Comorbidades

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Diagnóstico

Hipotensão ortostática deve ser suspeitada em


COMORBIDADES pacientes diabéticos, disautonômicos e naqueles em
uso de medicação anti-hipertensiva.

Nos idosos, a PA deve ser obrigatoriamente


HAS obtida na posição de pé, após, pelo menos, 3
A manutenção da pressão arterial (PA) é resultado do minutos assim, em todas as avaliações.
débito cardíaco (DC) e da resistência vascular MAPA: é o método que permite a obtenção de
periférica (RVP), que está aumentada nos idosos medidas automáticas da PA durante 24 horas ou mais
enquanto o paciente realiza suas atividades usuais
Alterações circulatórias
Os idosos tem aumento na Pressão arterial sistólica, Considera-se hipertenso se realizadas pelo menos
causada pelo enrijecimento arterial, e diminuição da duas medidas (no consultório) em duas diferentes
PAD, logo há diminuição do fluxo coronariano ocasiões e a média delas for ≥ 140/90 mmHg.

Há aumento do átrio esquerdo (fibrilação) e aumento Fecha-se dx se medidas obtidas pela MAPA nas 24
da espessura do miocárdio ventricular esquerdo. horas forem ≥ 130/80 mmHg e igualmente se as
médias pela MRPA forem, também, ≥ 130 × 80 mmHg.

Tratamento
Indica-se mudanças no estilo de vida para todos os
estágios

Terapia medicamentosa e prontamente indicada para


indivíduos com PA 130-139/85-89 mmHg sem DCV
Hiato Auscultatório: É o desaparecimento preexistente ou alto risco CV
momentâneo dos sons na ausculta na aferição da Hipertensos est.1 e risco CV moderado ou baixo:
pressão arterial, acontecendo entre as fases 1 e 2 dos Aguardar 3-6 meses pelo efeito de intervenções no
sons de Korotkoff. estilo de vida

Tipos
• Hipertensão do avental branco (HAB) : normal em
casa alterado no consultório. prevalência é
alta, entre 30-40%, predomina pessoas de idade
muito avançada, mais comum em mulheres e em
não fumantes.
o Tem maior chance de desenvolver HVE e
desenvolver hipertensão a médio prazo
o Necessita de seguimento periódico,
modificações do estilo de vida.

Hipertensão mascarada (HM): normal no consultório


alterada no resto. Prevalência de 10-17%

• Causas: idade jovem, sexo masculino, tabagismo,


consumo de álcool, atividade física,
hipertensão induzida pelo exercício, ansiedade,
estresse, obesidade, diabetes mellitus, doença
renal crônica e história familiar de hipertensão
arterial sistêmica
• Incidência de eventos cardiovasculares é cerca de
Tratamento anti-hipertensivo com indapamida com ou
duas vezes maior na HM do que na normo
sem perindopril em pessoas com idades ≥ 80 anos de Metas
idade é benéfico, estimando-se os benefícios obtidos
no presente estudo.

Diabetes
No Brasil Considerando apenas idosos com idade
maior ou igual a 65 anos, a prevalência atingia 19%
em 2019.

Idosos com diabetes têm elevadas taxas de perda de


capacidade funcional, multimorbidades e mortes
prematuras quando comparados a idosos sem
diabetes

Em geral o paciente idoso diabético não apresenta


sintomas clássicos. Sintomas de idosos:
- Prurido cutâneo e vulvar; Balanopostite; Estado
Confusional Agudo; Fraqueza, Fadiga Tratamento não medicamentoso
e Letargia; Limitação Dolorosa dos ombros; Glicosúria
É importante ajustar as calorias da dieta de acordo
se >200 mg/dL
com o peso do paciente. Nos pacientes com
Ademais, presentam maior risco de adquirir sarcopenia, atenção especial deve ser dada à ingesta
síndromes geriátricas, como demência, fragilidade, proteica.
queda e polifarmácia,
Exercício físico e fundamental, mas é importante
Fatores de risco: HF, pouca at. Física, polifarmácia, realizar uma avaliação cardiológica antes de iniciar um
dieta inadequada ( maior consumo de Carbo) programa de exercícios físicos.

