Gestão de Recursos Da Escola
Gestão de Recursos Da Escola
Gestão de Recursos Da Escola
MÔNICA MANDAJI
todos os estudantes, bem como crescimento
profissional de toda a equipe escolar. 59586
9 788538 766872
Gestão de recursos da
escola
Mônica Mandaji
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A.
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detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: PureSolution/Shutterstock
Mandaji, Mônica
Gestão de recursos da escola / Mônica Mandaji. - 1. ed. - Curitiba
[PR] : Iesde, 2020.
122 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6687-2
Gabarito 120
APRESENTAÇÃO
O objetivo desta obra é apresentar e discutir a gestão de recursos na
escola, seja ela pública ou privada. Discutiremos a importância do papel de
uma equipe gestora que conhece o funcionamento da estrutura escolar e as
políticas públicas para que uma instituição desenvolva processos assertivos
de ensino e aprendizagem.
Para iniciar construção desses saberes, no primeiro capítulo, abordaremos
os principais pontos da administração escolar democrática, destacando o papel
da escola no processo de implementação de políticas da e na educação, com
o olhar direcionado para a gestão no contexto da democratização do ensino.
Apresentaremos, também, o papel do gestor escolar, suas competências e
como sua participação ativa é fundamental para a elaboração e planejamento
do projeto político-pedagógico e do currículo escolar.
No segundo capítulo, estudaremos a gestão dos recursos administrativos
na escola pública, com foco na infraestrutura, nos materiais e no uso dos
recursos financeiros no dia a dia. Assim, será possível compreender como
acontece a captação e o gerenciamento da aplicação dos recursos públicos
e qual é o papel que a escola deve assumir dentro das redes de ensino e da
administração pública.
Teremos, no terceiro capítulo, a oportunidade de olhar para os recursos
administrativos na escola privada, possibilitando a compreensão de que essas
instituições, assim como as escolas públicas, estão vinculadas a redes de
ensino e sujeitas às leis que regem a educação no país. Trataremos, ainda,
da importância das escolas privadas no cenário da educação nacional, com
as contribuições que a instituição privada proporciona para os contextos
públicos, no que diz respeito à gestão pedagógica, principalmente na área da
tecnologia educacional e de novas metodologias de ensino e aprendizagem,
bem como na gestão administrativa com base em modelos eficazes, aplicados
às áreas financeira, de infraestrutura e de patrimônio.
Já no capítulo quatro será possível refletirmos sobre como a educação é
um processo que tem por base a relação entre pessoas. Além disso, veremos
que, para ser possível a criação de ações de sucesso na escola, é necessário
que o gestor consiga desenvolver, juntamente com esse capital humano, ações
que resultem no desenvolvimento de um ensino de qualidade para todos os
estudantes, bem como crescimento profissional de toda a equipe escolar.
Por fim, no último capítulo, será comentada a importância da escola, seja
ela pública ou privada, estar preparada para as mudanças sociais, que podem
alterar o dia a dia da instituição. Veremos, na prática, o uso de ferramentas
que podem auxiliar as instituições na manutenção do projeto pedagógico ou
durante uma gestão de crise.
Com isso, deixamos nosso convite para você realizar a imersão nesse
fascinante e desafiador processo de gestão de recursos escolares.
Bons estudos!
1
A organização da escola é
responsabilidade de todos
Para iniciar nossos estudos, ressaltamos que, comumente, é
possível pensar em uma escola como uma comunidade de profis-
sionais que aprendem e que para esse aprendizado ocorrer, pres-
supõem-se que o gestor, enquanto líder, deve ajudar o grupo da
escola a construir um forte sentimento compartilhado. Esse sen-
timento deve ter como objetivo e prioridade a aprendizagem dos
alunos, fazendo com que o grupo trabalhe para que seja possível
ter uma prática escolar compartilhada, a fim de possibilitar que o
fazer em sala de aula se transforme em um assunto de interesse
coletivo, aberto à discussão e ao aperfeiçoamento.
Desse modo, é importante que se tenha em mente que tal prá-
tica deve ser estruturada com base em um diálogo reflexivo, que
crie possibilidades para que os sujeitos envolvidos na organização
da escola reflitam a respeito de suas práticas e consigam caminhar
até o destino final: a aprendizagem significativa dos alunos.
Assim, podemos afirmar que a organização da escola é uma res-
ponsabilidade de todos. No entanto, é importante complementar tal
afirmação dizendo que, para chegar a esse nível de organização, é
necessário conhecer: as políticas públicas que subsidiam as ações e
os processos educativos e as sistemáticas de gestão com as compe-
tências a serem assumidas por cada sujeito do processo educativo;
além de compreender como acontece a elaboração do planejamen-
to e do projeto político-pedagógico do currículo na escola.
Dito isso, comecemos, então, a nossa jornada de estudos.
Neste capítulo, vamos retomar os principais pontos da adminis-
tração escolar democrática, destacando o papel da escola no pro-
cesso de implementação de políticas públicas da e na educação.
