Curso de Responsabilidade Civil - Nelson Rosenvald

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Curso de Direto Civil - Responsabilidade Civil

Professor Nelson Rosenvald


Aulas exibidas nos dias 20, 21, 22, 23 e 24 de outubro de 2008

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O Responsabilidade Civil
Ato ilcito
Culpa

O Dano
Dano Patrimonial
Dano Extrapatrimonial


RESPONSABILIDADE CIVIL

E a reparao de danos injustos, resultantes de violao de um dever geral de cuidado,
com a Iinalidade de recomposio do equilibrio violado.

So pressupostos da responsabilidade civil:
1 - to ilicito;
2 - Culpa;
3 - Dano;
4 - Nexo causal;

to Ilicito art. 186 CC (e uma clausula aberta)
Conduta contraria ao ordenamento. O cerne do ato ilicito so a antijuridicidade e
imputabilidade.
ntijuridicidade: e o elemento objetivo do ato ilicito. E a conduta contraria ao
direito, oIende a norma. E uma ao ou omisso que oIende a norma. Neminen
Laedere (ninguem pode prejudicar o outro).
Imputabilidade: e o elemento subjetivo. SigniIica atribuir, censurar.
imputabilidade implica no discernimento (maturidade sanidade).

1. No ha responsabilidade civil contra o incapaz (absoluta ou relativamente). No
EC, a conduta praticada pelo menor e ato-Iato, no se indaga o aspecto
psicologico).
2. Responsabilidade civil por ato de terceiro ou responsabilidade civil indireta, art.
932 do CC. Ex.: pais quando respondem pelos danos causados pelos Iilhos.
3. Os pais que tm Iilho que causam dano a terceiros no podem alegar que o criou
bem, .:5a in vigiando. responsabilidade dos pais e objetiva Teoria da
Substituio: os pais substituem os Iilhos, o tutor substitui o tutelado e o
curador, o curatelado.
4. responsabilidade civil encontra limite no patrimnio minimo. E um limite
humanitario da responsabilidade civil.
5. Se os pais no tiverem patrimnio suIiciente para reparar o dano, mas o incapaz
tem, este respondera, civilmente, por equidade (art. 928 do CC). Havera um
litisconsorcio sucessivo. O Codigo Civil pretende reparar o dano causado pelo
incapaz. reparao sera subsidiaria e mitigada. Subsidiaria: o incapaz so
respondera se os pais no tiverem condies de pagar em Iavor da vitima.
Mitigada: o juiz utiliza da equidade e podera diminuir o valor a ser pago pelo
menor (prestigiando o principio da proporcionalidade), art. 928 doCC, En.

39 CJF. Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores no tiver a
guarda no tera a obrigao de reparar o dano. Mas, por outro lado, o poder de
Iamilia e do casal, tendo os pais responsabilidade solidaria (posio minoritaria).
6. O responsavel no tem direito de regresso, art. 934 CC. Desta Iorma o codigo
tenta evitar a quebra de harmonia entre pais e Iilhos. Porem, o Iilho, tera que
trazer a colao o valor da reparao prestada pelos pais, pois considera este
valor como adiantamento de legitima.
7. O art. 942, unico do CC so e aplicado quando ocorrer uma das hipoteses do
art. 932, III, IV, V, ja que somente nestes casos havera responsabilidade
solidaria. Como mais uma Iorma de proteger a vitima, os donos de escola
respondem solidariamente com os pais, pois estes contribuiram para a educao
dos Iilhos.
8. Quando ocorrer emancipao voluntaria, o emancipado no respondera por ato
ilicito. Os pais ainda respondero pelo ato ilicito praticado pelo ento
emancipado, uma vez que este ainda e dependente econmico daqueles. Neste
caso, podera haver litisconsorcio passivo Iacultativo, En 41 CJF.
9. Ha casos em que o incapaz respondera diretamente. Quando o menor e
condenado por ato inIracional, art. 116 do EC, ele respondera com seu proprio
patrimnio. En 40 CJF.

O ato ilicito e gnero e tem como especies:
1- ato ilicito 89ri.9o 8en8: ou indenizatorio: e ato ilicito em que ha dano, art. 186 do CC;
2- ato ilicito invalidante: quando o negocio juridico e invalido, art. 182 do CC;
3- ato ilicito caduciIicante: art. 1638, 1992 do CC;
4- ato ilicito autorizante art. 557, IV, e art. 475 do CC.