Fator intrínseco: Medicamentoso


O primeiro algoritmo para o paciente sem
• Diminuição da secreção da insulina(1 fase) e
complicações cardiovasculares ou renais, e o segundo
aumento da resistência insulínica.
para o paciente com doença cardiovascular
o Com isso, os níveis de glicemia pós-
aterosclerótica
prandial são mais elevados no idoso
• aumento da resistência é causada por diminuição
da massa muscular e o aumento da gordura
visceral,
• diminuição da quantidade de transporte e glicose
4 e do IGF-1
• A liberação hepática de insulina não é aumentada.
• Idosos diabéticos apresentam menor liberação do
glucagon em resposta a uma hipoglicemia, bem
como de GH quando o quadro se estende

Diagnóstico
Glicemia de jejum superior ou igual a 126 mg/dL ou,
glicemia superior ou igual a 200 mg/dL no tempo 2
horas do teste de sobrecarga oral com 75 g de glicose
(GTTO). HbA1c ≥ 6,5%.
O custo do tratamento varia conforme o tipo e dose
de insulina utilizada. Enquanto algumas insulinas são
disponibilizadas gratuitamente, os análogos de ação
prolongada podem ser mais caros. Esses análogos
apresentam menor risco de hipoglicemia em
comparação com a insulina NPH, sendo
recomendados na síndrome da fragilidade.

Para controlar hiperglicemias pós-prandiais, sugere-se


o uso de insulinas ultrarrápidas, enquanto
Biguanidas preparações bifásicas podem ser opções para aqueles
Metformina. Seu principal mecanismo de ação é com hábitos de vida regulares
reduzir a produção hepática de glicose, e aumentam
captação muscular e absorção intestinal de glicose. Sulfonilureias têm como principal mecanismo de ação
aumentar a produção endógena de insulina pela
é de baixo custo, eficaz na redução da hemoglobina célula beta. Evitar Glibenclamida e Clorpropamida.
glicada e tem segurança cardiovascular
Inibidores da DPP-4: ação semelhante a GLP1, ocorre
Seus principais efeitos adversos incluem náusea, estimulação da secreção de insulina pela célula beta e
epigastralgia, diarreia e distensão abdominal. diminuição da produção de glucagon pela célula alfa.
A versão de liberação prolongada (XR) pode reduzir Agonistas dos receptores GLP-1: aumento da secreção
esses efeitos adversos. de insulina e da redução da produção e síntese de
glucagon pelo pâncreas, lentificam o esvaziamento
É contraindicada quando o clearance de creatinina
gástrico e promovem saciedade e levam a perda de
estiver abaixo de 30 mL/minuto e a dose deve ser
peso. Ex: liraglutida,semaglutida
ajustada para pacientes com clearance de creatinina
abaixo de 60 mL/minuto. Conclusão
Não há evidências de que o controle glicêmico
rigoroso em idosos evite eventos cardiovasculares.
Gliotazonas
As glitazonas, incluindo a pioglitazona, agem
A escolha do melhor esquema de tratamento
principalmente melhorando a sensibilidade à insulina
medicamentoso para o diabetes no idoso deve ser
no músculo e no tecido adiposo através do receptor
baseado em : duração do diabetes, presença de
ativado por proliferador de peroxissoma gama (PPAR-
complicações macro e microvasculares, presença de
gama).
doença cardiovascular, presença de demência ou
é moderadamente potente e tem um custo moderado, fragilidade, capacidade funcional, risco de
mas seus efeitos adversos principais podem incluir hipoglicemia, suporte social e financeiro, expectativa
edema nos membros inferiores, anemia dilucional e de vida e preferências do paciente
ganho de peso.

Em idosos, é importante considerar que não deve ser


Na insulinoterapia, as insulinas basais mais modernas
usada em pacientes com insuficiência cardíaca e pode
devem constituir a primeira opção,
aumentar o risco de fraturas periféricas em mulheres
pós-menopáusicas.

Insulinas
há várias indicações para o uso de insulina nessa
Dislipidemias
população, como em casos de emagrecimento rápido, São alterações no metabolismo das proteínas
níveis elevados de hemoglobina glicada ou glicose, transportadoras de lipídios e dos triglicerídeos,
doença renal ou hepática grave, entre outros. podendo ocorrer isoladamente ou em combinação.

