Teacch 2
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Teacch 2
EAD
TEACCH
Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children
Adaptado de
Fonseca, M.E.G.F (2006). Guia de avaliação Educacional. Material de uso interno. Apresentação
realizada no V TREINA. CEDAP
Mesibov, G.B., Schopler, E., & Hearsey, K.A., (1994). Structured Teaching. In E. Schopler & G, B.
Mesibov (Eds.), Behavioral issues in autism (pp. 193 - 205). New York: Plenum
Schopler, E. & Mesibov, G. (Eds.) (1994). Behavioral issues in autism. New York: Plenum Press
Introdução
handicapped CHildren) foi criado em 1971 por Eric Schopler e seus colaboradores da universidade
de todas as idades com autismo e outras com problemas relacionados com a comunicação e
espectro autista, mas sim uma reunião de procedimentos favoráveis ao ensino de várias pessoas
com problemas de aprendizagem e deficiência mental. A filosofia do programa TEACCH tem como
objetivo principal ajudar a criança a crescer da melhor maneira possível de modo a atingir o
máximo de autonomia na idade adulta, usando, para isso, componentes visuais e estruturação
ambiental.
O modelo TEACCH tem princípios norteadores importantes. São eles: a busca pela melhor
personalização das avaliações e estratégias; a colocação de ênfase nas coisas que o aluno já
comunicação, organização e partilha social. Assim, centra-se nas áreas fortes, freqüentemente
organização de espaço, materiais e atividades, permite criar mentalmente "estruturas internas que
devem ser transformadas pela própria criança em estratégias e, mais tarde, automatizadas de
a) ENSINO ESTRUTURADO
crianças com perturbações do espectro do autismo. O ensino estruturado inclui a utilização de uma
Compreensão
separadas, em caso de necessidade, por fronteiras físicas (armários, biombos...). A estrutura visual
da sala ajuda a criança com autismo a focar a sua atenção nos aspectos mais relevantes das
tarefas. O meio de aprendizagem deve ser desprovido de distratores (visuais ou sonoros) que
distração é o posicionamento da mesa de frente para a parede, a redução dos estímulos visuais
excessivos (como muitos móbiles, letras, pôsteres, tapetes decorados), neutralidade nos móveis
Segundo Schopler & Mesibov (1995), os alunos autistas respondem bem aos sistemas
organizados. Por meio de pesquisas mostraram que houve melhora no comportamento de pessoas
autistas quando o ambiente se organizava e quando ao aluno sabia o que iria fazer. Da mesma
forma, com o uso das estratégias do TEACCH os autistas são expostos a situações mais
comportamentos ajustados.
Falamos muito em “estrutura” quando nos referimos ao TEACCH. Uma definição obtida do
sinalização e a confirmação de que pessoas com autismo processam informações visuais mais
com autismo.
Por isso, o TEACCH faz uso de espaços reservados ao aprender, ao ensinar, ao trabalho
individual, ao grupo. As tarefas se organizam visualmente, as agendas contam o que irá acontecer.
Isso é estrutura. É deixar as coisas em ordem. É antecipar, favorecer ordem e evitar surpresas
Ela é importante para ajustar a confusão sensorial própria dos autistas. Várias são as
(compreensão das mensagens ouvidas) é característica do autismo. Muitas vezes o aluno pode
não entender a mensagem quando o professor está acreditando que ele esteja entendendo,
causando assim uma reação de agressividade ou de falta de iniciativa. Pode também acontecer
que o aluno não possua linguagem suficiente para comunicar verbalmente (ou gestualmente) ao
professor que está cansado, com calor, com fome, entediado ou com vontade de ir embora, exceto
por meio de birras e pirraças. Essa é a linguagem expressiva. É a forma exibida da comunicação,
Autistas também têm uma memória seqüencial pobre (memória das seqüências dos fatos,
sons, etc.) e não conseguir manter a seqüência dos eventos, mesmo que os cotidianos, ou não ter
certeza quando algo diferente irá acontecer. Geralmente ele se sente mais confortável
permanecendo em atividades que "já tem costume" resistindo assim a aprender as novas e os
mantendo na mesmice. Muitas vezes ele tem dificuldades em se organizar ou impor limites a seu
próprio comportamento e não tem bom uso das regras sociais. Isto pode resultar na tentativa de
"chamar a atenção" dos outros de forma inapropriada ou de preferir ficar isolado. Devido a sua
dificuldade de relacionamento social ele pode não ter motivação para agradar os outros ou não ser
aprendizagem. Por isso, organizar a sala-de-aula ou qualquer outro ambiente de ensino ao nível de
compreensão do aluno pode diminuir suas dificuldades, resultando assim numa otimização do
aprendizado.
