Seminario 36
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INTRODUÇÃO
A otite média é uma das doenças mais comuns. Com o uso crescente dos antibióticos, a
incidência de complicações de otites médias diminuiu consideravelmente. O índice de complicações
caiu de 50%, encontrado no início do século, para 0,24% a 4%, nos dias de hoje. Porém, a
morbidade e a mortalidade continuam elevadas em torno de 10 a 18 % , apesar do avanço na
terapêutica destas doenças.
A definição de uma complicação de otite média é a extensão do processo inflamatório ou de
produtos da inflamação além dos espaços pneumatizados do osso temporal e da sua mucosa.
Complicações de otites médias agudas ou crônicas ocorrem quando barreiras anatômicas da
orelha média são rompidas por algum processo infeccioso, permitindo o acometimento de estruturas
adjacentes, ou seja, ocorre uma extensão desta infecção para outras regiões do osso temporal
(mastóide, região petrosa) e para o crânio (meninges, espaços meníngeos e parênquima cerebral)
por continuidade e, menos freqüentemente, por via hematogênica. São subdivididas em
intratemporais e intracranianas.
Não se pode confundir complicações e seqüelas de otite média. As seqüelas ocorrem como
um resultado direto da doença da orelha média sem necessitar de uma intervenção urgente seja ela
clínica ou cirúrgica, como a timpanosclerose, atelectasias, otite média adesiva, perfuração, erosão
ossicular, formação de colesteatoma, perda condutiva ou neurossensorial, distúrbios de fala, e
outros.
II. FISIOPATOLOGIA
O processo infeccioso pode se disseminar além do ouvido médio por: periflebite ou
tromboflebite, erosão óssea ou extensão direta por vias preexistentes, além da via hematogênica.
Periflebites ou tromboflebites: É a maneira mais comum de um microorganismo da orelha
média ou das células da mastóide atingirem o espaço subaracnóide, parênquima cerebral, ou seios
da dura e a via de formação de abscesso subperiosteal. Veias e vênulas da orelha média, pirâmide
petrosa, processo da mastóide e do tecido subcutâneo pós auricular comunicam-se através do osso e
da dura com vasos no espaço subaracnóide e parênquima cerebral. Os microorganismos espalham-
se diretamente pelo sistema venoso ou podem causar tromboflebites por inflamação direta ou
através do tecido conectivo perivascular. Por esta via, complicações levam em média 10 dias para
ocorrerem após a infecção original.
Erosão óssea: Ocorre secundariamente ao processo inflamatório, como formação de tecido
de granulação ou osteogênese. É a via mais comum de propagação de infecção em otites médias
quando o osso temporal está bem pneumatizado. Quando o exsudato da mastóide e do antro não
podem drenar na orelha média, por causa do edema inflamatório, há um aumento da pressão local,
levando à osteíte e osteonecrose. Tal necrose com coalescência da infecção resulta em mastoidite
coalescente. Quando há processo inflamatório na medula óssea, há osteomielite. Em casos de otites
crônicas, tais alterações histopatológicas no osso temporal são semelhantes com ou sem perfuração
da membrana timpânica. Assim, uma membrana timpânica íntegra não afasta a presença de
transformações histopatológicas na orelha média.
Extensão direta: Há aberturas anatômicas normais entre a orelha média e a interna (janela
oval) e entre o orelha interna e o espaço subaracnoídeo (aqueduto coclear, aqueduto vestibular,
conduto auditivo interno). Podem também existir deiscências congênitas, como a do bulbo da
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jugular no assoalho do hipotímpano podendo servir como um caminho preexistente para
propagação de infecção.
A orelha média separa-se superiormente da fossa média por uma fina placa óssea (tégmen
timpânico) e do seio sigmóide pôr uma placa mais grossa. Inferiormente, o hipotímpano está
separado do seio sigmóide e do bulbo da jugular por uma placa óssea fina muitas vezes deiscente.
Medialmente, a janela oval e a platina do estribo estão em contato com a orelha interna. O nervo
facial atravessa a orelha média em seu canal comumente deiscente.
Bacteriologia: Depende da presença ou não de perfuração timpânica. Caso não haja
perfuração, os agentes envolvidos tendem a ser os mesmos da infecção primária, porém, se houver
perfuração, haverá colonização pelos agentes do conduto auditivo externo (CAE). Há variação entre
os microorganismos presentes nas otites médias complicadas e não complicadas. Os
microrganismos mais freqüentes em culturas de secreção de OMA são: Streptococcus pneumoniae
(mais comum), Haemophylus influenzae e Streptococcus do grupo A. Staphylococcus aureus e
gram negativos são pouco freqüentes. A OMA complicada com meningite em crianças pode ser
causada pelo Haemophylus influenzae B, que não é usual em OMAs não complicadas (geralmente
são não tipáveis).
