Monografia - Angelina
Monografia - Angelina
Monografia - Angelina
I
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Candidata: O Supervisor:
________________________ _______________________
Angelina Albertino Baulene João Alberto Cossa
II
Índice
DECLARAÇÃO DE HONRA......................................................................................V
RESUMO ....................................................................................................................... VI
1.1.Contextualização ..................................................................................................... 1
1.3.Objectivos ............................................................................................................... 2
1.7.Justificativa ............................................................................................................. 3
1.11.Limitações do trabalho.......................................................................................... 4
2.2.Participação ........................................................................................................... 11
III
2.1.4.Princípios, Características e Formas de Participação da Comunidade no
Processo de Desenvolvimento Local .......................................................................... 18
5.Conclusão................................................................................................................. 32
5.1.Recomendações .................................................................................................... 33
Anexo 1 ....................................................................................................................... 39
Anexo 2 ....................................................................................................................... 41
IV
DECLARAÇÃO DE HONRA
------------------------------------------------------
V
RESUMO
VI
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar o meu agradecimento vai para o meu Deus, por tudo que tem feito
por mim todos os dias na minha vida; à minha família pela coragem para que me tem mi
dado;
VII
DEDICATÓRIA
VIII
LISTA DE GRÁFICOS
Grafico1:Género dos funcionários……………………………………….………..39
Gráfico 2: Idade dos Funcionários ………………..……………………………………………………….....39
Gráfico 3: Tempo de serviço dos Funcionários………………………..…….……40
Gráfico 4: Distribuição por representação do Conselho Consultivo Local….…....40
Gráfico 5: relações estabelecidas através da participação Popular….……..….…..41
IX
LISTA DE FIGURAS
Edifício ,............................................................................43
X
CAPÍTULO I – Introdução
1.1.Contextualização
1
1.2.Problema de pesquisa
1.3.Objectivos
1.4. Geral
A presente monografia tem como foco principal análise da participação da
comunidade rural no processo de desenvolvimento local em Moçambique.
1.5. Específicos
1.6. Hipoteses
Fraca participação comunitária pode geral no atraso desenvolvimento na
localidade de ntemangau;
2
O desenvolvimento local poder ser entendida como um processo de
melhoramento geral da qualidade de vida e do bem-estar de uma comunidade.
1.7.Justificativa
A escolha a localidade de Ntemangau, Changara o meu tema, deve-se ao facto de estes
constituir um vector indispensável pela participação da comunidade rural no processo
de desenvolvimento local em Moçambique, no processo de governação participativa, no
âmbito da descentralização e desconcentração de poderes em curso no país com vista a
uma governação participativa. Os Conselhos Locais, constituem um órgão que garante a
interacção entre as comunidades locais e os gestores públicos locais, todo este processo
está inserido na participação das comunidades na identificação e resolução dos
problemas para a promoção de desenvolvimento local e como corolário disse mesmo
processo, promover também a democracia participativa. O que se tem verificado, é que
o processo de democratização através da descentralização e desconcentração de poderes
revela-se ineficiente para os objectivos a que foi preconizado, isto devido à motivos
diversos dentre os quais pode-se indicar o processo da selecção dos membros dos
Conselhos Consultivos e indica também a fraca institucionalização do Estado, a fraca
capacidade técnica, a corrupção, a falta de prestação de contas entre outros. Há ainda
outro factor importante, os Conselhos Locais tinham no início da sua criação
competências para decidir executar e controlar programas de desenvolvimento no
respectiva escalão mas um outro documento, neste caso, Guião Sobre a Organização e o
Funcionamento dos Conselhos Locais, preconiza que os Conselhos Locais, passam a
funcionar apenas como órgãos de consulta e só podem influenciar nos pedidos de
concessão de financiamento de projectos de iniciativa local. Optou-se em estudar a
localidade de Ntemangau, pelo facto de ser a Localidade onde há relativa facilidade de
contacto directo com as Comunidades Locais e também os reais anseios das
Comunidades estão nas localidades, por ser a estância inferior da população e que assim
pode-se interagir directamente com as populações nos bairros e povoados.
1.8.Delimitação do tema
3
distrito de Changara Província de Tete.
1.10.Relevância académica
1.11.Limitações do trabalho
No tange a realização de uma pesquisa implica desafios de vária ordem, entre os quais
os constrangimentos decorrentes aquando da pesquisa.
Neste sentido, uma vez encontrando-se comprometido com a produção de um trabalho
científico e de caris académico, deparou-se com inúmeras dificuldades, sem as quais,
eventualmente a pesquisa teria sido melhor:
4
Dificuldades no retorno dos instrumentos;
Indisponibilidade para a recepção dos instrumentos de recolha de dados.
5
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA
Forquilha (2011) faz referência a um dos aspectos mais marcantes das reformas
políticas a nível local nos últimos anos em Moçambique que foi a constituição e
institucionalização dos Conselhos Consultivos. Numa fase inicial estes órgãos estavam
associados às experiências de planificação participativa na região norte do país, nos
finais dos anos 1990, os Conselhos Consultivos vieram a ter mais tarde um
enquadramento jurídico-legal, no âmbito da Lei dos Órgãos Locais do Estado (LOLE)
aprovada em 2003 (Lei 8/2003). Mas mesmo assim, em muitos casos do país, só em
2006 foram constituídos os Conselhos Locais, muito relacionados ao Orçamento de
Investimento de Iniciativa Local (OIIL), hoje conhecido por Fundo de
Desenvolvimento Distrital (FDD).