O Eficcia da Responsabilidade Civil

Culpa: 'lato sensu abrange culpa e dolo. Dolo e conduta intencional. Culpa 'stricto
sensu: o autor da conduta no quer o resultado, mas pela Ialta de cuidado pratica a
conduta.

Para a Iixao do quantum a ser indenizado, o juiz no olha a culpa, mas sim a extenso
do dano, art. 944 CC e 944, unico CC, sendo que para este ultimo artigo havera
possibilidade de reduzir a indenizao utilizando uma clausula geral da equidade.
ssim, onde houver desproporo entre o dano e o grau de culpa, o juiz podera,
utilizando da equidade, reduzir a indenizao. Esse artigo tem de ser interpretado
restritivamente, so sera aplicado para reduzir a indenizao, no para Iixao da mesma.
En 46 CJF.

O art. 944, unico, excepciona o principio da reparao, pois, segundo este principio,
ao causar uma leso deve haver a reparao do dano por inteiro.

Hoje, a noo de culpa e normativa e no psicologica. Deve olhar padro objetivo de
conduta conIorme os 'standards.

Ha ilicitos em que no ha culpa, art. 927 CC.

buso de direito: exerce o direito subjetivo ou o potestativo de modo desproporcional,
Iere a boa-Ie objetiva, o direito e exercido de Iorma distorcida a ponto de violar a

Iinalidade para a qual este direito Iora concedido pelo ordenamento, En 37 CJF. No
olha o elemento psicologico, no e conduta ilegal. ilicitude ocorrera devido a Ialta de
legitimidade, o oIensor viola materialmente os limites eticos do ordenamento juridico (
e ilicito na Iinalidade, mas licito na origem).No abuso do direito, o juiz e quem diz o
que e ilicito, tem clausula geral que deve ser preenchida pela jurisprudncia, Resp.
466.667/SP.

O ilicito culposo e contrario a lei, art. 186 do CC. Ele e dito pela lei.

O %eoria do Dano

Dano e a leso ao bem protegido pelo ordenamento juridico. Pode haver ato ilicito sem
dano.

O dano se divide em:
1. Patrimonial;
2. Extrapatrimonial.

Dano patrimonial (art. 402 do CC): e leso a um interesse econmico, interesse
pecuniario. Divide-se em dano emergente e lucro cessante.

Dano emergente (art. 402 do CC): so os prejuizos eIetivamente soIridos pela vitima. E
o decrescimo patrimonial.

Lucro cessante ou lucros Irustrados (art. 402 do CC): e o que a vitima deixou de auIerir
razoavelmente (certamente). Tudo o que a vitima deixou de ganhar. Tambem chamado
de lucro Irustrado.

Segundo o art. 947 CC, deve-se buscar primeiro a recomposio a situao primitiva.

Quando ha clausula penal, no ha necessidade de provar o dano, art. 402, 1 parte CC, o
prejuizo ja Ioi pre-estimado.

O lucro cessante somente sera concedido se provar que se no houvesse ocorrido o
dano, provavelmente haveria um ganho econmico.

No pode pedir lucros cessantes de atividade ilicita, como a atividade de camel. Mas
caso a barraca em que o ambulante trabalhava tenha sido destruida, ele podera pedir
dano emergente.

%eoria da Perda de uma Chance (art. 402 do CC): e uma subclasse do dano
emergente. E a oportunidade dissipada de obter Iutura vantagem ou de evitar um
prejuizo em razo da pratica de um dano injusto, Resp. 788.459. E o meio caminho
entre dano emergente e lucro cessante. O beneIicio no era certo, era aleatorio, mas
havia uma chance e esta tinha um valor econmico. O valor da indenizao deve ser
menor que do lucro cessante. O juiz calcula com base na razoabilidade ou
probabilidade, desta Iorma, ele Iaz uma proporcionalidade.


Quando o proIissional da saude Iaz um tratamento errado, e possivel a aplicao da
teoria da perda de uma chance. No entanto, deve-se ter em mente se a chance perdida
era razoavelmente considerada.