Alguns aspectos relacionados com a organização vêm sendo úteis em salas de aula para
• A organização física,
representando a estrutura sob a forma de estação de trabalho (Workstation) padrão usado pelo
TEACCH para atividades individuais: Neste espaço, o aluno vai ter tudo que precisa para se
engajar na tarefa: seu lugar, sua agenda de fácil acesso, seu espaço de realização (neste caso, a
mesa) com indicação da área de FIM e área de armazenamento das atividades. A chave para se
não beneficiará os alunos, a menos que as habilidades e necessidades de cada aluno estejam
sendo consideradas na fase de planejamento. Um educador que use métodos de ensino tais como
dicas ou reforço pode não estar sendo eficaz se não avaliar as necessidades individuais e a forma
A disposição física da sala deve ser considerada quando se planeja o ensino para alunos
autistas. Até a disposição dos móveis da sala pode ajudar ou atrapalhar o funcionamento
independente do aluno, o reconhecimento e respeito pelas regras e limites. Não se esqueça das
possuem dificuldades de organização pessoal não sabendo aonde ir e como chegar pelo caminho
mais fácil. Devido às dificuldades de recepção da linguagem eles geralmente não entendem
direções ou regras. A organização do meio ambiente lhes dá pistas visuais, que os ajuda a
entender. Alguns portadores de autismo são altamente distraíveis por qualquer aspecto do
ambiente. Os profissionais deverão, então, organizar o ambiente para que não haja distração
física da sala é necessário avaliar o meio ambiente de modo geral. Uma boa organização não será
tão eficaz se existirem outros problemas. Muitas vezes o educador não tem escolha sobre qual
sala lhe será destinada. Mesmo assim, há alguns aspectos a serem considerados, como:
• O tamanho da sala,
Alguns aspectos indesejáveis podem ser desprezados ou mesmo serem modificados, mas
1. Uma sala com muitas saídas não é indicada quando se tem alunos que tem hábito de correr.
2. Adequar sempre o tamanho dos móveis ao tamanho das crianças e as idades cronológicas
3. Uma sala muito pequena ou sem espaço adequado para a guarda de objetos pode criar uma
atmosfera desconfortável de se ter sempre alguma coisa na frente ou de se trabalhar "um em cima
os alunos a usar o banheiro não querem ter que andar grandes distâncias cada vez que o aluno
tenha que ir lá. Mesmo com alunos independentes no uso de banheiros, o precioso tempo de aula
5. Alunos muito agitados não se beneficiam de salas muito amplas. Precisam de limites mais
6. Portas de vidro podem ser um risco quando temos crianças com condutas disruptivas. Prefira as
Uma vez definido o espaço e as condições da sala, o educador está pronto a começar a
aprendizado. Definir áreas específicas para tarefas de aprendizado específicas, identificar com
clareza os limites e fazer materiais facilmente acessíveis ajudam os alunos, a saber, de forma
independente onde devem estar e onde obter seus próprios materiais. Desta forma os professores
não têm de estar constantemente repetindo instruções ou lembrando algo aos alunos, causando
menos confusão de informações (quantidade de verbalizações) na sala. Salas e alunos diferentes
estrutura mais organizada, como limites mais definidos e firmes e mais dicas que os menos
também haver um grupo e uma área específica para tarefas pré-vocacionais ou habilidades
artesanais. Uma sala para alunos mais velhos teria áreas de lazer, oficina, aptidões domésticas
(AVD), auto-ajuda, cuidados pessoais e locais para ensino individualizado. Muitas salas precisam
utilizar a área externa como local para que alguns alunos se distanciem de distrações e excesso de
estímulos em determinado momento e assim recuperem o autocontrole. Todas as salas devem ter
um espaço definido para que os alunos coloquem seus objetos pessoais. Podem ser escaninhos,
armários ou caixas especiais. A mesa do professor, ou seu espaço, deve estar separado na sala.