6
pela natureza neo-patrimonial do Estado.
A respeito dos Órgãos Locais do Estado Faira e Chichava (1999), dizem que a par do
Poder Local, a emenda constitucional de 96, consagra a existência dos órgãos locais do
Estado, cujo objectivo é a representação do Estado ao nível local, para a administração e
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a integração e unidade
nacionais (artigo 185). São OLE os governos provinciais, as administrações distritais,
dos postos administrativos e das localidades (nesta ordem hierárquica).
A esse respeito Canhanga (2007), sustenta que o quadro legal, define que os Órgãos das
Autarquias Locais devem auscultar as opiniões e sugestões das autoridades tradicionais
reconhecidas pelas comunidades locais. Para o autor não há um quadro normativo que
define governação participativa assim, as consequências de inexistência desse quadro
normativo conduzem-na a reduzir o nível de responsabilização das autoridades e
fragiliza as condições institucionais de democracia participativa ao nível dos órgãos de
poder local, também a ausência de uma metodologia e um arranjo institucional
enfraquece a objectividade de os órgãos de poder local envolverem todos segmentos
sociais no processo de planificação participativa.
Sociedade Aberta, (2010:8), o termo participação provem da palavra (parte), fazer parte
de alguma associação tomar parte numa determinada actividade, ter parte que fazem
diferença, contribuir para construção de um futuro melhor para nós e para as futuras
gerações.
Segundo Macuácua (2012:14), enfatiza ainda que a participação é o caminho natural
para o Homem explicar sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si
mesmo, dominar a natureza e o mundo, além disso a sua prática envolve satisfação de
algumas necessidades não menos básicas tais como a interacção com os demais homens,
auto-expressão, desenvolvimento do pensamento reflexivo, o prazer de criar e recriar
coisas e, ainda, a valorização de si mesmo pelos outros na comunidade.
A Lei de Terras aprovada pela Assembleia da República em 1997, define no seu artigo
1, a comunidade como sendo um agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa
circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de
interesses comuns através da protecção de áreas agrícolas, sejam cultivadas, ou em
pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens, fontes de água e área de
expansão.
Nguenha (2009), acredita que Moçambique vai continuar a privilegiar o envolvimento
dos cidadãos na governação do país em geral e dos governos locais em particular. Pois a
7
Constituição da Republica e a legislação ordinária Autárquica garantem a participação
dos cidadãos na vida política e confere-lhes responsabilidade para contribuir para o
desenvolvimento local.
Diz ainda o autor que para além da legislação, que é favorável à participação dos
cidadãos na governação local e das práticas de participação comunitária já iniciadas nos
pais, deixam claro que Moçambique não pode escolher outra via para governação
sustentável que não seja consolidar mecanismos da participação comunitária.
Assim, Tabosa (2004), afirmam que a participação comunitária significa dar às pessoas
maiores oportunidades de participação efectiva nas actividades de desenvolvimento.
Isso significa proporcionar condições para que elas mobilizem seu próprio potencial,
sejam agentes sociais em vez de sujeitos passivos, gerência seu recursos, tomem
decisões e controlem as actividades que afectam suas vidas.
8
oportunidades iguais defectivas de tomar seus pontos de vista conhecidos, bem como
opinar qual deveria ser a política.
Assim, neste capítulo foi feita a revisão da literatura sobre os Conselhos Consultivos
Locais. Na literatura, foi demonstrado a génese dos Conselhos Consultivos Locais e o
processo que ditou a implementação dos mesmos em todo país. A literatura faz também
menção ao quadro jurídicolegal do funcionamento bem como da composição dos
Conselhos Consultivos Locais. A literatura mostra uma certa dificuldade no que
concerne a legislação no capítulo da operacionalização da referida legislação, isto é, há
um fosso entre o que está legalmente constituído e a operacionalização com vista a
materialização dos Conselhos Consultivos Locais, o que coloca a materialização dos
mesmos numa zona cinzenta.
Constatação de Pijnenburg (1998), dá conta que os programas de desenvolvimento onde
há participação activa da população das comunidades locais, tem tido sucessos enquanto
o contrário só pode influenciar negativamente o processo de desenvolvimento, não
colocando outra hipótese se não o envolvimento da comunidade como determinante do
processo de desenvolvimento.
9
A perspectiva neo-institucionalista, centra as suas análises nas instituições e parte de
princípio que as instituições jogam um papel preponderante no comportamento dos
indivíduos
A esse respeito, Bilério (2007:12), diz que a participação significa que antes de uma
política ser adoptada pela uma associação (governo), todos membros devem ter
oportunidades iguais defectivas de tomar seus pontos de vista conhecidos, bem como
opinar qual deveria ser a política
2.1.2.Órgãos locais do Estado
2.1.3.Quadro conceptual
Para o alcance dos objectivos neste trabalho torna-se necessário definir alguns conceitos
importantes. Os principais conceitos a serem operacionalizados a serem definidos são os
seguintes: descentralização, conselhos locais, comunidades locais e Participação.