O Dano Moral ou Extrapatrimonial

E uma leso ao direito da personalidade da pessoa humana. tinge a liberdade,
igualdade, solidariedade ou psicoIisica. So existe dano moral quando a dignidade e
atingida, art. 5, V e X, CF.

reparao e gnero em que so especies a indenizao e a compensao.

Dano patrimonial:
Iuno de indenizao;
Iuno ressarcitoria ;
Iuno de equivalncia (restitui ao 'status quo, art. 947 do CC).

Dano Moral:
e objeto de compensao;
Iuno satisIatoria satisIaz a vitima e a Iamilia.


Responsabilidade Civil
Dano (cont.)
Extrapatrimonial
Dano Moral nas relaes familiares
Fixao do dano moral
Nexo Causal
%eoria do Dano Direto e imediato
%eoria da necessariedade
Causas excludentes da responsabilidade civil


CON%. DANO

rt. 948 CC trata sobre penso no caso de homicidio. penso sera de 2/3 dos
proventos no caso de morte, ate os 70 anos. Irao de 1/3 que o beneIiciario no
recebe, reIere-se aos gastos que a vitima teria consigo. Se a vitima tiver mais de 70
anos, a indenizao sera calculada conIorme o possivel tempo de vida que ela teria. Ha
possibilidade de ser arbitrado alimentos provisorios. Pode tambem, haver determinao
de astreintes, por parte do juiz.

Se a vitima era uma criana que ajudava a Iamilia, os lucros cessantes sero ate os 25
anos, no percentual de 2/3; apos, cai pela metade e sera devida ate os 70 anos. Para o
STJ, menor que no trabalhava a epoca do dano, e, caso a Iamilia seja pobre, havera
presuno de ajuda do menor no valor de um salario minimo, dos 16 aos 25 anos.

Caso ocorra acidente de trabalho, os lucros cessantes podero ser pagos de uma so vez,
sendo um direito potestativo previsto no artigo art. 950, unico, En 381 CJF, Sumula
313 STJ. Segundo o inIormativo 340 STJ, ha possibilidade de alterao dos alimentos
proveniente de ato ilicito, prestigiando o principio da dignidade humana.

Dano Moral ou Extrapatrimonial

E possivel cumular dano moral com dano patrimonial por um so Iato (sumula 37 STJ).
Segundo o art. 186 CC, e possivel pedir, exclusivamente, dano moral. E denominado
dano moral puro ou autnomo. Excepcionalmente, podera ser cumulado dano moral,
patrimonial com o dano estetico (a regra e a no cumulao do dano estetico com o
moral).
Dano estetico e uma leso que causa desequilibrio Iisico da vitima. E possivel receber
dano moral reIlexo ou por ricochete, quando quem soIreu o dano e pessoa diIerente da
que esta pleiteando a reparao. Os legitimados so o
cnjuge, ascendente, descendente e parente ate 4 grau, Resp. 710879.

Outras pessoas, que no esto no rol dos legitimados, devem apresentar a intima
convivncia com a vitima (art. 943 CC).

Pessoa juridica pode pedir dano moral (sumula 227 STJ e art. 5, X, CF). pessoa
juridica tem honra objetiva; e a reputao, o bom nome no mercado. Mas segundo o art.
52 CC, pessoa juridica no tem direitos da personalidade, mas sim abalo de credito.

Pessoa juridica sem Iins lucrativos, podera pedir dano institucional. Ele sera devido
quando a instituio Ior agredida em seus valores, credibilidade.

E possivel dano moral coletivo. Ocorrera quando houver agresso a direitos
Iundamentais diIusos, transindividuais. coletividade perde em qualidade de vida (Lei
7.347/85, art. 1, IV). O dinheiro proveniente da reparao sera destinado ao Iundo de
preveno. lem da reIerida lei, tambem o art. 6, VI, CDC legisla sobre dano moral
coletivo.

Para o STJ, no e possivel pedir reparao por dano moral coletivo, pois o dano moral
coletivo no e compativel com a transindividualidade, (Resp. 598281/MG, InI. 283
STJ).

Dano Moral nas Relaes de Famlia

1 corrente: nunca ha dano moral entre cnjuges, pois patrimonializa relaes de aIeto;
2 corrente: sempre caberia;
3 corrente: existe desde que o casamento lese a dignidade da pessoa do outro cnjuge.
O Iim do aIeto no causa dano moral (art. 1511 CC).

