CTA - 06 (Lubrificação Ventilação)
CTA - 06 (Lubrificação Ventilação)
CTA - 06 (Lubrificação Ventilação)
Conhecimentos Técnicos de
Aeronaves 2021/2 – Nível II
lubrificação e Ventilação do Motor
Alternativos
Prof. Marco A. Moroni
1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Informações Gerais
A finalidade primária de um lubrificante é reduzir o atrito entre partes móveis .
Devido ao fato de que lubrificantes líquidos (óleos) podem circular prontamente eles,
geralmente são utilizados universalmente para lubrificação de motores de aviões.
2
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Informações Gerais
Em teoria, a lubrificação fluídica é utilizada por desenvolver uma película contínua entre as
partes, de maneira a evitar o contato direto entre os metais.
Na medida em que um filme integral, sem ruptura de lubrificante for mantido, atrito
metálico é substituído pela fricção do fluido lubrificante. Assim, sob condições ideais, o
atrito e o desgaste são mantidos em níveis mínimos.
Em adição à ação de reduzir o atrito, o filme de óleo atua como um revestimento entre as
partes metálicas. Este efeito de revestimento é particularmente importante quando se trata
de lubrificantes de eixo manivela e comandos de válvulas, partes do motor que estão
sujeitas à carga de impacto.
Na medida em que o fluído circula através do motor, ele absorve calor das partes
lubrificadas, assim esta é uma terceira função do lubrificante e, muito importante, sendo
que no caso dos motores térmicos a refrigeração dos pistões e as paredes dos cilindros é
especialmente dependente desta propriedade.
3
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Informações Gerais
4
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Informações Gerais
Outra propriedade do óleo lubrificante é auxiliar na vedação entre os pistões e a parede
interna dos cilindros, constituindo um verdadeiro selo de vedação, prevenindo contra
possível vazamento de gases da câmara de combustão para o interior do cárter do motor.
Uma quinta ação realizada pelo óleo de lubrificação refere-se a sua contribuição no sentido
de reduzir a ação abrasiva entre as partes móveis, em decorrência de partículas que
possam surgir, durante o funcionamento do motor. Estas partículas são recolhidas pelo óleo
e carregadas para um filtro, onde são removidas, portanto, o óleo contribui para a limpeza
interna do motor.
Concluindo esta introdução, ainda é necessário afirmar que o óleo lubrificante tem outras
funções, dentre as quais, variar o passo das hélices, mover os alimentadores turbinados,
aquecer o combustível e proteger superfícies metálicas contra a oxidação e a corrosão.
5
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Pelo que já foi exposto, fica claro que é indispensável usarmos, para lubrificação do motor,
o óleo recomendado pelo fabricante do motor.
6
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
• Ponto de Fogo - Vem a ser a temperatura na qual o óleo passa a emitir vapores
inflamáveis e a temperatura na qual existam vapores suficientes para suportar uma
chama.
7
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Para simplificar a seleção de óleos, com freqüência são classificados segundo o sistema da
“SAE” – Society of Automotive Engineers, que divide todos os óleos em sete grupos ( SAE 10
a 70) de acordo com a viscosidade em 130°F ou 210°F.
A classificação “SAE” é arbitrária e não tem relação direta com o número Saybolt ou outra
classificação. Quando o óleo tem reconhecidas qualidades para trabalhar sob qualquer
estação do ano, como no inverno, por exemplo, leva o sufixo “W”.
8
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
É bem conhecido o fato de que existem bons óleos e óleos ruins, mesmo com a mesma
viscosidade. A figura 6-3 apresenta a relação de diferentes numerações de identificação.
9
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
• Óleos Sintéticos – São óleos quimicamente produzidos com características mais estáveis
e duradouras quando comparadas com os óleos naturais.
10
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
A lubrificação do motor é feita sob pressão e por “spray”. Conforme pode ser visto na figura
2, vários componentes constituem o sistema e a ação lubrificante é realizada sob pressão e
por “spray”.
Após a lubrificação de todas as partes, o óleo precipita para o fundo do cárter, de onde é
sugado para reiniciar o ciclo, passando pelo trocador de calor, conforme pode ser visto na
figura 6-4.
11
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
A lubrificação para o comando de válvulas é sob pressão feita através de orifícios existentes
nas hastes, sendo este tipo de lubrificação mais efetivo porque faz uma introdução positiva
de óleo nos rolamentos, promove grande troca de calor e assegura uma lubrificação segura
sob qualquer atitude de vôo no avião.
12
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
13
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
14
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
15
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
16
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
17
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
O sistema de lubrificação do motor alternativo por cárter úmido apresenta algumas
vantagens e desvantagens:
Vantagens:
• O sistema é integral, completo, mais simples, mais leve e menos dispendioso.
• O sistema não requer uma segunda bomba, a de sucção (scavenge).
• O sistema pode trabalhar em ambientes de temperaturas mais baixas, sem o risco
de que o óleo venha a congelar em tubulações.
