Guia Da Contrata o P Blica POR Lisboa J
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Guia Da Contrata o P Blica POR Lisboa J
Contratação Pública
(adaptado do Guia da Contratação Pública do PO ISE)
Guia de Contratação Pública
ÍNDICE
1. NOTA PRÉVIA....................................................................................................................................................... 4
ANEXOS
1. NOTA PRÉVIA
Nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 125.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013 e alínea
c) do n.º 3 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 137/2014, as Autoridades de Gestão -
AG - devem disponibilizar aos beneficiários as informações pertinentes
para realizarem as operações.
Divulgar um conjunto de rec omendações e boas práticas, das quais se destaca a adoção
de uma checklist para verificação dos procedimentos de contratação pública a aplicar
pelas entidades beneficiárias aos procedimentos executados no âmbito das operações
financiadas, com o propósito de prevenir a ocorrência de fraude na aplicação dos fundos
públicos, que será verificada e analisada pela AG.
2. ENQUADRAMENTO LEGAL
O CCP visa, em primeira linha, transpor para o ordenamento jurídico nacional as diretivas
comunitárias relativas à celebração de contratos públicos de empreitada de obras públicas, de
locação ou aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços (Diretivas n.ºs 2004/17/CE e
2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março). Por outro lado, tem como
objetivo codificar, num único documento, um conjunto de normas dispersas por vários diplomas.
Todas as pessoas coletivas que sejam consideradas “entidades adjudicantes” 1 são obrigadas a
cumprir o estabelecido no CCP.
1A denominação “entidade adjudicante” apenas é válida para a fase de formação dos contratos: uma vez celebrado o contrato, as entidades
adjudicantes passam a designar-se “contraentes públicos”.
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Fundações públicas (com exceção ii. Sejam maioritariamente financiadas pelas entidades
das que sejam instituições de referidas no n.º 1 do artigo 2º ou estejam sujeitas ao seu
ensino superior) controlo de gestão ou tenham um órgão de administração,
de direção ou de fiscalização cuja maioria dos titulares
Associações públicas seja, direta ou indiretamente, designada por aquelas
entidades.
Associações de que façam parte
uma ou várias entidades do sector Quaisquer pessoas coletivas que se encontrem na situação
público administrativo tradicional referida na alínea a) do n.º 2 relativamente a uma entidade
e que sejam por elas que seja, ela própria, uma entidade adjudicante nos termos
maioritariamente financiadas, do disposto na mesma alínea (alínea b));
estejam sujeitas ao seu controlo de
gestão ou tenham um órgão de As associações de que façam parte uma ou várias das pessoas
administração, de direção ou de coletivas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2, desde que
fiscalização cuja maioria dos sejam maioritariamente financiadas por estas, estejam
titulares seja, direta ou sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de
indiretamente, por elas designada. administração, de direção ou de fiscalização cuja maioria dos
a) titulares seja, direta ou indiretamente, designada pelas
mesmas (alínea d)).
Com o intuito de clarificar a alínea a) do n.º 2 do artigo 2.º do CCP, apresenta-se, de seguida, a
interpretação dos sub-requisitos e conceitos que lhes servem de base:
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O facto de uma entidade satisfazer necessidades de interesse geral, ainda que estas
Satisfação de
constituam apenas uma pequena parte da sua atividade, é fator relevante para se
necessidades de
entender que a entidade tem por missão a satisfação de necessidades de interesse
interesse geral
geral.
Para que este requisito se considere verificado, mais de 50% dos proveitos da
entidade têm que provir de financiamento público.
Este requisito considera-se cumprido quando existe uma relação de domínio por
parte de uma das entidades previstas no n.º 1 do artigo 2.º, a qual exerce poderes
Sujeição ao controlo de de superintendência e supervisão sobre a entidade, incluindo os poderes de tutela
gestão das entidades sobre os atos de gestão.
referidas no n.º 1 do
artigo 2.º Para aferir se este requisito se encontra cumprido deverá ter-se em consideração
a distribuição das participações sociais ou a identificação dos sócios, associados
ou acionistas, mediante análise do Pacto Social ou Estatutos da entidade.
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A avaliação deste requisito pressupõe que uma ou mais entidades referidas no n.º
A maioria dos titulares 1 do artigo 2º dispõem da maioria dos direito de voto na assembleia geral de uma
dos órgãos sociais foi pessoa coletiva, direta ou indiretamente, devendo a análise ser efetuada com base
designada por na certidão permanente e na ata da tomada de posse.
entidades referidas no
n.º 1 do artigo 2.º O controlo de gestão e o poder de designar a maioria dos titulares dos órgãos
sociais consubstanciam uma influência dominante.
Os três sub-requisitos enunciados na tabela supra não são cumulativos, pelo que basta que um deles
se verifique, cumulativamente com os dois sub-requisitos previstos no ponto i., para que uma
determinada entidade seja considerada como adjudicante.
Refira-se que o n.º 1 do artigo 7.º do CCP define outro tipo de entidades adjudicantes pertencentes
aos setores especiais da água, da energia, dos transportes e dos serviços postais.
As regras previstas no CCP relativas à formação de contratos de aquisição de serviços são ainda
aplicáveis às entidades não referidas no artigo 2º ou no n.º 1 do artigo 7º, desde que,
cumulativamente, reúnam os requisitos previstos no n.º 2 do artigo 275.º:
Sejam financiados diretamente em mais de 50 % por qualquer das entidades adjudicantes
referidas no artigo 2º;
O respetivo preço contratual seja igual ou superior ao valor referido na alínea b) do n.º 1 do
artigo 20°;
Sejam complementares, dependentes ou se encontrem, por qualquer forma, relacionados
com o objeto de um contrato de empreitada a cuja formação é aplicável o presente Código
nos termos do disposto no número anterior”.
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Mesmo que uma entidade beneficiária não seja considerada adjudicante em sede de candidatura, se, com
base na informação do orçamento previsional referente ao ano da decisão de contratar (quando exista)
ou do documento de prestação de contas referente ao último ano económico entretanto concluído, se
concluir que o financiamento público se tornou maioritário, a entidade passa a ser considerada entidade
adjudicante e, como tal, todos os procedimentos de contratação iniciados ficam sujeitam ao cumprimento
dos procedimentos de contratação pública.
Releva, portanto, para efeitos de análise da qualificação da entidade como adjudicante, a situação da
entidade no ano em que se dá início ao procedimento de contratação e não o ano de aprovação da
operação financiada.
De acordo com o n.º 2 do artigo 16°, o regime procedimental fixado no CCP aplica-se às prestações
típicas abrangidas pelo objeto dos seguintes contratos:
a) Empreitada de obras públicas;
b) Concessão de obras públicas; |9
c) Concessão de serviços públicos;
d) Locação ou aquisição de bens móveis;
e) Aquisição de serviços;
f) Contrato de sociedade.
Os contratos de aquisição de serviços que tenham por objeto serviços de saúde e de caráter
social abrangem serviços inseridos nos códigos “CPV” 85000000-9 a 85323000-9 e o código
“CPV” 79611000-0 constantes do Anexo II-B da Diretiva 2004/18/CE, alterado pelo Anexo
VII do Regulamento (CE) n.º 213/2008 da Comissão de 28.11.2007, com exceção dos códigos
“CPV” 85321000-5 e 85322000-2.
4. PROCEDIMENTOS PRÉ-CONTRATUAIS
Tipos de
Subtipos de procedimentos Artigos do CCP
procedimentos
Convite a um interessado
Regime Normal 112º a 127º
Convite a vários interessados
AJUSTE DIRETO
Regime Simplificado Ajuste Direto Simplificado 112º a 113º e 128º a 129º
A decisão de contratar cabe ao órgão competente (por lei ou por delegação) para a decisão de
autorizar a despesa inerente ao contrato a celebrar (artigos 36.º e 109.º do CCP). O órgão competente
para a decisão de contratar é ainda competente para tomar a decisão de escolha do procedimento (a
qual deve ser fundamentada) e a decisão de aprovação das peças do procedimento:
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4.2.1 Valor do contrato (artigos 17º a 22º CCP)
Em regra, a escolha do procedimento é determinada pelo valor do contrato, ou seja, pelo valor
máximo do benefício económico que, em função do procedimento adotado, pode ser obtido pelo
adjudicatário com a execução de todas as prestações que constituem o objeto contratual (n.ºs 1 e 2
do artigo 17.º do CCP).
Para efeitos de aferição do disposto nos artigos 19.º e 20.º do CCP apresentamos no quadro infra os
limiares comunitários aplicáveis:
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Para a escolha do procedimento, deve-se ter em conta não só o preço base mas também o valor de
quaisquer contraprestações a efetuar em favor do adjudicatário e ainda o valor das vantagens que
decorram diretamente para este da execução do contrato e que possam ser configuradas como
contrapartidas das prestações que lhe incumbem. Só assim se escolherá o procedimento adequado
evitando, assim, a fraude às regras da concorrência.
De igual modo, há que evitar situações que indiciem fracionamento de despesa com intenção de
evitar um procedimento contratual mais exigente. Mesmo nos casos em que haja necessidade de
fracionar a execução de uma determinada componente (divisão em lotes) no âmbito de uma
operação, por motivos devidamente justificados, deve optar-se pelo procedimento que resultaria da
sua execução global. Está nesta situação a execução por fases ou lotes de uma determinada
intervenção.
Quando se verifique uma situação de divisão em lotes, para efeitos de aferir dos limiares internos e
comunitários constantes dos quadros relativos ao valor do contrato em função do procedimento
adotado, deve ser tido em conta, nos termos do disposto no artigo 22.º do CCP:
O somatório dos preços base dos procedimentos de formação dos contratos a celebrar para
todos os lotes, quando essa formação ocorra em simultâneo; ou
O somatório dos preços contratuais relativos a todos os contratos já celebrados e dos preços
base de todos os procedimentos ainda em curso, quando a formação desses contratos ocorra
ao longo do período de um ano a contar do início do primeiro procedimento.
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Contratos mistos são aqueles cujo objeto abrange duas ou mais prestações de tipo
diferente (por exemplo: um contrato que abranja, simultaneamente, o fornecimento de
bens móveis e a prestação de serviços).
Nos termos do artigo 32.º do CCP, só é permitida a celebração de contratos mistos, |14
quando as prestações a abranger pelo respetivo objeto forem técnica ou funcionalmente
incindíveis ou, não o sendo, se a sua separação causar graves inconvenientes para a
entidade adjudicante.
Este normativo comina que, sem prejuízo da escolha do procedimento do ajuste direto
tendo em conta os critérios materiais previstos nos artigos 24º a 27º e no n.º 3 do artigo
31.º, a formação de contratos que digam direta e principalmente respeito a uma ou a
várias atividades exercidas nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
serviços postais pelas entidades adjudicantes referidas no n.º 1 do artigo 7º do CCP
devem adotar, em alternativa, o concurso público, o concurso limitado por prévia
qualificação ou o procedimento de negociação. O mesmo normativo acrescenta que não
pode ser adotado o procedimento de diálogo concorrencial.
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5. TRAMITAÇÃO PROCEDIMENTAL
Neste ponto apresenta-se apenas a tramitação procedimental associada aos tipos de procedimentos
pré-contratuais mais utilizados – Ajuste direto (simplificado e regime geral), Concurso público
(normal e urgente) e concurso limitado por prévia qualificação.
Saliente-se ainda que estes contratos contam para efeitos do limite trienal previsto no n.º 2 do artigo
113.º do CCP, ou seja, para a “Regra dos 3 anos”.
“REGRA DOS 3 ANOS” - Uma entidade adjudicante não pode convidar a mesma empresa para celebrar
um contrato com prestações do mesmo tipo ou idênticas às de contratos que já lhe foram atribuídos, no
ano económico em curso e nos dois anos económicos anteriores, sempre que:
Todos os contratos em causa decorram de ajustes diretos adotados ao abrigo da regra geral de
escolha do procedimento (ou seja, em função do valor);
O preço contratual acumulado dos contratos já celebrados (não incluindo o contrato que se
pretende celebrar) seja igual ou superior a 75.000€.
No que respeita à fase do convite, destaca-se que, de acordo com a Nota jurídica NCPAE de
2014/12/05 da Agência, IP, disponível no site do Portugal 2020, é entendimento deste organismo
que, sem prejuízo de ser adotado procedimento de ajuste direto com sustentação das normas do CCP,
o ato de dirigir convite a uma única entidade não cumpre, plenamente, o princípio da concorrência. |16
Assim, recomenda-se que relativamente a todo e qualquer procedimento de ajuste direto, a entidade
adjudicante adote as boas práticas seguintes:
Dirija convites para apresentação de propostas a um número não inferior a três entidades;
Caso opte por dirigir convites a menos de três entidades, fundamente tal decisão;
Aplique, sempre que possível, nova escolha das entidades a convidar;
Se necessário, proceder, preliminarmente, a uma análise de mercado, de modo a identificar
fornecedores de bens ou prestadores de serviços que operem num dado segmento de
mercado, para prestações do mesmo tipo ou idênticas.
Sem prejuízo das exceções legalmente previstas, apresenta-se na tabela infra a tramitação deste
procedimento:
Ao concurso público urgente são aplicáveis as regras do concurso público “normal”, com exceção das
que dizem respeito a (artigo 156.º do CCP):
Esclarecimentos e retificação das peças do concurso (artigo 50.º do CCP)
Erros e omissões do caderno de encargos (artigo 61.º do CCP)
Prorrogação do prazo fixado para apresentação das propostas (artigo 64.º do CCP)
Júri do concurso (artigos 67.º a 69.º do CCP)
Esclarecimentos sobre as propostas (artigo 72.º do CCP)
Caução (artigos 88.º a 91.º do CCP)
Consulta e fornecimento das peças do concurso (artigo 133.º do CCP)
Lista dos concorrentes e consulta das propostas apresentadas (artigo 138.º do CCP)
Relatório preliminar, audiência prévia e relatório final (artigos 146.º a 148.º do CCP)
Fase de negociação das propostas (artigos 149.º a 154.º do CCP)
No caso de o mais baixo preço constar de mais do que uma proposta, deve ser adjudicada
aquela que tiver sido apresentada mais cedo (n.º 2 do artigo 160.º do CCP);
O adjudicatário deve apresentar os documentos de habilitação exigidos no prazo de 2
dias a contar da data da notificação da adjudicação, sem prejuízo do programa do
procedimento poder fixar um prazo inferior (artigo 161.º do CCP).
O concurso limitado por prévia qualificação rege-se pelas disposições que regulam o concurso
público, com as necessárias adaptações (não sendo aplicável o disposto nos artigos 149.º a 154.º do
CCP – fase de negociação das propostas).
Este procedimento poderá ainda ter ou não leilão eletrónico, no caso de contratos de locação ou de
aquisição de bens móveis ou de contratos de aquisição de serviços.
Este procedimento integra duas fases distintas: apresentação das candidaturas e qualificação dos |18
candidatos (artigos 167.º a 188.º do CCP) e apresentação e análise das propostas e adjudicação
(artigos 189.º a 192.º do CCP).
6. FIGURAS ESPECIAIS
Quando se agruparem para um destes efeitos, as entidades adjudicantes devem designar qual delas
constitui o representante do agrupamento que terá competência para conduzir o procedimento de
formação do contrato ou do acordo quadro a celebrar.
No entanto, devem ser sempre tomadas conjuntamente pelos órgãos competentes de todas as
entidades adjudicantes agrupadas as seguintes decisões:
A decisão de contratar;
A decisão de escolha do procedimento;
A decisão de qualificação dos candidatados (quando o procedimento escolhido tiver fase de
prévia qualificação);
A decisão de adjudicação.
É um contrato celebrado entre uma ou várias entidades adjudicantes e uma ou mais entidades, com
vista a disciplinar relações contratuais futuras a estabelecer ao longo de um determinado período de
tempo, mediante a fixação antecipada dos respetivos termos – artigo 251º CCP.
Com uma única entidade (alínea a) do n.º 1 do artigo 252º) – nos casos em que no acordo
quadro estejam suficientemente especificados todos os aspetos da execução dos contratos a
celebrar ao seu abrigo que sejam submetidos à concorrência pelo caderno de encargos (o
chamado acordo quadro “fechado”).
Para a celebração de contratos ao abrigo desta modalidade de acordos quadro deve adotar-
se o ajuste direto2, independentemente do valor do contrato a celebrar – o que configura um
critério material (n.º 1 do artigo 258º).
O conteúdo dos contratos a celebrar ao abrigo desta modalidade de acordos quadro deve
corresponder às condições contratuais estabelecidas no acordo quadro, não sendo
necessária a elaboração de um caderno de encargos (n.º 2 do artigo 258º). No entanto, a
entidade adjudicante pode solicitar ao adjudicatário que pormenorize aspetos constantes da
sua proposta (n.º 3 do artigo 258º).
São especificados todos os aspectos da execução dos contratos a celebrar ao seu abrigo
Com várias entidades (alínea b) do n.º 1 do artigo 252º) – nos casos em que no acordo quadro
não estejam totalmente contemplados ou não estejam suficientemente especificados os
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aspetos da execução dos contratos a celebrar ao seu abrigo que sejam submetidos à
concorrência pelo caderno de encargos (o chamado acordo quadro “aberto”).
Nesta modalidade de acordo quadro, o caderno de encargos não abrange, ou não abrange
com suficiente concretização, todos os aspetos da execução dos contratos a celebrar. Para a
celebração de contratos ao abrigo desta modalidade de acordos quadro a entidade
adjudicante deve dirigir a todos os adjudicatários do acordo quadro um convite à
apresentação de propostas (n.º 1 do artigo 259º).
Não são especificados todos os aspectos da execução dos contratos a celebrar ao seu abrigo
Ou seja, não é permitido celebrar um acordo quadro “fechado” com várias entidades, nem é permitido
celebrar um acordo quadro “aberto” só com uma.
Guia de Contratação Pública
A duração dos contratos celebrados ao abrigo de um Acordo Quadro, nos termos do artigo 256º, é da
responsabilidade da entidade compradora e deve ser fixado em cumprimento do que se encontra
previsto no Acordo Quadro (duração mínima ou máxima).
De acordo com o Regulamento n.º 330/2009, de 30 de julho, que estabelece a disciplina aplicável ao
sistema nacional de compras públicas (SNCP) estão abrangidos e, consequentemente, obrigados ao
seu cumprimento, a Agência Nacional de Compras Públicas, E.P.E (ANCP), atualmente designada por
ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I.P., as unidades ministeriais de
compras (UMC) e as entidades compradoras vinculadas3. Este Regulamento, aplica-se, ainda, às
entidades compradoras voluntárias 4, com as necessárias adaptações e na medida do que for previsto
nos respetivos contratos de adesão.
A intervenção da ESPAP, I.P. e das UMC é repartida segundo categorias de obras, bens e serviços,
definidos por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças (Portaria n.º
772/2008, de 6 de agosto, lista substituída pela Portaria n.º 420/2009, de 20 de abril, revista por sua
vez pela Portaria n.º 103/2011, de 14 de março) e por portarias conjuntas dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e do sector (consultar as diversas portarias publicadas
referentes às diferentes UMC), respetivamente.
Para as entidades compradoras voluntárias, de acordo com o estipulado no n.º 2 do artigo 9.º do
Regulamento n.º 330/2009, a não aquisição centralizada de bens móveis e serviços, nos termos e
dentro dos limites constantes dos respetivos contratos de adesão, é fundamento de resolução do
referido contrato, por parte da ESPAP,I.P.
De acordo com o n.º 2 do artigo 59.º do Regulamento (UE) n.º 966/2012, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 25 de outubro de 2012, os Estados Membros devem tomar todas as medidas
necessárias, incluindo medidas legislativas, regulamentares e administrativas, para proteger os
interesses financeiros da União Europeia, nomeadamente através da prevenção, deteção e correção
de irregularidades e fraudes.
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Para além do estabelecido na alínea h) do artigo 72.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013 – os sistemas de gestão e controlo
dos programas devem assegurar a prevenção, deteção e correção de irregularidades, incluindo
fraudes, e a recuperação de montantes indevidamente pagos – a alínea c) do n.º 4 do artigo 125.º do
mesmo regulamento institui que as Autoridade de Gestão (AG) devem estabelecer medidas
antifraude eficazes e proporcionadas, tendo em consideração os riscos identificados.
Considerando que a contratação pública é uma das áreas onde se considera existir maior incidência
do risco de fraude, as AG estão empenhadas em desenvolver mecanismos de prevenção
adequados às novas exigências nesta matéria, entre os quais a divulgação do presente guia, do
qual fazem parte integrante um conjunto de recomendações suscetíveis de contribuir para a
prevenção da ocorrência de fraude na aplicação dos fundos públicos.
A elaboração deste instrumento teve por base a legislação vigente em matéria de contratação
pública, em particular o CCP, tendo havido a preocupação de enquadrar legalmente todos os
pontos a verificar em cada contrato/procedimento para, assim, configurar um instrumento crucial
para as entidades beneficiárias.
Guia de Contratação Pública
Nos termos da alínea a) do n.º 4 do artigo 125.ºdo Regulamento (UE) n.º 1303/2013 e da alínea a)
do n.º 2 do artigo 26.º do Decreto-lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, as AG asseguram a realização
das verificações de gestão garantindo a legalidade, conformidade e regularidade da despesa, por via
da conferência apropriada dos aspetos administrativos, financeiros, técnicos e físicos das operações.
As AG têm a obrigação de verificar, por cada operação, todos os contratos acima dos limiares
comunitários e uma amostra mínima de 30 contratos abaixo dos limiares, quando existirem.
No que respeita à contratação pública, constitui requisito fundamental de toda e qualquer entidade
beneficiária que pretenda aceder a fundos públicos, a devida documentação do processo de
contratação e a justificação de todas as decisões tomadas neste âmbito, de forma a garantir a
regularidade e legalidade das despesas associadas, caso venham a ser posteriormente objeto de
verificação ou auditoria.
5Alerta-se que a Tabela COCOF prevê uma correção financeira de 100% sobre a despesa que esteja associada a irregularidades de contratação
pública afetadas por conflito de interesses.
Guia de Contratação Pública
A Diretiva n.º 2014/24/UE, no 2.º parágrafo do seu artigo 24.º, estatui que «(o) conceito de conflito de
interesses engloba, no mínimo, qualquer situação em que os membros do pessoal da autoridade adjudicante
ou de um prestador de serviços que age em nome da autoridade adjudicante, que participem na condução
do procedimento de contratação ou que possam influenciar os resultados do mesmo, têm direta ou
indiretamente um interesse financeiro, económico ou outro interesse pessoal suscetível de comprometer a
sua imparcialidade e independência no contexto do procedimento de adjudicação.»
Neste sentido, um conflito de interesses surge e existe quando um colaborador coloca os seus interesses
privados à frente dos seus deveres funcionais, defraudando os objetivos subjacentes à atribuição desses
deveres, comprometendo, com isso, a transparência e a imparcialidade exigíveis.