Os principais efeitos adversos são hipoglicemia e As principais lipoproteínas são o HDL colesterol (ou
ganho de peso, mas estudos de segurança HDL-c) e o LDL colesterol (ou LDL-c).
cardiovascular mostram efeito neutro.
Essas alterações são consideradas fatores de risco ➔ aumento da produção e da ação da
para a doença aterosclerótica, estando associadas a lipase lipoproteica reduzindo assim trigli taxas
cerca de 70% das manifestações precoces de doença séricas de 30 a 60%
coronariana.
Os efeitos colaterais são infrequentes: distúrbios
O risco absoluto de doença aterosclerótica aumenta gastrointestinais, mialgia, astenia, litíase biliar,
com a idade. diminuição de libido, erupção cutânea, prurido,
cefaleia e perturbação do sono.
Etiologia
Em relação à etiologia, podem ser primárias, Casos de rabdomiólise têm sido descritos com a
quando o distúrbio é de origem genética, ou associação de estatinas com genfibrozila
secundárias, decorrentes de estilo de vida Essa classe consiste na primeira escolha apenas
inadequado, de certas patologias ou de quando os triglicerídeos estão acima de 500 mg/dL
medicamentos. (Maioria) devido ao risco de pancreatite.
Classificação Inibidores da proproteína convertase
Quanto à dosagem laboratorial, classificam-se da
subtilisina/cexina tipo 9
seguinte maneira: (ref cole.total <200)
Essa enzima se liga ao receptor de LDL, inibindo-a
sobra mais receptores para depurar a LDL-c.

Disponíveis em forma subcutânea. São seguros e bem


tolerados.

É descrita a ocorrência de nasofaringite, náuseas,


fadiga e aumento da incidência de reações no local da
injeção.

Prevenção primária
Mudança nos hábitos de vida
Tratamento
Estatinas: De acordo com o risco, são estabelecidas as seguintes
metas de LDL-c:
São inibidores competitivos da 3-hidroxi-3metilglutaril
coenzima A (HMG-CoA) redutase, enzima que atua no • Alto risco: < 70 mg/dL.
controle da taxa da síntese do colesterol. • Risco intermediário: < 100 mg/dL
• Baixo risco: < 130 mg/dL.
Essa inibição leva ao aumento da expressão do
receptor hepático de LDL e ao aumento da depuração Alto risco: pacientes com DM1 ou 2, com LDL-c entre
dessa partícula da circulação 70 e 189 mg/dL e doença aterosclerótica subclínica ou
presença de estratificadores de risco :
Demonstrando 25% de redução de risco relativo
de desfechos cardiovasculares, com baixo risco de • Idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na
eventos adversos. mulher, dx há mais de 10 anos, HF de parente
de 1grau com doença cardiovascular
Ezetimiba prematura, tabagismo, HAS, síndrome
Fármaco que inibe a absorção de colesterol na borda metabólica, albuminúria > 30 mg/g de
em escova do intestino delgado, levando à diminuição creatinina e/ou retinopatia,TFGlomerula < 60
dos níveis de colesterol hepático e ao estímulo à mL/minuto).
síntese do receptor de LDL,

Benefício da estatina é a longo prazo. Uso de estatinas


Fibratos na prevenção primária se for alto risco
Estimulam os receptores nucleares denominados Uma vez iniciada a terapia com estatina, uma nova
receptores ativados por PPAR-alfa, dosagem do perfil lipídico deve ser realizada em 8 a 12
semanas.
Prevenção secundária Fisiopatologia
Tem como objetivo evitar novos eventos Inicia-se com lesão endotelial, que pode ser química,
cardiovasculares naqueles pacientes com doença mecânica ou inflamatória. Geralmente causado por
cardiovascular estabelecida hipercolesterolemia

Paciente muito alto risco: IAM no último ano, Dois tipos de placa ateroesclerotica
hipercolesterolemia familiar, diabetes
Estável: pequeno núcleo lipídico, crescimento lentoe
com lesão em órgão-alvo, DRC em estágio avançado,
causa angina estável, manifesta quando aumento
doença aterosclerótica múltipla ou obstrução arterial
demanda miocárdica
acima de 50% em qualquer território.
Instável: maior risco para evento cardiovascular grave
Iniciar Estatina de alta potência independente do ldl
e consiste em um grande núcleo lipídico trombogênico
Reavaliação lipídico em 4 a 12 semanas inicialmente; coberto por uma fina capa fibrosa.
em seguida, a cada 3 a 12 meses.