Desvantagens:
• O suprimento de óleo é limitado pela capacidade do fundo do cárter.
• A refrigeração do óleo de lubrificação é mais difícil.
• Em motores maiores a temperatura do óleo no depósito é maior, visto que ele está
depositado no mesmo ambiente em que altas temperaturas são desenvolvidas.
• A lubrificação depende da atitude da aeronave, visto que em função desta, a
bomba de óleo poderia trabalhar desabastecida.
18
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
Carter Seco
Não deixa de ser usual também a lubrificação pelo sistema de cárter seco, sendo que neste
caso há a necessidade de um tanque de óleo de lubrificação do motor, fora do corpo do
motor.
Uma bomba de óleo é usada para fazer a circulação do óleo através do motor, da mesma
forma como a outra bomba do sistema de caráter úmido fazia, mas agora a bomba de
aspiração (Scavenge) é que deve forçar o retorno do óleo para o seu tanque, após ter
lubrificado o motor.
19
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Lubrificação do Motor
Carter Seco
Um sistema de lubrificação com cárter seco é constituído dos seguintes componentes:
• Um tanque de óleo
• Uma bomba de pressão de óleo
• Uma bomba de sucção de óleo
• Um trocador de calor
• Uma válvula de controle
• Um atuador para controle do fluxo de ar de refrigeração do óleo
• Tubos e indicadores de pressão, de quantidade e de temperatura do óleo.
Nos motores aeronáuticos que trabalham com cárter seco, o tanque, em geral, é feito de
liga de alumínio, tendo dois suspiros e estrutura interna para permitir o funcionamento do
sistema de lubrificação, independentemente da atitude da aeronave.
20
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
21
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
Da potência teórica de um motor, em geral, apenas 25% da quantidade de energia admitida
é transformada em energia mecânica, e os outros 75% são transformados em calor que, de
alguma forma necessita ser eliminada ou transferida.
A figura 5-52 e 5-53 nos dá uma idéia da circulação de ar para a ventilação do motor, onde
a capota, revestimento do motor e orientadores de fluxo de ar são desenhados e
posicionados de forma a favorecer a refrigeração.
Tubos são construídos nos orientadores de fluxo para jogar ar forçado na base das velas de
cada cilindro visando prevenir a possibilidade de ocorrência de sobre temperatura nos
terminais do sistema de ignição.
22
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
23
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
24
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
Um motor, para funcionar satisfatoriamente deve trabalhar numa faixa de temperatura
determinada pelo fabricante, por este motivo são instalados indicador e controle de
temperatura.
O controle regula o fluxo de ar que circula sobre o motor. A não ser que o controle exista,
um motor trabalharia superaquecido na decolagem e muito frio nos regimes de alta
velocidade, cruzeiro e descidas.
Para o controle da ventilação é usual colocar flaps, portinholas, como mostrado na figura 6-
54 cuja abertura é controlada por ação de um motor elétrico, atuadores hidráulicos ou
mesmo, manualmente em alguns casos. Quando estendidos, para aumentar a ventilação,
os “cowl flap’s” produzem arrasto e prejudicam o fluxo laminar do ar para a refrigeração
adicional.
Na decolagem estes flaps são mantidos abertos apenas o suficiente para manter a
temperatura operacional do motor dentro da faixa normal, abaixo da faixa vermelha do
indicador.
25
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
Na operação no solo os flaps de capota do motor devem ser mantidos completamente
abertos , visto que nesta fase operacional o surgimento do arrasto aerodinâmico não tem
impacto na operação do avião.
Em alguns tipos de instalações, como mostrado na figura 5-54, para prover fluxo de ar
adicional para a ventilação, em especial para as baixas velocidades e condições de alta
potência, decolagem e subida, são instalados tubos no contorno dos gases de escapamento
que por estarem em alta velocidade criam uma região de baixa pressão, forçando a
velocidade do ar de ventilação do motor, dando como conseqüencia um maior fluxo deste
ar e em decorrência um aumento da ventilação do motor.
Aletas com controle de posição são instaladas nas entradas destes tubos, de forma que
possam ser inclusive fechadas.
O ar aquecido, decorrente da ação das perdas, pode ser usado para outras finalidades
como aquecimento da cabine, anti-gelo ou para prevenir o resfriamento demasiado do
motor durante a descida.
26
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
27
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
O piloto tem vários recursos para controlar a temperatura do motor, como por exemplo:
O piloto deve ter muita sensibilidade para não permitir a ocorrência de choque térmico no
motor e suas partes. O choque térmico ocorreu ou pode ocorrer quando operando com
motor quente, subitamente é levado para operar frio, condições sob as quais partes do
motor se resfriam mais rapidamente do que as outras, provocando danos ou deformações
face ao comportamento físico dos metais sob estas variações de temperatura.
28
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
29
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
30
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
31
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS
Refrigeração do Motor
Assim o piloto deve ter em mente que aviões equipados com motores alternativos com
ventilação a ar, estão sujeitos a este tipo de problema.
32