O n.º 4 do artigo 63.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC) contém
uma definição do conceito de relações especiais, estabelecendo que:
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"Considera-se que existem relações especiais entre duas entidades nos situações em que uma tem o poder de exercer,
direta ou indiretamente, uma influência significativa nos decisões de gestão da outra, o que se considera verificado,
designadamente, entre:
a) Uma entidade e os titulares do respetivo capital, ou os cônjuges, ascendentes ou descendentes destes, que detenham,
direta au indiretamente, uma participação não inferior a 20 % do capital ou dos direitos de voto;
b) Entidades em que os mesmos titulares do capital, respetivos cônjuges, ascendentes ou descendentes detenham, direta
ou indiretamente, uma participação não inferior a 20 % do capital ou dos direitos de voto;
c) Uma entidade e os membros dos seus órgãos sociais, ou de quaisquer órgãos de administração, direção, gerência ou
fiscalização, e respetivos cônjuges, ascendentes e descendentes;
d) Entidades em que a maioria dos membros dos órgãos sociais, ou dos membros de quaisquer órgãos de administração,
direção, gerência ou fiscalização, sejam as mesmas pessoas ou, sendo pessoas diferentes, estejam ligadas entre si par
casamento, união de facto legalmente reconhecido ou parentesco em linha reta;
e) Entidades ligadas por contrato de subordinação, de grupo paritário ou outro de efeito equivalente;
f) Empresas que se encontrem em relação de domínio, nos termos do artigo 486.º do Código das Sociedades Comerciais;
g) Entidades cujo relacionamento jurídico possibilita, pelos seus termos e condições, que uma condicione as decisões de
gestão da outra, em função de factos ou circunstâncias alheios à própria relação comercial ou profissional;
h) Uma entidade residente au não residente com estabelecimento estável situado em território português e uma entidade
sujeita a um regime fiscal claramente mais favorável residente em pais, território ou região constante da lista aprovada
por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças".
A existência de relações especiais entre empresas ou empresas e os seus sócios ou gerentes constitui um
fator potenciador de uma situação de conflito de interesses, mas não implica, por si só, uma
irregularidade. A realização de correções financeiras assentes em tal factualidade tem lugar quando,
comprovadamente, se verifique que, no âmbito de um procedimento, as entidades em questão ou os seus
responsáveis obtiveram algum tipo de vantagem pessoal, direta ou indireta, decorrente da preterição
das obrigações que sobre si impendiam por força do seu envolvimento no referido procedimento.
Aconselha-se a leitura do “Guia prático para gestores”, elaborado por um grupo de peritos dos Estados-
Membros sob a coordenação da Unidade de Prevenção de Fraude da OLAF, o qual aborda a matéria dos
conflitos de interesses nos processos de adjudicação de contratos públicos (Anexo VI).
Guia de Contratação Pública
Garantam que as especificações técnicas dos procedimentos adotadas nas aquisições de bens
e serviços não condicionam a adjudicação a um determinado fornecedor (exigindo, por
exemplo, que o concorrente tenha determinada capacidade técnica ou experiência);
No mesmo procedimento de contratação pública podem coexistir diversas formas de conluio. Em regra,
nos esquemas de conluio, os participantes escolhem uma das empresas para vencer o procedimento. Este
tipo de comportamento inclui, frequentemente, a fixação conjunta de preços entre concorrentes e
mecanismos de repartição dos lucros adicionais que resultam do conluio (e.g., o pagamento de
compensações pelo adjudicatário às restantes empresas em conluio).
Para efeitos de compreensão e aprofundamento desta matéria, sugere-se a leitura do “Guia de boas
práticas no combate ao conluio na contratação pública, da Autoridade da Concorrência” (Anexo VII), o
qual identifica, nomeadamente:
As formas mais comuns de conluio na contratação pública;
Os vários indícios que podem alertar as entidades adjudicantes para a possibilidade de conluio
num determinado procedimento;
As medidas que podem ser adotadas pelas entidades adjudicantes a fim de promover a
concorrência e reduzir o risco de conluio.
Implementem mecanismos para confirmação dos montantes faturados e que estes têm
efetiva correspondência com os serviços contratualizados;
Acresce referir que a matéria dos conflitos de interesse não se circunscreve aos contratos públicos,
devendo o beneficiário adotar medidas que assegurem o cumprimento do princípio da boa gestão
financeira, mesmo que não esteja sujeito ao cumprimento das regras de contratação pública (por não
reunir os requisitos para ser considerado entidade adjudicante), nos termos do CCP.
Anexo I - Lista da legislação nacional e comunitária relevante
LEGISLAÇÃO NACIONAL
LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA
LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA
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Anexo II - Lista de contratos
LISTA DE CONTRATOS
Tipologia de Operações:
Entidade Beneficiária:
NIF:
COMISSÃO
EUROPEIA
Bruxelas, 19.12.2013
C(2013) 9527 final
DECISÃO DA COMISSÃO
de 19.12.2013
PT PT
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
DECISÃO DA COMISSÃO
de 19.12.2013
A COMISSÃO EUROPEIA,
Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,
Considerando o seguinte:
(1) As presentes orientações têm como objetivo fornecer indicações aos serviços
pertinentes da Comissão sobre os princípios, critérios e tabelas indicativas a aplicar na
determinação das correções financeiras introduzidas pela Comissão nas despesas
financiadas pela União no âmbito da gestão partilhada, em caso de incumprimento das
regras aplicáveis em matéria de contratos públicos, tal como especificado nas
orientações.
(2) Em conformidade com o artigo 80.º, n.º 4, do Regulamento (UE, Euratom)
n.º 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012,
relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União1, compete à
Comissão: i) aplicar correções financeiras aos Estados-Membros, a fim de excluir do
financiamento da União as despesas efetuadas em infração do direito aplicável; ii)
basear as suas correções financeiras na identificação dos montantes despendidos
indevidamente e no impacto financeiro no orçamento, podendo, caso esses montantes
não possam ser identificados com precisão, aplicar correções extrapoladas ou fixas em
conformidade com as regras setoriais; iii) estabelecer o montante da correção
financeira, tendo em conta a natureza e a gravidade da infração do direito aplicável e o
impacto financeiro no orçamento, inclusive no caso de deficiências dos sistemas de
gestão e controlo.
(3) Em conformidade com os artigos 99.º e 100.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de
11 de julho de 2006, que estabelece disposições gerais sobre o Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coesão2, a
Comissão pode proceder a correções financeiras mediante o cancelamento da
totalidade ou de parte da participação da União num programa operacional. Existem
disposições similares noutras regras setoriais, nomeadamente: nos artigos 97.º e 98.º
do Regulamento (CE) n.º 1198/2006 do Conselho, de 27 de julho de 2006, relativo ao
Fundo Europeu das Pescas3; no artigo 44.º da Decisão 2007/435/CE do Conselho, de
25 de junho de 2007, que cria o Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de
Países Terceiros para o período de 2007 a 2013 no âmbito do programa geral
«Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios»4; no artigo 46.º da Decisão
573/2007/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de maio de 2007, que cria
1
JO L 298 de 26.10.2012, pp. 1-96.
2
JO L 210 de 31.7.2006, pp. 25-78.
3
JO L 223 de 15.8.2006, pp. 1-44.
4
JO L 168 de 28.6.2007, pp. 18-36.
PT 2 PT
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
o Fundo Europeu para os Refugiados (FER III) para o período de 2008 a 2013 no
âmbito do programa geral «Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios»5; no
artigo 48.º da Decisão 574/2007/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de
maio de 2007, que cria o Fundo para as Fronteiras Externas para o período de 2007 a
2013 no âmbito do programa geral «Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios»6,
no artigo 46.º da Decisão 575/2007/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, que
cria o Fundo Europeu de Regresso para o período de 2008 a 2013 no âmbito do
programa geral «Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios»7 e no artigo 31.º do
Regulamento (CE) n.º 1290/2005 do Conselho, de 21 de junho de 2005, relativo ao
financiamento da política agrícola comum8. No que diz respeito ao Fundo de
Solidariedade da União Europeia, é igualmente aplicável o artigo 80.º, n.º 4, do
Regulamento (UE, Euratom) n.º 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de
25 de outubro de 2012, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento
geral da União Europeia9, em conformidade com o artigo 5.º, n.º 3, do Regulamento
(CE) n.º 2012/2002 do Conselho, de 11 de novembro de 2002, que institui o Fundo10.
(4) As presentes orientações são aplicáveis a todos os fundos sob gestão partilhada
incluídos no quadro financeiro plurianual de 2014-2020, incluindo os que não
constituem uma continuação dos fundos existentes, como o instrumento de apoio
financeiro à cooperação policial, à prevenção e luta contra a criminalidade e à gestão
de crises, no âmbito do Fundo para a Segurança Interna.
(5) Estas orientações constituem uma atualização das orientações para a determinação das
correções financeiras a aplicar em caso de incumprimento das regras em matéria de
contratos públicos, no que diz respeito aos períodos de programação de 2000-2006 e
de 2007-201311. Refletem a experiência adquirida com a aplicação das anteriores
orientações e procuram clarificar o nível de correções a aplicar em conformidade com
o princípio da proporcionalidade e tendo em conta a jurisprudência do Tribunal de
Justiça da União Europeia. Além disso, pretendem responder à recomendação de
quitação do Parlamento Europeu, para 2010, no sentido de harmonizar o tratamento
dos erros de contratos públicos nos domínios da agricultura e dos recursos naturais, da
coesão, da energia e dos transportes, e de promover uma maior harmonização da
quantificação de irregularidades nos contratos públicos pelo Tribunal de Contas
Europeu e a Comissão.
(6) As presentes orientações destinam-se a ser utilizadas pelos serviços da Comissão para
garantir a igualdade de tratamento entre os Estados-Membros, a transparência e a
proporcionalidade na aplicação de correções financeiras relacionadas com despesas
financiadas pela União. O objetivo das correções financeiras é restabelecer uma
situação em que a totalidade das despesas declaradas para financiamento pela União
esteja legal e conforme com as regras nacionais e da União aplicáveis.
5
JO L 144 de 6.6.2007, pp. 1-21.
6
JO L 144 de 6.6.2007, pp. 22-44.
7
JO L 144 de 6.6.2007, pp. 45-65.
8
JO L 209 de 11.8.2005, pp. 1-25.
9
JO L 298 de 26.10.2012, pp. 1-96.
10
JO L 311 de 14.11.2002, pp. 3-8.
11
Ref. COCOF 07/0037/03-EN de 29/11/2007 aplicável ao Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional, ao Fundo de Coesão e ao Fundo Social Europeu; Ref. EFFC/24/2008 de 1/4/2008, aplicável ao Fundo
Europeu das Pescas; e «SOLID/2011/31 REV» de 11/01/2012, ou seja, as orientações para determinar as
correções financeiras a aplicar em caso de incumprimento das regras da União em matéria de contratos públicos
cofinanciados pelos quatro fundos do programa geral «Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios», durante
o período de programação 2007-2013.
PT 3 PT
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
DECIDE:
Artigo 1.º
A presente decisão estabelece em anexo as orientações para a determinação das correções
financeiras a introduzir nas despesas financiadas pela União em regime de gestão partilhada,
para os períodos de programação de 2007-2013 e 2014-2020, em caso de incumprimento das
regras relativas aos contratos públicos.
Artigo 2.º
As orientações estabelecidas em anexo substituem as orientações sobre as correções
financeiras em caso de incumprimento das regras relativas aos contratos públicos para os
períodos de programação de 2000-2006 e de 2007-2013, como especificado no considerando
5.
As orientações em anexo devem ser aplicadas pela Comissão ao efetuar correções financeiras
relacionadas com irregularidades detetadas após a data de adoção da presente decisão.
Feito em Bruxelas, em 19.12.2013
Pela Comissão
Johannes HAHN
Membro da Comissão
PT 4 PT
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
PT
ANEXO
Orientações
para a determinação das correções financeiras a introduzir nas despesas financiadas pela
União no âmbito da gestão partilhada, em caso de incumprimento das regras em matéria de
contratos públicos
1
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
Índice
1. Introdução..................................................................................................................... 3
1.1. Objetivo e âmbito de aplicação das orientações........................................................... 3
1.2. Base jurídica e documentos de referência .................................................................... 5
1.2.1. Orientações sobre as correções financeiras ................................................................ 5
1.2.2. Direito da União aplicável à adjudicação de contratos não abrangidos (ou só
parcialmente abrangidos) pelas diretivas relativas aos contratos públicos................ 5
1.3. Critérios a considerar ao decidir qual a taxa de correção a aplicar .............................. 7
2. Principais tipos de irregularidades e taxas correspondentes de correção financeira.... 8
2.1. Anúncio de concurso e caderno de encargos ............................................................... 8
2.2. Avaliação das propostas ............................................................................................. 15
2.3. Execução do contrato ................................................................................................. 18
2
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
1. Introdução
As orientações para a determinação das correções financeiras devem ser aplicadas principalmente
em caso de irregularidades que constituam violações das regras em matéria de contratos públicos
aplicáveis aos contratos financiados a partir do orçamento da União e sujeitos ao método de
gestão partilhada. Estas regras em matéria de contratos públicos estão estabelecidas nas diretivas
relativas aos contratos públicos, conforme especificado no ponto 1.2 (a seguir, designadas por
«Diretivas»), e no direito nacional pertinente.
As taxas de correção indicadas na secção 2 são igualmente aplicáveis aos contratos não
abrangidos (ou só parcialmente abrangidos) pelas Diretivasi. A variação das taxas entre 5 %
e 100 %, estabelecida na secção 2, é a mesma que a definida na Decisão da Comissão, de 19 de
outubro de 2011, relativa à aprovação de orientações sobre os princípios, os critérios e as tabelas
indicativas a aplicar em matéria de correções financeiras efetuadas pela Comissão, nos termos dos
artigos 99.º e 100.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho1 (a seguir, designada por
«Decisão sobre as Correções Financeiras»). No que se refere aos artigos 97.º e 98.º do
Regulamento (CE) n.º 1198/2006 do Conselho, de 27 de julho de 2006, a mesma variação de taxas
de correção foi reproduzida, mutantis mutandis, nas «Orientações sobre os princípios, os critérios
e as tabelas indicativas a aplicar em matéria de correções financeiras efetuadas pela Comissão,
nos termos do Regulamento (CE) n.º 1198/2006», aplicáveis ao Fundo Europeu das Pescas (a
seguir, designadas por «Orientações FEP»). Para o artigo 44.º da Decisão 2007/435/CE do
Conselho, de 25 de junho de 2007, o artigo 46.º da Decisão n.º 573/2007/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 23 de maio de 2007, o artigo 48.º da Decisão n.º 574/2007/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de maio de 2007, e o artigo 46.º da Decisão
n.º 575/2007/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de maio de 2007, foi igualmente
adotada uma abordagem semelhante à Decisão C(2011)9771 da Comissão, de 22 de dezembro de
2011, relativa à aprovação de orientações sobre os princípios, os critérios e as tabelas indicativas a
aplicar em matéria de correções financeiras efetuadas pela Comissão ao abrigo dos quatro fundos
do programa geral «Solidariedade e Gestão dos Fluxos Migratórios» (a seguir, denominada
«Decisão sobre as Correções Financeiras FEI, FERIII, FFE e RF»).
1
C(2011)7321 final.
3
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
orientações foi alargado, uma vez que as novas orientações se aplicam igualmente a outras
despesas além das relacionadas com os fundos estruturais ou o Fundo de Coesão.
Sempre que a Comissão detete irregularidades relacionadas com o incumprimento das regras em
matéria de contratos públicos, determinará o montante da correção financeira aplicável de acordo
com as presentes orientações. O montante da correção financeira é calculado tendo em conta o
montante da despesa declarada à Comissão e relacionada com o contrato (ou parte do mesmo),
afetado pela irregularidade. A percentagem da tabela indicativa adequada aplica-se ao montante
da despesa afetada declarada à Comissão para o contrato em questão. A mesma taxa de correção
deve ser aplicada igualmente a qualquer despesa futura relacionada com o mesmo contrato
afetado, antes de essa despesa ser certificada à Comissão. Exemplos práticos: o montante da
despesa declarada à Comissão para um contrato de execução de obras celebrado após a aplicação
de critérios ilegais é de 10 000 000 euros. Se a taxa de correção aplicável for 25 %, o montante a
ser deduzido da declaração de despesas à Comissão é 2 500 000 euros. Por conseguinte, o
financiamento da União é reduzido com base na taxa de financiamento relevante. Se,
subsequentemente, as autoridades nacionais pretenderem declarar mais despesas referentes ao
mesmo contrato e afetadas pela mesma irregularidade, essas despesas devem ser sujeitas à mesma
taxa de correção. No final, o valor total dos pagamentos relacionados com o contrato é corrigido
com base na mesma taxa de correção.
4
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
mesmos critérios e taxas ao corrigir as irregularidades detetadas pelos seus próprios serviços,
exceto quando apliquem normas mais rigorosas.
As presentes orientações têm em conta o disposto no artigo 80.º, n.º 4, do Regulamento (UE,
Euratom) n.º 966/2012, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da
União, as regras setoriais aplicáveis ao cofinanciamento da União abrangido pelo método da
gestão partilhada, as Diretivasiii e os documentos de referência especificados nas secções 1.2.1 e
1.2.2, a saber, as orientações FEP e a Comunicação Interpretativa n.º 2006/C 179/02 da Comissão,
relativa ao direito comunitário aplicável à adjudicação de contratos não abrangidos, ou só
parcialmente abrangidos, pelas diretivas relativas aos contratos públicos.
Tal como definido na Comunicação Interpretativa n.º 2006/C 179/02 da Comissão, relativa ao
direito comunitário aplicável à adjudicação de contratos não abrangidos, ou só parcialmente
abrangidos, pelas diretivas relativas aos contratos públicos (a seguir, designada por
«Comunicação Interpretativa»), o Tribunal de Justiça da União Europeia confirmou que «as
regras e os princípios do Tratado CE se aplicam também aos contratos não abrangidos pelo
âmbito de aplicação das diretivas».
2
JO L 134 de 30.4.2004, pp. 1-113.
3
JO L 134 de 30.4.2004, pp. 114-240.
5
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
De acordo com os pontos 1.1 e 1.2 da Comunicação Interpretativa, as entidades adjudicantes dos
Estados-Membros são obrigadas a respeitar as regras e os princípios do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia para a celebração de contratos públicos abrangidos pelo
âmbito de aplicação do Tratado. Esses princípios incluem a livre circulação de mercadorias
(artigo 34.º TFUE), o direito de estabelecimento (artigo 49.º do TFUE) e a livre prestação de
serviços (artigo 56.º do TFUE), a não discriminação e a igualdade de tratamento, a transparência,
a proporcionalidade e o reconhecimento mútuo.
O conceito de «nível suficiente de publicidade»vi deve ser interpretado à luz dos princípios
consagrados no Tratado, como interpretados pelo Tribunal de Justiça e resumidos na
Comunicação Interpretativa.
À luz dos acórdãos do Tribunal de Justiça nos processos C-412/044, processos apensos C-147/06 e
C-148/065, e C-507/036, no contexto de um processo por infração, quando é alegada uma não
conformidade com as regras e os princípios do Tratado, «compete à Comissão demonstrar que»
- não obstante o facto de um contrato não estar abrangido (ou só estar abrangido parcialmente)
pelas disposições das Diretivas, o contrato em causa «apresentava, para uma empresa situada
num Estado-Membro diferente do da entidade adjudicante, um interesse certo, e
- que essa empresa, não tendo tido acesso às informações adequadas antes de o contrato ser
atribuído, não teve a possibilidade de manifestar o seu interesse nesse contrato»vii.
- o objeto do contrato;
4
Comissão/Itália, Colect., [2008] p. I-619.
5
SECAP SpA e Santorso Soc./Comune di Torino, Colect., [2008] p. I-3565.
6
Comissão/Irlanda, Colect., [2007] p. I-9777.
6
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
A gravidade de uma irregularidade relativa ao incumprimento das regras relativas aos contratos
públicos e o impacto financeiro resultante para o orçamento da União são avaliados tendo em
conta os seguintes fatores: nível de concorrência, transparência e igualdade de tratamento. Se o
incumprimento em causa tiver um efeito dissuasor para os proponentes potenciais ou se conduzir
à adjudicação de um contrato a um proponente diferente daquele ao qual deveria ter sido
adjudicado, trata-se de um forte indicador de que a irregularidade é grave.
Caso sejam detetadas várias irregularidades no mesmo concurso, as taxas de correção não serão
cumulativas, tomando-se antes a irregularidade mais grave como indicação para decidir a taxa de
correção (de 5 %, 10 %, 25 % ou 100 %).
Quando uma correção relativa a um certo tipo de irregularidades tenha sido aplicada e o
Estado-Membro não tenha tomado medidas corretivas adequadas em relação a outros concursos
afetados pelo mesmo tipo de irregularidades, as taxas de correção financeira podem ser agravadas
para um nível mais elevado de correção (ou seja, 10 %, 25 % ou 100 %).
Pode ser aplicada uma correção financeira de 100 % nos casos mais graves, quando a
irregularidade favoreça certos proponentes/candidatos ou quando esteja associada a uma fraude,
tal como estabelecido pela autoridade judicial ou administrativa competente.
7
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
1. Não publicação do anúncio de Artigos 35.º e 38.º da O anúncio de concurso não foi 100 %
concurso. Diretiva 2004/18/CE publicado em conformidade com as
regras pertinentes (p. ex., 25 % se a publicação de um
Artigo 42.º da Diretiva publicação no Jornal Oficial da anúncio de concurso for exigida
2004/17/CE União Europeia (JOUE) nos casos pelas Diretivas e o anúncio de
em que esta publicação é exigida concurso não for publicado no
Secção 2.1 da Comunicação pelas Diretivasix). JOUE, mas for publicado de forma
Interpretativa n.º 2006/C a garantir que uma empresa situada
179/02 da Comissão noutro Estado-Membro tem acesso
às informações adequadas sobre o
concurso público, antes de este ser
atribuído, de modo a que, se essa
empresa o desejar, possa apresentar
uma proposta ou manifestar o seu
interesse na obtenção desse
contrato. Na prática, tal implica a
publicação do anúncio de concurso
a nível nacional (em conformidade
com a legislação nacional ou as
regras aplicáveis a este respeito) ou
o respeito das normas básicas em
matéria de publicidade dos
anúncios de concurso. Para mais
pormenores relativos a estas
8
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
2. Fracionamento artificial de contratos Artigo 9.º, n.º 3, da Diretiva Um projeto de execução de obras 100 %
relativos a 2004/18/CE. ou relativo à aquisição de uma
obras/serviços/fornecimentos. determinada quantidade de 25 % se a publicação de um
Artigo 17.º, n.º 2, da Diretiva fornecimentos e/ou de serviços é anúncio de concurso for exigida
2004/17/CE. fracionado, deixando dessa forma pelas Diretivas e o anúncio de
de estar abrangido pelo âmbito de concurso não for publicado no
aplicação das Diretivas, isto é, JOUE, mas for publicado de forma
deixando de estar sujeito à a garantir que uma empresa situada
obrigação de publicação no JOUE noutro Estado-Membro tem acesso
para a totalidade das obras, serviços às informações adequadas sobre o
ou fornecimentos em causa. concurso público, antes de este ser
atribuído, de modo a que, se essa
empresa o desejar, possa apresentar
uma proposta ou manifestar o seu
interesse na obtenção desse
contrato. Na prática, tal implica a
publicação do anúncio de concurso
a nível nacional (em conformidade
com a legislação nacional ou as
regras aplicáveis a este respeito) ou
o respeito das normas básicas em
matéria de publicidade dos
anúncios de concurso. Para mais
pormenores relativos a estas
9
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
3. Incumprimento do: Artigo 38.º da Diretiva Os prazos de receção das propostas 25 % se a redução nos prazos > =
2004/18/CE (ou receção dos pedidos de 50 %
- prazo de receção das propostas; participação) são inferiores aos
Artigo 45.º da Diretiva prazos previstos nas Diretivas. 10 % se a redução nos prazos > =
ou 2004/17/CE 30 %
- prazo de receção dos pedidos de 5 % se houver outras reduções nos
participaçãox. prazos (esta taxa de correção pode
ser reduzida para um valor entre
2 % e 5 % sempre que se considere
que a natureza e a gravidade da
irregularidade não justifica uma
taxa de correção de 5 %).