Relao entre pai e Iilho, para o STJ, Resp. 457411, no ha dano moral. O pai no e
obrigado a amar. Baseia no principio da liberdade e autonomia privada. Mas para a
doutrina, o outro direito Iundamental e a solidariedade, ajuda na Iormao da
personalidade dos Iilhos. ssim, ponderando este principio, deveria prevalecer.

Em caso de gravidez no desejada proveniente de contraceptivo ineIicaz, no e possivel
dano moral, pois os contraceptivos no so 100 eIicazes. Mas, por outro lado, se o
contraceptivo Ior de Iarinha, por exemplo, podera receber lucro cessante, ja que Ioi
utilizado produto viciado que Irustrou a expectativa dos consumidores. Neste ultimo
caso e possivel pleitear dano moral, no pelo Iato do nascimento, mas pelo Iato de ter
inIluenciado na liberdade de escolha (InI. 340 STJ, Resp. 866636).

Nas relaes contratuais, se houver inadimplemento, em regra no causara dano moral.
Mas em algumas situaes podera ser pleiteado o dano moral. Ex.: casos como plano de
saude que nega CTI; transtorno por espera de avio; cortes abusivos e cobranas
constrangedoras.

Segundo o InI. 329 STJ, reIerente a deciso da 1 turma, Resp. 748868/RS, o imposto de
renda sera devido sobre o ganho proveniente de reparao de dano moral, pois haveria
acrescimo patrimonial.

Fixao do Dano Moral

I - Funo Compensatoria

1- Extenso do dano gravidade da leso (deve-se olhar o bem juridico, vida,
liberdade, honra ...)
2- Condies pessoais da vitima o dano moral e presumido, mas cada ser humano
tem a sua individualidade. Deve olhar como era antes e como Iicou depois. Deve
aproximar do integral re89i9:io in9egro. condio econmica da vitima no
altera o dano moral. InI. 324 STJ, Resp. 951977.

II - Dano Moral Punitivo (Funo Punitiva)

1- Condies econmicas do oIensor
2- Grau de culpa do oIensor. Valor do desestimulo, tem eIeito inibitorio, educativo.

III -Teoria do 5:ni9ive damage.

1- Tenta dissuadir a nova pratica do agente (Teoria do valor do desestimulo)
2- Quanto maior o grau de culpa, maior a indenizao. Dano social so atos
negativamente exemplares. So condutas dos Iornecedores que lesam varias
pessoas (art. 883, par. unico, CC). E Iuno social, o juiz no precisa ser
provocado, conIorme En 379 CJF. O juiz deve Iixar alem do dano moral.

Para alguns no caberia a teoria do 5:ni9ive damage, mediante os seguintes
argumentos:

1- condenao a uma determinada pecunia ocorreria -i8 in iden, pois o agente ja
havia sido punido na seara penal. Para outros, no haveria -i8 in iden, ja que a
pena do direito civil alcana onde o direito penal no alcana.
2- No ha artigo que prev a pena aplicada. Dessa Iorma, no se pode condenar se
no existe pena. Porem, esta teoria so se aplica para o direito penal.
3- O pagamento da reparao geraria um enriquecimento ilicito, ja que no houve
uma causa. Mas a causa e a sentena do juiz. Teria a mesma natureza das
astreintes.


NEXO CAUSAL

O nexo causal diz respeito a quem atribuir e a que extenso. E a relao de causa e
eIeito entre a conduta do agente e o dano.
Fato e conduta do agente (conduta omissiva ou comissiva).

Teoria do Dano Direto e imediato art. 403 CC.

Sub-Teoria da necessariedade aplicada pelo STJ. Sera aplicada quando o dano Ioi
causado necessariamente pela sua conduta E eIeito do comportamento. RE 130764.

Teoria da causalidade adequada e deIendida por Sergio Cavaliere.

Excludentes do nexo causal:
- caso Iortuito ou Iora maior
- Iato exclusivo da vitima
- Iato de terceiro

Caso Fortuito e Fora Maior

O Codigo Civil, art. 393, par. unico, no Iaz distino entre caso Iortuito e Iora maior.
E o Iato externo a conduta do agente de natureza inevitavel,ou seja, independe da
previsibilidade.

