TGDC - Casos Anuais + Exames
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CRITÉRIOS
Luís A. de Araújo Monteiro a91497
. representação voluntária
Em hora de ponta, com um intenso movimento de trânsito, Alberto pisa, sem querer, o
pé de Bernardo que sofre de graves problemas arteriais e circulatórios. Em
consequência da lesão contraída e das graves complicações, é amputada uma perna a
Bernardo.
Para que a regra “casum sentit dominus” - onde o prejuízo é suportado por quem
o sofreu- seja aplicada, é necessário que estejam preenchidos cumulativamente
os pressupostos da responsabilidade civil - facto voluntário, ilicitude, culpa,
dano e nexo de causalidade.
Em terceiro lugar temos a culpa, a culpa surge como um juízo de censura sobre o
sujeito que praticou o ato que provocou o dano sobre o lesado. A culpa deve ser
analisada em dois segmentos. Primeiramente, devemos perceber se o sujeito é
imputável ou inimputável - entende-se por imputável quem está em condições de
querer e entender o ato danoso ( artigo 488º n º1). De seguida, importa
classificar a culpa nas suas diversas modalidades, isto é, se o sujeito agiu com
dolo (253º) ou com mera culpa/ negligência. Para perceber se a mera culpa é a
condição em que se deve analisar o sujeito sobre um ângulo subjetivo, devem-
nos socorrer do critério do bom pai de família - (Bonus paterfamilias art. art.
487.o, n.o 2)
Em quarto lugar, surge o dano que consiste numa avaliação dos danos sofridos
pelo lesado. Estes danos podem ser patrimoniais se forem suscetíveis de
avaliação pecuniária, ou não patrimoniais, que não são convertíveis em valores
monetários, mas que, pela sua relevância, também merecem tutela do direito -
artigo 496. O dano que aqui surge é não patrimonial, porém, de alta relevância
pois a amputação de uma perna muda drasticamente a vida do indivíduo e a sua
condição locomotora. Ainda assim é possível identificar danos emergentes em
despesas médicas e hospitalares e, que seja relatado no enunciado, não há lucros
cessantes.
Em condições normais, tal facto nunca seria causa adequada para um membro
ser amputado. Deste modo, devemos depreender que o quinto e último
pressuposto não se encontra preenchido, como tal, este regime não se aplica.
Prazo para evocar - 5 anos 498 nº1 e 3 – normalmente é de 3 anos contados desde a
data de conhecimento de direito ou se for superior se for considerado um crime com
um prazo superior.
Numa festa de casamento, Ana dirigiu-se a uma mesa onde Vasco, dono do hotel, servia
aos convidados chouriços assados numa assadeira que Vasco tentou reabastecer, tendo
apontado para a mesma um frasco contendo álcool que começou, de imediato, a arder.
Vasco, apercebendo-se disso, reagiu e puxou a garrafa, o que fez com o que álcool
tivesse sido projectado para a frente, acabando por cair sobre Ana que foi atingida pelo
fogo na face, no pescoço, no tórax e no braço direito. O álcool inflamado ardeu no
corpo de Ana durante cerca de 10 segundos até ser apagado por outros convidados,
tendo Ana sofrido queimaduras de 1.o e 2.o grau, numa área de 20 % da superfície
cutânea total. Além disso, o vestido de Ana ficou destruído e Ana teve de ser
hospitalizada, ficando sem trabalhar durante 30 dias. Quid iuris?
Resposta:
Por norma, quem sofre os danos deve arcar com as consequências destes, regra casum
sentit dominus. Para que possamos verificar uma inversão desta regra devemos
verificar se estão preenchidos todos os pressupostos da resposabilidade civil.
Em quarto lugar, está o dano - que foram os prejuízos que o lesado sofreu. Dadas as
circunstâncias podemos considerar que houve danos patrimoniais assim como danos
não patrimoniais, pois a imagem da lesada ficou consideravelmente afetada.
Relativamente aos danos patrimoniais, o enunciado faz-nos referência aos danos
emergentes (relativamente ao seu vestido que ficou destruído) e a lucros cessante, visto
que a lesada ficou impossibilitada durante o período de vigência de 30 dias. Para
compensar este tipode de danos patrimonias podemo-nos socorrer do princípio da
reconstituição natural (562º e 566º) e teoria da diferença ( indemnização por
equivalente pecuniário).
Por fim, o ultimo pressupostos diz respeito ao nexo de causalidade. Este pressuposto
remete-nos inequivocamente para a Teoria da Causalidade Adequada - que
corresponde à necessidade de a conduta se mostrar, à face da experiência comum, de
acordo com as circunstâncias normais, como idónea à produção do dano.
Neste casos estamos perante o instituto da responsabilidade civil objetiva ou pelo risco
prevista no artigo 503º do Código Civil. O fundamento subjacente à responsabilidade
objetiva, pelo risco, é o prinípio “ubi commoda, ibi incommoda”, ou seja, onde estão
as comodidades hão de estar incomodidades: aquele que tira vantagem de uma
atividade arriscada, terá de indemnizar se essa atividade der aso a danos. Pese embora
o princípio geral relativo À responsabilidade seja o da responsabildiade subjetiva que
depende da existência de culpa (487º e 488º), a verdade é que também existem casos de
responsabilidade objetiva independentemente da culpa, o que sucede com os casos
previstos na lei (483ºnº2 CC)
O facto voluntário diz respeito a um comportamento seja este uma ação ou uma
omissão controlável pela vontade humana que estabelece a ligação entre o lesante e o
lesado
A ilicitude diz respeito a um juízo de censura sobre o facto, de um ângulo objetivo, por
consistir na infração de um dever jurídico (artigo 798º). Ora, no caso concreto, foram
violados direitos absolutos.
A culpa consiste num juízo de censura sobre o próprio sujeito e como estamos perante
um caso relativo a responsabilidade civil pelo risco este pressuposto não é aplicável.
O dano diz respeito ao prejuízo que a lesada teve sendo estes danos relativos a danos
emergentes ou lucros cessantes. No enunciado apenas é feita a referência a danos
emergentes que foram avaliados pecuniariamente com o montante de 5000€.
c) Vanessa comprou a Miguel 100 rosas para enfeitar a igreja do Bom Jesus no dia
do seu casamento, tendo ficado acordado que as flores seriam entregues algumas
horas antes da cerimónia. Como Miguel não compareceu na hora combinada,
Vanessa telefonou-lhe, acabando aquele por lhe confessar que se tinha esquecido
da sua encomenda. Vanessa contactou a florista Bé que lhe vende e entrega as
flores a tempo de enfeitar a igreja, cobrando-lhe, contudo, o dobro do valor que
Vanessa tinha combinado com Miguel, justificando o preço com a urgência do
pedido. Vanessa quer recuperar o prejuízo que sofreu em virtude do
esquecimento de Miguel. Quid iuris?
Aplicamos este instituto pois os direitos que foram aqui violados foram direitos
relativos às partes e não direitos absolutos com eficácia erga omnes. O objeto sobre
que incide este negócio jurídico são 100 rosas.
A ilicitude consiste num juízo de censura sobre o facto que desencadeou a lesão.
Neste caso, estamos perante o incumprimento contratual de Miguel, ou seja, fora
violado um direito relativo com eficácia inter partes. - obrigação da entrega da coisa.
A culpa consiste num juízo de censura sobre o sujeito que praticou ou omitiu o facto
que desencadeou esta responsabilidade civil. Neste caso a culpa presume-se do
devedor nos termos do artigo 799º. A culpa é apreciada nos mesmos termos que na
responsabilidade civil extracontratual (artigo 799º nº2 - 487ºnº2).
Por fim devemos aplicar o nexo de causalidade entre o facto e o dano, aplicando a
teoria da causalidade adequada. O esquecimento de Miguel, neste caso parece uma
causa idónea para que a obrigação da entrega da coisa não seja efetuada, como tal,
este ultimo pressuposto encontra-se preenchido.
Miguel terá assim que indemnizar ao abrigo da responsabilidade civil contratual por
haver uma violação do princípio pacta sunt servanda.
Devemos por referir a regra geral “casum sentit dominus” - em princípio, quem sofre
um dano deve arcar com o mesmo. Porém, há situações em que este princípio não se
pode aplicar, porque não se adequa nem é justo, visto exceder o risco normal da vida.
De tal modo, transporta-se o dano do lesado para o lesante, o que poderá suceder
com aplicação do instituto da responsabilidade civil.
Neste caso especificamente estamos uma situação em que foram violados dois tipos
de direitos.
Estamos perante uma responsabilidade civil contratual, uma vez que foi violado um
direito relativo, uma vez que estava em causa um contrato de prestação de serviço
com retribuição - ao mesmo tempo é violado um direito absoluto, isto é, um direito de
integridade física no artigo 70º do Código Civil
Ilicitude é o juízo de censura feito sobre o próprio facto, num ponto de vista objetivo,
uma vezq eu é violado um direito objetivo. É violado um direito absoluto - direito à
integridade física e um dever jurídico - dever negocial primário este definem o tipo de
relação jurídica. Neste caso, temos a violação de um dever de conduta de cuidado
artigo 762º no cumprimento do contrato de prestação de serviços - artigo 1154º que
consistiria uma extração cuidada- foi violado um dever geral de cuidado.
Segundo a teoria da diferença, por reconstituição natural, se não for possível por
indemnização pecuniária e uma compensação pelos danos não patrimoniais.
Estamos perante responsabilidade extracontratual por factos ilícitos, uma vez que
foram provocados danos fora do campo contratual, tendo havido violação de um
dirieto absoluto (direito de propriedade de Daniel 1035º e 1302º,havendo culpa do
lesante. Assim é necessário aplicar o artigo 483º nº1, para verificarmos se há
responsabilidade de César, de forma que seja este ,como lesante, a suportar os danos
do lesado, invertendo-se a regra do casum sentit dominus
Em terceiro lugar temos a culpa, em primeiro lugar devemos considerar que César é
imputável. Em segundo lugar devemos considerar as modalidades da culpa. Neste
caso em particular estamos perante uma situação de mera culpa ou negligência, pois
se aplicarmos o critério do bom pai de família, faltou aqui diligência por parte de
César ao distrair-se com o inseto.
Quanto aos danos, estes correspondem ao prejuízo sofrido pelo lesado, estes podem
classificar-se como danos patrimoniais ou não patrimoniais. Poderão existir danos
não patrimoniais devido ao sentimento pelo animal e no enunciado são referidos que
foram gastos encargos para suportar os danos sofridos pelo animal.
Por fim aplicamos o ultimo pressuposto que diz respeito à teoria da causalidade
adequada. Há uma nexo de causalidade entre a distração e o atropelamento do
animal.
Apesar disto, é nos dito no enunciado que César é operário de António - existe entre
ambos um contrato de trabalho, nos termos do artigo 1152º, trabalhando sob as suas
ordens e instruções, assim, existe entre ambos uma relação desubordinação jurídica-
uma relação de comissão.