4. Prazo insuficiente para os potenciais Artigo 39.º, n.º 1, da Diretiva O prazo concedido aos potenciais 25 %, se o tempo de que dispõem
proponentes/candidatos obterem a 2004/18/CE proponentes/candidatos para os potenciais
documentação relativa ao concurso obterem a documentação do proponentes/candidatos para obter a
Artigo 46.º, n.º 1, da Diretiva concurso é demasiado reduzido, documentação do concurso for
2004/17/CE criando assim um obstáculo inferior a 50 % do prazo fixado para
injustificado à abertura dos receção das propostas (em
contratos públicos à concorrência. conformidade com as disposições
pertinentes).
As correções são aplicadas numa
base casuística. Ao determinar o 10 %, se o tempo de que dispõem
10
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
5. Não publicação da Artigo 23.º e artigo 38.º, n.º Os prazos de receção das propostas 10 %
7, da Diretiva 2004/18/CE (ou receção dos pedidos de
- prorrogação do prazo de receção participação) são prorrogados, sem A correção pode ser reduzida para
das propostas; Artigos 10.º e 45.º, n.º 9, da publicação em conformidade com 5 %, consoante a gravidade da
Diretiva 2004/17/CE as normas pertinentes (ou seja, irregularidade.
ou publicação no JOUE se o contrato
público está abrangido pelas
- prorrogação do prazo de entrega Diretivas).
dos pedidos de participaçãoxi.
6. Casos que não justifiquem o recurso Artigo 30.º, n.º 1, da Diretiva A entidade adjudicante adjudica um 25 %
ao procedimento por negociação 2004/18/CE contrato público através de um
com publicação prévia de um procedimento por negociação, após A correção pode ser reduzida para
11
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
12
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
2004/17/CE
9. Indicação de critérios ilegais e/ou Artigos 45.º, 50.º e 53.º da Casos em que os operadores sejam 25 %
discriminatórios de seleção e/ou Diretiva 2004/18/CE impedidos de concorrer por
adjudicação no anúncio de concurso indicação de critérios ilegais de A correção pode ser reduzida para
ou na documentação do concurso Artigos 54.º e 55.º da seleção e/ou de adjudicação no 10 % ou 5 %, consoante a
Diretiva 2004/17/CE anúncio de concurso ou na gravidade da irregularidade.
documentação do concurso. Por
exemplo:
- obrigação de já possuir um
estabelecimento ou um
representante no país ou região;
10. Critérios de seleção não relacionados Artigo 44.º, n.º 2, da Diretiva Se puder ser demonstrado que os 25 %
com e não proporcionais ao objeto 2004/18/CE níveis de capacidade mínima
do contrato exigida para um contrato específico A correção pode ser reduzida para
Artigo 54.º, n.º 2, da Diretiva não estão relacionados com ou não 10 % ou 5 %, consoante a
2004/17/CE são proporcionais ao objeto do gravidade da irregularidade.
contrato, não podendo por essa
razão garantir um acesso equitativo
13
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
11. Especificações técnicas Artigo 23.º, n.º 2, da Diretiva Foram estabelecidos requisitos 25 %
discriminatórias 2004/18/CE técnicos demasiado específicos, não
podendo por essa razão garantir-se A correção pode ser reduzida para
Artigo 34.º, n.º 2, da Diretiva um acesso equitativo dos 10 % ou 5 %, consoante a
2004/17/CE proponentes, ou com o efeito de gravidade da irregularidade.
criar obstáculos injustificados à
abertura dos contratos públicos à
concorrência.
12. Definição insuficiente do objeto do Artigo 2.º da Diretiva A descrição no anúncio de concurso 10 %
contrato 2004/18/CE e/ou no caderno de encargos é
insuficiente para que os potenciais A correção pode ser reduzida para
Artigo 10.º da Diretiva proponentes/candidatos possam 5 %, consoante a gravidade da
2004/17/CE determinar o objeto do contrato. irregularidade.
14
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
13. Alteração de critérios de seleção após a Artigo 2.º e artigo 44.º, Os critérios de seleção são modificados durante a 25 %
abertura das propostas, facto que n.º 1, da Diretiva fase de seleção, o que resulta na aceitação de
resulta numa aceitação incorreta dos 2004/18/CE proponentes que não deveriam ser aceites caso os A correção pode ser
proponentes. critérios de seleção publicados fossem respeitados. reduzida para 10 %
Artigo 10.º e artigo ou 5 %, consoante a
54.º, n.º 2, da Diretiva gravidade da
2004/17/CE irregularidade.
14. Alteração dos critérios de seleção após Artigos 2.º e 44.º, n.º 1, Os critérios de seleção são modificados durante a 25 %
a abertura das propostas, facto que da Diretiva 2004/18/CE fase de seleção, o que resulta na rejeição de A correção pode ser
resulta numa rejeição incorreta dos proponentes que deveriam ser aceites caso os reduzida para 10 %
proponentes. Artigo 10.º e artigo critérios de seleção publicados fossem respeitados. ou 5 %, consoante a
54.º, n.º 2, da Diretiva gravidade da
2004/17/CE irregularidade.
15. Avaliação dos proponentes/candidatos Artigo 53.º da Diretiva Durante a avaliação dos proponentes/candidatos, os 25 %
com base em critérios de seleção ou de 2004/18/CE critérios de seleção são utilizados como critérios de
adjudicação ilegais adjudicação ou os critérios de adjudicação (ou A correção pode ser
Artigo 55.º da Diretiva respetivos subcritérios e ponderações) indicados no reduzida para 10 %
2004/17/CE anúncio de concurso ou no caderno de encargos não ou 5 %, consoante a
são seguidos, facto que resulta na aplicação de gravidade da
critérios ilegais de seleção ou de adjudicação. irregularidade.
15
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
concurso/caderno de encargos.
16. Falta de transparência e/ou de Artigos 2.º e 43.º da A pista de auditoria relativa em especial à pontuação 25 %
igualdade de tratamento durante a Diretiva 2004/18/CE atribuída a cada proposta é pouco
avaliação clara/injustificada/pouco transparente ou inexistente. A correção pode ser
Artigo 10.º da Diretiva reduzida para 10 %
E/ou
2004/17/CE ou 5 %, consoante a
O relatório de avaliação não existe ou não contém gravidade da
todos os elementos exigidos pelas disposições irregularidade.
pertinentes.
17. Alteração de uma proposta durante o Artigo 2.º da Diretiva A entidade adjudicante permite que um 25 %
processo de avaliação 2004/18/CE proponente/candidato altere a sua proposta durante a
avaliação das propostas A correção pode ser
Artigo 10.º da Diretiva reduzida para 10 %
2004/17/CE ou 5 %, consoante a
gravidade da
irregularidade.
18. Negociação durante o procedimento de Artigo 2.º da Diretiva No contexto de um concurso público ou limitado, a 25 %
adjudicação 2004/18/CE entidade adjudicante negocia com os proponentes
durante a fase de avaliação, facto que conduz a uma A correção pode ser
Artigo 10.º da Diretiva modificação substancial das condições iniciais reduzida para 10 %
2004/17/CE estabelecidas no anúncio de concurso ou no caderno ou 5 %, consoante a
de encargos. gravidade da
irregularidade.
16
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
19. Procedimento por negociação com Artigo 30.º da Diretiva No contexto de um processo de negociação com 25 %
publicação prévia de um anúncio de 2004/18/CE publicação prévia de um anúncio de concurso, as
concurso com alteração substancial das condições iniciais do contrato são substancialmente A correção pode ser
condições estabelecidas no anúncio de alteradas, justificando-se a publicação de um novo reduzida para 10 %
xii ou 5 %, consoante a
concurso ou no caderno de encargos concurso.
gravidade da
irregularidade.
20. Rejeição de propostas anormalmente Artigo 55.º da Diretiva Quando, para um determinado contrato, há propostas 25 %
baixas 2004/18/CE que se revelam anormalmente baixas em relação aos
fornecimentos, obras ou serviços em causa, mas a
Artigo 57.º da Diretiva entidade adjudicante, antes de as rejeitar, não solicita
2004/17/CE por escrito os esclarecimentos que considere
oportunos sobre os elementos constitutivos da
proposta.
21. Conflitos de interesses Artigo 2.º da Diretiva Quando um conflito de interesses é estabelecido por 100 %
2004/18/CE uma autoridade judicial ou administrativa
competente, seja relativo ao beneficiário da
Artigo 10.º da Diretiva contribuição paga pela União, seja relativo à entidade
2004/17/CE adjudicante.
17
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
22. Alteração substancial dos elementos do Artigo 2.º da Diretiva Os elementos essenciais da 25 % do montante do contrato
contrato estabelecidos no anúncio de 2004/18/CE adjudicação do contrato incluem,
concurso ou no caderno de encargosxiii embora não unicamente, os mais
Artigo 10.º da preçosxiv, a natureza das obras, o
Diretiva 2004/17/CE período de execução, as o valor do montante adicional do contrato
Jurisprudência: condições de pagamento e os resultante da alteração substancial de
materiais utilizados. É sempre elementos do contrato.
Processo C-496/99 P, necessário analisar caso a caso o
CAS Succhi di Frutta que é um elemento essencial.
SpA, Colect., [2004]
p. I- 3801, n.os 116 e
118
Processo C-340/02,
Comissão/França,
Colect., [2004], p. I-
18
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
9845.
Processo C-91/08,
Wall AG, Colect.,
[2010] p. I- 2815
23. Redução do âmbito do contrato Artigo 2.º da Diretiva O contrato foi adjudicado em Valor da redução do âmbito de aplicação
2004/18/CE conformidade com as Diretivas,
mas foi seguido de uma redução mais
Artigo 10.º da do seu âmbito de aplicação.
Diretiva 2004/17/CE 25 % do valor final do âmbito final (apenas
quando a redução do âmbito do contrato
for substancial).
24. Adjudicação de Ponto 1, alínea c), e O contrato principal foi 100 % do valor dos contratos adicionais
obras/serviços/fornecimentos ponto 4, alínea a), do adjudicado em conformidade
adicionais (se essa adjudicação artigo 31.º da Diretiva com as disposições pertinentes, Se o total dos contratos relativos a
constitui uma modificação substancial 2004/18/CE mas foi seguido de um ou vários obras/serviços/fornecimentos adicionais
dos termos originais do contrato xv), contratos de obras, serviços ou (formalizados ou não por escrito),
sem concorrência, na ausência de um fornecimentos (formalizados ou adjudicados sem cumprir as disposições
dos seguintes condições não por escrito), adjudicados das Diretivas, não exceder os limiares das
sem cumprir as disposições das Diretivas e 50 % do valor do contrato
- extrema urgência resultante de Diretivas, ou seja, as disposições inicial, a correção pode ser reduzida para
acontecimentos imprevisíveis; relativas aos procedimentos por 25 %.
negociação sem publicação por
- circunstância imprevistaxvi, exigindo razões de extrema urgência
19
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
NOTAS FINAIS:
i
Contratos públicos de valor inferior aos limiares para a aplicação das Diretivas e contratos públicos de serviços referidos no anexo I B da Diretiva 92/50/CEE, no anexo XVI B da
Diretiva 93/38/CEE, no anexo II B da Diretiva 2004/18/CE e no anexo XVII B da Diretiva 2004/17/CE.
ii
No contexto dos fundos estruturais e do Fundo de Coesão, é realçado o seguinte:
O «Documento de orientação sobre verificações de gestão a realizar pelos Estados-Membros em operações cofinanciadas pelos fundos estruturais e pelo Fundo de Coesão
para o período de programação de 2007-2013» (nota COCOF 08/0020/04, de 5 de junho de 2008) apresenta a posição da Comissão sobre o modo como as verificações de
gestão devem ser organizadas para prevenir e detetar irregularidades no domínio dos contratos públicos. Como referido nesse documento: «as verificações neste domínio
devem ser executadas o mais rapidamente possível após a conclusão do processo em causa, dado que é frequentemente difícil tomar medidas corretivas a posteriori».
20
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
O Estado-Membro tem a obrigação de garantir que as operações são selecionadas para financiamento em conformidade com as regras da UE e nacionais aplicáveis
(artigo 60.º, alínea a)- b), e artigo 61.º, alínea b), subalínea ii), do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho), incluindo as relacionadas com os contratos públicos:
a) Quando o controlo nacional ex-ante deteta que o procedimento adotado para um concurso público viola as regras aplicáveis aos contratos públicos e o contrato não foi
ainda assinado, a autoridade de gestão deve recomendar ao beneficiário o lançamento de um novo procedimento plenamente conforme com as referidas regras, se o
lançamento de um novo concurso não implicar custos adicionais significativos. Caso não seja lançado um novo concurso, a autoridade de gestão corrigirá a irregularidade,
aplicando as presentes orientações ou as regras mais estritas definidas a nível nacional.
b) Se uma irregularidade for detetada após a assinatura do contrato e a operação tiver sido aprovada para financiamento (em qualquer fase do ciclo do projeto), a
autoridade de gestão corrigirá a irregularidade, aplicando as presentes orientações ou as regras mais estritas definidas a nível nacional.
iii
Consoante a data em que o concurso tenha sido lançado, são relevantes as seguintes diretivas: 86/665/CEE, 92/50/CEE, 93/36/CEE, 93/37/CEE, 93/38/CEE, 92/13/CEE,
2001/78/CE, 2004/17/CE e 2004/18/CE. Esta lista é meramente indicativa.
iv
Para o período de 2000-2006, as «Orientações relativas aos princípios, critérios e tabela indicativa a aplicar pelos serviços da Comissão para determinação das correções financeiras
a título do n.º 3 do artigo 39.º do Regulamento (CE) n.º 1260/1999» foram adotadas pela Decisão C/2001/476 da Comissão. Um documento semelhante foi adotado para o Fundo
de Coesão (ver Decisão C/2002/2871 da Comissão).
v
Processos C-324/98 Telaustria, Colect., [2000] p. I-10745, n.º 62, C-231/03 Coname, Colect., [2005] p. I-7287, n.os 16 a 19, e C-458/03 Parking Brixen, Colect., [2005] p. I-8585,
n.º 49).
vi
O conceito de «grau suficiente de publicidade» implica, em particular, as seguintes considerações:
a) Os princípios da igualdade de tratamento e da não discriminação implicam uma obrigação de transparência que consiste em assegurar, para benefício de todos os
potenciais concorrentes, um grau de publicidade suficiente para permitir que o contrato seja aberto à concorrência. A obrigação de transparência exige que uma
empresa situada noutro Estado-Membro tenha acesso às informações adequadas relativas ao contrato antes de este ser adjudicado, de modo a que, se essa empresa
o desejar, possa manifestar o seu interesse na obtenção desse contrato.
b) Para casos em que, devido a circunstâncias especiais, nomeadamente um interesse económico muito reduzido, uma adjudicação de contrato possa não apresentar qualquer
interesse para operadores económicos localizados noutros Estados-Membros, os efeitos nas liberdades fundamentais seriam considerados demasiado aleatórios e indiretos
para motivar a aplicação de normas derivadas do direito comunitário primário, não havendo, por conseguinte, justificação para aplicar correções financeiras.
Cabe a cada entidade adjudicante decidir se o contrato a adjudicar pode apresentar um interesse potencial para os agentes económicos situados noutros Estados-Membros.
Na opinião da Comissão, esta decisão tem de se basear numa avaliação das circunstâncias particulares do caso considerado, nomeadamente o objeto do contrato, o seu valor
estimado, as especificidades do setor em questão (dimensão e estrutura do mercado, práticas comerciais, etc.) e a localização geográfica da sua execução.
21
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
vii
Ver acórdão no processo C-507/03 Comissão/Irlanda, Colect., [2007], p. I-9777, n.º 32.
viii
Processo T-384/10, Espanha/Comissão (GIASA), JO C 225 de 3.8.2013, p. 63).
ix
Para os contratos não (ou apenas parcialmente) sujeitos às Diretivas, é necessário determinar a existência de um interesse transfronteiriço certo ou de incumprimento da legislação
nacional em matéria de contratos públicos. Sobre esta matéria, ver ponto 1.2.2 das presentes orientações. Se houver interesse transfronteiriço certo ou incumprimento da
legislação nacional, é necessário determinar qual o nível de publicidade deveria ter sido assegurado nesse caso. Neste contexto, como referido na secção 2.1.1. da Comunicação
Interpretativa n.° 2006/C 179/02 da Comissão, a obrigação de transparência exige que uma empresa situada noutro Estado-Membro tenha acesso às informações adequadas
relativas ao contrato, antes de este ser atribuído, de modo que, se essa empresa o desejar, possa manifestar o seu interesse na obtenção desse contrato. Na prática, tal implica a
publicação do anúncio de concurso a nível nacional (em conformidade com a legislação nacional ou as regras aplicáveis a este respeito) ou o respeito das normas básicas em
matéria de publicidade dos contratos. Ver mais pormenores sobre estas normas na secção 2.1 da referida Comunicação Interpretativa da Comissão.
x
Estes prazos são aplicáveis nos concursos limitados e nos procedimentos por negociação com publicação de um anúncio de concurso.
xi
Estes prazos são aplicáveis nos concursos limitados e nos procedimentos por negociação com publicação de um anúncio de concurso.
xii
Pode ser aplicado um certo grau de flexibilidade à alteração de um contrato após a sua adjudicação, mesmo nos casos em que essa possibilidade, como para as normas pertinentes
de execução, não esteja prevista de forma clara e precisa no anúncio de concurso ou no caderno de encargos (ver ponto 118 do processo do TJCE C-496/99, Succhi di Frutta).
Quando essa possibilidade não esteja prevista nos documentos do concurso, as alterações ao contrato são permitidas se não forem substanciais. Uma alteração é considerada
substancial se:
(a) a entidade adjudicante introduzir condições que, se fizessem parte do procedimento de concurso inicial, teriam permitido a admissão de proponentes diferentes dos
inicialmente admitidos;
(b) a alteração permite a adjudicação a um proponente diferente do proponente inicialmente aceite;
(c) a entidade adjudicante alarga o âmbito do concurso, que passa a abranger obras/serviços/fornecimentos que não estavam inicialmente considerados.
(d) a modificação altera o equilíbrio económico a favor do adjudicatário de um modo não previsto no contrato inicial.
xiii
Ver nota final XII acima.
xiv
De momento, a única alteração do preço inicial não considerada substancial pelo Tribunal é a redução do preço em 1,47 e 2,94 % (ver pontos 61 e 62 do processo C-454/06,
Pressetext). Nos processos T-540/10 e T-235/11, o Tribunal Geral aceitou correções financeiras para alterações inferiores a 2 % do preço inicial.
xv
Ver nota final XII acima.
22
Anexo III - Decisão da comissão C(2013) 9527 final_COCOF
xvi
O conceito de «circunstâncias imprevistas» deve ser interpretado tendo em conta aquilo que uma entidade adjudicante diligente deveria ter previsto (p. ex., novos requisitos
resultantes da adoção de nova legislação da UE ou nacional ou requisitos técnicos, que não pudessem ser previstos, não obstante as investigações técnicas realizadas na fase de
conceção e de acordo com os métodos mais avançados). Os serviços/obras/fornecimentos adicionais resultantes de uma insuficiente preparação da proposta/do projeto não podem ser
considerados «circunstâncias imprevistas», ver processos T-540/10 e T-235/11 (referidos acima)
xvii
Não existe limite no caso da Diretiva 2004/17/CE. Para o cálculo do limiar de 50 %, as entidades adjudicantes devem ter em conta aos serviços/obras adicionais. O valor desses
serviços/obras adicionais não pode ser compensado pelo valor dos serviços/obras cancelados. O montante relativo aos serviços/obras cancelados não tem qualquer impacto sobre
o cálculo do limiar de 50 %.
23
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
Contratação Pública -
Guia prático
para profissionais sobre a prevenção dos erros mais
comuns em projetos financiados pelos Fundos Eu-
ropeus Estruturais e de Investimento
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
ISBN 978-92-79-51752-5
doi:10.2776/303330
Contratação Pública -
O presente guia não prejudica a interpretação que possa ser dada pela Comissão, no
futuro, a qualquer disposição da legislação aplicável.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
Índice
Índice .................................................................................................................................................... 4
Glossário de acrónimos ................................................................................................................. 6
Prefácio ............................................................................................................................................... 7
Como utilizar o presente guia ..................................................................................................... 8
1. Preparação e planeamento ................................................................................................ 11
1.1 Delimitação preliminar do âmbito ............................................................................................................ 11
1.2 Gestão do projeto/contrato ........................................................................................................................... 15
1.3 Elaboração do estudo de viabilidade ...................................................................................................... 18
1.4 Seleção do procedimento .............................................................................................................................. 18
1.5 Limiares e publicidade..................................................................................................................................... 22
1.6 Requisitos operacionais para lançar um concurso .......................................................................... 24
2. Publicação ................................................................................................................................ 28
2.1 Publicação de anúncios da UE .................................................................................................................... 28
2.2 Procedimentos e calendários....................................................................................................................... 29
2.2.1 Prazos mínimos .................................................................................................................... 29
2.2.2 Procedimento acelerado ...................................................................................................... 32
2.3 Documentos do concurso .............................................................................................................................. 32
2.3.1 Definição dos critérios de seleção ....................................................................................... 32
2.3.2 Elaboração do questionário de pré-qualificação (QPQ) ...................................................... 34
2.3.3 Definição de critérios de adjudicação e respetivas ponderações ........................................ 34
2.3.4 Tabela de preços .................................................................................................................. 35
2.3.5 O contrato ............................................................................................................................ 35
2.4 Caderno de encargos e normas ................................................................................................................. 36
2.4.1 Elaboração do caderno de encargos .................................................................................... 36
2.4.2 Normas a aplicar na elaboração de cadernos de encargos ................................................. 38
2.4.3 Critérios sociais, éticos e ambientais ................................................................................... 38
2.4.4 Variantes .............................................................................................................................. 39
2.5 Obtenção e apresentação de propostas ............................................................................................... 39
2.6 Queixas, meios de recurso e responsabilidade ................................................................................. 40
3. Apresentação de propostas e seleção dos concorrentes ........................................ 45
3.1 Apresentação da proposta de acordo com as instruções ........................................................... 45
3.2 Seguir as instruções de apresentação de propostas ..................................................................... 45
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
Glossário de acrónimos
Prefácio
A contratação pública é um aspeto essencial dos investimentos públicos: estimula o desenvolvimento
económico na Europa e constitui um elemento importante para relançar o mercado único. A contratação
pública conta, já que representa cerca de 19 % do PIB da UE e faz parte da nossa vida quotidiana. As
administrações públicas adquirem bens e serviços para os seus cidadãos, e isso tem de ser feito da forma
mais eficiente. A contratação pública oferece também oportunidades às empresas, promovendo assim o
investimento privado e contribuindo para o crescimento e o emprego no terreno. Por último, a contratação
pública desempenha um papel importante na canalização dos Fundos Europeus Estruturais e de
Investimento.
Estima-se que cerca de 48 % dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento são gastos pela via da
contratação pública. Nos Estados-Membros, os projetos cofinanciados pelos fundos da UE devem respeitar as
regras da contratação pública aplicáveis, que garantem a otimização dos recursos e uma concorrência leal no
mercado. A transparência e a integridade nos procedimentos competentes também é essencial para manter
a confiança dos cidadãos no governo.
Por todas estas razões, a aplicação correta e coerente das regras em matéria de contratação pública reverte
em benefícios em termos de eficiência e de eficácia para todos — para as administrações públicas a nível
nacional e regional, para as empresas e para os cidadãos. Ajuda-nos a todos a tirar o maior proveito do
investimento público e garantir o máximo de benefícios provenientes dos fundos da UE. No entanto, os dados
disponíveis mostram que uma parte significativa do total global de erros na aplicação dos fundos da UE se
deve a uma aplicação incorreta das regras da UE em matéria de contratação pública.