A organização das áreas na sala-de-aula pode começar a disposição natural. Por exemplo:
proximidade de janelas e espelhos prejudica as áreas de trabalho pela distração que causam.
Caso isto não possa ser evitado devem-se usar persianas ou papelão pregado na janela. É
benéfico utilizar áreas de trabalho próximas a prateleiras ou armários de forma que os materiais
possam ser facilmente acessados. Os armários embutidos são ótimos para esta finalidade, pois se
É importante que a mobília seja apropriada para a idade e tamanho dos alunos. As áreas
onde os alunos passam algum tempo em atividades independentes, como jogos e lazer ficarão
melhores se estiverem localizadas longe das saídas - elimina-se a preocupação com a fuga de
algum aluno. Tapetes, estantes, divisórias, a disposição das mesas - tudo pode ser utilizado para
marcar melhor os limites. Por exemplo: a área carpetada pode ser a área de lazer, ou seja, os
alunos não devem estar em nenhum outro local durante os intervalos. Outro exemplo: o educador
pode colocar um pequeno tapete em frente ao lavatório/pia para mostrar aos alunos onde ficar
compreensão do aluno. Alguns materiais são apenas para o professor, alguns não podem ser
usados durante o tempo de jogos ou lazer. A utilização de figuras, códigos de cores, símbolos
numéricos, retratos, podem ajudar os alunos a marcar, buscar ou guardar os materiais de forma
independente.
suas salas:
1. Há espaço para o trabalho individual e em grupo? Cada aluno tem a sua mesa, sua
3. As áreas de trabalho estão identificadas para que o aluno encontre seu próprio caminho ou que
4. Existem áreas de trabalho consistentes e funcionais para aqueles que precisam de mais
estrutura?
8. Os materiais para os alunos são de fácil acesso e claramente marcados para eles?
13. As prateleiras da área de jogos ou de lazer estão cheias de brinquedos ou jogos quebrados
Sala de aula/atendimento
Áreas claramente definidas e
separadas: área de trabalho e
área de grupo.
Área de lazer diferenciada e identificada Materiais identificados com nome Espaço para trabalho individual (mesa de
com tapete e cesto de brinquedos. dos alunos e localizados em lugar de frente para parede e longe da porta, evitando
fácil acesso. assim distração do aluno.)
Área de Grupo.
Sala preparada para Atividade de Circuito
Sensorial.
Quadra preparada com circuito para
Atividade de Ed. Física.
c) ESTRUTURA E INTERVENÇÃO:
Programação é parte da organização das atividades que os alunos autistas necessitam. Muitos
têm problemas com memória seqüencial e organização no/do tempo. Dificuldades de linguagem
receptiva também podem tornar difícil aos alunos compreender o que eles deveriam estar fazendo.
