Diabetes Mellitus Tipo II Na Aps 2 Colunas

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Diabetes Mellitus tipo II

Epidemiologia  Todos os indivíduos com sobrepeso ou


 Brasil: 5º país em incidência de diabetes no obesidade (IMC >25) e pelo menos um dos
mundo = 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 critérios abaixo:
anos)  Sedentarismo;
 A crescente urbanização e a mudança de hábitos  Familiar em primeiro grau com DM;
de vida são fatores que contribuem para o  Negros, latinos, indígenas ou asiáticos;
aumento da prevalência de diabetes tipo 2 em  Hipertensão arterial sistêmica (≥ 140/90
nível social. mmHg ou uso de anti-hipertensivo);
 A prevalência global de diabetes nas áreas  Colesterol HDL ≤ 35 mg/dL e/ou triglicerídeos
urbanas é de 10,8%, nas áreas rurais é menor, de ≥ 250 mg/dL;
7,2%. No entanto, essa lacuna está diminuindo,  Pessoas com síndrome dos ovários
com a prevalência rural aumentando. policísticos;
 A diabetes reduz entre 6 a 8 anos a expectativa de  História de doença cardiovascular;
vida.  Outras condições clínicas associadas à
Rastreio? resistência insulínica (ex.:obesidade III,
Critérios para se rastrear uma doença acantose nigricans).
 A doença deve representar um importante COMO deve ser feito o rastreio?
problema de saúde pública que seja relevante  Glicemia de Jejum: Valores acima de ≥126 mg/dL
para a população, levando em consideração os  tem especificidade acima de 95% e
conceitos de magnitude, transcendência e sensibilidade aproximada de 50% para o
vulnerabilidade;; diagnóstico de DM II.
 A história natural da doença ou do problema  Baixo custo porém muito suscetível a
clínico deve ser bem conhecida; variações transitórias, como por exemplo
 Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) pelo tempo do jejum ou prática de
bem definido, durante o qual a doença possa ser exercício, stress e alimentação do dia
diagnosticada; anterior ao exame.
 O benefício da detecção e do tratamento
precoce com o rastreamento deve ser maior do  Hemoglobina Glicada (HbA1C): Valores acima de
que se a condição fosse tratada no momento ≥6.5%
habitual de diagnóstico;  tem especificidade de 79% e sensibilidade
 Os exames que detectam a condição clínica no de 44% para o diagnóstico de DM II
estágio assintomático devem estar disponíveis,  Maior custo porém maior estabilidade
aceitáveis e confiáveis; (“resumo dos últimos 3 meses”).
 O custo do rastreamento e tratamento de uma  Pode estar falsamente reduzido em
condição clínica deve ser razoável e compatível pacientes com alterações no turnover
com o orçamento destinado ao sistema de saúde sanguíneo, como pacientes em
como um todo; tratamento para deficiência de ferro, B12,
 O rastreamento deve ser um processo contínuo folato, ou nos portadores de talassemia.
e sistemático.

Em QUEM deve ser rastreado o diabetes?


 Todos os indivíduos acima dos 35 anos
 Em caso de resultado normal, repetir pelo
menos a cada 3 anos.
 Em caso de pré-DM, repetir anualmente.
 Todos os indivíduos com HIV ou histórico de
DMG independente da idade.
Sinais e Sintomas Clássicos de Hiperglicemia Prevenção em pacientes diabéticos
 Poliúria;  HbA1C: Semestral se controlada, Trimestral se mal
 Polidipsia; controlada.
 Perda ponderal;  Demais exames laboratoriais (Anual): colesterol
 Polifagia total e frações; triglicerídeos; EAS;
(mais comum em DM1 ou DM descompensada) microalbuminúria em amostra única; Creatinina
Tratamento adjuvante sérica; vitamina B12 (usuários de metformina);
 Modificações de Estilo de Vida (MEV);  Avaliação do pé diabético (enfermagem): Anual
 Controle da pressão arterial;  Avaliação oftalmológica (fundo de olho): Bianual
 Redução vigorosa do risco cardíaco;  Consulta com dentista: Anual
 Cessação do tabagismo;  Prevenção em pacientes diabéticos
 Redução dos lipídios séricos com estatina;  Checar status vacinal em pacientes diabéticos:
 Aspirina para aqueles com alto risco o Influenza: vacinação anual;
cardiovascular o Pneumo 23: duas doses;
MEV o Hepatite B: solicitar Anti-HbS ao diagnóstico;
 Reeducação alimentar (tempo entre refeições é o SARS-CoV-2: população prioritária.
importante); Prevenção pacientes diabéticos – calculadora ER 2020
 Redução do peso 5-10%; Aspirina
 Atividade física: 150 min/semana de aeróbicos  Recomendada como prevenção secundária
moderados + resistido 2x/semana  Recomendada como prevenção primária apenas
 Intervenções psicológicas; se:
 Planejamento da gravidez;  Alto Risco Cardiovascular estimado (+10% em
 Cirurgia bariátrica e uso de tratamento 10 anos).
farmacológico para obesidade pode ser útil no  Se risco cardiovascular moderado não há
auxílio do controle da diabetes. indicação.
Prevenção em pacientes diabéticos Estatina
 Consultas a cada 3 a 6 meses:  Para pacientes diabéticos com Alto risco
 Colher informações sobre alimentação, atividade cardiovascular:
física, manejo da diabetes e do risco  Estatina de média a alta potência e meta < 70
cardiovascular, investigar complicações relativas à mg/dL
diabetes.  Rosuvastatina 20 - 40 mg
o Pressão Arterial  Atorvastatina 40 - 80 mg
o Peso / Altura / IMC  Podendo associar a Ezetimiba 10mg
o Cessação de Tabagismo Tratamento farmacológico
o Adesão ao tratamento não farmacológico (MEV)
o Adesão ao tratamento farmacológico
Complicações crônicas (LOAs) / Doenças
intercorrentes
● Doença renal crônica (albuminúria, perda de função
renal e evolução para insuficiência renal terminal);
● Neuropatia (parestesias e/ou dor nos membros
inferiores, formigamento, câimbras);
● Retinopatia;
● Catarata;
● Doença aterosclerótica (infarto agudo do miocárdio,
acidente vascular encefálico, doença vascular
periférica);
● Infecções de repetição, incluindo periodental.
Pré-diabetes com falha de MEV