Culturas intraoperatórias de colesteatoma mostraram que 70% apresentam aeróbios, 67%
anaeróbios e 50% ambos (sendo o aeróbio mais comum a Pseudomonas aeruginosa e o anaeróbio
mais comum o Bacteroides e o Peptococcus – mais freqüentes nos casos complicados). Metade das
culturas tinha mais de um organismo, sendo a média de três. Quando havia secreção fétida, a média
variava entre 5 e 11 organismos.
Culturas realizadas em CAE na vigência de perfuração de membrana timpânica, mostravam
flora semelhante à da pele, sendo que Staphylococcus aureus foi o organismo predominante em
ouvidos secos e Pseudomonas aeruginosa em ouvidos com mínimo grau de umidade ou com
discreto grau de otite externa.
Terapia antimicrobiana: A terapia deve levar em consideração o microrganismo, o local
afetado, o pH do local onde a droga irá agir e a cronicidade da doença. Lembrar que afecções
agudas podem parecer clinicamente curadas, quando na verdade estão evoluindo para um processo
crônico, de modo que um acompanhamento com métodos radiológicos é importante para evitar a
cronicidade do quadro.
Resistência do hospedeiro: O processo inflamatório é muito importante no espectro de
defesa do organismo, sendo que somente o antimicrobiano não tem efeito. O processo inflamatório
pode ser dividido em fases: constrição de pequenos vasos seguidos de dilatação, adesão de
leucócitos ao endotélio, aumento da permeabilidade vascular, infiltração dos leucócitos no espaço
extravascular, dilatação dos vasos linfáticos, formação de coágulos e fibrina e formação de tecido
de granulação. Outros mecanismos de barreira para infecção são os anticorpos, fagocitose, a própria
anatomia e o ambiente químico.
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• cefaléia recente homolateral e/ou letargia: comprometimento intracraniano
• sinais meníngeos
• papiledema: hipertensão intracraniana (HIC)
• confusão mental
• sinal neurológico focal, epilepsia: abscesso subdural
• dores atípicas, como cervicalgia alta, profundas sem resposta a tratamento
OBS.: Os sintomas que indicam urgência são: comprometimento recente do NCVII, sinal de
fístula labiríntica e cefaléia homolateral com sinais meníngeos. Nestes casos, a cirurgia e
antibioticoterapia devem ser imediatas. O exame subsidiário de escolha para detectar uma
complicação neste caso é a tomografia computadorizada (CT) de crânio e ossos temporais, com e
sem contraste. Realizar coleta de líquor na suspeita de meningite.
IV. TRATAMENTO
O tratamento consiste em erradicação do sítio inicial de infecção com uso de
antibioticoterapia adequada e promoção de uma via de drenagem satisfatória.
V. CLASSIFICAÇÃO
As complicações podem ser divididas em intratemporais e intracranianas.
Intratemporais:
- mastoidite com destruição óssea
- abscessos mastóideos
- petrosite com destruição óssea
- paralisia facial
- labirintite
Intracranianas:
- abscesso extradural
- abscesso subdural
- abscesso cerebral
- abscesso cerebelar
- meningite
- trombose de seio sigmóide (lateral)
- hidrocefalia otítica
Com exceção da meningite em crianças e adultos jovens (que pode ser secundária à OMA),
todas as outras complicações geralmente são associadas com processos crônicos ou subagudos da
orelha média.
Infecção aguda:
- meningite: crianças e adultos jovens
- paralisia facial: crianças
- labirintite
- abscesso subdural: crianças
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- paralisia facial: adultos
- labirintite
- abscesso extradural e granulações
- tromboflebite de seio sigmóide
- abscesso cerebral
- hidrocefalia otítica
- meningite
- abscesso subdural
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tomografia computadorizada é muito mais útil, pois permite a visualização do rompimento da
trabéculas ósseas da mastóide, a relação do ouvido médio com estruturas adjacentes e permite a
investigação de possíveis complicações intracranianas.