2.1.4.Descentralização
10
transferência final de poder de decisão e implementação da administração central para
os órgãos locais eleitos.
Descentralização administrativa ou desconcentração, nos casos em que a
descentralização é feita sem implicar uma transferência definitiva de autoridades,
poder de decisão implementação da administração central para outros agentes fora dos
órgãos centrais.
A desconcentração é uma condição necessária, embora não suficiente, para atingir os
níveis desejados de descentralização na tomada de decisões.
Conjunto de técnicas de descentralização, delegação, privatização e desregularão,
quando a descentralização implica uma transferência limitada de poderes de decisão e
implementação da administração central para uma empresa ou agência de Estado, ou
uma transferência parcial de tais poderes para uma companhia privada ou comunitária.
2.1.6.Participação
11
É importante considerar alguns aspectos do discurso da participação, sobretudo aqueles
estimulados e apreciados pelo poder público. Nestes aparecem já um certo desgaste do
que até então é chamado de desenvolvimento local. Como lembra Souza (2004, p.80):
A preocupação maior é para com a ordem social: que ela se mantenha e facilite o
próprio desenvolvimento económico. A participação aparece como fenómeno capaz de
estimular e suscitar a atenção e a acção das camadas populares na consecução das
políticas e propostas de desenvolvimento económico.
Sob esse aspecto, o que é a participação cidadã no sentido ético dos agentes do poder
estatal moçambicano? É a acção comunitária, um encontro das acções na direcção
daquele que demanda ou é estimulado a demandar. Cria-se, inclusive, os canais para
receber as demandas. Sob diferentes concepções, a reificada comunidade ora surge
como o demandante, ora é evocada como uma alternativa para colectivizar os pedidos
ou, ainda, é empregada como um termo substituto para referir-se à população carente.
Nas entrevistas preliminares com os agricultores, constatou-se que as percepções dos
agentes do Poder estatal cumprem este papel: são estabelecidos mecanismos para ouvir
a população, encaminhar os pedidos ao governo, articular, promover a solidariedade,
interagir as instâncias de participação: as Autoridades Tradicionais locais (Régulo) se
transformam na voz que o cidadão não tem. Isto reforça a ideia de que o Estado é um
ator que toma decisões, na medida em que ele escolhe o que vai ser difundido
(SANTOS, 2002). Deste modo, a expectativa de construção de relações mais iguais, a
partir do acesso à informação, se frustra com o tipo de informação e o momento em que
estas são repassadas à população interessada.
12
Por intermédio das actividades desenvolvidas na concepção de participação social, nota-
se o papel activo dos mediadores locais na criação da Comunidade como uma unidade
política frente a instâncias externas, sejam elas estatais ou não, como ONGs e Igrejas.
Por exemplo, a comunidade é assim entendida como uma unidade política relevante na
relação com estes agentes externos capazes de proporcionar bens públicos, como escola,
água e posto de saúde, além de outros serviços de interesse colectivo. Assim, é também
a base para a formulação de demanda e espaço público legitimado para os investimentos
dos serviços distritais, e corresponde a um grupo de lealdades primordiais,
preferencialmente com reconhecimento oficial, pelo registo da criação de associações
em cartório. Não obstante, comunidade equivale à unidade associativa, base de gestão
de acções políticas (neves, 2006, p.13). A este respeito, e utilizando da análise feita por
Weber, cabe sublinhar que comunidade é um termo utilizado como “recurso
instrumental ideológico e político, cuja especificidade é produzir a deificação, o
essencialíssimo e moralismo” (Weber, 1999, p.84). Sob esse aspecto, um conjunto
diferenciado de crenças e valores viabiliza a participação política pela constituição de
interesses comuns atribuídos à comunidade. A filiação comunitária deve ser entendida,
portanto, como uma forma política de construção de nós: é uma forma de produção de
imagens, valores e crenças compartilhadas, razão pela qual se institucionaliza na
reafirmação social e política da nação de comunidade (Weber, 1999, p.84).
2.1.9.Comunidade local
13
protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, quer sejam cultivadas ou em pousio,
florestas, lugares importância cultural, pastagem, fontes de agua, áreas de caça e de
exploração.
Comunidade – e suas derivações – é um termo substantivo para outras denominações
que tanto pode dizer respeito aos limites físicos ou territoriais, como também à adesão
de pessoas a determinadas ideias, enfeixando-as em um senso comum legítimo. E ainda
o termo comunidade é frequentemente substantivado. Passado, desta forma, a substituir
o sujeito da acção. Como esta comunidade pressupõe uma colectividade, diferentes
agentes sociais disputam a sua autoridade, controle e domínio (Fonseca; Brites, 2006,
p.45). Assim, conforme salienta Pereira (2008), o primado do discurso de uma
comunidade harmónica, total e coesa interessa de perto aos grupos dominantes.