Importa começar por reiterar que, regra geral, a indemnização é exigida pelo lesado
ao comitente porque normalmente, e em abstrato, é este que apresenta um património
maior (é a entidade empregadora, é quem contrata os serviços, parece ter maior
poder económico).
Se tivesse ganho a lotaria não haveria lugar à limitação da indemnização por mera
culpa, nos termos do artigo 494.o CC
Caso o Daniel exigisse a indemnização a César, este não teria direito de regresso
sobre António porque este não teve culpa na produção do dano, logo César pagaria a
totalidade da indemnização.
António trabalha como pintor na empresa, “Tinta Fresca, S.A.”. Um dia, esta incumbe-o
de pintar as divisões da casa de Bernardo, um cliente, que contratara os seus serviços.
Contudo, ao executar estes trabalhos, aproveitando o facto de Bernardo não estar em
casa, apropria-se duma boneca de porcelana que pretende oferecer à filha. Quando
Bernardo chega a casa ao fim do dia descobre, além da falta da boneca, que a casa fora
pintada de verde em vez do azul que tinha encomendado, visto António ter trocado as
latas das tintas. Quem é responsável e em que termos?
(Frequência de 14/01/2002)
Estamos perante diferentes tipos de resposabildiade civil, pois são diferentes factos
que dão origem a diferentes tipos de lesão.
1302o.
Requisitos artigo 483o
Facto Voluntario
Ilicitude
É um juízo de censura feito sobre o próprio facto, num ponto de vista objetivo, uma
vez que é violado um direito objetivo. Violação de um direito absoluto- direito à
propriedade artigo 1305o.
Culpa
É um juízo de censura feito sobre o próprio sujeito, mas de um ângulo subjetivo, uma
vez que este poderia ter agido de outra maneira- critério do bom pai de família, ou
seja, comparação com o comportamento de um homem médio artigo 487 no2.Temos
de verificar a imputabilidade de Alberto artigo 488, neste caso nada indica que
Alberto possa ser imputável, uma vez que é maior de idade. Contudo, cabe ao lesado
provar a culpa do lesante artigo 487no2. Existe intenção- dolo.
Dano Corresponde ao prejuízo sofrido pelos lesados. Estes podem ser patrimoniais ou
nã patrimóniais7morais. Patrimoniais permitem uma avaliação pecuniária. Podem
ser danos emergentes, património perde valor depois do dano causado, ou lucros
cessantes, o património não tinha valor, mas poderia vir a ter. artigo 564Não
patrimoniais/morais, não é possível contabilizar artigo 496. Existindo este dano
falamos em compensação e não em indemnização, uma vez que, é impossível
contabilizar por exemplo a morte de um filho.Existe danos patrimoniais emergentes-
subtração ao património.
Ilicitude
É um juízo de censura feito sobre o próprio facto, num ponto de vista objetivo, uma
vez que é violado um direito objetivo.
Culpa
É um juízo de censura feito sobre o próprio sujeito, mas de um ângulo subjetivo, uma
vez que este poderia ter agido de outra maneira- critério do bom pai de família, ou
seja, comparação com o comportamento de um homem médio artigo 487 no2.
Temos de verificar a imputabilidade de Alberto artigo 488, neste caso nada indica que
Alberto possa ser imputável, uma vez que é maior de idade.
Dano
Corresponde ao prejuízo sofrido pelos lesados. Estes podem ser patrimoniais ou não
patrimóniais7morais.
Não patrimoniais/morais, não é possível contabilizar artigo 496. Existindo este dano
falamos em compensação e não em indemnização, uma vez que, é impossível
contabilizar por exemplo a morte de um filho.
Neste caso existem danos patrimoniais emergentes- vai ter de pagar uma nova
pintura artigo 462o.
O facto tanto em concreto como em abstrato no decurso normal das coisas tem de ser
causa idónea e adequada do dano. Artigo 563.
A conduta do lesante tem de se mostrar como decurso normal das coisas.
Neste caso a troca de tintas ocasionou os danos resultantes de ter uma parede de cor
diferente artigo 563o.
António não estava vinculado pelo contrato. Era apenas auxiliar da TFsa, que o
utilizou para o cumprimento de uma obrigação contratual sua.
Necessário avaliar se TF pode ser responsabilizada, como se fosse ela a atuar. Para
tal é preciso que os requisitos do artigo 800o sejam preenchidos:
3. e com culpa
Por regra quem sofre o dano é quem o sofreu (casum sentit dominus). No entanto
este princípio pode ser afastado se estiverem preenchidos determinados pressupostos,
pelo que o instituto da Responsabilidade civil serve para deslocar o dano de quem o
sofreu para quem o causou.
O quarto pressupostos diz respeito ao dano, isto é, o prejuízo que o lesado teve em
sofrer a lesão. Os danos podem ser considerados como patrimoniais ou não
patrimoniais. Devemos ter, nesta medida em atenção os danos emergentes e os lucros
cessantes - no enunciado é feito referido ao período de hospitalização de 7 dias.
O prazo para a indemnização terá o período máximo de 5 anos pois estamos perante
responsabilidade civil extracontratual e cabe ao lesado o ónus da prova. 498ºnº1
De acordo com o artigo 232º, é necessário que exista uma proposta contratual
precedida da respetiva aceitação. Os efeitos do contrato de compra e venda estão
previsto no artigo 879º onde podemos ter efeitos reais e efeitos obrgiacioanais.
No que diz respeito ao efeito real, temos o princípio da consensualidade, artigo 408º
nº1 - transferência consensual sobre o domínio - por via de regra, os contratos que
transmitem direitos reais, esses direitos produzem-se por mero efeito do contrato ao
abrigo do princípio da consensualidade.
Relativamente à forma que o negócio deve observar, por via de regra, é o princípio da
liberdade de forma.
O objeto mediato do negócio jurídico é o aquecimento central de uma casa. Estamos
perante uma coisa nos termos do artigo 202º do CC.
De acordo com o artigo 232º, é necessário que exista uma proposta contratual
precedida da respetiva aceitação.
Os efeitos do contrato de compra e venda estão previsto no artigo 879º, efeitos reais e
obrigacionais
No que diz respeito aos efeitos reais, temos o princípio da consensualidade, artigo
408ºnº1 - transferência consensual do domínio - por via de regra, os contrato que
transmitem direitos reais, esses direitos produzem-se por mero efeito do contrato ao
abrigo do princípio da consensualidade.
Relativamente à forma que o negócio deve observar, por via de regra é o princípio da
liberdade de forma. Neste caso, como estamos perante um ccv de um bem imóvel há
forma que lhe são exigidas por lei 875º deve ser celebrado por escritura pública ou
documento particular autenticado. Caso contrário o negócio é nulo -artigo 220º
O objeto mediato do negócio jurídico é a casa. Estamos perante uma coisa nos termos
do artigo 202º do código civil esta é considerada um bem imóvel. Neste caso,
considerando que não estamos perante nenhuma exceção ao princípio da
consensualidade, o efeito real decorrente da celebração deste contrato produzir-se-á
por mero efeito do contrato nos termos do art.º 408.º/2, CC.
Aqui assumimos que foi observada a forma e que o negócio é válido. O efeito real
(transmissão do direito de propriedade) dá-se por mero efeito do contrato porque não
estamos perante nenhuma exceção ao princípio da consensualidade.
Este negócio abrange o aquecimento central, porque a parte integrante terá o mesmo
destino da coisa principal, dado que não existiu separação artigo 204/1/e 210 (a
contrario)).
O negócio celebrado inclui também a parte integrante que ainda se encontrava ligada
à coisa principal.
Daqui resulta que a Natália será a proprietária, tanto da casa como do aquecimento
central.
. elevador da sua casa que é uma importante peça histórica (não fungível)
De acordo com o artigo 232º, é necessário que exista uma proposta e uma respetiva
aceitação.
Quanto ao negócio jurídico do contrato de compra e venda que tem como objeto
mediato a antena parabólica, esta é uma coisa acessória (artigo 202ºnº1 e 203º +
210º). São coisas móveis que não constituindo partes integrantes, estão também
afetadas duradouramente ao serviço da outra (não estão ligadas materialmente à
coisa principal, mas sim economicamente). As coisas acessórias têm com a coisa
principal uma ligação específica de acordo com os fins desta - 219º estamos perante
uma coisa móvel, logo há liberdade de forma.
Nos termos do artigo 210ººn1, a coisa acessória pode ser alienada autonomamente,
sem a coisa principal cujo serviço encontra - 210º nº2 do CC
Os negócios sobre a coisa principal não afetam a coisa acessória, salvo acordo em
sentido contrário. No que diz respeito aos efeitos desse contrato, Cristina adquire o
direito de propriedade por mero efeito do contrato de acordo com os efeitos reais do
879º em conformação com o artigo 408º do CC - princípio da consensualidade ou da
transferência consensual do domínio.
Quanto ao contrato de compra e venda que tem como objeto mediato a parte
integrante “elevador” - artigo 204º nº1 e)- segundo o nº3 desse mesmo artigo devemos
considerar como parte integrante toda a coisa móvel ligada materialmente ao prédio
com caráter de permanência, em função ou de acordo com o fim desta.
Quanto ao elevador, é uma parte integrante e serve o mesmo destino da coisa á qual
está ligada. A transmissão do direito real não se dá por mero efeito do contrato, mas
sim por separação. Não existindo essa separação, o proprietário é Humberto, a quem
vendeu também o elevador, que seguiu o mesmo destino jurídico do imóvel.
(frequência de 28.01.1997)
Estamos perante um contrato de compra e venda - artigo 874º que tem como objeto
mediato uma colheita de laranjas. As laranjas são consideradas um fruto natural.
Deste modo, o proprietário das laranjas continua a ser Amândio, sem prejuízo do
artigo 880º Amândio deve cumprir todas as diligências necessárias para transferir o
direito de propriedade a Belmiro.
O pomar é um bem imóvel artigo 204 nº1/a, é assim exigido por lei a forma de
escritura pública ou documento particular autenticado
Princípio da consensualidade – a transmissão do direito de propriedade ocorre por
mero efeito do contrato artigo 879 + 408/1, CC
O Dimas torna-se proprietário tanto do pomar como das laranjas que ainda não
foram colhidas.
I.
a) Por acordo entre ambos, o contrato de compra e venda foi celebrado por documento
particular. Quid iuris?
Sendo que este negócio foi celebrado por documento particular e não documento particular
autenticado ou escritura publica, o ne´gocio jurídico é nulo, pois ao abrigo do artigo 875º do
código civil, os bens imóveis têm de possuir forma legal exigida.
b) Em 10/12/2000, Berto consegue vender o terreno a Carlos que o regista, sem se ter
apercebido do que havia sucedido. Em Janeiro de 2004, Amâncio exige a restituição do terreno.
Quid iuris?
Sendo que o primeiro negócio é nulo, por consistir num negócio em que não fora respeotada
a forma legal do artigo 875º - artigo 220º. Para este negócio ser anulado é necessário uma
ação de declaração de nulidade que pode ser invocada a qualquer altura. A ação de
declaração de nulidade apenas tem efeitos restitutivos e não retroativos, pois estes negócios
não alteram a realidade jurídica.
