo, desde 1985, sendo que, entre 1995 e 2000, foi reduzida em cerca de 40%. Dados fornecidos pela NEMA indicam que 0,2% da quantidade de mer- crio contida nas lmpadas, ou seja, 0,042 mg, esto sob a forma de mercrio elementar, no estado de vapor. O restante, 99,8% (20,958 mg), esto sob a forma de Hg 2+ , adsorvido sobre a camada fosforosa e o vidro. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 104 13/3/2013 21:53:14 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 105 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Anlises qumicas feitas com vrias amostras de p de fsforo de lmpa- das de diversas marcas, novas e usadas, revelaram que diversas formas inicas de mercrio (Hg 0 , Hg 1+ e Hg 2+ ) so encontradas nos resduos. O Hg 0 a forma neutra do mercrio, que colocada nas lmpadas durante sua confeco. As formas catinicas so resduos decorrentes da oxidao do mercrio em sua forma neutra. A forma mais perigosa do mercrio no ambiente Hg 2+ , pois nesta forma o mercrio pode ser metilado e formar as espcies mais txicas do metal, ou ainda formar espcies mais solveis, podendo ser lixiviado para corpos dgua. O mercrio pode causar riscos diretos sade humana, tais como efeito cumulativo no organismo (bioacumulao), danos aos rins e crebro e m for- mao fetal. Estes riscos ressaltam a importncia da reciclagem das lmpadas uorescentes ps-consumo. (ROMERO, 2006; JNIOR e WINDMLLER, 2008) Outras substncias perigosas encontradas em menor quantidade nas lmpa- das uorescentes so o chumbo (presente no vidro), o cdmio e o antimnio. Pilhas e baterias, equipamentos eltricos (lmpadas de mercrio entre outros), e termmetros so responsveis por mais de 90% do mercrio encon- trado nos resduos slidos urbanos nos Estados Unidos. Reciclagem de Lmpadas Hoje, cerca de 100 milhes de lmpadas uorescentes, que contm, no mnimo, uma tonelada de mercrio, so consumidas por ano no Brasil. Do FIGURA 38 - LMPADA FLUORESCENTE. Fonte: SMA, 2010. FIGURA 39 - LMPADA DE VAPOR DE MERCRIO. Fonte: SMA, 2010. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 105 13/3/2013 21:53:14 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 106 total de lmpadas uorescentes consumidas, 94% so descartadas em aterros de resduos slidos domiciliares, gerando grandes riscos de contaminao do ambiente, principalmente durante o manuseio e na quebra das lmpadas, por causa do mercrio. No caso das lmpadas incandescentes, estas no so recicladas no Brasil, uma vez que nenhum de seus constituintes apresenta valor comercial que justique a separao para sua recuperao. Por outro lado, seu descarte no representa um risco ambiental como no caso das lmpadas uorescentes. De uma forma geral, as tecnologias de tratamento das lmpadas uores- centes visando reciclagem de seus componentes so: Moagem simples neste processo, quebra-se a lmpada e um siste- ma de exausto capta o mercrio; esta tecnologia no separa os outros componentes. Entre os sistemas utilizados, o mais comum conhecido mundialmente como bulb eater, formado por um moinho de lmpadas que encaixado sobre um tambor metlico, com um sistema de exausto, que capta o vapor de mercrio. O vapor passa por dois ltros: um de tecido e um de carvo ativado, com 15% de enxofre amarelo em peso. O mercrio que evapora retido na forma de sulfeto de mercrio (insolvel). A popularidade deste sistema devida praticidade (pequeno, de fcil mobilidade e mais barato que outras tecnologias). O sistema pode estar adaptado a um leito vibratrio seguido de uma peneira, para separao dos outros materiais. Um dos aspectos negativos dessa tecnologia que ela no retira o mercrio impregnado nas partes internas dos vidros; Moagem com tratamento trmico - o processo em operao mais usual em vrias partes do mundo. Duas so as fases bsicas: a de esma- gamento e a de destilao do mercrio. No esmagamento, temos a se- parao dos componentes em cinco classes: terminais de alumnio, pinos de lato/ componentes ferro-metlicos, vidro, poeira fosforosa rica em mercrio e isolamento baqueltico. No incio da moagem, h separao de poeira de fsforo contendo mercrio, aps as lmpadas serem quebra- das. Aps o esmagamento, as partculas restantes passam por separao 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 106 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 107 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC centrfuga e por pulso reverso - a poeira retirada deste ltro e transfe- rida para uma unidade de destilao para a recuperao do mercrio. O vidro e os outros componentes so limpos, testados para contaminao por mercrio e enviados para a reciclagem. A poeira encaminhada para a retortagem, onde o mercrio aquecido at sua vaporizao (fase de recuperao do mercrio contido na poeira de fsforo). Esse material va- porizado condensado e coletado por decantadores especiais e depois, com um tratamento adicional (por exemplo, borbulhamento em cido n- trico), o material puricado. Esse processo foi desenvolvido na dcada de 70, pela Mercury Recovery Technology - MRT da Sucia. Apesar de ser considerada uma excelente alternativa, a tecnologia ainda cara, devido pequena escala de produo; Moagem com tratamento qumico - pode ser dividida, tambm, em duas fases: esmagamento e conteno do mercrio. O esmagamento feito com a lavagem do vidro; a quebra da lmpada ocorre sob a gua, para que o mercrio seja retido e logo aps so separadas as partes com vidro e metal, para que estas sejam levadas para a reciclagem. O lquido de lavagem decantado ou ltrado para remoo do p de fsforo. O lquido contendo mercrio tratado quimicamente com sul- fetos, sulfatos ou sultos de sdio, de forma que o mercrio forme um precipitado de HgS (insolvel). O precipitado ltrado e a gua pode ser reutilizada no processo. O precipitado passa, ento, por um processo de destilao onde o mercrio retirado para reciclagem. Como neste processo h a utilizao de gua, importante que esta seja constante- mente reciclada; Tratamento por sopro - processo criado especialmente para lmpadas em formato tubular - a integridade do tubo de vidro mantida. O proce- dimento inicial a quebra dos soquetes (contendo alumnio) das extremi- dades, por um sistema de aquecimento e resfriamento. Com a retirada dos soquetes, o tubo de vidro recebe um sopro de ar em seu interior e o p de fsforo com mercrio retirado, passando por um sistema de ciclones e 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 107 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 108 ltro com carvo ativado, que retira o fsforo contido na mistura. Apesar de no fazer a remoo de todo o mercrio da lmpada, este sistema evita que o mercrio gasoso escape para o ambiente. O Centro Incubador de Empresas Tecnolgicas (CIETEC) da USP desenvolveu um tipo de tra- tamento por sopro, que utiliza um sistema a vcuo de alta temperatura. O equipamento separa o mercrio de outros materiais (como cobre p fosfrico, alumnio e vidro). O equipamento permite, tambm, que, com a extrao do mercrio, este seja reutilizado, bem como que os outros materiais sejam reutilizados ou levados s indstrias que os reciclam, sem risco de contaminao por mercrio; e Processo de solidicao Primeiro h o esmagamento (a lmpada quebrada por via seca ou mida) e os materiais resultantes so encapsu- lados em concreto ou materiais ligantes e enviados a aterros. H, ainda, estudos que dividem estes processos de tratamento em: trata- mento trmico (equivale ao de moagem com tratamento trmico), lixiviao cida (equivale ao de moagem com tratamento qumico), estabilizao (equi- vale ao processo de solidicao) e incinerao; sendo que apenas os dois primeiros processos de tratamento permitem a recuperao do mercrio, logo so os mais recomendados. Legislao Um dos principais problemas relativos s lmpadas a disposio inade- quada dos resduos slidos, provenientes, sobretudo, das residncias. A dispo- sio por grandes geradores industriais ou comerciais j regulamentada por lei, sendo que normas e sistemas de certicaes existentes so os maiores responsveis pela adoo de formas de disposio adequada. Os principais documentos legais sobre lmpadas uorescentes esto listados em Legislao e Normas Tcnicas. Como citado anteriormente, no mbito federal e estadual este tipo de produto se enquadra na logstica reversa e responsabilidade ps-consumo, respectivamente. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 108 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 109 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC A Norma NBR 10.004 da ABNT foi publicada em 1987 e revisada em 2004. Nesta nova verso, os resduos so classicados em trs tipos: Classe I (perigosos), Classe II-A (no inertes) e Classe II-B (inertes). A Norma especica que as lmpadas com vapor de mercrio, aps o uso, so classicadas como resduo perigoso Classe I. A Norma NBR 10.005 da ABNT, de 1987, dene o teste de lixiviao como sendo aquele em que simula em laboratrio as condies mais inadequadas possveis nos processos de deposio (quando os resduos das lmpadas so misturados com outros) e verica o quanto de mercrio extrado do resduo nessas condies. A fase lquida constituir o lixiviado que analisado. No Estado de So Paulo, h a Lei n 10.888, de 2001, que dispe sobre a necessidade do descarte adequado de produtos potencialmente perigosos que contenham metais pesados, dentre outros; e o Decreto n 45.643, de 26 de janeiro de 2001, que dispe sobre a obrigatoriedade da aquisio pela Administrao Pblica Estadual de lmpadas de maior ecincia energtica e com o menor teor de mercrio possvel, alm de tratar de assuntos correlatos. Muitas leis municipais dispem sobre a necessidade de se implantar o descarte correto de resduos focando, principalmente, em coleta seletiva. No caso do municpio de So Paulo, a Lei Municipal n 12.653, de 1998, xa normas que estabelecem a maneira correta de descarte de lmpadas uores- centes e d outras providncias. Apesar de constatada a maior ecincia energtica das lmpadas uo- rescentes em relao s incandescentes, o volume de resduos perigosos ge- rados pelas uorescentes representa uma grave ameaa ao meio ambiente e sade do ser humano, uma vez que o mercrio um metal altamente txico ao organismo. Argumentos a favor do uso de lmpadas uorescentes dizem respeito ao menor consumo de energia e ao menor volume de resduos gera- dos; porm, estes argumentos s podem ser considerados se o uso em larga escala for implementado em regies onde h esforos de conscientizao que objetivem a destinao adequada dos resduos, que inclui o envio destes para sistemas adequados de tratamento. Cabe por m ressaltar o surgimento das 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 109 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 110 lmpadas de LED, que apresentam maior ecincia energtica sem apresentar riscos associados ao mercrio. Para que o uso dos diversos tipos de lmpadas seja feito sem que se ge- rem maiores riscos ao meio ambiente e sade do ser humano, necessrio um sistema de gerenciamento de resduos eciente, bem como o aprimora- mento de tecnologias de descontaminao e reciclagem. 