Topicos Especiais em Tecnicas de Secretariado
Topicos Especiais em Tecnicas de Secretariado
Topicos Especiais em Tecnicas de Secretariado
Tópicos Especiais em
Técnicas de Secretariado
ISBN: 978-85-387-1379-1
CDD 378.071
Competências secretariais..................................................................................27
Entendendo o termo “competência” .................................................................................................27
Principais competências necessárias aos secretários .................................................................28
Atendimento ao cliente.......................................................................................67
Em busca da satisfação ..........................................................................................................................67
O papel estratégico do secretário ......................................................................................................69
Competências necessárias ao atendimento ..................................................................................71
Comportamentos esperados pelos clientes . .................................................................................75
Anotações.............................................................................................................. 267
Origem da profissão
A profissão de secretariado surgiu nas civilizações antigas, na figura dos escribas,
que foram os primeiros a serem conhecidos como assessores, profissionais que do-
minavam a escrita, com alto nível de intelectualidade e conhecimento cultural e, por
isso, ocupavam lugares de prestígio na sociedade, eram respeitados por todos, além de
colaborarem na perpetuação do conhecimento por meio da prática da escrita. “Cabia
ao escriba exercer funções de secretário, copista, contador, geógrafo, arquivista, histo-
riador, linguista e escritor, podendo atuar ainda como guerreiro quando acompanhava
seu líder em batalhas e viagens exploratórias” (NONATO JÚNIOR, 2009, p. 81). Ocupa-
vam também cargos de considerável importância nos negócios públicos das províncias
em que estavam inseridos, sendo que, muitas vezes, trabalhavam como secretários de
Estado e em diversas atividades respeitáveis.
Dessa forma, o primeiro grupo dos escribas ligou-se a profissões renomadas, en-
quanto, o segundo, mascarou a função dos escribas pelo trabalho servil e operacional
que realizava. A profissão secretarial se desenvolveu com o segundo grupo de escribas,
por isso, por um período, esteve sob o comando de superiores, devendo deter-se ao
solicitado por eles ou pedir permissão para qualquer iniciativa, restringindo sua atua-
ção a tarefas operacionais e obediência de ordens. Esses fatos, de certa forma, expli-
cam o porquê da profissão ainda hoje ser vista como excessivamente técnica e prag-
mática, desconsiderando toda a sua evolução ao longo da história.
Evolução da profissão
A Revolução Industrial possibilitou o incremento tecnológico em máquinas e
equipamentos de produção, logo modificou o sistema produtivo, as relações de traba-
lho e os processos empresariais. Com isso, a presença de assessores de executivos, para
a realização de tarefas administrativas, passou a ser fundamental, retomando parte do
prestígio atribuído à profissão, em sua origem com os escribas.
Contudo, devido às diversas guerras em nível mundial ocorridas nos séculos XIX
e XX, levando um grande número de homens para os campos de batalha, surgiu a
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secretário. Essa lei foi o primeiro documento oficial da categoria, embora tenha consi-
derado o trabalho secretarial como atividade e não como profissão.
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Art. 1.º O exercício da atividade de Secretário, com as atribuições previstas nesta Lei, será
permitido ao portador de certificado de conclusão do curso regular de Secretariado, em nível
de 2.º grau.
Art. 2.º Poderá beneficiar-se da prerrogativa do artigo anterior o profissional que conte dois
ou mais anos, atividades próprias de Secretário, na data da vigência desta Lei, e que apresente
certificado de curso em nível de 2.º grau.
Art. 4.º O disposto nesta Lei aplica-se à iniciativa privada, às empresas com maioria de ações do
Estado ou da União, às empresas públicas e às fundações.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei não se aplica à administração direta e às autarquias da
União.
Art. 5.º O regulamento desta Lei disporá sobre as modalidades de Secretariado, definindo
categorias e hierarquia salarial, inclusive para os fins previstos no Art. 6.º.
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá instruções sobre o registro referido neste
artigo.
Art. 7.º Na Carteira de Trabalho e Previdência Social deverá ser anotada a categoria de Secretário,
dentre aquelas mencionadas no regulamento.
Art. 8.º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação [...]
A profissão secretarial
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Art. 3.º Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados
nos termos do artigo anterior, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez)
intercalados, de exercício em atividades próprias de secretaria, na data de vigência desta Lei [...].
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Art. 6.º O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional
do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento
comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2.º desta Lei e da
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3.º desta lei, a prova da atuação será
feita por meio de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social de qualquer outro meio
permitido em Direito.
(FENASSEC, 2010)
Região Estado Sindicato
Amapá SINSEAP
Amazonas SINSEAM
Norte
Pará SINSEPA
Roraima SINSERR
Alagoas SINSEAL
Bahia SINDSEB
Ceará SINDSECE
Maranhão SINDSEMA
A profissão secretarial
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Formação em secretariado
A partir da evolução da profissão, as instituições de ensino superior do país pas-
A profissão secretarial
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Evidentemente, toda tecnologia que passa a fazer parte do cotidiano das empre-
sas precisa ser administrada por um ser que reflete sobre o fazer, e com isso cria e so-
luciona. A automação dos ambientes de trabalho, isoladamente, não acarreta um pro-
fissional mais competente, mas sim a sua capacidade de utilizar inteligentemente os
meios tecnológicos em prol de um trabalho mais eficaz e que apresente maior índice
de produtividade e qualidade.
(GUIMARÃES, 2001)
O que se fazia antes O que se está fazendo hoje
Gerenciamento de sistemas de informação por meio do
controle de rotinas automatizadas multimídia (editores
Datilografia
de texto, agendas e planilhas eletrônicas, bancos de da-
dos etc.)
Coordenação de fluxo de informações e de papéis no de-
Envio e recebimento de correspondências partamento, muitas vezes encaminhando-os para uma
equipe de apoio.
Coordenação de compras, cotação de materiais com for-
Provisão de material necedores alternativos e administração dos custos do
departamento.
Coordenação de viagens (Incluído no segundo item).
Atendimento com enfoque de qualidade total a clientes
Atendimento de telefones e visitas
internos e externos.
Organização de sistemas de dados e informações em
Manutenção de arquivos
arquivos físicos e eletrônicos.
Apoio a reuniões, já que os próprios executivos marcam
A profissão secretarial
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Descrição sumária de
(BRASIL, 2009)
Código da CBO Funções
suas atribuições
Assessoram os executivos no desem-
penho de suas funções, gerenciando
informações, auxiliando na execução
de suas tarefas administrativas e em
Secretária executiva reuniões, marcando e cancelando com-
Secretária executiva – promissos.
Assessor de diretoria, assessor de presi-
2523–05 dência, assistente de diretoria, assistente Coordenam e controlam equipes (pes-
Secretário bilíngue – de presidência, auxiliar administrativo de soas que prestam serviços à secretária:
2523–10 diretoria, auxiliar administrativo de presi- auxiliares de secretária, office boys, co-
Secretária trilíngue – dência, secretário de diretoria, secretário peiras, motoristas) e atividades; contro-
2523–15 de gabinete, secretário de presidência, lam documentos e correspondências.
secretário pleno, secretário sênior Atendem clientes externos e internos;
organizam eventos e viagens e prestam
serviços em idiomas estrangeiros.
Podem cuidar da agenda pessoal dos
executivos.
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Texto complementar
Demanda essa que exige profissionais ativos, com sólidas competências técni-
cas e humanas, capazes de absorver novas atribuições e com visão multidisciplinar.
Esta postura garantirá o aproveitamento das oportunidades de mercado, com foco
na gestão e maximização de resultados para a organização em que atua.
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Enfim, a tendência é que para assessorar, por exemplo, a área de saúde de uma
organização pública, o profissional tenha capacidade de análise, interpretação e ar-
ticulação de conceitos da administração pública, bem como das especificidades da
área de saúde e do perfil dos profissionais dessa área do conhecimento. Só assim
conseguirá desenvolver ações e atividades que agreguem valor aos processos e pro-
cedimentos, contribuindo para a consecução dos resultados.
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A profissão secretarial
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Gabarito
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AZEVEDO, I.; COSTA, S. I. Secretária: um guia prático. 4. ed. São Paulo: Senac, 2004.
DURANTE, Daniela; SANTOS, Maria Elisabete Mariano dos. As Atuações da Área Se-
cretarial e as Diversas Nuances com que se Apresentam no Mercado de Trabalho.
Relatório de Pesquisa, Universidade de Passo Fundo, 2010.
GUIMARÃES, Marcio Eustáquio. O Livro Azul da Secretária Moderna. 19. ed. São
Paulo: Érica, 2001.
MEDEIROS, J. B.; HERNANDES, S. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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Hirata (2002, p. 130) explica que o modelo produtivo flexível exige qualificações
profissionais que contrastam com os modelos anteriores. Trata-se “[...] da capacidade
de pensar, de decidir, de ter iniciativa e responsabilidade, de fabricar e consertar, de
administrar a produção e a qualidade”. Em outras palavras, refere-se ao profissional fle-
xível, polivalente e multifuncional, que sabe lidar com uma variedade de funções, sabe
integrar-se a diferentes formas de agregação e mobilização de trabalhos. Isso porque o
principal objetivo das organizações passa a ser a flexibilidade às mudanças, a inovação
através da criatividade dos seus funcionários e a melhoria contínua dos produtos, ser-
viços e processos organizacionais.
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Competências técnicas
As competências técnicas estão mais direcionadas ao saber fazer, no entanto,
também exigem competência intelectual, cognitiva e analítica. O profissional que
Competências secretariais
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Assim, é por meio da reflexão que se criam novas soluções para dificuldades e proble-
mas, novos produtos, novos conhecimentos, melhorias no trabalho e nos processos or-
ganizacionais. O secretário que desenvolve sua criatividade está em constante busca,
aprende e possibilita que a organização aprenda, registra e valoriza suas ideias e as da
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Art. 2.º O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas de procedimentos
dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes as relações com a própria
categoria, com os poderes públicos e com a sociedade.
Art. 3.º Cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua profissão, tratando-a
sempre como um dos bens mais nobres, contribuindo, através do exemplo de seus atos, para elevar
a categoria, obedecendo aos preceitos morais e legais.
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Art. 7.º É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar no comprometimento
da dignidade profissional da categoria.
Art. 9.º É vedado aos profissionais: a) usar de amizades, posição e influências obtidas no exercício
de sua função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades, em detrimento
de outros profissionais; b) prejudicar deliberadamente a reputação profissional de outro secretário;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro, contravenção penal ou
infração a este Código de Ética.
Competências secretariais
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Art. 11. É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para
obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos
demais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.
Art. 14. Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da categoria, não se
utilizar dessa posição em proveito próprio.
Art. 15. Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu campo de
atividade profissional.
Art. 16. As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais como mensalidades e
taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que pertencem.
Art. 18. Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes, quanto aos
princípios e normas contidas neste Código.
Art. 19. As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde a
advertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ou regimentais,
através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.
Art. 20. Constituem infrações: a) transgredir preceitos deste Código; b) exercer a profissão sem que
esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica; c) utilizar o nome da Categoria
Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer fins, sem o endosso dos Sindicatos de
Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional nas localidades inorganizadas em Sindicatos e/
ou em nível Nacional.
Competências secretariais
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Competências
Competências
Competências técnicas comportamentais e
analíticas e de ação relacionais
Idiomas estrangeiros Controle Comunicação
Técnicas secretariais Estratégia Criatividade
Uso de tecnologias Organização Ética
Planejamento Flexibilidade
Proatividade Relação interpessoal
Tomada de decisão Liderança
Visão sistêmica Negociação
Trabalho em equipe
Tais competências ainda integram os planos pessoal, profissional e social, que são
fundamentais para o desenvolvimento do trabalhador em suas múltiplas dimensões.
Ao mesmo tempo, deflagram o processo inacabado de aprendizagem, a busca contí-
nua pelo saber, saber fazer e saber ser, o que significa que o sujeito nunca está “pronto”,
mas em constante “construção”.
Os secretários desenvolvem essas competências especialmente por meio da for-
mação superior em secretariado e da experiência profissional, à medida que refletem,
questionam e modificam a sua prática de trabalho.
Competências secretariais
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A estrutura funcional dessa profissão deve ser compreendida como área se-
cretarial, subdividida em quatro subáreas: processos administrativos, comunica-
ção, atendimento e apoio logístico. Essas subáreas compreendem as seguintes
atribuições:
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TÉCNICO EM SECRETARIADO
Nível Operacional
Grupo –.
Competências:
1. dominar técnicas básicas de administração pública e privada;
2. atuar com eficiência na gestão do expediente administrativo;
3. intermediar as relações interpessoais internas e externas ao ambiente organizacional;
4. revelar eficiente domínio da comunicação por diferentes meios;
5. executar atividades sob supervisão.
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Competências secretariais
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Filme “O diabo veste Prada”, lançado em 2006, dirigido por David Frankel. A co-
média se passa na mais importante revista de moda de Nova York onde uma jovem
conseguiu um emprego como secretária da principal executiva da empresa. O perfil
da secretária inicialmente é bem diferente do da executiva, mas, aos poucos, a secre-
tária vai se adaptando à cultura da empresa e da executiva, e demonstrando que suas
competências que agregam valor ao trabalho. Assim, secretária e executiva aprendem
a trabalhar juntas, constituem uma equipe e atingem bons resultados.
Gabarito
Referências
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Competências secretariais
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Processo comunicativo
Comunicação significa “[...] tornar comum, trocar opiniões, fazer saber; implica
participação, interação, troca de mensagens. É um processo de participação de experi-
ências, que modifica a disposição mental das partes envolvidas” (MEDEIROS, HERNAN-
DES, 2003, p. 209).
Assim, para que ocorra comunicação é necessário haver interação entre aquele
que transmite e aquele que recebe a mensagem. Ao mesmo tempo, em toda a intera-
ção existe a transmissão de significados, isto é, a comunicação está presente. Casado
(2002, p. 272), ao tratar do papel da comunicação interpessoal, explica que comunicar
também representa “[...] repartir, compartilhar, é ação entendida como um processo de
socialização e de evolução humana tanto em forma como em conteúdo”.
Não verbal: engloba todos os tipos de gestos, sinais, símbolos, expressões cor-
porais, movimentos faciais, pois não somente as palavras expressam sentido.
Até mesmo a forma de olhar e sorrir para a pessoa interfere na comunicação.
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Ruído
Canal
Emissor
Emissor Receptor
Receptor
(codificador)
(codificador) Mensagem
Mensagem (decodificador)
(decodificador)
Contexto Feedback
Figura 1 – Processo comunicativo.