O objetivo do presente documento é fornecer orientações aos funcionários públicos envolvidos na gestão dos
Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), ajudando-os a evitar erros frequentes e a adotar boas
práticas no que se refere à tramitação de procedimentos de adjudicação de contratos públicos. Embora não
forneça interpretação jurídica das diretivas da UE, representa um instrumento útil para guiar os profissionais
pelas áreas em que ocorrem os erros mais frequentes, dando sugestões práticas sobre a forma de os evitar,
bem como a forma de tratar cada situação. O presente documento enumera igualmente uma série de boas
práticas, exemplos de situações reais, explicações sobre tópicos específicos, estudos de casos e modelos. Por
último, a sua apresentação, que inclui alertas e elementos interativos com ligações para os textos legislativos
pertinentes e outros documentos úteis, tem como propósito facilitar a utilização do presente guia.
Este documento inscreve-se na ação prioritária da Comissão que visa ajudar os Estados-Membros a reforçar
as suas capacidades administrativas, a fim de melhorar a forma como os fundos da UE são investidos e
geridos. É o resultado dos esforços conjuntos dos serviços da Comissão, em consulta com o Banco Europeu
de Investimento. Gostaríamos de agradecer a todos os que participaram na sua elaboração.
Esperamos que o presente guia preste uma ajuda útil.
Corina Crețu, Comissária responsável pela Política Elżbieta Bieńkowska, Comissária responsável pel
Regional Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
8
1
Diretiva 2004/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março de 2004, relativa à
coordenação dos processos de adjudicação dos contratos de empreitada de obras públicas, dos contratos
públicos de fornecimento e dos contratos públicos de serviços (JO L 134 de 30.4.2004, p. 114).
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
9
Aviso! Este símbolo indica uma fase em que surgem os erros mais graves e mais
comuns.
Alerta! Este símbolo realça uma zona de risco da qual se deve estar ciente, a fim de
obter economia, eficiência e eficácia durante o processo de celebração de contratos.
Ajuda! Este é um domínio para o qual são facultados recursos adicionais, através da
caixa de ferramenta ou de hiperligações para outros documentos.
Obras, fornecimentos ou serviços?
Existem três tipos de contratos públicos aos quais se aplica a Diretiva 2004/18/CE: os
contratos de empreitadas de obras públicas, os contratos públicos de fornecimento e os
contratos públicos de serviços. Os contratos de empreitadas de obras públicas são
contratos públicos que têm por objeto a execução, ou a conceção e a execução, de obras
relacionadas com uma das atividades enumeradas no anexo I da Diretiva 2004/18/CE. Por
«obra» entende-se o resultado de um conjunto de trabalhos de construção ou de
engenharia civil destinado a desempenhar, por si só, uma função económica ou técnica, tal
como uma estrada ou uma estação de tratamento de águas residuais. Os contratos
públicos de fornecimento são contratos públicos que têm por objeto a aquisição, locação
financeira, aluguer ou locação-venda com ou sem opção de compra, de produtos, tais
como computadores ou veículos. Os contratos públicos de serviços são contratos públicos
diferentes das empreitadas de obras públicas ou dos contratos de fornecimento que têm
por objeto a prestação de serviços enumerados no anexo II da Diretiva 2004/18/CE, tais
como serviços de consultoria e formação.
Contrato versus gestão de projetos
Cada entidade adjudicante tem os seus próprios procedimentos e formas de organização
da gestão de projetos e contratos. No contexto do financiamento dos FEEI, os contratos
são celebrados no quadro de um projeto apoiado pela União Europeia, que pode ou não ser
executado através de um único contrato. Os projetos de contratos múltiplos exigem uma
coordenação cuidadosa. Têm sido feitas muitas análises, frequentemente com grande
notoriedade, sobre «como é que correu mal?», concluindo-se que o mau planeamento,
especialmente no início de um processo de celebração de contratos, é responsável por
erros. Por conseguinte, as entidades adjudicantes cada vez mais contratam gestores de
projeto especializados para fazer a celebração de contratos públicos complexos, arriscados
e de elevado valor, o que é considerado como uma boa prática. Por conseguinte, os
princípios e práticas da boa gestão de projetos e da gestão de contratos estão a ser objeto
de fusão. No presente guia, o termo gestão de projetos é por vezes utilizado como
sinónimo de gestão de contratos.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
10
2
O termo «correções financeiras» abrange as medidas tomadas pela Comissão ou por um Estado-Membro
para excluir do cofinanciamento do orçamento da UE as despesas que não cumprem as condições de
financiamento devido a irregularidades. Consultar as orientações para a determinação das correções
financeiras a introduzir nas despesas financiadas pela União no âmbito da gestão partilhada, em caso de
incumprimento das regras em matéria de contratação pública aprovadas pela Decisão C(2013)9527 da
Comissão, de 19 de dezembro de 2013, em:
http://ec.europa.eu/regional_policy/pt/information/publications/cocof-guidance-documents/2013/commission-
decision-of-19122013-on-the-setting-out-and-approval-of-the-guidelines-for-determining-financial-
corrections-to-be-made-by-the-commission-to-expenditure-financed-by-the-union
3 Diretiva 2014/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos
contratos públicos e que revoga a Diretiva 2004/18/CE, Diretiva 2014/23/UE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa à celebração de contratos de concessão e Diretiva
2014/25/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos
públicos celebrados pelas entidades que operam nos setores da água, da energia, dos transportes e dos
serviços postais e que revoga a Diretiva 2004/17/CE).
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
11
1. Preparação e planeamento
Esta fase tem por objeto a conceção de um processo sólido para a execução das obras,
dos serviços ou dos fornecimentos necessários.
De um modo geral, um processo de concurso público executado de uma forma aberta,
objetiva e transparente deve obter a melhor relação qualidade/preço em matéria de
contratos públicos, em consonância com os princípios do Tratado da União Europeia e da
Diretiva 2004/18/CE. Os princípios básicos a observar na celebração de um contrato
público incluem a não discriminação, a igualdade de tratamento, a transparência, o
reconhecimento mútuo, a proporcionalidade, a liberdade de prestação de serviços e a
liberdade de estabelecimento dos potenciais concorrentes. A Diretiva 2004/18/CE impõe
obrigações jurídicas a organismos públicos no que se refere à publicidade de contratos que
ultrapassem certos limiares.
Esta primeira fase do processo é fundamental e influenciará todas as atividades futuras
relacionadas com o contrato. Se esta parte do concurso for efetuada corretamente, as
restantes devem decorrer sem dificuldade, mas o inverso também se verifica. Sucede
frequentemente a entidade adjudicante (EA) subestimar a fase de planeamento do
processo ou nem sequer a realizar. É provável que as autoridades gestoras e os auditores
analisem esta fase pormenorizadamente para assegurar que as subvenções foram bem
gastas e que a entidade adjudicante exerceu as suas responsabilidades de modo
competente.
Consoante a dimensão e a complexidade do contrato, esta fase do processo pode levar
meses até o anúncio de concurso poder ser publicado. Um bom planeamento deve
minimizar o risco de necessidade de alterações ou variações do contrato. Os erros maiores
(e potencialmente mais dispendiosos) e mais comuns dos contratos resultam de um
planeamento deficiente. Deve ser considerada a realização de um estudo de exequibilidade
e a organização de uma fase de análise e delimitação do âmbito, ações de sensibilização
do público e consultas públicas para planos ou programas públicos de maior escala.
Consultar também Caixa de ferramenta – documento 10.
O planeamento é fundamental. Se a entidade adjudicante errar nesta
parte do processo, é muito provável que venham a seguir-se erros e
problemas. Muitos erros podem dever-se a um planeamento deficiente.
Nesta fase é aconselhável elaborar modelos normalizados para a
comunicação com os concorrentes, com vista a registar decisões
fundamentais (ou seja, registar informações conhecidas nesta fase,
opções disponíveis e a justificação da opção escolhida), e a ter regras
acerca do planeamento, realização e controlo dos procedimentos de
celebração de contratos.
4
Comunicação da Comissão relativa a «Contratos pré-comerciais: promover a inovação para garantir
serviços públicos sustentáveis de alta qualidade na Europa» (COM(2007) 799, 14/12/2007).
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
14
Limitado: É um processo composto por duas fases, em que apenas os prestadores que
tenham sido convidados podem apresentar propostas. Normalmente a seleção e a pré-
seleção são levadas a efeito com base num questionário de pré-qualificação (QPQ). A
diretiva fixa um mínimo de cinco candidatos. A entidade adjudicante pode impor um
limite ao número máximo para um determinado procedimento.
Negociado a título excecional/diálogo concorrencial: É neste ponto que a
organização pode, em determinadas circunstâncias excecionais, negociar as cláusulas
de um contrato com um ou mais prestadores à sua escolha. Normalmente, a
negociação/diálogo deve ocorrer com pelo menos três candidatos, desde que esteja
disponível um número suficiente de candidatos. Os candidatos com quem realizar um
diálogo concorrencial podem ser selecionados através de um concurso limitado.
Os concursos públicos ou limitados são os métodos habituais de celebração de contratos
para obras, serviços ou fornecimentos com um caráter de rotina. Dos dois, o concurso
público é utilizado sobretudo quando a concorrência é limitada a alguns candidatos e o
caderno de encargos pode ser complexo e serem necessários conhecimentos técnicos. O
concurso limitado é utilizado geralmente quando existe um elevado grau de concorrência
(vários concorrentes possíveis) no mercado, como a área da limpeza, equipamentos de TI,
serviços ou mobiliário, e a entidade adjudicante pretende elaborar uma pré-seleção. Numa
primeira fase, os requisitos da entidade adjudicante são enunciados num anúncio de
concurso publicado (no JOUE quando acima de limiares significativos) e os potenciais
concorrentes são convidados a apresentar manifestações de interesse. O anúncio de
concurso pode indicar informações pertinentes a apresentar ou as informações podem ser
obtidas através de um questionário de pré-qualificação (QPQ) enviado às partes
interessadas. A segunda fase envolve a emissão de documentos do concurso, sendo
enviado um convite à apresentação de propostas apenas aos pré-selecionados como tendo
o nível necessário de conhecimentos e capacidades profissionais, técnicas e financeiras.
As vantagens e desvantagens dos concursos públicos e limitados estão resumidas no
quadro que se segue.
PROCEDIMENTO Vantagens: Desvantagens:
PÚBLICO altamente competitivo devido ao o processo pode parecer demorar mais
número ilimitado de propostas, tempo, dado que todas as propostas
toda a documentação dos conformes devem ser examinadas pela
concorrentes é recebida ao mesmo entidade adjudicante. Esta situação pode
tempo para avaliação, ou seja, atrasar o procedimento de adjudicação,
poupança de tempo, consumidor de recursos para a entidade
critérios de seleção e de adjudicação adjudicante e para os concorrentes.
indicados previamente no anúncio de
concurso,
a rapidez do procedimento,
as queixas com pedidos de reparação
são menos prováveis, uma vez que as
medidas e as decisões da entidade
adjudicante estão relacionadas com
uma tramitação de «processo
único»,
é mais fácil defender a decisão visto
que se centra na adjudicação.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
20
Não esquecer que o artigo 9.º da Diretiva 2004/18/CE explica os métodos de cálculo. A
forma mais simples de evitar este erro é a publicação de um anúncio de concurso para
todos os contratos superiores aos limiares pertinentes da UE ou nacionais para o tipo de
contrato em causa.
Nos termos do artigo 9.º da Diretiva 2004/18/CE:
No caso de contratos públicos de fornecimento ou de serviços que tenham caráter regular
ou se destinem a ser renovados durante um determinado período, o valor estimado do
contrato deve ser calculado com base:
a) Quer no valor total real dos contratos análogos sucessivos adjudicados durante os doze
meses anteriores ou no exercício anterior, corrigido, se possível, para atender às alterações
de quantidade ou de valor suscetíveis de ocorrerem durante os doze meses seguintes à
adjudicação do contrato inicial;
b) Quer no valor total estimado dos contratos sucessivos adjudicados durante os doze
meses seguintes à primeira entrega ou durante o exercício, caso este tenha duração
superior a doze meses.
Exemplos concretos
2. Publicação
Esta fase destina-se a atrair propostas de preços competitivas para executar um contrato,
com resultados que satisfaçam as necessidades da entidade adjudicante.
2.1 Publicação de anúncios da UE
Um princípio fundamental da legislação da UE em matéria de contratos públicos é o de que
todos os contratos que ultrapassem um determinado valor-limite devem ser publicados
num formato normalizado ao nível da UE no JOUE, para que os operadores económicos em
todos os Estados-Membros tenham a possibilidade de se candidatar a contratos para os
quais consideram preencher os requisitos. O anúncio de pré-informação alerta o mercado
para contratos futuros, o anúncio de concurso lança um procedimento de celebração de
contratos específico e o anúncio de adjudicação informa o mercado acerca do resultado de
um determinado concurso.
Os formulários-tipo utilizados na celebração de contratos públicos europeus estão
disponíveis em linha através do eNotices. Todos os anúncios enviados ao JOUE devem
utilizar um vocabulário normalizado. O Vocabulário Comum para os Contratos Públicos
(CPV, do inglês Common Procurement Vocabulary) é um sistema de classificação de oito
dígitos (com um nono para verificação), que descreve todas as aquisições para obras,
serviços e fornecimentos. Os códigos do CPV estão disponíveis em linha através do sítio
Web do SIMAP; consultar Caixa de ferramenta - documento 10.
Anúncio de pré-informação (API): a publicação de um API não é obrigatória. No entanto,
ao publicar um API no início do ano é possível aproveitar os prazos reduzidos para a
apresentação de propostas. O API foi introduzido para que as entidades adjudicantes
pudessem informar o mercado de todos os seus contratos futuros, por exemplo nos seis
meses seguintes ou no ano seguinte. No entanto, mais recentemente, as entidades
adjudicantes têm utilizado o API para certos contratos específicos. É importante estar ao
corrente de outras celebração de contratos de serviços, obras ou fornecimentos próximos
ou superiores aos limiares da UE, na organização da entidade adjudicante e programadas
para o mesmo período. O API do ano seguinte pode ser anunciado em novembro/dezembro,
mas deve ser publicado pelo menos 52 dias e não mais de 12 meses antes da publicação
do contrato específico.
Anúncio de concurso (AC): se a celebração de contratos for superior ao limiar da UE (e,
por conseguinte, recair no âmbito de aplicação da Diretiva 2004/18/CE) é obrigatório
publicar um anúncio de concurso. Em princípio, assim que o anúncio tiver sido publicado,
não podem ser efetuadas alterações substanciais aos aspetos principais, tais como
requisitos técnicos do produto, volume, calendários, critérios de seleção e adjudicação e
termos contratuais, caso contrário, impõe-se a anulação do processo de concurso. É
essencial que o conteúdo destes anúncios seja exato (e corresponda aos requisitos do
caderno de encargos). Caso se verifiquem pequenas alterações na fase de apresentação de
propostas, é obrigatório publicar as alterações no JOUE e recomenda-se sempre a
prorrogação do prazo para apresentação das propostas.
De acordo com a Diretiva 2004/18/CE, é possível enviar uma retificação das
informações/formulários publicados pelo formulário n.º 14 - retificações, que foi criado
pelo Serviço de Publicações da UE – TED. O artigo 51.º da nova Diretiva 2014/24/UE prevê
igualmente a publicação de uma retificação. Além disso, os Estados-Membros receberam
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
29
Ordinário 52 37 40
SEM API
Anúncio eletrónico 45
Acesso eletrónico 47 30 35
Acesso e anúncio 40
eletrónicos
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
30
COM
API
Ordinário 36 37 36
Anúncio eletrónico 29 30 31
Acesso eletrónico 31
Acesso e anúncio 24
eletrónicos
Quando tiver sido efetuada uma adjudicação, deve ser enviado ao JOUE um
anúncio de adjudicação de contrato, no prazo de 48 dias após a adjudicação, para
publicação.
ser baseada, de preferência, num modelo que tenha em conta um equilíbrio entre o
preço e a qualidade, em que o preço é o critério dominante em %. Deve ter-se
cuidado de garantir que a separação preço/qualidade reflete os requisitos do
contrato;
ter aprovação para os critérios de adjudicação e o modelo de avaliação (incluindo
coeficientes de ponderação de cada critério); e
recorrer a uma comissão de avaliação constituída por uma representação adequada
e pertinente, com a experiência, competências técnicas e conhecimentos
necessários.
A experiência profissional pertinente deve estar disponível no âmbito da comissão de
avaliação ou, em alternativa, pode ser utilizado outro pessoal qualificado da entidade
adjudicante como consultores sem direito de voto. É aconselhável estabelecer contacto
com essas pessoas, logo que possível, a fim de assegurar a sua disponibilidade.
A adoção de critérios de adjudicação adequados a um determinado contrato deverá ter
devidamente em conta a fase de planeamento da celebração de contratos. Os critérios de
adjudicação devem ser enumerados por ordem de importância (com as respetivas
ponderações, se for caso disso), por exemplo: 50 % preço, 30 % qualidade, 20 % serviço.
Consultar Caixa de ferramenta - documento 6 relativo aos critérios de
adjudicação
2.3.4 Tabela de preços
O tipo de contratação irá influenciar os documentos de cálculo de preço preparados. Por
exemplo, nos contratos de construção é habitual ter um mapa de tarifas ou, mais
provavelmente, um mapa de quantidades, que deve corresponder ao caderno de encargos.
A melhor prática seria preparar, internamente e em pormenor, uma proposta «simulada»
baseada no documento de cálculo do preço e no caderno de encargos. Tal permite à
entidade adjudicante detetar imediatamente as situações em que os concorrentes tenham
detetado um erro nos documentos (apresentado, por isso, preços «por baixo»), de que
poderiam mais tarde tirar proveito (fazer estimativa de custos) caso viessem a vencer o
concurso. Este exercício pode igualmente ajudar a detetar eventuais erros nos documentos
do concurso. Por exemplo, a receção de propostas de preços anómalos pode significar que
os concorrentes interpretaram mal o requisito, como comprovado pelo facto de os preços
apresentados parecerem anómalos. Em caso de receção de uma proposta anormalmente
baixa, uma proposta simulada com um preço justo, que servirá como referência, pode ser
fundamental para justificar a rejeição dessa proposta (porém a rejeição de uma proposta
anormalmente baixa só se pode verificar depois de a entidade adjudicante ter solicitado
uma justificação do concorrente sobre a proposta anormalmente baixa e de a ter
analisado).
2.3.5 O contrato
Deve ser anexado aos documentos do concurso um projeto do contrato, para que todos os
concorrentes apresentem propostas segundo os mesmos princípios. Num concurso público
ou limitado, não deve ocorrer qualquer negociação sobre os pormenores do contrato após
ter sido escolhida a proposta vencedora (fazê-lo violará o princípio da igualdade de
tratamento). As melhores práticas indicam que um contrato bem elaborado deve incluir
disposições referentes à indexação anual dos preços, à regulamentação, à má conduta, à
responsabilidade e à confidencialidade. O contrato deve ser equitativo e equilibrado em
termos de partilha de riscos. Deve ser evitada a transferência, pro meio de cláusulas
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
36
5 A Comissão desenvolveu critérios de celebração de contratos públicos ecológicos para mais de 20 grupos
de produtos, a maioria deles disponíveis em todas as línguas da UE, consultar:
http://ec.europa.eu/environment/gpp/eu_gpp_criteria_en.htm
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
39
2.4.4 Variantes
Os concorrentes devem apresentar proposta com base nos documentos do concurso, tal
como estão redigidos. Se for tomada uma decisão estratégica de que, para além das
propostas baseadas nos documentos do concurso, a entidade adjudicante estará disposta
a considerar uma variante adicional (uma solução alternativa não mencionada nos
documentos originais do concurso), os documentos do concurso devem indicar os requisitos
mínimos para uma variante. Nesse caso, os critérios de adjudicação devem ter em conta a
possibilidade de serem recebidas variantes além das estabelecidas nos documentos do
concurso. Tal não é tarefa fácil, exige conhecimentos técnicos adequados na comissão de
avaliação e deve ser abordado e acordado na fase de planeamento da celebração de
contratos. Saiba mais no ponto 1.4, no parágrafo sobre complexidade técnica
Consultar a secção relativa às variantes na Caixa de ferramenta -
documento 7
2.5 Obtenção e apresentação de propostas
A entidade adjudicante deve permitir aos concorrentes um período razoável para obter os
documentos do concurso e apresentar uma proposta −respeitando pelo menos os prazos
mínimos estabelecidos no artigo 38.º da Diretiva 2004/18/CE. Os prazos mínimos podem
ser prorrogados, se necessário, por exemplo, em razão da complexidade do contrato. Pode
ser cobrada uma taxa para obter os documentos do concurso, mas não deve ser
desproporcionada. A melhor prática é que os documentos do concurso sejam gratuitos e
estejam disponíveis através de descarregamentos de sítios Web. As propostas devem ser
apresentadas por escrito, presencialmente ou pelo correio. No caso de apresentação de
propostas por via eletrónica, que será cada vez mais a norma, devem ser aplicadas
determinadas medidas de salvaguarda relativas à confidencialidade e confirmação de
receção. Devem ser igualmente aceites assinaturas eletrónicas. As propostas devem ser
apresentadas segundo o método definido nos documentos do concurso. O calendário deve
ter em consideração a complexidade do contrato. Nomeadamente, para contratos
complexos, de conceção/construção ou parcerias público-privadas (PPP), não é raro haver
períodos de preparação de propostas de quatro a seis meses.
Prazos curtos podem ser interpretados como um obstáculo à concorrência.
Taxas elevadas e desproporcionadas para processos de concurso podem
ser interpretadas como um obstáculo à concorrência.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
40
ferramenta - documentos 5 a 9.
7. Especificações técnicas discriminatórias
Exemplo: estabelecer especificações técnicas para fornecimento de equipamento mediante
a especificação de uma determinada marca sem ter em conta um «equivalente», ou utilizar
especificações personalizadas, deliberada ou acidentalmente, que favorecem determinados
fornecedores. Trata-se de uma violação dos artigos 23.º, n.os 2 e 8, da Diretiva 2004/18/CE.
Tal acontece por vezes quando pessoal inexperiente responsável pela elaboração de
especificações técnicas relativas a uma parte do equipamento se limita a copiar as
especificações diretamente de uma brochura de um determinado fabricante, sem se
aperceber de que isso pode limitar o número de empresas que conseguirão fornecer o
equipamento.
Como evitar: deve utilizar-se a menção «ou equivalente» em todos os casos nos quais a
referência a uma determinada marca é inevitável. Aquando da elaboração de
especificações, certifique-se de que não são simplesmente copiadas de especificações
técnicas de um determinado fabricante e que possuem abrangência suficiente para
assegurar a concorrência efetiva de um conjunto de fornecedores. Consultar Caixa de
ferramenta - documento 7.
8. Critérios de seleção desproporcionados:
Exemplo: exigir aos concorrentes que forneçam referências de obras anteriores que sejam
significativamente superiores, em valor e alcance, ao contrato a adjudicar. Tal é
desproporcionado e pode ter como efeito limitar desnecessariamente o número de
concorrentes, em violação do artigo 44.º, n.º 2, da Diretiva 2004/18/CE.
Como evitar: assegurar que as referências exigidas são relativas a obras de natureza e
dimensão semelhantes àquelas apresentadas a concurso.
9. Procedimento por negociação sem justificação (com ou sem publicação de anúncio de
concurso)
Exemplo: a entidade adjudicante atribui um contrato público através de procedimento por
negociação, com ou sem publicação de anúncio de concurso, mas tal procedimento não é
justificado pelas disposições aplicáveis.