 Se <60 anos e/ou IMC > 35 e/ou mulheres com


DMG prévia
 Metformina 850mg 0-0-1
 Se bem tolerado pode ser aumentado
para Metformina 850mg 1-0-1

CONTRAINDICAÇÕES DE METFORMINA  Estudos mostram benefício no desfecho de


pacientes com DRC, IC e Alto
 Risco Cardiovascular independente do alcance de
meta de HbA1C.
 SGLT-2: Dapagliflozina (R$ 180,00)
 GLP-1: Liraglutida (R$ 900,00)

1. TFG <30: suspender


2. TFG=45 fazer 1/2 da dose de metformina INSULINOTERAPIA:
3. Insuficiência hepática, cardíaca e pulmonar QUANDO começar?
descompensadas;
 Falha no controle glicêmico com agentes
antidiabéticos orais em dose máxima.
Metas
 HbA1c > 10% ou glicemia jejum ≥300
SGLT-2 e GLP-1?
 Sintomas de hiperglicemia aguda (poliúria,
 Medicamento de alto custo ainda pouco utilizado
polidipsia, perda ponderal)
no contexto do SUS
 Orientar ao paciente que a necessidade de
 Pouco efetivo enquanto medicação
iniciar a insulina não representa
hipoglicemiante

necessariamente um “falha” por parte dele em


seu autocuidado e tratamento
 Muitos pacientes com DMII vão eventualmente  Sempre importante contar com o apoio da equipe
de enfermagem a fim de orientar o paciente do
correto armazenamento e correta técnica de
aplicação da insulina.
 Falha em atingir a meta terapêutica pode estar
relacionada a erros nestes processos ou má
adesão.
Hipoglicemia
 Pode ocorrer com o uso dos antidiabéticos orais
 Em geral, ocorre por omissão de refeição,
diminuição da quantidade de carboidratos da
necessitar do uso de insulina pelo declínio da refeição e/ou excesso de exercício físico
produção endógena de insulina, natural da  Palidez, extremidades frias, sudorese, tremores,
evolução da doença. palpitações, sensação de fome, dor abdominal,
dor de cabeça, tontura, fadiga, sonolência,
alteração do humor (irritabilidade) ou do
comportamento, até confusão mental, delirium,
convulsões e coma
Como COMEÇAR?
 Reconhecer o quadro, realizar o pronto
diagnóstico por meio da glicemia capilar (< 70
Como AJUSTAR?
mg/dL) e tratar a hipoglicemia enquanto a pessoa
 Em caso de não se alcançar a meta de GJ,
está lúcida e consegue deglutir.
aumentar a dose Bedtime até um valor máximo
 10 a 20 g de carboidrato de absorção rápida (um
de 30 UI.
copo de suco ou de refrigerante comum, ou água
 Após esse valor, dividir aplicação em duas doses:
com uma colher de sopa de açúcar) podem ser
 20 UI pela manhã, em jejum suficientes, devendo-se repetir a dose se não
 10 UI Bedtime
 Seguir ajuste de Bedtime como no esquema
anterior, a partir da GJ.
 Em caso de alcançar novamente a dose de 30UI
Bedtime (além da dose de 20UI em jejum), sem
alcançar a meta de GJ, encaminhar.

Insulinoterapia houver melhora em 15 minutos. Na recuperação,


antecipa-se a refeição do horário.
Hipoglicemia severa
 Evento que requer assistência de outra pessoa
 Com acesso venoso, pode ser tratado
rapidamente com administração de 25 g de
glicose hipertônica a 50% EV
 Sem acesso venoso, utilizar Glucagon (SC, IM ou
nasal) - dose usual é 0,5 a 1 mg SC ou IM ou 3 mg
Intranasal

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