Tratamento: Em todo paciente com edema periauricular, ou alguma complicação otológica,
deve-se suspeitar de mastoidite aguda. Há controvérsia quanto à indicação cirúrgica. Em pacientes
com extensão do processo infeccioso para além do espaço timpanomastóideo e em pacientes com
febre e proptose auricular há recomendação cirúrgica. Muitos autores defendem como primeira
abordagem a miringotomia para descompressão e envio do material para cultura, mesmo não sendo
essencial em todos os pacientes. Deve ser sempre usado antibioticoterapia endovenosa com
penicilinas semi-sintéticas em associação com cloranfenicol ou uma cefalosporina de terceira
geração. Pacientes que não apresentarem boa evolução após 24 a 72 horas de tratamento, devem ser
submetidos a mastoidectomia simples. Em média, os pacientes devem receber no total de 10 a 14
dias de antibioticoterapia. Alguns autores reconhecem que muitos pacientes podem evoluir para a
cura com tratamento clínico. No entanto, eles alertam para o risco de invasão intracraniana, uma vez
que houve erosão óssea, antes que ocorra a cura. Tais autores defendem a adoção de conduta
cirúrgica sempre.
Mastoidite crônica: Este diagnóstico deve ser lembrado toda vez que uma otite não evolui
favoravelmente. Há uma drenagem contínua de material mucopurulento do ouvido médio após
certa melhora dos sintomas e sinais de uma infecção aguda. Se esta drenagem de material
mucopurulento persistir por mais de 6 a 8 semanas, as alterações anátomo patológicas tornam-se
irreversíveis. Alguns autores defendem o uso de cintilografia com o radioisótopo tecnécio (Tc) 99,
que se concentra em zonas de osteogêneses, fixando–se sobre os osteoblastos. Assim, este exame é
capaz de revelar focos de osteólise de baixo grau, que não são detectados habitualmente em
tomografias. O gálio 67 é mais específico, pois ele se fixa em bactérias e leucócitos. O uso
combinado dos dois radioisótopos muitas vezes fecha o diagnóstico de mastoidite crônica. O
tratamento é sempre cirúrgico, com mastoidectomia.
A mastoidite crônica pode caminhar por duas formas: a) A reepitelização da mucosa e
epitélio destruídos pode levar a formação de colesteatoma. Uma contínua descamação epitelial
seguida por regeneração leva o colesteatoma a crescer ainda mais. b) otite média crônica supurativa,
caracterizada por secreção mucóide não fétida proveniente da membrana mucosa. A maior parte das
complicações de mastoidites é geralmente vista em agudizações de mastoidites crônicas associadas
ao colesteatoma. Uma fraca vascularização e uma baixa penetração de antibióticos explicam um
maior número de complicações em mastoidites crônicas agudizadas associadas ao colesteatoma.
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3 - Abscessos mastóideos:
O diagnóstico de abscesso da mastóide, muitas vezes, é difícil de ser realizado por ser raro e
apresentar sinais e sintomas inconsistentes. Algumas alterações anatômicas facilitam a formação de
abscessos mastóideos, como placas ósseas finas, células de tamanho exagerado, que têm uma menor
capacidade de reabsorver secreção purulenta. Os principais abscessos são: abscesso subperiosteal
lateral, abscesso de Bezold e abscesso temporal.
Abscesso subperiosteal: Coleção purulenta adjacente à mastóide que resulta de OMC ou OMA
concomitante com mastoidite e destruição óssea. É a complicação extracraniana mais comum das
OMC. Ocorrem freqüentemente no córtex da mastóide (triângulo de Macewen). É pouco freqüente,
aproximadamente 1,3% dos pacientes com OMC apresentam essa complicação. É mais freqüente
em crianças devido à hipopneumatização da mastóide.
Quadro clínico: O pavilhão auricular fica deslocado ântero-inferiormente, com eritema e ponto de
flutuação na pele sobre o processo da mastóide. O abscesso pode comumente romper e drenar pela
pele.
Tratamento: miringotomia, incisão pós-auricular e drenagem do abscesso, mastoidectomia e
antibioticoterapia endovenosa.
Abscesso temporal: Em raras situações, a secreção purulenta pode levar à erosão da raiz do arco do
zigomático e acumular- se na fossa temporal.
Quadro clínico: O diagnóstico geralmente é tardio devido à raridade desta doença. No entanto,
podemos encontrar: febre, endurecimento de pavilhão, hipoacusia. No exame físico é comum
abaulamento da fossa temporal, com edema local, rubor, muitas vezes sem flutuação. É comum
encontrarmos membrana timpânica íntegra.
A tomografia computadorizada mostra uma massa abaixo da músculo temporal com destruição
lítica do osso temporal e opacificação da mastóide.
Tratamento: Mastoidectomia com identificação do abscesso e sua extensão para o arco do zigoma
com colocação de drenos. A secreção purulenta deve ser enviada para cultura. A antibioticoterapia
endovenosa é imprescindível nesses casos.