O negócio é assim nulo, segundo o artigo 220’º. Como não são produzidos os efeitos volitivo
finais, B não pode vender o terreno a C, pois seria uma violação do princípio nemo plus
iuris, isto é, ninguém pode transmitir mais direitos do que aqueles que tem. C está atempo de
pedir uma ação de declaração de nulidade que pode ser invocada por qualquer interessado e
assim ocorrerão os efeitos pretendidos.
Antes disso devemos verificar se C está, de facto de boa-fé, isto é, se este desconhecia a
situação anterior do imóvel (que foi transmitido mediante um negócio nulo). Para saber se o
C está protegido pelo artigo 291, devem estar cumulativamente preenchidos os 6pressupsotos
que constam do artigo.
4- o terceiro tem de estar de boa fé, isto é, tem de desconhecer a situação anterior do imóvel
6- tem de ter decorrido 3 anos deste a celebração do primeiro negócio jurídico, logo este
também se encontra preenchido.
Desta forma estando preenchidos todos os pressupostos do artigo 291º, podemos perceber que
o direito de oponibilidade relativa transformou-se efetivamente num direito de propriedade,
estamos perante um exceção ao princípio nemo plus iuris, pois C adquirr a non domino um
dirieto de propriedade ex novo e não é um direito real derivado.
II.
a) Considere, agora, que, tendo sido celebrada escritura pública, Amâncio só vendeu o terreno a
Berto porque este exerceu sobre aquele cocção moral, situação que cessou no mês de Maio de
2005. Em 9/12/2005, Amâncio pretende reaver o terreno vendido. Quid iuris?
Neste caso, é referido um vício de vontade que é a coação moral - os ngócios celebrados com
vícios de vontade possuem a sanção de anulabilidade ao abrigo do artigo 287º do Código
Civil.
O negócio jurídico anulável produz todos os efeitos volitivo- finais mas apenas a título
provisório, ou seja, ao celebrar o contrato de compra e venda com Berto, perto é titular do
direito de propriedade mas apenas a título provisório.
Amâncio ao pretender reaver o terreno pretende intentar uma ação de anulação - aritgo 287º
do Código Civil. A anulabilidade só pode ser invocada pelas pessoas cujo interesse fora
estabelecido pela lei e não pode ser de conhecimento oficioso do tribunal. O prazo para
invocar a anulabilidade é de um ano após a cessação do vício. Este tipo de de vício é sanável
e a sentença desta ação possui efetios retroativos e restitutivos.
O negócio foi celebrado em 2000, o vício cessado em Maio de 2005, Amâncio tinha até Maio
de 2006 para intentar a ação de anulação. Amâncio intentou a ação em dezembro de 2005,
dentro do prazo estabelecido.
Assim, a propriedade volta a Amâncio como se nunca tivesse saído da sua esfera.
b) A solução seria a mesma se, em Maio de 2001, Berto tivesse vendido o aludido terreno a
Carlos que o registou de imediato, desconhecendo as irregularidades anteriores?
Em maio de 2001, Berto celebrou com Carlos um CCV sobre o mesmo terreno que tinha
comprado a António. Entende-se que este negócio respeitou a forma legal prevista no art.
875º, pois só assim Carlos poderia ter registado o seu direito. Assim, o contrato é válido e
todos os efeitos do art. 879º se vão produzir.
Não obstante , segundo o principio nemo plus iuris, Berto não pode transmitir mais direitos
do que aqueles que tem, assim, apenas transmitiu a Carlos um direito de propriedade a titulo
provisório.
No entanto, Amâncio em Dezembro de 2005 pretende reaver o terreno. Com esta ação,
retroativamente o negócio B-C que era válido, torna-se numa venda de coisa alheia e por isso
nulo, extinguindo-se assim o direito contratual a titulo provisório de C. Carlos que
desconhecia as irregularidades do negócio anterior, só não será afetado pelos efeitos da ação
de anulação, caso esteja protegido pelo art. 291º e para tal, como já referido, é preciso que os
seus requisitos estejam preenchidos cumulativamente.
Tem de estar em causa um bem imóvel ou móvel sujeito a registo (trata-se de um terreno, ou
seja, de um bem imóvel);
direito adquirido por terceiro de boa-fé (como já visto, Carlos estava de boa-fé 291º/3);
o registo de aquisição do terceiro tem que ser anterior ao registo da ação, nesse caso, de
anulação (Carlos registou o seu direito em 2004 e Amâncio a ação em 2005);
têm que ter decorrido 3 anos desde a realização do primeiro negócio (o primeiro negócio foi
realizado em 2000 e Amâncio só em 2005 veio exigir a restituição do terreno, 5 anos após a
realização do negócio, 291º/2.
Se se tratasse de doação, art. 940º, Carlos não estaria protegido pelo art. 291º, visto
que a doação não é um negócio oneroso e, para alguém ser protegido pelo 291º, todos
os requisitos têm de estar cumulativamente preenchidos, e no caso da doação, o
terceiro requisito não se preencheria.
Caso prático no 18
Em Janeiro de 2000, A doou a B um automóvel porque B o convenceu de que era filho de um
grande seu amigo, o que não era verdade. B, assim que se viu na titularidade do automóvel
vendeu-o a C, que suspeitava que B o tinha adquirido de modo irregular. Contudo, não se
importando com isso, comprou-o e registou a sua aquisição.
Passados quatro anos, A descobre que B não era filho do seu amigo e quer recuperar o
automóvel. Poderá fazê-lo?
Estamos perante a um caso relativo a modalidades do negócio jurídco, como tal
devemos analisar cada negócio jurídico realizado autonomamente e para elaborar
um raciocínio jurídico adequado.
Em primeiro lugar, o primeiro negócio jurídico realizado diz respeito a uma doação a
doaçã oé um negócio jurídico unilateral mediante o qual alguém dispõe
gratuitamente do seu património em benefício de outra pessoa. Contudo, esta doação
padece de um vício de vontade o que faz com que este negócio seja anulável.
Sendo possuidor, B realizou um CCV com C, art. 874º, cujo objeto mediato era o
mesmo do negócio anterior. Como se trata de bem móvel, existe liberdade de forma,
art. 219º. Este negócio não sofre de qualquer invalidade, assim, sendo válido produz
todos os efeitos volitivo-finais o art. 879º, dá-se a transmissão da propriedade por
mero efeito do contrato artigo 879º a) e 408º/1) (efeito real), B tem a obrigação de
entregar a coisa artigo 879º b)) e C tem a obrigação de pagar o preço da coisa artigo
879º c)) (efeitos obrigacionais).
Contudo, o princípio nemo plus iuris diz-nos que ninguém pode transmitir direitos
mais fortes que aqueles que tem, pelo que B, proprietário a titulo provisório, só pode
transmitir a C uma propriedade a titulo provisório. O automóvel acaba por pertencer
a C, que adquire por via do contrato, um direito a domino, mas a título provisório.
O facto de C desconhecer com culpa a anulabilidade do negócio não releva pra que
ele possa adquirir, releva apenas para saber se ele pode ficar com o adquirido, nos
termos do art. 291º. O vicio que inquinava o negócio entre A e B cessou em 2004 e A
quer recuperar o automóvel.
Segundo o art. 287º, A tem legitimidade para intentar uma ação de anulação, pois é o
legitimo interessado, dentro do prazo de um ano após a cessação do vicio, ou seja,
tem até 2005 para intentar a ação. Se a ação for procedente terá como efeitos
retroativos o retorno do direito de propriedade a A por mero efeito da sentença, e
terá como efeitos restitutivos, o bem voltar a A. Consequentemente, caindo o negócio
entre A e B, em principio o negócio entre B e C também cairá e assim o negócio B-C,
que era válido, tornar-se-á venda de coisa alheia e, por isso, nulo.
Contudo, C como terceiro pode ficar protegido dos efeitos da ação da anulação, pelo
artigo 291º, desde que os seus pressupostos estejam todos cumulativamente
preenchidos. Tem de se tratar de um bem móvel ou imóvel sujeito a registo (trata-se
de um automóvel, por isso bem móvel sujeito a registo); têm de estar em causa
direitos incompatíveis entre si (A tem direito de propriedade e C o direito de
oponibilidade relativa); o direito tem que ser adquirido a título oneroso (C adquiriu o
bem através de um contrato de CCV, que é um negócio oneroso); direito adquirido
por 3º de boa fé (C desconhecia o vicio, mas desconhecia com culpa, isto é,
desconfiava do que se tinha passado, por isso não se pode considerar que tenha agido
de boa fé.
Assim, este pressuposto não se encontra preenchido); o registo de aquisição pelo
terceiro tem de ser anterior ao registo da ação, neste caso, de anulação (C registou o
seu direito em 2000 e A só registou em 2004); tem de ter decorrido três anos desde a
realização do primeiro negócio (o primeiro negócio foi realizado em 2000 e só em
2004 A veio exigir a restituição do carro, mais de 3 anos depois).
Assim, como não foram preenchidos todos os pressupostos, C não fica protegido art.
291º, retornando assim a propriedade para A.
I.
A, dono de um pinhal frondoso, vende-o a B, emigrante em França, que não regista a sua
aquisição. Entretanto C negoceia com A a aquisição do terreno, o que vem a fazer por contrato
de compra e venda celebrado por escritura pública, fazendo, de imediato, o respectivo registo
predial e tomando posse do aludido terreno. B, quando regressa de férias a Portugal, apercebe-se
que C está a cortar algumas árvores e a arranjar a vedação do terreno.
a) B exige de C a restituição do terreno. Quid iuris?
A celebrou um contrato de compra e venda com B, o artigo 874º, cujo objeto mediato é o
terrono, ou seja, é uma bem imóvel segundo. o artigo 204º nº1 e, por isso, sujeito a registo,
nos termos o artigo 2º nº1 do Código do Registo Predial. Este tipo de imóvel está sujeito À
forma do artigo 875º, sendo que nada nos é dito no enunciado.
Apesar de B não ter registado o seu direito, isso não implica que ele não o tenha adquirido,
visto que o registo serve apenas para efeitos de publicidade, art. 1º Cod. Reg. Pred.
Entretanto A celebrou um CCV com C, art. 874º, cujo objeto mediato é o terreno que tinha
vendido anteriormente a B, negócio este que respeitou a forma legal de celebração.
Contudo, trata-se de uma venda de coisa alheia e, por isso, nula art. 892º, já que A já não
tinha o direito de propriedade para o transmitir, violando-se assim o principio nemo plus
iuris, pois não se pode transmitir um direito maior do que/aquele que se tem. Sendo o
negócio nulo, nenhum dos efeitos volitivo-finais do art. 879º se vão produzir. Deste modo, C
nada adquire por força do contrato.
