Apostila - Deficiência Visual
Apostila - Deficiência Visual
Apostila - Deficiência Visual
Deficiência Visual
Núcleo de Pós-Graduação
Deficiência Visual
Apresentação
A criança deficiente visual é aquela que difere da média a tal ponto que irá
necessitar de professores especializados, adaptações curriculares e ou
materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de
desenvolvimento proporcional às suas capacidades.
Do que das totalmente cegas, sem fazer ideia de quão defeituosa é essa
visão, ou em que características particulares residem a sua deficiência
(ZIMMERMAN, 1965).
A orientação mental sobre ambientes mais próximos pode ser iniciada pela
exploração detalhada dos mesmos, seguida de descrição ou representação,
iniciando-se, por exemplo, pelo próprio quarto, sala, cozinha e demais.
Dependências; a sala de aula, banheiro, diretoria, refeitório e demais
ambientes que deve circular na escola; procurando estabelecer relações de
tamanho e distância entre os ambientes conhecidos, tanto do lar quanto da
escola, evoluindo conforme o interesse e domínio da criança.
Este tipo de atividade irá contribuir para que, futuramente, o aluno tenha os
pré-requisitos necessários para uma locomoção independente.
Auto Atividade: toda criança precisa movimentar-se para adquirir
desenvolvimento físico e motor harmonioso e para isto se efetivar, ela precisa
ser motivada; devem-se dirigir seus interesses no sentido de estimular o
desejo de movimentar-se livremente.
CID 2000.
A deficiência visual pode ser considerada pela baixa acuidade visual oucampo
visual restrito.
A classificação da OMS deu grande impulso aos estudos sobre visão
subnormal principalmente na área médica, quando os oftalmologistas
passaram a se preocupar com a visão funcional dos pacientes e sua
influência na educação dos deficientes visuais, em particular na O&M, nas
Atividades da Vida Diária (ADV) e nas Atividades da Vida Prática (AVP).
A educação de pessoas com deficiência visual no Brasil: tendências e
perspectivas
Assim, foi criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854), hoje Instituto
Benjamin Constant, tendo sido o primeiro educandário para cegos na América
Latina e a única instituição federal destinada a promover a educação e a
capacitação de profissionais para a criação de institutos em outros estados
brasileiros.
Classificação Educacional
Entre as crianças cegas, há as que não podem ver nada, outras que têm
apenas percepção de luz, algumas podem perceber claro, escuras e delinear
algumas formas. A mínima percepção de luz ou de vulto pode ser muito útil
para a orientação no espaço, movimentação e habilidades de independência.
As crianças com baixa visão são as que utilizam seu pequeno potencial
visual para explorar o ambiente, conhecer o mundo e aprender a ler e
escrever. Essas crianças se diferenciam nas suas possibilidades visuais,
embora necessitem aprender a utilizar a visão da melhor forma possível,
podem também utilizar os outros sentidos ao mesmo tempo para a
aprendizagem, aquisição de conceitos e construção do conhecimento.
De acordo com MEC (2006) se a criança se torna deficiente visual após os
cinco anos de idade, ela já terá desenvolvido praticamente todo seu potencial
visual, poderá conservar imagens e memória visual. Já as crianças que
nascem cegas ou perdem a visão muito cedo terão suas necessidades de
aprendizagem diferentes daquelas das demais crianças.
Campo visual restrito: uma criança que enxerga bem tem um campo visual de
180 graus na horizontal e vertical, o que possibilita interagir, localizar-se e
orientar-se bem no ambiente. Já as crianças com baixa visão, podem possuir
um campo de visual bastante restrito, o que pode prejudicar sua orientação e
locomoção no espaço;
CLASSIFICAÇÃOCLÍNICA CLASSIFICAÇÃO
EDUCACIONAL
Diagnóstico médico – baseado Diagnóstico educacional -
na Acuidade visual. baseado na Eficiência Visual.
Ênfase no que enxerga. Ênfase no como enxerga.
Finalidade legal, econômica e Finalidade prática e funcional em
estatística. termos de desempenho na O&M
na AVD1 e nas tarefas escolares
Resultado estático em condições Resultado dinâmico em
especiais de distância e condições de vida prática.
iluminação.
Dados Quantitativos (numéricos) Dados qualitativos
Obs.: Uma complementa a outra;
O diagnóstico médico não leva necessariamente ao prognóstico
educacional (pode haver uma capacidade de visão para perto não
desenvolvida).
1
AVD: Atividades da Vida diária
pensamento, sem o apoio de imagens visuais e apreensão da realidade
externa, ocorre de forma parcial e fragmentada, necessitando essas pessoas
de uma educação diferenciada.
