Obrigações 2
Obrigações 2
Obrigações 2
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Obrigações 2
Apostila de Direito Civil por @rumo_direito
Obrigação de fazer
1. O que é?
• Um dever positivo de prestação de um serviço humano que seja geral e lícito.
• Exemplo: contratar uma equipe de pedreiros para que eles
construam sua casa é uma obrigação de fazer, pois se trata de
um serviço humano.
2. Legislação
• Está presente nos artigos 247 a 249 do Código Civil.
Pode ser
Fungível
substituída
Obrigação de
fazer
Não pode ser
Infugível
substituída
4. Obrigação fungível
• A obrigação de fazer fungível pode ser substituída por outra pessoa.
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• Ou seja, a prestação a princípio deve ser prestada pelo devedor, mas caso a
pessoa não cumpra, outra pessoa pode fazer no lugar dele.
• Exemplo: Você contratou um pintor específico para pintar sua
casa, mas ele não conseguiu fazer a pintura e mandou outro
pintor no lugar dele.
5. Obrigação infungível
• Somente pode ser prestada pelo devedor.
• Ou seja, é insubstituível. Mais nenhuma pessoa pode fazer a obrigação pelo
devedor.
• A obrigação pode ser infungível, por conta:
• Exemplo: Ana contratou a Anitta para tocar no seu aniversário. Não pode ir
outra pessoa no lugar da Anitta, pois a Ana quer que especificamente seja o
show dela.
• Nesse caso, se o devedor não fizer a obrigação ele tem que pagar
perdas e danos.
1. O que é?
• É um dever negativo, de abstenção, ou seja, a pessoa não pode fazer
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2. Legislação
• Está presente no artigo 250 e 251 do Código Civil.
Pode ser
Instantâneo
substituída
Obrigação de
não fazer
Não pode ser
Permanente
substituída
4. Obrigação Instantânea
• Também pode ser chamada de obrigação transeunte.
• Ela é irreversível, então não admite desfazimento, não dá para voltar atrás.
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• Exemplo: A Ana divulga quem estará do BBB sendo que no seu contrato ela
não poderia divulgar. A Ana não tem como reverter a divulgação, por isso a
obrigação dela é uma obrigação instantânea.
5. Obrigação permanente
• É reversível, então tem como voltar atrás.
• Exemplo: Uma loja fez um contrato com outra uma rede de
supermercados, para não ter nenhum supermercado dessa rede
a menos de um raio de 5 km. Se foi construída o supermercado
próximo da loja, ele pode se mudar, então é uma obrigação
permanente.
Obrigação alternativas
1. O que é?
• A obrigação alternativa ocorre quando há mais de duas opções para que se
possa fazer.
• Ou seja, tem uma única obrigação, que pode ser cumprida de uma forma ou
de outra.
• Exemplo: Antônio combinou com Márcio, que Antônio iria lhe
dar uma vaca ou um bezerro. Ou um ou outro. Então é uma
obrigação alternativa.
2. Legislação
• Presente no artigo 252 a 256 do Código Civil.
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Mas pode se
Quem faz a É o devedor
estipular o
escolha (regra)
contrário
4. Obrigações periódicas
• Quando tem que dar uma obrigação alternativa repetidamente a um certo
período de tempo, pode escolher o que for dar a cada período de tempo.
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5. Pluralidade de optantes
• Quando tem vários optantes para decidir o que será dado e eles não
entrarem em acordo, quem decidirá o que será dado é o juiz.
6. Prestação impossível
• Se uma das prestações se tornar impossível, o devedor tem que dar a que
sobrou.
• Exemplo: Carol tem que dar um celular ou um computador a Ana, mas o
celular quebrou. Então, a Carol tem que dar o computador.
• Segundo o artigo 253 do Código Civil:
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou
se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
• Se o contrato estabelece que o credor que escolheria o objeto, e após ele
escolher o devedor perder esse objeto que foi escolhido, o credor pode
escolher entre receber o outro objeto que tinha como opção ou pode pedir
o valor do objeto que foi perdido com perdas e danos.
- Segundo o artigo 255 do Código Civil:
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-
se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a
prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por
culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá
o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por
perdas e danos.
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1. O que é?
• As obrigações divisíveis ou indivisíveis estão ligados ao objeto da
obrigação.