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Uma das principais causas refere-se a experiências diferentes, tendo em vista que
compreendemos a mensagem a partir dos nossos valores e experiências anteriores,
por isso, quando eles são muito diferentes entre o emissor e o receptor, poderá ocorrer
distorções na mensagem. Isso faz com que o nível estratégico tenha dificuldades de se
comunicar com o nível operacional, por exemplo.
sível para aquele receptor específico, priorizando o código fechado e evitando o uso
de termos técnicos ou gírias.
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Semelhante fato ocorre com o que podemos denominar de bloqueio a novas in-
formações, que acontece quando o receptor não está preparado para ouvir mensagens
relativas à introdução de novas práticas de trabalho, de mudanças na sua rotina. Ao ser
solicitado para inovar, a pessoa bloqueia tais informações, até mesmo deixa de ouvi-
-las, por isso a comunicação sequer acontece, visto que somente ouvimos efetivamen-
te aquilo que desejamos. A incorporação de uma tecnologia mais avançada no traba-
lho é um exemplo, pois normalmente as pessoas mais tradicionais têm dificuldades
para aceitar o novo e modificar a maneira de fazer as atividades, por isso procuram
Para a comunicação ser efetiva ela ainda depende de habilidades próprias para
esse fim, tanto do emissor quanto do receptor. Um exemplo é a habilidade de ouvir,
pois poucas pessoas conseguem ouvir atentamente e por um bom tempo. Normal-
mente o receptor quer adivinhar o que o emissor tem a dizer para não precisar ouvi-lo.
Outro hábito dificultador é a falta de objetividade em transmitir a ideia e de receber e
conceder feedbacks. Além desses, pode-se relacionar ainda o tom de voz (muito alto ou
muito baixo) e o ritmo da fala (muito rápido ou muito devagar).
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Desenvolver a empatia;
Deste modo, a informação é o dado trabalhado e com base nela as decisões são
tomadas, por isso, a qualidade da decisão depende da qualidade da informação. Já o
conhecimento engloba a informação e a experiência, e depende do enfoque de quem
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Conhecimento explícito
i
Conhecimento tácito
i
i
i i g
i
i
i
Conhecimento explícito
Conhecimento tácito
g
g o g
i g
Internalização Combinação
Conhecimento explícito Conhecimento explícito
i : individual
g : grupal
o : organizacional
Figura 2 – Conversão do conhecimento.
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X - conhecimentos protocolares.
Isso posto, o secretário, por ser o elo entre os diversos públicos: clientes, forne-
cedores, superiores, colegas, subordinados, disponibiliza as informações anteriormen-
te trabalhadas e recebe muitas outras informações desses públicos. Ao emitir precisa
assegurar o envio para o receptor certo e que ele entenda plenamente a mensagem,
averiguando o canal, o contexto, o vocabulário, enfim, todos os fatores discutidos no
tópico “Ruídos ou barreiras na comunicação” que podem comprometer o entendimen-
to da mensagem. Aqui pelo menos um aspecto merece reflexão: quais informações
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Texto complementar
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Paes (1997), também reforça a importância das modificações que foram intro-
duzidas no cotidiano das pessoas, em decorrência dos desdobramentos da tecnolo-
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Nesse contexto, pode-se afirmar que o Secretário Executivo está apto a geren-
ciar esse novo conceito de organização ligada à tecnologia da informação, por ser co-
nhecedor da gestão estratégica e pela habilidade com as ferramentas da informação,
adquiridos no período de graduação e lapidados pelo contexto profissional prático.
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Gabarito
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BÍSCOLI, Fabiana Regina Veloso; LOTTE, Roseli Immig. Reflexões teóricas sobre a im-
portância da comunicação na profissão de secretariado executivo: a informação como
fundamento da comunicação. Expectativa, v. 5, n. 5, 2006, p. 157-172.
CASADO, Tânia. O papel da comunicação interpessoal. In: FRANÇA, Ana et al. As Pesso-
as na Organização. 6. ed. São Paulo: Gente, 2002.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo:
Comunicação e informação no trabalho secretarial
Atlas, 2003.
NONAKA, I.; KONNO, N. The Concept of “Ba”: building a foundation for knowledge
creation. California Management Review, v. 40, n. 3, 1998.
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Em busca da satisfação
Quando o cliente entra em contato com uma organização, pessoalmente, por te-
lefone, por e-mail, dentre outras formas, é atendido por um de seus representantes,
normalmente recepcionista, telefonista, dependendo do caso, que tem o papel de
ouvi-lo, detectar sua necessidade, resolvê-la ou encaminhá-la ao setor competente,
assegurando a resolução. O atendimento, portanto, é um serviço prestado por todas
as organizações, independente do tipo, ramo e porte, e em certas ocasiões é o que
diferencia uma empresa de outras. Atualmente, muitas empresas vendem os mesmos
produtos/serviços, inclusive pelo mesmo preço, tornando o atendimento o fator de-
cisivo no fechamento do negócio e fidelização dos clientes. Esse serviço, no entanto,
pode elevar ou reduzir a competitividade empresarial, dependendo do nível de qua-
lidade com que for realizado. Cobra e Rangel (1993, p. 8) complementam que “[...] um
bom serviço é aquele que vai ao encontro das expectativas do cliente ou consumidor.
Um serviço é sobretudo uma forma de ampliar um produto vendido. Portanto, o ser-
viço pode ser um fator-chave de sucesso ou, ao contrário, um fator crítico de fracasso
estratégico”.
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Ao buscar por uma empresa, mesmo que seja pela primeira vez, tem-se a expecta-
tiva de como se dará o atendimento. A pessoa que entra numa loja popular, por exem-
plo, tem consciência que não terá um atendimento exclusivo, tendo em vista que o
funcionário terá que atender a vários clientes ao mesmo tempo. Diferente situação
ocorre numa loja destinada ao público da classe alta, em que o cliente espera a aten-
ção totalmente voltada para si, afinal está pagando bem para isso. Outro exemplo é
quando se busca por um serviço odontológico, médico ou advocatício. Normalmente
o cliente contata o profissional que já conhece, ouviu falar ou então procura indica-
ções, mas sempre tem informações preliminares sobre os serviços prestados e a partir
disso cria expectativas de como será o atendimento, inclusive na recepção.
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O pré-atendimento faz a diferença e caso ele não ocorra o cliente começa a ficar
ansioso. Essa situação também leva a sentimentos de discriminação. Não raras vezes o
cliente sente-se discriminado por não receber o mesmo tratamento dos demais. A aten-
ção dispensada pelo secretário deve ser a mesma para todos os clientes, independente
Atendimento ao cliente
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Não se pode esquecer de que o público a ser atendido pelo secretário é amplo. De
modo geral presta atendimento aos fornecedores, consumidores, visitantes, colegas,
superiores e subordinados. Conforme o ramo de atuação da organização, o público
é mais específico. No ramo educacional, por exemplo, atendem-se principalmente os
alunos e seus pais, professores, diretores, enquanto no da saúde, os pacientes, familia-
res e médicos. Todos se configuram “clientes” do secretário, porque todos dependem
dos serviços realizados por ele. São clientes internos os que possuem vínculo de tra-
balho com a empresa (colegas, superiores e subordinados) e externos os demais que
se relacionam com a empresa. Portanto, consiste num público diversificado, com ne-
cessidades distintas, que buscam a resolução de seus problemas, informações claras e
precisas e a atenção especial dos secretários.
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textos empresariais
Tem disponíveis do outro
informações precisas e Dos produtos e ser-
atualizadas viços da organização, Para demonstrar
bem como dos princí- confiança
Comunica-se com pios e valores
clareza e objetividade É sensível perante
Das técnicas de atendi- as necessidades do
mento ao cliente cliente
71
Busca aprendizagem
contínua
Propõe mudanças que
trazem bons resultados
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Criatividade: capaci-
Troca ideias com seus Das técnicas de atendi- De usar os erros come-
dade para conceber
colegas mento ao cliente tidos para aprender
soluções inovadoras,
viáveis e adequadas Registra e valoriza as Da estrutura da Para observar e per-
para as situações ideias das pessoas organização ceber coisas que não
apresentadas são percebidas pelos
Não impõe suas ideias Das normas e leis que demais
regem a organização
Aprende com os erros De desenvolver ideias
cometidos para administrar situa-
Observa e possui per- ções imprevistas
cepção ativa
Possui praticidade
na administração das
rotinas
Comprometimento:
Segue e faz cumprir as Das técnicas de atendi- É responsável, hones-
capacidade de se
normas e procedimen- mento ao cliente to, íntegro e ágil
comprometer com a
tos organizacionais
organização e com os Da estrutura e De assumir responsa-
clientes, agindo com Repassa o máximo de funcionalidade da bilidade e desafios
responsabilidade, informações as quais organização
ética e dedicação tem acesso De ser ágil
Dos princípios éticos
Somente promete o da organização
que é possível cumprir
Auxilia os colegas no
cumprimento de suas
atividades
Compromete-se com
Atendimento ao cliente
os colegas, o setor,
o cliente e com a
empresa
Age eticamente
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Lembrar que gestos e ações simples podem fazer grande diferença para o
cliente.
Oferecer opções para o cliente, deixando claro o que poderá atingir com cada
uma.
Deixar o cliente à vontade para fazer a escolha que melhor lhe convier. A esco-
lha é do cliente.
Explicar
as razões das ações e das respostas, certificando-se de que o cliente
entendeu.
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Considerar que o tempo das outras pessoas é tão importante quanto o seu.
Texto complementar
Donna Siegel desenvolveu uma fórmula de sete passos para fazer isso:
1. Deixe o cliente desabafar: o cliente quer contar como está furioso e como
exige que alguém faça alguma coisa para resolver a situação. Esse “descar-
regamento” é muito importante, tanto para você quanto para o cliente. Até
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2. Ofereça ajuda: uma vez que o cliente tenha terminado seu desabafo, ele
estará pronto para começar a resolver o problema. Diga “Vamos ver o que
podemos fazer para ajudá-lo” ou “Eu posso ajudá-lo”. Veja que uma boa
oferta de ajuda é só isso – uma oferta –, e não uma promessa de um re-
sultado qualquer. Isso porque, nesse ponto, você ainda não pode garantir
nenhum tipo de resultado, pois ainda não tem dados suficientes.
5. Ofereça uma solução: antes de oferecer a solução, porém, você deve pre-
parar o ambiente para que o cliente entenda claramente todos os benefí-
cios dela. Para isso:
Identifique a solução que você tem para oferecer. Pode ser a resolução
total ou parcial.
Atendimento ao cliente
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Sei que muitos clientes irritados são grosseiros, mal-educados e muitas vezes
irracionais – mas continuam sendo clientes (aqueles que pagam as contas, lembra-
-se?). É muito fácil ser correto e educado quando tudo é lindo e maravilhoso, mas os
verdadeiros profissionais mantêm a linha mesmo debaixo da mais pesada pressão.
Afinal, conquistar um novo cliente custa muito mais do que manter um antigo
– e com esses sete passos você será capaz de lidar com essas situações da maneira
mais eficiente possível.
Atividade
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Gabarito
Referências
CANDELORO, Raúl. 7 passos de Donna Siegel para lidar com clientes furiosos. Revista
Mulher Executiva, Fenassec, abril/2003.
Nobel, 1998.
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O telefone é bastante utilizado justamente porque facilita o dia a dia das pessoas,
pois elas não precisam se deslocar até a empresa para contratar um serviço, até o res-
taurante para adquirir um lanche, até a farmácia para comprar um remédio, por exem-
plo. Basta fazer a ligação, realizar o pedido e aguardar a entrega em sua própria casa
ou no endereço informado. Do mesmo modo, as empresas utilizam o telefone como
canal de comunicação com outras empresas, fornecedores, clientes, funcionários. Em
todas essas situações a relação que se estabelece é profissional, diferentemente da co-
municação com amigos, familiares e namorados em que a comunicação não necessita
seguir os parâmetros formais.
Nosso foco aqui é na comunicação estabelecida entre empresas e pessoas com fins
profissionais, cujo canal escolhido para tal comunicação é o telefone. A ligação sempre
será de um cliente, independente se é interna ou externa, pois sempre é alguém que
depende de um serviço, produto ou informação e espera um resultado. O secretário,
na verdade, tem a responsabilidade de atender o cliente, seja pessoalmente, por tele-
fone ou, ainda, virtualmente.
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Será que existe algo mais importante do que o cliente que se encontra do outro
lado da linha, aguardando pelo atendimento?
É claro que não existe. Ocorre que nem sempre se tem a consciência de que é o
cliente que será atendido e não o telefone. Não se tem a consciência que cada ligação
recebida significa uma oportunidade de negociar, de vender, de divulgar a empresa,
de manter laços amistosos com o cliente.
Irá gerar uma percepção sobre o seu trabalho, possivelmente distorcida da rea-
lidade. O diretor poderá pensar: “quem não atende a 10 telefonemas em um dia?” Ou
então: “devo delegar mais atividades à secretária, porque ela está ociosa.” Observe que
se o secretário mudar a concepção e a forma de apresentá-la poderá obter ainda mais
reconhecimento. Por que não dizer:
Hoje atendi 10 clientes, dos quais cinco solicitaram informações sobre o produto
X e, após fornecidas, todos fecharam o pedido, totalizando 30 peças. Outros dois clien-
tes estavam com dificuldade de entender o funcionamento do equipamento, por isso
utilizei 20 minutos do meu dia para explicar e depois voltei a ligar para saber se haviam
conseguido trabalhar no equipamento. Os outros três clientes queriam falar com o
diretor, mas ao identificar as necessidades deles eu mesma resolvi, apenas uma ligação
transferi para o setor de produção, pois se tratava de mudança no projeto.
82
Com isso claro, a partir daqui iremos aprofundar um pouco mais a importância de
a empresa oferecer um atendimento personalizado para que o cliente se sinta especial e
único.
Atendimento personalizado
O cliente sempre espera um tratamento individualizado, considerando que cada
situação de atendimento é única, e deve levar em conta as pessoas envolvidas e suas
necessidades, além do contexto da situação. Como as pessoas são diferentes, agem de
maneira diferenciada, a condução do atendimento também necessita ser personalizada,
apropriada para cada perfil de cliente e situação.
Para perceber a pressa do cliente não é necessário ouvir tais expressões, mesmo
porque se o cliente precisou explicitá-la é um indicativo de que o atendimento não está
fluindo bem, não está apropriado para a situação e o perfil do cliente. Mesmo quando a
interação é por meio do telefone é possível perceber o estado de ânimo do cliente, pois,
a voz, sua entonação e volume, revelam muitos sentimentos, basta ficar concentrado no
cliente.
Ocorre que o secretário envolve-se com muitas atividades ao mesmo tempo. Ele não
está na frente do telefone esperando-o tocar. Muitas vezes, o atendimento é feito junta-
mente com outras atividades, dividindo atenção, ocasionando problemas de comunica-
ção e a insatisfação do cliente. Mas, como já vimos, o atendimento do cliente é a priorida-
de. Dele depende o sucesso ou o fracasso do negócio.