Fortuito interno X Fortuito externo

E Iato externo, mas se relaciona com a atividade do causador do dano. No Iortuito
interno, a vitima sera indenizada.

Para o TJRJ, assalto em determinados lugares havera responsabilidade. situao de
risco ja e um Iato que se relaciona com a atividade. Mas esta posio no e acolhida
pelo STJ. Para esta corte, a transportadora no responde, e Iortuito externo.

Fato exclusivo da vtima

Exclui o nexo causal. conduta que gerou o dano decorre da propria vitima (InI. 327
STJ).

O O surIista de trem no tem direito a indenizao.
O Motorista que traIega em excesso de velocidade, quando evitaria o acidente caso
estivesse sob velocidade compativel. Dessa Iorma, o motorista responde. E Iato
concorrente, sendo duas condutas: uma da agente e outra da vitima.
O O 'pingente (passageiro que e transportado na porta do nibus) recebe
indenizao. E Iato concorrente. transportadora no Iiscalizou o traIego de
passageiros.

Fato de %erceiro

No ha comportamento do agente. Havera nomeao a autoria.
Se o terceiro que causou o dano no Ioi identiIicado, podera ser alegado Iortuito
externo. No Iato de terceiro, este deve ser identiIicado.
Se Ior transporte de pessoas, a transportadora responde. Ha clausula de incolumidade,
onde o transportador tem obrigao de resultado. Tem obrigao de vigilncia. O
transportador tem direito de regresso contra o terceiro - art. 735 CC. culpa
mencionada neste artigo e a culpa 89ri.9: 8en8:. No e dolo, reIerindo-se com os riscos
normais do transporte. ex: caso um objeto seja atirado, o transportador no respondera.
Se menor dirige e um maior habilitado bate naquele veiculo, o motorista habilitado no
podera alegar que o menor concorreu para o acidente, pois no ha discusso de culpa,
mas sim de comportamento/conduta.

Causalidade Alternativa

Se um determinado grupo provoca danos e no consegue identiIicar quem praticou o
dano, a indenizao recaira sobre o grupo de Iorma solidaria.



88:3948%7,9,/48

%eoria do Risco
Fato de %erceiro
Fato da Coisa
Risco Proveito
Risco Criado
Risco Agravado
Coletivizao da Responsabilidade Civil
Risco Administrativo


%eoria do Risco

Criada por Saleilles e Josserand. palavra ri8.o vem do latim ri8i.are e signiIica ousar.

realizao de uma atividade econmica, muitas vezes, causa dano. O dano causado
devera ser indenizado, independente de culpa ou ato ilicito. indenizao sera devida
pelo Iato de o agente ter causado um dano injusto no exercicio de atividade de risco.
Substitui-se a ideia de liberdade por solidariedade. Traz a ideia de cidadania. Onde ha
dano, ha indenizao.

Indenizao pelo dano injusto: so pode pleitear indenizao quando o dano Iere
interesse juridicamente protegido.

O nexo causal pode ser alegado para elidir a culpa (Iato exclusivo da vitima; caso
Iortuito e Iora maior; Iato de terceiro).

Nexo de imputao: e a razo pela qual e atribuida a responsabilidade a alguem. Pode
atribuir a responsabilidade pelo ato culposo (teoria subjetiva) ou pela atividade de risco
(teoria objetiva). culpa e o risco so as Iontes para haver indenizao.

Responsabilidade objetiva X culpa presumida: esta e estagio intermediario entre a teoria
objetiva e a subjetiva. Havera discusso de culpa, porem ha inverso do nus da prova,
art. 951, CC, art. 14, 4 CDC. Pelo art. 6, VIII, do CDC, todo consumidor e
vulneravel e hiposuIiciente. Ha impossibilidade processual de Iazer a prova.

Responsabilidade objetiva X responsabilidade sem culpa: na responsabilidade objetiva,
a indenizao independe da licitude ou ilicitude do ato. Ja na responsabilidade sem
culpa, a indenizao sera pela pratica de um ato licito, como o art. 929 CC (estado de
necessidade e legitima deIesa de terceiro).

rt. 927, unico do CC: na teoria objetiva no importa a responsabilidade do oIensor,
mas sim a reparao do dano soIrido pela vitima. Ocorrera responsabilidade objetiva
quando ocorrer casos especiIicados em lei. Ex.: CDC; Lei 6.938/81, art. 37, 6;CF; lei
sobre acidente do trabalho (Lei 8.213/91); acidentes nucleares; dentre outros. Para eIeito
deste artigo, lei tambem so os artigos do Codigo Civil que versam sobre a teoria
objetiva.