Além de dar orientação a todos sobre certos períodos de tempo, a programação das atividades
ajuda-os a prever acontecimentos diários e semanais. Isto diminui a ansiedade sobre o não saber
conduzir de forma independente entre as atividades. Sua programação lhes diz onde devem ir em
seguida. Além disso, alunos com pouca iniciativa podem ser motivados a completar uma tarefa
considerada difícil se perceberem pelo esquema montado(programação) que esta será seguida de
primeiro tipo é a programação geral da classe e o segundo tipo são os esquemas individuais. A
programação global delineia os eventos diários, porém não especifica atividades de trabalho para
Por exemplo:
8:15 - Informática
8:45 – Oficina
9:30 – Lanche
11:00 - Banho
11:30 – Almoço
Este esquema mostra quando os alunos estão trabalhando e quando estão desenvolvendo
outras atividades. Durante as sessões de trabalho alunos e professores podem estar envolvidos
sobre auto-ajuda, até sobre tarefas na escola. Estas, atividades, se refletem na programação
individual.
Para sinalizar e dar forma á esta programação do dia, o TEACCH faz uso das
AGENDAS.Tal programação é individual por aluno e é geralmente fixada em algum lugar da sala
para que todos possam ver e a utilizarem. Esta é geralmente revisada quando da chegada dos
alunos ou durante uma sessão matinal de grupo. O formato pode ser escrito, porém como nem
todos serão capazes de entender a parte escrita. Por isso, podem-se utilizar fotos, figuras,
objetos ou pictogramas representando as atividades. Por exemplo: a figura de uma carteira ou
mesa pode ser usada no lugar de "sessão de trabalho". Os tipos de agenda deverão ser
personalizados, ou seja, cada aluno deverá ser avaliado para o levantamento dos requisitos para o
reconhecimento de imagens, fotos, pictogramas ou objetos. Não basta colocar um cartão com uma
imagem esperando que o aluno reconheça e passe a cumprir a seqüência. Se for um aluno de
baixo funcionamento que não entende o significado do símbolo, aquele cartão não passará de um
pedaço de papel. Avaliar o grau do entendimento para o uso da agenda é muito importante e nem
sempre isto é considerado. Outro ponto importante com relação ao uso da agenda é o ensino.
Pessoas com autismo precisam ser ensinadas a manusear e fazer as transições indicadas nas
agendas. Não espere que com um simples “estalo” o repertório seja formado. Se não há ensino,
não há aprendizagem.
A programação com gravuras ou objetos pode ser disposta de cima para baixo ou da
esquerda para a direita nas agendas individuais. Usando esta organização, os professores podem
Para dividir as responsabilidades dos professores devem-se considerar quais os alunos trabalham
bem em pequenos grupos, quais conseguem exercer atividades de forma independente, qual
atividade necessita do professor fora da sala e quais alunos têm comportamento de difícil controle.
Ambos os professores (e outros voluntários que usem a programação) devem saber quais são e a
Para ajudar aos alunos a compreender o que fazer durante as atividades constantes na
programação geral temos as agendas individuais. Elas podem ter formas variadas, mas devem ser
pelos professores até os que os próprios alunos programam e desenvolvem. O aspecto importante
Modelo de agenda de fotos. Área para Modelo de agenda pictórica. Área para
verificadores e área para os cartões das verificadores e área para os cartões das
Modelo de agenda concreta. Área para atividades concluídas. Atenção para a foto
verificadores e área para os cartões das atividades concluídas. Atenção para a foto
do aluno na agenda para melhor do aluno na agenda para melhor
atividades concluídas. Atenção para a foto identificação do mesmo.
do aluno na agenda para melhor identificação do mesmo.
identificação do mesmo.
1. Quando o aluno termina uma atividade a agenda sinaliza o item da próxima atividade.
2. O item sinalizador da agenda (objeto, foto, pictograma, escrita) é retirado da agenda e
3. O aluno é guiado pelo prompt que está á mostra na agenda. Qual é a próxima
mural onde estão fixados estímulos em cores (ou marcação) diferentes, em seqüência.