Como evitar: esta situação constitui uma violação fundamental das regras relativas à
concorrência leal e aberta. Importa ter sempre em conta a necessidade de justificar a
decisão da escolha do procedimento no estudo de viabilidade. De notar que os artigos 30.º
e 31.º da Diretiva 2004/18/CE estabelecem as circunstâncias muito limitadas em que o
procedimento por negociação pode ser utilizado a título excecional e os respetivos
requisitos que justificam a sua utilização, que são muito restritos, em especial aqueles que
se prendem com a utilização do procedimento por negociação sem anúncio de concurso. O
ónus da prova para as circunstâncias que permitam a utilização deste procedimento cabe
à entidade adjudicante.
10. Seleção discriminatória (por exemplo, especificação de normas/qualificações nacionais
sem reconhecimento de normas/qualificações «equivalentes»)
Exemplo: casos em que os operadores tenham sido dissuadidos da apresentação de
propostas devido a critérios de seleção ilegais estabelecidos no anúncio de concurso ou
nos documentos do concurso, em violação dos artigos 2.º e 44.º, n.os 1 e 2, da Diretiva
2004/18/CE. Por exemplo, a obrigação de que o certificado profissional/de qualificações já
tenha sido reconhecido por um organismo do país da entidade adjudicante no momento da
apresentação de propostas seria discriminatória, na medida em que seria difícil aos
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
43
Exemplos concretos
Utilização de critérios de conteúdo local ilegais e/ou discriminatórios
Exemplo 1: Adjudicação. Uma parte de um concurso indicava que o «o equipamento já
deveria estar presente» no momento da apresentação da proposta. O cumprimento deste
requisito tinha uma ponderação de mais de 30 % nos critérios de adjudicação.
Não cumprimento dos prazos mínimos para a receção das propostas e pedidos
de participação
medida em que cria uma convicção entre os concorrentes de que o incumprimento irá
resultar em rejeição e num desperdício evitável dos seus valiosos recursos.
3.3 Guarda em segurança dos documentos do concurso
A entidade adjudicante deve garantir que tem um sistema que preserve a
confidencialidade e a segurança das propostas apresentadas (também no caso de serem
apresentadas por via eletrónica). É igualmente aconselhável que as entidades adjudicantes
emitam um comprovativo de receção para as propostas entregues em mão. A melhor
prática é que a entidade adjudicante elabore uma lista de propostas recebidas (número,
hora) e emita ao concorrente um comprovativo de receção para confirmação da proposta.
3.4 Ato de abertura do concurso
Muitas entidades adjudicantes realizam um ato formal de abertura das propostas, que se
recomenda como boa prática. O sistema varia de país para país. Devem estar presentes
pelo menos duas pessoas da comissão de avaliação, para registar os pormenores da
proposta. Podem ser convidados membros do público. Todas as propostas não conformes
devem ser rejeitadas.
3.5 Seleção, requisitos mínimos e documentação complementar
Se uma proposta não preencher os requisitos mínimos/de seleção, deve ser rejeitada.
Nesta fase, a entidade adjudicante apenas pode solicitar aos concorrentes que confirmem
informações ou esclareçam informações contraditórias, por exemplo se algumas estiverem
escritas de forma imprecisa ou nitidamente erradas. O artigo 51.º da Diretiva 2004/18/CE
estipula «Documentação e informações complementares: A entidade adjudicante pode
convidar os operadores económicos a complementar ou a explicitar os certificados e
documentos apresentados.» A entidade adjudicante pode utilizar o seu poder discricionário
e solicitar informações complementares aos concorrentes a fim de garantir a máxima
concorrência, desde que as informações complementares não tenham por efeito alterar a
proposta. Por exemplo, uma entidade adjudicante poderá solicitar um determinado
documento (por exemplo um certificado existente) que o concorrente se esqueceu de
incluir na sua proposta. No entanto, quando o fizer, é obrigada a tratar todos os
concorrentes da mesma forma (tem de pedir documentação complementar a todos os
concorrentes cujos documentos precisem de ser complementados). Os esclarecimentos não
devem ser entendidos como negociações. O cálculo acidental, erros aritméticos, erros
ortográficos ou gralhas serão aceites como complementos ou esclarecimentos. Não são
permitidas alterações ou modificações substanciais da proposta. Após a sua avaliação de
eventuais informações complementares solicitadas, a comissão de avaliação deve
prosseguir com a avaliação de todas as propostas conformes.
O processo de seleção encontra-se descrito na Caixa de ferramenta -
documento 5
pela entidade adjudicante, devem contribuir para eliminar estes tipos de erro. Para
contratos complexos, as entidades adjudicantes podem decidir recorrer a consultores
especializados. Consultar Caixa de ferramenta - documento 5.
2. Tratamento desigual dos concorrentes
Exemplo: durante o processo de seleção, a comissão de avaliação não procura obter
esclarecimentos de todos os concorrentes em relação a omissões destes sobre os mesmos
aspetos das suas propostas. Por exemplo, solicitar a um concorrente que apresente um
certificado de conformidade fiscal que, claramente por esquecimento, não foi incluído na
apresentação, mas ao mesmo tempo não o solicitar a outro concorrente representaria um
tratamento desigual que infringe os artigos 2.º e 44.º (seleção) da Diretiva 2004/18/CE.
Como evitar: garantir que todos os pedidos de esclarecimento ou de documentação
complementar relativos aos critérios de seleção são efetuados de forma igual para todos
os concorrentes afetados.
3. Aceitação de concorrentes que deveriam ter sido eliminados na fase de
seleção
Exemplo: registaram-se casos de concorrentes que deveriam ter sido eliminados por não
cumprirem um determinado critério de seleção sendo, todavia, aceites para avaliação pela
comissão de avaliação. Nalguns casos, tais concorrentes acabaram por conseguir o
contrato. Trata-se de um caso evidente de tratamento desigual que infringe os artigos 2.º
e 44.º da Diretiva 2004/18/CE.
Como evitar: certificar-se de que existe um mecanismo de controlo da qualidade na
comissão de avaliação, para garantir que é efetuado um reexame, pelo menos do
concorrente vencedor, a fim de confirmar que cumpriu todos os critérios de seleção.
4. Alteração dos critérios de seleção após a abertura das propostas, de que
resulta uma rejeição incorreta de concorrentes
Exemplo: os critérios de seleção são alterados durante a fase de avaliação, o que resulta
na rejeição de concorrentes que deveriam ser aceites caso os critérios publicados tivessem
sido respeitados.
Como evitar: a alteração dos critérios de seleção após a apresentação das propostas é
ilegal e infringe os artigos 2.º e 44.º da Diretiva 2004/18/CE.
5. Falta de critérios de seleção objetivos utilizada para redução do número de
candidatos
Exemplo: num concurso público ou num procedimento por negociação com publicação de
anúncio de concurso, não foram incluídos quaisquer critérios de seleção e, por conseguinte,
não é claro como irá a entidade adjudicante reduzir o número de candidatos convidados a
apresentar uma proposta nos termos do artigo 1.º, n.º 11, alínea b), da Diretiva
2004/18/CE. Por exemplo, a entidade adjudicante deve selecionar no mínimo cinco
candidatos para participar no processo de concurso final. Por conseguinte, é necessário que
a entidade adjudicante conceba critérios de seleção objetivos e não discriminatórios para
que os candidatos saibam quais os critérios em que serão avaliados.
Como evitar: conceber critérios de seleção transparentes e objetivos, que podem ser as
receitas anuais mais elevadas no âmbito do objeto do contrato durante os últimos três
anos, ou três experiências mais próximas do contrato em questão (avaliadas e decididas
pela entidade adjudicante). Se não forem enumerados critérios objetivos, o processo de
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
48
comissão de avaliação tem ligações não declaradas a um dos concorrentes. Esta situação
infringe o artigo 2.º da Diretiva 2004/18/CE, tal como interpretado pelo processo C-538/13,
e Vigilo.
Como evitar: deve ser assinada por todos os membros da comissão de avaliação uma
declaração de conflito de interesses. Além disso, devem ser utilizadas pela entidade
adjudicante técnicas de extração de dados ou sinais de alerta para identificar e investigar
possíveis ligações não reveladas entre o pessoal da entidade adjudicante e os
concorrentes.
4. Alteração de uma proposta durante a avaliação
Exemplo: a entidade adjudicante autorizou um concorrente a alterar a sua proposta
durante a avaliação de propostas, mediante a apresentação de informações
complementares substanciais.
Como evitar: esta situação infringe os artigos 2.º e 44.º, n.º 1, da Diretiva 2004/18/CE. O
responsável pela celebração de contratos e o presidente da comissão de avaliação devem
assegurar que é avaliada apenas informação facultada no momento da apresentação da
proposta.
5. Negociação durante o procedimento de adjudicação
Exemplo: no contexto de um concurso público ou limitado, a entidade adjudicante
negociou com o(s) concorrente(s) durante a fase de avaliação, dando origem a uma
alteração substancial das condições iniciais estabelecidas no anúncio de concurso ou no
caderno de encargos (por exemplo, alteração significativa do âmbito do projeto ou do
preço do contrato).
Como evitar: nos termos do artigo 2.º da Diretiva 2004/18/CE, esta situação não é
permitida. Todos os esclarecimentos ou comunicações com os concorrentes após a
apresentação das propostas devem ser efetuados por escrito. Se a entidade adjudicante
tiver dúvidas acerca da clareza dos documentos do concurso, deve considerar relançar o
concurso com um caderno de encargos revisto.
6. Rejeição de propostas anormalmente baixas sem justificação
Exemplo: as propostas revelam-se anormalmente baixas em relação aos bens, obras ou
serviços solicitados, mas a entidade adjudicante, antes de as rejeitar, não solicitou por
escrito pormenores que considera oportunos sobre os elementos da proposta. Algumas
entidades adjudicantes utilizam um preço de proposta mínimo de referência, calculado
frequentemente por meio de uma fórmula matemática, e eliminam automaticamente
propostas inferiores a esse índice de referência, sem primeiro lhes solicitarem que
justifiquem as suas propostas baixas. Tal não é permitido nos termos do artigo 55.º da
Diretiva 2004/18/CE.
Como evitar: esta é uma situação comum para muitas entidades adjudicantes. Pode ser
evitada por um planeamento cuidadoso prévio à celebração de contratos, incluindo a
criação de preços de referência. A entidade adjudicante deve dar aos concorrentes com
propostas baixas a oportunidade de as justificar, não podendo ser excluídos
automaticamente. A entidade adjudicante tem a obrigação de solicitar uma justificação
escrita ao concorrente, que clarifique os fundamentos para a proposta de baixo preço.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
53
Exemplos concretos
5. Adjudicação
5.1 Anúncio de adjudicação
Quando a entidade adjudicante tiver decidido a quem deve ser adjudicado o contrato,
todos os concorrentes devem ser informados do resultado. Após o prazo suspensivo (ver
abaixo) e presumindo que nenhuma queixa foi apresentada, o contrato pode ser assinado.
No prazo de 48 dias após a assinatura do contrato, a entidade adjudicante deve enviar um
anúncio de adjudicação de contrato ao JOUE para publicação (mesmo que não tenha
havido respostas ao anúncio do JOUE).
A não publicação do anúncio de adjudicação de contrato é um erro
relativamente comum que pode ser eliminado mediante a utilização de
listas de verificação e controlos nas fases-chave. Logo que seja
constatado que um anúncio de adjudicação de contrato não foi publicado,
mesmo após o período de 48 dias, as entidades adjudicantes devem, ainda
assim, tomar medidas imediatas para garantir que é publicado.
5.2 Prazo suspensivo e informação aos concorrentes
A Diretiva 89/665/CEE relativa aos meios de recurso, com a redação que lhe foi dada pela
Diretiva 2007/66/CE (consultar também o ponto 2.6 relativa a queixas, meios de recurso e
responsabilidade), estabelece um requisito de prazo suspensivo para análise das decisões
de celebração de contratos tomadas pela entidade adjudicante. As cartas (conhecidas
como «cartas suspensivas») a informar os concorrentes acerca da decisão de adjudicação
do contrato devem ser enviadas a todos os participantes, indicando que o contrato será
adjudicado após o termo do prazo suspensivo (não inferior a dez dias consecutivos).
A carta suspensiva informará o candidato da decisão tomada, em conformidade com o
artigo 41.º da Diretiva 2004/18/CE, e indicará claramente o prazo suspensivo exato
aplicável por força das disposições do direito nacional que transpõem a diretiva relativa
aos meios de recurso.
Uma entidade adjudicante pode, em qualquer momento, decidir anular um processo de
concurso, mediante justificação. Se o concurso for anulado, este facto deve ser
comunicado a todos os concorrentes. A melhor prática é incluir no anúncio informações
acerca do calendário para o relançamento do concurso.
Logo que um contrato tenha sido adjudicado, a entidade adjudicante deve
guardar e arquivar todos os documentos que abrangem a fase de
avaliação das propostas, incluindo todas as propostas recebidas e o
relatório da comissão de avaliação.
pagamento e os materiais utilizados. É sempre necessário fazer uma análise caso a caso,
do que é, de facto, um elemento essencial.
Como evitar: este tipo de negociação infringe o artigo 2.º da Diretiva 2004/18/CE e é
proibido, na medida em que altera a natureza do contrato publicitado e significa que os
outros concorrentes não tiveram a oportunidade de apresentar uma proposta para o
contrato «alterado». Caso a entidade adjudicante detete, antes da assinatura do contrato,
que a natureza deste tem de ser redefinida, deve anular o processo de concurso e voltar a
apresentá-lo para que o mercado tenha uma nova oportunidade de concorrer ao contrato
alterado. Tal aplicar-se-á tanto no caso de um aumento como de uma redução
significativos do âmbito do contrato.
Exemplo concreto
Negociação do preço com a proposta de preço mais baixo num concurso público
Embora o preço da proposta vencedora num concurso público correspondesse ao
orçamento previsional da entidade adjudicante, esta convidou o concorrente para uma
negociação a fim de reduzir ainda mais o preço da sua proposta.
6. Execução do contrato
Esta fase do processo visa assegurar que o contrato é executado satisfatoriamente, em
conformidade com o resultado do processo de concurso.
6.1 Relação fornecedor/contratante
A primeira reunião com o concorrente vencedor deve estabelecer de que forma funcionará
a relação entre as partes, incluindo a regularidade das reuniões, presenças, atas, relatórios
de progresso e planos de escalonamento. Durante a fase de execução do contrato, a
entidade adjudicante deve organizar reuniões periódicas com o contratante para assegurar
o cumprimento do contrato e deve incluir no processo um acompanhamento regular e
retorno de informação a fim de evitar conflitos. É essencial que os papéis e
responsabilidades das partes, no âmbito do contrato, sejam mutuamente acordadas e
compreendidas antes da assinatura do mesmo.
6.2 Alterações contratuais
Com um bom planeamento, um caderno de encargos abrangente e sólido e um contrato
bem concebido e preparado com diligência por uma entidade adjudicante, conseguir-se-á
minimizar a necessidade de alterações contratuais ou de contratos para
obras/serviços/fornecimentos complementares durante a fase de execução.
As alterações contratuais e a utilização de um procedimento por
negociação para obras complementares com um contratante existente sem
qualquer apresentação a concurso destas obras ou serviços
complementares é um dos erros mais comuns e graves. Na maioria dos
casos, se forem precisas obras/serviços complementares, deve ser
colocado a concurso um novo contrato. As únicas exceções a esta regra
geral estão previstas no artigo 31.º da Diretiva 2004/18/CE. No entanto,
como o artigo 31.º constitui uma derrogação da regra geral de que as
obras/serviços complementares devem ser novamente colocados a
concurso, apenas deve ser utilizado em circunstâncias excecionais e tem
de ser justificado. O ónus da prova para as circunstâncias que permitam a
utilização deste procedimento cabe à entidade adjudicante. As auditorias
analisam com muita atenção esta questão.
Consultar Caixa de ferramenta - documento 8 relativo às alterações
contratuais
Como evitar: esta situação poderia constituir uma infração do artigo 2.º da Diretiva
2004/18/CE e a melhor forma de a evitar na fase de planeamento é envolvendo todos os
intervenientes numa análise da natureza e dos riscos, incluindo a disponibilidade de um
orçamento suficiente. Caso a redução do objeto seja substancial, o contrato tem de ser
redefinido e a entidade adjudicante deve anular o concurso e voltar a apresentá-lo por
forma a que o mercado tenha outra oportunidade de concorrer ao contrato revisto.
2 Celebração de contratos para obras ou serviços complementares sem
concorrência na ausência de urgência justificada resultante de
acontecimentos imprevisíveis
Exemplo: o contrato principal foi adjudicado em conformidade com as disposições
pertinentes, mas foi seguido de um ou mais contratos para obras/serviços/fornecimentos
complementares (formalizados ou não por escrito), adjudicados sem cumprir as
disposições da Diretiva 2004/18/CE, ou seja, as disposições relativas aos procedimentos
por negociação sem publicação por motivo de força maior resultante de acontecimentos
imprevisíveis.
Como evitar: esta situação não é permitida nos termos do artigo 31.º, n.º 1, alínea c), da
Diretiva 2004/18/CE, quando não exista uma justificação para o «motivo de força maior». A
fase de planeamento da contratação deve ser executada por especialistas e todos os
riscos devem ser incluídos na preparação dos documentos do concurso.
3 Obras/fornecimentos/serviços complementares adjudicados que ultrapassam
os limites estabelecidos nas disposições aplicáveis
Exemplo: o contrato principal foi adjudicado em conformidade com a Diretiva 2004/18/CE,
mas foi seguido de um ou mais contratos para obras ou serviços complementares
adjudicados sem concorrência ao mesmo contratante e que ascenderam, no total, a mais
de 50 % do valor do contrato inicial.
Como evitar: mesmo que as obras/serviços complementares sejam verdadeiramente
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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imprevisíveis, o artigo 31.º, n.º 4, alínea a), da Diretiva 2004/18/CE estabelece um limite de
50 % do montante do contrato inicial.
Em primeiro lugar, um melhor planeamento do projeto deverá ajudar a evitar a
necessidade dessas obras/serviços complementares. Em segundo lugar, pode prever-se
logo no início disposições de contingência nos contratos, ao abrigo das quais é possível
satisfazer variações contratuais normais. No entanto, o objetivo da contingência deve ficar
devidamente especificado no contrato desde o início. Estão igualmente previstas no artigo
31.º disposições relativas à possibilidade de adjudicar obras/serviços complementares ao
contratante existente quando essas obras impliquem a repetição de obras similares.
Além disso, durante a execução do contrato, a entidade adjudicante deve acompanhar
atentamente essas obras ou serviços complementares, para garantir que cumprem as
condições previstas no artigo 31.º; caso contrário, a entidade adjudicante deve planear
levá-los a concurso numa fase inicial, a fim de evitar atrasos desnecessários de execução
do contrato.
Exemplo concreto
Neste caso, a Comissão Europeia não aceitou que as circunstâncias que foram invocadas
para o recurso ao processo por negociação sem publicidade para os serviços de
supervisão adicionais fossem consideradas «imprevisíveis». Uma entidade adjudicante
diligente deveria ter previsto que alguns proprietários iriam oferecer resistência às
tentativas de compra das suas terras, pelo que deveria ter tomado medidas para garantir
que estaria na posse de todos os terrenos antes do início dos trabalhos. Quando se tornou
evidente que a aquisição dos terrenos iria levar mais tempo, a entidade adjudicante,
deveria ter previsto que iria necessitar de serviços de supervisão suplementares e decidir
lançar um novo concurso para esses serviços enquanto contrato distinto.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
59
Descrição:
Proporcionar uma base comercialmente sólida para dar início a um concurso específico e
fornecer provas documentais para decisões tomadas no início do contrato.
Erros comuns:
Por vezes, esta etapa é omitida. É avaliada uma necessidade e lançado um processo sem
nunca se documentar a fundamentação para determinadas opções e sem obtenção das
devidas aprovações. As adjudicações de contratos complexas necessitam de uma
quantidade significativa de tempo e de esforço. É essencial que a decisão de iniciar um
projeto de concurso específico se baseie numa avaliação pormenorizada e exaustiva das
questões envolvidas e das opções disponíveis. Os projetos de celebração de contratos
baseados numa investigação deficiente e em pressupostos não testados não poderão
atingir os objetivos pretendidos.
Boas práticas:
A entidade adjudicante deve preparar um estudo de viabilidade (sempre proporcional à
dimensão e complexidade do projeto, nem todos os aspetos são necessários no caso de
projetos de menor dimensão) que forneça uma fundamentação clara dos motivos pelos
quais a adjudicação deve avançar e que demonstre que foram considerados os aspetos
fundamentais de planeamento.
1. ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO
alinhamento dos resultados com as estratégias e planos internos;
estratégias externas tidas em consideração;
objetivos do projeto/contrato;
principais benefícios a concretizar;
principais riscos identificados;
fatores de sucesso decisivos e de que forma serão medidos;
principais intervenientes.
3. ASPETOS COMERCIAIS
opções de aprovisionamento e fundamentação para a seleção;
estratégia de celebração de contratos e fundamentação para a abordagem.
4. ACESSIBILIDADE ECONÓMICA
financiamento disponível e respetivas fontes;
resumo da estimativa de custos;
custo de ciclo de vida do contrato.
5. EXEQUIBILIDADE
plano de alto nível das tarefas e calendário de execução do contrato.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
62
Descrição:
Proporcionar uma base para avaliação dos riscos de um determinado projeto/contrato
apresentando os benefícios esperados de maneira regular e fornecer provas documentais
para os riscos avaliados e as ações previstas ao longo do ciclo de vida do contrato. As
listas de verificação normalizadas para preparação de uma avaliação do registo de riscos e
de um plano de contingência, que as entidades adjudicantes podem adaptar aos seus
próprios modelos e procedimentos, são indicadas a seguir.
Erros comuns:
Os projetos de celebração de contratos complexos requerem quantidades significativas de
tempo e de esforço. É essencial que a fundamentação para uma determinada linha de
ação seja justificada e que os riscos de qualquer projeto/contrato sejam continuamente
avaliados. Muitos projetos de risco elevado ou muito elevado não preveem medidas de
contingência adequadas para os riscos classificados como elevados no registo de riscos,
incluindo a identificação de rubricas orçamentais de contingência. O principal erro cometido
pelos gestores é o de não desempenharem esta função, porque consideram que não
dispõem das competências ou por desconhecimento da necessidade desta etapa do
processo.
Boas práticas:
A entidade adjudicante deve garantir que são preparados um registo de riscos e o
respetivo plano de contingência, durante as primeiras fases de vigência do
projeto/contrato, e que são atualizados periodicamente nas principais fases ao longo da
vigência do projeto/contrato, incluindo um relatório sobre a gestão de riscos elevados e
emergentes. A boa gestão de riscos reduz a probabilidade de processos interrompidos, de
necessidade de alterações ao contrato durante a execução e de risco de correções
financeiras às subvenções da UE.
Entre as questões a considerar para cada risco individual figuram as que se seguem.
Quem tem mais capacidade para controlar acontecimentos que possam levar à
ocorrência do risco?
Quem pode controlar o risco, caso ocorra?
É preferível que a entidade adjudicante esteja diretamente envolvida no controlo do
risco?
Quem deve ser responsável por um risco, caso este não possa ser controlado?
Caso o risco seja transferido para o contratante, o custo total para a entidade
adjudicante é suscetível de ser reduzido?
O responsável pelo risco conseguirá suportar todas as consequências caso o risco
ocorra?
Existe a probabilidade de os riscos terem de ser de novo assumidos pela entidade
adjudicante (por exemplo, aumento do preço do contrato)?
A transferência de riscos seria juridicamente segura?
