Usucapião Extrajudicial
Usucapião Extrajudicial
Usucapião Extrajudicial
Esse conteúdo ajudou você? Está precisando comprar um livro? Clique AQUI e vá direto para
Livraria do Âmbito Jurídico!
1. INTRUDUÇÃO
A usucapião encontra suas raízes históricas no Direito Romano com a Lei das XII
Tábuas, a matéria se consagrou como uma modalidade de aquisição da propriedade de
bens móveis e imóveis, com prazo de um ou dois anos, naquele momento a usucapião
apenas era utilizado pelo cidadão romano.
“usucapio est autem dominii adeptio per continuationem possessionis anni vel bienni:
rerum mobilium anni, immobilium bienni.”
Os três primeiros itens são requisitos indispensáveis para todas as espécies, enquanto o
justo título e a boa-fé são requisitos apenas da usucapião ordinária.
Por justo título entende-se que é aquele no qual seria hábil para transmitir o domínio e a
posse, desde que não haja vícios que impeça tal transmissão.
A boa-fé, por sua vez, ocorre quando o possuidor desconhece quaisquer vícios que
eventualmente impossibilitariam a aquisição do bem, sendo que essa deve subsistir
desde o inicio da posse até seu termino.
d) em favor de credor pignoratício, do mandatário, e, em geral, das pessoas que lhe são
equiparadas, contra o depositante, o devedor, o mandante, as pessoas representadas, os
seus herdeiros, quanto ao direito e obrigações relativas aos bens, aos seus herdeiros,
quanto ao direito e obrigações relativas aos bens confiados à sua guarda.
O Código Civil em seu artigo 1.244 dispõe as causas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição, também se aplicam à usucapião, impedindo a sua
constituição, portanto a prescrição não corre:
2. Espécies de Usucapião
2.3 Usucapião Urbano: O possuidor pode usucapir área urbana com até duzentos e
cinquenta metros quadrados desde que também a utilize para a sua moradia ou de sua
família pelo prazo de 5 anos.
2.5 Usucapião Ordinário: O adquirente deve possuir o imóvel por justo título e boa fé,
pelo prazo de dez anos, caso em que o adquirente terá adquirido o imóvel onerosamente
e com a devida comprovação, mediante registro no respectivo cartório, os possuidores
nele tiverem estabelecido a sua moradia, bem como tiverem realizado investimentos de
interesse social e econômico, pelo prazo de cinco anos.
2.7 Usucapião familiar: A usucapião familiar foi inserida no Código Civil pela
lei 12.424/2011, que regulamenta o programa Minha Casa, Minha Vida. Através dessa
inclusão, criou-se a possibilidade de um cônjuge usucapir do outro e pleitear o domínio
integral do bem imóvel que repartiam.
Essa espécie de usucapião foi inserida em atenção aos problemas sociais, pois o
cônjuge, abandonado, que permanece no lar sofre com a instabilidade financeira e a
insegurança social, com isso o legislador pretende proteger essas pessoas, regularizando
a posse do bem imóvel, ocupado exclusivamente por um dos cônjuges, em face do
abandono do lar, integralizando o domínio.
Para usucapir o imóvel a ação deve ser proposta por seu atual possuidor que deverá
juntar a inicial a planta da área usucapienda e a sentença que a julgar será registrada,
mediante mandado, no respectivo Registro de Imóveis, com a intervenção do Ministério
Público será obrigatória.
Conforme disposto no artigo 1.241 do Código Civil a ação de usucapião tem natureza
declaratória, anteriormente regulada no CPC de 73 pelos artigos 941 a 945.
Atualmente o Novo CPC não prevê um procedimento especial para a ação de usucapião,
embora se refira a ela em seus nos artigos 246 e 259, com isso essa ação foi inserida
dentre as ações de procedimento comum, a qual se inicia com o requerimento do
interessado/usucapiente e citação dos vizinhos confinantes e de todos os demais
interessados, estes por edital.
Apesar de nova norma processual civil não mencionar a citação de outros interessados
há o entendimento de que tal procedimento seja necessário, haja vista o procedimento
administrativo da Lei de Registros Públicos.
4. Usucapião extrajudicial
O imóvel objeto do pedido pode ser tanto urbano quanto rural, não havendo restrição
legal em relação à área ou à situação do bem. Assim, nada impede o reconhecimento
extrajudicial da usucapião de imóveis urbanos não regulares, como parcelas de
loteamentos irregulares, ou de imóveis rurais com área inferior à fração mínima de
parcelamento.
a) Ata Notarial lavrada pelo tabelião com tempo de posse e seus antecessores;
Ressalte-se que o novo Código de Processo Civil ao dar ao cidadão uma segunda opção
para atingir objetivo no que tange a aquisição da propriedade imóvel por meio da
usucapião extrajudicial, não retirou o direito do interessado em se valer do Poder
Judiciário caso seja necessário, mesmo que o pedido inicial de usucapião tenha ocorrido
pelas vias administrativas.
Trata-se de uma inovação do novo Código de Processo Civil que tem como uma de suas
premissas a celeridade dos atos processuais.
Vale lembrar que Independente da forma como a usucapião será requerida, seja judicial
ou extrajudicial, a assessoria de um profissional do direito continua sendo
imprescindível por força de lei, o que assegurará boa defesa do interesse dos
jurisdicionados.
5. CONCLUSÃO
Referências
CASTRO, Guilherme Couto de, Direito Civil: Lições – 4ª edição – Ed. Impetus, 2011 – Niterói-RJ
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas – Direito das Coisas. Volume 3. São Paulo:
Editora Saraiva, 2007.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Direitos Reais. Volume V. 6ª Ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2006.
http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/13073
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/157112