Ele leva a caixa ou sistema de trabalho para a mesa, completa o trabalho (com ou sem
concluída em espaço próprio para isso. Ele continua assim até que todos os estímulos
servirá de apoio para a verificação do que a agenda estará indicando. Com o verificador
em mãos, a referência do aluno será a sua agenda, de forma que ele será ensinado a
checar em sua lista de atividades, qual será a próxima etapa a partir do momento em que
lhe é entregue este item (que pode ser um palito de sorvete, um cartão, etc).
Verificadores
os alunos que não sabiam ler ou entender as figuras devem-se usar cores ou objetos para ajudá-
los nas atividades diárias. Alguns programas tem 2 ou 3 atividades a serem completadas em
determinado período de tempo, enquanto outros tem apenas 1 antes do intervalo ou do reforço.
Cada esquema individual também reflete a preferência do aluno pelas atividades com alternância
e deixa mais tempo para o ensino e aprendizado em si, ao invés de constantes reorganizações e
planejamentos durante o horário de aula. À medida que os alunos aprendem a entender e observar
instruções, que são muito importantes para o sucesso em situações futuras (seja de ordem
vocacional ou doméstica). A seguir estão algumas questões que o professores devem considerar
responsabilidades diárias?
* O programa auxilia o aluno, a saber, onde e quando começar e terminar uma tarefa?
* Como são assinaladas as transições e mudanças de atividade? Por sinais? Por orientação do
d) MÉTODO DE ENSINO:
ensinar de forma eficaz. Outra maneira de usar a organização para ajudar os alunos a um
desempenho bem sucedido é na montagem das tarefas dos professores. Aqui também as
deles. Instruções para as tarefas e o uso de dicas e reforços devem ser organizadas e
mais previsíveis (e, portanto mais fáceis) e ajuda-os a superar a distração, a resistência a
mudanças e a falta de motivação. As instruções podem ser dadas verbalmente ou não. Em
caso de instrução verbal, isto significa usar a quantidade mínima de linguagem necessária. Por
exemplo: ao invés de "quero que você termine de colocar todas essas palavras juntas e quando
terminar você pode ir para a área de lazer e escolher um brinquedo para brincar”, melhor dizer
"primeiro termine as palavras(mostrando) e depois brinque (indicando onde)". Esta segunda forma
de emissão transmite a mesma essência de mensagem. Instruções verbais também podem ser
acompanhadas de gestos, para ajudar a compreensão, de forma que o educador deve ter a
atenção do aluno antes de começar as instruções. Isto não quer dizer necessariamente ter contato
visual. Alguns alunos podem expressar atenção pela orientação corporal, reação verbal ou pela
paralisação de outras atividades. Ao dar instruções o professor precisa estar certo que as
expectativas e conseqüências estão organizadas e claras para o aluno. Se um aluno não sabe
onde estão os materiais, como iniciar a tarefa ou o que fazer quando terminar, então é provável
Além de usar gestos, as instruções podem também serem dadas através de dicas visuais
tais como apresentar e posicionar materiais de forma sistemática, assim como utilizar desenhos e
instruções escritas.
TEACCH) nos fornece uma sistemática para completar as tarefas de forma mais independente sem
necessidade de tantas instruções verbais. O fornecimento apenas dos materiais que o aluno
precisará para as tarefas específicas será menos confuso para ele. A colocação dos materiais no
ambiente onde serão usados também pode ajudá-lo a seguir as orientações e a completar as
tarefas com maior sucesso, como por exemplo: colocar limpa vidros, limpadores de pia e de vasos,
esponjas, etc. no banheiro a ser limpo - são pistas de quais tarefas devem ser executadas e quais
materiais usar.
Figuras e instruções escritas (similares a uma receita culinária) podem ser usadas para ajudá-los a
compreenderem uma tarefa na seqüência correta. Ao ensinar novas tarefas os professores usam
dicas para ajudar os alunos a terem sucesso no que estão aprendendo e fazendo. Existem tipos
diferentes de dicas utilizadas para ajudá-los ou dar-lhes lembretes. Uma dica física é usada
quando o professor guia as mãos do aluno a levantar a calça após ir ao banheiro (ajuda física).
