RCM Nebivolol Teva

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APROVADO EM

08-05-2014
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. NOME DO MEDICAMENTO
Nebivolol Teva 5 mg comprimidos

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA


Cada comprimido contém 5 mg de nebivolol correspondente a 5,45 mg de cloridrato
de nebivolol.
Excipiente com efeito conhecido: cada comprimido contém 85,96 mg de lactose
monohidratada.
Para lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido.
Comprimidos brancos, redondos, biconvexos, ranhurados em cruz numa das faces,
com um diâmetro aproximado de 9 mm.
O comprimido pode ser dividido em quatro partes iguais.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Hipertensão
Tratamento da hipertensão essencial.

Insuficiência cardíaca crónica (ICC)

Tratamento da insuficiência cardíaca crónica estável, ligeira a moderada, em


associação com terapias padronizadas, em doentes idosos com idade igual ou
superior a 70 anos.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
Hipertensão
Adultos
A dose diária é de um comprimido (5 mg), tomado de preferência à mesma hora do
dia.
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O efeito de redução da pressão arterial torna-se evidente após 1-2 semanas de
tratamento. Ocasionalmente, o efeito ótimo só é atingido ao fim de 4 semanas.
Associação com outros agentes anti-hipertensores
Os ß-bloqueadores podem ser utilizados isolada ou concomitantemente com outros
agentes anti-hipertensores.
Até à data, apenas se observou um efeito anti-hipertensor aditivo quando se
associaram Nebivolol Teva 5 mg com 12,5-25 mg de hidroclorotiazida.
Doentes com insuficiência renal
Nos doentes com insuficiência renal, a dose inicial recomendada é de 2,5 mg por dia.
Se necessário, a dose diária pode ser aumentada até 5 mg.
Doentes com insuficiência hepática
A informação disponível em doentes com insuficiência hepática ou com diminuição da
função hepática é limitada. Desta forma, está contraindicada, nestes doentes, a
utilização de Nebivolol Teva.
Idosos
Em doentes com mais de 65 anos, a dose inicial recomendada é de 2,5 mg por dia.
Se necessário, a dose diária pode ser aumentada para 5 mg. Contudo, em face da
reduzida experiência em doentes com idade superior a 75 anos, devem ser tomadas
precauções e estes doentes devem ser rigorosamente monitorizados.
População pediátrica
Não foram realizados estudos em crianças e adolescentes. Portanto, a utilização em
crianças e adolescentes não é recomendada.

Insuficiência cardíaca crónica (ICC)

O tratamento da insuficiência cardíaca crónica estável tem de ser iniciado com um


ajustamento posológico gradual até que seja alcançada a dose ótima individual de
manutenção.
Os doentes devem ter insuficiência cardíaca crónica estável sem manifestações de
insuficiência cardíaca aguda nas últimas seis semanas. É recomendável que o médico
tenha experiência no tratamento da insuficiência cardíaca crónica.
Para os doentes já medicados com terapêutica cardiovascular incluindo diuréticos
e/ou digoxina e/ou inibidores da ECA e/ou antagonistas da angiotensina II, a dose
destes fármacos deve ser estabilizada duas semanas antes de se iniciar o tratamento
com Nebivolol Teva.
O ajustamento posológico inicial deve ser estabelecido por fases, com intervalos de
1-2 semanas, de acordo com a tolerância do doente: 1,25 mg de nebivolol uma vez
por dia aumentando para 2,5 mg de nebivolol uma vez por dia, depois para 5 mg
uma vez por dia e posteriormente para 10 mg uma vez ao dia. A dose máxima
recomendada é de 10 mg de nebivolol uma vez por dia.
O início do tratamento e o aumento da dose devem ser feitos mediante a supervisão
de um médico experiente, durante um período de pelo menos 2 horas, de modo a
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assegurar que o estado clínico do doente (sobretudo no respeitante à pressão
arterial, frequência cardíaca, distúrbios da condução, sinais de agravamento da
insuficiência cardíaca) se mantém estável.
A ocorrência de efeitos adversos pode impedir que todos os doentes possam ser
tratados com a dose máxima recomendada. Se necessário, a dose alcançada pode
ser diminuída passo a passo e reintroduzida se for adequado.
Durante a fase de ajustamento posológico, em caso de agravamento de insuficiência
cardíaca ou intolerância, recomenda-se em primeiro lugar a redução da dose de
nevibolol ou, se necessário, a suspensão imediata (em caso de hipotensão grave,
agravamento da insuficiência cardíaca com edema pulmonar agudo, choque
cardiogénico, bradicardia sintomática ou bloqueio AV).
O tratamento da insuficiência cardíaca crónica estável com nebivolol é geralmente
um tratamento de longa duração.
Não se recomenda a suspensão abrupta do tratamento com nebivolol, uma vez que
pode originar um agravamento transitório da insuficiência cardíaca. Caso seja
necessário descontinuar o tratamento, a dose deve ser gradualmente diminuída para
metade, semana a semana.

