Introdução: Fatores de Risco
Introdução: Fatores de Risco
Introdução: Fatores de Risco
INTRODUÇÃO
O risco de DAOP se eleva de 1,5 a 2 vezes
Doença arterial periférica (DAP) ou doença
a cada aumento de 10 anos na idade. + prevalente
arterial obstrutiva periférica (DAOP): o fluxo
em famílias com aterosclerose e com fatores de
sanguíneo para as extremidades inferiores ou
riscos para doenças cardiovasculares (HAS, DM,
superiores está obstruído. A maioria dos pct com
hiperlipidemia, síndrome metabólica,
DAOP assintomática tem curso benigno.
tabagismo), estado hipercoagulável e IRA/C.
Principal causa: arteriosclerose. Outras: FATORES DE RISCO
trombose, embolia, vasculite, displasia Semelhantes da arteriosclerose.
fibromuscular ou aprisionamento. Pode gerar
isquemia do membro devido a redução do aporte
de oxigênio.
MEDIDAS DA
PRESSÃO
SEGMENTAR
Medição da pressão
sistólica nos segmentos
selecionados de cada
extremidade – inflar até
pressão suprassistólica.
ANAMNESE Determinar a presença e
gravidade de estenoses nas
(1) “O paciente sente dor com a artérias periféricas.
deambulação? Imagem: estenose na
(2) Até onde pode caminhar antes que a dor perna esquerda.
ocorra?
(3) A dor o leva a parar de andar? O início do fluxo é avaliado colocando um
(4) Depois de quanto tempo consegue transdutor Doppler sobre uma artéria distal ao
retomar a caminhada? manguito.
(5) O paciente sente alguma dor nas
extremidades que o acorda do sono? Nas extremidades inferiores → transdutor
(6) Onde está localizada a dor? no pé sobre a artéria tibial posterior ou pediosa
(7) O paciente notou feridas ou úlceras de dorsal.
difícil cicatrização nos dedos dos pés?”
EXAME FÍSICO Na extremidades superiores, o transdutor →
artéria braquial na fossa antecubital ou sobre as
Palpação dos pulsos periféricos e ausculta artérias radial e ulnar no punho.
das aa acessíveis pesquisando-se sopros. Pulsos: aa
braquiais, radiais e ulnares nas extremidades A pressão arterial sistólica pode ser maior
superiores e as aa femorais, poplíteas, pediosas nos vasos mais distais do que na aorta e nos
dorsais e tibiais posteriores das extremidades vasos proximais em virtude da reflexão das ondas
inferiores. de pulso.
Um gradiente de pressão arterial que exceda calcificação na parede arterial impede que o
20 mmHg entre os manguitos sucessivos, em geral, esfigmomanômetro comprima completamente o
é usado como uma evidência de estenose arterial na vaso. Assim, está indicada a avaliação com outro
extremidade inferior, enquanto um gradiente de 10 método: ultrassonografia com doppler colorido.
mmHg é indicativo de estenose entre manguitos
sequenciais na extremidade superior. Claudicação: ITB 0,4 - 0,9/Dor em repouso:
0,2 – 0,4/Perda de tecido (úlcera, gangrena): 0 –
ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL 0,4.
Exame bastante acurado para o
diagnóstico de OAA. A aferição das pressões para TESTE ERGOMÉTRICO
o cálculo do ITB é semelhante à medida de PA. Avaliar a significância clínica das estenoses
Usamos um sonar-doppler para constatar o fluxo arteriais periféricas. O tempo do início de
vascular, em vez de estetoscópio. claudicação é definido como o tempo no qual os
sintomas de claudicação se desenvolvem
O pct deve descansar por 15 a 30 minutos inicialmente e o tempo de pico de caminhada é
antes de medir a pressão no tornozelo. Começa quando o paciente não é mais capaz de continuar
com a aferição das pressões do pulso pedioso e da caminhando.