Uma dica verbal é quando lhe é dito para colocar um guardanapo na sua bandeja de almoço.
Dicas visuais podem incluir formas variadas, por exemplo: as peças e objetos, instruções escritas,
cartão colorido que o aluno emparelha a um sistema de trabalho para fazer sua própria tarefa; uma
fotografia, uma sinalização que se faz na mesa ou na tarefa, a marcação da palavra-destaque com
caneta amarela. Uma dica pode ser também um gesto, p. ex.: ao invés de dizer ao aluno para
bandeja. Modelagem ou demonstração de como algo é feito também pode ser uma dica. As dicas
podem também ser sobre situações, tais como um "olá" sinalizando que estamos a cumprimentar
alguém. De forma geral, “dicas” são facilitadores que geram ao acerto e levam os alunos ao
comportamento adequado.
Para se usar dicas de forma eficaz o professor deve ser sistemático na sua apresentação.
Isto quer dizer que a dica deve ser clara consistente e direcionada ao aluno antes que ele
responda incorretamente. Pode oferecer desde ajuda total usando seu apoio de mão, até que
possa ir diminuindo seu nível de orientação a ponto do aluno fazer a tarefa sem ajuda, de forma
independente. Esta é a intenção: reduzir a ajuda do adulto até que a criança possa ser
independente. Por isso, é verdadeiro afirmar que á medida em que o aluno se torna independente,
Os professores também precisam estar atentos ao utilizar dicas e pistas quando assim não
aprendizado. Muitas vezes as resposta corretas podem ser transmitidas aos alunos pelo simples
movimento da cabeça ou olhos do professor a resposta correta. Alguns alunos não continuarão a
trabalhar sem olhar para o professor após cada etapa, para confirmação ou não de seu
desempenho. Em tais situações o professor pode se posicionar ao lado ou atrás do aluno ao invés
de ficar na sua frente - nesta posição menos dicas não intencionais serão transmitidas.
A maior parte das pessoas é motivada a trabalhar devido a uma combinação de elogios de
outros, satisfação interior e compensação. Os alunos autistas não são automaticamente motivados
por tais coisas. Os professores precisam descobrir quais coisas os motivam e assim ensiná-los
como um sistema de contingências funciona para eles. Os pais podem ser questionados sobre o
melhor sistema de reforço, o que mais motiva cada aluno, que tipo de coisas mais gostam, etc.
P.ex.: um professor descobre que há interesse em sentir (apalpar) e usar lixa (sensorial). Assim,
várias tarefas com objetivos determinados podem ser feitas usando diferentes tipos de texturas
O reforço pode incluir uma gama de itens ou atividades. Muitos alunos são motivados por
alimentos ou brinquedos que realmente gostam. Outros podem ser motivados por uma atividade
preferida.
Assim, se um outro aluno tem interesse por carros, as tarefas e sistemas de trabalho
podem ser organizadas usando uma ampla variedade de carros dentro dos objetivos levantados
para ele: cores, formas, tamanho, letras, algarismos, posição, figura x fundo, emparelhamento,
transferência, etc.
Atividades confeccionadas de acordo com
interesse do aluno. No caso, Sherek, Turma
da Mônica e Pucca.
quem se busca reforçar. Nem sempre o que reforça a criança A, servirá como reforçador para a
criança B.
3. Os gestos estão acompanhados de instruções verbais para ajudar o aluno a entender quando
4. O aluno recebe informação suficiente para ser capaz de completar uma tarefa o mais
independente possível?
8. O aluno está recebendo a ajuda que precisa para completar a tarefa com sucesso?
9. As dicas escolhidas são específicas ao estilo e nível de aprendizado do aluno?
11. O posicionamento do professor foi estruturado de forma que o aluno não perceba dicas não
intencionais?
12. O aluno está recebendo feedback claro sobre as respostas ou sobre seu comportamento
13. As conseqüências e reforços são tornados claros para o aluno? Elas seguem de imediato o
comportamento trabalhado?