4.6. Eletroeletrnicos Caracterizao Os equipamentos eletroeletrnicos so os televisores, rdios, telefones celulares, eletrodomsticos portteis, todos os equipamentos de microinfor- mtica, vdeos, lmadoras, ferramentas eltricas, DVDs, lmpadas uorescen- tes, brinquedos eletrnicos e milhares de outros produtos concebidos para facilitar a vida moderna. Como estes produtos tm um tempo curto de vida, j que inovaes tecnolgicas ocorrem cada vez mais rapidamente, tambm se tornam resduos em curto espao de tempo. Resduo eletroeletrnico todo o resduo resultante da rpida obsolescncia de equipamentos eletroeletrnicos. O resduo eletroeletrnico tem muitos componentes, desde elementos qumicos simples a hidrocarbonetos complexos; os metais so os elementos qumicos mais encontrados - em muitos equipamentos este nmero chega a mais de 70 diferentes tipos de metais. Podem ser encontrados nos resduos eletroeletrnicos os plsticos e outros polmeros, os vidros e os compostos cermicos. Se houver um bom gerenciamento, essa sucata eletrnica pode ser reaproveitada. Principais Problemas Associados ao Descarte Inadequado Vrios so os problemas resultantes da destinao inadequada dos res- duos eletroeletrnicos. Quando descartados em aterros no controlados, eles podem contaminar o solo e o subsolo, bem como as guas subterrneas. Den- tre os principais problemas relacionados a tais resduos, destacam-se a con- 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 110 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 111 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC taminao do meio ambiente por resduos perigosos e o aumento do volume de material a ser gerenciado para efeito de reaproveitamento dos materiais. A Tabela 9 destaca as principais substncias perigosas dos resduos ele- troeletrnicos e os principais efeitos dessas substncias nos seres humanos. TABELA 9 - SUBSTNCIAS PERIGOSAS PRESENTES EM RESDUOS ELETROELETRNICOS E SEUS EFEITOS NOS SERES HUMANOS Fonte: Adaptado de PALLONE, 2009; FAVERA, 2008 - por CPLA/SMA, 2010 Problemas de estmago, distrbios renais e neurolgicos, alteraes genticas e no me- tabolismo. Agente cancergeno, afeta o sistema nervoso, provoca dores reumticas, distrbios meta- blicos e problemas pulmonares. Provoca vmitos, diarrias e problemas pul- monares. Anemia, dores abdominais, vmito, sebor- ria, impotncia, tremor nas mos e pertur- baes emocionais. Acumula-se no organismo e provoca asxia. Irritabilidade, tremores musculares, lentido de raciocnio, alucinao, insnia e hiperati- vidade. Causa doenas de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar cncer no pulmo. Causa cncer no pulmo. Causam desordens hormonais, nervosas e reprodutivas. Se queimado e inalado pode causar proble- mas respiratrios. SUBSTNCIA Mercrio Cdmio Zinco Mangans Cloreto de Amnia Chumbo Arsnico Berlio Retardantes de Chamas (BRT) Policloreto de Vinila (PVC) EFEITOS NOS SERES HUMANOS 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 111 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 112 Os riscos sade apresentados na Tabela 9 poderiam ser minimizados se houvesse o devido reaproveitamento e reciclagem dos eletroeletrnicos descartados. Reciclagem de Resduos Eletroeletrnicos A reciclagem dos resduos eletroeletrnicos fundamental para que se evitem os problemas apresentados. A maior dificuldade na reciclagem est na separao dos materiais que constituem este tipo de resduo; pois, alm de demandar processos especficos, os custos econmicos podem inviabiliz-la. Para que um produto seja efetivamente reciclado na sociedade atual, necessrio que o processo de reciclagem proporcione retorno econmico. A reciclagem de produtos como os e cabos eltricos de cobre, placas de circuito impresso (PCIs) e outros componentes que possuem cobre, ouro e platina, dentre outros metais que tm alto valor comercial, so mais viveis economi- camente. Muitas vezes, a viabilidade tambm est associada aos processos de separao adotados. O incio da reciclagem se d na separao dos diversos componentes. Os processos de separao podem ser mecnicos ou eletroqumicos. Os processos mecnicos servem para separar os metais das fraes plsticas, das fraes cermicas e do vidro. J, os processos eletroqumicos separam os diferentes metais que se encontram misturados. Aps a separao ocorre o benecia- mento dos materiais. As PCIs so componentes muito utilizadas em microcomputadores, TVs, vdeocassetes, etc. Estas placas possuem 49% de materiais cermicos, vidros e xidos; 19% de plsticos; 4% de bromo e 28% de metais. (VEIT, 2008) A reciclagem desse material pode ser realizada nas seguintes etapas: Cominuio em moinhos de facas: triturao do material at que se atinja fraes granulomtricas inferiores a 1 mm. Os grnulos so segre- gados em fraes de diferentes tamanhos para que se facilite o processo de separao magntica; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 112 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 113 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Separao Magntica: cada frao cominuda separada magne- ticamente em um separador magntico de esteira por via seca (campo magntico de, aproximadamente, 6000 a 6500 Gauss). Desta etapa saem fraes magnticas e no magnticas. A frao no magntica , ento, enviada a um separador eletrosttico, que separa materiais condutores dos no condutores; Separao Eletrosttica: por meio de eletrodos ionizantes, o separa- dor eletrosttico divide a frao no magntica em materiais condutores e no condutores; Eletro-obteno: neste processo de beneficiamento dos materiais no magnticos condutores, so utilizadas solues com substncias qumicas (como gua rgia e cido sulfrico), que possibilitam a ob- teno do cobre, estanho e chumbo separadamente. (VEIT e BERNAR- DES, 2006) Outros componentes muito utilizados em equipamentos eletroeletrnicos so os os e cabos. Os processos de reciclagem de os e cabos eltricos so: Moagem: os os e cabos so modos para serem enviados separao granulomtrica; Separao Granulomtrica: o material modo separado em peneiras com diferentes aberturas, que so agitadas mecanicamente; Separao Manual: com uma pina, as fraes obtidas nas diferentes peneiras so separadas manualmente em: metal, polmero e metal mais polmero; Separao em Meio Denso: utiliza-se uma soluo (de cloreto de cl- cio, por exemplo) que ir separar os materiais com diferentes densidades (PVC e os de cobre) por decantao; Separao Eletrosttica: similar separao eletrosttica no caso das PCIs, ou seja, o material separado em condutor, no condutor e intermedirio; Atrio: processo que permite maior liberao do material que ainda est agregado em fraes granulomtricas, por meio do atrito; 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 113 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 114 Bateamento: uma bateia com o material que sai da atrio emersa pela metade em uma bacia e, vagarosamente, em movimentos circulares, vai se separando o PVC, que cai na bacia com gua, do cobre que conti- nua na bateia; Elutriao: processo que termina de separar o cobre do PVC, por meio de uma corrente de gua que passa em um elutriador de vidro; o cobre desce e o PVC sobe seguindo a corrente de gua para um recipiente onde coletado (ARAJO et al., 2008). Incentivos Reutilizao e Reciclagem Um dos principais problemas no descarte de resduos eletroeletrnicos diz respeito importao desses resduos por pases de terceiro mundo. Muitos resduos vm dos pases desenvolvidos em navios, dentro de contineres, de forma clandestina e so simplesmente descartados sem nenhuma forma de tratamento. A Basel Action Network (BAN), uma ONG ambientalista que scaliza a crescente indstria de reciclagem de eletroeletrnicos, informou que 40 empresas aderiram ao programa para certicao de controlador eletrnico (E-Steward), no qual se comprometem a no exportar para pases mais po- bres. J, o Institute of Scrap Recycling Industries (ISRI), uma entidade que integra um grupo de empresas do setor de reciclagem, discorda desta ao. Para a entidade, o certo seria que se permitisse a exportao, mas apenas de produtos reciclveis. Um exemplo de ao governamental, visando reciclagem do resduo eletroeletrnico, foi o projeto e-lixo maps, resultado da parceria entre a SMA e o Instituto Srgio Motta, que se constitui por uma pgina na internet (www.e-lixo.org), que indica a localizao de postos de recebimento de lixo eletrnico mais prximo da pessoa interessada em fazer o descarte. A ideia para este projeto surgiu aps a realizao, por parte da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da campanha Mutiro do Lixo Eletrnico Recicle. No des- carte essa ideia. A ao, que aconteceu no dia 30 de outubro de 2008, teve 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 114 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 115 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC como objetivo arrecadar pilhas, baterias, celulares e carregadores em centenas de pontos de coleta espalhados pela Capital e em 372 municpios. Os principais fatores que incentivam a reciclagem e a reutilizao de ele- troeletrnicos so: A economia que as empresas alcanam ao reciclar e reutilizar os resdu- os na confeco de seus produtos; A boa imagem que as empresas que reciclam seu material passam aos consumidores por demonstrarem preocupao com o meio ambiente e com a sade humana; e As legislaes impostas por alguns pases ou blocos econmicos. Desde agosto de 2006, a ONG ambientalista Greenpeace divulga a cada quatro meses o Guia de Eletrnicos Verdes, um guia que mostra em um ranking, quais os principais fabricantes que se preocupam com a susten- tabilidade do sistema. Dentre os problemas observados constam o reco- lhimento de aparelhos descartados (baterias de celulares, por exemplo), menor uso de substncias txicas na produo e substituio de materiais por outros menos txicos ou poluentes. 4.7. Pilhas e Baterias Com composies extremamente variadas e largamente utilizadas no dia a dia - nas residncias, comrcios e indstrias - as pilhas e baterias se torna- ram um resduo abundante na sociedade atual. Uma pilha um dispositivo que gera eletricidade a partir da transforma- o da energia qumica. Existem dois tipos bsicos de pilhas: primrias (no recarregveis) e secundrias (recarregveis). Uma bateria uma associao de pilhas agrupadas em um nico cont- iner. Quando a tenso fornecida por uma pilha insuciente para o funcio- namento de um equipamento, duas ou mais pilhas so associadas formando uma bateria, com a nalidade de gerar a tenso necessria. Assim, por exem- plo, uma lanterna de 3 V utiliza duas pilhas de 1,5 V. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 115 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 116 As pilhas e baterias podem ser diferenciadas umas das outras quanto s reaes qumicas que geram energia, ou seja, quanto aos seus compo- nentes qumicos. Assim, embora algumas sejam denominadas de forma especial, todas elas podem ser classificadas nos tipos descritos a seguir. Tipos de Pilhas e Baterias: a) Primrias Dentre as inmeras pilhas e baterias primrias comercializadas, as que se destacam no mercado nacional so as secas do tipo zinco-carbono. So produzidas em dimenses padronizadas internacionalmente nas formas cilndricas, tipo boto e tipo moeda. A preferncia pela forma cilndrica ocorre pela maior facilidade de produo quando comparada com as de- mais formas. So amplamente utilizadas em lanternas, rdios e relgios. O termo seca utilizado neste caso, pois o eletrlito est em estado pastoso, e no lquido. As pilhas secas cilndricas contm em sua composio zinco (Zn), gra- fite (carbono) e dixido de mangans (MnO 2 ); alm destas substncias, contm, tambm, mercrio (Hg), chumbo (Pb) e cdmio (Cd), usados para revestir o eletrodo de zinco e, assim, reduzir a corroso, aumentando o desempenho. Exemplos de algumas pilhas primrias so: zinco / dixido de mangans (Leclanch); zinco / cloreto (Heavy Duty); zinco / dixido de mangans (alcalina); e zinco / xido de prata, dentre outras. As pilhas e baterias primrias no podem ser recarregadas, pois a reao qumica acaba por destruir um dos eletrodos, normalmente o negativo (anodo). Zinco / Dixido de Mangans (Leclanch) Inventada pelo qumico francs George Leclanch, em 1860, a pilha de zinco / dixido de mangans a mais comum das baterias primrias, tem formato cilndrico, de diversos tamanhos. O eletrlito pastoso, for- mado pela mistura de cloreto de amnio e cloreto de zinco. O anodo de 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 116 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 117 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC zinco metlico, usado na forma de chapa para confeco da caixa externa da pilha. O catodo um basto de grafite, geralmente cilndrico, rodeado por uma mistura em p de dixido de mangans e grafite. (Figura 40) Contm, em mdia, 0,01% de Hg, sob a forma de HgCl 2 , que reage com a superfcie interna do invlucro de Zn e, tambm, 0,01% de Cd (em massa), alm de MnO 2 , NH 4 Cl e ZnCl 2 , que tm propriedades cidas. Zinco / Cloreto (Heavy Duty, ou de Alto Desempenho) Produzidas geralmente em formato cilndrico e em diversos tamanhos, so similares s de zinco / dixido de mangans na construo, mas sua durabilidade 40% superior - so mais resistentes a vazamentos e supor- tam maiores variaes de temperatura. Contm, em mdia, 0,01% de Hg e 0,01% de Cd em massa. Zinco / Dixido de Mangans (Alcalina) uma concepo modificada da pilha Leclanch, sendo geralmente produzida nos mesmos formatos. Possui alto desempenho (uma nica pi- lha alcalina chega a durar 3,5 vezes mais tempo que as pilhas comuns) e maior resistncia a altas temperaturas; contudo, seu custo mais elevado. Estruturalmente os eletrodos so os mesmos que aqueles da pilha Le- clanch, porm o eletrlito uma soluo aquosa de hidrxido de potssio concentrado e xido de zinco em menor quantidade, o pH desta soluo prximo a 14, da a denominao alcalina para esta pilha. O recipiente externo confeccionado em chapa de ao niquelado, para oferecer maior segurana contra vazamentos do eletrlito e garantir melhor vedao. (Figura 41) Dependendo dos padres estabelecidos por cada pas, as pilhas al- calinas podem conter de 0,5 a 1% em massa de Hg amalgamado com o Zn em p. Contudo, h pases em que as pilhas alcalinas contm apenas 0,025% de Hg metlico. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 117 13/3/2013 21:53:16 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 118 FIGURA 40- PILHA DE ZINCO / DIXIDO DE MANGANS (LECLANCH). Fonte: Flvio M. Vichi, IQ / USP. FIGURA 41- PILHA DE ZINCO / DIXIDO DE MANGANS (ALCALINA) Fonte: Flvio M. Vichi, IQ / USP. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 118 13/3/2013 21:53:16 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 119 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Zinco / xido de Prata As pilhas de xido de prata so, na maioria dos casos, utilizadas em equipamentos de emergncia. So produzidas, principalmente, na forma de boto, portanto so leves, pequenas e possuem alto desempenho. Sua produo em tamanhos maiores s ocorre por encomenda, em situaes em que seu alto desempenho mais importante que o custo elevado, j que o custo da prata torna proibitiva sua comercializao em larga escala. O catodo de xido de prata, o anodo de zinco, e o eletrlito uma soluo de hidrxido de sdio ou potssio. Possui cerca de 1% (em massa) de Hg. b) Secundrias Uma pilha ou bateria considerada secundria (recarregvel) quando capaz de suportar 300 ciclos completos de carga e descarga, com 80% da sua capacidade. Diferentemente das baterias primrias, as baterias se- cundrias so usadas, principalmente, em aplicaes que requerem alta potncia (maiores correntes eltricas num menor tempo) como, por exem- plo, aparelhos sem fio, notebooks, telefones celulares e outros produtos eletrnicos. As pilhas/baterias secundrias que dominam o mercado nacional so: chumbo- cido (Pb-cido), niquel-cdmio (Ni-Cd), nquel-hidreto metlico (Ni-MH) e ons ltio (Li-on). Um cuidado que devemos ter ao descrever as pilhas secundrias quanto denominao dos terminais positivo (ca- todo) e negativo (anodo), j estes se invertem durante a recarga. Neste texto, os termos anodo e catodo se referem sempre ao processo de des- carga, ou seja, quando a pilha gera energia til. A seguir, esto descritos os princpios de funcionamento de algumas pilhas/baterias secundrias comumente encontradas no mercado nacional. (tabela 10) 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 119 13/3/2013 21:53:17 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 120 Chumbo-cido (Pb-cido) As pilhas / baterias chumbo-cido so muito utilizadas, tendo como prin- cipal vantagem em relao s demais o baixo custo. Os principais tipos de pilhas / baterias chumbo -cido so: Automotivas - usadas em veculos em geral, para alimentar os sistemas de partida, iluminao e ignio; Industriais - usadas para tracionar motores de veculos eltricos e em servios que no podem ter o fornecimento de energia eltrica interrom- pido (companhias telefnicas, hospitais, etc.); Seladas - de menor tamanho, usadas para alimentar no-breaks, compu- tadores, luzes de emergncia, etc. Uma pilha / bateria chumbo-cido composta por anodo e catodo de chumbo esponjoso; o eletrlito composto por 35 % de cido sulfrico e 65 % de gua destilada, o continer geralmente de plstico (polipropileno e/ou polietileno), tendo formato cilndrico ou tetragonal. (Figura 42) CARACTERSTICAS Densidade de energia (Wh/Kg) Ciclo de Vida* Tolerncia sobrecarga Tempo de carga rpida Uso comercial desde 40 - 60 1500 moderada 1 hora 1950 Ni-Cd 60 - 80 500 baixa 2 - 4 horas 1990 Ni-MH 100 500 - 1000 muito baixa 8 - 15 horas 1991 ONS LTIO TABELA 10 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE BATERIAS RECARREGVEIS PORTTEIS Fonte: Adaptado de Tenrio e Espinosa (2009) - por CPLA/SMA, 2010 * Quantidade de ciclos de carga/descarga para a capacidade da bateria decair de 100% a 80 %. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 120 13/3/2013 21:53:17 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 121 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Nquel-cdmio (Ni-Cd) As baterias de nquel-cdmio apresentam uma tecnologia muito difun- dida de baterias recarregveis portteis. So econmicas, tm excelentes caractersticas tcnicas e longa vida til, funcionando mesmo em condies extremas de temperatura. Fabricadas nos formatos de boto e cilndrico, so amplamente utilizadas em equipamentos mdicos de emergncia, notebooks, telefones celulares, produtos eletrnicos sem o e outros. Representam cerca de 70% do mercado das baterias recarregveis. As baterias de nquel-cdmio tm um eletrodo de cdmio (anodo) e outro de xido-hidrxido de nquel NiO(OH) (catodo); o eletrlito de hidrxido de potssio e o recipiente externo, geralmente, de ao inoxidvel. FIGURA 42 BATERIA CHUMBO-CIDO (PB-CIDO) Fonte: Flvio M. Vichi, IQ / USP. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 121 13/3/2013 21:53:17 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 122 Nquel-hidreto Metlico (Ni-MH) As baterias de nquel-hidreto metlico possuem caractersticas operacio- nais muito semelhantes s de nquel-cdmio. So baterias recarregveis por- tteis, geralmente produzidas nos formatos cilndrico e prismtico. O hidreto metlico composto por uma liga metlica que tem grande capacidade de absoro de hidrognio e atua como anodo. Esta liga metlica pode ser com- posta por: vandio, titnio, nibio, cromo, estanho, antimnio, alumnio, cobal- to, zircnio, germnio, lantnio e seus compostos, entre outros. O catodo de hidrxido de nquel (Ni(OH) 2 ) e o eletrlito de hidrxido de potssio (KOH). O anodo e catodo esto na forma de lmes exveis enrolados e separados por lmes de material broso (tecido de bras fundidas de poliamida ou polipro- pileno) que retm o eletrlito. ons Ltio (Li-on) Por terem alto potencial eletroqumico e serem constitudas do mais leve dos metais (o ltio 30 vezes mais leve que o chumbo), as baterias de on ltio so baterias recarregveis portteis, que tm melhor desempenho que as baterias de nquel-cdmio - maior densidade de energia, menor tamanho e maior leveza. (Figura 43) So produzidas nos formatos cilndrico e prismtico e so largamente utilizadas em notebooks, telefones celulares, equipamentos eletrnicos por- tteis, cmeras de vdeo, etc. Estas baterias utilizam ons ltio, na forma de FIGURA 43 - EXEMPLO DE BATERIA DE LTIO ON. Fonte: Acervo SMA, 2010 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 122 13/3/2013 21:53:18 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 123 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC sais do metal, dissolvidos em solventes (carbonato de dimetila e/ou carbonato de etileno) no eletrlito. No anodo, o grate o material usado com maior frequncia, por ser capaz de intercalar reversivelmente os ons ltio entre as camadas de carbono, sem alterar, signicativamente, a estrutura. O catodo contm, geralmente, xido de cobalto e ltio LiCoO 2 . Entre o anodo e o cato- do h um separador polimrico, normalmente de polietileno ou polipropileno. O continer , em geral, de alumnio ou ao inoxidvel. Uma nota importante sobre as baterias de on ltio que este tipo de bateria uma das principais apostas da indstria automobilstica para uma nova gerao de carros, os