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É a infecção no ápex petroso (pirâmide medial ao ouvido interno). O ápex pode ser pneumatizado,
diplóico (medula óssea) ou esclerótico (osso sólido). Divide-se o ápex em peritubal (anterior), o
qual é medial à cóclea e em perilabiríntico (posterior), medial aos canais semicirculares. É uma
complicação rara, porém mais comum em ápex pneumatizada.
Os organismos envolvidos e sua fisiopatologia são semelhantes à mastoidite com ou sem
destruição óssea. Porém, devemos levar em conta algumas características como: somente 30% dos
ossos petrosos são pneumatizados, a drenagem é mais restrita, proximidade aos espaços diplóicos e
células aéreas apicais predispõem à extensão intracraniana. As maiores complicações de petrosite
(com ou sem destruição óssea) são a meningite, abscesso extradural, abscesso cerebral e labirintite
supurativa. Grade e cols. mostraram a presença de canais venosos que ligam o seio cavernoso com o
ápex petroso ou o bulbo da jugular, desta maneira explicando uma das vias de disseminação das
bactérias envolvidas na tromboflebite do seio cavernoso.
Quadro clínico: O sintoma predominante de uma infecção persistente no osso petroso é uma
dor do tipo profunda a qual ocorre antes das complicações intracranianas. Quando a dor é na região
occipital, a infecção é perilabirintica; e quando a dor é retrorbitária, a infecção está mais localizada
no ápex petroso. Caso haja saída de secreção pelo ouvido após mastoidectomia radical, há grande
chance de haver uma infecção não controlada no osso petroso. A tríade de Gradenigo pode estar
completa ou não, na infecção do ápex petroso e cursa com paralisia do NCVI par craniano, dor
facial profunda, por acometimento do NCV, especialmente V1 e otite média (saída de secreção pelo
ouvido) ipsilaterais. A tomografia de alta resolução, Galium-67 e Tc-99m são preconizados para o
diagnóstico, porém nenhum destes supera a observação clínica.
Tratamento: Remoção da mucosa lesada e do osso infectado, estabelecendo-se uma via de
drenagem adequada assim como antibioticoterapia. Realiza-se uma mastoidectomia radical e
dissecção ao longo das células da região petrosa. Caso o ouvido médio tenha respondido a ATB,
porém o apex não, um acesso à fossa média para limpeza dos espaços pneumatizados pode ser feito.
Na maioria dos casos, após drenagem cirúrgica e antibioticoterapia adequada, o nervo abducente
recupera completamente a sua função.
5 – Labirintite:
O processo inflamatório labiríntico pode ser:
-seroso - causado pela liberação de produtos tóxicos
-supurativo - de causa bacteriana, com exsudato purulento rico em albumina, fibrina e germes
patológicos
-crônico - tecido mole, geralmente colesteatoma penetra no espaço perilinfático e no canal
semicircular lateral.
Vias de disseminação: Para que haja o aparecimento de sintomas, o labirinto membranoso e seus
componentes devem estar envolvidos. A origem do foco infeccioso labiríntico pode ser
timpanogênico (quando o agente tóxico entra na perilinfa através dos espaços pneumatizados) ou
meningogênica (quando o agente chega através do LCR). A disseminação de bactérias do labirinto
para o líquor se dá através do nervo vestibular e do coclear.
Diagnóstico: Perda progressiva da audição (freqüências altas por acometimento do giro
basal da cóclea). O início brusco de vertigem severa, associado à disacusia neurossensorial
profunda durante um episódio de otite média, sugere labirintite supurativa. Já labirintite serosa
raramente evolui com perda profunda permanente.
Geralmente, o quadro não cursa com febre e quando está presente, há grande chance de
haver meningite. Provas calóricas e avaliação do nistagmo podem ser realizadas para avaliar função
vestibular.
Tratamento: Qualquer paciente que apresente um quadro infeccioso supurativo em ouvido e
sintomas de ouvido interno, deve ser hospitalizado imediatamente e tratado agressivamente. Se a
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suspeita de meningite for feita deve-se proceder à punção lombar. Proceder miringotomia e ATB
parenteral caso haja OMA com sintomas de acometimento labiríntico. Caso ocorra melhora do
quadro ou este se mantenha estável, significa que o organismo está respondendo ao tratamento,
porém caso haja perda auditiva profunda e vertigem muito importante, devemos pensar em
labirintite supurativa e a possibilidade de meningite é iminente (tratar como meningite). Em casos
refratários, indica-se a mastoidectomia. A labirintectomia é excepcional.