83
Outro fator que merece ser levado a sério é que um cliente satisfeito irá transmitir sua
satisfação a quatro ou cinco amigos, enquanto o cliente insatisfeito contará seus proble-
mas ao dobro de pessoas. Esse é um dos ensinamentos do marketing de relacionamento
e é o que revelam as pesquisas nesse campo. Então, é a imagem da empresa que está em
jogo a cada atendimento feito pelo secretário, além da sua imagem pessoal, como profis-
sional competente ou incompetente. E, sempre é bom lembrar, que aos olhos do diretor da
empresa e do cliente, atender bem, ser competente, é apenas uma obrigação.
Retornando a ideia dos diferentes perfis de clientes, que exigem condução di-
ferenciada por parte de quem atende, vamos analisar algumas características pes-
soais e apresentar recomendações que podem ser colocadas em prática, para que o
atendimento do cliente, que se encontra do outro lado da linha, seja mais efetivo e
satisfatório.
Cliente bem-humorado
Características: certamente é um dos mais fáceis de atender. É simpático, gosta de
brincar, fala sorrindo, mesmo ao telefone. Gosta de explicações e opiniões.
Recomendações: primar pela simpatia e espontaneidade, mas focalizar o aten-
dimento no sentido de identificar a necessidade do cliente e dirigir a conversa para
Atendimento ao cliente: uso adequado do telefone
Cliente tímido
Características: tem dificuldades para expor o que realmente deseja. É de poucas
palavras. É inseguro, por isso pede conselhos e opiniões. Espera que o secretário leia
nas entrelinhas e dirija o atendimento.
84
Características: fala rápido e em tom mais alto do que o normal, quer tudo para
ontem, demonstra estar atrasado. Trata o seu problema como o pior e mais urgente, por
isso espera que a empresa solucione rapidamente, na hora. Tem dificuldade para ouvir.
Cliente paciente
Cliente inseguro
Características: não sabe ao certo o que precisa, além de ter muita dificuldade
para decidir. É desconfiado (de tudo e de todos), por isso precisa de explicações deta-
lhadas sobre os procedimentos, opções, e de ajuda para decidir.
Cliente nervoso
Recomendações: deixe-o falar, externalizar sua raiva. Não tente em nenhum mo-
mento interrompê-lo ou falar mais alto porque somente vai aumentar o nervosismo
dele. Após ouvi-lo, ofereça ajuda e, se for necessário, diga que ele tem razão. Se sentir
que ele está preparado para ouvir, explique os procedimentos e opções de solução e
deixe-o decidir. Demonstre respeito e comprometimento para com ele.
85
– Está doente?
O fato é que na comunicação por meio do telefone a voz assume uma importân-
cia ainda maior. Neiva e D’Elia (2009, p. 181), revisando as técnicas de atendimento
telefônico, destacam: “[...] a voz é o meio mais direto de aproximação entre pessoas.
Através dela você reflete sua personalidade, revela quem você é. Você pode mentir
86
Momentos verdade
1. Atendimento telefônico inicial
Antes de tudo, o cliente espera prontidão no atendimento. Ele mantém seu estado
psicológico normal até a terceira chamada e, a partir disso, começa a ficar ansioso. Isso
significa que a empresa que preza pela excelência no atendimento deve atender suas
ligações até o terceiro toque, mesmo porque, como já vimos, é muito mais simples
atender um cliente tranquilo e paciente do que um já nervoso. Então, não deixe o clien-
te ficar nervoso.
87
Ao mesmo tempo, as informações precisam ser claras e exatas, por isso o secre-
tário não pode supor aquilo que não sabe ou não tem certeza. Na dúvida, verifique,
peça um tempo para retornar a ligação, visto que aquilo que disser será recebido como
verdade e caso informe algo errado colocará em jogo a imagem da empresa. Nesse
momento, o secretário representa a empresa.
88
Quem faz a ligação tem a preferência de terminá-la, então, espere com paciência
pelos sinais de despedidas e finalize o contato com um cumprimento cordial, agradeça
o cliente e coloque-se à disposição para esclarecer outras dúvidas e auxiliá-lo naquilo
que for necessário. Se você cometeu algum erro ou engano não se esqueça de pedir
desculpas, igualmente se o problema causado pela empresa ocasionou transtornos ou
perdas ao cliente.
89
Recomendações complementares
Quando o secretário é quem faz a ligação
O secretário, além de receber muitas ligações, também faz ligações, inclusive a
pedido das chefias. Nesses casos, algumas ações podem fazer a diferença.
Quando o contato por telefone é o mais indicado, antes de fazer a chamada é funda-
mental conferir o número a ser chamado, ordenar as ideias e obter todas as informações
de que poderá precisar na conversa, para que a ligação seja o mais rápida possível.
– Bom dia! Aqui é Daniela da empresa Alfa. É possível falar com o Sr. Fulano?
Atendimento ao cliente: uso adequado do telefone
– Bom dia! É da empresa Alfa. Nosso diretor João deseja falar com o Sr. Fulano. É
possível?
O ideal é liquidar o assunto numa única chamada, por isso se a pessoa que você
está procurando não estiver procure outra que também possa ajudar, ou então deixe
recados claros e objetivos. Como já vimos, a linguagem formal, palavras precisas, pos-
tura discreta e ética facilitam a comunicação, além de causarem uma boa impressão do
profissional e da empresa.
Outra situação, a ser enfatizada, é que muitas empresas têm a política de oferecer
produtos a cliente, divulgar sua imagem e promoções por meio do telefone. Esse é um
fator crítico que deve ser pensado profundamente e muito bem aplicado para não ter
efeitos contraditórios. Recomenda-se ainda mais o uso da empatia, e que se observe
90
Ligações particulares
A utilização do telefone da empresa para ligações particulares deve ser evitada e
quando for extremamente necessária o ideal é solicitar permissão à chefia, tanto para
receber quanto para fazer ligações pessoais. Procure não usar o telefone da empresa
para assuntos pessoais em horários em que o fluxo de atendimentos é mais intenso, e
sempre que usar seja o mais ágil possível.
91
92
Texto complementar
Atendimento telefônico:
tecnologia nota dez, cortesia nota zero
(ARAÚJO, 2004)
O telefone deve ser visto como uma das principais ferramentas de vendas. Mas
também deve ser usado para oferecer gentileza, respeito, prestígio e profissionalismo.
Profissionais de todos os níveis não devem se esquecer de que estão vendendo perma-
nentemente a reputação das empresas em que trabalham. A maneira como tratam o
93
Motivação: 7,18%.
Não: 16,97%.
Atendimento ao cliente: uso adequado do telefone
Via de regra, os clientes se deparam nos call centers com pessoas muito jovens,
sem preparo e maturidade para manterem seu equilíbrio emocional em situações,
às vezes, extremamente delicadas e adversas. Todos aqueles que utilizam o telefone
94
95
96
Gabarito
Referências
NEIVA, Edméa Garcia; D’ELIA, Maria Elizabete Silva. As Novas Competências do Profis-
sional de Secretariado. 2. ed. São Paulo: IOB, 2009.
97
Assim, toda a comunicação verbal escrita pode ser caracterizada como correspon-
dência, podendo ser classificada, no entanto, em pelo menos quatro espécies: particu-
lar, bancária, comercial e oficial, conforme o quadro 1.
Quadro 1 – Espécies de correspondências
A diferença entre uma espécie e outra está no emissor, quem emite, se organiza-
ção pública, privada, bancária ou pessoa física. Assim, se uma indústria (empresa priva-
da) se comunicar com uma prefeitura (órgão público) deverá utilizar a redação empre-
sarial, ao passo que se a prefeitura se comunicar com a indústria, utilizará a oficial.
99
100
A guarda dos documentos que saem e que chegam à empresa é mais um proce-
dimento essencial para manter atualizado o acervo informacional, e é de responsabili-
dade do secretário. Todos os documentos com valor administrativo ou histórico devem
ser adequadamente preservados, e o arquivamento pode ser feito em meio digital ou
físico. O mais importante é que a informação seja facilmente disponibilizada, sempre
que for necessário.
101
A precisão é outra qualidade que faz a diferença na redação empresarial, uma vez
que o receptor compreenderá a mensagem de acordo com as suas experiências e co-
nhecimentos. Assim, quanto mais exatidão na mensagem, maior a probabilidade de
entendimento. Para isso, recomenda-se o uso do código fechado ao invés do aberto,
que consiste na utilização de palavras específicas e que não possibilitam várias inter-
pretações por parte do receptor. “Agende uma reunião com os vendedores para o dia
27 de maio, às 14 horas, na minha sala” é mais preciso que “agende uma reunião para
o dia 27”.
Comunicação escrita: correspondências empresariais
102
Folha A4 branca;
103
Carta
É o tipo de correspondência usualmente utilizado pelas empresas para informar,
solicitar, divulgar. Quando é dirigida a vários destinatários adquire a função de carta
circular, mas, embora seja o mesmo documento, deve ser personalizada para cada um
dos destinatários, no vocativo e endereçamento. Sua estrutura compreende vários ele-
mentos na seguinte ordem:
104
105
Vejamos dois exemplos de carta, com todos os elementos fundamentais (os fa-
cultativos não são contemplados) e com a formatação apropriada. Um exemplo com o
texto justificado e outro com a margem alinhada à esquerda.
106
Senhor Secretário: 4
Atenciosamente, 6
107
Senhor Secretário:
Atenciosamente,
Diretora.
Declaração
A declaração pode ser emitida por pessoa física ou jurídica, essa última desde que
empresa privada. O setor público não emite declaração, mas sim atestado que tem o
mesmo propósito da declaração. Declaração “[...] é a afirmação da existência ou ine-
xistência de uma situação de fato ou de direito” (KASPARY, 2002, p. 191). A declaração
pode ser dada em causa própria ou referir-se à outra pessoa, desde que o declarante
tenha capacidade e liberdade de afirmativa. São partes de uma declaração:
108
DECLARAÇÃO 2
Pedro Domingues, 5
109
É necessário enfatizar que o e-mail da empresa não é o pessoal. Assim, não deve
ser usado para assuntos que não se referem ao trabalho. O e-mail deve conter seu
campo do assunto preenchido para que o receptor logo identifique do que se trata,
assim como deve ser assinado com o nome completo e cargo do emissor.
Memorando
Comunicação escrita: correspondências empresariais
110
MEMORANDO 2
111
Procuração
Documento através do qual uma pessoa concede poderes para outra exercer, em
seu nome, atos, administrar interesses ou negócios. A pessoa que concede o poder é
considerada mandante, outorgante ou constituinte, e a pessoa que recebe o poder é
considerada mandatária, outorgada ou procuradora. São partes de uma procuração,
de acordo com Kaspary (2002):
título;
data;
assinatura do mandante;
112
2
OUTORGANTE: nome, número da identidade e do CPF, filiação e
endereço.
3
OUTORGADO: nome, número da identidade e do CPF, filiação e
endereço.
Pelo instrumento particular de procuração, o outorgante,
acima qualificado, constitui e nomeia o outorgado 4
seu procurador, com poderes para o fim específico de
, podendo
praticar todos os atos necessários ao bom e fiel cumprimento do
presente mandato. 5
Assinatura do Outorgante 7
1 - Título.
2 - Quem concede o poder.
3 - Quem recebe o poder.
4 - Descrever detalhadamente o poder concedido, definindo inclusive o tempo de concessão.
5 - Especificar o que o outorgado pode fazer em nome do outorgante.
6 - Data da assinatura da procuração.
7 - Assinatura, do outorgante reconhecida em firma.
113
114
Texto complementar
Embora haja na carta comercial uma série de enganos que podem ser evitados,
não se admite o comportamento mesquinho que tende a ver erro em tudo o que
a secretária redige. Preocupar-se excessivamente com pormenores insignificantes
pode provocar desatenção quando há erros maiores. O objetivo de uma correspon-
dência comercial é transmitir uma mensagem clara que seja compreendida e leve o re-
ceptor à ação. Portanto, o enfoque de preocupação deveria privilegiar o conteúdo do
texto, deixando-se para segundo plano problemas relativos à estética, questiúnculas
gramaticais e querelas muito mais ligadas a idiossincrasias neuróticas.
Não obstante isso, são enganos costumeiros na carta comercial que podem ser
evitados:
1. Quanto ao estilo: evitar fazer literatura, rebuscando o texto com mil ade-
sivos irrelevantes, metáforas inoportunas, períodos excessivamente longos.
Clareza de ideias, rapidez de exposição (ir direto ao assunto). O vocabulário
será o usual, sem busca de terminologia complexa, neologismos, estrangei-
rismos, frases de efeito (sobretudo latinas). Portanto, nada de estilo empo-
115
7. Quanto à despedida: evitar sobretudo o “não tenho nada mais para o mo-
mento”, que se constitui em evidente pleonasmo. Havendo o que dizer, o
redator diria. Diga-se, simplesmente, atenciosamente.
9. Quanto à gramática:
Evitar Usar
Em anexo. Anexamos, anexo.
Face à... Em face de, diante de...
Pedimos para... Pedimos que...
Comunicação escrita: correspondências empresariais
116
Atividade
117
Secretariando a Língua: a comunicação eletrônica, escrito por Creud Pereira Santos Mar-
tinelli (USP).
Gabarito
Comunicação escrita: correspondências empresariais
118
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
119
A administração pública tem uma linguagem particular para comunicar seus di-
versos atos no âmbito interno e externo. No entanto, ficou para trás o tempo em que
se privilegiava o uso de palavras e expressões pomposas, que buscavam impressionar
o leitor. A prolixidade e redundância dão lugar à simplicidade e espontaneidade, sem,
no entanto, deixar de ser nobre.
121
Kaspary (2004) defende que para a redação oficial, no atual contexto, cumprir o
seu objetivo de comunicar eficientemente, é necessário que contemple as qualida-
des de objetividade, correção, concisão, clareza, precisão, harmonia e polidez. Vejamos
cada uma delas.
Em mesma proporção, a redação oficial moderna deve ser concisa, similar à re-
dação empresarial. A concisão se caracteriza pelo uso apenas das palavras, frases e
expressões necessárias para transmitir o desejado, evitando prolixidades, devaneios
122
A clareza é mais uma qualidade da redação oficial, e para tanto, antes de qual-
quer elaboração, o redator deve deter conhecimento suficiente sobre o assunto a ser
escrito, uma vez que o pensamento deve ser claro para se traduzir em frases claras.
Quem não conhece o assunto acaba divagando e nada ou pouco informando. Em favor
da clareza deve-se evitar ambiguidades, isto é, palavras que possibilitam várias inter-
pretações, bem como excessos de opiniões ou fatos que dificultem a compreensão.