• Essa modalidade só tem relevância quando se tratar de mais de
um credor e/ou mais de um devedor na mesma obrigação.
O objeto pode
Divisíveis
ser divido
Obrigações
O objeto não
Indivisíveis
pode ser divido
2. Legislação
• Presente nos artigos 257 até 263 do Código Civil.
3. Obrigações divisíveis
• Ocorre quando o objeto dessa obrigação dá para dividir.
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4. Obrigações indivisíveis
• Ocorre quando o objeto dessa obrigação não dá para dividir.
• Exemplo: Tomás tem que dar um cavalo a duas pessoas, essa
obrigação é indivisível pois não dá para dividir igualmente o cavalo.
Obrigação divisível
2. Vários devedores
• Se tem vários devedores na obrigação divisível, o credor só pode cobrar a
cota parte de cada um.
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3. Vários credores
• Se tem vários credores na obrigação divisível, cada credor só pode cobrar
pela sua cota.
• Exemplo: Bento deve R$ 10.000 para 2 pessoas, Pablo e Renato. Pablo só
pode cobrar de Bento os R$ 5.000, que é sua cota-parte pois dinheiro é uma
obrigação divisível.
Obrigação Indivisível
1. Vários devedores
• Na obrigação indivisível, cada devedor é responsável pela dívida toda, mas
o devedor que pagar toma o lugar de credor e pode cobrar as cotas dos
devedores que não pagarem.
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Se um devedor
pagar, ele virá
Todos
Vários credor dos
devedores são
devedores - outros
responsáveis
obrigação devedores, e
pela obrigação
indivisível pode cobrar a
inteira
cota parte de
cada um
2. Vários credores
• Quando se tem vários credores na obrigação indivisível, cada credor poderá
exigir a dívida toda. E o devedor pode pagar de duas formas:
A um dos credores
A todos os credores mediante caução de
conjuntamente ratificação (autorização)
dos demais credores.
• Exemplo: João tem que dar um carro a Gabriel e a Gustavo. João tem a
opção de dar o carro a Gabriel e a Gustavo juntos. Ou dar o carro só a
Gustavo, ou só a Gabriel, desde que tenha autorização do outro que não
receberá o carro. Se João só dar o carro a Gustavo, Gabriel pode cobrar
Gustavo pela metade do valor do carro.
Obrigações Solidárias
1. Legislação
• Está presenta nos artigos 264 ao 285 do Código Civil.
2. Sobre a solidariedade
• Na solidariedade não importa se o bem é divisível ou indivisível!
• Só há solidariedade quando há mais de um credor e/ou
devedor.
• A solidariedade não se presume, decorre da lei ou vontade
das partes que determinam no contrato. Enquanto, na obrigação indivisível
os credores e devedores podem exigir ou pagar a prestação por inteiro, pela
impossibilidade de se exigir em parte.
• Entretanto, na solidariedade pouco importa a natureza da prestação
(indivisível ou divisível), pois cada um dos credores pode exigir o todo, pois
ele tem direito ao todo. E cada devedor deve o todo.
• Segundo o artigo 265 do Código Civil:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
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3. Tipos de solidariedade
• Existem 2 tipos de solidariedade: passiva e ativa.
Vários
Ativa
credores
Solidariedade
Vários
Passiva
devedores
Solidariedade ativa
1. O que é?
• Quando há mais de um credor e eles são solidários entre si.
• Todos os credores têm direito ao todo.
• Ou seja, qualquer um dos credores pode exigir do devedor o pagamento do
todo.
Se o devedor
pagar a um dos
Todos credores credores, o
Credores podem cobrar a credor que
solidários totalidade da recebeu tem
obrigação que pagar a
cota-parte dos
outros
2. Extinção da dívida
• A dívida se encerra quando o devedor paga a um dos credores.
- Segundo o artigo 269 do Código Civil:
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3. Remissão
• Quando um dos credores perdoa o devedor, o devedor ainda tem que pagar
aos demais a cota que cabe a eles.
• Exemplo: Ana e Caio são credores solidários de Fran no valor de R$ 1.000.
Ana perdoa a dívida de Fran, entretanto Caio ainda pode cobrar R$ 500 de
Fran, tendo em vista que é a sua cota-parte.