6 - Fístula Labiríntica:
Pacientes com labirintite crônica, geralmente têm fístula labiríntica praticamente
assintomática, ou devido à cobertura da fístula pelo colesteatoma, ou por fibrose (esclerose
labiríntica). Ocorre em 10% dos pacientes com OMC colesteatomatosa de longa data ou ainda
secundário a cirurgias de revisão. Na OMC colesteatomatosa, a primeira etapa de infecção da orelha
interna é a fístula do canal semicircular lateral com exposição do labirinto. A incidência de fístula
aumenta com a idade do paciente. Como a fístula labiríntica é muito comum no colesteatoma, este
deve ser sempre lembrado, mesmo em casos de perfuração seca de membrana timpânica que se
mantém inativa por anos.
Quadro clínico: Manifesta-se com disacusia neurossensorial e/ou vertigem induzida por
barulho (Sinal de Túlio) ou por alteração de pressão em ouvido médio (Sinal de Hennenbert). A
fístula labiríntica pode ainda ser assintomática ou se manifestar por nistagmo espontâneo.
A CT de ossos temporais pode revelar fístula dos canais semicirculares (geralmente o
lateral) ou no giro basal da cóclea.
O tratamento deve ser cirúrgico visando o controle do colesteatoma. Pode-se deixar matriz
sobre a falha, quando se realiza cavidade aberta. Caso não se possa preservar a matriz, deve-se
colocar outro material.
7 - Paralisia Facial:
Em crianças, a paralisia facial ocorre mais comumente devido à OMA e mastoidite
supurativa. Em adultos este quadro é mais raro e quando ocorre, deve-se a uma exacerbação aguda
de uma OMC (supurativa e colesteatomatosa). Para assumir que a paralisia facial é uma
complicação do processo em questão, deve haver concomitância temporal, ou seja, o início do
processo juntamente com o início da paralisia periférica e do mesmo lado acometido. O segmento
mais acometido é o segmento timpânico do canal de Falópio, pois é nesta região que o nervo é mais
erodido pelo colesteatoma e também porque 57% dos indivíduos têm fechamento incompleto desta
porção.
Quando a paralisia ocorre dentro de 2 semanas do início da otite média aguda, há edema e
inflamação do nervo, por uma exposição da porção deiscente do nervo a uma infecção ativa.
Quando a paralisia do facial ocorre 2 semanas após início da OMA, provavelmente ocorre uma
erosão do canal de Falópio, com exposição do nervo a uma infecção ativa. O epineuro oferece
pouca resistência à disseminação da infecção, porém o perineuro é muito efetivo como barreira.
Caso haja rompimento do perineuro, a infecção dissemina-se rapidamente pelo fascículo, o que cria
tecido de granulação e conseqüentemente compressão de mais fibras nervosas. Dos que apresentam
paralisia facial completa, 30% tem uma recuperação insatisfatória e raramente a função lacrimal
está afetada.
Diagnóstico: Visa avaliar a extensão da lesão e sua severidade. Devem ser realizados
tomografia computadorizada e eletroneurografia (ENG) , indicada somente em casos com má
resposta ao tratamento.
Tratamento:
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Otite média aguda: Todo paciente com paralisia facial após OMA deve ser submetido à
miringotomia, internação, antibioticoterapia endovenosa , e eventualmente, corticóide. A cirurgia é
controversa e segundo alguns autores ela está indicada em casos com má evolução ou com ENG
apresentando degeneração acima de 90%. Nesses casos, deve-se realizar mastoidectomia e
descompressão do facial, sem abrir a bainha. Esta nunca deve ser aberta em vigência de um
processo infeccioso.
Otite média crônica: Nestes casos, geralmente há associação com colesteatoma. A
eletroneurografia só possui valor prognóstico nos casos crônicos. Todo paciente com paralisia facial
periférica em otite média crônica deve ser submetido à internação, cirurgia, antibioticoterapia
endovenosa e corticóide. A cirurgia visa o controle da doença. Em casos de deiscência do canal de
falópio, pode-se optar por deixar matriz sobre, desde que a cavidade fique bem aberta, para que não
ocorra compressão do colesteatoma e progressão deste.
1 - Meningite:
A meningite ocorre mais comumente na infância, estando associada à OMA.
Agentes: Haemophylus influenzae tipo B, Streptococcus pneumoniae e estreptococos β hemolítico
do grupo A.
Vias de disseminação: Acredita-se que a maioria dos casos na infância seja conseqüente à
disseminação hematogênica. Outras vias de disseminação da infecção seriam através de planos
teciduais pré-existentes, tais como as linhas de sutura do osso temporal, as janelas oval e redonda,
as vênulas e os seios transdurais ou outros planos teciduais embriônicos como a artéria e fossa
subarqueada.