Responsabilidade Civil Pelo Fato de %erceiro (art. 932, I e II; 933 CC)

O terceiro responde quando houver relao de subordinao.

rt. 932, III, do CC: responsabilidade do patro por Iato do empregado. Neste caso,
pode haver litisconsorsio passivo Iacultativo. E caso de responsabilidade objetiva
impura ou impropria, discute culpa no antecedente e responsabilidade objetiva no
conseqente.

Motorista de determinada empresa que atropela alguem: no cabe alegao de culpa in
eigendo. Sumula 341 do STF Ioi revogada. Se o atropelamento ocorreu Iora do horario
de trabalho do empregado, a empresa sera responsavel da mesma Iorma. Neste caso,
sera aplicada a teoria da aparncia, art. 932, III, do CC. O empregado se aproveitou da
ocasio do emprego.

Se o empregado, ao prestar servio em residncia alheia, aproveita desta oportunidade e
em outra oportunidade volta nesta residncia e pratica Iurto, a empresa sera
responsabilizada, e a aplicao da teoria da ocasionalidade.

Medicos, em hospitais onde prestam servios sem vinculo empregaticio, se ocorrer dano
o hospital sera responsabilizado. En 191 CJF, responsabilidade impropria.

Em relao de consumo, no precisa provar a culpa de Iuncionario, pois o servio Ioi
deIeituoso, art. 14 CDC, e Iato do servio.

Na terceirizao ha solidariedade entre o prestador de servio e do tomador.

Responsabilidade objetiva pelo fato da coisa

Se o co ataca pessoa (art. 936 do CC) havera responsabilidade civil, que sera elidida se
Ior provada culpa da vitima, Iora maior ou Iato de terceiro (causas de excluso do nexo
causal). No e causa de excluso da responsabilidade a alegao de 'culpa in
custodiendo.

rt. 938 CC: responsabilidade pela queda de coisas. Se o imovel Ior alugado quem
responde e o inquilino, ja que o reIerido artigo Iala em 'quem habitar. Na ao
ajuizada contra o condominio, no se discute culpa, so depois, os condminos entre si,
discutiro culpa.

rt. 937 CC reIere-se a ruina de predio. Havera responsabilidade objetiva do
proprietario (dano inIecto). Para alguns, o art. 937 do CC e responsabilidade subjetiva,
pois o artigo Iala 'se esta provier de Ialta de reparos. Caso a vitima seja um terceiro
(by stander observador) a construtora respondera solidariamente. rt. 17 do CDC:
sera consumidor por equiparao.

Se empresta seu carro para B e este atropela e mata C, a responsabilidade sera tanto
de como de B, segundo STJ. No entanto, a doutrina no aceita a posio deste
Tribunal. Segundo os doutrinadores, ao emprestar o veiculo, a posse sera transIerida e
assim qualquer ato ilicito sera de responsabilidade do motorista. Para a doutrina, so
haveria responsabilidade do proprietario do veiculo caso a transIerncia da posse do
bem ocorresse a titulo de culpa. Esta seria visualizada se o veiculo estivesse sem
manuteno ou se o emprestimo Iosse para pessoa sem habilitao.

No caracteriza contrato de transporte o carona. E transporte desinteressado, e
liberalidade, art. 736 do CC. Segundo a sumula 145 STJ, so havera responsabilidade do
transportador se este agir com dolo ou culpa grave. Mas, para a doutrina, basta culpa
simples para condenar quem deu carona.