Saiba mais
Essa Constituição trata especificamente da educação nos artigos
205 a 214, destacando, nesse último, a aplicação de recursos públicos Vale lembrar que a Constituição
foi elaborada durante os traba-
(tema de nossos próximos capítulos). lhos da Assembleia Constituinte
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de de 1987 e é considerada nacio-
nal e internacionalmente como o
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacio-
marco que inaugurou o período
nal de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, democrático do Brasil, também
objetivos, metas e estratégias de implementação para assegu- chamado Nova República. Por
rar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diver- quase dois anos os constituintes
sos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas debateram temas diversos e ga-
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que rantias de direitos que deveriam
ser levados a todos os cidadãos.
conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
Ela também foi chamada
de 2009) I - erradicação do analfabetismo; II - universalização Constituição Cidadã.
do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, cien-
tífica e tecnológica do País. VI - estabelecimento de meta de
aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 59, de 2009). (BRASIL, 1988)
Desse modo, dentre algumas das temáticas que precisam ser trata-
das de forma transversal, estão os direitos da criança e do adolescente,
a educação para os direitos humanos e para as relações étnico-raciais,
bem como o ensino de História e da Cultura afro-brasileira e indígena.
Livro Diante do que vimos, podemos concluir que o diretor vai ter dois
Para saber um pouco mais papéis dentro da escola: aquele que assume a responsabilidade admi-
sobre as atribuições de um
diretor e como organizar nistrativa da instituição e aquele que trabalha o pedagógico como meta
sua gestão pedagógica,
para atingir a aprendizagem significativa dos estudantes.
sugerimos a leitura muito
enriquecedora do e-book
Ainda vale ressaltar que, seja na escola pública ou na escola
Gestão escolar em destaque,
da coleção pedagogia de privada, a liderança mais adequada à condução das atividades den-
A a Z.
tro de uma escola é a que chamamos de gestão democrática. Esse
BOCCIA, M.B; DABUL, M.R; LACERDA, S.C.
(orgs). Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2014. modelo de gestão é aquele em que o diretor não está sozinho no
processo administrativo e há a preocupação de ouvir os demais
participantes do ambiente escolar.
Diante do que foi apresentado até aqui, vamos pensar em quais se-
riam as competências que os diretores assumem para garantir a gestão
democrática em suas escolas.
Quadro 1
Competências para um diretor escolar
(Continua)
Na prática
Bingo da Empatia
Adora redes
Usa óculos Pratica esportes Tem gatos Gosta de viajar
sociais
Gosta de trabalhar
Não gosta de Gosta de criar
de modo Tem filhos
tecnologia coisas novas
colaborativo
iconim/Shutterstock
Sabe andar de
É lindo É tímido É casado Adora praia
bicicleta
Temas trabalhados
• Autoconhecimento.
• Consciência social.
• Identificação com o grupo.
• Respeito pelas diferenças.
• Empatia e amizade.
Materiais
• Cartela de bingo com questões dirigidas.
• Lápis ou caneta.
Passo a passo
Explique aos participantes como funciona o jogo e que essa é uma
maneira de eles aprenderem sobre si e descobrir o que têm em comum
com os colegas ou o em que são diferentes deles.
Cada participante deve receber uma cartela de bingo com questões
dirigidas e, em seguida, devem se separar em pequenos grupos. Per-
Ikigai
Ikigai, em japonês, significa “razão de ser”. É o ponto, a essência que
torna você ser o que é, o propósito para a sua existência. Esse ponto
está relacionado ao o que somos e o que fazemos.
O que somos está ligado a nossas crenças, re-
Missão lacionamentos, nossa cultura etc. Enquanto o que
fazemos se refere ao nosso trabalho, à nossa vo-
Paixão cação, à nossa profissão, ao nosso lazer etc. Em
uma sociedade mais industrial e “moderna” como
a nossa, o Ikigai relacionará sempre o ser humano
O que você ama
e o trabalho para encontrar o ponto ideal. Portan-
to, para encontrarmos esse ponto, é preciso des-
cobrir as respostas para as seguintes perguntas:
O que você IKI O que o
faz bem GAI aluno precisa • O que você ama fazer em sala de aula? (Paixão).
• O que você faz bem? (Missão).
• O que você pode fazer para colocar seus talen-
O que você
tos em prática em sala de aula? (Profissão).
pode fazer
• O que você pode fazer para auxiliar os alu-
nos a se engajarem na sociedade do século
XXI? (Vocação).
Profissão
Vocação
Como pode ser visto no inciso III, artigo 206, da Constituição de 1988,
“o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: III - plura-
lismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de ins-
tituições públicas e privadas de ensino”. Já o artigo 209 afirma que o
ensino é livre da iniciativa privada se atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autoriza-
ção e avaliação de qualidade pelo poder público (BRASIL, 1988).
Na prática
Para construir um PPP, a equipe pedagógica precisa seguir alguns passos e diretrizes. São eles:
1. Definir a sua missão. Independentemente do que for decidido, pode-se rever a definição sempre que a missão proposta for
cumprida ou não atender mais à realidade da escola. No entanto, é importante lembrar que esse item deve estar de acordo com o
que é proposto nos planos municipais e/ou estaduais de educação, bem como com as leis nacionais vigentes.
2. Definir de forma clara os dados referentes ao público-alvo da aprendizagem, além de onde se objetiva chegar e qual é o
plano de ação a ser executado. É importante considerar a participação do conselho escolar nesse processo.
3. Comunicação efetiva e acessível. É fundamental que todos os professores e funcionários tenham acesso ao PPP, e que ele também
chegue aos pais e à comunidade escolar, nem que seja em uma versão reduzida.
