Texto Deficiência Visual

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Componente Curricular: __FTEE/Libras__________________________ Turma: _200____

Professor(a): _Marcia P. Ribeiro________________________________ Bimestre: __2ª__


Aluno(a) _________________________________________________ Nº:_________

Deficiência visual
Deficiência visual é a limitação ou a perda das funções do olho e do sistema visual. Não
significa, necessariamente, total incapacidade para ver, mas sim o prejuízo dessa aptidão sensorial
em níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras.
De acordo com a OMS, existem diferentes graus de deficiência visual. São elas:
• Baixa visão ou visão subnormal (leve, moderada ou profunda): a capacidade de acuidade
visual das pessoas com baixa visão é muito variável, dependendo do grau de comprometimento da
visão. É definida como a condição na qual a visão não pode ser totalmente
corrigida por óculos ou lentes; interfere nas atividades diárias do indivíduo, como leitura e
locomoção. Uma definição simples de visão subnormal é a incapacidade de enxergar com clareza
suficiente para contar os dedos da mão a uma distância de três metros à luz do dia.
• Próximo à cegueira: indivíduos que só têm percepção de projeções luminosas (luz e sombra).
Em alguns casos, a pessoa é capaz de identificar a direção de onde vem a luz; em casos mais severos,
só existe a capacidade de distinguir entre claro e escuro. Cegueira: é a completa perda visual, sem
qualquer percepção de luz e forma. A cegueira total também é denominada amaurose e pode ocorrer
desde o nascimento (cegueira congênita) ou posteriormente (cegueira adquirida). É possível, também,
que a cegueira esteja associada à perda da audição – surdocegueira – ou a outras deficiências.
As principais causas da cegueira e da visão subnormal são:
A pessoa que nasce com o sentido da visão e o perde mais tarde (cegueira adquirida) guarda
memórias visuais, como imagens, luzes e cores, lembranças que podem ser muito úteis em seu
processo de readaptação. Entretanto, esses casos de cegueira exigem acompanhamento terapêutico
cuidadoso para a pessoa e sua família, buscando minimizar os efeitos traumáticos dessa perda. Isso
porque, além da perda do sentido da visão, a cegueira adquirida acarreta também perdas emocionais,
das habilidades básicas (mobilidade, execução das atividades diárias), da atividade profissional, da
comunicação e da personalidade como um todo.
Para incluir adequadamente a pessoa com deficiência visual, socialmente e na escola, é preciso
que ela não seja considerada apenas na perspectiva da deficiência, mas como uma pessoa em sua
totalidade, evitando restringi-la à cegueira ou à sua baixa capacidade visual.
Uma relação próxima e cordial com a família dos alunos também é fundamental para conhecer
melhor suas necessidades, hábitos e comportamentos.
Na escola, a primeira atitude para a efetiva inclusão da criança cega ou com visão subnormal
consiste em acreditar e investir nas suas potencialidades, na sua capacidade de estudar, de ser
independente e de realizar a maioria das outras atividades que os amigos fazem. Entretanto, cabe à
escola prover as condições e oportunidades para isso.
Nessa perspectiva, é necessário organizar um ambiente educativo estimulador, que
proporcione mediações e condições favoráveis à exploração e à aprendizagem, por meio de suas
condições perceptivas particulares. Cabe ressaltar, ainda, que devem ser tratados como qualquer
estudante no que se refere aos direitos, deveres, normas, regulamentos, combinados, disciplinas e
outros aspectos da vida escolar.
Nada é mais inadequado e prejudicial para uma criança com deficiência visual que isolá-la em
situações de brincadeiras, recreações, movimentações intensas das outras crianças com o intuito de
protegê-la ou mesmo evitar acidentes. Isso prejudica (ou até impede) o conhecimento do mundo a seu
redor e o seu relacionamento com outras pessoas. É necessário que a criança, desde cedo, participe
de programas de estimulação precoce, orientação e mobilidade. Por meio de técnicas especializadas,
ela receberá orientação e estímulos para desenvolver o sentido de orientação, por meio do tato, da
audição e do olfato, utilizando-os para se relacionar com os objetos e as pessoas. O treinamento da
orientação e da mobilidade permite que a pessoa se movimente e oriente-se com segurança na escola,
em casa, no trânsito, em locais públicos etc., de acordo com sua idade, incentivando, assim, a inclusão
e a autonomia.
Para os estudantes com baixa visão ou visão subnormal, o trabalho pedagógico inclusivo se
baseia no princípio de estimular a utilização do potencial de visão residual, bem como na superação
de dificuldades e conflitos emocionais. As atividades
propostas devem ser significativas, prazerosas e
motivadoras, estimulando sempre a iniciativa e a
autonomia do estudante.
Mediante avaliação multiprofissional, constituída
por profissionais da pedagogia, de psicologia, de
orientação e mobilidade, da oftalmologia, bem como outros
que se fizerem necessários, recursos ópticos e não ópticos
podem auxiliar no trabalho pedagógico e na qualidade de
vida e aprendizagem de pessoas com visão subnormal.
Os estudantes cegos, em função da ausência da
percepção visual, necessitam de experiências alternativas
para seu desenvolvimento, que estimulem sua inteligência
e promovam capacidades sócio adaptativas.
Conforme Grifing e Gerber (1996), o ponto central
desses esforços é a exploração do pleno desenvolvimento
tátil. A consciência tátil geral será adquirida mais
rapidamente pela criança cega se a ela forem apresentados
objetos familiares no ambiente que explora (LIMA, 1998).
Daí a importância dos professores, assim como das
instituições com alunos cegos, receberem assessoramento
de instituições especializadas. Além de orientarem os
profissionais sobre como estimular o desenvolvimento
tátil, também podem promover encontros para a construção
de materiais didáticos adequados a essa finalidade.
Assim como na inclusão escolar do estudante com
qualquer tipo de deficiência, também para os deficientes
visuais é necessário que os professores se sensibilizem e
inovem suas práticas, propiciando novas formas para que
os alunos recebam os conhecimentos.
Além da percepção tátil, os outros sentidos também servem como “porta de entrada” para a
aprendizagem e percepção do mundo externo.