Se não atingir a meta associa-se um1 droga: ezetimiba


ou inibidor da PCSK-9(muito alto risco)

DAC
Presença sintomas, sinais ou complicações
cardiovasculares decorrentes da oferta insuficiente de
sangue e oxigênio ao miocárdio por um mecanismo Fatores de risco
obstrutivo arterial

Varia desde a isquemia silenciosa em pacientes


assintomáticos(+ em idoso) até mais grave como SCA

Epidemiologia
Doenças cardiovasc são a principal causa de óbito
em homens e mulheres idosas
Clínica
Aproximadamente metade dos pacientes apresenta Clássico angina estável, caracterizada por dor
um evento de SCA como a primeira manifestação da retroesternal ou precordial, em aperto, difusa,
doença aterosclerótica. irradiada para o ombro ou braço esquerdos, epigástrio
e/ou pescoço.
40% dos infartos são silenciosos em pcts com 75 ou +
Costuma apresentar-se de forma crônica, ter duração
Em idosos há predominância de SCA sem
menor que 20 minutos, ser tipicamente desencadeada
supradesnivelamento do segmento ST nessa faixa
pelo esforço ou estresse emocional, com melhora ao
etária, diferente de pcts jovens
repouso ou com uso de nitrato.
DAC em idosos está associada a pior prognóstico, com
Mas a maioria dos idosos não apresenta o quadro
elevada morbimortalidade e aumento do risco de
clássico de dor precordial !
perda de funcionalidade, déficit cognitivo e custos
em saúde. Grande parte dos idosos com DAC crônica não
relaciona os sintomas cardiovasculares ao esforço
O aumento da vulnerabilidade do idoso com DAC é
físico,
devido: doença coronariana mais extensa e mais
grave, diminuição da reserva cardíaca, além do SCA: Os sintomas comuns nessa faixa etária são:
aumento da prevalência e associação de fatores de dispneia, sudorese, náuseas e vômitos, síncope e pré-
risco cardiovasculares, multimorbidades e doença síncope.
subclínica
Diagnóstico
ECG de esforço (teste ergométrico), ecocardiograma
com estresse, cintilografia miocárdica com estresse,
ressonância magnética cardíaca com estresse e a
angiotomografia de coronárias.

Tratamento
Prevenir a ocorrência de SCA, reduzir a
mortalidade e os sintomas anginosos, promovendo
melhor qualidade de vida.

Manejar comorbidades

Uso de antiagregantes plaquetários, estatinas e iECA


ou BRA, que comprovadamente reduzem mortalidade.

Clopidogrel e ADP caso contraindicada AAS

Betabloqueadores: droga antianginosa

Tto SCA

Repouso, acesso venoso, oxigênio, AAS

Nitrato para controle da dor

Associada aos antiplaquetários, a anticoagulação deve


ser realizada nos pacientes classificados com risco
intermediário ou alto.

OBs: Tem muito mais coisa, leia o livro pq to sem força


pra continuar

Resumo
A DAC é uma condição muito prevalente em idosos,
com elevada morbimortalidade, e pode se manifestar
de forma aguda ou crônica.

As manifestações clínicas no idoso são, com


frequência, atípicas, o que dificulta o diagnóstico e
atrasa o tratamento, piorando o prognóstico nesses
pacientes.

Quando confirmada, o tratamento deve ser


prontamente instituído, considerando as
particularidades e a funcionalidade do idoso para a
tomada de decisão.

A individualização terapêutica deve ser sempre


realizada,evitando iatrogenias, promovendo o
aumento da sobrevida e preservando a qualidade de
vida do paciente.

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