Contudo C estava de boa fé, pois nada nos diz que tinha conhecimento da venda anterior,
adquirindo desse modo, por força da lei, um direito de oponibilidade relativa, art. 892º 2ª
parte. Para além disso, C confiou nas presunções do registo, art. 7º Cod. Reg. Pred., já que
era A quem figurava como proprietário, assim estava de boa fé, sendo considerado 3º para
efeitos de registo, juntamente com B (art. 5º/4 Cod. Reg. Pred.). Uma vez que B e C são
terceiros para efeito de registo (art. 5º/1/4 Cod. Reg. Pred.), segundo o art. 6º Cod. Reg.
Predial, prevalece o direito inscrito em primeiro lugar, como B não procedeu sequer ao
registo, C passa a deter o direito de propriedade sobre o terreno. Trata-se aqui de uma
aquisição tabular, já que o direito de oponibilidade relativa de C e o art. 6º do Cod. Reg.
Predial, deram origem ao direito de propriedade.
Como não podem existir dois direitos absolutos sobre o mesmo conteúdo, a favor de
diferentes titulares, o direito contratual e B extingue-se, tratando-se assim de uma sanção por
B não ter cumprido o ónus de registar a sua aquisição. O proprietário é C. B não pode exigir
a restituição do terreno.
b) A solução seria a mesma se C soubesse que o terreno já havia sido vendido a B?
Se C soubesse que o terreno já havia sido vendido a B, não estaria de boa fé, por isso não
seria considerado 3º para efeitos de registo, porque conhecia a desconformidade entre a
realidade de facto e a realidade jurídica. Assim sendo, não tendo adquirido direito nenhum, o
simples facto de ter registado a aquisição não sana nulidades nem lhe atribuía qualquer
direito. Logo, o proprietário é B e, por isso, tem o direito de exigir a restituição do terreno.
II.
Considere, agora, que A vende a B o terreno, por escritura pública, e que este não regista. Dois
meses após a aquisição, C, no âmbito de um processo executivo proposto contra A, verifica no
registo predial que o terreno está ali inscrito na titularidade de A e penhora o referido terreno,
efectivando-se, de imediato, o respectivo registo predial. B considera-se o legítimo dono do
terreno e entende reagir contra a penhora. Quid iuris?
Não padecendo de nenhum vício, este contrato é válido. Assim sendo, todos os efeitos
volitivo-finais do artigo 879º se vão produzir. Dá-se a transferência da propriedade
por mero efeito do contrato - artigo 879º a 408º/1.
A modalidade triangular do negócio surge quando surge o negócio BD. Este negócio
é um contrato de compra e venda sobre bem alheio em que B já não possuía a
propriedade pois essta já fora transmitida a C por mero efeito do contrato. Logo, ao
abrigo do princípio nemo plus iuris este não pode transmitir mais direitos do que
aqueles que tem. Contudo D regista a sua aquisição ao abrigo do disposto no Código
do Registo Predial. Desta maneira ele adquire um direito de oponibilidade relativa -
nos termos do artigo 7º do CregPRed. No entanto temos de avaliar se C e D são
terceiros para efeitos do registo - 5nº4 do Codigo do Registo Predial. Sim e no entanto
C não registou o seu direito real de propriedadade, assim este não estando registado
só tem eficácia inter partes e não pode ser oponível a terceiros.
Estamos perante uma aquisição tabular a non domino: aquisição aparente que por
força do registo se torna efetiva. Mas D, apesar de ter adquirido este direito, continua
a estar sujeito a uma ação de anulação por parte de A, que intentado uma ação faz
cair o negócio. D tem um direito de propriedade a título provisório. No fim do dia, o
proprietário é D a titulo provisório, pois este direito ainda pode ser alvo de uma ação
de anulação se não tiver passado o tempo suficiente para a A a intentar.
2. b) Imagine que António, cessando a cocção moral, tenta recuperar a vivenda. Quid
iuris?
Ao cessar a coação moral começa a contar o prazo de um ano para António intentar
uma ação de anulação. Esta ação tem efeitos retroativos, pois altera a realidade
jurídica e resitutivos, onde as partes devem efetuar as prestações inversamente àquilo
que fora efetivamente cumprido. A lei estabelece quem pode intentar esta ação de
anulação, isto é, que for legítimo interessado. A sentença desta ação é consolidativa e
esta pode ser sanável mediante consolidação ou outros fatores previstos na lei.
(Frequência de 20/01/2003)
Caso prático n.o 21
Em Janeiro de 2007, António doou, sob coacção moral, a sua moradia de férias a Bento,
o qual registou o seu acto aquisitivo. Em Abril de 2010, Bento arrendou a moradia a
Carlos para o período referente ao mês de Agosto. Contudo, como mais tarde Dário lhe
ofereceu o dobro da renda, Bento voltou a arrendar a moradia a Dário, para o mesmo
período. Todos os contratos foram celebrados sob a forma legalmente prescrita.
Para que possamos aferir quem possui direitos sobre o mesmo imóvel devemos
analisar cada negócio jurídico autonomamente O primeiro negócio jurídico
celebrado foi em 2007 e consubstancia-se num contrato de doação que está regulado
nos artigos 940º seguintes. Os efeitos essenciais decorrentes da celebração de um
contrato de doação estão presentes no artigo 954º. Por seu turno, o objeto do contrato
de doação é um moradia (bem imóvel, prédio urbano, nos termos e para o efeito do
disposto nos artigo 202º e 204/1/a do CC). O contrato de doação de bens imóveis à
semelhança do contrato de compra e venda, está sujeito a forma legalmente exigida,
prevista no artigo 947/1 do Código Civil. No entanto, embora a forma legal tenha sido
respeitada, o enunciado diz-nos que o negócio jurídico só se realizou porque A estava
sob coaçaõ moral, facto que permite que de acordo com os artigo 255º e 256º, o
negócio em causa seja anulável. Como estamos perante um contrato anulável, os
efetios volitivo-finais decorrentes deste contrato de doação só se produzirão a título
provisório. O artigo 287nº1 refere-nos o regime jurídico associado à anulabilidade. A
ação de anulação pode ser instaurada a partir de um ano desde que cessa o vício e
produz efeitos retroativos e restitutivos, pois a sua sentença vem a alterar a realidade
jurídica.
Neste caso, estando-se perante direito pessoais de gozo incompatíveis entre si, e não
se estanod perante a necessidade de registo, vale, de acordo com o artigo 407º o
direito amis antigo em data- o direito pessoal de gozo de C, portanto, que foi o
primeiro a ser adquirido. Tal como já referido anteriormente, uma pessoa pode
obrigar-se várias vezes, agora o que não poderá é cumprir todas as obrigações –
nesses casos, o incumprimento perante um dos credores dá sempre aso a
responsabilidade contratual (artigo 798 e ss. do CC) Neste caso, D, vendo o seu
direito de locação realizado com B não ser cumprido, poderá pedir uma
indemnização, ao abrigo do instituto jurídico da responsabilidade contratual.
Estando-se perante atos sujeitos a registo predial, já não se poderá aplicar o artigo
407º do CC pese embora ainda se esteja perante direitos pessoais de gozo
incompatíveis entre si - o que este artigo nos refere é que, se o contrato em causa for
tutelado pelas leis do registo, então serão estas aplicadas nessas situações.
Efetivamente, não sendo o registo constitutivo, a sua falta não implica a invalidade
do contrato de locação, mas faz com que, de acordo com o artigo 4/1 do crepredial, o
mesmo só tenha eficácia inter partes, não podendo, de acordo com oartigo 5/1 do
CRegpredial, ser oposto a terceiros para efeitos de registo.
3. c) Imagine, agora, que, em vez dos dois arrendamentos, Bento realizou duas
vendas. Considere, ainda, que apenas Dário registou a sua aquisição e que,
apesar de conhecer a venda celebrada entre Bento e Carlos ignorava o que se
passara entre António e Bento. Cessando a coacção moral em Dezembro de
2010, António tenta recuperar a moradia. Quid iuris?
Importa referir que, ao abrigo do 892º/2ª parte, D poderia ter adquirindo um direito
de oponibilidade relativa a B - o que daqui resultaria é que D não poderia opor a
nulidade do negócio a B, ou seja, tudo se passaria como se o contrato fosse válido.
Nos termos do artigo 5º/4 do CR, terceiros para efeitos de registo são aqueles que
adquirem de autor comum direitos incompatíveis entre si- sendo o negócio B/D nulo,
D além de não ter adquirido o direito de propriedade sobre o imóvel, estava de má-fé,
oque fez com que também não adquirisse um direito de oponibilidade relativa. - D
não adquiriu nenhum direito em virtude do negócio celebrado com B
2 parte da questão:
C não regisotu a sua aquisição, logo não estão preenchidos todos os pressupostos
logo os efetios da sentença da anulação irão repercutir-se em C.
Caso prático n.o 22
O bar ZIX situado numa zona residencial de Albufeira produz e/ou reproduz som musical diariamente até
às 4H00 da madrugada. Bernardo, que habita o 1.o andar de um prédio que dista 100 metros do local onde
o bar está instalado, alega que: ouve o som emitido pelo aludido bar dentro de sua casa; mesmo de portas
e janelas fechadas, consegue ouvir o som produzido por um batuque; o som impede-o de estar em casa
sossegada e tranquilamente com familiares e amigos e de ver televisão, ler e trabalhar, assim como o
impediu de conciliar o sono; tal som tem-lhe causado insónias, desgaste físico e intelectual e
irritabilidade. A facturação anual do bar é de € 1.000.000.
Em segundo lugar devemos olhar para o caso em concreto e perceber que direitos de
personalidade são violados, é necessário olhar-se para o caso em concreto e perceber
se está perante a violação de um direito de personalidade especial tipificado na lei -
artigo 72º- a 80- e em caso negativos então os direitos de personalidade em casuas
deverão ser considerados como uma violação do artigo 70nº1 onde se abarcam todos
os direitos gerais de personalidade.
Em terceiro lugar devemos abordar a questão da porteção dupla que é conferida aos
direitos de personalidade. Esta proteção dupla verifica-se na medida em que a
proteção quanto a violações dos direitos de personalidade se verifica tanto:
contra ofensas ilícitas: a respeito das quase importa ter presente que naõ é preciso
culpa para que se verifique a ofensa, nem tampouco intenção de prejudicar, releva
aqui a ilicitude: o legislador reconhece-lhes tal importância que pretende abranger o
número máximo de situações.
Como também contra ameaças de ofensa ilícita, as quais devem ser reais e concretas,
não bastando que sejam pensadas. No acso em concreto, estamos perante uma ofensa
ilícita já concretizada e que irá persistir se nada fizer: está a ocorrer uma violação do
direito geral de personalidade do Bernardo (artigo 70ºnº1 do CC) não relevando a
culpa ou intenção de violação, mas apenas a violação objetiva, por forma a garantir-
se a maior tutela possível aos direitos de personalidade
Em quarto lugar temos os meios de reação ao dispor do Bernardo contra a violação
dos seus direitos. O artigo 70ºnº2 refere os dois meios de reação contra ofensas ou
ameaças de ofensa ilícita.