Portanto, quanto mais forte for esse discurso, mais forças terão os grupos hegemónicos.
Deste modo, depreende-se que a conquista da voz política própria e de uma capacidade
de articulação dos interesses dos diferentes grupos é um desafio para as associações das
comunidades rurais moçambicanas, o que recoloca mais uma vez, sob outro ângulo, a
questão de construção de mecanismos políticos realmente participativos na interlocução
entre as comunidades, o Estado e outros agentes externos. A novidade de processo do
cenário de descentralização chamado distrito pólo de panificação e desenvolvimento,
em Moçambique, deve ser entendida como lutas culturais sobre o significado das nações
recebidas de cidadania, direitos humanos, fórum, conselhos consultivos:
14
prazo. Portanto, não se trata apenas de políticas públicas, mas de uma nova cultura de
acções voltadas à construção de um objectivo comum.
Conforme Machava (2011:26), o desenvolvimento local é um processo de
melhoramento geral da qualidade de vida e do bem-estar de uma comunidade, com
profundo respeito e consideração pelas reais necessidades e aspirações desse povo,
assim como pela própria capacidade criativa, próprios valores, potencialidades e formas
de expressão cultural.
Contudo, entendemos que quando se fala de desenvolvimento local, trata-se de um
processo de mudança progressiva, sobretudo no melhoramento da qualidade de vida e
do bem-estar de uma comunidade.
2.1.3. Historial da Participação da Comunidade Rural no Processo de
Desenvolvimento Local em Moçambique
15
ganham uma relativa autonomia, em particular, no que se refere ao processo de
planificação e de decisão Nguiraze, (2013:54).
Nguiraze & Aires (2011a:42), diz que esta autonomia, sobretudo no processo de
planificação e de decisão, se manifesta apenas ao nível da consulta e auscultação um
encontro das acções na direcção daquele que demanda ou é estimulado a demandar.
Assim, as autoridades tradicionais locais se transformaram na voz que o cidadão não
tem, reforçando a ideia de que o Estado é o actor que decide, na medida em que ele
escolhe o que vai ser divulgado.
Entretanto, da afirmação do autor acima citado, percebe-se que a conquista da voz
política própria e de uma capacidade de articulação dos interesses dos diferentes grupos
é um desafio para as associações das comunidades rurais moçambicanas, o que recoloca
mais uma vez, sob outro ângulo, a questão de construção de mecanismos políticos
realmente participativos, na interlocução entre as comunidades, o Estado e outros
agentes externos.
No entanto, subentende-se que a participação da comunidade se efectua quando a
instituição e seus agentes se colocam diante do demandante, como objecto de satisfação
(Nguiraze & Aires, 2011:10). Infelizmente, de acordo com Doniak (2002:58), muitas
organizações acreditam que é participativo reunir uma ou mais comunidades em uma
sala e captar seus problemas, para depois realizar projectos que elas vêm como solução
para a comunidade. Mas é importante frisar que, para um plano de desenvolvimento ser
realmente participativo, é necessário que a sociedade participe antes da planificação,
durante e depois.
Em Moçambique, para os grupos sociais historicamente excluídos residentes, a
oportunidade de participar de discussões e definições sobre o desenvolvimento local,
representa um ganho inestimável. Contudo, a situação de extrema carência das
comunidades rurais, aliada à falta de informação, coloca esses grupos em situação de
fragilidade e vulnerabilidade, diante dos seus interlocutores, ao longo de processos
participativos. É válido frisar que o que as pessoas procuram de forma colectiva é o
direito de realizar sua própria identidade (Nguiraze &
Aires, 2011:11).
De acordo com Viveiros & Luís (2008:2), para que essas pessoas realizem a sua
identidade, é importante torná-las não apenas meros agentes de consulta e auscultação,
mas também, e sobretudo, actores da sua opção, com um papel relevante no processo de
tomada de decisões e controle das políticas públicas, isto é, é relevante o envolvimento
16
das comunidades locais no processo de tomada de decisões, implementação e controle
das políticas públicas, bem como em acções tendentes ao desenvolvimento local para o
fortalecimento da governação local.
Relativamente ao desenvolvimento local, este, teve a sua génese no século dezanove,
com os movimentos sociais organizados em ambientes fabris e entre os camponeses que
empreendiam múltiplas actividades designadas de desenvolvimento comunitário
(Ibid:3). No entanto, segundo Machava (2011:21), desde o pós-guerra até o início da
década de setenta, período em que predominou o modelo de desenvolvimento regional
top down, o desenvolvimento local era visto nas abordagens neoclássica, Keynesiana e
institucional dentro de uma perspectiva exógena de desenvolvimento. Para estas
abordagens, o desenvolvimento local tinha como motor, estímulos externos ao local, ou
seja de regiões mais desenvolvidas.
Ainda no contexto das abordagens de desenvolvimento local, o autor que temos estado a
mencionar, sustenta que depois da década de 80, o desenvolvimento local passou a ser
visto como uma problemática própria local. Neste novo contexto, o desenvolvimento
local busca ser uma resposta proactiva, aos desafios da mundialização da economia, da
informação, da necessidade de gerar novos empregos, da exclusão social, da
necessidade de modernização tecnológica e requalificação profissional. Neste âmbito,
segundo a mesma fonte, os governos locais aparecem como os actores propulsores do
processo de desenvolvimento económico local.