Outro fator importante na clareza está relacionado com frases muito longas e com
a pontuação. Um texto pontuado inadequadamente pode se tornar ambíguo e até
incompreensível.
Outra qualidade da redação oficial diz respeito à precisão, que é revelada com o
emprego de palavras concretas, simples e objetivas, que transmitam aquele sentido
que o emissor pretendeu dar. Em benefício da precisão, o redator pode evitar pala-
vras complexas, abstratas ou vagas, que evocam vários significados. Do mesmo modo,
expressões familiares ou coloquiais não são aceitas na redação técnica, sobretudo na
oficial.
A polidez também é uma qualidade da redação oficial e pode ser usada como
sinônimo de cortesia. É demonstrada através do tratamento respeitoso, adequado a
cada receptor, seja de nível superior, igual ou inferior ao do emissor. Refere-se, ainda, à
Com base no exposto acerca das qualidades da redação oficial, percebe-se que
o ato da escrita no geral e, em especial, de correspondências oficiais, é um processo
dinâmico e evolutivo, que precisa ser aprimorado a cada dia. Por isso exige reflexão e
aprendizagem contínuas do redator. Percebe-se, também, que as expressões estereo-
tipadas, características de um tempo passado, de fato precisam ser totalmente aban-
donadas, dando lugar à informação rápida, objetiva e clara.
123
Vossa Excelência
Autoridades do Poder Executivo:
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Embaixadores;
reza especial;
Prefeitos Municipais.
124
Membros de Tribunais;
Juízes;
Vocativo
Nas correspondências dirigidas aos Chefes de Poder emprega-se, no vocativo, Ex-
celentíssimo Senhor, seguido do respectivo cargo:
Senhor Senador:
Senhor Juiz:
Senhor Prefeito:
Senhor Governador:
Fulano de Tal
70064-900 – Brasília. DF
125
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF
Fulano de Tal
Vossa Senhoria
É empregado para todas as demais autoridades e para particulares. O vocativo
adequado é:
Vocativo
Senhor Fulano de Tal:
Senhor Diretor:
Senhor coordenador:
Endereçamento
Comunicação escrita: correspondências oficiais
Ao Senhor
Fulano de Tal
12345-000 – Curitiba. PR
Vossa Magnificência
Empregado por força da tradição em comunicações dirigidas a reitores de
universidades.
126
Endereçamento
A Sua Magnificência o Senhor
Fulano de Tal
Aos poucos, no entanto, Vossa Magnificência vem sendo substituído por Vossa
Excelência. Nesse caso:
Vocativo
Senhor Reitor:
Endereçamento
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
127
Além do exposto, alerta-se que doutor é título acadêmico concedido a quem con-
clui curso de doutorado, e não forma de tratamento. Por isso, deve ser evitado o uso
indiscriminadamente.
espaço entrelinhas simples, com 6 pontos após cada parágrafo ou então espa-
çamento entrelinhas 1,5, sem espaços entre parágrafos;
o início de cada parágrafo do texto pode ter até 2,5cm a partir da margem
esquerda;
128
Atestado
Assim como a declaração é utilizada na esfera privada para afirmar a existência
ou não de um fato ou situação, o atestado é emitido pela esfera pública com a mesma
finalidade. É um documento mediante o qual “[...] a autoridade comprova um fato ou
situação de que tenha conhecimento em razão do cargo que ocupa ou da função que
exerce” (KASPARY, 2004, p. 76).
129
Observe e diferencie cada uma dessas partes no exemplo que segue, salientando
que as informações e nomes constantes no exemplo são aleatórios.
ATESTADO 2
Jair Rodrigues,
Encarregado do RH. 5
130
ementa – é uma espécie de resumo de que trata o edital, porém, não é obriga-
tório. É mais comum em editais extensos, pois, nesses casos, facilita o leitor;
1 - Órgão Expedidor.
2 - Título.
3- Texto. Para deixar o exemplo curto, optamos por citar anexos. Normalmente todas as informações do edital
constam no próprio texto, utilizando quantas páginas forem necessárias e não em anexo.
4 - Assinatura.
Ofício
O ofício é a correspondência oficial mais comum, normalmente utilizado para
tratar de assuntos administrativos ou sociais: informar, solicitar, agradecer, comunicar,
convidar. Assim como a carta é emitida pela esfera privada, o ofício é emitido pela pú-
blica com as mesmas finalidades. O ofício pode, no entanto, se dirigir a outra autorida-
de ou órgão público, a um particular ou a uma empresa. Quando enviado para vários
Comunicação escrita: correspondências oficiais
No tocante aos elementos do ofício, vamos aqui tratar dos que não podem faltar
no documento, visto que alguns são desnecessários e outros facultativos, mas ainda
aparecem por não terem sido totalmente abolidos da prática. Como vivenciamos um
momento de transição dessa nova cultura na administração pública, destaca-se a im-
132
Senhor Diretor:
Informamos que...
133
Este tem por objetivo solicitar a Vossa Senhoria que nos informe...
Atenciosamente,
Respeitosamente,
Os fechos que seguem e outros similares revelam arcaísmos que marcam a reda-
ção oficial e que devem ser aos poucos totalmente substituídos.
Limitamos ao exposto...
134
Fulano de Tal,
Diretor.
135
Vocativo:
Texto
Fecho,
Nome do signatário,
Cargo/função.
Comunicação escrita: correspondências oficiais
Endereçamento
136
fecho com a denominação do órgão a que pertence o redator (sigla), data, assi-
natura e cargo/função de quem emite o parecer.
137
Destarte, bem antes desse período, existiam previsões em diversos diplomas legais,
podendo-se destacar aquelas contidas nas Lei 8.078/90, art. 22 e na Lei 8.987/95,
que em seu artigo 6.º, inclui, entre as características do serviço público, a adequação
à eficiência.
138
Cumpre salientar que tal posição desrespeita a lei, o bom senso e o reconhecimen-
to público, por parte do Poder Executivo, desta profissão que, além do conheci-
mento técnico, é diferenciada em razão de suas atribuições específicas.
Por todo o exposto, é forçoso reconhecer que para atender ao disposto no artigo
Assessor da Fenassec
139
Texto – exposição do pedido. Podem-se citar leis, decretos, portarias que jus-
tifiquem o direito do pedido, bem como apresentar os motivos e/ou finali-
dades da solicitação, levando em conta a linguagem clara, simples, precisa e
concisa.
Local e data;
Assinatura.
Comunicação escrita: correspondências oficiais
140
Nestes termos,
pede deferimento.
Maria do Rosário.
141
Texto complementar
142
III - A identificação de perfis profissionais próprios para cada curso, em função das
demandas e em sintonia com as políticas de promoção do desenvolvimento susten-
tável do País.
143
§2.º A carga horária mínima dos cursos superiores de tecnologia será acrescida do
tempo destinado a estágio profissional supervisionado, quando requerido pela na-
tureza da atividade profissional, bem como de eventual tempo reservado para tra-
balho de conclusão de curso.
Art. 5.º Os cursos superiores de tecnologia poderão ser organizados por módulos que
correspondam a qualificações profissionais identificáveis no mundo do trabalho.
Art. 6.º A organização curricular dos cursos superiores de tecnologia deverá contem-
plar o desenvolvimento de competências profissionais e será formulada em conso-
nância com o perfil profissional de conclusão do curso, o qual define a identidade
Comunicação escrita: correspondências oficiais
144
I - justificativa e objetivos;
II - requisitos de acesso;
145
Parágrafo único. Para a elaboração dos referidos subsídios, o MEC contará com a
efetiva participação de docentes, de especialistas em educação profissional e de
profissionais da área, trabalhadores e empregadores.
Art. 12. Para o exercício do magistério nos cursos superiores de tecnologia, o docen-
te deverá possuir a formação acadêmica exigida para a docência no nível superior,
nos termos do Artigo 66 da Lei 9.394 e seu Parágrafo Único.
Art. 14. Poderão ser implementados cursos e currículos experimentais, nos termos
do Artigo 81 da LDBEN, desde que ajustados ao disposto nestas diretrizes e previa-
mente aprovados pelos respectivos órgãos competentes.
Art. 15. O CNE, no prazo de até dois anos, contados da data de vigência desta Re-
Comunicação escrita: correspondências oficiais
146
Art. 17. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Atividade
147
Gabarito
Quando masculino:
Quando feminino:
148
KASPARY, Adalberto J. Redação Oficial: normas e modelos. 17. ed. Porto Alegre: Edita,
2004.
149
Essa é uma das justificativas da importância deste capítulo, que trata da gestão
da informação e dos documentos, visto que boa parcela dessas transações de informa-
ções entre ambiente interno e externo ocorre por meio de documentos, independen-
temente do seu suporte (físico, eletrônico ou digital). Assim, a vida das organizações é
permeada por documentos, produzidos e recebidos, que disseminam informações. A
gestão documental é responsável pelo controle sistemático da produção, uso, recep-
ção, manutenção e destinação final dos documentos, que se bem desenvolvida traz
excelentes benefícios. Tanto a gestão da informação quanto dos documentos faz parte
do trabalho secretarial.
151
O arquivamento não pode ser feito de qualquer forma. Deve respeitar normas,
metodologias e leis, bem como atender as necessidades organizacionais e cumprir o
seu papel de disponibilizar as informações. O que arquivar? Porque arquivar? Como
arquivar? Por quanto tempo arquivar? São algumas indagações simples, mas que re-
presentam a complexidade do processo e evidenciam a importância de a organização
ter em seu quadro funcional pessoas capacitadas nessa área. Com essa perspectiva, o
presente capítulo busca preparar os alunos para a manutenção adequada dos arquivos
e uso da informação, a partir da utilização de técnicas de gestão documental.
152
153
Arquivo corrente
O arquivo corrente é composto pelos documentos de primeira idade, que estão
em curso, por isso são consultados frequentemente. O Dicionário Brasileiro de Termino-
logia Arquivística (2005, p. 29) apresenta a seguinte definição: “Conjunto de documen-
tos, em tramitação ou não, que, pelo seu valor primário, é objeto de consultas frequen-
tes pela entidade que o produziu, a quem compete a sua administração”.
154
Arquivo intermediário
Os documentos de segunda idade são preservados no arquivo intermediário ou
temporário. Trata-se do “[...] conjunto de documentos originários de arquivos corren-
tes, com uso pouco frequente, que aguarda destinação” (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p.
32). Esses documentos não estão mais em curso, mas devem ser mantidos, na empresa
Arquivística e gestão documental
ou órgão que os produziu por determinado tempo estipulado por lei, ou pela própria
organização, e passado esse tempo são descartados. Por isso a permanência dos docu-
mentos no arquivo intermediário é transitória, o que justifica o nome intermediário.
Tais documentos, embora não estejam em curso, são mantidos, pois poderão ser
úteis para tratar de assuntos e fatos semelhantes ou idênticos. Portanto, também são
consultados, porém com menor frequência. Além disso, são mantidos para efeitos de
comprovação fiscal, jurídica. Por essa razão, o tempo de guarda de vários documentos
é definido por leis, sendo que, esgotado esse tempo, não podem ser solicitados por
155
Arquivo permanente
Os documentos de terceira idade, que se conservam em razão de seu valor, seja
documental ou histórico, são mantidos no arquivo chamado permanente. Tais docu-
mentos possibilitam conhecer o passado e a evolução de quem o produziu, da organi-
156
O descaso com o arquivo permanente é visível inclusive com o espaço que a orga-
nização destina para esse fim. Algo que pode ser caracterizado como fundo, depósito,
porão, ou seja, o espaço que não serve para nada é o lugar do arquivo permanente.
Normalmente, o espaço tem pouca ventilação e iluminação, muita umidade, o que
ajuda a deteriorar a documentação. Esse tipo de estrutura, somado ao amontoado
de objetos e documentos e ao cheiro característico do papel, acaba se tornando um
habitat interessante para pragas e pequenos animais, o que só eleva o preconceito das
pessoas acerca do valioso trabalho que é possível realizar em torno dos documentos
e dos arquivos. O preconceito é tamanho que os funcionários somente vão até esse
arquivo buscar um documento quando não têm outra saída.
157
Gestão documental
Para que os arquivos corrente, intermediário e permanente cumpram a sua fina-
lidade de armazenar e preservar os documentos, e a informação seja disponibilizada
rapidamente quando necessária, é preciso adotar procedimentos de gestão documen-
tal, uma metodologia de tratamento da documentação desde a sua produção até a sua
destinação final.
A Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arqui-
Arquivística e gestão documental
158
Com essa base, a gestão documental é aplicada. Paes (1997) reúne os procedi-
mentos e técnicas relativas à gestão dos documentos em três fases: produção, utiliza-
ção e destinação, conforme a figura 1.
Arquivística e gestão documental
159
Destinação Utilização
160
Não existe um modelo pronto de tabela de temporalidade que possa ser usado,
pois a documentação em cada organização é diferente e mesmo os documentos que
têm tempo de guarda definido oficialmente poderão ser utilizados por dada institui-
ção por mais tempo. Por isso também a tabela de temporalidade somente pode ser
utilizada após a aprovação pela autoridade competente, normalmente a maior do
organograma.
Vencida essa parte, a gestão documental cumpriu as três fases: produção, utili-
zação e destinação. A produção e utilização são procedimentos desenvolvidos no ar-
quivo corrente. Quando os documentos passam para a segunda idade, são avaliados
e definida a destinação, se são descartados ou transferidos para o arquivo temporário
ou permanente.
Métodos de arquivamento
Um dos procedimentos de gestão documental destacado está relacionado ao
método pelo qual um conjunto de documentos será arquivado, tanto na fase corrente
quanto na intermediária e permanente, que interfere diretamente na recuperação do
Arquivística e gestão documental
161
Método alfabético
No método alfabético o elemento considerado é o nome de quem emitiu ou rece-
beu o documento. Assim, o arquivamento é feito em ordem rigorosamente alfabética
de nome, nome por nome ou letra por letra.
162
Caracteriza-se pelo sistema direto uma vez que para consultar a pasta de um
cliente basta procurá-la no armário, arquivada, na ordem alfabética das pastas. Pela
simplicidade e rapidez de arquivamento e manuseio, é um método amplamente usado
nas organizações tanto como principal quanto auxiliar. Por outro lado, quando a massa
documental é grande, podem facilmente ocorrer equívocos na disposição da ordem
alfabética, ocasionando transtornos e perda de tempo na recuperação da informação,
por isso, não é recomendado para arquivos volumosos.
163
Exemplo: Arquivam-se:
Georges Aubert Aubert, Georges
Winston Churchill Churchill, Winston
Paul Müller Müller, Paul
Jorge Schmidt Schmidt, Jorge
164
165
Método geográfico
Esse método, assim como o alfabético, pode ser utilizado como auxiliar e principal
e seu sistema de busca também é direto e de fácil manuseio. O geográfico é preferido
por aqueles que consideram a procedência ou local do documento como critério de
classificação.