Associação com malformações: Em crianças, as malformações do ouvido interno, as deiscências
labirínticas podem promover outras vias de disseminação, ocasionando episódios recorrentes de
meningite. Suspeita-se da malformação de Mondini quando ocorre meningite de rápida evolução
após algumas horas do início de um quadro de OMA supurada em uma criança com disacusia
neurossensorial profunda uni ou bilateral, acompanhada de déficit vestibular. Essas malformações
congênitas envolvem conexões não habituais entre o LCR e o conduto auditivo interno (CAI),
vestíbulo, platina do estribo e o ouvido médio. São facilmente identificadas em CT de alta
resolução. Da mesma forma, meningite em adultos de rápida evolução após a instalação de quadro
de OMA supurativa, em presença de audição normal ou disacusia condutiva, deve levar a suspeita
de meningoencefalocele em dura de fossa média ou, mais raramente, de fossa posterior.
A OMC está mais associada à meningite em adultos. A OMC com ou sem colesteatoma
pode ocasionar erosão óssea expondo a dura, os seios durais ou o labirinto (fístula labiríntica),
resultando em disseminação direta da infecção para o SNC. Os patógenos mais comuns são
Pseudomonas, Proteus sp e anaeróbios. O diagnóstico precoce e antibioticoterapia adequada são
fundamentais para reduzir complicações e a taxa de mortalidade. A cobertura antibiótica deve
abranger bacilos Gram negativos e anaeróbios.
Quadro clínico: O início da meningite resulta em sintomas e sinais conseqüentes ao aumento
da produção e pressão liquórica como cefaléia, fotofobia e letargia. Conforme a infecção progride,
ocorre febre, piora da cefaléia, irritabilidade, náuseas, vômitos e exaltação dos reflexos tendinosos.
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A rigidez de nuca causada pela irritação meníngea é um sinal precoce importante, principalmente
em crianças mais velhas e adultos, podendo ser tardio em crianças menores. Outros sinais clínicos
incluem o reflexo de Kernig (a flexão do quadril sobre o abdome impede a completa extensão da
perna) e o sinal de Brudzinski (flexão involuntária dos tornozelos, joelhos e quadris quando o
pescoço é flexionado). Na fase final, pode ocorrer paralisia de nervos cranianos e membros,
arritmia, respiração de Cheyne-Stokes, coma e morte.
Diagnóstico: confirmado pela punção liquórica e exame do líquor, que revela pleocitose,
proteínas aumentadas, glicose diminuída e cultura positiva. A CT de crânio e ossos temporais com e
sem contraste é importante para excluir uma outra complicação intracraniana associada, para
localizar a fonte de infecção e para afastar mal formação de ouvido interno. No caso de OMA, pode
ser obtida cultura da secreção do ouvido médio através de miringotomia e aspiração.
Tratamento: Instituição de antibiótico parenteral empírico (por exemplo, cefalosporina de 3a
geração) deve ser feita precocemente. A incidência e a gravidade de perda auditiva, além de outras
seqüelas neurológicas (distúrbios de comportamento, retardo mental), podem ser reduzidas com a
administração simultânea de corticoterapia sistêmica em altas doses. Essas seqüelas podem estar
relacionadas à liberação de mediadores inflamatórios como as citocinas. O uso de dexametasona
tem mostrado redução dessas seqüelas e não tem interferido com a antibioticoterapia. Em geral não
é necessária abordagem cirúrgica em casos de meningite associada à OMA já que a maioria dos
casos é conseqüente à disseminação hematogênica. A cirurgia é indicada quando há doença
destrutiva de ouvido médio ou mastóide ou quando há evidência tomográfica de abscesso
extra/subdural, trombose de seio sigmóide, quando a meningite está associada à malformação de
ouvido interno (malformação de Mondini e meningoencefalocele) e quando há presença de
alterações neurológicas. Na malformação de Mondini, deve ser realizada obliteração intralabiríntica
com enxerto de fáscia. Em caso de otomastoidite aguda deve ser realizada miringotomia ampla,
drenagem do abscesso subperiosteal se houver e mastoidectomia.
A meningite associada à OMC é uma emergência médica e cirúrgica devido à grande
probabilidade de haver uma deiscência da dura com influxo direto de secreção purulenta para o
espaço subaracnóideo. Deve ser realizada mastoidectomia radical com exposição de todas as
superfícies adjacentes à dura acometidas, removendo-se o tecido de granulação. Também é
importante explorar as áreas de dura perfuradas e drenar qualquer abscesso retido no lado oposto.