4. Para a criação de um PPP efetivo, existem alguns itens que precisam ser desenvolvidos, como:
a. missão, também conhecido como marco referencial;
b. descrição da clientela (histórico da comunidade e da escola; contexto no qual ela está inserida; retrato das condições socioe-
conômicas, educacional e cultural das famílias);
c. levanta de dados de aprendizagem (dados sobre matrículas, aprovações e reprovações, evasão, distorção idade/série etc.);
d. mapeamento de como pode ocorrer a participação dos pais nos projetos da escola e nas tomadas de decisão;
e. descrição dos recursos existentes nas escolas (a estrutura física, os recursos humanos, financeiros e de materiais pedagógicos);
f. apresentação das diretrizes pedagógicas da escola (envolve a apresentação do currículo da escola de forma detalhada, com
objetivos de aprendizagem, metas, entre outros).
g. elaboração de plano de ação (este item envolve ações e projetos institucionais da escola durante o ano letivo);
h. comunicação – após a estruturação do PPP, este deve ser submetido ao conselho escolar e, após a aprovação, deve ser
divulgado para a comunidade escolar e encaminhado à Secretaria de Educação (municipal ou estadual).
deliberativa, consultiva e fiscal, não tendo caráter político-parti- Para conferir o Manual na
íntegra, acesse o site do SEMED
dário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remune-
Manaus. Disponível em: https://
rados seu Dirigente ou Conselheiros. semed.manaus.am.gov.br/
Art. 4º - O Conselho Escolar tem por finalidade efetivar a gestão wp-content/uploads/2016/07/
MANUAL-DO-CONSELHO-ESCOLAR-
escolar, na forma de colegiado, promovendo a articulação entre ATUALIZADO-1.pdf. Acesso em: 3
os segmentos da comunidade escolar e os setores da escola, cons- ago. 2020.
tituindo-se no órgão máximo de direção. (BRASIL, 2004, p. 7)
ATIVIDADES
1. Quando analisamos a educação pela ótica das políticas públicas,
impreterivelmente recorremos à Constituição Federal, ao Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), à Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017).
Em sua opinião, qual é a importância dessa conjugação na vida de
um gestor escolar?
Quadro 1
Áreas da gestão escolar
Gestão de recursos
É responsável pelos funcionários da instituição.
humanos
É mais comum nas escolas privadas, sendo a responsável por organizar o fluxo
Gestão de comunicação
de comunicação da instituição.
(Continua)
Figura 1
Unidade escolar como parte de um sistema de ensino
A escola pública
não funciona
isoladamente,
Anthonycz/
Shutterstock
pois necessita de
ESCOLA ESCOLA ESCOLA
recursos para a
sua manutenção.
Sistema escolar
Estrutura de
Rede formada
sustentação formada por
por escolas
órgãos e mecanismos
públicas ou
necessários ao seu
privadas.
funcionamento.
Para a garantia da
equidade na distribuição Fundo de Manutenção
Para a União – 18% da dos recursos criou-se o e Desenvolvimento do
arrecadação de impostos Ensino Fundamental e
aplicada na educação. Valorização do Magistério
Para o DF, estados e – Fundef.
municípios – 25%. Lei n. 9.424/1996.
Figura 3
Cesta de impostos
ICMS IPI
ITR deson. export. ICMS
Conta do Fundeb
Conta do Fundeb Fundo contábil do Governo do
de cada município estadual Estado
Tabela 1
Composição do Fundeb
Etapas, modalidades
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
e segmentos
Creche pública de
0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,15
tempo parcial
Creche conveniada
0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80
de tempo parcial
Creche pública de
0,80 1,10 1,10 1,10 1,20 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30
tempo integral
Creche conveniada
0,80 0,95 0,95 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10
de tempo integral
Pré-escola parcial 0,90 0,90 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,05
Pré-escola integral 0,90 1,15 1,20 1,25 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30
Anos iniciais – en-
sino fundamental 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
urbano
Anos iniciais – ensi-
no fundamental no 1,05 1,05 1,05 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15 1,15
campo
Anos finais – ensino
1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10
fundamental urbano
Anos finais – ensino
fundamental no 1,15 1,15 1,15 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20
campo
Ensino fundamental
1,25 1,25 1,25 1,25 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30
integral
Ensino médio
1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25
urbano
Ensino médio no
1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30
campo
(Continua)
o mínimo de 60% para remunerar os profissionais do magistério e o O que pode ser pago
com a fração de 40% dos
restante para a manutenção e o desenvolvimento da educação básica recursos do Fundeb? O
pública. A administração desses recursos deve ser realizada pelo se- montante pode ser usado
para cobrir despesas
cretário de educação – ou pelo responsável por órgão equivalente – do consideradas de “manu-
respectivo governo, simultaneamente com o chefe do Poder Executivo, tenção e desenvolvimen-
to do ensino” de acordo
atuando mediante delegação de competência e como ordenador de com o artigo 70 da Lei n.
despesas, tendo em vista a sua condição de gestor e de administrador 9.394/1996. Para saber
quais despesas compõem
dos recursos da educação. esse conjunto dentre
outras informações sobre
Diante do que vimos até aqui é possível perceber que existem di- o Fundeb acesse o site:
ferentes recursos que chegam às escolas; por esse motivo, é funda- http://www.fnde.gov.br/index.php/
mental que o gestor os conheça e tenha uma participação ativa nesse financiamento/fundeb/perguntas-
frequentes-fundeb. Acesso em: 28
processo, opinando como pode ser feita a aplicação dos recursos públi- ago. 2020.
cos com base nas prioridades da instituição. A seguir, veremos alguns
programas os quais também destinam recursos às escolas.