Transporte aparentemente gratuito tambem e caso de responsabilidade objetiva. Ex.:
transportar idoso de Iorma gratuito e um tipo de transporte aparentemente gratuito, art.
736, unico CC.

rt. 931 do CC: responsabilidade objetiva. Vai alem do CDC. mplia a proteo a
pessoa, e responsabilidade objetiva, no e dano ao consumidor, mas havera
responsabilidade por ter colocado o produto em circulao. Responde pelos produtos
deIeituosos postos em circulao. Este artigo amplia o conceito de deIeito de produto.
Mesmo que a vitima seja um comerciante, ele estara protegido pelo deIeito do produto
que no atende as expectativas de segurana. En 42 CJF. Tambem deIende a teoria do
risco do desenvolvimento, como nos casos de medicamentos em que posteriormente
descobre-se que estes produzem eIeitos colaterais maleIicos. responsabilidade do
empresario sera atribuida a ele por ter colocado a mercadoria em circulao, o deIeito ja
existia, no entanto, no havia sido detectado. En 43 CJF.

Pelo artigo 927, unico do CC, ultima parte, e aceita a teoria do risco.

responsabilidade objetiva ocorrera nos casos em que a lei permitir ou quando o juiz
constatar que os danos Ioram Ieitos por uma atividade risco.

O artigo 927, unico, CC e uma clausula geral de risco. Sera considerada atividade de
risco, aquelas que tm danosidade excessiva. So atividades mais perigosas que as
demais. Tem potencialidade lesiva mais ampla que as outras. Ela e intrinsecamente
perigosa. Ex: distribuio de combustivel, atividades toxicas, explosivas.

O momento processual que o juiz diz se a responsabilidade e objetiva ou subjetiva sera
no saneamento.

Risco Proveito: veio do direito Francs. So havera responsabilidade se houver prova que
com o exercicio da atividade obtinha proveito econmico com a atividade, se
demonstrar que e atividade lucrativa.

Segundo a Sumula 492 STF, empresa que aluga carro responde pelos danos causados
pelo locatario, pois a atividade exercida pela empresa e atividade lucrativa.



Risco Criado: Teoria deIendida por Caio Mario. Para esta teoria no ha necessidade de
se auIerir lucro, basta que com a atividade o agente tenha criado um risco para terceiro.
Basta que tenha introduzido o perigo. Esta teoria amplia a responsabilidade.


Para esta teoria no ha necessidade que o agente seja empresa, basta que a atividade seja
habitual. O risco criado se coaduna com a inteno do Codigo Civil, pois pretende
proteger o ser humano. Pretende que a pessoa tenha mais proteo.

O Codigo Civil adotou teoria subjetiva e objetiva. Nas relaes individuais adota a
teoria subjetiva. Ja nas relaes meta-individuais sera teoria objetiva.

Teoria do Risco gravado (para uns, teoria do risco integral): ha possibilidade de
excluso do nexo causal quando o Iato e praticado por terceiro ( o que no ocorre na
teoria do risco integral). Tem como exemplo o artigo 735 CC, que se reIere ao
transporte de passageiro. Na lei ambiental, 6.938/81, art. 14, tambem aplica esta teoria.
O mesmo ocorre na Lei 6.453/77, art. 8, quando exclui o nexo causal quando o dano e
praticado por terceiro.

Para a Lei 10.744/03 em seu artigo 1 que trata de ataques terroristas, neste caso havera
responsabilidade civil pela teoria do risco integral.

Risco Social: e a coletivizao da responsabilidade objetiva. Quem indeniza e a
coletividade. Em casos como acidente do trabalho, o empregado no tem ao contra o
empregador, art. 7, XXVIII, CF. Mas o empregado que soIreu o dano tera direito ao
auxilio previdenciario, sera responsabilidade objetiva. Salvo em alguns casos, como o
exercicio de atividade de alta danosidade, havera responsabilidade do empregador, e
este respondera de Iorma objetiva, aplicando a clausula geral do risco, art. 927, unico
CC. En 377 CJF ( a indenizao tera um teto).

Risco dministrativo Responsabilidade civil do Estado pelos atos praticados pelos
seus agentes contra terceiros.
a) ntes do CC/16 irresponsabilidade do Estado ( o rei no erra).
b) Na vigncia do CC/16 teoria civilista o Codigo Civil atribui a responsabilidade
ao Estado desde que haja culpa do agente. O Estado era equiparado a um
empregador qualquer.
c) CF/46 responsabilidade objetiva teoria do risco administrativo independe de
culpa dos agentes publicos;
d) CF/88 Estado e prestadores de servios publicos respondem de Iorma objetiva.

