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RESPONSABILIDADE CIVIL

→Dever de indenizar, reparar danos a terceiros.


→ Pressuposto da Restituição Integral e da Compensação dos
danos pelos lucros

Quem é o responsável?
Contratual: Inadimplemento obrigacional- contratantes
(decorrente de um contrato) - 10 anos prazo prescricional do
artigo 205 do CC. (orientação do STJ)
Extracontratual: Aquiliana- não tem relação prévia- não estão
vinculados. Credor cobrando o devedor- artigos 205 e 206.
Intuito é voltar ao status quo ante, pela motivação punitiva,
compensatória e social.
- Dano moral, estético, em ricochete e material- princípio da
restituição integral
(caráter patrimonial e existencial- referente a violação dos direitos da
personalidade).

→ Existem vários tipos de culpa, lembrando que a


responsabilidade civil se mede pela extensão do dano e não
da culpa. Ocorre que o juiz pode reduzir o montante
indenizatório se mínima a culpa.

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Elementos da Responsabilidade Civil- para repor a sanção
Ação comissiva (sujeito que embriagado arremessa o seu veículo
contra o muro) ou omissiva (enfermeira que deixa de ministrar
medicamento no paciente por desídia oi por dolo), conduta humana –
culpa genérica. Também pode ocorrer por ato de terceiro, como os
artigos 932, 936 e 938 do CC.
Ato ilícito- dano. Exceção: passagem forçada- artigo 1285 do cc.
Nexo de causalidade
Culpa genérica (dolo)- aqui incluído imprudência, imperícia e
negligencia.
Artigo 944- indenização mede-se pela extensão do dano.
Quando é objetiva- artigo 927 do CC- não analisa a culpa, porque ela
é presumida, mas sim pelo risco deve indenizar.
Para se romper com o nexo de causalidade:
Teorias:

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1- Equivalência dos Antecedentes causais ou conditio sine
qua non- adotada pelo Direito Penal- todas as causas são
possíveis- desde a criança atravessando a rua.
2- Causalidade adequada- artigos 944 e 945- quais foram as
causas que levaram à prática do ilícito.
3- Causalidade direta ou imediata ou necessária: causas
remotas não são incluídas, tão somente as causas diretas.:
artigo 403 do CC- âmbito obrigacional. Ex: Caio é ferido por
Tício – lesão corporal em uma discussão no final de um
campeonato de futebol. Caio é então é socorrido por seu amigo
Pedro que dirige de forma veloz par ao hospital. No trajeto o
veículo capota e Caio falece. Pela morte da vítima apenas
poderá responder Pedro, caso não haja nenhuma excludente
em seu favor. Ticio não vai responder porque foi o causador da
lesão corporal.

Causas que excluem a responsabilidade:


Rompem o nexo de causalidade:

Estado de necessidade: artigo 188, II do CC: situação de agressão


a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se
pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as
circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de atuação. Há
possibilidade de ação regressiva pelos artigos 929 e 930 do CC.
Legitima Defesa: Pressupõe a reação proporcional a uma
injusta agressão, pois se o agente atuar em excesso será
responsabilizado. Se o agente atingir terceiro inocente, será
responsabilizado, mas terá direito a ação regressiva (art. 929 e 930
do CC). Legítima defesa putativa não isenta o agente da obrigação de
indenizar, interferindo apenas na culpabilidade penal. Ex: Caio
encontra o seu desafeto Tício. Este leva então a mão no bolso para
tirar um lenço. Caio imaginando que seu inimigo vai sacar uma arma,
atira primeiro.

Exercício Regular de um direito (exercendo um direito não há


ilicitude na conduta- pai que mata filho por exaustão na esteira e
estrito cumprimento do dever legal: É evidente que um fato típico não
pode ser lícito para um dos agentes, e simultaneamente ilícito para os
demais. Exemplo: o policial militar, auxiliado por um particular,
arromba a porta de uma residência durante o cumprimento de