Doentes com insuficiência renal

Não é necessário ajustamento posológico em caso de insuficiência renal ligeira a


moderada, uma vez que a dose máxima tolerada é ajustada individualmente. Não há
experiência em doentes com insuficiência renal grave (creatinina sérica ≥ 250
µmol/L). Desta forma, não se recomenda, nestes doentes, a utilização de nebivolol.

Doentes com insuficiência hepática

É limitada a informação disponível relativa a doentes com insuficiência hepática.


Desta forma é contraindicada a utilização de Nebivolol Teva nestes doentes.

Idosos

Não é necessário ajustamento posológico uma vez que a dose máxima tolerada é
ajustada individualmente.

População pediátrica

Não foram realizados estudos em crianças e adolescentes. Portanto, a utilização em


crianças e adolescentes não é recomendada.
Modo de administração
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O comprimido ou as partes do comprimido devem ser engolidas com uma quantidade
suficiente de líquidos (por ex.: um copo de água). O comprimido pode ser tomado
com ou sem alimentos.
4.3 Contraindicações
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes, listados na
secção 6.1.
- Insuficiência hepática ou função hepática diminuída.
- Insuficiência cardíaca aguda, choque cardiogénico ou episódios de descompensação
da insuficiência cardíaca a requerer terapêutica inotrópica por via i.v..
Adicionalmente, tal como com outros agentes beta-bloqueantes, o nebivolol está
contraindicado em:
- Síndrome do nódulo sinusal, incluindo o bloqueio sino-auricular.
- Bloqueio cardíaco do segundo e terceiro grau (sem pacemaker).
- História de broncoespasmo e asma brônquica grave.
- Doença pulmonar obstrutiva crónica grave
- Feocromocitoma não tratado.
- Acidose metabólica.
- Bradicárdia (frequência cardíaca < 60 bpm antes do início do tratamento).
- Hipotensão (pressão arterial sistólica < 90 mmHg).
- Perturbações circulatórias periféricas graves.
- Associação com floctafenina e sultopride (ver também secção 4.5).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Ver também secção 4.8 Efeitos indesejáveis.
As seguintes advertências e precauções aplicam-se aos antagonistas beta-
adrenérgicos em geral.
Anestesia
A manutenção do bloqueio beta reduz o risco de arritmias durante a indução e
intubação. Se o bloqueio beta é interrompido na preparação para uma cirurgia, a
terapêutica com um antagonista beta-adrenérgico deve ser interrompida pelo menos
24 horas antes.
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Devem ser tomadas precauções na utilização de certos fármacos anestésicos que
causem depressão do miocárdio. O doente pode ser protegido contra reações vagais
por administração intravenosa de atropina.
Cardiovascular
Em geral, os antagonistas beta-adrenérgicos não devem ser utilizados em doentes
com insuficiência cardíaca congestiva não tratada (ICC), a não ser que a sua
situação tenha sido estabilizada.
Nos doentes com doença cardíaca isquémica, o tratamento com um antagonista
beta-adrenérgico deve ser interrompido gradualmente, isto é, durante 1-2 semanas.
Se for necessária uma terapêutica de substituição, esta deverá ser iniciada ao
mesmo tempo, para evitar exacerbação da angina de peito.
Os antagonistas beta-adrenérgicos podem induzir bradicardia: se a frequência
cardíaca diminuir para valores inferiores a 50-55 pulsações por minuto em repouso
e/ou o doente apresentar sintomas sugestivos de bradicardia, a posologia deve ser
reduzida.
Os antagonistas beta-adrenérgicos devem ser utilizados com precaução:
em doentes com perturbações circulatórias periféricas (doença ou síndroma de
Raynaud, claudicação intermitente), dado que pode ocorrer agravamento dessas
perturbações;
em doentes com bloqueio cardíaco do primeiro grau, devido ao efeito negativo dos
beta-bloqueantes sobre o tempo de condução;
em doentes com angina de Prinzmetal devida à vasoconstrição da artéria coronária
mediada pelo recetor alfa: os antagonistas beta-adrenérgicos podem aumentar o
número e duração dos ataques anginosos.
A associação de nebivolol com antagonistas dos canais de cálcio do tipo verapamil e
diltiazem, com medicamentos antiarrítmicos de classe I e com medicamentos anti-
hipertensores de ação central não é geralmente recomendada (para mais detalhes