Para Celso ntnio Bandeira de Melo, a responsabilidade deve ser dividida em:
1- Responsabilidade pelos atos comissivos;
2- Responsabilidade pelos atos omissivos genericos;
3- Responsabilidade pelos atos em omisso especiIica.

1- Responsabilidade pelos atos comissivos art. 37, 6 CF. O Estado responde pelos
danos causados por seus agentes. responsabilidade e objetiva. Independe da
licitude ou ilicitude do ato, basta a ocorrncia de atividade do ente estatal e que
cause dano a terceiro.



Pela pratica de dano causado por ato licito o Estado responde tendo em vista o principio
da isonomia, pois os encargos decorrentes do ato praticado pelo Estado so repartidos
pela coletividade. Mas o dano so sera indenizado se Ior anormal e especial (se ocorrer
dano excessivo e que atinge um numero especiIico, um grupo determinado de pessoas).

Se o ato Ior licito so sera ajuizada ao contra o Estado. Se Ior ilicito sera contra o
Estado e o agente.

Se o ato Ior ilicito e Ior ajuizada ao contra o Estado, este no podera denunciar a lide
pelas seguintes razes:
a) a CF deu prerrogativa ao lesado de no discutir culpa e se denunciar a lide tera
que trazer esta discusso;
b) de ordem processual se o Estado denuncia a lide, discutindo culpa, havera um
elemento estranho, culpa, na ao principal;
c) rt. 70, III, CPC o agente no tem garantia contratual com o Estado e no ha lei
que estabelece esta garantia. ssim, seria uma garantia impropria, e o art. 70, III,
CPC trata de garantia propria.

O inIormativo 436 STF entende que no pode o particular ajuizar ao diretamente
contra o agente, teoria da dupla garantia. Mas esse voto Ioi isolado, no tem amparo na
doutrina.

absolvio no juizo criminal para excluir a responsabilidade dependera do
Iundamento da sentena, pois se Ior absolvio por Ialta de prova, ha possibilidade de
discutir a materia no civil.

Concessionarias e delegatarias respondem de Iorma objetiva. Em caso de atropelamento
a doutrina entende que a responsabilidade da concessionaria sera objetiva. No pode
atribuir responsabilidade solidaria ao Estado pelo ato praticado pela concessionaria.
Porem se provar que a concessionaria e insolvente podera chamar o Estado de Iorma
subsidiaria. Em relao ao passageiro havera responsabilidade objetiva pelo CDC. Em
relao ao trocador a empresa respondera de Iorma subjetiva, pois e um acidente de
trabalho. O STF diz que para o pedestre, a responsabilidade sera subjetiva, mas no
inIormativo 458 STF, este posicionamento esta mudando. O Estado pode ilidir sua
responsabilidade excluindo o nexo causal.

2- Omisso generica Neste caso havera a aplicao da teoria subjetiva. Na omisso
generica todo o Estado Ialhou. Ocorreu uma Ialta do servio. E a teoria da culpa
annima. Metade do STF concorda com Celso ntnio.

3- Omisso especiIica Ocorre nos casos de custodia de pessoas e coisas perigosas. O
Estado tinha a guarda dessas pessoas e coisas. O Estado tem que proteger a
populao contra as pessoas e coisas perigosas. Neste caso a responsabilidade do
Estado sera objetiva.

Outra metade da doutrina no concorda com os argumentos trazidos pelo Celso ntnio
Bandeira de Melo. Para esta doutrina, a responsabilidade do Estado sera sempre
objetiva, pois o art. 37, 6 CF no limita a responsabilidade em atos omissivos ou
comissivos. ssim, para que haja a responsabilidade objetiva do Estado, deve a vitima
apenas demonstrar o nexo de causalidade, pois a palavra 'causa constante no reIerido
dispositivo Constitucional reIere-se ao nexo causal, InI. 418 STF.

No inIormativo 301 do STF, esta corte inIorma que no caso de suicidio ocorrido dentro
de presidio o Estado respondera. Mas para parte da doutrina o Estado so deve responder
em dois casos:
1- quando a pessoa tem problema mental e o Estado nada Iaz;
2- quando o instrumento utilizado para a pratica do suicidio no e permitido o seu uso
dentro do presidio e por meio dele que o ato Ioi praticado.

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