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mandado de busca e apreensão. Inexistem crimes de dano e de
violação de domicílio para ambos os sujeitos (policial militar e
particular).
- Culpa exclusiva da vítima: policial que tira algema do preso.
- Fato de terceiro: o particular, comprou um automóvel de um
indivíduo, o qual havia adquirido o veículo por meio de financiamento
bancário obtido junto ao banco. Em contrapartida, o comprador
assumiu o valor do financiamento que ainda estava pendente de
pagamento e realizou a quitação via boleto bancário, recebido pelo
vendedor através de e-mail supostamente enviado pelo banco.
Entretanto, o boleto não foi emitido pela instituição financeira, mas
sim por terceiro estelionatário, e o e-mail usado para o envio do
boleto também não é de titularidade do banco. Sendo a operação
efetuada, em sua integralidade, fora da rede bancária. Portanto, não
houve falha na prestação dos serviços e a fraude não guarda
conexidade com a atividade desempenhada pelo banco,
caracterizando-se como fato exclusivo de terceiro.
- Caso fortuito ou força maior: daquilo que é inevitável- da parte
externa- terceiros (via pública), mas quando é interno pela atividade
de risco há responsabilidade. Sumula 479 do STJ: dispõe que "as
instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos
gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias".
-Fortuito externo: A moto e os pertences pessoais da vítima
forma levados no estacionamento da lanchonete. Não é
possível responsabilizar a lanchonete. Ela não responde, pois
não ocorreu dentro da loja: no caso que o estacionamento
representa maior comodidade, sendo área aberta e de livre
acesso por todos, não há responsabilidade.
Diferentemente naquela situação da expectativa de
segurança, como nos drive do Mac Donalds, shopping,
supermercado, cujo estacionamento ainda que seja gratulo, a
expectativa do consumidor é do conforto e da segurança, por
isso há a responsabilidade;
-Tempestade: um consumidor que está no interior de uma
loja, em um shopping center, não imagina que o teto irá
desabar sobre si. Afinal a estrutura do estabelecimento deve
sempre suportar rajadas de vento e fortes chuvas, o qual
chuva e tempestade são mais previsíveis que o assalto dentro
do estabelecimento.
EM síntese o fato tem que ser imprevisível e inevitável.

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- Ao julgar o caso, a Terceira Turma do STJ definiu um precedente
importante: o banco tem o dever de identificar e impedir transações
que destoam do perfil do cliente e pode ser responsabilizado
quando houver fraude.
- RESPONSABILIDADE CIVIL- informativo 717 do STJ: Condomínio
responde pelos danos causados por funcionário do condomínio que,
em seu período de folga, mas em razão do seu trabalho, pegou o
carro do condomínio e causou danos.

Responsabilidade Indireta:

Art. 927 do CC: estabelece o princípio fundamental da


responsabilidade civil. Este artigo determina que aquele que, por ato
ilícito, causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo. Este princípio é
a base sobre a qual se constrói todo o sistema de responsabilidade
civil no direito brasileiro.

O parágrafo único deste artigo introduz a noção de responsabilidade


objetiva, afirmando que haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 928 do CC: Quando o incapaz causa um dano, o representante


é quem arca, os tutores, os curadores, pois o incapaz responde pelos
prejuízos que causar, se as pessoas responsáveis não puderem faze-
lo. A responsabilidade é, portanto, é subsidiária.

Artigos 929 e 930 do CC: Estes artigos reconhecem que, mesmo


em situações onde o ato danoso é justificado por legítima defesa ou
estado de necessidade, a vítima inocente tem direito à reparação.
Isso equilibra a proteção dada ao agente que age em situação de
perigo com o direito da vítima inocente de ser ressarcida.

Art. 931 do CC: Este artigo é fundamental para a proteção dos


direitos dos consumidores e de terceiros afetados por produtos
defeituosos, estabelecendo uma responsabilidade objetiva do
fornecedor. Isso significa que não é necessário provar a culpa do
empresário ou da empresa para que sejam responsabilizados pelos
danos causados por seus produtos.

Artigo 932 do CC- Responsabilidade civil por fato de terceiro:


→Pais que respondem por atos dos filhos;
→Tutor responde pelos pupilos;
→Curador pelos curatelados;

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→Empregador que responde pelos seus empregados, serviçais ou
prepostos;
→Donos de Hotéis, hospedaria, pelos seus hospedes, moradores e
educandos
→Quem gratuitamente participar no produto do crime- ganhou um
brinco de perolas e depois descobre que foi furto- 5 mil, ação civil
contra namorado, a namorada vai também no polo passivo.
Precisa ler lido em consonância com os artigos 933 e 934: o artigo
933 é responsabilidade objetiva- independente de culpa- pela lei ou
risco. Mas, pode ocorrer o regresso, salvo se for pai ou mãe que não
pode cobrar do filho. Restante dos incisos ok.