Quadro 2
PDDE e os tipos de conta
Figura 4
Portal PDDE Interativo
Figura 5
Processo de escolha de materiais didáticos
Especialistas
Professores Técnicos do
nas áreas
cadastrados MEC
especificas
Saiba mais
Os interessados em participar da
avaliação e seleção de obras no
âmbito do PNLD devem acom-
panhar a abertura dos editais es- Escola analisa e escolhe
pecíficos, disponibilizados no site
do FNDE. Já para as escolas que Fonte: Elaborada pela autora.
queiram se cadastrar ou receber
maiores informações sobre o
Por esse motivo é importante a instituição estar sempre atento
tema, é possível acessar o portal
www.fnde.gov.br, ou estabelecer ao processo e às datas para saber como está o processo de escolha
contato pelo e-mail: sac@fnde. dos livros, quais serão escolhidos e qual é a previsão de chegada
gov.br. Também há o canal de
Atendimento institucional do na escola. Essa organização é fundamental para o controle interno
FNDE pelo telefone 0800 616161 e para os ajustes finais no período que antecede o retorno às aulas
(ligação gratuita). no início do ano letivo.
Quadro 3
Leis de transparência na gestão
Para que isso ocorra é possível criar um roteiro de ações que come-
ce com o planejamento do que se pretende desenvolver. O ideal é que
essas ações sejam elencadas e votadas pelo conselho escolar.
Feito isso é hora de criar uma planilha de dados com elementos que
sustentem a ação, como:
• número de alunos beneficiados por série e nível de ensino;
Figura 6
Recursos na escola
Outro ponto que precisa de atenção e deve ser registrado pelo finan-
ceiro é o pagamento das despesas da instituição. No caso de a escola
ser uma unidade orçamentária da Secretaria de Educação, o processo
de registro de despesas passa por três fases: empenho, liquidação e
pagamento (esse último é, em muitos casos, quase totalmente digital).
Agora, quando a escola não é uma unidade orçamentária, é muito im-
portante ter um contrato previamente aprovado pelo conselho para a
realização do serviço de pagamento.
Figura 7
Controle de estoque
Agricultura familiar
Estocagem com
Separação dos materiais
endereçamento
para as remessas
Recebimento
Devolução dos materiais
das remessas
para o estoque
de pedido
Arquivar ficha de
FIM
abastecimento
Figura 9
Planilha de patrimônio escolar
Discriminação do Nº da chapa de
Nº Marca Modelo Observação
bem identificação ou série
Lembre-se
Muitos dos recursos que chegam à escola têm relação com o número de matriculados,
por exemplo, e quem deverá manter esses dados atualizados é a secretaria escolar.
Quadro 4
Rotina da secretaria escolar
Meses Atividades
- Período de inscrição para transferências de escolas: após organi-
zar as séries/anos e o período, o objetivo é atender os pais que desejam
transferir seus filhos para a unidade escolar em questão ou para outra.
(Continua)
Meses Atividades
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi possível conhecer e discutir a respeito da ges-
tão dos recursos administrativos na escola pública, com foco na in-
fraestrutura, nos materiais didáticos e de uso rotineiro e nos recursos
financeiros. Iniciamos essa trilha compreendendo como acontece a
captação e o gerenciamento da aplicação dos recursos públicos, com-
preendo qual é o papel que a escola assume dentro das redes de
ensino e da administração pública.
Houve também a imersão no contexto que abrange o funcionamento
do financiamento da educação pública, direcionando o olhar para o Fundo
nacional do desenvolvimento da educação básica (Fundeb), para o Progra-
ma Dinheiro direto na escola (PDDE) e para o Plano nacional do livro didá-
tico (PNLD). Fatores esses importantes para ilustrar a importância de se ter
transparência na aplicação dos recursos financeiros na escola.
ATIVIDADES
1. Você acredita que é por meio da administração escolar que se torna
possível manter todos os setores da escola funcionando? Por quê?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF,
5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 31 ago. 2020.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Estatuto do Conselho Escolar. Londrina, PR, 2019.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/pr_lond_sttt.pdf.
Acesso: 31 ago. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.
htm. Acesso em: 31 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Resolução n. 6, de 27 de fevereiro de 2018. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.
php/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/11945-resolução-nº6,-de-27-de-
fevereiro-de-2018. Acesso em: 15 set. 2020.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
CNM. Fundeb: publicadas novas ponderações da creche e pré-escola parciais para 2019,
17 dez. 2018. https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/fundeb-publicadas-novas-
ponderacoes-da-creche-e-pre-escola-parciais-para-2019. Acesso em: 16 out. 2020.