Para que o aprendizado seja completo e significativo, é importante possibilitar a coleta


de informação por meio dos sentidos remanescentes. A audição, o tato, o paladar e o
olfato são importantes canais ou porta de entrada de dados e informações que serão
levados ao cérebro. Lembramos que se torna necessário criar um ambiente que privilegia
a convivência e a interação com diversos meios de acesso à leitura, à escrita e aos
conteúdos escolares em geral. (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007, p. 21)

A organização do espaço físico da escola e do mobiliário, em especial da sala de aula, é um


fator que merece atenção na inclusão de estudantes cegos.
A configuração do espaço físico não é percebida de forma imediata por indivíduos cegos. Por
esse motivo, cabe ao professor proporcionar o conhecimento e o reconhecimento do espaço físico e
da disposição do mobiliário com a criança cega, assim como do trajeto rotineiro que esse estudante
realiza na escola: entrada, pátio, cantina,
banheiros, biblioteca e todos os demais
ambientes.
Portas entreabertas podem causar
acidentes, por isso devem permanecer
completamente abertas ou fechadas. O
mobiliário não deve sofrer alterações sem que
o aluno cego seja devidamente avisado e realize
o reconhecimento do espaço modificado. Recomenda-se, ainda, reservar um espaço na sala de aula
para que os instrumentos utilizados pelos alunos cegos fiquem de maneira permanente, possibilitando
acesso autônomo e independente.
Caso o professor perceba insegurança ou distanciamento dos outros estudantes, é preciso
estimular a classe para que conversem naturalmente e esclareçam suas dúvidas, podendo, inclusive,
pedir ao estudante cego que responda às perguntas dos colegas na sala de aula. Todos precisam criar
o hábito de evitar a comunicação gestual ou utilizar
referências visuais na interação com esses alunos,
assim como evitar a fragilização ou a
superproteção, que podem se configurar em
atitudes discriminatórias.
O estudante cego utiliza o sistema Braile
para leitura e escrita. Esta pode ser realizada pela
utilização de uma régua de orientação com as celas
braile dispostas em linhas horizontais sobre uma base plana, chamada reglete, e uma punção (objeto
anatômico com uma espécie de agulha na ponta, utilizado para marcar os pontos em cada cela).
O movimento de perfuração utilizando a reglete deve ser feito no sentido da direita para a
esquerda, para produzir a escrita em relevo de forma não espelhada. Já a leitura é realizada no sentido
oposto, da esquerda para a direita. Esse processo de escrita tem a desvantagem de ser lento devido à
perfuração manual de cada ponto. Além de exigir boa coordenação motora, ele também dificulta a
correção de erros.
Outro instrumento utilizado para essa escrita é a máquina de escrever em Braile, que tem seis
teclas básicas correspondentes aos pontos da cela braile. É uma forma de escrita mais rápida, prática
e eficiente, uma vez que o toque simultâneo das teclas produz os pontos que correspondem aos sinais
e símbolos desejados. Além disso, produz uma escrita mais uniforme, facilitando a correção.
Caso o professor não tenha domínio da leitura e da produção escrita em Braile, é recomendável
que as escolas e os sistemas de ensino estabeleçam parceria com instituições especializadas no
atendimento a pessoas cegas. Essas instituições dispõem de profissionais volantes, que visitam as
escolas para realizar a correção dessas atividades, assim como a preparação em Braile das atividades
planejadas pelo professor.
É necessário, também, que qualquer atividade utilizando recurso pedagógico visual (desenhos,
gráficos, símbolos, ilustrações etc.) seja adaptada anteriormente pelo professor, prevendo a
necessidade do estudante cego. Outras atividades, como visitas pedagógicas, excursões, filmes e
documentários, devem ser descritos oralmente ao estudante simultaneamente à atividade.

REFERÊNCIAS

Pienta, Ana Cristina Gipiela. Fundamentos da educação especial e inclusiva. 1. ed. –


Curitiba, PR: Iesde, 2020.

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