Enquanto isso, até os finais da década 80, em Moçambique, o governo central promovia
o desenvolvimento económico através do fornecimento directo de insumos como
sementes e fertilizantes; e, providenciava serviços de formação, através de agências
governamentais descentralizadas em todo o país. Esta conjuntura mudou em 1990, com
a nova constituição (Idem).
Nota-se que os projectos de desenvolvimento local ou regional passam a privilegiar os
arranjos locais de produção, às sinergias entre os diferentes actores, à implantação de
infra-estruturas multi-institucionais de fomento, à agregação de valor e à produção
local.
Faria (2011:16), cita Franco (2000) a referir que o novo paradigma de desenvolvimento
deve ser visto de maneira bastante simplificada: O Desenvolvimento deve melhorar a
vida das pessoas, de todas as pessoas, das que estão vivas hoje e das que viverão no
futuro.
Sobre esta discussão, Machava (2011:26), entende o desenvolvimento local como
17
processo de melhoramento geral da qualidade de vida e do bem-estar de uma
comunidade, com profundo respeito e consideração pelas reais necessidades e
aspirações desse povo, assim como pela própria capacidade criativa, próprios valores e
potencialidades e formas de expressão cultural.
Ainda nesta mesma ordem de ideias, acrescenta a fonte que o desenvolvimento local
pressupõe uma transformação consciente da realidade local, implicando uma
preocupação numa perspectiva futura.
Disto, entende-se que o desenvolvimento local não está relacionado unicamente com
crescimento económico, mas também com a melhoria da qualidade de vida das pessoas
e com a conservação do meio ambiente.
Vale sublinhar que durante o processo de desenvolvimento local, a comunidade não
pode ser vista como um mero utente de serviços, mas como actor e autor das práticas de
desenvolvimento local. Este modelo de desenvolvimento caracteriza-se por ser um
processo de melhoria das condições culturais, económicas, educativas e sociais das
populações, através de iniciativas de base comunitárias, de valorização dos recursos
humanos e materiais em ligação privilegiada com as populações locais e as instituições
do território em zonas rurais ou urbanas, no litoral ou interior, Viveiros & Luís,
(2008:2).
Em suma, o desenvolvimento local é aquele processo que se preocupa essencialmente
com a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar da população local, a conservação
do meio ambiente e a participação activa, organizada e democrática da população, de
forma consciente, para que possa por si própria, garantir sua sustentabilidade e
continuidade do processo. Portanto, é útil referir que este processo deve ser realizado
com a participação de todos os actores da comunidade, pois, cada um dos actores tem
um papel a contribuir para o desenvolvimento local.
2.1.4.Princípios, Características e Formas de Participação da Comunidade no
Processo de Desenvolvimento Local
18
A participação é um processo de desenvolvimento da consciência crítica e de
aquisição de poder;
A participação leva a apropriação do desenvolvimento pelo povo. O povo é
comparticipante, co-responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do projecto;
A participação é algo que se aprende e se aperfeiçoa;
A participação pode ser provocada e organizada sem que isto signifique
necessariamente manipulação;
A participação é facilitada com a organização e a criação de fluxos de
comunicação;
Devem ser respeitadas as diferenças individuais na forma de participar;
A participação poderá resolver conflitos mas também poderá gerá-los;
Não se deve sacralizar a participação: ela não é indispensável em todas as
ocasiões.
Não se deve sacralizar a participação: ela não é indispensável em todas as
ocasiões.
Haverá momentos em que ela não se fará necessária.
Flexibilidade – os resultados são produzidas pelo grupo que participa;
Transparência – transforma a inteligência individual em colectiva, não induz
nem manipula os participantes;
Multidisciplinaridade – envolve profissionais de várias áreas de conhecimento;
Comunicação nas duas direcções – técnicos e comunidades aprendem;
Quantidade e Qualidade – a avaliação são realizadas levando em consideração
os dois métodos;
Orientação segundo o grupo – deslocamento do poder de decisão para o grupo;
Parcela do poder – envolve o aumento do poder de encaminhamento e decisão
por parte do grupo;
Presença local – projectos construídos localmente e com a participação
comunitária;
Documentação - registo de todas as etapas do processo participativo
19
primeiro mecanismo que leva à participação é a sensibilização da comunidade no que se
refere à importância de sua participação no desenvolvimento local, e, o outro, é a
criação de um conselho municipal de desenvolvimento, a partir do qual seja possível
identificar os conselhos que o município precisa ter. Assim, além de dinamizar as
acções de cada conselho, permite-se que eles tenham uma visão sistémica sobre suas
acções.
Nguiraze (s/d:11), adianta que entre 1975 a 84, a participação das comunidades rurais
foi caracterizada por um grande movimento das cooperativas agrícolas, aldeias
comunais e por diversas iniciativas de desenvolvimento rural, que preconizavam formas
colectivas de produção e vivência comunitária. No entanto, as estratégias visando a
participação eram definidas centralmente, com uma imposição das metodologias de
participação comunitária, sem ter em conta, tanto as práticas existentes localmente,
quanto as suas lógicas de funcionamento, seus universos culturais distintos e seus
saberes múltiplos.