1759
Marquês de Pombal cria uma direção
geral, que tinha como objetivo atuar
junto a toda a estrutura educacional 1824
do Brasil. Primeira Constituição do Brasil – Sistema
nacional de educação – escolas primárias
1834 em todas as cidades brasileiras, colégios e
liceus em cada capital e ensino superior em
Ato Adicional à Constituição que, diante da falta de
grandes cidades.
recursos do setor público, abre espaço para que
a iniciativa privada assuma a tarefa de estabelecer
escolas as quais seriam financiadas pelos pais ou
por fontes externas ao governo (dinheiro vindo
1854
diretamente das ordens religiosas, por exemplo). Lei de Liberdade de Ensino que
autorizava a livre iniciativa na
1891 educação com a criação de escolas
privadas autônomas no Estado.
Constituição, em regime presencial,
adota para o sistema educacional
brasileiro a descentralização e a livre
iniciativa na educação.
1937
Constituição possibilita que o Estado
repasse recursos financeiros para a
manutenção de escolas particulares. Aqui,
Podemos afirmar que há contribuições no que diz respeito à ges- Saiba mais
tão pedagógica, principalmente na área da tecnologia educacional e de De acordo com artigo 20 da LDB
novas metodologias de ensino e aprendizagem, bem como na gestão (Lei n. 9.394/1996), as escolas
podem ser classificadas em
administrativa por meio de modelos eficazes aplicados às áreas: finan- quatro categorias:
ceira, de infraestrutura, patrimônio, entre outras. I - particulares em sentido
estrito, entendidas como as insti-
Para Ribeiro (1989) é fundamental que a educação privada deixe de tuídas e mantidas por uma ou
ser percebida como uma concessão realizada pelo Governo. É possível mais pessoas físicas ou jurídicas
complementarmos a ideia da autora reiterando que é importante com- de direito privado que não
apresentem as características das
preender o ensino privado como parte de um pacto pela melhoria da comunitárias, confessionais e
educação em nosso país. filantrópicas;
II - comunitárias entendidas
Agora que conseguimos criar um contexto sociopolítico sobre o
como as instituídas por grupos
tema, vamos olhar detalhadamente para o processo de gestão finan- de pessoas físicas ou por uma ou
ceira dentro das escolas privadas. Para começar, uma escola privada mais pessoas jurídicas, inclusive
cooperativas de professores
é uma pessoa jurídica que visa o recebimento de valores pelo serviço e alunos que incluam na sua
prestado e, em contrapartida, assume compromissos como: pagamen- entidade mantenedora represen-
to de funcionários e professores, manutenção da infraestrutura, além tantes da comunidade;
III - confessionais entendidas
de investimentos na tecnologia educacional e no uso das tecnologias
como as instituídas por grupos
de informação e comunicação (TICs), entre outras obrigações. de pessoas físicas ou por uma
ou mais pessoas jurídicas que
É possível que uma escola, seja ela uma entidade do setor privado atendam à orientação confessio-
ou uma cooperativa, sinta a necessidade de desenvolver metodologias nal e ideológica específica e ao
de ensino que apresentem elementos diferenciados, inovadores e cria- disposto no inciso anterior;
IV - filantrópicas, na forma da lei
tivos para um determinado contexto social.
(BRASIL, 1996).
Pode surgir, ainda, a necessidade de novas instituições de en-
sino em decorrência de alta demanda de determinada localidade,
por exemplo: em janeiro de 2020 existiam, na cidade de São Paulo,
10.000 crianças aguardando a abertura de vagas em creches pú-
blicas; já em 2019, no Rio de Janeiro, havia fila de mais de 25.000
crianças também aguardando novas vagas. Diante desse cenário, é
Figura 2
Gestão financeira: o coração da administração de sucesso da escola privada
Financeiro
Administrativo
Com base no que vimos até agora é possível afirmar que a gestão
financeira é a célula vital que sustenta as escolas privadas a curto, mé-
dio e longo prazo. Isso porque é por meio do retorno financeiro que a
instituição de ensino terá a possibilidade de melhorar a infraestrutura,
investir na formação de professores, abrir novas turmas, buscar mais
recursos de inovação e tecnologia, entre outros.
Por fim, é importante ressaltar que para haver sucesso na gestão fi-
nanceira de uma escola privada é necessário envolver em suas decisões o
diretor, a equipe administrativa, a equipe financeira e a equipe de secreta-
ria. Além disso, é importante prezar pela utilização de recursos tecnológi-
cos para implementar os processos de gestão.
Com base no que vimos até aqui, chegamos a uma pergunta crucial: os recursos das
instituições privadas são oriundos apenas dos pagamentos das mensalidades?
A resposta é: não!
• Energia elétrica.
Davooda/Shutterstock
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, tivemos a oportunidade de olhar para os recursos
administrativos na escola privada. Começamos com o intuito de com-
preender que essas instituições, assim como as escolas públicas, estão
vinculadas às redes de ensino e sujeitas às leis que regem a educação no
país. Na sequência, observamos uma breve linha do tempo que destaca a
participação das escolas privadas no cenário da educação nacional e mos-
tra suas contribuições para a escola pública no que diz respeito à gestão
pedagógica, principalmente na área da tecnologia educacional e de novas
metodologias de ensino e aprendizagem, bem como na gestão adminis-
trativa com base em modelos eficazes aplicados nas áreas financeira, de
infraestrutura e de patrimônio.
Analisamos, ainda, que a gestão financeira é a célula vital da sustenta-
bilidade das escolas privadas a curto, médio e longo prazo, uma vez que é
por meio do retorno financeiro que a unidade escolar terá a possibilidade
de melhorar a infraestrutura, investir na formação de professores, abrir
novas turmas, buscar mais recursos de inovação e tecnologia.