Outros riscos para o contrato estão fora do controlo do contratante, entre os quais é
provável que se incluam os seguintes:
a entidade adjudicante não definir adequadamente o requisito desde o início;
a procura de um serviço ser muito superior ao esperado e o contratante não
conseguir cumprir;
a procura de um serviço ser muito reduzida, o que significa que se perdem as
economias de escala e os custos operacionais são desproporcionadamente
elevados;
elementos do pessoal da entidade adjudicante com competências de «cliente
inteligente» serem transferidos ou promovidos (o mesmo se aplica ao contratante);
força maior: fatores fora do controlo do contratante que perturbem a execução, por
exemplo instalações que não estejam acessíveis devido a uma catástrofe natural;
alterações fundamentais nos requisitos da entidade adjudicante, eventualmente em
resultado de alterações políticas, tornando o acordo uma prioridade maior ou menor
ou alterando o nível de procura do serviço; e
incapacidade da entidade adjudicante para cumprir as suas obrigações nos termos
do contrato.
Esta análise é necessária nas fases muito iniciais, a fim de verificar a determinação de
metas viáveis, coerentes e realistas para o processo de contratação.
Ponto de revisão 1 - Âmbito do contrato e estratégia de contratação
Esta análise deve ocorrer no início do projeto, na primeira reunião da comissão de
avaliação ou da entidade adjudicante, antes de terem sido colocados quaisquer
anúncios ou produzidos documentos do concurso.
Ponto de revisão 2 - Pré-seleção
Esta análise realiza-se na sequência da avaliação de QPQ, quando tiverem sido
decididas as recomendações da pré-seleção e produzidos todos os documentos do
concurso, mas antes do convite à apresentação de propostas.
Ponto de revisão 3 - Avaliação das propostas
Essa análise ocorre quando tiver sido tomada a decisão sobre o concorrente
preferido, mas antes da adjudicação do contrato; ou antes de prosseguir para o
concurso final, no caso de um processo de concurso de duas fases.
Ponto de revisão 4 - Contrato
Esta análise ocorre quando tiver sido avaliada a proposta da segunda fase, mas
antes da assinatura do contrato.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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Erros comuns:
Os principais erros que as entidades adjudicantes cometem são:
não verificar se todas as questões são pertinentes (ou proporcionadas) para um
contrato específico;
adicionar questões sem qualquer reflexão sobre as respostas possíveis; ou
não chegar a acordo, com antecedência, sobre a metodologia para a pontuação
como um júri de avaliação.
Boas práticas:
O planeamento anterior à contratação é fundamental para evitar os erros referidos supra.
Sugere-se que a entidade adjudicante utilize um modelo normalizado para QPQ, porquanto
torna mais fácil a sua utilização quer para a entidade adjudicante quer para os candidatos.
Os únicos critérios de seleção admissíveis são os relativos à situação pessoal, capacidade
financeira, capacidade técnica, experiência pertinente, conhecimentos especializados e
competência dos concorrentes, enunciados nos artigos 45.º a 48.º da Diretiva 2004/18/CE.
cinco (desde que existam pelo menos cinco que satisfaçam os critérios de pré-
qualificação).
A comissão de avaliação deve adotar as medidas que se seguem sempre que efetuar a
pré-seleção dos candidatos do QPQ.
Deve ser preenchida uma «matriz de avaliação do QPQ - candidato» para cada
candidato. Revela qual a informação que foi solicitada, com espaços para
pontuação e observações relativamente a cada secção.
A modalidade de pontuação deve ser decidida pela comissão de avaliação antes de
qualquer membro iniciar a classificação, por exemplo se se deve pontuar
individualmente ou em grupo e como serão atribuídas as pontuações. Se for
aplicada a classificação individual, a ficha de pontuação individual da matriz de
avaliação do QPQ resumido de cada candidato deve apresentar as pontuações de
cada membro individual da comissão, bem como a pontuação total. Se preferir, a
comissão de avaliação pode acordar uma pontuação de forma colegial, em vez de
calcular uma média das classificações individuais. Para esta opção deve ser
utilizada uma ficha única de pontuação do QPQ. O mecanismo de pontuação deve
ser divulgado no anúncio de concurso, não podendo os documentos do concurso e o
mecanismo ser alterados posteriormente.
Deve ser incluído o nome de todos os avaliadores na ficha de pontuação.
Cada candidato deve ser tratado equitativamente e a abordagem utilizada para a
pontuação deve ser coerente, não discriminatória e justa.
Os QPQ devem ser pontuados apenas com base em informações neles contidas,
não podendo a comissão de avaliação ter em conta quaisquer outras informações
recebidas por outro meio, incluindo conhecimento pessoal ou experiência do
candidato.
O conteúdo das pontuações da comissão de avaliação, individualmente ou no total,
não deve ser divulgado a pessoas externas à comissão.
Todas as questões devem ser respondidas segundo o princípio «
aprovação/reprovação» (elegibilidade) ou pontuadas de acordo com os critérios de
seleção publicitados.
Se um candidato falhar nas circunstâncias obrigatórias pré-definidas, tais como o
volume de negócios mínimo, a candidatura deve ser dada como não elegível, sem
se avaliar a restante apresentação do candidato.
Se for caso disso, a pré-seleção pode incluir todos os candidatos que cumpram ou
ultrapassem um determinado limiar de qualquer um dos critérios pontuados.
Erros comuns:
Os critérios propostos não estão relacionados/proporcionados ao objeto do contrato ou são
discriminatórios. São exemplos típicos de más práticas os critérios que se apresentam de
seguida.
Exigência de receitas anuais mínimas de dez milhões de EUR para um contrato com
um valor anual de um milhão de EUR.
Exigência de determinadas normas, sem mencionar «ou equivalente».
Exigência de uma percentagem de solvência anormalmente elevada ou reduzida
que tende a favorecer determinados operadores.
Falta de critérios objetivos claros para selecionar os melhores concorrentes. Por
exemplo, se a entidade adjudicante apenas pedir experiências anteriores, sem que
sejam exigidas informações adicionais nas referências, como o tipo e período do
contrato, volume e resultado.
Exigência de criação de um escritório local no momento da apresentação de
propostas (pode ser exigida apenas à data do contrato).
Exigência de registo de uma empresa nos Estados-Membros no momento de
entrega das propostas.
As entidades adjudicantes não efetuam um ensaio de ambas as fases do processo
para excluir quaisquer anomalias potenciais na fase de planeamento.
Frequentemente, as entidades adjudicantes misturam duas fases distintas do
processo. Uma vez concluída a fase de seleção, a entidade adjudicante não pode
voltar a ela. Existem igualmente determinadas questões que apenas podem ser
abrangidas na fase de seleção (e, da mesma forma, determinadas questões que
apenas podem ser abrangidas na fase de avaliação). A abertura e avaliação dos
documentos de participação e das propostas técnicas (fase de seleção) precedem a
abertura e avaliação das propostas económicas (fase de adjudicação).
Critérios de seleção:
É importante notar que a seleção dos operadores económicos e a adjudicação do contrato
são dois exercícios diferentes no âmbito da adjudicação de um contrato público. A seleção
trata de determinar quais os operadores económicos que estão qualificados para executar
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
70
o contrato a adjudicar com base nos critérios de seleção previamente estabelecidos pela
entidade adjudicante. Todos os critérios de seleção pertinentes para um determinado
contrato devem ser tidos em conta, a fim de garantir que só os operadores económicos
que sejam capazes de cumprir o contrato são selecionados para se submeterem à fase de
avaliação das suas propostas. Os critérios de seleção devem ser:
conformes aos os princípios do Tratado da União Europeia, nomeadamente os
princípios da transparência, igualdade de tratamento e não discriminação;
proporcionais à dimensão e natureza do contrato;
determinados tendo em conta a necessidade específica de cada proposta e
pertinentes para o contrato específico a adjudicar. Não devem ser determinados de
forma abstrata;
concebidos de modo a que os operadores económicos, incluindo as PME, que têm
potencial para ser fornecedores eficientes e eficazes não são dissuadidos de
participar;
formulados de uma maneira simples, para que possam ser facilmente
compreendidos pelos operadores económicos; e
os critérios de seleção devem mencionar sempre «ou equivalente» ao especificarem
normas, marcas ou origens de qualquer tipo.
Os critérios (ou as metodologias) que podem ser aplicados a fim de escolher os operadores
económicos convidados para o concurso/negociar/realizar um diálogo de entre os
operadores económicos qualificados devem ser objetivos e não discriminatórios e não
podem exceder os critérios autorizados pela própria diretiva da UE.
Propostas conjuntas
É possível que um operador económico se socorra dos recursos de outras entidades para
provar a sua capacidade económica e financeira e/ou provar a sua capacidade técnica e/ou
profissional. Se necessário e em relação a um determinado contrato, o operador económico
pode recorrer às capacidades de outras entidades, independentemente da natureza jurídica
das relações que com elas mantenha. Neste caso, deve provar que terá à sua disposição os
recursos necessários, por exemplo através do compromisso de tais entidades nesse
sentido. Esta possibilidade permite que um operador económico socorrer-se dos recursos
económicos e financeiros de filiais, bem como de subcontratantes ou de qualquer outra
entidade que tenha efetivamente disponibilizado recursos ao operador económico. Um
agrupamento de operadores económicos pode também, nas mesmas condições, recorrer às
capacidades dos participantes no agrupamento ou de outras entidades (artigo 47.º, n.º 3,
da Diretiva 2004/18/CE). Quando o operador económico for membro de um agrupamento
de operadores económicos ou de um consórcio, é suficiente que os requisitos de
capacidade económica e financeira sejam preenchidos pelo agrupamento no seu conjunto
e não por cada membro individualmente. Esta possibilidade pode igualmente ter o efeito
de incentivar a participação de PME no processo de celebração de contratos.
Em qualquer caso, nos concursos públicos todas as propostas que satisfaçam os critérios
de seleção devem ser avaliadas na fase de adjudicação, em obediência ao disposto nos
artigos 44.º, n.os 1 e 2 (princípio da igualdade de tratamento), da Diretiva 2004/18/CE).
Boas práticas
Na prática, consideram-se bons critérios de seleção os seguintes:
as experiências mais adequadas com as melhores funções comparáveis;
os melhores dados económicos específicos, tais como a solvabilidade;
as habilitações e as qualificações do pessoal fundamental.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
73
Erros comuns:
Os erros mais comuns são a mistura dos critérios de seleção e de adjudicação ou a não
definição de um conjunto claro de requisitos. São exemplos típicos de más práticas:
As descrições de critérios são demasiado vagas (não estão claramente definidos),
apenas os requisitos mínimos são definidos e não estão ligados ao objeto do
contrato - consultar o ponto 34 do processo C-340/02, Comissão/França. São
exemplos de más práticas os que se seguem.
A qualidade é avaliada:
quanto à durabilidade do produto (demasiado vago, no caso de não
ser fornecida uma definição clara da durabilidade do produto);
com um período de garantia de cinco anos (apenas critérios mínimos,
vagos, ligados ao objeto do contrato);
quanto à cor azul (apenas critérios mínimos); ou
quanto à robustez do material (demasiado vago no caso de não ser
fornecida uma definição clara de material robusto).
O serviço é avaliado:
quanto ao momento da entrega, que é em sete dias (apenas critérios
mínimos, vago);
quanto ao aconselhamento de consultoria sólido (demasiado vago, no
caso de não ser fornecida uma definição clara de aconselhamento de
consultoria sólido);
quanto à possibilidade de encomendar durante 24 horas por dia, sete
dias por semana (ligado ao objeto do contrato); ou
quanto à formação na utilização de produtos (demasiado vago no
caso de não ser fornecida uma definição clara da formação.
Boas práticas:
Os critérios de adjudicação (artigo 53.º da Diretiva 2004/18/CE) são os critérios que
constituem a base em que uma entidade adjudicante escolhe a melhor proposta – ou seja,
a proposta que melhor satisfaz os requisitos estabelecidos no caderno de encargos – e,
consequentemente, adjudica um contrato. Estes critérios devem ser previamente
determinados, de preferência na fase de planeamento, não devendo prejudicar a
concorrência leal.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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O artigo 53.º, n.º 1, determina que os critérios em que uma entidade adjudicante se deve
basear para a celebração de contratos públicos de fornecimentos, obras ou serviços devem
ser:
a) a proposta economicamente mais vantajosa (PEMV) - diversos critérios
ligados ao objeto do contrato podem ser tidos em conta para a adjudicação, por
exemplo qualidade, preço, valor técnico, prazo de entrega, serviços pós-venda.
b) o preço mais baixo – o contrato é adjudicado com base unicamente no preço
mais baixo.
São apresentados de seguida alguns casos em que pode ser considerado adequado utilizar
o critério do preço mais baixo.
A celebração de contratos de fornecimentos – para a aquisição de produtos
simples, normalizados e prontos a utilizar (por exemplo, artigos de papelaria), o
preço é normalmente o único fator relevante em que se baseia a decisão de
adjudicação do contrato.
A celebração de contratos de obras – para obras em que os projetos são fornecidos
pela entidade adjudicante ou para obras com um projeto já existente, é comum
utilizar o preço mais baixo.
A celebração de contratos de serviços – para alguns serviços (por exemplo, serviços
de limpeza de edifícios ou serviços de publicação), uma entidade adjudicante pode
preferir especificar pormenorizadamente os requisitos exatos do caderno de
encargos e, em seguida, selecionar a proposta que oferece o preço mais baixo.
O critério da PEMV utiliza-se quando a relação qualidade/preço pode ser avaliada como
um equilíbrio entre o preço e a qualidade. Por «relação qualidade/preço» entende-se a
combinação ótima entre os diferentes critérios (critérios relacionados e não relacionados
com os custos) que em conjunto satisfazem os requisitos da entidade adjudicante. No
entanto, os elementos que constituem a melhor combinação destes diversos critérios
diferem de concurso para concurso e dependem dos resultados exigidos pela entidade
adjudicante.
Utilizar a PEMV, em oposição ao critério de preço mais baixo, apresenta uma série de
vantagens. Permite às entidades adjudicantes ter em conta considerações relativas à
qualidade. O critério da PEMV é normalmente utilizado quando a qualidade é importante
para a entidade adjudicante. Relativamente aos requisitos com uma vida útil longa,
permitem à entidade adjudicante ter em conta os custos de ciclo de vida (ou seja, os
custos ao longo da vida do produto) do requisito adquirido e não apenas o custo direto de
aquisição (ou preço de compra inicial) no âmbito das especificações definidas.
São apresentados de seguida alguns casos em que pode ser considerado adequado utilizar
a PEMV.
A celebração de contratos de fornecimentos – para os contratos públicos de
fornecimentos que impliquem instalação e/ou manutenção e/ou atividades de
formação do utilizador do produto significativas e especializadas, é habitual que a
adjudicação se faça com base no critério da PEMV. Na realidade, para este tipo de
contrato a qualidade é normalmente de especial importância.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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curtos (o tempo de entrega curto não é definido máximo são 12 dias – a proposta de 4 dias terá uma
pela entidade adjudicante, por exemplo os dias avaliação e ponderação positivas. (O concorrente
máximos e os dias oferecidos terão uma está agora a competir entre 12 e 4 dias – sem
ponderação positiva). pontos adicionais para um prazo de entrega mais
curto do que 4 dias).
Ou o modelo de pontuação pode ser indicado e
publicado:
em atenção que tais observações podem ser invocadas num eventual relatório ou
contestação subsequente. Todos os membros devem estar cientes e tratar todas as partes
da avaliação com a consciência de que as suas observações e recomendações se podem
tornar parte do registo público.
A comissão de avaliação deve decidir, com antecedência, se vai:
pontuar individualmente e, em seguida, calcular a média das pontuações; ou
obter uma classificação consensual de todo o júri para cada um dos concorrentes.
Na pontuação das propostas em relação aos critérios de adjudicação, a fundamentação da
pontuação deve ser decidida antes de os membros da comissão de avaliação começarem a
fazer a avaliação. Uma sugestão é adotar uma abordagem estruturada, tal como
apresentado no quadro seguinte:
PONTUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
5 Excecional
4 Acima das expetativas
3 Satisfaz as expetativas
2 Abaixo das expetativas
Muito abaixo das
1
expetativas
0 Inaceitável
As classificações para cada um dos concorrentes são aditadas à ficha de pontuação global
para se obter a pontuação final e a classificação. Este método evita qualquer desvio da
pontuação de um membro da Comissão de Avaliação. Todos os membros da comissão de
avaliação devem assinar e datar as fichas de pontuação. O presidente da comissão de
avaliação deve assinar o processo de pontuação e declarar que está registado com
exatidão e confirmar que as decisões tomadas estão claramente documentadas para que
possam ser explicadas aos concorrentes.
Se alguém solicitar uma reunião de balanço nos dois dias úteis seguintes, a entidade
adjudicante deve fornecer as informações seguintes dentro e um prazo que permita ao
concorrente ou parte interessada ter a informação pelo menos três dias úteis antes da
adjudicação do contrato. Esta situação é conhecida como um «balanço acelerado» e, se for
caso disso, significa que a adjudicação do contrato tem de ser adiada para além do
período mínimo de dez dias.
Um balanço acelerado para um concorrente preterido deve explicar por que motivo o foi e,
caso tenha apresentado uma proposta admissível, quais foram as características e
vantagens relativas da proposta selecionada. A dimensão e o tipo de informações
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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Descrição:
Destina-se a ajudar os profissionais na elaboração de um caderno de encargos
abrangente, de elevada qualidade, por meio de uma série de perguntas e respostas e de
uma lista de verificação.
Erros comuns:
A definição de especificações técnicas é uma área em que são cometidos muitos erros,
muitas vezes devido à falta de qualificações/experiência na elaboração desses
documentos. O que se segue representa uma lista dos domínios em que geralmente
ocorrem erros.
Omissão no caderno de encargos de importantes áreas de trabalho, sendo apenas
adicionadas numa fase posterior, levando a confusão ou a concorrência desleal.
Uma resposta insuficiente do mercado ou preços anormalmente baixos (ou
propostas de preços extremamente diferentes) podem dever-se a cadernos de
encargos mal concebidos (apesar de também poderem resultar de condições de
mercado anormais). Cada parte deve conhecer e compreender o que é exigido (um
consensus ad idem).
Celebração de contratos de obras/serviços/fornecimentos adicionais decorrentes do
contrato principal que deveriam ter sido previstos.
Invocação de motivo imperioso resultante de acontecimentos «imprevisíveis»,
embora na realidade se deva a um calendário irrealista e/ou a mau planeamento.
Violações dos requisitos de igualdade de tratamento, não discriminação e
transparência (particularmente a referência ao nome de produtos ou especificações
restritivas).
Disposições ilegais, incorretas ou desadequadas (nomeadamente no caso de
critérios de seleção e de adjudicação e do favorecimento de contratantes locais).
Cadernos de encargos que não contêm um calendário do concurso e do projeto ou
critérios de seleção e de adjudicação.
Perguntas e respostas
O que é um caderno de encargos e quando, como e por quem é produzido?
O caderno de encargos é o documento principal da celebração de contratos que estabelece
as necessidades a satisfazer pelo contrato. Constitui a base para a seleção do concorrente
vencedor e será integrado no contrato, especificando o que o concorrente deve fornecer. A
sua revisão final e aprovação é, por conseguinte, um ponto de decisão essencial no
processo de celebração de contratos e é importante que aqueles que os assumam tenham
os conhecimentos, autoridade e experiência necessários. A aprovação do caderno de
encargos é normalmente uma fase essencial num processo de análise por pontos de
revisão. O objetivo do caderno de encargos é apresentar aos potenciais fornecedores uma
descrição clara, precisa e completa das necessidades da entidade adjudicante e, por
conseguinte, permitir-lhes propor uma solução para satisfazer essas necessidades.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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Uma especificação deve ser formulada por referência a normas nacionais, a normas
europeias, a homologações técnicas europeias, a normas internacionais ou a outros
sistemas de referência técnica estabelecidos pelos organismos europeus de
normalização ou por homologações técnicas nacionais de normas nacionais ou
especificações técnicas nacionais relativas à conceção, cálculo e execução da obra e
utilização dos produtos. Cada referência deve ser acompanhada da menção «ou
equivalente».
A especificação técnica pode igualmente requerer exigências funcionais, por exemplo
de características ambientais.
A entidade adjudicante deve aceitar uma proposta que lhe prove satisfatoriamente que
cumpre de forma equivalente o caderno de encargos, requisitos funcionais ou de
rótulos ecológicos ou normas referidas nos documentos do concurso. Um meio
adequado pode ser um dossiê técnico do fabricante ou um relatório de ensaio de um
organismo aprovado.
As especificações técnicas não devem referir-se a uma determinada marca ou fonte,
ou a um processo específico, bem como a marcas registadas, patentes, tipos ou a uma
determinada origem ou produção, com o efeito de favorecer ou eliminar determinadas
empresas ou determinados produtos.
Essa referência só é permitida a título excecional, se não for possível uma descrição
suficientemente precisa e inteligível do objeto do contrato; essa referência deve ser
acompanhada da menção «ou equivalente». A entidade adjudicante deve justificar a
razão pela qual utiliza marcas registadas ou patentes, por exemplo nas especificações
técnicas.
O caderno de encargos deve ser definido de modo a ter em conta critérios de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou de conceção para todos os utilizadores.
As definições de especificações e normas estão descritas no anexo VI da Diretiva
2004/18/CE.
Uma especificação baseada no resultado pode ser a mais fácil de conceber, mas a
mais difícil de avaliar (e acompanhar). Trata-se de uma demonstração dos benefícios a
alcançar com o contrato, em vez do contributo ou das realizações do contratante.
Estes últimos dois tipos são normalmente apoiados por uma explicação do método do
concorrente, a apresentar com a proposta, que indica de que modo o concorrente se propõe
cumprir os requisitos do caderno de encargos. Cada concorrente pode propor algo
diferente, de modo que a comissão de avaliação precisa de conseguir avaliar essas
alternativas.
O caderno de encargos:
é uniforme para os requisitos idênticos ou similares?
é claro, completo, fiável e foi revisto?
é facilmente integrado num contrato?
é à prova de contestação?
não pede informação irrelevante?
A entidade adjudicante:
consultou parceiros essenciais, intervenientes do setor, intervenientes legais,
comunidades locais, o setor terciário, sindicatos?
identificou as necessidades do utilizador incluindo necessidades locais?
analisou de que forma a inovação será integrada na execução?
estudou o mercado – cumprirá o custo provável e os calendários?
analisou os mecanismos alternativos de execução?
realizou uma avaliação dos riscos e repartiu riscos adequadamente?
analisou o impacto de uma falha do fornecedor?
identificou o que será adquirido e se satisfará às necessidades do cliente?
refletiu as consultas ao mercado e aos intervenientes e as prioridades
empresariais no pacote do contrato?
determinou o âmbito e a gama de produtos/serviços/obras necessários?
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
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Descrição:
Este instrumento trata das questões se colocam quando um contrato pode ser alterado ou
obras/serviços/fornecimentos complementares podem ser adjudicados por ajuste direto a
um contratante existente, num formato de perguntas e respostas, e dá exemplos de boas
práticas de como evitar esta situação, essencialmente melhorando o planeamento e ou os
controlos, ou lançando à concorrência um novo contrato para atender às necessidades
adicionais.
Erros comuns:
As entidades adjudicantes presumem erradamente que as alterações necessárias durante
a fase de execução podem simplesmente ser realizadas mediante a alteração do contrato
existente ou a celebração de um contrato de obras ou serviços complementares com o
contratante titular da execução do contrato, na condição de que tais alterações não
aumentem o valor do contrato em mais de 50 %.