carros eltricos ou hbridos. Reciclagem de Pilhas e Baterias O descarte das pilhas e baterias nos resduos slidos domiciliares vem sendo restringido em diversos pases. No Brasil, este descarte regulamenta- do pela Resoluo CONAMA 401, de 2008, que estabelece os limites mximos de chumbo, cdmio e mercrio para pilhas e baterias comercializadas no ter- ritrio nacional e os critrios e padres para o seu gerenciamento ambiental- mente adequado. Seu descarte e destinao ambientalmente adequados tam- bm esto contemplados na Poltica Nacional e Estadual de Resduos Slidos, por meio da logstica reversa e responsabilidade ps-consumo. Como alternativa ao descarte, h os processos de reciclagem dos metais e outros materiais presentes nas pilhas e baterias. As tecnologias para a reci- clagem de pilhas e baterias comearam a ser pesquisadas e desenvolvidas na dcada de 80. Atualmente, so trs as tecnologias aplicadas na reciclagem de pilhas e baterias: A mineralrgica, baseada em operaes de tratamento de minrios; A hidrometalrgica; e A pirometalrgica. Estes processos podem ser especcos para reciclagem de pilhas e ba- terias, ou estas podem ser recicladas juntamente com outros produtos, em processos mistos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 123 13/3/2013 21:53:19 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 124 a) Mineralrgica A reciclagem mineralrgica envolve somente processos fsicos de separa- o ou concentrao dos materiais que compem as baterias. Esta tecnologia aplicada, principalmente, para baterias industriais de grande porte, sendo os materiais posteriormente recuperados por outros processos. A reciclagem mineralrgica se inicia pela remoo do eletrlito da bateria, quando este lquido. Em seguida, realizada a desmontagem do invlucro da bateria para a remoo de plsticos e isolantes; e, quando possvel, de ele- trodos e placas. Assim, mesmo sendo limitada quanto aos resultados, esta tec- nologia pode baratear, substancialmente, o custo dos processos subsequentes. b) Hidrometalrgica A reciclagem de metais de pilhas e baterias esgotadas pela tecnologia hidrometalrgica consiste na dissoluo cida ou bsica dos metais existentes nas pilhas e baterias, previamente modas. Uma vez em soluo, os metais podem ser recuperados por: Precipitao - variando-se o pH da soluo; Extrao por solventes - aplicando-se diferentes solventes, que se ligam com ons metlicos especcos, separando-os da soluo. Posteriormente, recuperam-se os metais por eletrlise ou por precipitao. Em muitos casos, o mercrio removido previamente por aquecimento. A maior vantagem do processo hidrometalrgico est no fato deste utilizar me- nor quantidade de energia quando comparado ao processo pirometalrgico. Contudo, ele gera resduos que precisam ser tratados posteriormente. c) Pirometalrgica Esta tecnologia consiste na aplicao de altas temperaturas para a re- cuperao dos metais das pilhas e baterias. Aps passar por operaes de tratamento de minrios, onde so separados os componentes metlicos e no metlicos das pilhas e baterias, os componentes metlicos so aquecidos a temperaturas especcas (superiores a 1000C) para que ocorra a destilao de mercrio, zinco, cdmio e outros posteriormente, estes so condensados, resultando em materiais com alto grau de pureza. Os metais restantes, depen- 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 124 13/3/2013 21:53:19 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 125 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC dentes do tipo de pilha / bateria que est sendo processada, so separados de acordo com os diferentes pontos de fuso, sendo o metal fundido continu- amente drenado. A vantagem desta tecnologia em relao hidrometalrgica est no fato de no gerar resduos slidos perigosos, que necessitem de tratamento para serem dispostos. A desvantagem o alto consumo de energia, uma vez que as temperaturas do processo variam entre 800 e 1500C. Alguns processos operados comercialmente para reciclagem de pilhas e baterias so comparados na Tabela 11. TABELA 11 - PROCESSOS OPERADOS COMERCIALMENTE PARA RECICLAGEM DE PILHAS E BATERIAS Fonte: Adaptado de ESPINOSA (2009) - por CPLA/SMA, 2010 PROCESSO Sumitomo Recytec Atech Snan -Savan Sab-Nife Inmetco Waelz Pirometalrgica Pirometalrgica / Hidrometalrgica / Mineralrgica Mineralrgica Pirometalrgica Pirometalrgica Pirometalrgica Pirometalrgica TCNICA UTILIZADA No processa Baterias de Ni-Cd No processa Baterias de Ni-Cd Processa Somente Baterias de Ni-Cd Processa Somente Baterias de Ni-Cd Sem restries Processa Baterias de Ni-Cd em separado OBSERVAO Japo Sua Frana Sucia EUA PAS DE ORIGEM 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 125 13/3/2013 21:53:19 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 126 4.8. Vidros Histrico No se sabe ao certo a data exata do surgimento do vidro, mas sua re- velao atribuda aos fencios que, casualmente, o descobriram h cerca de quatro mil anos, quando faziam fogueiras na praia. O que se sabe com certeza que srios, fencios e babilnios j utilizavam o vidro desde 7.000 a.C., mas foi no Egito antigo, por volta do ano 1.500 a.C., que o uso do vidro comeou a crescer, sendo utilizado primeiramente em adornos pessoais, joias e emba- lagens para cosmticos. Por ser naquela poca a civilizao dominante, os egpcios acabaram di- fundindo o vidro e a sua tcnica de fabricao para outros povos. No Brasil, a primeira ocina foi construda no sculo XVII, em Pernambu- co, por arteses, produzindo, inicialmente, janelas, copos e frascos. Mas, a par- tir do sculo XX, as fbricas de vidro brasileiras comearam a se automatizar e processar em escala industrial o que at ento era feito de modo artesanal e individual. Caracterizao do Vidro O vidro um material obtido a partir da fuso de matrias-primas, prin- cipalmente minerais, resfriado at uma condio de rigidez, sem se cris- talizar. um material no poroso comum, que resiste a temperaturas de at 150C sem deformar, por isso pode ser reutilizado vrias vezes para a mesma nalidade. Sua composio pode variar de acordo com a sua aplicao, mas basi- camente slica, xido de clcio e xido de sdio. As composies individuais so muito variadas devido s pequenas alteraes feitas para proporcionar propriedades especcas (como ndice de refrao, cor, viscosidade, etc.). A Figura 44 mostra a composio do vidro sem cacos, ou seja, explorando apenas a matria-prima natural, e o vidro com cacos (de vidro ps-consumo), que o ambientalmente mais correto. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 126 13/3/2013 21:53:19 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 127 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Produo do Vidro A fabricao do vidro comea quando as matrias-primas so rece- bidas e estocadas em grandes silos. O material ento pesado em uma balana e transferido a um misturador automtico. Essa mistura levada ao forno, onde fundida a uma temperatura de 1500C, transformando-se em vidro. Os fornos so constitudos de trs partes, onde ocorrem a fuso, a refinao e a regenerao. A mistura enfornada na mesma velocidade em que o vidro est sendo moldado nas mquinas de fabricao, de forma que a quantida- de de vidro no forno sempre constante. As mquinas que produzem as embalagens de vidro so interligadas ao forno por um canal, que reduz a temperatura da massa de vidro para, aproximadamente, 900C, ou seja, a temperatura desejada para a formao de gota de vidro. O acrscimo de outros materiais e diferentes tcnicas de produo permitem criar tipos especficos de vidro, com caractersticas diferencia- das, adequadas a cada necessidade de aplicao. Assim, pela adio de produtos e variao nos processos de produo, se determina a forma, FIGURA 44 COMPOSIO DO VIDRO. Fonte: Abividro, 2009. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 127 13/3/2013 21:53:19 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 128 espessura, cor, transparncia, resistncia mecnica, entre muitas outras caractersticas passveis de adequao do vidro, o que torna o vidro um dos mais versteis materiais existentes. Uma das caractersticas mais interessantes do vidro a cor. Os vidros podem se apresentar desde incolores at em infinitas cores, variando ain- da de uma leve tonalidade at a total opacidade. O vidro um material que possibilita a visualizao do produto nele contido e ao mesmo tempo o protege contra radiaes que o deterioram. Dependendo dos elementos que se introduzem na composio do vidro, este filtra a luz, deixando passar alguns raios de certos comprimentos de onda e retendo outros. Por essa razo so utilizadas garrafas mbar para cerveja e verde para o vinho, uma vez que estas impedem a passagem de radiaes ultravioleta, que afetariam a qualidade dos produtos. As cores mais utilizadas e conhecidas so os vidros brancos, os mba- res e os verdes; o que os difere a composio qumica, o grau de pureza dos ingredientes que se enfornam, incluindo as matrias-primas, caco e, num grau menor, as condies em que o vidro fundido. As aplicaes de vidros mais conhecidas e utilizadas so: a) Vidros para embalagens: so aqueles utilizados em potes de alimentos, frascos e garrafas para bebidas, produtos farmacuticos, higie- ne pessoal e mltiplas aplicaes - a utilizao do vidro para embalagens uma das mais antigas e frequentes aplicaes para o vidro. Por ordem de consumo, a maior utilizao a do setor de bebidas, principalmente de cervejas, seguida pela indstria de alimentos e, logo aps, produtos no alimentcios, sobretudo farmacuticos e cosmticos; b) Vidros domsticos: so aqueles utilizados em utenslios como louas de mesa, copos, xcaras e objetos de decorao, como vasos; c) Vidros planos: so aqueles vidros fabricados em chapas, consumi- dos principalmente pela construo civil, seguida pela indstria automo- bilstica, depois na produo de espelhos e um pequeno percentual para mltiplas outras aplicaes. Alm dos vidros translcidos, outro tipo de 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 128 13/3/2013 21:53:19 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 129 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC vidro plano, chamado impresso ou fantasia, atende, em menor quantidade, tambm, o mercado da construo civil. Outros setores recentemente au- mentaram seu consumo de vidro plano, como a indstria moveleira e dos eletrodomsticos da linha branca (foges, geladeiras, micro-ondas etc.); d) Vidros especiais: so vidros com composies e caractersticas especiais, adequados a necessidades muito especficas de utilizao, como na produo de cinescpios para monitores de televiso e computadores, bulbos de lmpadas, garrafas trmicas, fibras ticas, blocos oftlmicos, blocos isoladores e at tijolos de vidro. Reciclagem do Vidro O vidro das embalagens um material totalmente reciclvel, por isso quando se fala em reciclagem, principalmente na indstria vidreira, o as- sunto sempre teve um grande destaque, e ganhou foras nos ltimos anos com os grandes investimentos feitos para promover e estimular o retorno da embalagem de vidro descartvel como matria-prima. O vidro pode ser reciclado vrias vezes, pois feito de minerais como areia, barrilha, calcrio e feldspato. Ao se agregar o caco na etapa de fuso de vidro, diminui-se a retirada de matria-prima da natureza. A Figura 46 ilustra o ciclo de produo do vidro. FIGURA 45 - ORIGEM DO VIDRO RECICLADO NO BRASIL EM 2010. Fonte: Adaptado de CEMPRE, 2012 por CPLA/SMA, 2012. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 129 13/3/2013 21:53:19 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 130 A reciclagem do vidro, alm de poupar uma boa parte dos recursos na- turais, tambm consome menor quantidade de energia e emite menos mate- rial particulado que a fabricao do vidro sem a incorporao de cacos. Vale ressaltar que, com um quilo de vidro se faz outro quilo de vidro, com perda zero. Outros aspectos a considerar ao se reciclar o vidro a menor gerao e descarte de resduos slidos urbanos, a reduo nos custos de coleta urbana e o aumento da vida til dos aterros sanitrios. A qualidade do caco de vidro muito importante para a indstria, pois o caco com impurezas ou contaminado pode danificar equipamentos FIGURA 46 - CICLO DE PRODUO DO VIDRO. Fonte: Recicla vidro, 2009. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 130 13/3/2013 21:53:20 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 131 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC (principalmente fornos) e levar produo de embalagens com defeitos. Para isso no ocorrer, necessrio que as embalagens sejam beneficiadas, ou seja, as tampas e rtulos sejam retirados e as embalagens passem por processo de lavagem para remoo do resduo. O caco de vidro laminado pode ser reciclado por um pequeno crculo de receptores, os quais processam o mesmo por moagem, removendo o fil- me plstico de PVB (polivinilbutiral), que, se for limpo de forma adequada (livre de caquinhos), tambm pode ser reciclado. O vidro aramado - composto por uma tela metlica que oferece maior resistncia perfurao e mais proteo, diminuindo o risco de ferimentos em caso de quebra - no reciclvel. No Brasil, o ndice de reciclagem de vidro, estimado em 2010, foi de 47%. A Figura abaixo apresenta a origem do vidro. Alguns dados a respeito da reciclagem do vidro e sua contribuio para a preservao do meio ambiente so: Utilizando-se 10% de cacos na produo de vidro, possvel ter um ganho energtico de 4%; Utilizando-se 10% de cacos na produo de vidro, reduz-se em 5% a emisso de CO 2 ; 1 tonelada de cacos significa a economia de 1,2 toneladas de mat- rias-primas. (ABIVIDRO, 2009) A reciclagem do vidro, apesar de ser considerada uma atividade eco- nomicamente vivel e com grande potencial de lucratividade, ainda pou- co explorada no Brasil. A conscientizao da populao por meio da Edu- cao Ambiental permitiria o reaproveitamento integral das embalagens de vidro, gerando enormes ganhos ambientais, econmicos e sociais. Ainda so necessrios investimentos, tanto pblicos como privados, no fomento ao desenvolvimento do mercado de reciclagem, na inovao e na pesquisa tecnolgica, tanto para aumentar a viabilidade tcnica e econmica das tecnologias existentes, quanto para criao de novas tec- nologias, que permitam acompanhar e antever o surgimento de novos produtos e tecnologias pelos setores produtivos. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 131 13/3/2013 21:53:20 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 132 13/3/2013 21:53:20 Consideraes Finais 5 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 133 13/3/2013 21:53:20 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 134 5. Consideraes Finais A gesto dos resduos slidos corresponde a uma preocupao consagra- da no Estado de So Paulo, reetida pela Poltica Estadual de Resduos Slidos (PERS), em consonncia com a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS). O Estado tem como objetivo, portanto, tornar a gesto dos resduos slidos em seu territrio mais eciente, por meio da atuao conjunta da Se- cretaria de Estado de Meio Ambiente e da Companhia Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB), junto aos municpios paulistas. Assim, o Estado de So Paulo, por meio do Decreto Estadual n 57.817/2012, instituiu o Projeto de Apoio Gesto Municipal de Resduos Slidos, cuja coor- denao est a cargo da Secretaria de Meio Ambiente, nos termos da Resoluo SMA n 38/2012. O referido programa tem como pblico-alvo principal munic- pios paulistas de pequeno porte (com at 100.000 habitantes). No obstante, o Estado dever apoiar a gesto de resduos tambm em municpios maiores, como o caso dos que se encontram em regies metropolitanas, especialmente por meio de aes de planejamento territorial. Em suma, a construo de parcerias entre Estado e Municpios de fun- damental importncia para o atendimento do contedo da legislao e para o cumprimento das metas estabelecidas no mbito das Polticas Nacional e Estadual de Resduos Slidos, especialmente no que diz respeito ao m da existncia dos chamados lixes, at 2014, e ao envio somente de rejeitos, e no mais de resduos, para aterros sanitrios, demonstrando a compreenso sobre o real signicado do resduo slido, ou seja, um bem de valor econ- mico, cujo tratamento adequado deve constituir um dos pilares da chamada economia verde. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 134 13/3/2013 21:53:20 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 135 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Glossrio Aerbio: organismo que tem necessidade de ar ou oxignio livre para metabolizar, desen- volver e viver. Aciaria: usina siderrgica em que se fabrica ao. Anaerbio: organismos que podem viver sem oxignio livre. Anodo: o eletrodo positivo. Apara: sobra no corte de madeira, papel ou outro material. rea degradada: rea, terreno, local, instalao, edicao ou benfeitoria que por ao humana teve as suas caractersticas ambientais deterioradas. (SO PAULO, 2006) Aterro de resduos classe A de reservao de material para usos futuros: rea tecnica- mente adequada onde sero empregadas tcnicas de destinao de resduos da construo civil classe A no solo, visando a reservao de materiais segregados, de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilizao da rea, utilizando princpios de engenharia para conn-los ao menor volume possvel, sem causar danos sade pblica e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo rgo ambiental competente. (CONAMA, 2002) Aterro sanitrio: local utilizado para disposio nal de rejeitos, onde so aplicados critrios de engenharia e normas operacionais especiais para connar esses resduos com segurana, do ponto de vista do controle da poluio ambiental e proteo sade pblica. (SO PAULO, 2006) Barrilha: carbonato de sdio impuro que ser usado para fabricar vidro. Bateia: recipiente afunilado de madeira em que se lavam areias que contenham ouro ou cascalho com diamante. Biodegradvel: substncia que se decompe pela ao de seres vivos. Biodiversidade: representa a riqueza e variedade (gentica, espcies, populaes, comunidades, ecossistemas, biomas, etc.) de espcies de vida no mundo natural e funes ecolgicas desempe- nhadas pelos organismos nos ecossistemas. Biogs: um dos produtos da decomposio anaerbia da matria orgnica, que se d pela ao de determinadas espcies de bactrias, resultando em metano (CH 4 ) e dixido de carbono (CO 2 ) principalmente. Catodo: o eletrodo negativo. Celulose: polissacardeo que se forma pela unio de milhares de molculas de celobiose que compe a estrutura primria de plantas, e que no pode ser digerido pelo homem. Este composto extrado da madeira para fabricar papel, por exemplo. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 135 13/3/2013 21:53:20 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 136 Glossrio Chorume: resduo lquido, altamente poluidor, originrio da decomposio da matria orgnica sob o solo e da inltrao da gua de chuva. Ciclo de vida do produto: srie de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obteno de matrias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposio nal. (BRASIL, 2010) Cinescpio: tubo de imagem do receptor de televiso e do monitor de vdeo do computador. Coprocessamento de resduos em fornos de produo de clnquer: tcnica de uti- lizao de resduos slidos industriais a partir do seu processamento como substituto parcial de matria-prima ou combustvel, no sistema forno de produo de clnquer, na fabricao do cimento. (SO PAULO, 2006) Coleta seletiva: recolhimento diferenciado de resduos slidos, previamente selecionados nas fontes geradoras, com o intuito de encaminh-los para reciclagem, compostagem, reuso, trata- mento ou outras destinaes alternativas. (SO PAULO, 2006) Compostagem: mtodo de destinao de resduos slidos no qual a matria orgnica presen- te, em condies adequadas de temperatura, umidade e aerao, transformada num produto estvel, denominado composto orgnico, que tem propriedades condicionadoras de solo, sendo, portanto, de grande aplicabilidade na agricultura. Craqueamento: processo tambm conhecido como pirlise, que consiste na quebra de hi- drocarbonetos em certa temperatura, calor e presso (ou com catalisadores) para produo de gasolina e etileno, por exemplo. Deposio inadequada de resduos: todas as formas de depositar, descarregar, enterrar, inltrar ou acumular resduos slidos sem medidas que assegurem a efetiva proteo ao meio ambiente e sade pblica (SO PAULO, 2006). Destinao nal ambientalmente adequada: destinao de resduos que inclui a reutiliza- o, a reciclagem, a compostagem, a recuperao e o aproveitamento energtico ou a disposio nal, por exemplo. (BRASIL, 2010) Disposio nal ambientalmente adequada: distribuio ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais especcas, de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos. (BRASIL, 2010) Digesto anaerbia: processo de decomposio ou digesto da matria orgnica por bactrias anaerbias, gerando o biogs. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 136 13/3/2013 21:53:20 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 137 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Glossrio Efeito estufa: processo que retm parte da radiao infravermelha que emitida pela superfcie terrestre atravs de alguns gases que se encontram na atmosfera (dixido de carbono e metano, por exemplo), ocasionando a reteno de calor. At certo ponto, este processo essencial ma- nuteno da vida na Terra porque mantm o planeta aquecido. Eletrodos: so os condutores de corrente eltrica da pilha. Eletrlito: a soluo que age sobre os eletrodos. Elutriador: equipamento para a amostragem seletiva de partculas em uma corrente gasosa, que pode ser horizontal ou ascendente, e integra normalmente um trem de amostragem de dois estgios. (CIMM, 2009) Escria: resduo da fuso de metais ou da reduo de minrios. Filme (termo tcnico em plsticos): termo opcional para chapas ou placas de plsticos com espessura no superior a 0,254 mm. Geradores de resduos slidos: pessoas fsicas ou jurdicas, de direito pblico ou privado, que geram resduos slidos por meio de suas atividades, nelas includo o consumo. (BRASIL, 2010) Gesto compartilhada de resduos slidos: a maneira de conceber, implementar e ge- renciar sistemas de resduos, com a participao dos setores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentvel. (SO PAULO, 2006) Gesto integrada de resduos slidos: a maneira de conceber, implementar, administrar os resduos slidos considerando uma ampla participao das reas de governo responsveis no mbito estadual e municipal. (SO PAULO, 2006) Halognios: srie de elementos no metlicos que constituem o Grupo 17 da Tabela Peridica, o que inclui or (F), cloro (Cl), bromo (Br) iodo (I) e astato (At). Hidrocarbonetos: compostos orgnicos formados de carbono e hidrognio. Jusante: ponto referencial num curso dgua oposto ao lado das nascentes. Logstica reversa: instrumento de desenvolvimento econmico e social caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituio dos resduos slidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinao nal ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010) Lquido percolado: a soma de chorume mais gua de inltrao da chuva que percola at a base do aterro. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 137 13/3/2013 21:53:20 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 138 Glossrio Lixiviao: processo para determinao da capacidade de transferncia de substncias or- gnicas e inorgnicas presentes no resduo slido, por meio de dissoluo no meio extrator; o ltrado obtido denominado extrato lixiviado. (NBR 10.005:2004) Minimizao dos resduos gerados: a reduo, ao menor volume, quantidade e peri- culosidade possveis dos materiais e substncias, antes de descart-los no meio ambiente. (SO PAULO, 2006) Monmero: forma simples no polimerizada de um composto qumico que tem peso molecular relativamente baixo. (como o estireno) Montante: ponto referencial num curso dgua no lado da nascente. Nafta: composto derivado do petrleo usado na produo de gasolina, por exemplo. Percolao: passagem lenta de um lquido atravs de um meio ltrante. Papel corrugado: o papel ondulado, que muito utilizado em embalagens. Ps - consumo: so os resduos procedentes do descarte de produtos pelos consumidores, aps seu consumo. Pirlise: processo de decomposio trmica que usado para tratamento de resduos slidos para obteno de subprodutos com valor comercial. Preveno da poluio ou reduo na fonte: a utilizao de processos, prticas, materiais, produtos ou energia que evitem ou minimizem a gerao de resduos na fonte e reduzam os riscos para a sade humana e para o meio ambiente. (SO PAULO, 2006) Radiao: aquilo que irradia (emite raios). Reciclagem: processo de transformao dos resduos slidos que envolve a alterao de suas propriedades fsicas, fsico-qumicas ou biolgicas, com vistas transformao em insumos ou novos produtos. (BRASIL, 2010) Reduo: diminuir a quantidade gerada de resduos, evitando-se a produo de resduos desnecessrios. Rejeitos: resduos slidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperao por processos tecnolgicos disponveis e economicamente viveis, no apresentem outra possibilidade que no a disposio nal ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010) Resduos perigosos: Aqueles que em funo de suas propriedades qumicas, fsicas ou biolgicas, possam apresentar riscos sade pblica ou qualidade do meio ambiente. (SO PAULO, 2006) 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 138 13/3/2013 21:53:20 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 139 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Glossrio Resduos slidos: material, substncia, objeto ou bem descartado, resultante de ativi- dades humanas em sociedade, a cuja destinao nal se procede, se prope proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados slido ou semisslido; bem como gases contidos em recipientes e lquidos, cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos dgua, ou exijam para isso solues tcnica ou econo- micamente inviveis em face da melhor tecnologia disponvel. (BRASIL, 2010) Resina: substncia orgnica de origem natural ou sinttica caracterizada por uma estrutu- ra polimrica. A maioria das resinas, mas no todas, so de alta massa molar e consistem em uma cadeia longa ou estrutura em rede. Muitas resinas so solveis em suas formas de baixa massa molar. (PETROPOL) Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuies individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos, para minimizar o volume de resduos slidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados sade humana e qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos. (BRASIL, 2010) Reutilizao: processo de aproveitamento dos resduos slidos sem sua transformao biolgica, fsica ou fsico-qumica. Sucata: ferro ou qualquer outro objeto de metal sem valor que depois so reaproveitados na fundio. Sustentabilidade: condio de uso racional dos recursos naturais unindo o crescimento econmico justia social e conservao da natureza, sem comprometer o uso das geraes futuras. Transbordo: local onde caminhes coletores descarregam sua carga em veculos maiores para que sejam enviadas at o destino nal, objetivando a reduo do tempo gasto no transporte e custos. Translcido: Objeto que deixa passar a luz sem que se vejam os objetos. Viscosidade: Medida de resistncia de um material ao uxo devido frico interna que uma camada causa em outra que est em movimento; a relao entre a tenso e a taxa de cisalhamento. Viscosidade constante para um uido newtoniano, porm varivel para polmeros que so no newtonianos. (PETROPOL) 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 139 13/3/2013 21:53:20 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 140 Bibliograa ABAL - Associao Brasileira do Alumnio. Reciclagem - Innitamente reciclvel. 2010. Disponvel em: < http://www.abal.org.br/reciclagem/introducao.asp >. Acesso em 20/01/2009. ABAL - Associao Brasileira do Alumnio. Reciclagem: uxos da reciclagem. 2012. Dispon- vel em: <http://www.abal.org.br/reciclagem/fluxo.asp>. Acesso em 27/09/2012. 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Disponvel em: <http://www. iar.unicamp.br/lab/luz/ld/L%E2mpadas/reciclagem_de_lampadas_aspectos_ambientais_e_ tecnologicos.pdf >. Acesso em 22/10/2008. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 148 13/3/2013 21:53:20 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 149 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Geral Federal Lei n 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos. Lei n 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para o setor de saneamento bsico no Brasil. Decreto n 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei n o 12.305, de 2 de agosto de 2010. Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resoluo CONAMA n 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispe sobre critrios bsicos e diretrizes gerais para o Estudo de Impacto Ambiental EIA e o Relatrio de Impacto Ambiental RIMA. Resoluo CONAMA n 237, 19 de dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Poltica Nacional do Meio Ambiente. Resoluo CONAMA n 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o cdigo de cores para os diferentes tipos de resduos, a ser adotado na identicao de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT. NBR 10.004:2004. Classicao dos re- sduos slidos. NBR 10.005:2004. Procedimentos para obteno de extrato lixiviado de resduos slidos. NBR 10.006:2004. Procedimentos para obteno de extrato solubilizado de resduos slidos. NBR 10.007:2004. Amostragem de resduos slidos. NBR 13.463:1995. Coleta de resduos slidos. Geral Estadual Lei n 997, de 31 de maio de 1976. Dispe sobre o controle da poluio do meio ambiente. Lei n 12.300, de 16 de maro de 2006. Institui a Poltica Estadual de resduos slidos e dene princ- pios e diretrizes, objetivos, instrumentos para a gesto integrada e compartilhada de resduos slidos, com vistas preveno e ao controle da poluio, proteo e recuperao da qualidade do meio ambiente, e promoo da sade pblica, assegurando o uso adequado dos recursos ambientais no Estado de So Paulo (Revoga. a Lei n. 11.387, de 27.05.03). Decreto n 8.468, de 8 de setembro de 1976. Regulamenta a Lei 997, de 31 de maio 76 que dispe sobre a preveno e o controle da poluio do meio ambiente. Decreto n 47.397, de dezembro de 2002. D nova redao ao Ttulo V e ao Anexo 5 e acrescenta os Anexos 9 e 10, ao Regulamento da Lei n 997, de 31 de maio de 1976, aprovado pelo Decreto n 8.468, de 8 de setembro de 1976, que dispe sobre a preveno e o controle da poluio do meio ambiente. Decreto Estadual n 47.400, de 4 de dezembro de 2002 e 48.919, de 2 de setembro de 2004. Licenciamento ambiental - Estabelece prazos de validade para cada modalidade de licenciamento ambiental e condies para sua renovao, estabelece prazo de anlise dos requerimentos e licenciamento Legislao e Normas Tcnicas 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 149 13/3/2013 21:53:20 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 150 Legislao e Normas Tcnicas ambiental, institui procedimento obrigatrio de noticao de suspenso ou encerramento de atividade, e o recolhimento de valor referente ao preo de anlise. Decreto n 54.645, de 5 de agosto de 2009. Regulamenta dispositivos da Lei n 12.300 de 16 de maro de 2006, que institui a Poltica Estadual de Resduos Slidos, e altera o inciso I do artigo 74 do Regulamento da Lei n 997, de 31 de maio de 1976, aprovado pelo Decreto n 8.468, de 8 de setembro de 1976. Decreto n 57.817, de28 de fevereiro de 2012. Institui, sob coordenao da Secretaria do Meio Am- biente, o Programa estadual de implementao de projetos de resduos slidos e d providncias correlatas. Resoluo Secretaria do Meio Ambiente - SMA n 42, de 29 de dezembro de 1994. Dene os procedimentos para anlise de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Resoluo SMA n 54, de 30 de novembro de 2004. Dispe sobre procedimentos para o licencia- mento ambiental no mbito da Secretaria do Meio Ambiente. Resoluo SMA n 22, de 16 de maio de 2007. Altera procedimentos para o licenciamento das ati- vidades especicas, incluindo sistemas de armazenamento e transferncia de resduos da construo civil, desde que associadas a beneciamento; sistemas de transbordo, tratamento e disposio nal de resduos de servios de sade e transbordos de resduos slidos domiciliares. Resoluo SMA n 38, de 2 de agosto de 2011. Estabelece a relao de produtos geradores de resduos de signicativo impacto ambiental, para ns do disposto no artigo 19, do Decreto Estadual n 54.645, de 05.08.2009, que regulamenta a Lei Estadual n 12.300, de 16.03.2006, e d providncias correlatas. Resoluo SMA n 38, de 5 de junho de 2012. Dispe sobre aes a serem desenvolvidas no Projeto de Apoio Gesto Municipal de Resduos Slidos, previsto no Decreto n. 57.817, de 28 de fevereiro de 2012, que instituiu o Programa Estadual de Implementao de Projetos de Resduos Slidos. Aterro Sanitrio Federal Resoluo CONAMA n 316, de 29 de outubro de 2002. Dispe sobre procedimentos e critrios para o funcionamento de sistemas de tratamento trmico de resduos. Resoluo CONAMA n 404, de 11 de novembro de 2008. Estabelece critrios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitrio de pequeno porte de resduos slidos urbanos (Revoga a Res. CONAMA n 308/2002). NBR 8.419:1992. Apresentao de projetos de aterros sanitrios de resduos slidos urbanos. NBR 13.896:1997. Aterros de resduos no perigosos - Critrios para projeto, implantao e operao Procedimento. Aterro Sanitrio Estadual Resoluo SMA n 75, 31 de outubro de 2008. Dispe sobre licenciamento das unidades de armazenamento, transferncia, triagem, reciclagem, tratamento e disposio nal de resduos slidos de Classes IIA e IIB. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 150 13/3/2013 21:53:21 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 151 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Legislao e Normas Tcnicas Norma CETESB P4.241, de fevereiro de 1982. Apresentao de projetos para aterros sanitrios de resduos urbanos. NBR 15.112:2004. Resduos da construo civil e resduos volumosos - reas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantao e operao. Resduos da Construo Civil Federal Resoluo CONAMA n 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da construo civil. Resoluo CONAMA n 348, de 16 de agosto de 2004. Altera a Resoluo CONAMA n 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe D, resduos perigosos. Resoluo CONAMA n 431, de 24 de maio de 2011. Altera o art. 3o da Resoluo n 307, de 5 de julho de 2002, do CONAMA, estabelecendo nova classicao para o gesso. Resoluo CONAMA n 448, de 18 de janeiro de 2012. Altera os artigos 2, 4, 5, 6, 8, 9, 10 e 11 e revoga os artigos 7, 12 e 13 da Resoluo n 307, de 5 de julho de 2002, do CONAMA. NBR 15.112:2004. Resduos da construo civil e resduos volumosos - reas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantao e operao. NBR 15.113:2004. Resduos slidos da construo civil e resduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantao e operao. NBR 15.114:2004. Resduos slidos da construo civil - reas de reciclagem Diretrizes para projeto, implantao e operao. NBR 15.115:2004. Agregados reciclados da construo civil - Execuo de camadas de pavimentao Procedimentos. NBR 15.116:2004 Agregados reciclados de resduos slidos da construo civil Utilizao em pavimen- tao e preparo de concreto sem funo estrutural. Resduos da Construo Civil Estadual Resoluo SMA n 41, de 17 de outubro de 2002. Procedimentos para licenciamento ambiental de aterros de resduos inertes e da construo civil. Portos e Aeroportos Federal Resoluo CONAMA n 06, de 19 de setembro de 1991. Incinerao de resduos slidos de servios de sade, portos e aeroportos. Resoluo CONAMA n 05, de 5 de agosto de 1993. Gerenciamento de resduos slidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferrovirios e rodovirios. Resoluo da Diretoria Colegiada RDC da ANVISA n 342, de 13 de dezembro de 2002. Dispe sobre a elaborao do plano de gerenciamento de resduos slidos (PGRS), para instalaes 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 151 13/3/2013 21:53:21 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 152 Legislao e Normas Tcnicas porturias, aeroporturias e terminais alfandegados de uso pblico. Resoluo RDC n 217, de 21 de novembro de 2001. Retirada de resduos slidos de bordo de embarcaes. NBR 8.843:1996. Aeroportos - Gerenciamento de resduos slidos. Compostagem Federal Lei n 6.894, de 16 de dezembro de 1980. Dispe sobre a inspeo e scalizao da produo e do comrcio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados agricultura, e d outras providncias. Decreto n 4954, de 14 de janeiro de 2004. Aprova o Regulamento da Lei n o 6.894, de 16 de dezembro de 1980. Instruo Normativa Secretaria de Defesa Agropecuria SDA - n 27, de 5 de junho de 2006. Dispe sobre fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes, para serem produzidos, importa- dos ou comercializados, devero atender aos limites estabelecidos nos Anexos I, II, III, IV e V desta Instruo Normativa no que se refere s concentraes mximas admitidas para agentes totxicos, patognicos ao homem, animais e plantas, metais pesados txicos, pragas e ervas daninhas. Compostagem Estadual Resoluo SMA n 75, 31 de outubro de 2008. Dispe sobre licenciamento das unidades de ar- mazenamento, transferncia, triagem, reciclagem, tratamento e disposio nal de resduos slidos de Classes IIA e IIB. Embalagens vazias de agrotxicos Federal Lei n 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispe sobre a pesquisa, a experimentao, a produo, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercializao, a propaganda comercial, a utilizao, a importao, a exportao, o destino nal dos resduos e embalagens, o registro, a classicao, o controle, a inspeo e a scalizao de agrotxicos, seus componentes e ans, e d outras providncias. Decreto n 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei n o 7.802, de 11 de julho de 1989. Resoluo CONAMA n 334, de 3 de abril de 2003. Dispe sobre os procedimentos de licencia- mento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotxicos. Pilhas, baterias, lmpadas uorescentes Federal Resoluo CONAMA n 401, de 4 de novembro de 2008. Estabelece os limites mximos de chumbo, cdmio e mercrio para pilhas e baterias comercializadas no territrio nacional e os 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 152 13/3/2013 21:53:21 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 153 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Legislao e Normas Tcnicas critrios e padres para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e d outras providncias (Revoga.a Resoluo. n 257/1999). Pilhas, baterias, lmpadas uorescentes Estadual Lei n 10.888, de 20 de setembro de 2001. Dispe sobre o descarte nal de produtos potencialmente perigosos do resduo urbano que contenham metais pesados. Norma do IPT NEA n 76/2008. Requisitos mnimos de desempenho para avaliao de emba- lagens e acondicionamentos para o transporte de lmpadas uorescentes em todo ambiente de distribuio, inclusive ps-uso. Pneus Federal Resoluo CONAMA n 416, de 30 de setembro de 2009. Dispe sobre a preveno degrada- o ambiental causada por pneus inservveis e sua destinao ambientalmente adequada, e d outras providncias (Revoga as Resolues n 258/ 1999 e n 301/2002). Pneus Estadual Resolues Conjunta SMA/SS n 01/2002 Dispe sobre a triturao ou retalhamento de pneus para ns de disposio em aterros sanitrios. leo Lubricante Federal Resoluo CONAMA n 362, de 26 de junho de 2005. Dispe sobre o recolhimento, coleta e destinao final de leo lubrificante usado ou contaminado. (Revoga. Resoluo n 09/93). Resoluo Agncia Nacional do Petrleo ANP - n 17, de 18 de junho de 2009. Re- quisitos necessrios autorizao para o exerccio da atividade de importao, comercializao e coleta de leo lubrificante acabado, e a sua regulao. Resoluo ANP n 18, de 18 de junho de 2009. Estabelece os requisitos necessrios autorizao para o exerccio da atividade de produo de leo lubrificante acabado, e a sua regulao. Resoluo ANP n 19, de 18 de junho de 2009. Estabelece os requisitos necessrios au- torizao para o exerccio da atividade de rerrefino de leo lubrificante usado ou contaminado, e a sua regulao. Resoluo ANP n 20, de 18 de junho de 2009. Estabelece os requisitos necessrios autorizao para o exerccio da atividade de coleta de leo lubrificante usado ou contaminado e a sua regulao. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 153 13/3/2013 21:53:21 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 154 Legislao e Normas Tcnicas leo Lubricante Estadual Portaria CAT n 81, de 03/12/99. Disciplina o procedimento de coleta, transporte e recebimento de leo lubricante usado ou contaminado. (Alterao incorporada: Portaria CAT n. 60, de 04.08.00). Amianto Federal Lei n 9.055, de 1 de junho de 1995. Disciplina a extrao, industrializao, utilizao, comer- cializao e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que o contenham, bem como das bras naturais e articiais, de qualquer origem, utilizadas para o mesmo m e d outras providncias. Decreto n 2.350, de 15 de outubro de 1997. Regulamenta a Lei 9055/95 e d outras provi- dncias. Decreto n 126, de 22 de maio de 1991. Promulga a Conveno n 162, da Organizao Inter- nacional do Trabalho - OIT sobre a utilizao do Asbesto com Segurana. Resoluo CONAMA n 07, de 16 de setembro de 1987. Dispe sobre a regulamentao do uso de amianto / asbestos no Brasil. Resoluo CONA MA n 09, de 14 de dezembro de 1988. Dispe sobre a regulamentao do uso de amianto / asbestos no Brasil (Altera a Resoluo. 07/87). Resoluo CONAMA n 19, de 24 de outubro de 1996. Complementa a Resoluo. 07/87. Resoluo CONAMA n 23, de 12 de dezembro de 1996. Dispe sobre as denies e o trata- mento a ser dado aos resduos perigosos, conforme as normas adotadas pela Conveno da Basilia sobre o controle de movimentos transfronteirios de resduos perigosos e seu depsito. Resoluo CONAMA n 228, de 20 de agosto de 1997. Dispe sobre a importao de desper- dcios e resduos de acumuladores eltricos de chumbo. Complementa a Resoluo. 23/06. Resoluo CONAMA n 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critrios e procedi- mentos para a gesto dos resduos da construo civil, disciplinando as aes necessrias de forma a minimizar os impactos ambientais.Denies e classicaes. Resoluo CONAMA n 313, de 29 de outubro de 2002. Inventrio Nacional de Resduos Slidos Industriais. Resoluo CONAMA n 348, de 16 de agosto de 2004. Altera a Resoluo CONAMA 307 Incluindo o amianto na classe de resduos perigosos. Norma Regulamentadora NR 15. Limites de tolerncia para poeiras e minerais. Amianto Estadual Lei n 10.813, de 24 de maro de 2001. Dispe sobre a proibio de importao, extrao, bene- ciamento, comercializao, fabricao e a instalao, no Estado de So Paulo, de produtos ou materiais contendo qualquer tipo de amianto. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 154 13/3/2013 21:53:21 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 155 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Legislao e Normas Tcnicas Lei n 12.684, de 26 de julho de 2007. Probe o uso, no Estado de So Paulo de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou outros minerais que, acidentalmente, tenham bras de amianto na sua composio. Resduos de servios de sade Federal Resoluo CONAMA n 06, de 19 de setembro de 1991. Dispe sobre o tratamento de resduos slidos provenientes de estabelecimentos de sade, portos e aeroportos. Resoluo CONAMA n 358, de 29 de abril de 2005. Dispe sobre o tratamento e disposio nal dos resduos slidos de servios de sade (Revoga. as Resolues.: n 05/1993, no que diz respeito a prestadores de servios de sade e a n 283/01). Resoluo RDC n 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispe sobre o regulamento tcnico para o gerenciamento de resduos de servios de sade (Revoga. a Resoluo. RDC n 33/03). Portaria CVS n 16, de 19 de novembro de 1999. Institui norma tcnica que estabelece procedimen- tos para descarte de resduos quimioterpicos. Portaria MINTER n 53, de 1 de maro de 1979. Incinerao de resduos slidos ou semisslido. NBR 9.191:2000. Sacos plsticos para acondicionamento de lixo requisitos e mtodos de ensaios. NBR 12.807:1993. Terminologia. NBR 12.808:1993. Classicao de resduos slidos de servios de sade. NBR 12.809:1993. Manuseio de resduos slidos de servios de sade. NBR 12.810:1993. Coleta de resduos de servios de sade. NBR 13.853:1997. Coletores para resduos slidos de servios de sade perfurantes ou cortantes - Re- quisitos e ensaios. NBR 13.221:2007. Transportes de resduos procedimentos. NBR 14.652:2001. Coletor - transportador rodovirio de resduos slidos de servios de sade. Resduos de servios de sade Estadual Resoluo CETESB n 07/1997 Dispe sobre padro de emisso para unidades de incinerao de resduos de servio de sade. Resoluo SMA n 33, de 16 de novembro de 2005. Procedimento para gerenciamento e licencia- mento de sistemas de tratamento e disposio nal de resduos slidos de servio de sade. Resoluo Conjunta SS-SMA/SJDC SP-1/2004. Estabelece classicao, diretrizes bsicas e regula- mento tcnico sobre resduos de servios de sade animal RSSA. Resoluo Conjunta SS-SMA/SJDC SP-1/1998. Aprova diretrizes bsicas e regulamento Tcnico para apresentao e aprovao do Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos de Servios de Sade. Portaria CVS n 13, de 04 de novembro de 2005. Aprova Norma Tcnica que trata das condies 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 155 13/3/2013 21:53:21 CADERNO DE EDUCAO AMBIENTAL RESDUOS SLIDOS 156 Legislao e Normas Tcnicas de funcionamento dos Laboratrios de Anlises e Pesquisas Clnicas, Patologia Clnica e Congneres, dos Postos de Coleta Descentralizados aos mesmos vinculados, regulamenta os procedimentos de Coleta de material humano realizados nos domiclios dos cidados, disciplina o transporte de material humano. (Re- voga a Portaria CVS n. 1, de 18.01.00). Portaria CVS n 16, de 19 de novembro de 1999. Institui norma tcnica que estabelece procedimen- tos para descarte de resduos quimioterpicos. Norma CETESB E15.010, de outubro de 2011. Sistema de tratamento trmico sem combusto de resduos dos grupos A e E. Norma CETESB E15.011, de fevereiro de 1997. Sistema para incinerao de resduos de servios de sade. Norma CETESB P4.262 de agosto de 2007. Dispe sobre o gerenciamento de resduos qumicos provenientes de estabelecimentos de servios de sade. Diversos Federal Decreto n 875, de 19 de julho de 1993. Controle de movimentos transfronteirios de resduos perigosos e seu depsito. Decreto n 5.940, de 25 de outubro de 2006. Institui a separao dos resduos reciclveis descarta- dos pelos rgos e entidades da administrao pblica federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinao s associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclveis. Resoluo CONAMA n 344, de 25 de maro de 2004. Estabelece diretrizes gerais e proce- dimentos mnimos para a avaliao do material a ser dragado em guas jurisdicionais brasileiras, e d outras providncias. Resoluo CONAMA n 452, de 2 de julho de 2012. Dispe sobre os procedimentos de controle da importao de resduos, conforme as normas adotadas pela Conveno da Basilia sobre o Controle de Movimentos Transfronteirios de Resduos Perigosos e seu Depsito. Portaria IBAMA n 45/1995. Constitui a Rede Brasileira de Manejo Ambiental de Resduos - RE- BRAMAR, integrada Rede Pan Americana de Manejo Ambiental de Resduos - REPAMAR, coor- denada em nvel de Amrica Latina e Caribe pelo Centro Pan Americano de Engenharia Sanitria e Cincias Ambientais CEPIS. Portaria IPHAN n 230/2002 Dispe sobre procedimentos para a obteno das licenas ambientais em urgncia ou no, referentes apreciao e acompanhamento das pesquisas arqueolgicas. NBR 11.682:1991. Estabilidade de Taludes. NBR 15.495-1. Poos de monitoramento de guas subterrneas em aquferos granulares - Parte 1: Projeto e construo (Substitui a NBR 13.895). NBR 15.495-2. Poos de monitoramento de guas subterrneas em aquferos granulares - Parte 2: Desenvolvimento. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 156 13/3/2013 21:53:21 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 4. A INDSTRIA DA RECICLAGEM PROCESSOS E TECNOLOGIAS 157 4 INDSTRIA DA RECICLA OLOGIAS M PROC Legislao e Normas Tcnicas Diversos Estadual Lei n 4.435, de 5 de dezembro de 1984. Veda a instalao de depsito de lixo, aterros sanitrios e usinas de beneciamento de lixo Municpio de Embu. Lei n 10.888, de 20 de setembro de 2001. Dispe sobre o descarte nal de produtos potencialmente perigosos de resduos que contenham metais pesados. Lei n 11.575, de 25 de novembro de 2003. Dispe sobre a doao e reutilizao de gneros ali- mentcios e sobras de alimentos. Lei n 12.047, de 21 de setembro de 2005. Institui o Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de leos e Gorduras de Origem Vegetal ou Animal e Uso Culinrio. Lei n 12.528, de 2 de janeiro de 2007. Obriga os Shopping Centers, com um nmero superior a cinquenta estabelecimentos comerciais, a implantarem processo de coleta seletiva de lixo. Decreto n 44.760, de 13 de maro de 2000. Autoriza a Secretaria do Meio Ambiente a, represen- tando o Estado, celebrar convnios com Municpios Paulistas, integrantes do Vale do Ribeira, visando implantao de aterros sanitrios em valas para resduos slidos. Decreto Estadual n 45.001, de 27 de junho de 2000. Autoriza o Secretrio do Meio Ambiente a celebrar convnios com Municpios Paulistas, relacionados no Anexo I deste decreto, visando implantao de aterros sanitrios em valas para resduos slidos. Decreto Estadual n 46.584, de 5 de maro de 2002. Dispe sobre apoio aos projetos, dos munic- pios do Estado de So Paulo, relacionados s atividades de controle da poluio ambiental, que gerem at 30 (trinta) toneladas por dia de resduos domiciliares. Resoluo Estadual SS n 49/1999 Dene os procedimentos para utilizao de restos alimentares provenientes dos estabelecimentos geradores desses resduos para a alimentao de animais. Resoluo SMA n 34, de 27 de agosto de 2003. Dispe sobre as medidas necessrias proteo do patrimnio arqueolgico e pr-histrico quando do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades potencialmente causadores de signicativo impacto ambiental, sujeitos apresentao de EIA/ RIMA, e d providncias correlatas. Resoluo SMA n 39, de 21 de julho de 2004. Estabelece as diretrizes gerais caracterizao do material a ser dragado para o gerenciamento de sua disposio em solo. Resoluo SMA n 12, de 9 de maro de 2009. Dispe sobre a apresentao de certides municipais de uso e ocupao do solo e sobre o exame e manifestao tcnica pelas Prefeituras Municipais nos pro- cessos de licenciamento ambiental realizados no mbito do SEAQUA e d outras providncias. (Revoga a Resoluo.SMA n 26, de 23.08.05). Norma CETESB L1.022, de novembro de 2007. Avaliao do uso de produtos biotecnolgicos para tratamento de euentes lquidos, resduos slidos e remediao de solos e guas. Deciso da Diretoria CETESB n 195/05. Dispe sobre a aprovao dos valores orientadores para solos e guas subterrneas no Estado de So Paulo. 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 157 13/3/2013 21:53:21 S24r So Paulo (Estado) Secretaria do Meio Ambiente Resduos Slidos / Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Coordenadoria de Planejamento Ambiental; autores: Mansor, Maria Teresa C.; Camaro, Teresa Cristina R. Costa; Capelini, Mrcia; Kovacs, Andr; Filet, Martinus; Santos, Gabriela de A.; Silva, Amanda Brito - 2 ed. - So Paulo : SMA, 2013. 164 p. : 15 x 23 cm. (Cadernos de Educao Ambiental, 6) Bibliograa ISBN 978-85-86624-69-8 1. Resduos Slidos 2. Educao Ambiental I. Ttulo. II. Srie. CDU 349.6 Dados Internacionais de Catalogao na Publicao 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 158 13/3/2013 21:53:21 CADERNOS DE EDUCAO AMBIENTAL Coordenao Geral Yara Cunha Costa Caderno Resduos Slidos 2 Edio Autoria Maria Teresa Castilho Mansor Teresa Cristina Ramos Costa Camaro Mrcia Capelini Andr Kovacs Martinus Filet Gabriela de Arajo Santos Amanda Brito Silva Colaborao Eduardo Brito Bastos Fernando Antonio Wolmer Reviso Tcnica Denize Coelho Cavalcanti Gabrielle Tambellini Lilia Silvrio de Oliveira Mariana Valerio Viegas Reviso de Texto Denise Scabin Pereira Diagramao Imprensa Ocial do Estado de So Paulo CTP, Impresso e Acabamento Imprensa Ocial do Estado de So Paulo 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 159 13/3/2013 21:53:21 CADERNOS DE EDUCAO AMBIENTAL Coordenao Geral Maria de Lourdes Rocha Freire Caderno Resduos Slidos 1 Edio Autoria Maria Teresa Castilho Mansor Teresa Cristina Ramos Costa Camaro Mrcia Capelini Andr Kovacs Martinus Filet Gabriela de Arajo Santos Amanda Brito Silva Colaborao Eduardo Brito Bastos - INPEV Fernando Antonio Wolmer - CETESB Reviso Tcnica Auntho Savastano Neto - CETESB Cristiano Kenji Iwai - CETESB Elvira Ldia Straus - CETESB Flvio Maron Vichi - Universidade de So Paulo- Instituto de Qumica Joo Antonio Fuzaro - CETESB Maria Helosa Assumpo - CETESB Reviso de Texto Denise Scabin Pereira - CEA Regina Brito Ferreira CEA Projeto Grco Vera Severo Diagramao Estdio Lixx CTP, Impresso e Acabamento Imprensa Ocial do Estado de So Paulo 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 160 13/3/2013 21:53:21 Secretaria de Estado do Meio Ambiente Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 So Paulo SP 05459 900 Telefone: 11 3133 3000 www.ambiente.sp.gov.br Disque Ambiente 0800 11 3560 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 161 13/3/2013 21:53:21 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 162 13/3/2013 21:53:21 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 163 13/3/2013 21:53:21 09126 miolo (reduzir na saida 96,9%).indd 164 13/3/2013 21:53:21