ATIVIDADES
1. Como você acredita que as escolas privadas podem contribuir com as
políticas públicas de educação?
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, R. Comissão discute direcionamento de recursos do Fundeb para ensino
privado. Senado Federal, 20 jul. 2020. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/
noticias/materias/2020/07/20/comissao-discute-direcionamento-de-recursos-do-fundeb-
para-ensino-privado. Acesso em: 3 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,
DF: MEC/SEB, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_
ldbn1.pdf. Acesso em: 3 set. 2020.
BRASIL. Lei n. 10.260, de 12 de julho de 2001. Diário Oficial da união. Poder Executivo,
Brasília, DF, 13 jul. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
LEIS_2001/L10260.htm. Acesso em: 1 out. 2020.
BRASIL. Projeto de Lei n. 1.079, de 26 março de 2020. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 26 mar. 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/propostas-
legislativas/2242140. Acesso em: 31 ago. 2020.
BRASIL. Resolução CFE n. 3, de 13 de outubro de 1989. Brasília: Conselho federal de
educação, 1989. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-
apoio/legislacao/educacao/resolucao%20no%203.pdf. Acesso em: 3 set. 2020.
O papel do diretor
Nessa página de monitoramento, temos acesso a diferentes informações sobre as escolas. Ainda,
é possível utilizar o filtro por municípios, para obter informações específicas e direcionadas.
view=download&alias=-
• Expectativa elevada – toda a comunidade escolar acredita em seus estu-
1734-melhores-pratcas-mec-
dantes, é exigente e dissemina a convicção de que todos podem aprender; 22-09-finala&Itemid=30192.
• Clima harmonioso – a escola deve ser um lugar agradável para aprender Acesso em: 17 set. 2020.
e ensinar;
• Alto senso de responsabilidade – investe-se muito na formação continuada
e no alinhamento da equipe em torno do Projeto político-pedagógico (PPP);
• Reconhecimento das lideranças – há uma preocupação constante em pro-
mover debates com o objetivo de chegar ao aperfeiçoamento profissional;
• Autonomia e criatividade da equipe – deve-se proporcionar atividades que
possam ser desenvolvidas pela comunidade escolar com o objetivo de “ga-
nhar vida” e autonomia.
Qualidades de
um líder na
educação
“Em 2000, comecei a dar aula de Arte aqui e já no ano seguinte me candidatei à
direção. Minha chapa foi a quinta a se inscrever no pleito, que foi bem disputado.
Nossa escola era tida como problemática. Havia histórico de violência, não tinha
projeto político-pedagógico, as cadeiras estavam quebradas e os computadores en-
velheciam no almoxarifado. O que me moveu foi o desafio de dar voz às necessida-
des da comunidade. Gosto de reivindicar e atingir objetivos. Hoje somos referência
e ganhamos até um prêmio de gestão. Nossas decisões são compartilhadas com a
coletividade”.
Lucia Maria Oliveira de Melo, diretora da E. E. Serafim da Silva Salgado, em Rio Branco, AC.
“Adoro interagir com as pessoas e tenho perfil de liderança, que julgo ser essencial
para exercer essa função. Sou diretora desta escola desde 2003 - primeiro fui
nomeada, depois eleita - e já tinha experiência como vice em outras unidades. No
começo, a infraestrutura era precária. Então, fui buscar apoio na Secretaria. Ousa-
da eu sou. Acho que o diretor tem de ir à luta e fazer a diferença. Fico satisfeita em
ver crianças felizes com o conforto das salas de aula climatizadas. Estou colhendo o
que plantei. Hoje há grande procura por vagas. Além de boa infra, temos qualidade
de ensino.”
Comunicação na escola
Davooda/Shutterstock
• Aproxima a comunidade escolar da família.
• Motiva e engaja o corpo docente.
• Alinha a equipe aos objetivos da instituição.
• Constrói um sentido de pertencimento.
• Institui um canal de troca de conhecimentos e de construção de feedback.
• Aprimora a cultura escolar.
• Desenvolve um ambiente de convivência mais saudável etc.
(Continua)
(Continua)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi possível refletir a respeito de como a educação é um
processo com base na relação entre pessoas e que, para criar ações de su-
cesso nessas instituições, é preciso que o gestor desenvolva, junto com a
comunidade, ações que promovam o desenvolvimento de um ensino de
qualidade e possibilitem o crescimento profissional de toda a equipe escolar.
Pudemos compreender que a qualidade dos processos de ensino e apren-
dizagem estão diretamente ligados à competência, ao comprometimento e à
determinação de como as pessoas envolvidas nesse processo atuam.
ATIVIDADES
1. Como a equipe gestora de uma escola deve conduzir a gestão dos
recursos humanos, com o objetivo de garantir que a unidade de ensino
chegue à excelência?
REFERÊNCIAS
GATTI, B. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil na última
década. Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37. 2008. Disponível em: https://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-24782008000100006&lng=pt&nrm
=iso&tlng=pt. Acesso em: 17 set. 2020.
HUNTER, J. C. Como se tornar um líder servidor: os princípios de liderança de o monge e
o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
LUCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis: Vozes, 2007.
LUCK, H. Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2008.