Boas práticas:
O princípio geral é que, durante a fase de execução de um contrato, a entidade adjudicante
não pode alterar as suas condições essenciais. Qualquer alteração deste tipo deve ser
considerada equivalente à celebração de um novo contrato, que exige, em princípio, um
novo concurso. Uma alteração do contrato ou um contrato de obras ou serviços
complementares pode dizer respeito a: alterações do objeto ou da natureza do contrato, o
preço, a duração ou o volume de trabalho. Os contratos (ou as alterações do contrato) de
obras ou serviços complementares só podem ser adjudicados «por ajuste direto» (ou seja,
sem a publicidade prévia) se as condições cumulativas estabelecidas no artigo 31.º, n.º 4,
alínea a), da Diretiva 2004/18/CE forem cumpridas. O princípio subjacente é que todas as
alterações que modifiquem o contrato em termos de valor, calendário ou âmbito (volume,
objeto ou natureza) na medida em que poderiam ter alterado o resultado da proposta
inicial devem ser tratadas como «substanciais», devendo por isso voltar a ser
apresentadas, como novo contrato de obras/serviços/fornecimentos complementares.
Uma entidade adjudicante diligente que celebre um contrato de obras deve, por exemplo,
realizar os estudos geotécnicos necessários para determinar as condições do solo com
antecedência, ou transferir os riscos para o contratante, mas com tempo adequado para os
concorrentes poderem apresentar as suas próprias investigações e quantificar o risco e os
preços em conformidade. Todas as autorizações, homologações de construção e licenças
devem ser obtidas por uma entidade adjudicante diligente antes do início das obras, não
podendo ser invocadas como «circunstâncias imprevistas» para justificar a adjudicação
por ajuste direto de obras complementares.
Perguntas e respostas
P. 1. Durante a fase de execução, em que momento é que uma entidade
adjudicante pode adjudicar um contrato de obras ou serviços complementares
por ajuste direto?
R.1. O artigo 31.º da Diretiva 2004/18/CE define as circunstâncias em que uma entidade
adjudicante pode utilizar o procedimento por negociação sem publicação de anúncio de
concurso para adjudicar diretamente obras/serviços/fornecimentos complementares.
Devem ser cumpridas as condições que se seguem (artigo 31.º, n.º 4).
a) Relativamente a obras ou serviços complementares que não estejam contempladas
inicialmente no projeto nem no contrato inicial e que se tenham tornado
necessários, na sequência de uma circunstância imprevista, para a execução da
obra ou a prestação do serviço neles descritos, na condição de o adjudicatário ser o
mesmo operador económico que executa a referida obra ou serviços:
Quando essas obras ou esses serviços complementares não possam ser
técnica ou economicamente separados do objeto de contrato inicial sem
grande inconveniente para as entidades adjudicantes, ou
Quando essas obras ou esses serviços, embora possam ser separados do
objeto do contrato inicial, sejam absolutamente necessários à sua
conclusão.
Contudo, o valor total dos contratos relativos a obras/serviços/fornecimentos
complementares não pode exceder 50 % do montante do contrato inicial.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
92
Todas estas condições cumulativas (ou seja, i) «imprevistas», ii) «não separáveis»
ou se separáveis «absolutamente necessárias» e iii) não superior a 50 % do valor
do contrato inicial) devem ser cumpridas, a fim de justificar a adjudicação por
ajuste direto de obras ou serviços complementares. As exceções previstas pela
Diretiva 2004/18/CE devem ser interpretadas de maneira estrita.
Qualquer entidade adjudicante que pretenda utilizar o artigo 31.º deve assegurar-se de
que as circunstâncias específicas coincidem com as enunciadas na diretiva.
Exceto nas situações supracitadas (ou seja, obras ou serviços complementares e cláusula
de revisão adequada), a Diretiva 2004/18/CE e a jurisprudência assente proíbem alterações
substanciais aos contratos sem abertura de um novo concurso. A possibilidade de
introduzir alterações após a assinatura do contrato está limitada da mesma forma que no
período do anúncio de concurso até à adjudicação do contrato. As alterações feitas após a
assinatura do contrato podem ser consideradas como tentativas de contornar a Diretiva
2004/18/CE. Devem ser tidas em conta as orientações seguintes:
Os princípios da igualdade de tratamento e de transparência são válidos em todo o
período do contrato (do início ao termo);
A entidade adjudicante está vinculada pelas disposições contidas nos documentos
do concurso;
Alterações substanciais relacionadas com o contrato exigem um novo concurso;
A entidade adjudicante pode introduzir alterações após a assinatura do contrato,
mas apenas depois de obter conselho sobre os efeitos jurídicos.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
93
Descrição:
Segue-se uma lista de verificação final dos elementos-chave que, frequentemente, são
controlados ex post a fim de verificar se a celebração de contratos públicos cumpriu as
obrigações mínimas.
Lista de verificação
Fase de planeamento
1) O contrato deveria ter sido publicitado no JOUE, mas não foi?
2) O contrato foi dividido artificialmente, a fim de contornar a necessidade de publicar o
anúncio de concurso no JOUE?
3) O valor do contrato foi subestimado em relação ao preço de contrato real,
intencionalmente ou não, nomeadamente quando o preço orçamentado está
ligeiramente abaixo do limiar da diretiva, mas o preço contratual real é superior ao
limiar?
4) Se um contrato tiver sido adjudicado por ajuste direto pela entidade adjudicante, sem
publicidade, por exemplo um contrato de serviço contemplado no anexo II B da
Diretiva 2004/18/CE (lista de serviços não obrigatórios para os quais não é obrigatória
a abertura de concurso) verificou-se se há interesse transfronteiriço, ou seja, se o
concurso é suscetível de ter interesse para os operadores económicos de outros
Estados-Membros?
5) Relativamente a adjudicações de contratos abaixo do limiar, existem elementos para
demonstrar a existência de uma violação da legislação nacional relativa à celebração
de contratos?
6) Se o contrato tiver sido adjudicado pelo procedimento por negociação sem anúncio de
concurso, pode um dos processos autorizados (artigo 31.º da Diretiva 2004/18/CE)
justificar-se?
7) Caso o contrato tenha sido adjudicado por procedimento por negociação com
publicação de anúncio de concurso ou tenha sido utilizado o procedimento de diálogo
concorrencial, estavam preenchidas as condições pertinentes (artigo 30.º da Diretiva
2004/18/CE) para a utilização destes procedimentos?
8) Recorreu-se às disposições «exceções» ou «imperioso» para evitar a publicidade,
restringir a concorrência e/ou acelerar os procedimentos, sem que esta que haja uma
justificação baseada em fatores imprevisíveis e fora do controlo da entidade
adjudicante?
9) Caso tenha sido seguido o procedimento de diálogo concorrencial, há uma justificação
válida (artigo 29.º da Diretiva 2004/18/CE) para a complexidade em razão da
montagem técnica ou jurídica e/ou financeira do projeto?
10) Existia alguma comissão de avaliação constituída num ponto adequado no processo e,
em tal caso, esta comissão ou órgão de gestão da entidade adjudicante deu
autorização para as etapas-chave da celebração do contrato?
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
96
Fase de seleção
25) No caso de procedimentos de concursos limitados, por negociação com publicação de
anúncio ou de diálogo concorrencial, se o número de participantes a convidar após a
pré-seleção tiver de ser limitado, estavam os critérios de pré-seleção declarados no
anúncio de concurso ou nos respetivos documentos de consulta? Foi indicado o
número mínimo e máximo de participantes pré-selecionados?
26) Os critérios de seleção utilizados para selecionar os candidatos suscetíveis de
executar o contrato foram limitados aos autorizados pela diretiva, por exemplo
situação pessoal, capacidade financeira, capacidade técnica, experiência pertinente,
conhecimentos especializados e competência?
27) Os critérios aplicados foram apenas os previstos nas instruções aos concorrentes e no
anúncio de concurso?
28) Os critérios de seleção foram aplicados de modo correto e equitativamente entre os
candidatos?
29) Se alguns candidatos foram rejeitados na fase de seleção, os motivos da recusa
foram válidos?
Fase de adjudicação
30) A comissão de avaliação realizou um procedimento de avaliação não discriminatório
seguindo a metodologia de celebração descrita no anúncio de concurso ou nos
respetivos documentos de consulta?
31) Os critérios de adjudicação utilizados para avaliar as propostas e os respetivos
coeficientes de ponderação foram apenas os indicados nas instruções aos
concorrentes e no anúncio de concurso?
32) Sempre que foi utilizado um procedimento de concurso limitado, por negociação ou
diálogo concorrencial, algum dos critérios utilizados na fase de pré-seleção voltou a
ser utilizado na fase de avaliação?
33) Se o contrato foi adjudicado com base na PEMV, estavam os critérios de adjudicação
ligados ao objeto do contrato (por exemplo qualidade, preço, valor técnico,
características estéticas, funcionais ou ambientais, custos de execução, relação custo-
eficácia, serviço pós-venda, calendário de entrega) e não à capacidade dos
concorrentes?
34) Se propostas foram rejeitadas por serem «anormalmente baixas», estavam reunidas
as condições, nomeadamente a entidade adjudicante solicitou por escrito informações
pormenorizadas dos elementos constitutivos da proposta (artigo 55.º da Diretiva
2004/18/CE), que considerou relevantes para justificar o preço anormalmente baixo
da proposta?
35) Todas as decisões essenciais relativas ao contrato estão claramente documentadas e,
em especial, existe um relatório de avaliação completo assinado por todos os
membros da comissão de avaliação?
36) O contrato foi efetivamente adjudicado ao concorrente escolhido pela comissão de
avaliação?
37) O resultado da adjudicação do contrato foi publicado no JOUE no prazo de 48 dias
após a data de assinatura do mesmo?
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
98
O sítio Web do SIMAP contém muitos recursos úteis sobre celebração de contratos,
incluindo os modelos para publicações e documentos essenciais:
http://simap.ted.europa.eu/
Documentos legislativos:
http://eur-lex.europa.eu/
Diretiva 2004/18/CE:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:134:0114:0240:pt:PDF
Diretiva 2014/24/UE:
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:32014L0024&from=PT
http://uk.practicallaw.com/6-422-3174
http://gettingthedealthrough.com/books/33/public-procurement/
http://www.iclei-europe.org/topics/sustainable-procurement
http://www.scotland.gov.uk/Resource/Doc/116601/0053331.pdf
Agradecimentos
O presente documento foi produzido sob a supervisão de um grupo de trabalho que
representa: as Direções-Gerais da Comissão Europeia responsáveis pela gestão dos Fundos
Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) (ou seja, as Direções-Gerais da Política
Regional e Urbana, do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, da Agricultura e
Desenvolvimento Rural e dos Assuntos Marítimos e Pesca); a Direção-Geral do Mercado
Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME; e o Banco Europeu de Investimento.
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
Publicações gratuitas:
• um exemplar:
via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu);
• mais do que um exemplar/cartazes/mapas:
nas representações da União Europeia (http://ec.europa.eu/represent_pt.htm),
nas delegações em países fora da UE (http://eeas.europa.eu/delegations/index_pt.htm),
contactando a rede Europe Direct (http://europa.eu/europedirect/index_pt.htm)
ou pelo telefone 00 800 6 7 8 9 10 11 (gratuito em toda a UE) (*).
(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores,
cabines telefónicas ou hotéis as possam cobrar.
Publicações pagas:
• via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu).
Anexo IV - Guia Prático para profissionais sobre a prevenção dos erros comuns em projetos financiados pelos FEEI
KN-02-15-758-PT-N
ISBN 978-92-79-51752-5
doi:10.2776/303330
Anexo V
CONTRATAÇÃO PÚBLICA
FICHA DE VERIFICAÇÃO A PREENCHER PELO BENEFICIÁRIO E PELA AUTORIDADE DE GESTÃO PARA CADA
PROCEDIMENTO DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA
I. Elementos do projeto
Operação
Beneficiário
II. Enquadramento
Adjudicatário
Data do contrato
Prazo do contrato
1
IV.Procedimento pré-contratual
V. Análise do procedimento
1
Sim (S)
2
No caso de resposta Não (N) ou Não Aplicável (NA), a Entidade Beneficiária deve juntar obrigatoriamente a respetiva fundamentação (no campo
Observações e/ou em anexo).
2
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
26.º, 29.º e
30.º
Prestação de
serviços:
Artigos 24.º,
27.º, 29.º e
30.º
Juntar a lista de
contratos, com
A obra, o bem ou o
Artigo 16.º idêntico objeto,
serviço a contratar
3. do DL n.º adjudicados ao
esgota-se neste
197/99 adjudicatário nos
procedimento?
últimos 12 meses e
respetivos montantes.
A empreitada de obras
Juntar a lista de
públicas, locação ou
contratos, com
fornecimento de bens ou
Artigo 16.º idêntico objeto,
prestação de serviços
4. do DL n.º adjudicados ao
pertence a um grupo de
197/99 adjudicatário nos
contratos que foram
últimos 12 meses e
artificialmente
respetivos montantes
fracionados?
No caso do
No caso da empreitada fornecimento, obra
de obras públicas, ou serviço, constituir
locação ou fornecimento um lote, juntar
de bens ou prestação de justificação para essa
5. serviços constituir um Artigo 22.º divisão, bem como a
lote, a escolha do identificação dos
procedimento respeitou contratos ou
o regime da divisão em procedimentos em
lotes? curso e respetivos
valores
Existe uma descrição
suficiente do objeto do
6. Artigo 42.º
procedimento no
caderno de encargos?
O caderno de encargos
do procedimento de
formação de contrato de
7. empreitada de obras Artigo 43.º
públicas integrou os
elementos indicados na
lei?
Juntar a lista de
No caso de
contratos, com
procedimento de ajuste
idêntico objeto,
direto, foi respeitada a
Artigo 113.º, adjudicados ao
8. limitação quanto às
n.º 2 adjudicatário no ano
entidades convidadas
económico em curso e
para apresentar
nos dois anos
proposta?
económicos
3
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
anteriores e
respetivos montantes
Concurso
público:
artigos 130.º
e 131.º
Concurso
público
urgente:
Indicação da data do
artigo 157.º
Anúncio/Convite e
Concurso
apresentação de
limitado por
O procedimento foi cópia através de
9. prévia
publicitado? ficheiro PDF, ou
qualificação:
indicar/autorizar o
artigo 167.º
acesso on-line ao
Procediment
procedimento
o de
negociação:
artigo 197.º
Diálogo
concorrencia
l: artigo
208.º
Concurso
público:
artigos 130.º
e 131.º
Concurso
público
urgente:
artigo 157.º
Concurso
O anúncio do concurso
limitado por
(e eventuais retificações)
prévia
10 contém todos os
qualificação:
elementos legalmente
artigo 167.º
exigidos?
Procediment
o de
negociação:
artigo 197.º
Diálogo
concorrencia
l: artigo
208.º
Concurso
Foi respeitado o prazo público:
mínimo para artigos 135.º
11. apresentação de e 136.º
propostas Concurso
/candidaturas? público
urgente:
4
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
artigo 158.º
Concurso
limitado por
prévia
qualificação:
artigos 173.º
e 174.º
Procediment
o de
negociação:
artigo 198.º
Diálogo
concorrencia
l: artigos
204.º, 173.º
e 174º
Ajuste
direto:
artigo 115.º,
n.º 2, alínea
b)
Concurso
público ou
concurso
público
Apresentação do
urgente:
Caderno de Encargos
O critério de artigo 132.º,
/ Programa de
adjudicação, respetivos n.º 1, alínea
Concurso ou Convite,
fatores e subfactores, n)
no caso do ajuste
12. encontram-se Concurso
direto, através de
devidamente limitado por
ficheiro PDF, ou
explicitados nas peças prévia
indicar/autorizar o
do procedimento? qualificação,
acesso on-line ao
procediment
procedimento
o de
negociação e
diálogo
concorrencia
l: artigos
164.º, n.º 1,
alínea q),
193.º e
204.º
O critério de
adjudicação, respetivos
fatores e subfactores,
são conformes com a
Artigos 74.º
13. legislação, comunitária /
e 75.º
nacional, aplicável e
foram os únicos
aplicados em sede de
apreciação das
5
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
propostas?
Apresentação das
A capacidade técnica propostas dos
e/ou económica e/ou concorrentes, dos
Artigo 75.º
financeira dos relatórios inicial e
concorrentes consta do final de apreciação de
14. Ver nota
critério de adjudicação propostas através de
NCPAE,
e/ou foi considerada em ficheiro PDF, ou
01.06.2015
sede de apreciação das indicar/autorizar o
propostas? acesso on-line ao
procedimento 3
O critério de adjudicação
Artigo 74.º
foi o da proposta
(verificar
economicamente mais
qual o
vantajosa, implicando a
critério, e
ponderação de fatores e
15. respetivos
subfactores previamente
fatores e
fixados conforme
subfactores,
legalmente estipulado,
quando
ou o do preço mais
aplicável)
baixo?
Nas peças do
procedimento existem
referências
discriminatórias Artigo 49.º,
16.
(nomeadamente n.ºs 12 e 13
fabricante, marcas,
patentes ou modelos,
proveniência)?
Concurso
público:
artigo 133.º
Concurso
limitado por
A entidade adjudicante
prévia
disponibilizou, por meios
qualificação:
eletrónicos, para
artigos 133.º
consulta dos
e 162.º
interessados as peças do
17 Procediment
procedimento
o de
(programa do
negociação:
procedimento e caderno
artigos
de encargos, e eventuais
133.º, 162.º
anexos)?
e 193.º
Diálogo
concorrencia
l: artigos
133.º, 162.º,
3
No caso de as propostas serem muito volumosas e se revelar impossível submeter a totalidade das mesmas juntar a proposta adjudicada e referir
no campo das observações do ponto 14 o seguinte: "Face ao volume, é impossível submeter por esta via, a totalidade das propostas. Junta-se a
proposta adjudicada, informando-se que as restantes se encontram arquivadas nos serviços competentes desta entidade, estando disponíveis para
ser consultadas pela Autoridade de Gestão ou auditores, sempre que tal for solicitado."
6
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
204.º e
207.º
Concurso
limitado por
prévia
Caso a entidade qualificação:
adjudicante não o tenha artigos 133.º
feito por meios e 162.º
eletrónicos, as peças do Procediment
procedimento o de
(programa do negociação:
18
procedimento e caderno artigos
de encargos, e eventuais 133.º, 162.º
anexos) foram e 193.º
disponibilizadas Diálogo
atempadamente aos concorrencia
interessados? l: artigos
133.º, 162.º,
204.º e
207.º
Foram pedidos
esclarecimentos e/ou Artigos 50.º Em caso afirmativo,
19.
retificações das peças do e 64.º juntar o documento.
procedimento?
As propostas
consideradas Artigos 71.º,
apresentam um preço 47.º e 70.º,
20.
anormalmente baixo ou n.º 2, alínea
preço total superior ao d)
preço base?
Foram pedidos
esclarecimentos ao
concorrente que Artigo 71.º, Em caso afirmativo,
21.
apresentou proposta n.º 3 juntar o documento
com preço
anormalmente baixo?
Foram consideradas
propostas com preço
22.
total superior ao preço
base?
Ajuste
direto:
As propostas / artigo 124.º
candidaturas dos Concurso
Juntar propostas,
concorrentes/candidatos público:
bem como relatórios
foram avaliadas de artigos 146.º
23. inicial e final de
forma transparente, a 148.º
avaliação das
baseando-se estrita e Concurso propostas.
unicamente no critério limitado por
de adjudicação? prévia
qualificação
e
7
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
procediment
o de
negociação:
artigos 186.º
e 193.º
Diálogo
concorrencia
l: artigos
204.º e
212.º
Ajuste
direto:
artigos
118.º, n.º 3,
e 123.º
Concurso
público:
Foi realizada a audiência artigo 147.º Apresentação dos
prévia dos Concurso documentos
concorrentes? limitado por comprovativos
Existe análise e decisão prévia através de ficheiro
24.
das eventuais qualificação: PDF ou
reclamações artigo 185.º indicar/autorizar o
apresentadas pelos Procediment acesso on-line ao
concorrentes? o por procedimento.
negociação:
artigos 185.º
e 193.º
Diálogo
concorrencia
l: artigo
212.º, n.º 3
Apresentação do
documento através de
Existe uma decisão ficheiro PDF, ou
juridicamente válida indicar/autorizar o
25. Artigo 73.º
(Despacho / Deliberação) acesso on-line ao
de adjudicação? procedimento
Indicação das
respectivas datas
Apresentação do
Foi realizada a notificação
documento através de
da decisão de
ficheiro PDF, ou
26. adjudicação a todos os Artigo 77.º
indicar/autorizar o
concorrentes (escolhido e
acesso on-line ao
preteridos)?
procedimento
O adjudicatário prestou a
qualquer título, direta ou
indiretamente assessoria
27. Artigo 55.º
ou apoio técnico, na
preparação e elaboração
das peças do
8
Beneficiário Autoridade Gestão
Base legal S1 Informações / S
Tramitação Procedimental
(CCP) N2 Observação Documentos N Observação
NA NA
procedimento?
Em caso afirmativo, tal
situação conferiu uma
situação de vantagem à
28. Artigo 55.º
entidade adjudicatária,
falseando as condições
normais de concorrência?
Apresentação do
documento através de
Foi publicado o anúncio ficheiro PDF, ou
29. Artigo 78.º
de adjudicação? indicar/autorizar o
acesso on-line ao
procedimento
Apresentação do
documento através de
Foi prestada caução para
Artigos 88.º a ficheiro PDF, ou
30. garantia do contrato
91.º indicar/autorizar o
(quando exigida)?
acesso on-line ao
procedimento
Juntar cópia do
Contrato através de
Foi celebrado contrato
Artigos 94.º e ficheiro PDF, ou
31. escrito (quando exigido
95.º indicar/autorizar o
ou não dispensado)?
acesso on-line ao
procedimento
A celebração de contrato
precedido do
procedimento de ajuste
direto (regime geral) foi
publicitada no portal da
Apresentação do
internet dedicado aos
32. Artigo 127.º documento ou indicar
contratos públicos
link de acesso.
(www.base.gov.pt),
através de ficha conforme
o respetivo modelo
constante do anexo III do
CCP?
Juntar cópia do VTC
O contrato foi objeto de
Artigos 46.º a através de ficheiro
fiscalização prévia (visto
48.º, 83.º e PDF, ou
34. ou declaração de
85.º da indicar/autorizar o
conformidade) pelo
LOPTC acesso on-line ao
Tribunal de Contas
procedimento
9
S Documentos S
N4 Observação N Observação
NA NA
Foi elaborado o respetivo Apresentação do
auto de consignação (data; documento através de
Artigos
respeitou o prazo ficheiro PDF, ou
1. 355.º a
legalmente estabelecido?) indicar/autorizar o
360.º
– empreitada de obras acesso on-line ao
públicas procedimento
Foram efetuados
ajustamentos (erros ou Artigos
2. omissões) ao objeto do 376.º, 377.º
contrato dentro dos e 378.º
prazos fixados?
Os erros ou as omissões
3. foram considerados Artigo 370.º
trabalhos a mais?
Os ajustamentos
efetuados reduzem o
objeto do contrato e,
Artigo 379.º
neste sentido, foi o valor
do mesmo alterado em
4. conformidade?
Apresentação do
As alterações ao contrato Artigos
documento
inicial respeitam a aspetos 370.º, 376.º
justificativo e da
essenciais do mesmo? e 379.º
decisão/deliberação.
Foram celebrados
contratos adicionais por
ajuste direto,
encontrando-se os
Apresentação do
respetivos trabalhos /
documento através de
serviços previstos no
Artigos ficheiro PDF, ou
5. contrato inicial e / ou nas
370.º e 16.º indicar/autorizar o
respetivas peças do
acesso on-line ao
procedimento,
procedimento
nomeadamente no
programa do
procedimento ou caderno
de encargos?
São trabalhos / serviços a
mais cuja espécie ou Apresentação do
Artigo 370.º
quantidade não consta do documento
6.
projeto inicialmente justificativo e da
Artigo 454.º
adjudicado e / ou do decisão/deliberação
contrato inicial celebrado?