artéria tibial posterior no tornozelo. Infla o
manguito até não ouvir e registra o primeiro pulso Usado para pacientes com fatores de risco
(pressão sistólica). para DAOP e sintomas atípicos ou claudicação,
mas com ITB normal→ diferenciação entre
O ITB é calculado a partir da divisão da claudicação arterial e não-arterial. Teste:
maior pressão sistólica aferida no tornozelo laboratório vascular, usando protocolo padronizado
(artéria tibial posterior ou dorsal do pé) pela maior de exercícios e esteira.
pressão sistólica dos membros superiores (artéria ULTRASSOM DÚPLEX(USG B-MODE E
braquial).
DOPPLER)
Pacientes com isquemia mais grave podem Avaliação da imagem do vaso pela
não tolerar a insuflação do manguito ou os ultrassonografia com a avaliação da velocidade do
sinais do Doppler nos vasos pode ser muito fraco fluxo sanguíneo >> localizar obstruções vasculares
para medir com precisão as pressões de corte e estimar a gravidade da lesão.
Df é o desvio da frequência, V é a
velocidade, F é a frequência do som transmitido, θ
é o ângulo entre o som transmitido e o vetor de
velocidade e C é a velocidade do som e do tecido. Em A, a seta aponta para uma obstrução em
Para medidas ótimas, o ângulo do feixe Doppler ponta de lápis, compatível com um quadro de trombose
pulsátil deve ser menor do que 60 graus. e em B, a seta aponta para uma obstrução em menisco
ou taça invertida, compatível com uma embolia arterial.
Na presença de uma estenose arterial, a
velocidade do fluxo sanguíneo aumenta através do Criação de imagens com uma fonte de radiação
lúmen estreitado. À medida que a velocidade enquanto meio de contraste é injetado diretamente no
vaso estudado.
aumenta, há uma progressiva dessaturação da
apresentação da cor, e distúrbios de fluxo distais à
Exame padrão-ouro no diag de AOP, não deve
estenose causam modificações na tonalidade e na ser primeira opção para o seu diag, ficando seu uso
coloração. restrito a pacientes com intenção de tratamento, seja
ANGIORRESSONÂNCIA MAGNÉTICA cirúrgico, fibrinolítico, para embolização ou
angioplastia transluminal.
(ANGIO -RM), ANGIOTOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA (AN GIO-TC) Fornece informações sobre o local exato da
Não devem ser usadas para o exame oclusão, extensão, multiplicidade de lesões,
diagnóstico de rotina, mas são realizadas antes de condições dos vasos acima e abaixo da obstrução e
potencial revascularização. A angio-RM pode ser presença de circulação colateral. Útil no diag
utilizada após a realização do mapeamento dúplex para diferencial em casos duvidosos: tromboangiite
a programação de uma revascularização. Se for obliterante (doença de Buerger).
contraindicada ou não tolerada, sugere-se a
ULTRASSOM INTRAVASCULAR
angiotomografia computadorizada.
Taxa de mortalidade de DAP: aos 5 anos de 15 A produção de colesterol pelo fígado é mais
a 30% e um risco 2 a 6 vezes maior de morte devido à intensa durante a madrugada em jejum prolongado.
DAC. As taxas são mais altas nos com a DAP mais Aconselha a tomar estatinas à noite. Todavia, a
grave. Atorvastatina e a Rosuvastatina, têm um tempo de
ação mais prolongado que a sinvastatina, podendo
A medida ITB é útil para a detecção de DAP e ser tomadas a qualquer hora do dia.
identificação de pessoas em risco de futuros eventos
aterotrombóticos. As estatinas podem ser tomadas fora ou
durantes as refeições, exceto pela Lovastatina que
A probabilidade de progressão sintomática da deve ser tomada junto com os alimentos, pois estes
DAP é menor do que a chance de sucumbir à DAC. 75 potencializam sua absorção.
a 80% dos pacientes não diabéticos, com claudicação
intermitente leve a moderada, permanecem SUS: (atorvastatina, fluvastatina,
sintomaticamente estáveis. 1 a 2% do grupo lovastatina, pravastatina e sinvastatina)
desenvolvem isquemia de membro crítica. 25 a 30%
dos pacientes com isquemia crítica de membro Prevenção D cardioV: Sinvastatina de 20-40 mg/dia.
submetem-se à amputação. Hipercolesterolemia: 10-20 mg/dia, 20-40mg para
redução acentuada (mais de 45%).