POUCOS querem se sentar na cadeira do gestor. Revista Nova Escola. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/7707/poucos-querem-se-sentar-na-cadeira-do-
gestor. Acesso em: 17 set. 2020.
A secretaria de Educação do Estado do Ceará desenvolveu, em parceria com a TV Ceará, aulas voltadas
ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com o objetivo de minimizar os impactos trazidos pela
suspensão das aulas presenciais devido ao cenário do Covid-19, que afetou a rotina de todo o país.
Cada aula tem duração de uma hora e foi uma iniciativa da Coordenadoria de Formação Docente e
Educação a Distância da Seduc (CED). Os vídeos produzidos ficam disponíveis gratuitamente em uma
plataforma digital chamada #Enemnarede, disponível em: enem.ced.ce.gov.br. Essa iniciativa possibi-
litou aos alunos da rede pública do Ceará ter acesso às aulas e, consequentemente, a uma boa prepara-
ção complementar para o Enem. As videoaulas dispõem de materiais estruturados e intercalados entre
teoria e prática para que os alunos possam aplicar seus conhecimentos em todos os campos de estudo.
Figura 1
Passo a passo para a elaboração de um manual de gerenciamento de crise
1
Avaliar cenários
2
Levantar informações
3
Definir os problemas
4
Definir as estratégias
5
Manter a rotina
6
Comunicar e mediar
Algumas escolas, ao criarem seu manual, costumam identificar lideranças que serão
pontos de referência para cada área, possibilitando à comunidade que saiba quem
deve procurar em situações específicas. Acontecimentos críticos
podem se transformar em
uma crise, caso não haja um
posicionamento adequado
por parte da instituição. Por
Outro aspecto importante para o manual é o estabelecimento da
esse motivo, é importante
comunicação e da mediação, fatores importantes para evitar que as ter em mãos um guia de
gestão de crises que auxilie
informações se desencontrem ou sejam transmitidas de modo equivo- em diversos procedimentos.
cado. Durante situações importantes e emergenciais, a falta de infor- Com essa finalidade, a Se-
cretaria de Comunicação da
mação para a comunidade escolar pode ser encarada como descaso. Udesc (Secom) desenvolveu
o Manual de Gestão de Crises.
Falar diretamente e claramente com as pessoas afetadas por determi-
Esse guia esclarece e orienta
nado problema pode ser um diferencial significativo entre o sucesso e os servidores sobre a
importância de preservar a
o fracasso de uma instituição de ensino no combate a uma crise. imagem da instituição junto
ao seu público. Para conhe-
Por fim, é de grande importância orientar toda a equipe escolar cer na íntegra esse manual,
para que a escola não pare, caso já exista alguém gerenciando uma acesse o site da Udesc.
possível situação de crise – exceto em casos que exista risco de morte Disponível em: https://www.udesc.
br/arquivos/udesc/documen-
ou desastres naturais –, pois a normalidade traz estabilidade e segu- tos/0_70526500_1476729509.pdf.
Acesso em: 19 out. 2020.
rança ao ambiente e à comunidade.
ser incorporados à rotina de toda essa comunidade, é necessário que Disponível em: http://www.
aulaparana.pr.gov.br/servicos/
o gestor compreenda que essa mudança deve ser feita por meio de Servicos/Educacao/Acessar-o-Aula-
esforço coletivo. Esse esforço demandará algumas ações específicas: Parana-JVN6RYNP. Acesso em: 19
out. 2020.
• Escuta ativa de todos os envolvidos: professores, pais, estudan-
tes, dentre outros.
• Desenvolvimento de novas habilidades, uma vez que o trabalho
ocorrerá apenas em ambiente virtual, que possui características
de interação próprias e exige mudança de hábitos.
• Apoio técnico e tecnológico de todos os especialistas.
Para que esse modelo de liderança inclusiva seja eficaz, o gestor da es-
cola precisa inspirar e mobilizar seus pares. Esse engajamento irá propor-
cionar novos olhares e novas perspectivas de inovação e oportunidades.
Mas lembre-se: toda mudança faz parte de um processo de construção.
Filosofia e Sociologia, Literatura, Língua Portuguesa, Artes, Línguas Estrangeiras Modernas (Inglês e
Espanhol) e Redação.
Para saber mais sobre como esse projeto foi desenvolvido e quais regionais ele atende, leia a matéria
publicada pelo Jornal Boa Vista. Disponível em: https://jornalboavista.com.br/18052020pre-enem-
-seduc-rs-comeca-nesta-segunda-18-com-exibicao-diaria-na-tve Acesso em: 19 out. 2020.
Figura 2
Fatores relacionados ao processo de mudança
A comunidade
escolar é
Pode impactar
importante.
na sensação de
capacidade da A comunidade
comunidade escolar, escolar pode
no processo, e gerar mudar.
medo.