. providências cíveis de remédio - que visam atenuar os efeitos de uma ofensa lícita já
cometida ou concretizada. Neste caso, existindo já uma ofensa ilícita ao direito de
personalidade geral do Bernardo serão necessárias providências cíveis de remedio
adequadas, a determinar pelo juíz, por forma a atenuar ou fazer cessar uma ofensa
que já existe. Tipos de providências seriam insonorizar o ar, ordenar que não fosse
reproduzido.
2º meio de reação diz respeito à responsabilidade civil por factos ilícitos - artigo 483º.
Chegando-se à conclusão que estes pressupostos estão preenchidos cumulativamente,
parece que Bernardo terá direito a uma indemniszação por factos ilícitos, sob forma
de compensação, nos termos do 496º, e isto porque só estava em causa a existência de
danos não patrimoniais.
NOTA - para além de o bernardo ter direito a pedir ao juzi que determinasse
providências cíveis de remédio, poderia ianda receber uma indemnização.
Em quinto lugar, devemos saber quem tem legitimidade para requerer providências
cíveis e responsabilidade contratual- se o sujeito cujo direito foi violado não estivesse
vivo, aplicar-se-ia o artigo 71/2 do CC, tendo legitimidade para requerer tais
providências as pessoas aí referidas. No entanto, estando a pessoa cujo direitode
personalidade é violado, viva é ela quem possui a legitimidade para requerer as
providências cíveis adequadas, assim como a indemnização, nos termos do artigo
70nº2
Quid iuris?
Primeiramente, importa referir o que parece estar em causa é a violação ode direito
de personalidade de Manuela. Os direitos de personalidade definem-se como
subjetivos, privados, absolutos, gerais, extrapatrimoniais, inatos, perpétuos,
intransmissíveis e relativamente indisponíveis, tendo por objeto a proteção dos bens e
manifestações interiores da pessoa humana, com o objetivo de assegurar a tutela da
integridade, assim como do desenvolvimento físico de intelectual dos indivíduos.
O artigo 79ºnº1 refere que retrato de uma pessoa não pdoe ser exposto ao comercio
sem o seu consentimento, pelo que se conclui pela violação deste artigo.
Mesmo que a imagem publicada naõ fosse ofensiva e ela não se sentisse incomodada,
tal não releva, sendo que aquilo a que se atenta é simplesmente o facto de a imegem
ter sido exposta sem o consentimento do seu titular.
Já no que diz respeito aos meios de reação que podem ser adotas por parte de quem
vê os seus direitos de personalidade serem violados, os mesmos podem ser:
2º meio responsabilidade civil por factos ilícitos: presente nos artigos 483º e seguintes
do código civil
Paloma, modelo célebre, celebra um contrato com uma estação de televisão, através do qual, mediante
retribuição, aquela se obriga a viver dentro de uma casa rodeada de câmaras de filmar que irão
transmitir em directo todos os seus actos. Para além de Paloma, o programa conta com a participação
de mais seis pessoas. Considere que:
1. a) Uma semana após o programa ter começado a ser exibido ao público, Paloma decide sair da
casa e pretende opor-se à exibição de qualquer imagem sua. Quid iuris?
No presente caso prático, oque parece estar em causa é a possível violação do direito
à imagem de Paloma, portanto, do artigo 79ºnº1 do CC
Assim, importa referir os meios de reação que estão ao dispor do lesado, ou futuro
lesão no que diz respeito à violação de direitos de personalidade.
O artigo 70nº2 refere que é pessoa ofendida ou ameaçada que o pode fazer. Caso a
paloma estivesse morta, a legitimidade recairia sobre o leque de pessoas enunciadas
no artigo 71ºnº2 do CC.
Por fim, importa ainda analisar a existência de um eventual consentimento na lesão
dos direitos de personalidade. E isto porque, embora os direitos de personalidade
sejam intransmissíveis, e relativamente indisponíveis, a verdade é que são passiveis de
consentimento, no que diz respeito à sua violação , passando a mesma a não ser a
violação mas sim um ato ilícito.
O consentimento, para que seja válido e legal, tem que ser esclarecido, consciente,
informado, devidamente ponderado, concreto, legal, e não pode ser presumido.
Paloma poderá fazê-lo, na medida em que a limitação legal voluntária dos direitos de
personalidade é sempre revogável.
o Os contratos, quando existem, são para serem cumpridos – princípio pacta sunt
servanda.No entanto, perante direitos de personalidade, o legislador admite o
incumprimento do contrato porque estes têm por objeto os bens e manifestações
interiores da pessoa humana, os quais visam proteger, podendo, por isso, sobrepor-se
ao princípio do cumprimento do contrato – mais um reflexo da importância que o
legislador nacional atribui aos direitos de personalidade. Esta eventual indemnização
que poderia ter que ser paga por Paloma não nasce na violação do contrato
propriamente dita, mas sim com a destruição legal do artigo 81ºnº2
2. b) Aproveitando-se de tal facto, uma casa de diversão nocturna adopta a denominação de,
“Noites da Paloma”. Quid iuris?
Primeiramente, importa referir que o que parece estar em causa no presente caso
prático é a
violação de direitos de personalidade. Os direitos de personalidade são subjetivos,
privados,
refere que cabe ao próprio lesado, uma vez que se encontra vivo, recorrer a esses
meios. Em caso de estar morto, cabe ao leque de pessoas enunciadas no artigo 71/2
exigir as providências cíveis adequadas. Por último, importa analisar a hipótese de
consentimento na violação dos direitos de personalidade. Embora estes sejam
intransmissíveis, e relativamente indisponíveis, a verdade é que o artigo 340º prevê a
possibilidade de consentimento da violação de direitos em geral, a qual, uma vez
consentida, deixaria de ser uma violação, para passar a ser uma ação lícita. No
entanto, no referente aos direitos de personalidade, existe uma norma especial em
relação ao artigo 340º, e que deve ser aplicada em situações de eventual
consentimento na violação dos direitos de personalidade: o artigo 81º do CC. Ainda
assim, e de acordo com toda a análise até então efetuada, assim como com o próprio
enunciado, não parece ter sido consentida pela Paloma a violação do seu direito ao
nome (artigo 72/1/2ª parte), à honra ou dignidade (nos termos do artigo 70/1 do CC),
pelo que se verifica a possibilidade de recurso aos meios de reação anteriormente
referidos.
3. c) Numa revista foram publicadas fotografias de Paloma sem qualquer roupa vestida que
foram tiradas enquanto esta estava no discreto jardim da casa dos seus pais. Quid iuris? E se
esta já tivesse falecido?
Assim, importa referir os meios de reação que estão ao dispor do lesado, ou futuro
lesado, no que à violação dos direitos de personalidade diz respeito. Efetivamente,
existem dois meios de reação à lesão dos direitos de personalidade, referidos no artigo
70/2 do CC; através de providências cíveis adequadas ao caso concreto, a determinar
pelo juiz, à exceção do artigo 75/2 do CC, onde já é a própria lei que as determina.
Neste caso, parece que estamos perante uma situação clara de abuso de direito,
prevista no artigo 334º do CC, o qual pode ser:
2) Abuso de direito individual: Ocorre quando o que é violado é a boa fé e/ou os bons
costumes.
António é proprietário de uma pastelaria. António celebra um contrato com a empresa, “Distribuicafé –
distribuição de café, Lda”, fornecedora de café em grão, em que se obriga a comprar a esta, em
exclusivo, pelo período de 8 anos a quantidade mínima mensal de 28 kg de café, sob pena de resolução
do contrato e pagamento de uma indemnização. Durante 3 anos, António não compra as quantidades
mínimas de café acordadas, o que era do conhecimento da “Distribuicafé” que nunca reagiu. Passado
este tempo, a “Distribuicafé” pretende fazer cessar, por resolução, o contrato e exigir a correspondente
indemnização. Quid iuris? (Adaptado do ac. do TRP, processo n.o0552581, de 23.05.2005, in
www.dgsi.pt)
O contrato que está em causa é um contrato de compra e venda, referido nos artigos
874º e seguintes cujos efeitos estão previstos no artigo 879º do CC.
Afigura-se necessário perceber-se quais são os direitos que estão em causa se são
direitos relativos da distribuidora de café, nomeadamente o de resolução de contrato,
caso António não comprasse os 28 kg mensais de café acordado.
A distribuicafé não está a agir de acordo com o fim económico social ao abrigo do
qual a lei possibilita o regime da resolução de contrato e possibilidade de
indemnização, ao abrigo do instituto jurídico da responsabilidade sicivl contratual,
pelo que não se pode considerar que se está perante um abuso do direito
institucional.
Por isso, o facto de vir, depois de 3 anos, exigir tais direitos, faz com que a
distribuidora viole os bons costumes que lhe eram exigidos, pelo que estamos perante
um abuso de direito individual, que implica a ilegitimidade do exercício dos referidos
direitos, ao abrigo do artigo 334º do CC.
Daqui resulta que a distribuidora não pode, depois de 3 anos, vir extinguir o contrato
e pedir uma indemnização ao António, de acordo com o artigo 334º do CC.
Osmar casou aos 17 anos de idade. Um mês após o casamento, antes de atingir a
maioridade, deu um valioso anel de ouro que lhe havia sido deixado pela avó, a Beatriz
e, convencendo o Notário que já era maior, deixou a Carlos, em testamento, um prédio
rústico. Aprecie a validade dos negócios jurídicos celebrados por Osmar.
Osmar é menor de idade pois ainda tem 17 anos, segindo os artigos 122º e ss uma vez
que não prefez 18 anos. Porquanto carece de incapacidade de exercício dos seus
direitos (artigo 123º), sendo que s´po atinge a capacidade de exercício quando atinge
os 18 anos.
A capacidade negocial exige um certo grau de maturidade que permite ao osmar com
base na sua vontade, isto é, implica um discernimento maduro para entender e querer
um negócio jurídico e aos seus efeitos. Assim, a capacidade negocial de exercício
traduz-se na suscetibilidade de Osmar participar no tráfego jurídico.
Caso Osmar casasse não estamos perante um impedimento dirimente absoluto, uma
vez que tem mais de 16 anos pode fazê-lo (artigo 1600 a). NO entanto, para casar,
Omar precisa da autorização os pais sob pena de se verificar um impedimento
impediente, segundo o artigo 1604º. Importa, contudo, dizer que esta autorização
pode ser suprimida pelo conservador do registo - 1612º
Assim, pelo artigo 132º, Osmar casou-se e emancipou-se e os efeitos estão no artigo
133º, ou seja, atribui ao menor plena capacidade de exercício dos seus direitos,
estando habitado a reger a sua pessoa e a desºpr livremente dos seus bens como se
fosse maior, sem prejuízo do 1649º.
Este artigo diz-nos que caso o menor case sem a autorização dos pais, conitnuará a
ser os seus pais que vão proceder à administração dos seus bens e daqueles que
advierem a título gratuito, até este fazer 18 anos.
Casamento- iremos abordar como se resolve esta situação uma vez que casou sem
autorização dos pais.