TRATAMENTO Hipercolesterolemia familiar homozigótica:
A maioria dos pct com diag de claudicação 40mg/dia à noite. Com lomitapida não exceder essa
deve ser tratada inicialmente com um regime de dose.
terapia médica, pois a DAOP reflete uma doença Uso com fibratos diferentes de genfibrozila ou
sistêmica da aterosclerose. Incluir modificação dos fenofibrato não exceder 10mg/dia.
fatores de risco (hiperlipidemia, hipertensão, Uso com amiodarona, verapamil, diltiazem não deve
hiperglicemia), prática de exercícios e terapia ser maior do que 20 mg/dia
farmacológica. IRA: cuidado com maiores que 10mg/dia
MODIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO Pct com DAP: terapia dietética e farmacológica
para atingir um valor-alvo de colesterol LDL de 100
Terapia hipolipemiante: Heart Protection Study mg/dL ou inferior.
constatou que esta terapia com a sinvastatina diminuiu
o risco de desfechos cardiov adversos em 25% em Nome comercial da Sinvastatina: Vaslip®,
pacientes com aterosclerose (6.700 pacientes com DAP) Sinvane®, Sinvastamed®, Cordiron®, Sinvatrox®,
e melhora a distância percorrida. Usá-la independente Sinvalip®, Sinvax®, Lipistatina®, Sinvasmax®,
do LDL. Revastin®, Sinvascor®. Nome genérico: Genfibrozila.
MOMENTO FARMACOLOGIA
Ensaio clínico Treatment of Peripheral
Atherosclerotic Disease with Moderate or Intensive
Estatinas no BR: lovastatina 20-80 mg, Lipid Lowering (TREADMILL), a atorvastatina (80
sinvastatina 10-80 mg, pravastatina 20-40 mg, mg) aumentou a distância percorrida sem dor em mais
gluvastatina 10-80 mg e atorvastatina 10-80 mg. de 60% comparada a um aumento de 38% com placebo.
Tutorial 02 – 401 (Doença arterial obstrutiva periférica e diagnósticos diferenciais)
Ocorre inibição da formação de angiotensina II
No estudo FIELD (Fenofibrate and Event – vasoconstritor e estimulador de aldosterona (esteroide
Lowering Intervention in Diabetes), o fenofibrato produzido no córtex das suprarrenais) regula a retenção
reduziu o risco de amputação menor, principalmente em de sódio >>> Inibição da degradação da bradicinina
pacientes sem DAP conhecida. (vasodilatador).
MOMENTO FARMACOLOGIA
Homens meia-idade
Claudicação c/ alívio demorado ao repouso
(>20min)
Dx → ↓pulsos após exercício + Angio-RM
Cirurgia p/ ressecção + enxerto
ENDOFIBROSE DA ARTÉRIA ILÍACA
Compressão da art ilíaca por trauma
repetido (atletas) → hiperplasia da íntima + fibrose
da parede arterial o Ciclistas 30-50 anos
Claudicação intermitente ao exercício +
sensação de inchaço e parestesia no ponto max
Exame físico → sopro sobre a fossa ilíaca o
Dx → comparação entre as pressões no tornozelo
pré e pós exercício + UGS angio c/ contraste
(perna na posição da bike)
Angioplastia
LIVEDO RETICULAR
As áreas localizadas das extremidades
desenvolvem uma aparência moteada ou reticulada
(aparência de rede), com uma descoloração que
varia de avermelhada à azulada, sendo mais
proeminente após exposição ao frio.