Os defeitos de dura podem ser reparados com a colocação de enxerto de fáscia intra ou extra dural.
É freqüente haver fístula liquórica após cirurgia, mas ela tende a fechar com a resolução da
meningite.
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hipersinal. Entretanto o fato de a RNM não identificar a presença de coleção não afasta a presença
da mesma.
Tratamento: A presença de coleção extradural deve ser excluída realizando-se remoção
completa de todas as células da mastóide e inspecionando–se todas as superfícies ósseas adjacentes
às fossas média e posterior e ao seio sigmóide. Assim o cirurgião deve esqueletizar bem a cavidade
mastóidea, não sendo necessário remover todo o osso para verificar se a dura está normal ou não
(deve-se apenas remover a lâmina óssea nos locais de suspeita de dura anormal e assim inspecioná-
la diretamente). Deve-se tomar cuidado para não perfurar a dura máter e ocasionar fístula liquórica.
Se houver ruptura da dura e esta for pequena sem fístula liquórica ou com fístula de pouco débito,
basta cobrir o defeito com gelfoam, impregnados com ATB e encher a cavidade com uma fita de
surgicel. Se o defeito da dura for grande, deve-se suturar as margens ou então inserir um enxerto de
fáscia debaixo das margens ósseas. Deve ser iniciada antibioticoterapia parenteral empírica (ex:
ceftazidima associado à nafcilina e metronidazol) com posterior ajuste conforme resultado de
cultura por no mínimo 3 semanas. Se o abscesso extradural for achado incidentalmente no
intraoperatório, deve-se realizar CT no pós-operatório para excluir outra complicação intracraniana
coexistente.
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O seio deve ser palpado e uma agulha deve ser introduzida nele com extremo cuidado para
não perfurar a parede medial (não contaminar o espaço subdural). Se o material aspirado for sangue,
a cirurgia está completa e pode-se colocar uma fita de surgicel na cavidade e fechar 2/3 da incisão.
Se há saída de secreção purulenta ou material necrótico, deve-se abrir o seio através de uma incisão
pequena para drenar o abscesso. Se ocorrer sangramento, um pedaço de surgicel ou oxycel deve ser
usado para compressão extraluminal.
Se o paciente apresenta evidência de embolização séptica e propagação do trombo para o
pescoço, pode ser feita exposição da veia jugular e ligadura da mesma. A anticoagulação ainda não
é bem estabelecida. Alguns critérios para sua introdução são a progressão do trombo, extensão para
outros sítios, déficits neurológicos, febre persistente, fenômenos embólicos e se a oclusão completa
do seio ocasiona aumento da pressão intracraniana.
4 - Abscesso Subdural
É um abscesso intrameníngeo, no espaço subaracnóideo. É formado geralmente a partir de
flebite retrógrada, podendo ser evolução de abscesso extradural. Quando secundário à afecção
otológica, ocorre mais freqüentemente em fossa posterior.
O abscesso subdural está raramente associado à otite média. É muito mais comum em
sinusites. Entretanto uma infecção primária do ouvido médio e da mastóide pode ocasionar
tromboflebite de vênulas transdurais, levando à formação de um abscesso subdural. Em crianças
com meningite, os patógenos mais encontrados são H. influenzae e S. pneumoniae. Streptococcus sp
e Staphylococcus aureus são os agentes mais encontrados em adultos. A infecção polimicrobiana é
mais comum em abscessos subdurais de origem sinusal.
Quadro clínico: cefaléia, rigidez de nuca, rebaixamento do nível de consciência, coma,
convulsões, hemiparesia e papiledema devido ao aumento de pressão intracraniana.
Diagnóstico: é feito com a realização de CT com e sem contraste. A CT com contraste mostra o
grau e a extensão do edema cerebral, além de demonstrar a coleção subdural em forma de crescente
hipoatenuante com borda hiperatenuante. A RNM é mais sensível e confiável para o diagnóstico. Esses
abscessos aparecem como lesões com hipersinal discretamente maior em relação ao líquor.
Tratamento Antibioticoterapia endovenosa por 3 a 6 semanas e, freqüentemente, a
realização de craniotomia para drenar a coleção, além de mastoidectomia para erradicar o foco.
5 - Abscesso Cerebral
Aproximadamente 30% dos abscessos cerebrais são de origem otológica ou sinusal. No caso
de origem otológica, a fonte de infecção mais comum é a OMC colesteatomatosa.