Doniak (2002:45), advoga que a participação da comunidade: deve ser entendida como
acto e efeito de um processo em que a sociedade civil, política e económica tenham
tomado uma decisão em conjunto. Ela acontece quando há acesso efectivo dos
envolvidos no planeamento das acções, na execução das actividades e em seu
acompanhamento e avaliação; É um instrumento importante no sentido de promover a
articulação entre os actores sociais, fortalecendo a coesão da comunidade e melhorando
a qualidade das decisões, tornando mais fácil alcançar objectivos de interesse comum;
Significa estar presente activamente no designar e no escolher alternativas, caminhos e
em ter possibilidades reais de utilizar toda e qualquer alternativa, bem como combiná-
las.
Vale a pena sublinhar que existem várias formas de participação da comunidade no
desenvolvimento local. Para JÚLIO (2013:21), existem dois principais tipos de
participação, a directa e a indirecta. A indirecta executa-se por meio de representantes
para o efeito; este tipo também é chamado por participação representativa. Na maioria
dos casos, a participação representativa reúne alguns elementos de participação directa,
ora vejamos: a participação directa acontece quando os membros duma colectividade
reúnem-se para discutir e resolver os seus
próprios problemas, sendo a votação feita com a participação de todos, onde cada
participante tem um voto.
20
Mas ARNSTEIN (1969:217), classifica a participação da comunidade no
desenvolvimento local em oito aspectos, nomeadamente: (i) Manipulação; (ii) Terapia;
(iii) Informando; (iv) Consulta; (v) Pacificação; (vi) Parceria; (vii) Poder delegado; e
(viii) Controle pelo cidadão.
Nos dois primeiros níveis, o que ocorre, segundo o autor, é uma “não participação”, isto
é, ainda que existam mecanismos para que os cidadãos participem, os autores que
conduzem o processo têm como objectivo apenas educar os participantes (Manipulação)
ou mantê-los sob controlo (Terapia). Os três degraus seguintes fazem parte da
participação “simbólica”, onde é possível as pessoas falarem e serem ouvidas ao longo
do processo participativo (Informação e Consulta), mas não há garantias de que aqueles
com poder de decisão irão cumprir o que foi prometido, ou considerar o que ouviram
dos actores; a falta de garantia também ocorre no degrau da Pacificação, sendo que,
nesse nível, a influência do cidadão é maior, ainda que não haja obrigação dos
tomadores de decisão. Finalmente, nos últimos três degraus, a Parceria é o degrau em
que os actores têm a possibilidade de negociar com os tradicionais detentores de poder e
realizar trocas e cooperação, com a partilha de actividades de planeamento e de tomada
de decisão. A Delegação de Poder e o Controle pelo Cidadão representam níveis em que
há um real poder de decisão por todos os actores que fazem parte do processo, com a
população assumindo a gestão em sua totalidade (Idem).
Disto, entende-se a manipulação como sendo o processo em que os cidadãos são
deliberadamente incutidos pelos detentores de poder, a acreditar que a sua opinião
conta; terapia, como processo em que os cidadãos são vistos como o problema e os
detentores do poder abordam os problemas através de soluções terapêuticas e que não
resolvem os problemas em si; informando como processo em que os cidadãos são
informados das decisões tomadas pelos detentores do poder; consulta como processo na
qual os cidadãos são consultados pelos detentores do poder antes de tomada de
decisões; pacificação como processo segundo a qual os cidadãos são realmente
envolvidos na tomada de decisões. Contudo, a participação do cidadão a este nível
contínua como assistência passiva no sentido de que o poder simplesmente usa-o para
atrasar, adiar, ou manter grandes decisões por iludir o público; parceria como processo
em que os cidadãos igualmente compartilham as responsabilidades de tomada de
decisões com os detentores do poder; poder delegado como processo no qual os
cidadãos são delegados poderes de tomada de decisões sob direcção de uma agência
governamental relevante. Aqui, um corpo de cidadãos ou uma agência local de maneio
21
passa a ser semi-autónomo; controle pelo cidadão como processo onde os poderes de
tomada de decisões são completamente devolvidos aos níveis locais.
Ainda nesta mesma ordem de ideias, Doniak (2002:46), mostra outras formas de como
as instituições de desenvolvimento interpretam ou usam o termo participação. Portanto,
este classifica-a em 7 formas, a saber:
22
O desenvolvimento local deve ser um processo de mobilização das sinergias sociais, dos
recursos e das potencialidades locais para a implementação de mudanças que elevam as
oportunidades sociais e as condições de vida no plano local, tendo como base a
participação da sociedade no processo decisório.
MAKUMBE (2002) citado por MUSSA (2013:12), mostra que a participação pode
aumentar a eficiência no uso dos recursos para o desenvolvimento; facilita o melhor uso
de conhecimento e do trabalho, reduzindo assim, os custos dos projectos e aumentando
a auto-suficiência e o desenvolvimento auto-sustentável.