Lowenfeld (1964) descreve três implicações ou limitações básicas que a
cegueira impõe às pessoas: restrição nas relações com o meio ambiente,
limitação na habilidade e possibilidade de mover-se e explorar o meio, e
restrição na variedade e qualidade de experiências.
Devemos considerar que a visão é responsável por 80% das informações que
recebemos do nosso entorno – as demais são apreendidas pelos outros
sentidos: tato, ouvido, olfato e gosto –, sem contar a integração e síntese de
informações que a imagem visual proporciona.
Culpa: Expressa pela pergunta Por que deveria acontecer isso comigo?
As autoras observam que os pais sofrem muito com a perda do filho que
idealizavam, que imaginavam; por isso, os sentimentos de culpa e rejeição se
alternam com os de impotência e depressão, sentindo-se incapazes de
enfrentar a situação. Esses sentimentos dolorosos vivenciados pela mãe
afetam a qualidade de suas percepções e do olhar: ela não consegue olhar
para sua criança, evita-a com medo de enfrentar a cegueira.
A falta de arco nos pés e o seu andar de pato são obstáculos para um andar
eficiente, o senso de equilíbrio deve ser aperfeiçoado para enfrentar subidas e
descidas. A experiência de andar estimula a região cerebral que controla a
coordenação e o equilíbrio (CRATTY, l990).
Aproximadamente aos 7 meses, após os primeiros passos, ele deve ter boas
habilidades de andar. O calcanhar toca o chão antes do resto dos pés. As
articulações se movem com mais flexibilidade, os arcos dos pés já se
desenvolveram e os pés começam a se “fechar”, aproximando-se
paralelamente um do outro. Os passos tornam-se mais longos e tem início o
balanceamento dos braços.
Aos dois anos de idade a criança pode correr, dar passos para o lado, parar
e mudar de direção. O andar amadurece e, embora caminhe com facilidade,
existe ainda desafios como descer uma escada. Segundo BRUNET e
JOHNSON (1991), ela necessita de mais coordenação e equilíbrio para
descer do que para subir. A criança já apresenta todas as habilidades para
andar e o refinamento acontecerá aproximadamente até os sete anos.
A CRIANÇA PORTADORA DE CEGUEIRA CONGÊNITA OU ADQUIRIDA
O andar imaturo da criança cega muitas vezes permanece até a idade adulta,
dificultando sua mobilidade.
A partir dos dois anos de idade, a criança cega (quando já adquiriu a noção
de permanência de objetos) começa a fazer representação das coisas,
embora o desenvolvimento do pensamento representativo, seja adquirido na
adolescência (WARREN, 1984).
REABILITAÇÃO
- segurança psicológica,
- habilidades básicas,
- comunicação escrita e progresso informativo,
- apreciação do belo e do agradável,
- ocupação e situação financeira,
- personalidade total.
O PROCESSO
- totalidade,
- individualidade,
- fundamentação científica,
- enfoque multidisciplinar,
- permanência (aqui entendida como reciclagem),
- universalidade,
- utilidade social (individual/cidadania, econômica, política e social).
EQUIPE
ÁREAS DO PROCESSO
Saiba Mais
Vermelho como o Céu
Sinopse
Mirco é um jovem toscano de dez anos apaixonado pelo cinema, que
perde a visão após um acidente. Uma vez que a escola pública não o
aceitou como uma criança normal, é enviado para um instituto de
deficientes visuais em Genova. Lá, descobre um velho gravador e passa a
criar histórias sonoras. Baseado na história real de Mirco Mencacci, um
renomado editor de som da indústria cinematográfica italiana.
REABILITAÇÃO BÁSICA
Tão importante quanto saber que deficiência a pessoa possui é saber qual o
grau dessa deficiência. É importante saber não só exatamente que defeitos a
criança tem, mas também que lugar ocupa a insuficiência no sistema da
personalidade.
Bee (1984) cita um estudo com um grupo de bebês com deficiência visual,
que sorriam menos e não mostravam o fitar mútuo. A maioria dos pais desses
bebês com deficiência visual, depois de diversos meses, começou a achar
que seus bebês os rejeitavam; ou concluíram que os bebês estavam
deprimidos. Esses pais sentiam-se menos ligados a seus filhos com
deficiência visual do que aos outros filhos.
Podem ocorrer diversas mudanças se a ligação dos pais com a criança não
se desenvolver totalmente. No caso das famílias citadas por Bee (1984), as
mães cada vez mais evitavam o bebê com deficiência visual, elas supriam as
necessidades de cuidado físico, mas deixavam de brincar com os bebês, de
tentar aliciar sorrisos ou outras interações sociais.