Doação- a doação é um negocio jurídico que encontra a sua definição no 940 com os
seus efeitos no 954º
Apesar de ter casado e se ter emancipado, artigo 132º e 133º do CC, a verdade é que
se casou sem autorização dos seus pais e aplica-se o artigo 1649º, oque significa que
Osmar continua a ser considerado menor quanto à administração dos seus bens e
portanto, não tinha capacidade para praticar aquele ato jurídico.
Trata-se de uma doação (940º + 954 e ssº) mas como não tinha autorização ods pais
para cassar, continua a ser menor relativamente aos seus bens, e por isto, este
nogócio jurídico pode ser anulável, segundo o artigo 125º, uma vez que também não
se integra nas exceções do artigo 127º
Falando então do artigo 125º/1 a), os pais de osmar podiam anular aquele negócio
jurídico, dentro de o prazo de um ano a contar do conhecimento do negócio, mas
nunca após a menoridade.
O que muda é o negócio jurídico que este praticou, a doação. Se casar com a referida
autorização, o menor passa a ser tratado como maior = pode dispor livremente dos
seus bens e reger a sua pessoa, ou seja, adquire capacidade negocial de gozo e de
exercício, capaz de participar no tráfico jurídico em geral.
A, aquando do negócio jurídico era menor, segundo o artigo 122º, e por isso não tem
capacidade negocial de gozo segundo o artigo 123º - A não tem capacidade de
exercício dos direitos.
Segundo o artigo 124º, deverão ser os seus pais a celebrar negócio jurídico no seu
lugar, sob pena de estes serem anuláveis (artigo 125º/1), a menos que recaiam numa
das exceções da incapacidade dos menores, previstas no artigo 127º.
A venda deste imóvel não cabe nas exceções do artigo 127º, porque não se trata de
um bem que adquiriu por seu trabalho etc..
O negócio será, portanto, anulável, segundo o artigo 125º ºn1 como já referido,
porque os pais de Alberto podiam anular aquele negócio jurídico, dentro do prazo de
um ano a contar do conhecimento do negócio, mas nunca depois de atingir a
maioridade (artigo 129º e 132º, que refere que esta incapacidade só termina com a
maioridade ou emancipação, através do casamento, com autorização dos pais.
O objeto mediato da relação jurídica é a baixela, legado dos avós paternos e insere-se
no artigo 2030º- 2050º aceitação da herança.
Como A é menor não tem capacidade negocial de exercício, e ,por isso, não pode
aceitar por ato próprio a herança.
Artigo 288º negocio terica sido convalidade- com eficácia retroativa (nº4º do artigo
288º)
Filho menor - não poderia fazer nada porque a sua legitimidade para arguir
anulabilidade do negócio nos termos da alínea c) do nº1 do artigo 125º tinha cessado
Alberto é proprietário de um valioso património que lhe foi deixado pelos avós.
Considere o seguinte:
1. a) Aos 16 anos de idade, Alberto, solteiro, vende a Bernardo uma casa de
habitação deixada pelo avô pelo preço de 100.000 €. Bernardo pagou de
imediato e Alberto obrigou-se a entregar as chaves da casa no prazo de 3
meses. Os pais de Alberto pretendem anular o negócio. Podem?
Alberto é menor segundo os termos do artigo 122º, por isso não tem capacidade de
gozo segundo o artigo 123º Alberto não tem capacidade de exercício de direitos.
Segundo o 124º, deverão ser os seus pais a celebrar o negócio jurídico no seu lugar,
sob pena de estes serem anuláveis (artigo 125ºnº1), a menos que recaiam numa das
exceções da incapacidade dos menores, previstas no artigo 127º
A venda deste imóvel não cabe nas exceç~eos do artigo 127º, porque não se trata de
um bem que adquiriu pelo seu trabalho, não se trata de uma despesa de pequena
dimensão.
O negócio será, portanto, anulável, segundo o artigo 125º nº1, como já referido,
porque os pais de Alberto podiam anular aquele negócio jurídico, dentro de um prazo
de um ano a contar do conhecimento do negócio jurídico, mas nunca depois de
atingir a maioridade (129º e 132º que refere que esta incapacidade só termina com a
maioridade ou emancipação, através do casamento, com autorização dos pais.
- Anular o negócio
Alberto é menor de idade (16 anos), segundo os artigos 122º e seguintes, uma vez que
ainda não prefez 18 anos. Porquanto carece de capacidade para o exercício dos seus
direitos (123º), sendo que só atinge esta capacidade quando atinge a maioridade e
tem a plena capacidade de exercício dos seus direitos conforme impõe o artigo 130º.
Assim, deverão ser os pais a celebrar negócios jurídicos no seu lugar, segundo artigo
124º do CC, sob pena de estes serem anuláveis (artigo 125ºnº1), visto que não se
encaixa em nenhuma das exceções do artigo 127º do CC.
1601- a)- verificamos que, como Alberto tem 16 anos, não se configura como
impedimento dirimento absoluto. Alberto pode, deste modo, casar;
Sendo menor, mesmo que emancipado, uma vez que não teve autorização dos pais,
não tem capacidade negocial de exercício (123º) e, assim, deverão ser os seus pais a
celebrar negócio jurídico no seu lugar, sob pena de estes serem anuláveis ao abrigo
do 125º.
O menor é de pleno direito emancipado pelo casamento (tenha casado com ou sem
autorização dos pais/tutor ou o suprimentodesta pelo conservador do registo civil
1604º + 1612º) NO entanto nesta situação em que se casa com a devida autorização, o
menor passa a ser tratado como maior e passa a dispor livremente dos seus bens e a
reger a sua pessoa, ou seja, adquire capacidade negocial degozo e exercício
Passa a ter plena capacidade de exercíio e todos os seus negócios jurídicos passam a
ser válidos- emancipou-se pelo casamento e adquire pela capacidade de exercício de
direitos, habitando-o a reger a sua pessoa e a dispor livremente dos seus bens como se
fosse maior, salvo disposto no 1649º
Ao falsificar o b.i estamos perante dolo, presente nos artigos 253 e seguintes
Artigo 126º (dolo do menor): NÃO TEM direito de invocar a anulabilidade o menor
que para praticar o ato tenha usado de dolo com o fim de passar por maior ou
emancipado. Alberto, deste modo, não poderia invocar a sua anulabilidade.
Segunda parte
Contudo, Alberto já era emancipado e por isso os pais seriam afastados- artigo
125nº1 e concluído não podem invocar a anulabilidade
Terceira parte
5. e) Alberto, ainda com 15 anos e antes de pensar sequer em casar, compra uma
bicicleta a Carlos pelo montante de 75 €. Um mês depois de casar, pretende
invalidar o negócio que celebrou. Quid iuris?
Alberto é um menor de idade, segundo o artigo 122º, segundo o artigo 123º não
possui capacidade negocial de exercício. Deste modo, de acordo como 124º, deverão
ser os pais a celebrar negócios jurídicos no seu lugar, sob pena de estes serem
anuláveis de acordo com o 125ºnº1.
NO entanto, o artigo 127º apresenta exceções à incapacidade dos menores e, ao que
parece este aso cabe nas exceções dos negócios válidos do 127ºb)
António, de 18 anos, após ter sofrido um acidente de viação grave, sofre de sequelas ao nível do
discernimento mental e deixa de se conseguir situar geograficamente; não reconhece o valor facial do
dinheiro nem sabe determinar o seu valor relativo; não reconhece os seus familiares mais próximos e
necessita do auxílio de terceira pessoa para os atos quotidianos básicos. Foi proposta uma ação de
acompanhamento, propositura que foi devidamente publicitada. Posteriormente, o acompanhamento foi
decretado, com o regime de representação geral.
2. b) Antes de a respetiva ação ser proposta e publicitada, enquanto as pessoas legitimadas para tal,
esperavam pelas conclusões do relatório médico, António comprou a Berto, mecânico, um carro
usado. Quid iuris?
Como estamos perante uma situação em que a ação ainda não foi proposta, então
aplica-se o regime da incapacidade acidental
É necessário recorrer ao artigo 257º para perceber este regime da incapacidade
acidental.
.No caso concreto, António não sabe nem conhece o valor do dinheiro por inerência
não consegue entender o negócio que está a celebrar
. ou conhecido
Caso o facto seja notório - uma pessoa normal diligente poderia notar 257nº2 - o
negócio seria anulável
153º A não tem capacidade natural- se celebrasse o negócio este seria anulável.
Podem ser decretadas providências cautelares para impedir que o maior
acompanhado tenha prejuízos de acordo com o artigo 139º
Assim:
POR FIM:
Caso o representante ad-hoc fosse autorizado pelo tribunal para celebrar este ato de
venda do terreno: se um negócio fosse celebrado em desrespeito pelas medidas
provisórias decretadas, o negócio seria anulável - 154º nº1
3. d) Depois de a ação ter sido proposta judicialmente e publicitada, num momento de completa
lucidez, António vendeu a Daniel o que restava do automóvel acidentado por € 1.000,00, sendo
que o valor de mercado do mesmo era de € 2.000,00. Tendo em conta que a ação proposta foi
procedente, quid iuris? E se tivesse vendido por € 3.000,00, a resposta seria a mesma?
Relativamente aos atos prejudicais “ Por prejuízo deve entender-se uma desvantagem
patrimonial em termos objetivos. A prática do ato se evidencia um prejuízo que dele
resulta. O prejuízo nasceu com a prática de ato- onde se afere há prejuízo é NO
MOMENTO DO ATO.
4. e) Após ter sido proferida decisão judicial procedente, António vende um outro terreno de que
era proprietário a Ernesto que nada sabia sobre a incapacidade daquele. O terreno foi vendido
por € 100.000,00, sendo de € 75.000,00 o seu valor de mercado. Quid iuris?
Uma vez que não diz se é antes ou depois do registo, temos de aferir as duas situações
possíveis.
Pressupostos:
Em relação ao PRAZO?
Lacuna na lei- aplicação analógica da al.a) do nº1 do artigo 125º CC ex vi artig o10º
do cc)
5. f) Considere, em alternativa, que António sofreu o acidente de viação quando tinha 17 anos de
idade. Poderia ter sido proposta alguma ação judicial?
141º LEGITIMIDADE
6. g) António, já com 20 anos de idade, depois de a ação proposta ter sido procedente e de a
respetiva decisão já ter transitado em julgado, pretende casar com Ana. Quid iuris?
7. h) Imagine que os efeitos do acidente não foram tão graves e que a sentença apenas tinha
decretado uma autorização prévia para a prática de atos de disposição de bens, a resposta à al. e)
seria diferente?
Os negócios de disposição de bens são aqueles ne´gocio que afetam a raizdo bem, que
afetam a substância do património, que alteram a sua forma ou comunicação,
afetando a sua raiz.
O tribunal irá suprir a autorização do beneficiário para propor a ação, nos termos do n´2
do artigo 141º do Codigo Civil.