• Segundo o artigo 272 do Código Civil:
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento
responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
4. Campo processual
• Um dos credores pode ajuizar ação contra o devedor. Se esse credor perder
ação, isso não atinge os demais credores, então os outros credores também
podem entrar com ação. Mas, se esse credor ganhar a ação, os demais
credores irão se beneficiar da sentença.
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Um credor entra
com ação contra
o devedor
Se o credor Se o credor
perder a ação ganhar a ação
Solidariedade passiva
1. O que é?
• Todos os devedores são responsáveis pelo todo.
• O credor pode cobrar a dívida toda ou parcial de qualquer um dos
devedores.
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• Assim, o credor pode escolher a quem ele quer cobrar, a quem ele quer
ajuizar uma ação.
Se um devedor
Todos pagar, ele vira
devedores são credor dos
Devedores
responsáveis outros
solidários
pela totalidade devedores, para
da obrigação que cada um
pague sua cota
2. Extinção da dívida
• Se um dos devedores fizer o pagamento total, ele pode cobrar os outros
devedores que não pagaram a sua cota-parte respectiva.
- Artigo 283 do Código Civil:
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir
de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as
partes de todos os co-devedores.
• Se um dos devedores pagar parte da obrigação, o resto da dívida ainda pode
ser cobrado por ele e pelos outros devedores. Ou seja, se um devedor
específico pagar parte da obrigação, não se encerra a obrigação para ele.
Extingue a
dívida com
o pagamento
total da
dívida
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5. Campo processual
• Se o credor ajuizar ação contra um devedor, não significa que ele renunciou
os outros devedores.
• Se só um dos devedores sofrer ação do credor, esse devedor pode
promover uma intervenção denominada chamamento ao processo, para
chamar os outros devedores da obrigação no processo.
• Exemplo: Vitória e Júlia são devedoras solidárias de Renata, e devem 2 mil
reais. Renata pode cobrir o valor de R$ 2 mil tanto só de Vitória quanto só
de Júlia. Se Renata propor uma ação de cobrança somente contra Vitória,
não significa que ela não possa mais cobrar de Júlia.
4. Exoneração da solidariedade
• O credor pode exonerar um ou vários devedores da solidariedade.
• Segundo o artigo 282 do Código Civil:
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns
ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais
devedores, subsistirá a dos demais.
• Essa exoneração significa que o devedor exonerado ainda deve, mas não de
forma solidária, ou seja, eles só serão responsáveis pela sua cota parte.
• Exemplo: Caio, Gustavo e Tadeu são devedores solidários de Joana no valor
de R$ 300,00. Ela exonerou Caio da solidariedade, isso significa que Caio só
terá que pagar só sua cota de R$ 100,00.
5. Remissão do devedor
• O credor também pode perdoar a dívida de um dos devedores.
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6. Devedor insolvente
• A cota do devedor insolvente será dívida entre os outros devedores,
inclusive de quem foi exonerado da solidariedade.
• Segundo o artigo 284 do Código Civil:
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação
incumbia ao insolvente.
• Exemplo: Gustavo, Sérgio, Romeu e Cláudio devem solidariamente R$
400,00 para Alexia. Gustavo se tornou insolvente, ou seja, ele não tem
nenhum bem para pagar a dívida. Então, a cota-parte de Gustavo (R$
100,00) terá que ser dívida entre os outros 3 devedores. Ou seja, agora
Sérgio, Romeu e Cláudio tem a cota parte de R$ 33,33 (parte do insolvente)
mais R$ 100,00 (cota-parte original) que da R$ 133,33.
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Obrigação Subsidiária
1. O que é?
• Na subsidiariedade, o devedor subsidiário só paga a dívida caso o devedor
principal não pague.
• Há o benefício da ordem, ou seja, quem tem que ser cobrado primeiro pela
dívida é o devedor principal. Só se o devedor principal não pagar, que o
subsidiário pode ser cobrado para pagar.
2. Fiança
• Em regra, a fiança é garantia subsidiária. Entretanto, as partes podem
estabelecer que a fiança seja uma obrigação solidária.
• Ou seja, o fiador pode renunciar o benefício da ordem.
• Exemplo: Danilo é fiador de Carla do aluguel de um apartamento. Se estiver
estabelecido no contrato de aluguel que o fiador será solidário, o
proprietário do imóvel pode cobrar Danilo, independente se ele a Carla
ainda não foi cobrada.