Artigo 935 do CC: Este artigo determina que a responsabilidade civil


é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal.

Artigo 936: Estabelece que o dono, ou detentor, do animal ressarcirá


o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
maior.

Artigos 937 e 938 do CC: mais dois casos de responsabilidade


objetiva- não analisa culpa.
937:edifício em ruina- a responsabilidade é do dono.
938: é de quem habita. (na posse do bem). E se não der para saber
da onde vem a coisa, pela teoria da causalidade alternativa
(quando não se sabe a causa necessária), quem responde é o
condomínio.

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→ Art.939 do CC: estabelece que o credor que demandar o devedor
antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita,
ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a
descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as
custas em dobro. Esta disposição visa proteger o devedor contra
cobranças prematuras e abusivas, impondo penalidades ao credor
que age de forma precipitada. Além de ter que aguardar o prazo
correto para o vencimento, o credor perde o direito aos juros do
período e ainda arca com custas processuais em dobro, o que serve
como desestímulo a práticas abusivas de cobrança.

→ Ar. 940 do CC: A penalidade imposta ao credor que cobra dívida


já paga ou valor superior ao devido é severa, podendo chegar ao
dobro do valor cobrado indevidamente. Isso serve como forte
desestímulo a cobranças fraudulentas ou negligentes.

→ Art.941 do CC: só não terá o que reza os art.939 e 940, se o


Credor desiste da ação antes da contestação.

→ Art. 942 do CC: dispõe sobre a solidariedade.

→ Ar. 943 do CC: Esta disposição é crucial para garantir que a morte
de uma das partes não extinga o direito à reparação ou a obrigação
de indenizar. Assim, os herdeiros da vítima podem continuar a exigir
a reparação, e os herdeiros do causador do dano assumem a
obrigação de indenizar. Isso assegura a continuidade das relações
jurídicas e a efetividade da responsabilidade civil mesmo após o
falecimento dos envolvidos originais.

→Art. 944 do CC: O artigo 944 do Código Civil estabelece o princípio


da reparação integral, fundamental na responsabilidade civil
brasileira. Este princípio determina que a indenização deve ser
proporcional ao dano sofrido, buscando restaurar a situação da vítima
ao estado anterior ao evento danoso. Contudo, o parágrafo único
deste artigo introduz uma exceção importante, permitindo ao juiz
reduzir equitativamente a indenização em caso de excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano.

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→ Art. 945 do CC: O artigo 945 trata da culpa concorrente da vítima,
um conceito crucial na determinação da responsabilidade civil. Este
dispositivo estabelece que, se a vítima tiver concorrido culposamente
para o evento danoso, sua indenização será fixada levando-se em
conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Esta norma reflete o princípio da equidade, distribuindo a
responsabilidade de forma proporcional entre os envolvidos.

→Art. 946 do CC: aborda a questão da indenização decorrente de


ato ilícito quando a obrigação for indeterminada e não houver na lei
ou no contrato disposição fixando a indenização devida. Ex: danos
morais- analisar a necessidade x capacidade financeira da vítima.

→ Art. 947 do CC: trata de situações em que a restituição específica


do bem danificado ou perdido não é possível. Nestes casos, o
dispositivo determina que o devedor deve pagar o equivalente em
dinheiro, além de indenizar por perdas e danos. Este artigo é
fundamental para garantir a reparação mesmo quando a restauração
ao estado original não é viável, assegurando que a vítima não fique
sem compensação adequada.

→Art. 948 do CC: trata da indenização em casos de homicídio,


definindo os parâmetros para a compensação devida aos
dependentes da vítima. Esse dispositivo é essencial para assegurar o
amparo financeiro àqueles que dependiam economicamente do
falecido. A indenização deve cobrir despesas com tratamento médico,
funeral, luto da família, além da prestação de alimentos às pessoas a
quem o morto os devia. A indenização por homicídio visa restaurar,
na medida do possível, o equilíbrio financeiro e emocional que foi
quebrado com a perda da vítima. Essa compensação busca amenizar
o impacto do ato ilícito, reconhecendo o sofrimento dos familiares e a
perda de sustento para os dependentes.