É importante frisar que a participação é essencial para que a sociedade tenha o retorno
esperado da administração pública, além de mostrar à comunidade as dificuldades pelas
quais uma administração pública soturnamente passa. Assim, a própria comunidade
consegue ajudar a administração pública a enfrentar os problemas.
Aliando-se a esta questão, MUSSA (2013:16), diz que o desenvolvimento local deve
assegurar ao Município, uma melhoria das condições socioeconómicas a médio e longos
prazos, não sendo apenas uma simples soma de iniciativas locais bem sucedidas.
Por sua vez, JÚLIO (2013:21), olha para a participação como um elemento fundamental
para a promoção da democracia, tal como plasmado na Constituição da República e, em
democracias modernas. Este elemento é cada vez mais presente.
Uma sociedade participante é mais unida e coesa do que outra, na qual as pessoas se
consideram apenas súbditos, passivamente obedientes aos poderes constituídos. Importa
salientar que a participação ajuda as pessoas a interpretarem o fenómeno do governo
como uma forma de acção, e não um mero tipo de acontecimento. Faz críticas sob ponto
de vista de agentes, e não de espectadores.
Citando LUCAS (2001), MUSSA (2013:26), vaticina que a participação pode resultar
em melhores decisões, porque quanto mais pessoas estiverem envolvidas no poder
decisório, haverá mais informações e maior troca de ideias. Disto, percebe-se que o
papel do cidadão também é indispensável na definição e implementação de políticas
públicas voltadas para a colectividade.
A participação também constitui a única fonte de informação a respeito das opiniões e
desejo do indivíduo, e tais informações tornam-se essenciais se o governo quiser saber
quais os interesses dos indivíduos.
Para DONIAK (2002:51), a participação da comunidade no processo de
desenvolvimento local:
Implica a democratização da vida social;
23
Contribui para a democratização interna dos organismos governamentais;
Permite que os cidadãos e as comunidades estejam informados de modo a garantir a
transparência da gestão pública;
É um dos pressupostos fundamentais para o alcance dos objectivos dos projectos;
É de vital importância para a descentralização do poder público, além de trazer como
benefício o poder de comando que a comunidade adquire.
Em suma, com a participação, surge um processo organizado, pelo qual todos adquirem
uma visão compartilhada do desenvolvimento local, permitindo que cada cidadão e
organização saibam seu papel, para que ocorra o melhor desenvolvimento local.
24
Capitulo III: Metodologia do Trabalho
3.1.Classificacação do Estudo
a) Quanto à natureza
25
motivação de cada indivíduo em relação ao seu trabalho, é aplicada, pois, é motivada
pela necessidade de resolver problemas. Vargara (2009).
b) Quanto à abordagem
c) Método de procedimento
26
abordagem qualitativa, tal como o uso de grupos de discussão; geralmente, caracteriza-
se pela ausência de hipóteses, ou hipóteses pouco definidas.
3.2.Pesquisa Bibliográfica
Para Gil (2008), pesquisa bibliográfica é aquela que desenvolvida com base do material
já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e a internet e
permitiu a pesquisadora a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do
que aquela que poderia pesquisar directamente.
3.3.Instrumento de recolha de dados
Malhotra (2001), População é entendida como sendo a soma de todos os elementos que
compartilham um conjunto de características em comum, confirmando o universo para o
propósito do problema a ser pesquisado. E amostra um subgrupo dos elementos de uma
determinada população seleccionada para a participação de um determinado estudo.
Para o efeito estudo, opta-se em aplicar um questionário com uma parte da comunidade
da localidade os funcionários da localidade de Ntemangau.
27
CAPÍTULOIV: A PRESENTAÇÃO ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O Distrito de Changara está localizado a Sul do Rio Zambeze, com a Sede Luenha, a
96 Km da cidade capital da Província, confinando a Norte a província de Manica.
28
4.2.Principais actividades económicas
A agricultura é actividade principal, e criação de gado bovino e caprino, há uma
associação de camponeses que tenta com seu esforço e com ajuda do governo local e
distrital, levar a vante esta actividade, o governo ajudou a localidade na região de
ntemagau na construção de represas para retenção de água para agricultura e para outros
fins, embora segundo um dos nossos interlocutores e também apuramos no terreno que
a referida represa foi mal construída e deixa escapar água.
25%
Homens
Mulheres
75%
Segundo o gráfico acima citado quanto ao género o maior número é composto por
homens que corresponde a 75%, e os restantes composta por 25% de mulheres.
4.2.Idade dos funcionários
Gráfico 2: Idade dos Funcionários
idade de funcionarios
16%
6 -15 Anos
0-5 Anos
52%
32% 16-25 Anos
29
Dos funcionários inqueridos um dos dados analisados foi o tempo de serviço na
instituição, os recém admitidos estiveram mais dispostos a responder ao questionário
onde indica, dos 25 inquiridos, 13 estão na instituição no intervalo de 6 á 15 anos, e 8
estão no intervalo compreendido entre 0 á 5 anos e os restantes 4 encontram-se na faixa
de 16 á 25 anos.