As áreas de trabalho:
Pensando em facilitar a aprendizagem e conectar cada espaço com a sua função, uma
sala com delimitações marcadas pode ser necessária. Sendo assim, estas áreas são:
aluno vai receber as orientações sobre atividades e tarefas que ainda não domina. Por
3. Área de atividade concluída: é para onde vão as atividades já feitas, área localizada
Área de Atividade
Concluída. Área de Atividade
Concluída.
4. Área de lazer: espaço onde o aluno pode passar o tempo, brincando, ouvindo música,
para isso. Importante não deixar o aluno comer sobre a mesa de trabalho
Desta forma, alunos com autismo podem aprender de forma intensiva e eficaz quando o
evoluções e dificuldades.
2) A ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES E CRITÉRIOS PARA A CONFECÇÃO DE MATERIAIS
alunos, interesses individuais. É importante adequar o tipo de atividade com a idade cronológica,
a) Apresentação dos materiais na ordem da esquerda para direita com apresentação da área
aluno tem uma orientação sobre O QUE FAZER. O seu sistema de trabalho individual irá
definir o inicio da atividade e qual atividade deverá ser feita. Ele irá parear a orientação que
está em seu sistema de trabalho com a indicação que está na atividade. Assim, o aluno
saberá que o cartão verde que está sobre a sua mesa, combina com o cartão verde que
trabalho.
aluno que após leitura das ordens deverá realizá-las da melhor maneira possível. Em
casos de maior independência, ele próprio poderá escrever a sua lista de tarefas e de
quanto trabalho vai ser realizado, o que vem em seguida e o conceito de fim, a sua produtividade
materiais e jogos para os alunos. A grande maioria deles deve ser reformulada e reformada, antes
cada atividade: será que este material está fornecendo todas as informações que o indivíduo
precisa para obter sucesso? Será que ele está compreendendo o que eu quero que ele faça? Será
que ele sabe quantas vezes eu quero que ele faça isso? Como eu sinalizarei o que fazer em
seguida? Como ele entenderá que atividade já acabou?Assim, não basta oferecer livremente
autistas farão conexões entre o que estão vendo, com o que deverão fazer. Se estes materiais não
forem sinalizadores de todas essas questões, certamente a atividade não terá função e causarão
estereotipias.Ensinar alunos autistas usando sinais visuais é uma das formas de estimular suas
1) Instruções Visuais: a visualização “fala” para os alunos a seqüência correta para completar
as tarefas. Ajuda a criança a combinar e organizar uma série de elementos para conseguir
o resultado final desejado, pois a estrutura altamente visual torna o ambiente previsível,
3) Clareza Visual: sistemas visuais relatam sobre informações que são importantes;
Consideram as necessidades Nenhum material deve ser Muitos autistas ficam confusos
motoras e sensoriais das oferecido “solto” para os com a diversidade de
crianças. alunos. Todos os jogos e materiais. Outros podem se
atividades precisam estar focar nos materiais dos
dispostos em sistemas de recipientes ou não entender o
trabalho que é para ser feito.