As divisões geográficas podem ser feitas por país, região, distritos, estado, cidade,
bairros, conforme a necessidade. Para Paes (1997), no entanto, as melhores ordenações
geográficas são:
Por estado:
Arquivística e gestão documental
166
Por cidade:
Método numérico
Quando o elemento mais procurado ou utilizado do documento é o número, a
escolha recai sob o método numérico de arquivamento. Ao produzir o documento,
ele recebe um número, numa sequência lógica, sob o qual será arquivado. Utilizado
principalmente quando o fluxo de documentos é grande, quando conta com o apoio
de um sistema eletrônico.
Esse método é comum na área da saúde; cada requisição médica gera um número
Arquivística e gestão documental
167
Para que esse método seja eficiente, no entanto, os assuntos sob quais os docu-
mentos serão arquivados precisam ser definidos após criteriosa interpretação da docu-
mentação e de pleno conhecimento da organização, seu funcionamento, objetivos e
atividades, porque os assuntos deverão traduzir a dinâmica do negócio. A classificação
deve ser clara o suficiente para que o mesmo documento não seja arquivado em mais
de um assunto, caso contrário, gerará dúvidas e erros no momento de arquivar e de
recuperar a informação.
168
Cadastro do imóvel
Casa Contrato
Registro do imóvel
Cadastro do imóvel
Sala comercial
Registro do imóvel
169
1. Locação
1.1 Apartamento
1.2 Casa
2. Venda
2.1 Apartamento
2.2 Casa
Um cuidado especial que se deve ter na definição dos assuntos é não confundir
assunto (conteúdo) com o tipo físico do documento (contrato, correspondência rece-
Arquivística e gestão documental
bida etc.). O tipo físico é pertinente mas não deve ser adotado como primeira posi-
ção. Observe no exemplo que o tipo do documento vai aparecer apenas na terceira e
quarta posição.
170
171
Texto complementar
Gestão documental:
aplicação da tabela de temporalidade de documentos (TTD)
(VITALIS; ANDRIOLO, 2009, p. 85-98)
nenhum documento esteja disponível para consulta, sem antes ter sido
analisado e aprovado pelas pessoas autorizadas para isso;
todos os locais de trabalho possam dispor das versões atualizadas dos do-
Arquivística e gestão documental
172
Segundo Nazário (2008), a Gestão Documental pode ser definida como todo
processo relacionado ao recebimento, guarda, tramitação e recuperação dos docu-
mentos que suportam as atividades operacionais, finais e estratégicas de uma em-
presa, área ou departamento, visando a guarda de maneira ágil e integrada.
Essas etapas fazem parte do ciclo de vida de documentos, que segundo os au-
tores Baldam, Valle e Cavalcanti (2002) têm um maior acesso nas fases de criação,
publicação e destinação, culminando com o uso ativo desse documento. Após sua
utilização, o manuseio não é mais tão frequente, decaindo para as fases de pós-de-
cisão, arquivo e, finalmente, seu descarte.
173
se definindo por quanto tempo manter ou quando e o que deve ser expurgado, este acervo
crescerá desordenadamente e estará de novo, em breve, precisando de nova triagem. O mais
grave, é que se terá que retrabalhá-lo por inteiro, pois não há como separar o “joio do trigo” sem
que se passe pasta por pasta.
174
análise do setor: foi observado que na secretaria do setor são gerados e ar-
quivados todos os documentos comprobatórios das atividades. O espaço
físico existente é pequeno, porém comporta o volume documental gerado
até o momento. Como medida de prevenção, a criação da TTD regrou e eli-
minou alguns documentos que não são mais necessários, principalmente
dos alunos egressos do curso;
b) os documentos ativos gerais, que fazem parte das rotinas secretariais (atas,
documentos recebidos, expedidos e regimentos);
175
176
Atividade
177
Arquivo: teoria e prática, de Marilena Leite Paes, Editora Fundação Getulio Vargas.
Esta obra serviu de embasamento para este capítulo, mas, para aqueles que dese-
jam aprofundar ainda mais seus estudos acerca da arquivologia e gestão documental,
é pertinente a leitura completa. A primeira edição do livro ocorreu em 1986 e desde
então vem sendo aprimorado e amplamente utilizado por reunir os principais conhe-
cimentos inerentes aos sistemas arquivísticos.
Gabarito
Referências
BRASIL. Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados e dá outras providências.
178
GUIMARÃES, Márcio Eustáquio. O Livro Azul da Secretária Moderna. 22. ed. São
Paulo: Érica, 2005.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3 ed. revisada e ampliada. Rio de Janei-
ro: Fundação Getulio Vargas, 1997.
179
No mundo corporativo, as reuniões são muito frequentes. Por meio delas se infor-
mam e discutem assuntos, se coletam ideias e alternativas e, principalmente, tomam-se
decisões conjuntas. Por isso é uma estratégia de gestão que visa à participação, desen-
volvimento e comprometimento de cada integrante, consequentemente, do grupo.
Para que a reunião alcance os seus objetivos, deve ser criteriosamente planejada
e organizada, bem coordenada e ter conclusões, isto é, depois do assunto debatido, o
grupo deve chegar a decisões ou encaminhamentos acerca do mesmo, pois a ausên-
cia de conclusões dá espaço para o sentimento de estagnação, “tanto se discutiu mas
não se chegou a lugar algum”. Outro fator que interfere diretamente no andamento e
resultados de uma reunião é a habilidade comunicativa dos participantes, visto que se
expressam (verbal ou não verbalmente) e também escutam.
Por essas razões, este capítulo tem o propósito de contribuir na capacitação dos
secretários para a assessoria em reuniões, destacando as suas atribuições para que a
reunião tenha bons resultados. Serão abordados os temas: planejamento, organização,
execução, avaliação e elaboração de ata de reunião.
181
Além dessa classificação, “[...] determinados tipos de reunião, por suas caracterís-
ticas e públicos, constituem-se em eventos específicos” (NUNES, 1996, p. 107), assim
podem ocorrer de diversas formas, de acordo com a finalidade, participantes e exposi-
ção do assunto. A seguir, listamos os tipos mais usuais.
Conferência: quando o assunto é exposto por uma pessoa que pode ou não
fazer parte do grupo, mas com profundo conhecimento do assunto. Limita-se
o tempo de exposição para posterior discussão e respostas a perguntas da
plateia.
182
Painel: parte dos participantes expõe o tema proposto e parte assiste para
posterior discussão.
Planejamento de reuniões
O tempo é algo precioso e cada vez mais escasso no ambiente organizacional, por
isso o que mais se evita é usar as melhores horas do dia em conversas que não levam a
lugar algum. Entretanto, é comum nos profissionais o sentimento de frustração por ter
participado de reuniões excessivamente longas, desgastantes e improdutivas.
Por outro lado, esses fatores podem ser combatidos com um criterioso planeja-
mento que inicia com os questionamentos:
Assessoria em reuniões
183
Ao responder essas perguntas, o gestor já estará eliminando uma parcela dos pro-
blemas decorrentes de reuniões, pois somente irá convocar as pessoas quando esta for
a melhor alternativa para o problema em questão, pois as pessoas precisam realmente
estar juntas para discutir, sugerir e encaminhar a solução. Quando o assunto é apenas
informativo, ou seja, a decisão já foi tomada, há que se avaliar a possibilidade de in-
formar numa reunião ordinária, ou então unir vários assuntos para realizar a reunião.
Esses procedimentos reduzem a frequência das reuniões, que é o que se deseja.
Se a reunião é a alternativa apropriada, indica que ela tem um objetivo claro, que
ao final precisa ser alcançado. Linkemer (1999, p. 125) alerta que uma das grandes
causas que torna a reunião improdutiva é a falta de objetivo.
Ninguém sabe por que está ali. O objetivo da reunião jamais é anunciado ou questionado. A
discussão arrasta-se de tópico em tópico. São aventadas saídas, mas as questões não são resolvidas.
Mencionam-se problemas que nunca são solucionados. E as pessoas vão embora confusas ou
frustradas.
184
Com a nominata1 dos participantes, pode-se pensar em local, dia e horário, pois
a reunião deve ser programada de forma a facilitar a participação dos envolvidos.
Para agilizar, o secretário já deve saber da disponibilidade das pessoas de participar
de reuniões. Caso não tenha, o ideal é consultá-las antes de agendar. Quanto maior
o número de participantes, maior a dificuldade de conciliar as disponibilidades. Nem
sempre é possível ter uma data e horário comum a todos, mas procura-se conciliar pelo
menos os da maioria. Quando os assuntos realmente são importantes para as pessoas,
elas se organizam e, se for necessário, desmarcam outro compromisso para participar.
Por outro lado, quando os assuntos são irrelevantes, mesmo que se atendam as prefe-
rências de agenda, corre-se o risco de pouca participação.
1
Relação de nomes.
185
CONVOCAÇÃO 3
1 - Identificação do emissor.
2 - Data de elaboração.
3 - Título, em destaque.
Assessoria em reuniões
4 - Texto com informações de quem convoca, a classe/grupo convocado, data, horário de início e término
e local da reunião.
5 - Pauta.
6 - Fecho, despedida.
7 - Assinatura, nome e cargo do emissor.
186
Organização de reuniões
Visando ao bom andamento da reunião, um ou dois dias antes é essencial a che-
cagem e organização de um conjunto de elementos, podendo-se destacar cinco que
são detalhados na sequência.
- Serviços de copa;
187
Outro procedimento a ser realizado diz respeito aos equipamentos que serão uti-
lizados durante a reunião. Como o secretário tem conhecimento pleno da pauta e de
quem irá expor os assuntos, sabe também os equipamentos que serão necessários.
Não tendo certeza, cabe consultar o coordenador da reunião. Geralmente são usados
microcomputador ou notebook e projetor multimídia. O secretário também deve ter
um notebook disponível para, durante a reunião, fazer as anotações para a elaboração
da ata ou a ata propriamente dita.
Uma alternativa que vem sendo escolhida por organizações é a realização de reu-
niões por videoconferência, especialmente quando precisam contar com a participa-
ção de pessoas que se encontram em locais distantes. Tem sido a preferência princi-
palmente das organizações multinacionais. As salas de videoconferência transmitem
imagens simultâneas e em tempo real, possibilitando a discussão de assuntos sem que
as pessoas tenham que sair dos seus escritórios. A reunião acontece como se estives-
sem frente a frente, sem despesas com deslocamento, hospedagem, e com ganho de
tempo. É um método ágil e eficaz, mas que depende de a organização investir em
Assessoria em reuniões
uma estrutura para videoconferências. Não havendo essa estrutura na empresa, ainda
pode-se contratar uma empresa que preste esse serviço.
188
Durante a reunião
É chegada a hora! O secretário já checou novamente o ambiente (limpeza, acomo-
dações), os serviços de copa, equipamentos e materiais. Conforme os convocados vão
se aproximando, ele faz a recepção, coleta assinatura na lista de presença e entrega os
materiais. Durante a reunião, está disponível para aquilo que o coordenador precisar,
visando ao bom andamento dos trabalhos: auxiliar na exposição do assunto, fornecer
Assessoria em reuniões
informações, contatar com uma pessoa que não chegou, entre outras.
189
Por reunir um grupo de pessoas, cada qual com sua maneira de pensar e expor
sua opinião acerca do assunto, somado aos interesses antagônicos, que podem existir
em torno da mesma questão, as reuniões tornam-se um campo frutífero para conflitos,
que exige habilidades distintas de quem coordena, sobretudo, de relacionamento in-
terpessoal, liderança e comunicação.
Antes de tudo, o coordenador precisa ter consciência de que conduzir uma reu-
nião não é motivo de honra ou celebridade, de impor seu posicionamento ou ideia
sobre o grupo. Seu papel é dirigir a exposição e deliberação da pauta, motivar os parti-
cipantes para que concedam suas opiniões e sugestões, ou seja, provocar a discussão
e, ao mesmo tempo, manter a objetividade com o intuito final de chegar a conclusões,
decisões ou encaminhamentos criativos para a questão.
190
manter a discussão no assunto específico, para que a reunião atinja seu obje-
tivo e avance;
191
Isso significa que o trabalho com a reunião, além de começar bem antes da sua exe-
cução (planejamento), não termina com ela. Após a reunião, pelo menos três atividades
são essenciais. Uma delas é a avaliação, momento de análise do secretário e coordena-
dor (o ideal é que o façam juntos) acerca do que foi alcançado, do percurso da reunião,
Assessoria em reuniões
dos aspectos positivos e os que não podem se repetir na próxima. A outra atividade é
recolher as pastas, materiais e equipamentos, bem como solicitar serviços de limpeza a
fim de reorganizar a sala. A terceira diz respeito às ações a partir das decisões. Para exem-
plificar, imagine que em determinado assunto, a opção foi pela contratação de mais um
funcionário. Após a reunião, há que se dar encaminhamento à nova contratação.
192
Além de poder se manuscrita ou digitada, sua elaboração ainda pode ser feita em
dois momentos:
A segunda modalidade resulta em textos mais coesos, ideias claras e bem desen-
volvidas, no entanto, tem desvantagens na aprovação. Nem sempre os participantes
Assessoria em reuniões
são os mesmos de uma ou outra reunião, e quem não participou não pode opinar a
respeito dela. Por outro lado, ao ler a ata na reunião seguinte, retoma-se e se atualiza
o grupo do que foi discutido anteriormente. A estratégia utilizada por alguns grupos
é dar autonomia ao coordenador para aprovar a ata, o que também tem vantagens e
desvantagens. Outros grupos preferem recebê-la por e-mail para análise, aprovando
193
Nos grupos que se reúnem com certa frequência, como diretores de empresas,
recomenda-se que o secretário combine os procedimentos acerca da ata, se manus-
crita ou digitada, se elaborada durante ou depois da reunião, se assinada por todos
ou por ele e o coordenador da reunião, registrando a decisão em ata para após seguir
conforme o combinado.
6. Finalidade(s) da reunião.
sobre mais de um assunto ao mesmo tempo, visto que o leitor não identifica
194
Destaca-se que a elaboração da ata deve ser de tal maneira que, após aprova-
da, impossibilite a introdução de modificações. O texto é compacto, sem parágrafos,
termina um elemento e inicia o outro, tudo seguidamente, com margens justificadas,
para evitar que, nos espaços em branco, façam-se acréscimos. Além disso, os números
são grafados por extenso, para impedir que sejam adulterados. Apenas as atas aprova-
das e devidamente assinadas têm valor.