Idade de Funcionarios
16% 16%
01 a 10 anos
11 a 20 anos
16%
21 a 30 anos
52%
31 a 35 anos
Jovens
32% 36%
Lideres Comum
Mulheres
14% Func Pública
18%
30
Segundo os dados facultados pelo chefe da localidade sobre a representação do conselho
consultivo local conta-se com participação jovens que corresponde a 36% na sua
maioria, 18% corresponde a líderes comunitário, 14% é composto por mulheres e por
último 32% por função pública.
17%
Boas
28% 55%
Partilha o poder
Não são Boas
31
5.Conclusão
Concluindo que a participação das comunidades rurais, sendo esse intensificado
no momento de operacionalizar as intervenções. Portanto, mesmo tendo a participação
das comunidades prevista na lei com previsão de momentos de discussão e condições
necessárias para tanto, o Estado não conseguiu instaurar um processo contínuo de
participação na localidade estudada, de modo que os membros das comunidades
envolvidas pudessem chegar mais conscientes nos momentos de discussões e definições
e dar continuidade a sua luta pela efectivação de seus direitos pós-intervenção. As
práticas e lutas emanciparias devem se articular em rede para que sejam bem- sucedidas,
e isto passa pelo reconhecimento de ostentações de direitos. Ao considerá-la capaz de
decidir a constituição de uma esfera pública, que respeite a diversidade e as pluralidades
dos atores envolvidos, contribuiria com a criação de possibilidades de escolha para a
população rural moçambicana. Tais escolhas, decorrentes do processo
participativo, teriam influência de factores como base informacional, oportunidades de
participação em discussões e interacções públicas e valores sociais. Mas permeando a
formação dos critérios, estariam os condicionantes sócios económicos das populações,
que limitam as possibilidades de escolha e interferem nas decisões. Neste sentido, a
habilitação social dos atores para a participação efectiva poderia ocorrer a partir do
próprio processo, mas também a partir da ampliação do acesso da população aos seus
direitos sociais e políticos. É neste sentido que a participação aponta para duas fontes: a
primeira para a tomada de decisões como apresentação de demandas ao poder público e
a deliberação de políticas públicas. A segunda refere-se à participação para o controle
social, acompanhamento da acção pública do gestor pela sociedade, e do uso dos
recursos nas políticas públicas. Contudo, este estudo se propõe a apontar questões que
mereceriam atenção para aperfeiçoamento do processo. Em suma, com a participação,
surge um processo organizado, pelo qual todos adquirem uma visão compartilhada do
desenvolvimento local, permitindo que cada cidadão e organização saibam seu papel,
para que ocorra o melhor desenvolvimento local.
32
5.1.Recomendações
33
6. Referencia Bibliográfica
34
Soares, E. (2003). Metodologia Cientifica: Lógica, Epistemologia e Normas. 6ª
edição.São Paulo: Atlas.
Souza, M. (2004). Desenvolvimento de comunidade e participação. 6ª.ed. São Paulo:
Cortez.
Tomo, R.(2009). Participação dos Cidadãos nos Conselhos Locais e na Monitoria do
Plano-Económico-social e Orçamento Distrital – PESOD. In Economia Politica e
Desenvolvimento. 6ª ed.CAP, Maputo.
Valá, S. (2009). Imperativos da participação comunitária no desenvolvimento Rural. In:
artigo publicado no jornal Domingo, 11/01/1998. Acesso em 15 de Outubro de 2021.
Legislação
35
ANEXOS/APÊNDICE
36
Instrumentos de recolha de dados
Entrevistas semi-estruturadas
Guião de entrevistas
Entrevistas aos membros dos Conselhos Consultivos Locais (CCLs) Perfil e nome do
entrevistado Cargo que ocupa
1. Qual é a função que desempenha?
2. Quando foram constituídos os CCL nesta localidade?
3. Quantos anos duram os mandatos dos CCL
4. Quem são os representantes dos CCC?
5. Quantos membros compõem o CC de Matsequenha?
6. Como é feita a selecção? Por eleições? Ou nomeação? E quem faz?
7. A composição do CCLs, privilegia a participação das comunidades nos programas de
desenvolvimento local?
8. Quantas vezes realizam sessões ordinárias por ano? E ordinárias caso existam?
9. Quem preside as sessões dos CCLs
10. Todas as mudanças feitas na governação são do conhecimento das comunidades
locais? Como fazem para informarem as comunidades sobre programas de governação
local? E como fazem darem feedback as comunidades sobre qualquer programa de
desenvolvimento local?
11. De que estrato social são os membros dos CCLs?
12. Sendo que todos programas de desenvolvimento local devem reflectir o PESOD,
sentem que as vossas opiniões são reflectidas nas decisões tomadas a nível distrital? Se
sim pode dar um exemplo concreto?
13. A relação entre os CCLs e as comunidades são boas? Se não o que há de negativo e
o que gostaria que fosse feito para melhorar?
37
Instrumentos de recolha de dados Entrevistas
Semi-estruturadas
Guião de entrevistas
38
Anexos
39
Edifício de Serviços Distritais juventude e Tecnologia de Changara.
40
Anexo 2
Edifício da SDEJT-Changara
41