Imagine a seguinte situação hipotética:


Paulo, de 17 anos, faleceu em um acidente causado por culpa de
determinada empresa.
Os pais de Paulo, hipossuficientes, ajuizaram, por intermédio da
Defensoria Pública, ação de indenização contra a empresa.
Pediram indenização por danos morais e materiais, alegando que o
filho ajudava com seu salário nas despesas da casa.

Como decidiu o juiz?

1) Quanto aos DANOS MORAIS:


Condenou a empresa a pagar indenização no valor de 300 salários-
mínimos, a ser quitada de uma só vez.

2) Quanto aos DANOS MATERIAIS:


Condenou a empresa a pagar aos pais do falecido:
· 3 mil reais a título de danos emergentes e
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· uma pensão mensal, como lucros cessantes.

A fundamentação foi feita com base no art. 948 do CC:


Art. 948. No caso de homicídio, a indenização (os incisos tratam de
dano patrimonial) consiste, sem excluir outras reparações (dano
moral):
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu
funeral e o luto da família; (danos emergentes)
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia,
levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. (lucros
cessantes)

Segundo o STJ, em se tratando de família de baixa renda, presume-se


que o filho contribuía para o sustento de seus pais, dano este passível
de indenização, na forma do inciso II do art. 948.

Qual é o valor da pensão fixada e o seu termo final?


O magistrado utilizou os seguintes critérios:
• No período em que o filho falecido teria até 25 anos: os pais
deveriam receber pensão em valor equivalente a 2/3 do salário
mínimo;
• No período em que o filho falecido teria acima de 25 anos até 65
anos: os pais deveriam receber pensão em valor equivalente a 1/3 do
salário mínimo.

Os pais de Paulo concordaram com a sentença?


Não. Os pais de Paulo recorreram contra a sentença, alegando que
precisavam urgentemente do dinheiro e que, ao invés de uma pensão
mensal, eles queriam receber integralmente o valor dos danos
materiais, de uma só vez.

Como fundamento legal, argumentaram que o parágrafo único do art.


950 do CC autoriza que os lesados recebam o valor da indenização de
uma só vez, se assim preferirem. Confira o que diz o dispositivo:
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou
da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

A tese dos pais do falecido poderia ser aceita pelo STJ?


NÃO.

O pagamento de uma só vez da pensão por indenização é uma


faculdade prevista no art. 950 do CC, que se refere apenas a defeito
que diminua a capacidade laborativa, não se estendendo aos casos
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de falecimento.

Para as hipóteses de morte, o fundamento legal não é o art. 950, mas


sim o mencionado art. 948 do CC.

Assim, “em se tratando de responsabilidade civil decorrente de


morte, a indenização dos danos materiais sob o regime de pensão
mensal não pode ser substituída pelo pagamento, de uma só vez, de
quantia estipulada pelo juiz” (STJ. 3ª Turma. REsp 1.045.775/ES, Rel.
Min. Massami Uyeda, DJe 04/08/2009).

“O pagamento de uma só vez da pensão por indenização é faculdade


estabelecida para a hipótese do caput do art. 950 do CC, que se
refere apenas a defeito que diminua a capacidade laborativa, não se
estendendo aos casos de falecimento” (STJ. 2ª Turma. REsp
1393577/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/02/2014).

→ Arts.949 e 950do CC: já foi sumulado pelo STJ que uma mesma
conduta pode, a um só tempo, gerar danos patrimonial, estético e
moral, de forma cumulada, como se infere do teor das Súmulas 37 e
387, verbis:

Súmula n. 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano


material e dano moral oriundos do mesmo fato”.
Súmula n. 387 do STJ: “É lícita a cumulação das indenizações de
dano estético e dano moral”.