Quando, porém, o erro for percebido após a redação de toda a ata, utiliza-se a
expressão: “em tempo”, ao final do documento, mas antes das assinaturas, juntamente
com o texto correto. Por exemplo:
195
196
Título
Local da empresa XX, sala cinco, reunir-se os vendedores da empresa, sob a convocação Identificação
e coordenação da diretoria administrativa, senhora Daniela Giareta Durante, para
Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 196
Quem dos presentes
tratar dos seguintes assuntos: 1) Horário especial de atendimento na feira do livro;
convocou e 2) Novos projetos para segundo semestre; 3) Redução de custos com viagens; 4) Pauta
coordenou Previsão de férias e 5) Assuntos gerais. Estiveram presentes trinta e dois vendedores
a reunião e outros dois justificaram a ausência por motivo de atestado médico. Iniciando a Introdução
Quantos reunião, a diretoria deu boas-vindas a todos os presentes, agradeceu a presença e Início da
lembrou os assuntos em pauta. Lembrou também que assuntos gerais poderiam ser
estiveram reunião
inscritos com o secretário durante a deliberação dos demais. 1) Em relação ao horário
presentes
especial de atendimento na feira do livro, destacou a importância de a empresa, por
e se houve Deliberação
meio dos vendedores, fazer-se presente na feira do livro do Estado, a realizar-se no
justificativa dos assuntos
mês de agosto do corrente ano, na cidade de Curitiba. Os vendedores propuseram a
de ausência elaboração de um cronograma para que nenhum horário fique descoberto e que pelo
menos dois vendedores estejam no local. A proposta foi aceita, o cronograma será
organizado e enviado no prazo de dois dias para consulta de cada um 2) quanto aos
Conclusão novos projetos para o segundo semestre, foi [...]. 3) No tocante a redução de custos
da deliberação com viagens, [...]. 4) A respeito da previsão de férias, [...]. Não havendo assuntos gerais Início do fecho
da pauta para a discussão e todos os demais deliberados, às onze horas e quinze minutos, a
diretora encerrou a reunião e eu, João Costa Larga, secretário, lavrei a presente ata,
que após lida e aprovada pelos presentes será assinada por mim e a diretora. Curitiba,
20 de julho de 2010. João Costa Larga, Daniela Giareta Durante. Assinatura do
Data secretário
Assinatura do
coordenador
Figura 2 – Exemplo de ata.
13/10/2010 16:45:20
Para reuniões internas e/ou informais, que tratam de assuntos e atos rotineiros,
como pode ser considerada a reunião descrita anteriormente, a ata tem sido substituída
pela síntese da reunião. O grupo ou a empresa adota uma espécie de formulário que é
preenchido pelo secretário. Vejamos um exemplo:
Antes da reunião
Assessoria em reuniões
197
providenciar os equipamentos;
confirmar as presenças;
Durante a reunião
recepcionar os participantes;
coletar assinaturas;
entregar materiais;
fazer, com muita atenção, os registros para a elaboração da ata ou a ata pro-
priamente dita;
Depois da reunião
solicitar os serviços de limpeza e organização da sala da reunião;
198
E, finalmente, o seu Torres. Afinal, o que faz o seu Torres na empresa? Difícil de
saber. O que é certo é que ele trabalha ali desde sempre. Se tem de ter um cargo,
Assessoria em reuniões
199
2. Se a reunião tem hora para começar, também deve ter hora para terminar.
Se não conseguirem liquidar o assunto no tempo exigido, combinem para terminar
em um próximo encontro, ou conversem por e-mail.
5. Não permita de maneira alguma que a reunião vire ataque pessoal. Vez por
outra a discussão de um assunto se torna uma competição de reclamações contra a
Janaína do RH. A partir desse momento, nada mais pode ser feito, a reunião torna-
-se um ringue de boxe. O melhor é evitar tais situações logo no nascimento. Assim
que o primeiro ataque pessoal surgir, pare tudo e exija que se retorne ao tópico em
questão. Aja assim em absolutamente todas as vezes, para evitar acusações de favo-
recimento ou perseguições. Concentre-se em resolver o problema.
7. Elogie quem cumpre o horário. Criticar quem chega atrasado é pedir para ouvir
uma longa desculpa. Ao contrário, elogie quem chega na hora ao compromisso.
8. Dar material para que as pessoas se preparem para a reunião é algo contro-
verso. Se apenas um participante não ler, você jogou tempo e dinheiro fora , pois vai
ter de explicar tudo de novo. Então, em vez de escrever longos memorandos, prefira
200
9. Ainda quanto à duração, em nenhum lugar está escrito que uma reunião deve
durar uma hora. Estudos mostram que o ser humano só consegue prestar o máximo
de atenção e um assunto por 40 ou 45 minutos. Experimente diminuir o tempo de
suas reuniões. Significará um ganho de no mínimo dez minutos sem muito prejuízo
ao conteúdo e à troca de ideias. Parece pouco, mas é o suficiente para telefonar para
um cliente, responder a e-mails ou estudar as propostas de dois possíveis novos
fornecedores.
11. Por fim, nada disso significa que a reunião deva ser extremamente séria,
em ritmo militar. Se algum participante (ou filho de participante) estiver fazendo
aniversário, dê-lhe os parabéns, deixe que as pessoas contem fatos pitorescos rela-
cionados ao assunto, sorria. Isso ajuda no fluxo das ideias.
Atividade
201
A obra explica passo a passo todo o processo de uma reunião de negócios bem-
-sucedida, desde o planejamento e a organização até sua execução e, por fim, o acom-
panhamento dos resultados obtidos e das tarefas programadas. Seguindo os princípios
básicos e as linhas de orientação apresentados no livro, o leitor compreenderá que as
reuniões bem-feitas são aquelas que têm objetivos claros, transformam os participan-
tes em contribuintes e levam a decisões que resultam em ações.
Gabarito
202
ANDRADE NETO, Brasílio. Como organizar e liderar uma reunião: 11 dicas que farão seu
encontro de negócios mais produtivo. Mulher Executiva, jul./2003, p. 8-9.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
NEIVA, Edméa Garcia; D’ÉLIA, Maria Elizabete Silva. As Novas Competências do Profis-
sional de Secretariado. 2. ed. São Paulo: IOB, 2009.
NUNES, Marina Martinez. Cerimonial para Executivos: um guia para executivos e su-
pervisão de eventos empresariais. Porto Alegre: Sagra, 1996.
Assessoria em reuniões
203
Definições preliminares
Imagine uma empresa situada em São Paulo que tem filiais no Sul, Nordeste e
no Centro-Oeste. Tem clientes espalhados por todo o mundo, do Brasil aos Estados
Unidos, da Europa à África. Imagine a vida de seus dirigentes; possivelmente tenham
reuniões no mesmo dia, em diferentes partes do país, e possivelmente visitam clientes
e fornecedores, percorrendo todo o globo. Isso é possível graças aos recursos tecnoló-
gicos e meios de transporte disponíveis atualmente.
O jornalista Odair Cunha, no texto “Corrida contra o relógio” (apud MAERKER, 1999,
p. 13-14), descreve com boa dose de humor essa mudança no cotidiano dos executivos
e, consequentemente, dos seus assessores.
Estaria lá, tal semana, viagem ao Rio de Janeiro. E só, já que o percurso de ida e volta ao Rio, mesmo
num cavalo ou burro de ótima linhagem, levaria toda a semana, no mínimo. Nesse meio tempo,
o feliz antepassado não poderia ser bipado, contatado pelo celular e muito menos pela internet.
Estaria livre para aproveitar o passeio, dar asas à imaginação e, quem sabe, meter-se em rápidas e
revigorantes aventuras (vide dom Pedro I e a Marquesa de Santos...). Hoje, o pobre executivo, que
corre de lá para cá no sentido de levar o nosso PIB às alturas, tem apenas uma manhã para resolver
um negócio no Rio de Janeiro, uma tarde para fechar um acordo em Belo Horizonte e, se bobear, um
jantar de negócios em São Paulo. Sempre perseguido pelas chamadas do celular.
205
Com esses dois exemplos, tem-se uma ideia do trabalho e preocupações de quem
está por traz da organização das viagens, o secretário. Embora a viagem seja minucio-
samente planejada e organizada, sempre há boas chances de ocorrerem imprevistos.
Antes de adentrarmos nos procedimentos acerca da programação, vamos detalhar
melhor os três tipos de viagens em que geralmente o secretário se envolve:
206
Qual o destino?
Com essas informações o secretário já saberá o tempo que tem para tomar as
providências necessárias, se a viagem é daqui uma semana, um mês ou um ano. Se é
uma viagem rápida e curta, que pode ser feita com o próprio carro da empresa, ou se
envolve um grupo de pessoas e por isso exige a contratação de um ônibus. Ainda se é
uma viagem familiar, cujo destino não está definido, mas se trata de trajeto e período
longos, com transporte marítimo ou aéreo. Nos casos em que um desses elementos
não está plenamente definido, cabe ao secretário auxiliar na definição.
Transporte
A escolha do transporte a ser usado é feita com base na distância do trajeto, no
número de pessoas, no custo financeiro e no objetivo da viagem. Basicamente são uti-
lizados o rodoviário, aéreo e marítimo, sendo que cada um demanda um conjunto de
procedimentos, como examinaremos na sequência.
Transporte rodoviário
O transporte realizado por estradas é comumente utilizado para distâncias não
muito longas (de uma cidade para outra, no mesmo estado ou estado vizinho), desta-
Assessoria em viagens
207
Transporte aéreo
Para trajetos mais longos, ou que necessitem ser mais rápidos, o transporte aéreo
é o mais interessante, pelo conforto e rapidez. Seu custo financeiro, porém, é maior. Se
a viagem é programada com certa antecedência, pode-se aproveitar as promoções “re-
208
Tarifa de embarque
É uma tarifa aeroportuária que deve ser paga pelo passageiro à Infraero no em-
barque. Cobrada no mundo inteiro, tem o objetivo de custear as despesas de manu-
tenção das instalações e dos serviços dos aeroportos. O valor é fixado de acordo com
a categoria do aeroporto de origem e da natureza da viagem (nacional ou internacio-
nal). O valor atual varia de R$8,01 a R$19,62 nas viagens domésticas e de U$12,00 a
U$36,00 nas internacionais (INFRAERO, 2010). Algumas companhias cobram-na jun-
tamente com o valor da passagem e outras não. Assim, na compra da passagem, o
secretário deve averiguar se o valor já inclui a taxa ou se o passageiro deverá pagar no
aeroporto.
na aeronave, nas pistas, de tempo (teto), entre outros. Ainda, o passageiro pode ser
impedido de viajar em razão de overbooking, que ocorre quando a companhia vende
mais passagens que o número de lugares da aeronave, prevendo que alguns poderão
desistir da viagem.
1
As companhias aéreas oferecem diversas opções de tarifas para o mesmo voo. As tarifas mais caras possuem uma política de cancelamento ou remarcação
mais flexível do que as tarifas promocionais.
209
Check-in
Refere-se ao procedimento de apresentação do passageiro no balcão específico
do aeroporto, uma hora antes da decolagem, preferencialmente. O passageiro deverá
apresentar documento de identificação (ver tópico Documentação) e o ticket (ou
e-ticket) da passagem. Quando o passageiro possui programa de milhagem, também
deve apresentar neste ato o cartão fidelidade para que os pontos sejam acumulados.
Além disso, é nesse momento que é escolhido o acento preferencial (quando possível),
pesadas e despachadas as bagagens. Ao fazer o check-in, o usuário estará confirman-
do seu embarque e com isso evitando perder seu lugar na situação de overbooking.
Por isso, quanto antes fizer, menos transtornos.
Bagagens
Como referido anteriormente, no check-in são pesadas e despachadas as baga-
gens. Nos voos nacionais a franquia é de 23kg de bagagem. Nos voos internacionais a
franquia é maior, 32kg, podendo ser dividida em dois volumes. Quando a bagagem a
ser despachada ultrapassa esse limite, é cobrado separadamente uma taxa do passa-
geiro, o que é chamado de excesso de bagagem (podendo chegar a 0,5% da tarifa por
quilo em excesso nas viagens nacionais). (INFRAERO, 2010)
Ainda é permitida bagagem de mão, que segue com o passageiro em seu acento,
podendo ser acomodada em compartimento específico da aeronave, geralmente na
Assessoria em viagens
parte superior do acento. O passageiro poderá carregar consigo, ainda, casaco, co-
bertor, material de leitura, câmera e estojo com utensílios para crianças de colo. Por
outro lado, é proibido carregar na bagagem de mão objetos cortantes ou perfurantes.
Há que se destacar que as normas acerca das bagagens podem sofrer alterações, por
isso, sempre é aconselhável consultar a companhia com antecedência. (INFRAERO, 2010)
210
Transporte marítimo
O transporte marítimo é mais uma opção. Os cruzeiros são uma excelente alter-
nativa para as férias, para viajar com a família, descansar, curtir o som do mar e desfru-
tar as belezas naturais. No entanto, um produto tradicionalmente considerado caro e
elitista.
Documentação
Faz parte da assessoria em viagens a organização de toda a documentação que
possa ser útil ao executivo durante o tempo de viagem, sejam documentos empresa-
riais, quando a finalidade da viagem é comercial, sejam documentos pessoais. Em se
tratando de documentos empresariais, tudo depende dos compromissos assumidos.
Se for uma reunião, há que se pensar nos assuntos que serão discutidos, logo, nos docu-
mentos para deliberação da pauta. Se for visita a clientes ou fornecedores, a apresenta-
ção da empresa (slides, DVD), contrato social e relatórios financeiros poderão auxiliar.
Quanto aos documentos pessoais, inclui desde os cartões de visita, que não
podem faltar, cartões de crédito (internacional, principalmente em viagens interna-
cionais) até os solicitados nos aeroportos ou fiscalizações rodoviárias ou aduaneiras.
Em viagens internacionais é fundamental o secretário se informar sobre a moeda, cota-
ção e troca do dinheiro antes da viagem, uma vez que a moeda difere de um país para
Assessoria em viagens
outro. Os cartões de crédito internacionais são uma alternativa, mas sempre é necessá-
rio levar uma quantia em espécie.
211
(ANAC, 2009)
Passageiros com nacionalidade brasileira:
Passaporte nacional;
Carteira de trabalho;
Passaporte estrangeiro;
212
Hospedagem
Também faz parte do processo de organização de viagens as providências rela-
cionadas à hospedagem. Algumas pessoas e/ou empresas já possuem convênios e/
ou cartão fidelidade com hotéis em cidades cujas viagens são rotineiras, cabendo ao
secretário apenas a reserva e confirmação da(s) diária(s). Além disso, quando é adquiri-
do pacote turístico com agente de viagem, a hospedagem normalmente está incluída,
mas o custo do pacote varia de acordo com a categoria e localização do hotel. Assim, o
secretário deve reunir as opções e apresentar ao solicitante, que fará a escolha.