Processo de
Pode causar mudança
impacto no A comunidade
contexto em que a precisa ser ouvida.
comunidade escolar
está inserida.
que a elaboração desses planos é essencial para que seja possível O projeto Fora da Escola
Não Pode! visa auxiliar os
aos gestores escolares garantir a continuidade das aulas para seus municípios no combate
à exclusão. O projeto é
alunos. É importante pensar em caminhos a serem seguidos pelas
uma iniciativa do Fundo
equipes pedagógicas, com a possibilidade de implantação de aulas das Nações Unidas para
Infância (UNICEF) e
virtuais, especialmente para os alunos das escolas públicas, consi- consiste em um curso
derados mais vulneráveis, sem acesso à internet e à equipamentos de formação que apoia
municípios e estados
tecnológicos, como celulares, computadores e tablets. Além disso, é na implementação de
estratégias para a busca
necessário pensar em alternativas para o momento em que as au-
ativa de estudantes evadi-
las retornarem para o modo presencial, uma vez que é possível que dos. O curso é divido
em módulos, de acordo
sejam necessárias mudanças na infraestrutura, na manutenção das com a função que cada
orientações (como medidas preventivas de higiene), nos procedimen- profissional assume
no processo. O projeto
tos de acolhimento, dentre outros. ajuda os governos na
identificação, no registro,
Ao pensarmos na elaboração de estratégias para a escola, diante de no controle e no acom-
situações difíceis, é importante refletir que toda a comunidade estará panhamento de crianças
e adolescentes fora da
diante de uma situação social que poderá ter todo o tipo de conse- escola ou em risco de
quência, como desemprego, subemprego, aumento da violência, entre evasão, que tendem a
aumentar em períodos
outros fatores de cunho social que impactam todos diretamente. de crise social. Para saber
mais a respeito desse
Conhecer esses cenários é de grande valia para identificar e diagnosti- projeto, acesse o site.
car os problemas de forma contextualizada e de acordo com as peculiari- Disponível em: https://
dades de cada escola (pública ou privada). Com isso, será possível pensar buscaativaescolar.org.br/. Acesso
em: 19 out. 2020.
em ações de enfrentamento e superação dos problemas, com estratégias
bem definidas e que consigam elencar ações e prioridades, além de indi-
car os recursos necessários para um bom desempenho da proposta.
Figura 3
Aspectos necessários na elaboração de um plano emergencial
Elencar riscos.
(Continua)
Definir quem serão os responsáveis por cada plano de ação, bem como os prazos
e os recursos necessários.
Indicar quais serão as formas de monitoramento e como será feita a avaliação das
execuções do plano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi possível refletir a respeito da importância de
a escola, pública ou privada, estar preparada para as crises sociais,
econômicas e naturais que podem alterar o dia a dia da instituição.
Também foram apresentadas ferramentas que podem auxiliar as ins-
tituições em momentos de crise.
Pudemos compreender também alguns conceitos de crise, entenden-
do que é um fator que foge do controle de uma instituição e de seus
gestores e que, em alguns momentos, a execução de ações maiores e que
envolvam os recursos humanos (da escola ou consultoria de terceiros),
financeiros e de comunicação é necessária.
Foi possível perceber que a crise na escola é um momento em que
há uma ruptura severa da rotina e/ou dos processos estabelecidos
na realização pedagógica e administrativa, exigindo da equipe gesto-
ra atitudes criativas, propositivas, inovadoras e que envolvam toda a
comunidade escolar.
Em suma, a construção deste capítulo teve como principal objetivo
mostrar a importância do planejamento e da elaboração de planos de con-
tingência para diversos cenários, sejam eles de crise sanitária, financeira
ou pedagógica. Toda crise passa, mas deixa experiências e aprendizados.
Nesse sentido, é muito importante que o gestor e toda a comunidade es-
colar aproveitem esses ensinamentos e fiquem melhor preparados, caso
outra crise surja. Refletir sobre os problemas, preveni-los, quando possí-
vel, enfrentá-los com coragem e aprender a lidar melhor com eles é o que
faz de um gestor um verdadeiro líder.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Rede de Inovação no Setor Público. Ferramentas para Inovação, 2017. Disponível
em: http://inova.gov.br/ferramentas-para-inovacao-mapa-de/. Acesso em: 19 out. 2020.
ESTRELLA, B.; LIMA, L. CNE aprova diretrizes para escolas durante a pandemia. Portal MEC,
28 abril 2020. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/busca-geral/12-noticias/acoes-
programas-e-projetos-637152388/89051-cne-aprova-diretrizes-para-escolas-durante-a-
pandemia. Acesso em: 19 out. 2020.
CURY, C. R. J. Educação e Crise: Perspectivas para o Brasil. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113,
p. 1089-1098, out./dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v31n113/02.
pdf. Acesso em: 19 out. 2020.
FORNI, J. J. Gestão de crises e comunicação: o que gestores e profissionais de comunicação
precisam saber para enfrentar crises corporativas. São Paulo: Atlas, 2013.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Objetiva, 2009.
TEIXEIRA, P. B. Caiu na rede. E agora? Gestão e gerenciamento de crises nas redes sociais.
São Paulo: Évora, 2013.
Gabarito 121
2. O líder precisa ter paciência, demonstrar autocontrole e manifestar,
sempre que possível, palavras de encorajamento e de cortesia, dando
atenção à equipe, elogiando e concedendo créditos pelos esforços
realizados e pelos objetivos atingidos. É necessário, ainda, estar
disposto a aprender com a equipe, uma vez que o líder não tem – e não
deve ter – todas as respostas para as situações que ocorrem dentro da
escola. É fundamental que ele seja referência e construa uma relação
de confiança entre os pares e esteja disposto a abrir mão dos próprios
anseios para atingir o bem comum da comunidade escolar.
MÔNICA MANDAJI
59586
9 788538 766872