Os abscessos cerebrais de origem otológica ocorrem mais freqüentemente no lobo temporal,
podendo ocorrer também no cerebelo e geralmente secundário à tromboflebite venosa. A dura é
extremamente resistente à infecção, mas um sítio de infecção persistente pode ocasionar inflamação
da dura localmente, levando então à tromboflebite em vasos cerebrais vizinhos. A tromboflebite
retrógrada nas veias cerebrais e cerebelares rapidamente se estende a vênulas terminais na
substância branca, onde a resistência à infecção é mínima e a rápida disseminação da necrose
resulta em formação do abscesso. Múltiplos abscessos são incomuns. São isolados múltiplos
agentes em pelo menos 55% dos casos. Os patógenos mais comuns são os cocos gram positivos
(Streptococcus e Staphylococcus) e bacilos gram negativos (Proteus, Escherichia coli,
Pseudomonas e Klebsiella). Em ordem de freqüência, os três anaeróbios mais comuns são os
Peptococcus, Peptostreptococcus e Bacteroides fragilis. É interessante notar que H. influenzae e
Pseudomonas são os patógenos mais comumente encontrados em infecções otológicas, no entanto,
são raramente encontrados em abscessos cerebrais. Ocorre alta incidência de estreptococos,
estafilococos e anaeróbios (Bacteroides).
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Quadro clínico: A formação do abscesso em geral leva de semanas a meses. Os sinais e
sintomas clínicos são discretos e variam com o estágio de formação do abscesso. Durante a fase
inicial, ocorre uma cerebrite que está associada à febre baixa, perda da concentração, cefaléia e
astenia. Com o tempo, a cerebrite se localiza e a reação inflamatória circundante age de forma a
conter a disseminação da infecção. Durante este estágio, os sintomas diminuem e ocorre então um
período assintomático que pode durar semanas. A cerebrite localizada forma um abscesso que pode
se expandir ocasionando reaparecimento de febre, redução do nível de consciência, cefaléia,
vômitos, papiledema e sinais neurológicos focais. Finalmente, o abscesso pode se romper para o
interior de um ventrículo ou para o espaço subaracnoideo, evoluindo com sepsis e choque que
podem ser fatais.
Diagnóstico: requer suspeita clínica e realização de CT ou RNM. A CT com contraste
mostra uma área hipoatenuante com realce periférico.
Tratamento: consiste no uso de ATB de amplo espectro por no mínimo 6 semanas e
drenagem cirúrgica o mais breve possível. Realiza-se a craniotomia para drenar o abscesso e envio
de secreção purulenta para cultura e antibiograma. Em pacientes que não exibem sinais de
hipertensão intracraniana, a mastoidectomia pode ser realizada antes da drenagem do abscesso com
o objetivo de evitar disseminação do material séptico para a cavidade craniana, erradicando-se o
foco primário de infecção. O tipo de procedimento a ser realizado depende da doença que acomete a
mastóide e o ouvido médio. Raramente o abscesso cerebral está em continuidade com o ouvido, se
estiver, ele pode drenar espontaneamente para a mastóide.
Seqüelas neurológicas ocorrem em 35% dos casos. Epilepsia ocorre em 29%. Controle
tomográfico deve ser realizado pelo menos uma vez por semana, até ausência total do sinal de
abscesso intraparenquimatoso.
6 - Abscesso Cerebelar
Pode ocorrer via labiríntica, através do meato acústico interno ou via seio sigmóide
(tromboflebite retrógrada). O mecanismo de formação do abscesso cerebelar se assemelha ao do
abscesso cerebral.
Os sinais de hipertensão intracraniana são mais intensos no abscesso cerebelar, podendo
haver sinais localizatórios, hipermetria, assinergia e ataxia.
A conduta é a mesma que para o abscesso cerebral.
13
satisfatoriamente. O uso de furosemida e manitol (agem sinergicamente), permite melhores
resultados.
VIII - BIBLIOGRAFIA:
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26. Seminário dos Residentes ORL 2002 e 2004.
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OMA COMPLICADA 1. miringotomia
ATB 1: cefalosporina 3G 2. internação
Ceftriaxona/ Cefotaxima
3. ATB 1 ou 2
ATB 2: quinolonas Sintomas neurológicos?
respiratórias
ATB 3: dose dobrada para
combater infecção em SNC
Não Sim
TC de ossos temporais TC de ossos temporais e crânio
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OMC COMPLICADA
ATB 1: ceftazidima +
nafcilina + metronidazol
ATB 2: Aztreonam + Sintomas neurológicos?
clindamicina
ATB 3: dose dobrada para
combater infecção em SNC
Não Sim
TC de ossos temporais TC de ossos temporais e crânio
Avaliação neurocirurgica
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