Comprou o automóvel:
. não ter o livre exercício da sua vontade -antonio não se lembrava de ter
adquirido o automóvel
. ou conhecido
CASO O FACTO SEJA NOTÓRIO- O NEGÓCIO SERIA ANULÁVEL
Artigo 262º
PRESSUPOSTOS:
PRESSUPOSTOS
RELATIVAMENTE AO TESTAMENTO:
Relativas aos negócios estritamente pessoais - artigo 147º
c) Caso algum dos referidos negócios seja inválido, diga quem o poderá
invalidar e em que termos.
- o acompanhante pode pedir a anulação do ne´gocio com base no nº1 do artigo 125º
DOAÇÃO
QUANTO AO PRAZO?
Nota negócios lucrativos podem ser confirmados pelo representante- nº2 do artigo
125º
O terceiro não tem legitimidade para instaurar a ação de anulação com base no
regime do maior acompanhado- pois este regime só visa proteger o maior
acompanhado.
A Associação Cultural de Vila Cova tem como finalidade a realização de eventos de índole
cultural. Para proceder à realização de um festival de música, arrenda o auditório da vila,
contrata um apresentador para o espetáculo e vende os bilhetes de entrada a € 25,00 cada. O
excedente das receitas foi gasto numa viagem de férias dos dirigentes associativos, organizada
pela Agência de Viagens, “Sol e Mar”. No dia do festival, Cerqueira, funcionário da Associação
incumbido de transportar no automóvel desta, o apresentador para o auditório, como acordado,
atropelou, por descuido, Daniel, que atravessava calmamente a rua na passadeira. O automóvel
não ficou danificado, mas o apresentador e Cerqueira sofreram contusões e Daniel deu entrada
no hospital com fraturas simples, permanecendo incapacitado para o trabalho durante três
meses.
Pessoas coletivas (em sentido lato) todas as formações que, não sendo pessoas
singulares, possuem personalidade jurídica face à ordem jurídica privada
Pessoas coletivas (em sentido restrito): abrange apenas formações cujo regime consta
do 157º do cc.
Sendo que no caso das pessoas coletivas se poderá fundar a nulidade por ato
contrário ao fim- violação de uma norma imperativa- artigo 160nº1 do CC - artigo
194º negócio celebrados contra a lei.
b) Diga quem e em que termos responde pelos danos provocados por Cerqueira?
Artigo 165º - as pessoas coletivas respondem civilmente pelos atos ou omissões dos
seus representantes, agentes ou mandatários nos mesmos termos em que os
comitentes respondem pelos atos ou omissões dos seus comissários - DEVEMOS
APLICAR AQUI O 500º
RELAÇÕES INTERNAS
Para aumentar as vendas de livros, António, livreiro, começou a remeter por correio para os
seus clientes as últimas novidades e, caso pretendessem ficar com os livros, os clientes apenas
tinham de os pagar. Baltazar recebeu em casa três livros, acompanhados de uma carta dizendo
que o negócio de compra e venda dos livros se concluía por acordo, caso os livros não fossem
devolvidos no prazo de uma semana. Baltazar leu a carta, mas não lhe conferiu qualquer
importância, pois ia para o estrangeiro, só regressando daí a três semanas. Quando regressou,
deparou com António que lhe exige o pagamento. Terá Baltazar de pagar?
Nos termos do artigo 232º e seguintes o contrato não fica concluído na medida em
que as partes não concordaram em todos os termos do contrato. Assim, para que
exista um acordo é necessário que exista uma proposta contratual eficaz, seguida de
uma aceitação também ela eficaz.
O artigo 218º estabelece o silencio como valor declarativo, como um valor negocial,
mas apenas naquelas situações. - 224º
Nos termos do artigo 232º, o contrato não fica concluído enquanto as partes não
chegarem a acordo relativamente a todas as clausulas do contrato- para que exista
acordo, é necessário que exista uma proposta contratual eficaz, seguida de uma
aceitação também ela eficaz. No caso em concreto temos vários momentos de
negociação:
Vontade: passamos a ter uma vontade determinada, clara, concreta capaz de ser
respondida com um simples “sim”
Prazo: No caso em concreto, A não fixou nenhum prazo para efeitos de aceitação da
proposta contratual, pelo que temos que analisar as alíneas b e c do 228º.
. vontade (232º): passamos a ter uma vontade determinada, clara , concreta, capaz de
ser respondida com um simples sim da outra parte.
. prazo (228º) Não sabemos a data exata, mas terá sidodepois do dia 8 - contrato
conclui-se e considera-se celebrado no momento em que a aceitação se torna eficaz.
Eduardo está interessado em comprar a colheita de maçãs do pomar de Frederico. Para o efeito,
dirige-lhe uma carta em 5 de Setembro, propondo-lhe o preço de 3 750 euros, estipulando que
espera uma resposta até às 12 horas do dia 12 de Setembro. Em 11 de Setembro, Frederico
escreve a Eduardo declarando o seu acordo. Contudo, devido a um atraso imprevisível dos
correios, a carta de Frederico apenas é depositada na caixa de correio de Eduardo no dia 13 de
Setembro. Eduardo, no dia 14 de Setembro, telefona a Frederico, pedindo-lhe que o informe
quando as maçãs estiverem colhidas.
Resposta:
No dia 5/9, Eduardo envia uma carta a F, tratando-se de uma proposta
contratual, exteriorizando a sua vontade. No âmbito do artigo 232º do CC, “O
contrato não fica concluído enquanto as partes não houverem acordado em todas
as cláusulas sobre as quais qualquer delas tenha julgado necessário o acordo.” -
eficácia tempestiva.
Só chegou dia 13/9, ou seja, temos uma receção tardia devido a um atraso
imprevisível dos correios, ou seja, a proposta caducou.
Nos termos do artigo 232º, o contrato não fica concluído enquanto as partes não
chegarem a acordo relativamente a todas as cláusulas do contrato. Assim, para que
exista um acordo, é necessário que exista uma proposta contratual eficaz, seguida de
uma aceitação também ela eficaz.
Deste modo, segundo o artigo 408º/2 (Contratos com eficácia real), visto que as
maças se caracterizam, pelo artigo 212º, por serem coisas futuras, então só se dá a
transferência da propriedade das maças quando estas forem colhidas (2. Se a
transferência respeitar a coisa futura ou indeterminada, o direito transfere-se quando
a coisa for adquirida pelo alienante ou determinada com conhecimento de ambas as
partes, sem prejuízo do disposto em matéria de obrigações genéricas e do contrato de
empreitada; se, porém, respeitar a frutos naturais ou a partes componentes ou
integrantes, a transferência só se verifica no momento da colheita ou separação.).
d) Admita, agora, que Frederico colheu as maças e as guardou, a pedido de Eduardo, num
armazém da sua quinta. Durante uma trovoada, o armazém ardeu, tendo as maçãs ficado
destruídas. Será Eduardo obrigado a pagar o preço?
Segundo o artigo 879º alínea c) existe a obrigação de pagar o preço, esta prestação
que vincula eduardo não se extingue- Eduardo teria de proceder ao pagamento das
maças a frederico - artigo 796º nº1 CC o risco corre por conta de Eduardo.
António quer pintar a sua casa. Para o efeito pede orçamentos às firmas “Sempre Tinta” e “Troca-tintas”.
Depois de ter analisado os mesmos, decide entregar os trabalhos à firma “Troca-tintas”. Escreve a
respetiva carta em que entrega a execução dos trabalhos de pintura mas, por lapso, dirige-a à firma
“Sempre Tinta”. O lapso é descoberto no mesmo dia e, de imediato, António envia em telegrama à firma
“Sempre Tinta” para desfazer o equívoco. O telegrama chega na manhã seguinte às mãos do gerente,
antes de ser retirada a correspondência da caixa de correio onde, entretanto, já tinha sido depositada a
carta de António.
A envia uma carta com “ sempre tinta”. A carta é eficaz, uma vez que chegou ao
poder do conhecimento - proposta
Quando temos uma proposta deste género, temos de ver se aproposta é eficaz -
teoria do conhecimento ou da receção.
No caso concreto, existiu a eficácia por ter chegado à caixa de correio. É o facto
de que, a partir daquele momento. O destinatário passou a estar em condições de
ter conhecimento da proposta. Estará em condições quando, de acordo com a
normalidade, ele poder ter conhecimento da declaraçõ negocial- 224º 1º parte e
224nº3. Assim a proposta é eficaz.
EM SUMA:
O importador, Paco, residente em Lisboa, dirige ao negociante grossista, Silva, em Castelo Branco, o
seguinte fax: “Ofereço 30 toneladas de banana ao preço de 2 000 euros por tonelada. Peço resposta
imediata”. O fax dá entrada às 23h, não se encontrando no escritório o negociante Silva.
Durante o jantar, Paco fica a saber que o preço das bananas irá subir. Na manhã seguinte, envia o mais
cedo possível um segundo fax a Silva, com o seguinte conteúdo: “Não posso manter o preço, o qual
passará para 2 500 euros”.
Ao chegar à hora habitual ao escritório, Silva toma conhecimento dos dois faxes. Imediatamente dirige
um fax a Paco, dizendo: “Aceito o fornecimento de 30 toneladas de bananas ao preço de 2 000 euros por
tonelada”.
. ou chegada ao poder
. ou o conhecimento
Acontece, porém, que não podemos concluir a receção do fax com a chegada ao
poder ou ao conhecimento do P, visto que a chegada ao poder ou ao conhecimento da
contraparte, se entende como quando a proposta seja suscetível de ser lida/ conhecida
por parte do destinatário.
Acontece, porém, que a 230º comporta exceções que no diz que a retratação possível
quando chega ao mesmo tempo que a proposta, passando, no caso concreto, S a ter o
conhecimento sucessivo das duas propostas.
Cumpre também dizer que a proposta que se tornou eficaz, também não será
suscetível aceite por S, na medida em que o prazo para a resposta imediata, nos
termos na alínea b, 228/1, também já terá expirado e, portanto, também não poderá
estar concluído.
A encarrega B de lhe comprar 50 kg de prata ao preço do mercado. Por acaso, B já possuía aquela
quantidade de metal e nomeia um substituto, C, que compra, em nome de A, a prata. Quid iuris?
PRESSUPOSTOS:
1ºTemos de estar perante um negócio jurídico
Forma da procuração:
Segundo o artigo 261º/2, “o negócio realizado por aquele em que tiverem sido
substabelecidos os poderes de representação”, traduz a ANULABILIDADE DO
NEGÓCIO EM QUESTÃO.
Resposta:
O negócio jurídico celebrado com a outra parte NÃO produz todos os seus efeitos
jurídicos na esfera jurídica do representado, NÃO O vinculando NEM O
responsabilizando juridicamente.
b) Além disso, Fernanda pede a Carla o pagamento da renda acordada. Terá razão?
. Carla apresentou-se perante Fernanda como se ela fosse ela própria querer
arrendar o quarto
Por escritura pública, António outorga uma procuração na qual atribui a Bernardo poderes para celebrar
em seu nome um contrato de compra e venda de uma quinta. Posteriormente, explicita a Bernardo as
condições que a quinta deve possuir: deve ser localizada no Minho e possuir determinada dimensão.