O artigo 949 trata da indenização em casos de lesão ou outra ofensa


à saúde. Este dispositivo garante ao ofendido o direito de ser
indenizado pelas despesas do tratamento e pelos lucros cessantes
até o fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que prove
haver sofrido. Este artigo é fundamental para assegurar a reparação
integral dos danos à integridade física e à saúde, abrangendo não
apenas os custos diretos, mas também as perdas econômicas
decorrentes da impossibilidade de trabalho durante a recuperação.

O artigo 950 do CC aborda a indenização nos casos em que a


ofensa resulta em defeito pelo qual o ofendido não possa exercer seu
ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho. Este
dispositivo é crucial para garantir o amparo financeiro às vítimas de
lesões que resultem em incapacidade permanente, total ou parcial. A
indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até
o fim da convalescença, inclui pensão correspondente à importância
do trabalho para o qual se inabilitou, ou da depreciação que ele
sofreu.

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→Art. 951 do CC: as disposições dos artigos 948, 949 e 950 aplicam-
se também nos casos de indenização devida por aquele que, no
exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe
lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. Este artigo é fundamental para
regular a responsabilidade médica e de outros profissionais da saúde,
garantindo a devida reparação em casos de erro médico.

Quando há responsabilidade objetiva: A cirurgia estética é uma


excepcionalidade em relação à regra no que concerne à obrigação do
médico, pois deverá atingir o resultado almejado pelo paciente que,
em princípio, não se encontra com a saúde maculada. Na cirurgia
estética, o cliente visa à correção de uma imperfeição ou melhoria de
sua aparência. Não é uma situação emergencial. O paciente, em
princípio, não corre risco, o médico possui uma atuação diminuta.
Caso o médico operador atue com prudência, perícia, conhecimento,
quando dentro das normas inerentes à Medicina, incabível será
responsabilizá-lo no caso de falecimento do paciente ou agravamento
de seu estado decorrente da operação.
Também no caso de contratação da empresa – sociedade de
profissionais liberais em que inexiste a relação de pessoalidade pela
prestação de serviços.

Adalgisa recebeu atendimento de urgência em um hospital privado,


precisando submeter-se a uma cirurgia. Após o procedimento,
realizado pelo médico Vitor, ela ficou com uma sequela permanente,
consistente na perda parcial de movimento de seu braço esquerdo.
Em decorrência disso, ajuizou ação indenizatória por danos materiais
e morais apenas em face do médico. Em contestação, Vitor impugnou
especificamente todas as alegações da autora, negando a verificação
de quaisquer dos requisitos autorizadores do dever de indenizar.
Instadas as partes a se manifestarem sobre as provas que
pretendiam produzir, pugnou Adalgisa pela produção de prova
testemunhal e arrolou como testemunhas os membros da equipe
médica que participaram da cirurgia, cuja oitiva seria necessária para
demonstrar que o réu aparentava ter consumido bebidas alcoólicas
pouco antes de ingressar no centro cirúrgico. Na decisão saneadora, o
juiz indeferiu o pedido de prova testemunhal de Adalgisa, por
entender que, em se tratando de relação de consumo, a questão

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fática que a autora pretendia comprovar seria irrelevante para o
deslinde da controvérsia. Nessas circunstâncias, responda aos itens a
seguir. A questão que a autora pretendia comprovar por meio da
prova testemunhal é relevante para a configuração do dever de
indenizar imputado ao réu? Justifique.

Sim. A alegação de que Vitor teria realizado o procedimento cirúrgico


sob efeito de álcool presta-se à caracterização de conduta culposa
por parte do médico. O requisito da culpa mostra-se necessário para
a configuração do dever de indenizar no presente caso porque,
embora a relação entre as partes seja de natureza consumerista, a
responsabilidade civil dos médicos sujeita-se ao regime subjetivo, que
depende da demonstração de culpa, nos termos do Art. 951 do CC

→ Os artigos 952 a 954 do CC abordam casos específicos de


indenização, complementando as disposições gerais sobre
responsabilidade civil. O artigo 952 trata da indenização por esbulho,
usurpação ou esbulho, o 953 aborda a indenização por injúria,
difamação ou calúnia, e o 954 estabelece critérios para a fixação da
indenização por ofensa à liberdade pessoal. Estes dispositivos são
essenciais para garantir a reparação adequada em situações
específicas de dano, fornecendo diretrizes claras para a quantificação
da indenização em cada caso.

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