Consideram somente os As atividades poderão ser As Habilidades normalmente
estímulos necessários á elaboradas em em sistemas de trabalho são:
realização. pranchas/caixas para apoio • Colocação (transporte)
dos objetos (em 3 dimensões) • Retirada (transporte)
ou pastas/folhas para as • Separar e agrupar
informações planas (gráficas e • Separar e agrupar por
simbólicas). São kits de categorias
trabalho onde todas as • Seleção
informações já estarão • Montagem
disponíveis para o aluno, com • Quebra cabeça
começo, meio e fim. • Emparelhamento
• Sobreposição
• Classificação
NÍVEIS DE TRABALHO:
Neste nível, a criança está aprendendo a fazer transposição da esquerda para a direita a
partir de uma tarefa motora simples. Neste nível, não existem critérios de seleção nem exigências
cognitivas a não ser o transporte dos estímulos. É uma tarefa preparatória para os níveis futuros e
não deve ser a única forma de trabalho com os alunos. Usamos as tarefas de nível I para crianças
bem pequenas (2, 3 anos) e para aquelas que ainda não conseguem formar relações entre mais
de um elemento (não sabem formar pares, não conseguem emparelhar igualdades, não tem
-Iniciar com atividades de transporte simples e com o favorecimento de respostas corretas para
evitar o erro;
-Iniciar com recipientes opacos para que o aluno se atente somente para o trabalho, e não se
Nível II:
(transporte), mas vai além do simples deslocamento esquerda-direita. Nesta fase, a criança precisa
fazer a colocação dos elementos com base em critérios (identidade, cor, forma, tamanho, etc)
execução (esquerda). Essa tarefa exige um esforço cognitivo maior, pois a partir dos itens
apresentados é necessário que a criança use critérios para o emparelhamento. Na fase II, a
criança já passa para o transporte de duas ou mais formas diferentes (quando o aluno domina o
Nível III:
podemos iniciar as atividades de nível III. As atividades propostas são usam imagens e fotos para
sobreposição, associação, seriação com uso de imagens e objetos. No nível III, a criança já
consegue formar pares imagéticos e já entende o que uma imagem plana significa (fotografia,
pictograma, desenho). Exige um esforço mais simbólico do que concreto. Começamos a ensinar a
estímulos emparelháveis próximos uns dos outros. Quando a criança já domina, então poderemos
entende representações escritas e numéricas, podemos dizer que este aluno já tem habilidades
para as tarefas de nível IV. Neste nível são propostas atividades de emparelhamentos,
associações, seriação, com uso de imagens, letras, sílabas, palavras, números. Corresponde ao
I) AGENDAS
Exemplo de agenda
horizontal
Exemplo de agendas
verticais
CARTÕES
Os cartões utilizados nas agendas podem ser concretos (objetos), imagens (fotos),
pictograma, pictograma+escrita e escrita. Sendo utilizados de acordo com a compreensão de cada
indivíduo, mediante prévia avaliação.
Painel de
transição
(refeitório) Verificadores
Cada cor ou
indica a sinalizadores
sinalização de
uma sala de
aula.
Facilitar conceito de fim
Atividades após
conclusão,
sendo
colocadas na
cesta do lado
direito da
carteira de
trabalho
Atividades Sinalização na
concluídas prancha da
do lado tarefa para
direito da colocação da
mesa de peça de
trabalho – bijuteria após
sinalização concluída.
na mesa
Estrutura e organização
Sinalização no chão,
indicando que o aluno deve
posicionar-se na entrada da Sinalização na porta, servindo
sala, evitando a invasão sem de dica visual para os alunos
ser autorizado, atrapalhando o que realizam leitura.
movimento da sala em
questão.
procedimentos de ensino. Por meio das estratégias do TEACCH podemos associar um currículo
escolar á ambientação estruturada. Nas escolas, as atividades podem ser planejadas de acordo
com o proposto pelos PCNs em termos do planejamento para educação infantil, ensino
que autistas são reconhecidos como alunos inseridos em uma realidade escolar.
Importante colocar também que as tarefas apresentadas nos níveis I a IV não são as
únicas opções de atividades a serem feitas e indo além, não devem ser as únicas formas de
apresentação dos conteúdos. Se quisermos ter uma aprendizagem efetiva, sugerimos que sejam
aplicadores, material, etc. O educador não deve ficar sob controle somente destas tarefas. Variar
as atividades é fundamental para garantir a generalização do que se aprende. Cuidado com isso!
Essa é uma das críticas mais ouvidas sobre o TEACCH: o aluno fica só nessas atividades, coloca
aqui, tira dali... fica tudo meio “robotizado”... Sim, fica mesmo. Por isso pensar na generalização.