Não havendo convênio, e nem compra de pacote, o secretário pode iniciar pes-
quisando na internet com o intuito de encontrar um hotel próximo ao local do com-
promisso (reunião, evento) pois isso facilita bastante. Lembrando que em eventos de
grande porte os organizadores estabelecem convênios com hotéis e disponibilizam
aos participantes.
213
Pegar ônibus na rodoviária em Passo Fun- Passagem comprada, poltrona 12. Previsão
13/7 2:00
do, com destino ao aeroporto POA. de chegada no aeroporto POA às 06:30.
Previsão de chegada em SP. Traslado ao é Av. Presidente Vargas, 344. Telefone (11)
13/7 10:00 3456-8989
Hotel das Flores.
Descanso e almoço livre.
214
Observe que a elaboração desse roteiro, mesmo sendo uma viagem rápida e roti-
neira para os diretores da empresa, dependeu de um conjunto de ações do secretário,
desde a consulta de itinerários, compras de passagens, agendamento de carro e moto-
rista, confirmação de reunião e visitas, reserva de hotel.
lizar as providências.
215
Texto complementar
Se você pensa que viajar a negócios é fazer a mala e colocar em prática suas
técnicas de negociação, está muito enganado. Cada país tem sua cultura e uma gafe
pode dificultar ou até mesmo impossibilitar o fechamento do seu negócio.
Assessoria em viagens
216
Procure levar sempre uma bagagem de mão, para ficar bem pertinho dos se-
guintes itens:
Pasta de trabalho;
Se você viajou a convite, é bem provável que tenha alguém para recebê-lo no
aeroporto. Mas se você vai por conta própria, procure um táxi e dirija-se ao hotel. “Se
possível, não viaje no mesmo dia em que tem reunião marcada. Além de prejudicar
a concentração, é desconfortável enfrentar horas de avião e seguir direto para uma
negociação”, aconselha a consultora.
Geral
Antes de viajar, verifique com os consulados se não é feriado local.
Agora que você já está preparado para a viagem, veja algumas dicas de como
se comportar em determinados países.
217
Numa reunião, não espere alguém puxar a cadeira para você se sentar. Você
mesmo deve tirar seu casaco e sentar. Numa situação mais pessoal, o ameri-
cano faz menção de levantar cada vez que você chega ou sai da mesa.
Nem pense em tirar o terno para colocar uma calça jeans. “Lá, troca-se o ter-
no pelo pijama, ao contrário do Brasil, em que a gravata é vista como uma
coleira”, comenta Viviana.
Nos Estados Unidos, a discrição é lei. Por isso, nada de piadinhas fora de
hora!
Muito cuidado com presentes! Existe limite legal, pelo Imposto de Renda
americano, para valores de presentes (US$25,00). “Caso você faça questão
de presentear a secretária, mande-lhe flores, cortesia muito bem-vista pelos
americanos”, comenta Viviana.
Nos Estados Unidos, é bastante comum falar sobre salário. Então não se
preocupe se algum americano quiser saber sua renda mensal.
Cartões de visita não são distribuídos aos quatro ventos, como no Brasil. O
profissional só entregará a você se estiver certo de que você precisa dele.
Assessoria em viagens
Europa
Mão no bolso é falta de respeito. “Não é uma posição muito educada en-
quanto se conversa com alguém”, explica a consultora.
218
Na Europa, ser discreto é uma virtude. Em lugares públicos, não fale alto e
não faça movimentos espalhafatosos.
Inglaterra
Na Inglaterra, o profissional dá o cartão para a pessoa mais “graduada” da
reunião. Esta, por sua vez, se encarrega de divulgar o telefone de contato da
pessoa.
Os ingleses são curiosos quanto aos costumes de outros países. Logo, não
se espante quando eles perguntarem o que é e como acontece uma festa
junina, por exemplo.
França
Em contatos comerciais, dirija-se à pessoa pelo seu sobrenome.
Converse com as pessoas em francês. Isso mostra que você se interessa pela
cultura do país e, com isso, sua recepção será bem mais calorosa.
219
Alemanha
Esse é um dos países mais formais da Europa. Lá, os altos executivos po-
dem ser chamados até mesmo de herr docktor (senhor doutor), por ocu-
parem cargos importantes. As mulheres são tratadas por frau (senhora) e
fraulen (senhorita). Depois do título, utiliza-se somente o sobrenome. Essa
formalidade só diminui quando a própria pessoa autoriza ser chamada pelo
nome.
Itália
Os italianos são menos formais e menos pontuais que os alemães, austría-
cos e ingleses.
Eles levam o profissionalismo muito a sério. Então tenha esse mesmo respei-
to para com eles.
Assessoria em viagens
220
Portugal
Com os portugueses não há imediatismo.
Rússia
Tudo na Rússia é a longo prazo. Eles são extremamente burocráticos.
Cuidado para não se chocar e nem se mostrar impressionado pelo fato dos
russos beberem e fumarem bastante.
Não chame todos de russos, porque hoje na Rússia vivem pessoas de vários
países da antiga União Soviética e isso pode ser considerado como ofensa.
221
Ampliando conhecimentos
Tudo Sobre Etiqueta nos Negócios, de autoria de Mary Mitchell e John Corr, editora
Manole. A primeira edição brasileira data de 2001.
222
Referências
ANAC. Resolução N.º 130, de 8 de dezembro de 2009. Diário Oficial da União, N.° 235,
s/1, p. 13, de 9 de dezembro de 2009.
AZEVEDO, Ivanize; COSTA, Sylvia Ignácio da. Secretária: um guia prático. 4. ed. São
Paulo: SENAC, 2004.
NEIVA, Edméa Garcia; D’ÉLIA, Maria Elizabete Silva. As Novas Competências do Profis-
sional de Secretariado. 2. ed. São Paulo: IOB, 2009.
223
A classificação dos eventos é bastante ampla. Vamos aqui tratar de maneira holís-
tica acerca de eventos organizacionais e, entre eles, os jantares formais, tendo em vista
que uma das atividades do profissional de secretariado é a organização de eventos, isto
é, são esperadas habilidades e conhecimento técnico para planejar, organizar, executar,
coordenar e avaliar eventos.
225
- Homenagear empregados.
Os fatos que podem gerar eventos são muito diversificados. No quadro que
segue, citamos os mais comuns para a realização de eventos empresariais, dividindo-
-os a partir do envolvimento do público externo e interno.
Quadro 2 – Eventos empresariais
226
A esse respeito, Cesca (2008, p. 49) afirma que “[...] a organização de eventos é tra-
balhosa e exige grande responsabilidade. Acontece “ao vivo”, e qualquer falha com-
prometerá o conceito/imagem da organização para a qual é realizado e do seu
organizador”.
Planejamento de eventos
Todas as tratativas, providências, encaminhamentos e decisões que antecedem a
data do evento compõem o planejamento, que quanto mais criterioso, mais eficiente.
É a fase mais trabalhosa e decisiva para o sucesso do evento. Nessa etapa ocorrem as
seguintes definições:
Objetivo
O processo inicia com o delineamento dos objetivos do evento, o que se preten-
de com ele de maneira ampla e específica. A título de exemplificação, a divulgação da
empresa como geradora de tecnologia consiste num objetivo geral, enquanto a apre-
sentação de um novo produto, por ela fabricado aos possíveis usuários, sua forma de
Organização de eventos
227
Público-alvo
Com base nos objetivos, identifica-se o público-alvo, a quem se destina o evento
ou quem deverá atingir: se público interno ou externo e quem dentro dessa classi-
ficação, determinando se será um evento aberto ou fechado e o número de vagas
disponíveis. Para Matias (2007, p. 121), o público pode ser classificado nos seguintes
segmentos:
convidados especiais;
autoridades;
veículos de comunicação;
fornecedores;
público em geral.
Data e horário
O próximo passo é estipular o período do evento, data e hora de início e térmi-
no. A escolha da data é precedida de consulta a agendas, calendários, programações
regionais, a fim de identificar quaisquer outras atividades que envolvem o público-
-alvo e que possam comprometer a participação do mesmo. O mesmo ocorre com o
horário, que é estabelecido sempre buscando facilitar a participação dos envolvidos.
O tempo de duração deve ser o suficiente para realizar a programação e atingir o ob-
jetivo proposto.
Organização de eventos
Local
O local sempre é estratégico, pode estimular a participação ou ter efeito contrário.
A recomendação é ter presente o perfil do público-alvo e a finalidade do evento. Deve
228
Programação
No estabelecimento do período do evento, já se tem noção da programação para
saber se serão necessários um, dois ou três dias de evento para executá-la. Aqui, no
entanto, a programação é elaborada nos mínimos detalhes, prevendo cada uma das
atividades e o momento de realização, desde a chegada dos participantes até a des-
pedida. A complexidade da programação irá depender do tipo e finalidade do evento.
As reuniões-almoço têm duração média de duas horas para a exposição do assunto,
discussão e o almoço. Um congresso, no entanto, estende-se por uma semana, em
média. A programação é mais bem visualizada em forma de cronograma e é a principal
diretriz na execução do evento a toda a equipe de trabalho. Vejamos um exemplo de
cronograma de uma reunião-almoço, simples de ser elaborado:
13:20 Encerramento.
229
Divulgação
Especialmente nos eventos abertos, é necessário todo um processo de divulgação
do evento, pois de nada adianta uma programação impecável se não houver a partici-
pação do público-alvo. A divulgação tem o papel de conscientizar a importância de tal
evento. Pode englobar chamadas em rádio, TV e jornal, notícias na internet, no portal
da empresa (se for o caso), o estabelecimento de parcerias com entidades, prefeituras,
sindicatos, materiais impressos (folders, cartazes, convites etc). Enfim, várias estratégias
podem ser adotadas para que a informação do evento seja amplamente disseminada e
de conhecimento dos interessados.
Convites
O convite pode ser feito de forma impressa, por contato pessoal, telefônico, ou
por e-mail, dependendo da formalidade do evento. Contudo, a forma mais elegante e
respeitosa de se solicitar a presença de alguém em um evento é por convite impresso.
Podem ser dirigidos às autoridades que se deseja receber, a alguns segmentos do pú-
blico ou a todo o público-alvo, quando o evento é fechado. Funciona como um impor-
tante meio de divulgação, por ser pessoal e direto.
230
231
Inscrições
Quando o evento compreende a realização de inscrição, ocorrem, geralmente,
três situações: estipula-se um período/prazo para realizá-las; se estendem até o dia do
evento ou até o preenchimento das vagas disponibilizadas. As inscrições realizadas an-
tecipadamente favorecem a organização, pois de antemão tem-se conhecimento do
número de participantes. É uma informação fundamental na contratação de serviços
de buffet, por exemplo.
Nos três casos há necessidade de se montar toda uma estrutura para receber ins-
crições, seja física ou virtual, bem como o controle das inscrições feitas e pagamentos
efetuados. Esse controle é essencial, especialmente nos eventos em que o número de
vagas é limitado.
Decoração
Também faz parte do planejamento as decisões envolvendo decoração, que em
muitos casos é opcional e em outros, essencial, mas, sem dúvida dá um toque espe-
cial, tornando o ambiente mais acolhedor e nobre. A decoração deve combinar com o
estilo do evento, ressaltar as belezas do lugar e encobrir suas imperfeições, bem como
caber no orçamento do evento.
Recursos humanos
Outra definição diz respeito à equipe de trabalho. Geralmente são necessárias re-
cepcionistas, garçons, mestre de cerimônia, pessoal para manutenção da limpeza. O
secretário faz parte da comissão organizadora, na maioria das vezes como coordena-
dor, e é responsável por organizar a sua equipe, passando todas as instruções e infor-
mações pertinentes, bem como por fazer o acompanhamento dos serviços e, poste-
riormente, prestar contas acerca do trabalho realizado e do evento no geral.
Organização de eventos
232
Previsão orçamentária
Ter clareza dos gastos que o evento originará é crucial, bem como as receitas,
para julgar se o evento é viável ou não. Esse sempre é um fator a ser negociado com
a organização promotora pois, embora a maioria dos eventos não visa ao lucro, os in-
vestimentos e custos deverão ficar dentro do orçamento da organização. Neste tópico
procura-se levantar e descrever todas as despesas e as receitas, das menores às maio-
res. Nas despesas podemos citar os gastos com o local, decoração, divulgação, recursos
humanos (palestrantes, pessoal de apoio) e materiais. No tocante as receitas estão os
pagamentos advindos dos participantes, quando do pagamento de taxa de inscrição,
parcerias firmadas com outras organizações ou agências de fomento, recursos gover-
namentais e da própria promotora do evento.
Avaliação
Todo o evento precisa ser avaliado, tanto que uma das etapas da organização de
eventos é a avaliação. Aqui no planejamento não se faz a avaliação propriamente dita,
mas se define como ela será feita, quem e como irá avaliar. Recomenda-se oportunizar
aos participantes do evento a avaliação, pois o que mais se deseja saber é se o evento
atingiu, e em que medida, as expectativas do público. Se os objetivos foram alcan-
çados ou não. Outra avaliação pode ser feita pela equipe organizadora, incluindo os
promotores do evento.
Deve se dar preferência para a avaliação formal, desde que bem estruturada. A
sugestão é utilizar questionário ou formulário impresso ou digital, com perguntas ob-
jetivas, simples e que motivem o participante a conceder a sua opinião. Espaço para
críticas e sugestões também possibilitam receber dados interessantes para análise. Os
Organização de eventos
233
234
Local:
Público-alvo:
Objetivo(s):
Justificativa:
Programação:
Horário: Atividade:
Estratégias de divulgação:
[descrever os meios que serão utilizados para divulgar o evento; se serão enviados convites etc.]
Recursos humanos
Coordenação:
Equipe de apoio:
[recomenda-se separar de acordo com as atividades, podendo ser: recepção, inscrições, acompanha-
mento de palestrantes, auxiliar de áudio/vídeo, garçom, mestre de cerimônias etc.]
Previsão orçamentária:
Avaliação do evento:
Organização de eventos
[descrever como o evento será avaliado e por quem. Pode-se anexar o formulário de avaliação]
Data: Assinatura
235
236
Avaliação
A avaliação é a terceira etapa da organização dos eventos, também chamada
pós-evento, embora esteja presente nas três etapas: no planejamento se prevê como
será realizada; na execução se solicita que os participantes concedam a avaliação e,
nesta terceira etapa se encerra o processo. Matias (2007, p. 150) explica que “[...] após o
evento, inicia-se o processo de encerramento, que consiste na avaliação técnica, admi-
nistrativa e dos participantes. Isto é, ocorre a confrontação dos resultados esperados
com os obtidos, possibilitando identificar os pontos positivos e negativos do evento”.