Bernardo compra, então, a Carlos em nome de António a quinta que aquele possui no Alentejo,
respeitando a dimensão indicada por António, por bom preço. Carlos propõe ainda a Bernardo a compra
da sua mota de água pois a quinta não ficava muito longe da praia. Bernardo aceita comprar em nome de
António a mota de água.
Quando toma conhecimento dos negócios celebrados por Bernardo em seu nome, António fica muito
aborrecido. Que pode ele fazer?
Resposta:
Temos que estar perante um negócio jurídico, realizado pelo representante em nome
do representado, nos limites dos poderes que lhe competem.
CONCLUSÕES:
CUMPRIR COM AQUILO QUE LHE FOI CONFIADO PARA FAZER (FOI
ATRAVÉS DE REPRESENTANTE É DE A.
Difere de:
ESTARIA PROTEGIDO;
O negócio é válido
CONCLUSÕES:
C não é o único vinculado no NJ- C poderia ter pedido a justificação dos poderes
de representação- artigo 260/1 e 2 CC.
Deste modo, o CCV da quinta vincula A; o CCV da mota de água não vincula A- nem
este está obrigado a ratificá-lo = em relação a si, o negócio é como se não existisse.
Aurélio descobre que a sua situação financeira está muito difícil. O seu credor principal é um Banco. Para
evitar que, num processo de insolvência, os seus bens sejam apreendidos, decide vender ao seu velho
amigo, César, várias propriedades que possui e que permitiriam satisfazer os créditos do Banco. Todavia,
ficou combinado que César devolveria as propriedades a Aurélio. César, no entanto, como também sofre
de dificuldades financeiras, vende uma dessas propriedades a Dionísio que só desconhece o que se
passara por se encontrar desatento às explicações de César, no momento da venda.
a) Diga, em face do sucedido, quem é, nesta fase proprietário dos bens em causa, tendo em conta
que foram feitos todos os registos.
Resposta:
Apesar deste negócio ter sido celebrado, trata-se de uma Simulação prevista no artigo
240º do CC. No caso concreto, estamos perante uma simulação absoluta, uma vez que
não há outro negócio por detrás, nenhuma das partes quis celebrar este negócio
jurídico e oe objetivo deste negócio passa apenas por esconder este negócio ao banco.
Para existir, de facto, uma simulação têm de estar preenchidos os requisitos do 240º.
Deste modo, como o negócio entre A-C é nulo, D nãõ adquiriru nenhuma
propriedade, apenas um direito de oponibilidade relativa (892º, segunda parte)
b) Assim que Aurélio sabe do sucedido, intenta uma acção de simulação para tentar reaver todas as
propriedades. Terá êxito?
Resposta:
O artigo 286º do CC: ao abrigo desta norma, tem legitimidade para instaurar a ação
qualquer interessado, ou seja, qualquer pessoa que seja titular de uma direito cuja
consistência jurídica e económica está afetado por aquele negócio
Artigo 242º/1: tem também legitimidade os simuladores entre si assim como os seus
herdeiros e representantes.
Artigo 242º e 2157º tem ainda legitimidade os herdeiros legitimários quem tem
expectativa de herdar e o negócio simulado para os prejudicar.
Posto isto, no caso concreto, A tinha legitimidade ao abrigo das normas 242/1 e
também nos termos gerais- 286º.
Agora, convém aferir se D poderá estar protegido pelo 243º/2CC, sendo um terceiro
de boa-fé, uma vez que é um dos simuladores (A) que propõe a ação. Um terceiro de
boa-fé é aquele que é ignorante da simulação ao tempo em que foram constituídos os
respetivos direitos- no caso concreto, D poderá estar protegido, uma vez que D
ignorava esta invalidade, não interessando a culpa.
D é, então, um terceiro de boa-fé. No entanto, ao abrigo do artigo 243º/1, o D não
fica com a propriedade (não adquire nenhum direito absoluto, erga omnes), ficando
apenas com o direito de oponibilidade relativa.
c) A atitude de Aurélio chama a atenção do Banco que descobre tudo. Também este intenta, passados
quatro anos sobre a venda entre Aurélio e César, uma acção tentando reaver as referidas propriedades.
Terá êxito?
Deste modo, a pretensão do Banco terá êxito, uma vez que D não está protegido pelo
291ºCC.
António é um comerciante de automóveis. Vendo aproximar-se o fim da sua actividade profissional, tenta
encontrar uma forma de deixar Beatriz (pessoa com quem tem mantido uma ligação fora do matrimónio)
em situação económica desafogada.
Depois de ter consultado o seu advogado, resolveu fazer o seguinte: declarou vender a Beatriz uma casa
situada em Braga, tendo, no acto da escritura pública e perante várias pessoas, recebido de Beatriz os 50
000 euros que ele lhe tinha entregado dois dias antes para aquele efeito.
a) Duas semanas depois, o filho de António, Carlos, vem a saber de tudo e quer reaver a casa.
Pode?
Nesta medida estamos perante um negócio simulado desde que estejam preenchidos
os pressupostos do artigo 240º:
b) Imagine que, em vez de Carlos, era um credor a tentar reaver o imóvel. Quid iuris?
Neste caso, o credor encaixa-se na combinação dos artigos 286º+605º, uma vez que o
credor tem um interesse económico com aquele negócio- a apreensão daquele bem
lhe dê jeito. Conclui-se então a nulidade do negócio, ou seja, não se verificam os
efeitos volitivo-finais do negócio.
c) E se o mesmo credor viesse tentar reaver a casa 4 anos após Beatriz a ter vendido a Dário que ignorava
por completo tudo o que se passou?
A simulação tem normas especiais e, por isso, o artigo 243º não se aplica
O Dário tem então um direito de oponibilidade relativa e, por não ser um dos
simuladores, aplica-se o regime geral do 291º
Resposta:
. acordo simulatório
Divergência doutrinária:
Nota:
A fuga ao fisco pode-se descobrir e a AT tivesse uma norma neste sentido, o que não
tem, então a consequência é o pagamento de uma coima ou do valor por eles
acordado.
Sendo assim, o ne´gocio é nulo e por isso não produz nenhum efeito volitivo-final e
quem pode propor esta ação é o simulador, 242, 1 e 242nº2 quanto ao negócio
simulado e qunado ao negócio dissimulado aplica-se o 286º + 605º CC
Resposta:
Nesta medida, o negócio é nulo segundo o artigo 240º nº2 ou seja, a propriedade
permanece na esfera jurídica de A.
- qualquer interessado
- os próprios simuladores
Resposta:
No caso concreto, existe uma falta de vontade entre as partes, ou seja, não existe
coincidência entre a vontade real e a vontade declarada- o A queria vender apenas o
prédio urbano com o artigo 84 e vendeu este e outro sob o artigo 5393. Por outro
lado, temos a aparência externa- a declaração de vontade e o substrato volitivo
interno são diferentes. Estamos então perante um erro na declaração.
Artigo 292º: existe uma redução àquele negócio, ou seja, o contrato de compra e
venda relativo ao imóvel do artigo 84 o negócio será válido- a anulabilidade só se
aplica ao negócio do artigo 5393.
Sendo este artigo anulável, pode ser proposta no prazo de 1 ano da cessão do vício
e pode ser proposta por aqueles que a lei considera interessados (Artigo 287º 1. Só
têm legitimidade para arguir a anulabilidade as pessoas em cujo interesse a lei a
estabelece, e só dentro do ano subsequente à cessação do vício que lhe serve de
fundamento.)
NOTA:
António, funcionário público, tomou de arrendamento um prédio no Porto por julgar ter sido colocado
nesta cidade. Algum tempo depois, verifica ter ocorrido um lapso na informação que lhe foi prestada, pois
tinha sido colocado noutra cidade. Poderá o arrendatário anular o contrato ou desvincular-se do mesmo?
Resposta:
No caso concreto, o que sucede é que há uma divergência entre a vontade declarada e
a vontade interna, ou seja, o substrato volitivo interno- não estamos perante um caso
de falta de vontade, mas sim de um caso de um vício da vontade, porque há uma
deformação da vontade no processo formativo, isto é, a vontade não se formou de
forma esclarecida e livre, mas é uma vontade mal-esclarecida.
.estivermos perante um erro unilateral que respeita ao rro sobre o objeto ou à pessoa
do declaratário
.estamos perante um erro bilateral que recaia sobre as circunstâncias que constituem
a base do negócio
O erro sobre os motivos é irrelevante, assim sendo A não pode anular o ne´gocio e o
contrato será totalmente válido (as partes poderiam apenas desvincular-se
contratualmente caso existisse acordo entre as partes - 406º e 405 do CC
Quid iuris?
245º nº1 - não produz nenhum efeito volitivo-final logo não se transmite a
propriedade
Inocêncio, maior e casado, possui um selo postal raro; contudo, não sabe nem da raridade nem do alto
valor daí resultante. Humberto, com a intenção de prejudicar Inocêncio por motivos de vingança, explica-
lhe que o selo apenas tem um valor normal, o que o Inocêncio acredita. Inocêncio resolve vender o selo
por 5 euros a qualquer interessado.
a) Bonifácio, de quinze anos, é um apaixonado colecionador de selos e, sem se aperceber muito bem da
raridade e do valor do selo, mas conhecendo Humberto e o seu comportamento, compra o selo, cujo preço
de 5 euros considera compatível com o dinheiro que os pais mensalmente lhe dispensam.
b) Florival, pai de Bonifácio, procura uma prenda de anos para o filho e, apercebendo-se perfeitamente
que entre o preço do selo e o seu valor real existe uma desproporção de, pelo menos, 1 a 50, compra o
selo; ele desconhece Humberto e o seu comportamento.
Poucos dias depois de ter vendido o selo, Inocêncio fica a saber do valor real deste. Tanto na alternativa
a) como na alternativa b), e pretende “desfazer” o contrato de compra e venda com recurso a todos os
fundamentos legais pensáveis. Terá êxito?
José é colecionador de moedas. Um dia, ao visitar a casa de Berto, um seu amigo encontra uma moeda
rara, preciosíssima, que faltava na sua coleção, e com a qual sonhava há muito. O seu amigo é também
colecionador de moedas, razão pela qual José sabe que este nunca lha venderá, seja por que preço for.
Quando regressa a casa, José lembra-se que Daniel acabou de sair da prisão, por ter tentado matar a
mulher de Berto. José resolve então procurar Daniel, propondo-lhe, em troca de uma boa soma, que
obrigue Berto a vender a moeda a José, ameaçando de que matará a sua mulher, caso ele não o faça.
Daniel assim faz, e Berto, com medo de que Daniel cumpra a ameaça, celebra o negócio com José, pelo
preço corrente no mercado.
Dois anos depois, Daniel é atropelado, tendo morte imediata. Berto, ao tomar conhecimento disso,
pretende reaver de José a moeda. Terá êxito?