São trabalhos a mais que
se destinam à realização
Apresentação do
da empreitada Artigos
documento
7. inicialmente adjudicada / 370.º e
justificativo e da
dos serviços descritos no 454.º
decisão/deliberação
projeto ou no contrato
inicial?
4
No caso de resposta Não (N) ou Não Aplicável (NA), a Entidade Beneficiária deve juntar obrigatoriamente a respetiva fundamentação (no campo
Observações e/ou em anexo).
10
Beneficiário Autoridade de Gestão
S Informações / S
Execução do contrato Base legal
N4 Observação Documentos N Observação
NA NA
São trabalhos / serviços a
mais que se tornaram
necessários na sequência
de uma circunstância
imprevista, ou seja
tornaram-se necessários
porque?
⇒ Houve uma alteração Apresentação do
Artigos
factual relacionada com a documento
8. 370.º e
execução da obra? justificativo e da
454.º
⇒ E a possibilidade de decisão/deliberação
ocorrência de novas
circunstâncias não foi
prevista pela entidade
adjudicante, porque não
eram previsíveis no
momento da elaboração
do projeto?
Os trabalhos / serviços a
Apresentação do
mais foram adjudicados ao Artigos
documento
9. mesmo adjudicatário da 370.º e
justificativo e da
empreitada inicial / dos 454.º
decisão/deliberação
serviços iniciais?
Os trabalhos / serviços a
mais não podiam técnica
ou economicamente ser
separados do contrato
inicial sem inconvenientes Artigos
graves para o dono da 370.º, n.º 1,
obra/contraente público? alíneas a) e
10. b) e 454.º,
Ou
n.º 1,
Embora separáveis do alíneas a) e
contrato inicial, os b)
trabalhos / serviços são
estritamente necessários à
conclusão da obra ou do
objeto do contrato?
O valor acumulado dos
contratos relativos a
trabalhos a mais é igual ou
inferior ao limite
percentual legalmente
estabelecido face ao valor
Apresentação do
do contrato inicial? Artigos
documento
11. Ou 370.º e
justificativo e da
O valor acumulado dos 454.º
decisão/deliberação
contratos relativos a
serviços a mais é igual ou
inferior ao limite
percentual legalmente
estabelecido face ao valor
do contrato inicial?
11
Beneficiário Autoridade de Gestão
S Informações / S
Execução do contrato Base legal
N4 Observação Documentos N Observação
NA NA
Houve revisão de preços
de acordo com o
legalmente estabelecido
12. ou com a respetiva Artigo 300.º
cláusula contratual –
empreitada de obras
públicas?
Foram autorizadas
prorrogações do prazo - Apresentação do
empreitada de obras documento
13.
públicas/ prestação de justificativo e da
serviços e locação ou decisão/deliberação
fornecimento de bens?
Artigos
370.º, n.ºs
2 e 3, e
O valor acumulado dos 379.º
trabalhos a mais /serviços (trabalhos a Apresentação do
a mais situa-se dentro do mais); documento
limite legalmente Artigo justificativo.
permitido? 454.º, n.ºs
2e3
(serviços a
mais)
Trabalhos/serviços a mais e a menos
14. Valor inicial do contrato €
(*) Valor total dos trabalhos/serviços a €
mais
(*) Valor total dos trabalhos/serviços a €
menos
Valor percentual dos %
trabalhos/serviços a mais face ao valor
inicial do contrato
Valor percentual dos %
trabalhos/serviços a menos face ao
valor inicial do contrato
(*) O valor total dos trabalhos/serviços a mais e a menos contratados deve ser decomposto e para
cada parcela, correspondente a cada tipo de trabalho/serviços, devem ser verificadas as condições
factuais e técnicas que conduziram à necessidade da respetiva contratação.
As medições dos trabalhos
Apresentação do
executados ocorreram nos Artigos
documento
15. termos da lei e foram 387.º e
justificativo e da
elaborados os respetivos 388.º
decisão/deliberação
autos?
A receção provisória da
Apresentação do
obra ocorreu nos termos
documento
16. legais, foi realizada a Artigo 394.º
justificativo e da
vistoria e elaborado o
decisão/deliberação
respetivo auto?
Foi elaborada a conta final Artigos Apresentação do
17. de empreitada dentro do 399.º a documento
prazo fixado e nos termos 401.º justificativo e da
12
Beneficiário Autoridade de Gestão
S Informações / S
Execução do contrato Base legal
N4 Observação Documentos N Observação
NA NA
legalmente estabelecidos? decisão/deliberação
A receção definitiva da
Apresentação do
obra ocorreu nos termos
documento
18. legais, foi realizada a Artigo 398.º
justificativo e da
vistoria e elaborado o
decisão/deliberação
respetivo auto?
13
AUTORIDADE DE GESTÃO
Observações
Recomendações
O Técnico
14
Anexo
Ajuste direto
Entidades adjudicantes Objeto do contrato Valor do contrato
Empreitada de obras públicas < 150.000€
Entidades do artigo 2.º (1)
Bens ou serviços < 75.000€
Empreitada de obras públicas < 150.000€
Entidades do artigo 2.º, n.º 1 (2)
Bens ou serviços < 75.000€
Empreitada de obras públicas < 1.000.000€
Banco de Portugal e entidades do ≥ 200.000 € para 2012
artigo 2.º, n.º 2 (2) Bens ou serviços ≥ 193.000 € para 2010 e 2011
≥ 206.000 € para 2008 e 2009
(1) Para todas as entidades adjudicantes previstas no artigo 2.º, com a alteração do CCP pelo Decreto-Lei n.º 149/2012, de 12 de
julho
(2) Até à alteração do CCP pelo Decreto-Lei n.º 149/2012, de 12 de julho.
15
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
COMISSÃO EUROPEIA
ORGANISMO EUROPEU DE LUTA ANTIFRAUDE (OLAF)
Direção D - Política
Unidade D2 - Prevenção da Fraude
O presente documento de trabalho foi redigido por um grupo de peritos dos Estados-Membros com
o apoio do OLAF e visa facilitar a execução de programas operacionais e incentivar as boas práticas.
Não é juridicamente vinculativo para os Estados-Membros, mas contém orientações gerais
acompanhadas de recomendações e reflete as melhores práticas.
As orientações gerais aqui apresentadas não prejudicam a aplicação das legislações nacionais,
devendo ser lidas e podendo ser adaptadas de molde a ter em conta os quadros jurídicos nacionais.
Estas orientações não prejudicam a interpretação do Tribunal de Justiça e do Tribunal Geral nem as
decisões da Comissão.
1
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Resumo
Outro fator que motivou a elaboração do presente guia foi o facto de as propostas legislativas
relativas à política de coesão para o período 2014-2020 exigirem aos Estados-Membros o
desenvolvimento de medidas antifraude relacionadas com a gestão de ações estruturais da UE.
Apresenta recomendações para os gestores e funcionários das autoridades de gestão e das entidades
adjudicantes em matéria de identificação e gestão de conflitos de interesses em processos de
adjudicação de contratos públicos financiados pelo orçamento comunitário no âmbito de programas
de ações estruturais e de política de coesão. Abrange todos os tipos de contratos públicos,
independentemente dos montantes envolvidos.
Não é vinculativo para os Estados-Membros, mas visa definir uma abordagem comum para a gestão
de conflitos de interesses pelas autoridades de gestão e entidades adjudicantes, sem prejuízo da
aplicação das legislações nacionais.
O presente guia pretende ser um instrumento útil e prático para os funcionários públicos, centrando-
se nas principais questões suscitadas no seminário:
4. Uma lista de sinais de alerta que poderá ajudar a identificar situações em que se verifica um
conflito de interesses
O guia apresenta quatro exemplos de casos reais com o intuito de ajudar a explicar o que se entende
por uma «situação de conflito de interesses» e sensibilizar o pessoal envolvido em tais situações.
2
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Introdução ........................................................................................................................................... 4
1 - Definições ..................................................................................................................................... 6
2.4. Explicação da função da declaração de ausência de conflitos de interesses aos funcionários ..... 14
3.3 Utilização de informações fornecidas por denunciantes e pelos meios de comunicação social.... 19
3
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Introdução
O resultado foi o presente guia prático para a gestão de conflitos de interesses, destinado
a gestores que tenham de lidar com a adjudicação de contratos públicos no âmbito de
ações estruturais e programas de política de coesão financiados pela UE.
os controlos necessários,
4
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
5
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
1 - Definições
(…)
2. Para efeitos do n.º 1, existe conflito de interesses sempre que o exercício imparcial e
objetivo das funções de um interveniente financeiro ou de outra pessoa, a que se refere
o n.º 1, se encontre comprometido por motivos familiares, afetivos, de afinidade política
1
Ver «Managing Conflict of Interest in the Public Service» (Gestão do conflito de interesses no Serviço Público),
ORIENTAÇÕES DA OCDE E EXPERIÊNCIAS A NÍVEL DOS PAÍSES, p. 24-25,
http://www.oecd.org/corruption/ethics/48994419.pdf. A OCDE identificou igualmente três tipos de conflitos de
interesses:
Um conflito de interesses real envolve um conflito entre os deveres públicos e os interesses privados de um
funcionário público, em que o funcionário tenha interesses da sua esfera pessoal que possam influenciar
indevidamente o exercício das suas funções e responsabilidades oficiais.
Pode dizer-se que existe um conflito de interesses aparente quando parece que os interesses privados de um
funcionário público podem influenciar indevidamente o exercício das suas funções, mas tal não acontece na
realidade.
Surge um conflito de interesses potencial quando um funcionário público tem interesses privados que podem
gerar um conflito de interesses se o funcionário tiver de assumir responsabilidades oficiais incompatíveis no
futuro.
6
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Exemplos
Uma pessoa detém ações de uma empresa. A empresa em causa participa num processo
de concurso no qual a pessoa em questão é nomeada como membro da comissão de
avaliação.
2
Ver, em especial, TJUE T-277/97, de 15 de junho de 1999, e C-315/99, de 10 de julho de 2001, Ismeri
Europa Srl, T-160/03, de 17 de março de 2005, AFCon Management Consultants, Mc Mullin, O’Grady.
7
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
As situações de conflitos de interesses podem originar uma perda de confiança, por parte
dos operadores económicos, nos processos de adjudicação de contratos públicos no
âmbito de ações estruturais e desincentivar a participação dos operadores honestos.
Tal política deve abordar a prevenção, deteção e gestão de conflitos de interesses, assim
como as sanções aplicáveis. Deve ser definida em cada organismo que faça parte do
sistema de gestão e controlo de um programa operacional e ser recomendada aos
beneficiários que executem processos de adjudicação de contratos, independentemente
da sua forma jurídica.
Tal política deve ter em conta as disposições jurídicas do Estado-Membro em causa, bem
como as orientações e melhores práticas a que o presente documento faz referência.
3
No que se refere à gestão financeira e ao controlo do programa operacional, a autoridade de gestão é
responsável por: (…) adotar medidas antifraude eficazes e proporcionadas, tendo em conta os riscos
identificados. A Comissão fornece orientações em separado sobre a aplicação global deste artigo.
8
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
9
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Qualquer pessoa envolvida em qualquer uma das fases dos processos de adjudicação de
contratos públicos (preparação, elaboração, execução ou encerramento) deve assinar
uma declaração e entregá-la à pessoa responsável pelo processo de adjudicação.
O gestor responsável pelo processo de adjudicação deve ser responsável por solicitar a
cada uma das pessoas que venha a estar envolvida num processo de adjudicação de
contratos que apresente uma declaração de ausência de conflitos de interesses e
proceder à recolha das declarações.
10
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Deve incluir algumas orientações sobre a pessoa responsável pela execução dos
controlos, o método a utilizar e o calendário.
O comportamento dos funcionários deve ser regido por um código de ética. O código
deve incluir uma definição de conflito de interesses e as sanções pertinentes. Devem ser
previstas medidas disciplinares. Tais medidas poderão ir de uma nota escrita a avisos ou
multas, e mesmo até à despromoção ou ao despedimento. Em todo o caso, devem estar
em conformidade com a legislação nacional.
11
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Sem prejuízo da legislação nacional aplicável, devem ser tomadas medidas para
salvaguardar o processo de adjudicação de contratos públicos. Devem ser ponderadas as
seguintes medidas, dependendo da existência ou inexistência de uma declaração de
ausência de conflitos de interesses, da natureza do conflito de interesses e da fase em
que se encontra o processo:
Em casos muito excecionais, poderá não ser possível excluir um funcionário ou perito
devido à falta de recursos ou de peritos especializados em determinados domínios.
Nesses casos, a entidade adjudicante deve assegurar que a sua decisão é totalmente
transparente, estabelecer limites precisos aplicáveis ao contributo do funcionário/perito e
assegurar que a decisão final se baseia em elementos de prova transparentes e
equitativos.
Um membro da comissão não pode ser uma pessoa que seja ou que tenha sido, no ano
anterior à sua nomeação como membro da comissão:
b) a pessoa em relação à qual possam ter surgido dúvidas acerca da sua imparcialidade
relativamente ao proponente ou candidato, especialmente se a pessoa tiver estado
envolvida na preparação de documentação num determinado processo de adjudicação de
contratos da parte do candidato ou proponente ou puder ter sido beneficiada ou lesada
com o resultado da adjudicação.
Recomenda-se vivamente que seja solicitado às pessoas que assinem uma declaração de
ausência de conflitos de interesses a partir do momento em que as mesmas participem
no processo. Trata-se de uma obrigação a cumprir sem demora com o intuito de
salvaguardar o processo e a própria pessoa. As pessoas são mais propensas —
teoricamente — a declarar um conflito de interesses se estiverem cientes das obrigações
decorrentes da assinatura de uma declaração de ausência de conflitos de interesses.
Uma declaração de conflito de interesses seria, por natureza, voluntária, o que poderá
ser bastante incerto. Seria mais difícil demonstrar intencionalidade numa fase ulterior em
caso de conduta fraudulenta.
(b) o nome completo e a data de nascimento do signatário, assim como a sua posição
no seio da organização e a função que desempenha no âmbito do processo de
adjudicação de contratos públicos;
13
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Deve ser anexada à declaração uma nota explicativa que forneça aos signatários
orientações claras e sólidas sobre:
4
As informações apresentadas no presente guia prático não prejudicam a aplicação da legislação nacional,
devendo ser consideradas como orientações e melhores práticas.
14
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
3.1 Quando?
16
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Tais listas devem ser complementadas por mecanismos ex post para verificar se
existem, efetivamente, quaisquer conflitos de interesses.
Para além dos controlos baseados em listas de controlo, outros controlos devem basear-
se na declaração de ausência de conflitos de interesses do funcionário, tendo em
consideração os dados e as informações recebidos:
o registo comercial;
a base de dados da Internet que fornece informações acerca das relações entre
empresas e os respetivos administradores-delegados e representantes estatutários;
uma base de dados interna mantida com o objetivo de recolher informações sobre
destinatários de contribuições financeiras a fundo perdido e adjudicatários (ITMS ou uma
base de dados única criada para fins específicos);
informações publicadas pelos meios de comunicação social.
18
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Qualquer gerente que se depare com uma situação de um potencial conflito de interesses
que envolva um membro do pessoal deve favorecer uma abordagem «flexível», quando
adequado, e debater a questão abertamente com a pessoa em causa. O objetivo do
referido debate consiste em averiguar se existe um risco de conflito de interesses que
possa ser prejudicial para o processo e/ou a situação do funcionário. Se tal se confirmar,
o gerente tem de decidir quais as medidas mais adequadas a aplicar para salvaguardar
os interesses da organização e do funcionário.
19
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
outros dados e levar a cabo uma análise de riscos destinada a identificar domínios
sensíveis.
20
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
4- Sinais de alerta
Alguns destes sinais de alerta poderão parecer banais; os sinais em causa podem aplicar-
se a muitas situações, e não apenas a situações de conflitos de interesses. É importante
não esquecer que os sinais de alerta são indicadores destinados a desencadear a
realização de controlos de primeiro nível a fim de eliminar as dúvidas ou confirmar a
probabilidade de ocorrência de uma fraude ou irregularidade. Os sinais de alerta
apresentados a seguir devem conduzir à realização de controlos destinados a descartar
ou confirmar a possibilidade de ocorrência de um conflito de interesses.
21
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Sinais de alerta
São emitidos dois ou mais contratos relativos a itens idênticos num curto período
e sem qualquer motivo aparente, o que resulta na utilização de um método de
contratação menos competitivo.
22
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Sinais de alerta
SUGESTÕES:
23
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Sinais de alerta
SUGESTÕES:
Verificar que os membros da comissão assinam uma declaração que ateste que os
mesmos não têm um conflito de interesses que influencie o desempenho das suas
24
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
funções, e que não têm nem nunca tiveram qualquer relação com qualquer um
dos proponentes.
Sinais de alerta
25
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
SUGESTÕES:
26
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Designação do contrato:
Caso tal risco exista, a pessoa em causa abstém-se de realizar esse ato e informa de tal facto o
gestor orçamental delegado, que deve confirmar por escrito a existência ou não de um conflito
de interesses. Além disso, a pessoa em causa deve informar o seu superior hierárquico. Caso se
verifique a existência de um conflito de interesses, a pessoa em causa deve cessar todas as
suas atividades nesse âmbito. O gestor orçamental delegado toma ele próprio todas as medidas
suplementares adequadas.
2. Para efeitos do n.º 1, existe conflito de interesses sempre que o exercício imparcial e objetivo
das funções de um interveniente financeiro ou de outra pessoa, a que se refere o n.º 1, se
encontre comprometido por motivos familiares,5 afetivos, de afinidade política ou nacional, de
interesse económico,6 ou por qualquer outro motivo de comunhão de interesses com o
destinatário.7»
Declaro pela presente que, tanto quanto é do meu conhecimento, não tenho qualquer conflito de
interesses com os operadores que [apresentaram um pedido de participação no presente
processo de adjudicação de contratos] [apresentaram uma proposta no âmbito do presente
concurso para adjudicação de contratos], quer na qualidade de pessoas singulares quer na
5
Grau de parentesco XX, casamento ou união de facto registada.
6
Relação contratual ou consultadoria paga ou não atualmente aplicável.
7
Incluindo trabalho voluntário, membro de um conselho ou de um conselho diretivo.
27
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Confirmo igualmente que vou manter a confidencialidade de todos os assuntos que me sejam
confiados. Comprometo-me a não divulgar quaisquer informações confidenciais que me sejam
comunicadas ou de que tome conhecimento. Comprometo-me a não fazer uma utilização
incorreta das informações que me sejam comunicadas. Comprometo-me, especificamente, a
manter a confidencialidade de todas as informações ou documentos que me sejam
comunicados, de que tome conhecimento ou que venha a preparar no decurso ou em
consequência da avaliação, bem como a utilizar tais informações ou documentos exclusivamente
para efeitos desta avaliação e a não os divulgar a terceiros. Comprometo-me igualmente a não
conservar cópias de quaisquer informações escritas que me sejam fornecidas.
Nome: ..................................
Função
28
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Anexo 2: Exemplos
Caso n.º 1
O Departamento romeno de Luta contra a Fraude (DLCF) foi informado pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional e do Turismo de um potencial conflito de interesses num
projeto financiado pelo FEDER.
Assim que as obras tiveram início, S pediu ao beneficiário que aceitasse substituir o
fornecedor de balastro inicialmente nomeado por outra empresa, F, alegando motivos
económicos, e tendo obtido a aprovação do supervisor do projeto para proceder a tal
alteração.
O DLCF concluiu que havia um conflito de interesses, uma vez que os documentos
de aceitação da empresa F como fornecedora dos materiais de construção
tinham sido assinados pelo Presidente do conselho distrital, que tinha uma
relação de parentesco de primeiro grau com um dos sócios da empresa F.
Caso n.º 2
29
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
O DLCF descobriu que um dos membros da comissão de avaliação era um auditor que
tinha celebrado acordos de cooperação com o proponente vencedor.
Tal violava várias disposições do guia prático e do guia do candidato aplicáveis, bem
como um anexo do acordo de subvenção, uma vez que um membro da comissão de
avaliação responsável pela adjudicação do contrato tinha um conflito de
interesses, ao manter uma relação contratual com um dos proponentes.
Caso n.º 3
30
Anexo VI - Guia prático para gestores (identificação de conflitos de interesse)
Caso n.º 4
O beneficiário era uma universidade cujo representante legal era o seu reitor, o Sr. C.
31
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
Este tipo de comportamento leva a condições menos favoráveis para o Estado do que as que
resultariam de uma situação de concorrência efetiva, traduzindo-se em preços mais elevados,
qualidade inferior ou menos inovação.
O conluio compromete, assim, a eficiência na afetação dos recursos públicos e mina o objetivo
de “mais e melhor por menos” da contratação pública, lesando os consumidores e os
contribuintes.
A Lei da Concorrência (Lei n.º 19/2012, de 8 de maio) refere serem “proibidos os acordos entre
empresas, as práticas concertadas entre empresas e as decisões de associações de empresas que
tenham por objeto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a
concorrência” (art. 9.º, n.º 1).
O conluio constitui uma grave violação da lei da concorrência (nacional e da União Europeia),
sendo punível com coima aplicável: (i) à empresa infratora, até 10% do seu volume de negócios
e (ii) aos titulares do órgão de administração e aos responsáveis pela direção ou fiscalização da
empresa, até 10% da sua remuneração anual.
1
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
Propostas rotativas
Os concorrentes combinam esquemas de rotatividade da proposta vencedora, alternando
entre si o vencedor do procedimento. Estes esquemas são potenciados pelo envolvimento
recorrente ao longo do tempo dos mesmos participantes nos procedimentos de contratação
pública.
Supressão de propostas
Esquema pelo qual uma ou mais empresas, participantes no conluio, acordam em não
submeter proposta ao procedimento ou em retirar uma proposta previamente apresentada,
para que o contrato seja adjudicado à empresa que escolheram para vencer o procedimento.
Propostas fictícias ou de cobertura
Neste esquema de conluio, as empresas combinam submeter propostas com um preço mais
elevado do que o da proposta da empresa previamente escolhida para vencer o
procedimento, para que o contrato lhe seja adjudicado, ou com outras condições que se sabe
serem inaceitáveis para a entidade adjudicante. Estas propostas servem apenas o propósito
de criar uma ilusão de concorrência no procedimento.
Subcontratação
As empresas acordam facilitar o sucesso da proposta da empresa que escolhem para vencer
o procedimento, em contrapartida da subcontratação de fornecimentos no âmbito do
contrato em causa.
Repartição de mercado
As empresas combinam um esquema de apresentação de propostas com o objetivo de
repartir o mercado entre si. Esta repartição pode incidir sobre a carteira de clientes, o tipo
de produtos/serviços ou a zona geográfica.
2
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
3
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
4
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
Comportamentos suspeitos
Empresa vencedora subcontrata reiteradamente os demais concorrentes.
Empresa vencedora não aceita a adjudicação do contrato, vindo posteriormente a verificar-
se que foi subcontratada.
Apenas alguns dos concorrentes no procedimento solicitam orçamento a um fornecedor
imprescindível para o contrato em causa.
Vários concorrentes subcontratam as mesmas consultoras no apoio à elaboração de
propostas.
Uma empresa solicita os documentos do procedimento para si e para outro(s)
concorrente(s).
Uma empresa entrega a sua proposta em conjunto com a(s) de outro(s) concorrente(s).
5
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
6
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
7
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
8
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
Em 2015, a Autoridade da
Concorrência condenou cinco
empresas de pré-fabricados ao
pagamento de coimas num valor total
superior a 830 mil €, por fixação de
preços e repartição do mercado, em
concursos públicos lançados pela
Parque Escolar E.P.E., para a
montagem e aluguer de módulos pré-
fabricados para salas de aula.
9
Anexo VII - Guia de Boas Práticas no Combate ao Conluio na Contratação Pública
Autoridade da Concorrência