Nesta etapa, as atividades envolvem:
devolução ou guarda de materiais, equipamentos;
pagamento aos fornecedores, incluindo acerto de contas com os palestrantes,
convidados especiais;
fechamento do caixa, com todas as entradas e saídas, culminando com a ela-
boração do relatório financeiro, que é parte do relatório do evento;
envio de correspondência aos apoiadores do evento, bem como às autorida-
des e convidados, agradecendo pela presença;
sistematizar a avaliação advinda dos participantes. Quando é usado ques-
tionário, como a figura 1 ou outra forma semelhante, aqui se faz o computo
das respostas obtidas e a análise, a fim de identificar se os objetivos foram ou
não atingidos, em que medida o evento atendeu às expectativas dos partici-
pantes;
reunião com a equipe, a fim de levantar os aspectos positivos e os a serem
melhorados em futuros eventos. Este é o momento de esclarecer desentendi-
mentos, falhas na comunicação. Momento também de socializar as avaliações
obtidas dos participantes (quando existirem);
Organização de eventos
Evento:
Data de realização:
Local:
Organizadores:
Objetivo(s) do evento:
Atividades desenvolvidas:
Relatório financeiro
Receitas: Despesas:
Descrição:
Organização de eventos
Data: Assinatura
238
239
Outro aspecto que merece ênfase nos jantares formais é a discrição e sobriedade
no vestir. Nunes (1996, p. 142) lembra que, “[...] tanto o homem quanto a mulher, no de-
sempenho de suas atividades, onde quer que estejam, carregam consigo a responsabi-
lidade de representar o empregador. Esta responsabilidade transparece em todas as ati-
tudes que forem tomadas, seja no vestir, no falar, no sentar e até no comer ou beber”.
As terminologias utilizadas para designar trajes não são consenso. Algumas vesti-
mentas, contudo, são tradicionais e podem ser combinadas com modelos e tecidos da
moda, com boa dose de bom senso. Durante o dia pode-se usufruir de tecidos e roupas
estampadas, enquanto para eventos à noite os lisos são mais aconselháveis. A seguir
apresentamos algumas sugestões.
Quadro 3 – Trajes para eventos formais
240
Justamente por isso cumpre não esquecer de certas regrinhas, que visam a
conservar intactas a sua imagem e de sua empresa, na maioria dos casos duramente
conquistadas. O domínio das boas maneiras à mesa lhe dá segurança e desenvoltu-
ra, possibilitando que você aprecie gostos e sabores e se relacione de modo descon-
traído com os demais, seja socialmente ou no mundo dos negócios.
Organização de eventos
241
Os talheres servem para levar a comida à boca, não se deve, portanto, levar
a “boca” à comida.
Ao cortar a carne, o garfo fica com a parte côncava virada para baixo e o
dedo indicador da mão direita serve para firmar a faca.
A sopa deve ser tomada pelo lado da colher. Ao terminar ela fica no prato
Organização de eventos
auxiliar.
242
O pão é comido com as mãos. Não deve ser partido com faca.
Copos:
Os copos são alinhados do lado direito do prato, na ordem em que serão
usados, começando pelo mais próximo da mão.
Os copos devem ser segurados pelas hastes, sem deixar o dedo mínimo le-
vantar.
Os copos não devem ser cheios até as bordas; o correto é dois terços.
(*) Evite também pedir pratos complicados de comer, pois será bem mais difícil
concentrar-se no negócio e ao mesmo tempo se debruçar sobre a árdua tarefa de
destrinchar uma lagosta inteira, um peixe cheio de espinhos ou uma ave cheia de
ossos.
243
Atividade
244
Leitura da obra Tudo Sobre Etiqueta nos Negócios, de autoria de Mary Mitchell e
John Corr, editora Manole, cuja primeira edição brasileira é de 2001. A parte 4 do livro
aborda a etiqueta nos almoços, jantares e festas, inclusive nos jantares de gala, orien-
Organização de eventos
245
1. Todos os eventos, dos mais simples aos mais complexos, para que sejam devi-
damente organizados devem passar por três etapas: planejamento, execução
e avaliação. Todas as providências, encaminhamentos, decisões tomadas antes
do evento correspondem à fase do planejamento, que quanto mais minucioso
mais eficiente. É no planejamento que o coordenador e a comissão organiza-
dora devem pensar em todos os detalhes, prever cada situação e dar os devi-
dos encaminhamentos. O planejamento se concretiza com o projeto do evento.
A segunda etapa é a execução, o transcorrer do evento propriamente dito,
momento em que a programação é colocada em prática. A organização culmi-
na com o processo de avaliação que tem o propósito de levantar os aspectos
positivos e os negativos, os resultados obtidos, analisando em que medida
os objetivos foram alcançados. Nessa última etapa também se elabora o rela-
tório do evento, como prestação de contas das atividades e da parte financeira
para as chefias ou para quem solicitou a realização do evento.
Gabarito
ARAÚJO, Maria Aparecida A. Negócios à mesa: finesse é o diferencial! Jornal Carreira &
Sucesso Newsletter, 219.ª edição, mar. /2004. Disponível em: <www.catho.com.br/jcs/
inputer_view.phtml?id=6532>. Acesso em 22 jul. 2010.
246
247
É notório que algumas pessoas conseguem produzir mais que outras com a
mesma quantidade de tempo. Por isso, entendemos que a gestão do tempo é uma
questão de aprendizagem e conhecimento pessoal. Cada um tem que se autoconhe-
cer suficientemente, compreender seu funcionamento para, a partir daí, se organizar e
desenvolver estratégias para otimizar o tempo que dispõe, fazer mais em menos.
Gerenciamento do tempo
O profissional de secretariado se envolve com um conjunto diversificado de ativi-
dades, que, inclusive, implicam diretamente no trabalho e na vida de outras pessoas,
sejam clientes finais, sejam chefias ou colegas de outros setores da empresa. Se não
realizar eficazmente o seu trabalho poderá gerar problemas aos demais, ou seja, traba-
lho desnecessário, logo, perda de tempo. Além de otimizar o seu tempo, tem a atribui-
ção de auxiliar na otimização do tempo dos demais, especialmente dos que assessora.
Assim, gerenciar adequadamente o tempo é uma obrigatoriedade ao secretário.
249
O que o secretário pode fazer e que ajuda é se certificar a respeito das expectativas
do solicitante acerca do seu trabalho. Ao receber determinada tarefa questionar “Como
a senhora espera receber esses dados?”“Posso apresentar os dados em gráficos?”“A se-
nhora prefere os dados em gráficos ou tabelas?” A clareza de como o solicitante espera
a atividade evita retrabalho, pois de nada irá adiantar planilhas magníficas se o soli-
citante precisa da informação em formato de texto. Todo o tempo na elaboração das
planilhas será “perdido”. O questionamento ainda reduz problemas de comunicação;
Gestão do tempo: ferramentas e metodologia
250
A definição das prioridades na prática não é tão simples quanto parece. A prio-
ridade do secretário nem sempre é a da chefia ou do colega, e conciliá-las demanda
harmonia entre ambos. Não raras vezes, o secretário tem que abrir mão da sua priori-
dade para atender a da chefia ou então negociar. Ao receber uma solicitação do supe-
rior “para ontem” poderá situá-lo acerca do que está fazendo, bem como da urgência:
“Estou me concentrando na elaboração do relatório que temos que apresentar à pre-
sidência amanhã. Posso deixar o relatório e fazer esses contatos que me pede?” Com
isso, fazem um acordo.
O fato é que nem todas as solicitações feitas ao secretário fazem parte do seu
trabalho. Por possuir visão ampla dos processos empresariais, muitas vezes funciona
como “ponto de referência” na empresa, é procurado para resolver problemas que
fogem da sua área de atuação e que comprometem o seu planejamento inicial do dia.
O secretário deve atender a todas as demandas? Não! A resposta é curta e justifica-se:
251
Uso da agenda
Das agendas físicas às eletrônicas, não se imagina um secretário que sobreviva
sem o uso apropriado de uma. O tipo de agenda a ser usado é o que menos importa,
desde que o usuário defina um sistema e tenha habilidade para lidar com ele. Alguns
secretários preferem a manual enquanto outros as eletrônicas, ou ainda os palms, or-
ganizadores de informações em formato portátil, pelos recursos que atualmente dis-
põem e a quantidade de informações que armazenam. No entanto, de nada adianta
um sofisticado sistema sem o devido manuseio e utilização dos recursos.
Gestão do tempo: ferramentas e metodologia
252
253
Todo o material a ser utilizado durante o compromisso, seja uma conversa com
funcionário, seja atendimento a cliente, precisa ser providenciado com ante-
cedência para objetivizar o processo. O secretário deve conferir também se há
acomodações para todos na sala; acompanhar o visitante até o local que será
atendido, apresentá-lo (quando for o caso) e solicitar os serviços de copa para
que seja servido água ou café. A partir desse momento, precisa evitar qual-
quer tipo de interrupção, de sua parte ou de outras pessoas, há não ser que
seja chamado pela chefia. Por isso é fundamental antes do visitante chegar, o
material ou informações necessárias já estarem de posse do executivo.
problema.
254
255
256
Tomamos o exemplo da internet que possibilita a conexão 24 horas por dia com
o mundo, tendo acesso a toda a qualquer informação que desejar do globo. Ao orga-
nizar uma viagem, isso faz enorme diferença, pode conhecer todo o trajeto acessando
o Google Maps1, verificar clima, hábitos do lugar a ser visitado, comprar passagens,
realizar check in. Além do mais a internet wirelless (transmissão de dados sem fio) e o
modem-celular, acoplado ao notebook, possibilitam que o secretário mantenha-se co-
nectado com o executivo em qualquer lugar, no aeroporto, restaurante, hotel, durante
eventos. Isso representa otimização do tempo e maior produtividade.
1
Site de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite: <http://maps.google.com.br/maps>.
257
A tecnologia também evoluiu nas agendas. Hoje existe uma variedade de softwa-
res para agendamento eletrônico, que permitem ao usuário estabelecer uma agenda
diária, semanal e anual. Oferecem vantagens, como por exemplo, determinam níveis
de prioridade dos compromissos, contém calendários, relógio, totalizam compromis-
sos financeiros, transferem compromissos não cumpridos, entre outras.
Além disso, o palm tem sido utilizado para o agendamento e outras atividades.
Considerado um computador de bolso, pode armazenar dados e transferi-los para a
rede da empresa. Engloba ferramentas de editoração de planilhas, textos, apresenta-
ções, anotações, agendamento, recebe e envia e-mails, entre outros. Por exemplo, o
texto digitado no palm pode ser diretamente transferido para o Word, otimizando o
Gestão do tempo: ferramentas e metodologia
tempo. Permite que o usuário trabalhe em qualquer lugar conectado com a empresa.
258
259
Só para citar a importância que tem o Brasil perante o mundo no quesito uso
da internet, há uma estatística que confere ao país a maior média de tempo de na-
vegação e na quantidade de equipamentos moveis disponíveis, com 122 milhões de
celulares em operação.
Gestão do tempo: ferramentas e metodologia
260
Ela diz que trabalhar em casa, no sistema home office, ocasiona inúmeras faci-
lidades, “Eu posso, dar assistência aos meus filhos quando necessário, sem deixar
de atender os executivos. Com o uso da tecnologia, eu trabalho em casa como se
estivesse no escritório da empresa, podendo até desviar o meu ramal para o laptop
e receber as ligações normalmente como se eu estivesse na minha estação de tra-
balho. Como o aparelho telefônico que utilizo é VoIP, ele tem conexão com o lótus
sametime, de mensagem instantânea, e com uma senha de acesso remoto posso
direcionar o meu ramal para o laptop”.
O resultado disso é que ela não só recebe, como faz ligações sem custo adi-
cional e sem necessidade de utilizar o telefone residencial ou celular. A secretária
enfatiza que a ferramenta lótus sametime, de mensagem instantânea, não se limita
apenas ao sistema de mensagem de texto ou conexão de ramais internos. “Através
dela posso efetuar um videoconferência on-line, visualizando uma apresentação de
slides em tempo real e podendo participar de reuniões enviando os meus comen-
tários via oral ou mensagem escrita onde todos participantes possam visualizar ins-
tantaneamente, como se eu estivesse na sala de reuniões”.
261
Ela informa que nas poucas vezes em que a Magaly teve a oportunidade de vir
a São Paulo, ela estabeleceu um ótimo relacionamento com todo o time e também
com as demais assistentes executivas. “A tecnologia tem o poder de eliminar dis-
tâncias, melhorar a comunicação e aproximar pessoas. Porém, ela não dita regras
ou impõe condições de trabalho. Cada profissional é responsável pelo seu próprio
desempenho e pelo uso que faz (ou não) da tecnologia”.
Essa tecnologia também permite que eu localize pessoas e seja localizada por
e-mail e pelo celular, participe de conferências telefônicas e videoconferências utili-
zando soluções de voz sobre IP (associadas a pequenas câmeras de vídeo) que utili-
zam o meu próprio ramal interno, onde quer que eu esteja.
A tecnologia sem fio também possibilita a troca de mensagens em tempo real com
colegas em qualquer lugar do mundo. Onde quer que eu esteja, eu tenho condições
de “conversar”, fazer perguntas e comentários, dar respostas, notícias e orientações e
obter retorno imediato de qualquer funcionário da IBM no mundo simultaneamente.
Gestão do tempo: ferramentas e metodologia
As vantagens oferecidas pela tecnologia sem fio são inúmeras, sendo que a
maior delas, sem dúvida, é a mobilidade. É a mobilidade que permite que de São
Paulo eu trabalhe com a minha assistente executiva, Magaly Caruso, em Brasília.
262
Atividade
263
Secretariado: do escriba ao web writer, de Rosimeri Sabino e Fábio Rocha, Rio de Janeiro,
Brasport, 2004.
Gabarito
riais e documentos que necessita para desenvolver a atividade, bem como manter seu
espaço de trabalho (mesa, arquivos etc.) organizados. Um dos grandes desperdiçadores
do tempo é procurar informações ou documentos por não estarem em seus devidos
lugares. Por fim, as tecnologias de informação e comunicação atualmente disponíveis
muito colaboram na gestão do tempo do secretário, uma vez que oferecem inúmeros
recursos que se aplicados promovem bons resultados e economia de tempo.
264
AZEVEDO, Ivanize; COSTA Sylvia Ignácio da. Secretária: um guia prático. 4. ed. São
Paulo: Senac, 2004.
GUIMARÃES, Márcio Eustáquio. O Livro Azul da Secretária Moderna. 21. ed. São
Paulo: Érica, 2008.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
SABINO, Rosimeri; ROCHA, Fabio. Secretariado: do escriba ao web writer. Rio de Janei-
ro: Brasport, 2004.
265
267