ver secção 4.5).
Metabólico/Endocrinológico
O nebivolol não interfere com os níveis de glucose em doentes diabéticos. Contudo,
deve utilizar-se com precaução em doentes diabéticos, porque o nebivolol pode
mascarar certos sintomas de hipoglicemia (taquicardia, palpitações).
Os bloqueadores beta-adrenérgicos podem mascarar os sintomas de taquicardia no
hipertiroidismo. A suspensão abrupta pode intensificar os sintomas.
Respiratório
Em doentes com doenças pulmonares obstrutivas crónicas, os antagonistas beta-
adrenérgicos devem ser utilizados com precaução, porque a constrição das vias
respiratórias pode ser agravada.
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Outros
Doentes com história de psoríase só devem tomar antagonistas beta-adrenérgicos
após cuidadosa ponderação.
Os antagonistas beta-adrenérgicos podem aumentar a sensibilidade aos alergenos e
a gravidade das reações anafiláticas.
Os bloqueadores beta podem causar uma diminuição da lacrimação.
Este medicamento contém lactose. Doentes com raros problemas hereditários de
intolerância à galactose, deficiência da lactase de Lapp ou má absorção da glucose-
galactose não devem tomar este medicamento.
O início do tratamento da Insuficiência Cardíaca Crónica com nebivolol necessita de
uma monitorização regular. Para a posologia e modo de administração, ver secção
4.2.. A descontinuação do tratamento não deve ser feita de forma abrupta a não ser
que claramente indicada. Para mais informações ver secção 4.2.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações farmacodinâmicas
As interações seguintes aplicam-se aos antagonistas beta-adrenérgicos em geral.
Associações contraindicadas:
Floctafenina (AINE): os beta bloqueantes podem impedir as reações compensatórias
cardiovasculares associadas à hipotensão ou choque que pode ser induzido pela
floctafenina.
Sultoprida (antipsicótico): o nebivolol não deve ser administrado concomitantemente
com sultopride uma vez que existe um aumento do risco de arritmia ventricular.
Associações não recomendadas:
Antiarrítmicos da classe I (quinidina, hidroquinidina, cibenzolina, flecaínida,
disopiramida, lidocaína, mexiletina, propafenona): o efeito no tempo da condução
aurículo-ventricular pode ser potenciado e o efeito inotrópico negativo aumentado
(ver secção 4.4).
Antagonistas dos canais de cálcio tipo verapamil/diltiazem: influência negativa na
contractilidade e condução aurículo-ventricular. A administração intravenosa de
verapamil em doentes tratados com ß-bloqueadores pode levar a uma hipotensão
profunda e bloqueio aurículo-ventricular (ver secção 4.4).
Anti-hipertensores de ação central (clonidina, guanfacina, moxonidina, metildopa,
rilmenidina): a utilização concomitante de medicamentos anti-hipertensores de ação
central pode agravar a insuficiência cardíaca devido a uma diminuição do tónus
simpático central (redução da frequência cardíaca e débito cardíaco, vasodilatação)
(ver secção 4.4). A suspensão abrupta, principalmente se for anterior à
descontinuação do bloqueador beta, pode aumentar o risco de hipertensão de
“rebound”.
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Associações que devem ser utilizadas com precaução
Antiarrítmicos de classe III (Amiodarona): o efeito no tempo de condução aurículo-
ventricular pode ser potenciado.
Anestésicos-halogenados voláteis: a utilização concomitante de antagonistas beta-
adrenérgicos e de fármacos anestésicos pode atenuar a taquicardia reflexa e
aumentar o risco de hipotensão (ver secção 4.4). Como regra geral, evitar a
interrupção brusca do tratamento com o beta-bloqueador. O anestesista deve ser
informado quando o doente está a tomar Nebivolol Teva.
Insulina e antidiabéticos orais: embora o nebivolol não afete os níveis de glucose, a
utilização concomitante pode mascarar certos sintomas de hipoglicémia (palpitações,
taquicardia).
Baclofeno (antiespástico), amifostina (adjuvante antineoplásico): é provável que a
utilização concomitante com antihipertensores aumente a redução da pressão
arterial, pelo que a posologia da medicação antihipertensiva deve ser ajustada em
conformidade.
Mefloquina (fármaco antimalárico): Teoricamente a coadministração com
bloqueadores ß-adrenérgicos pode contribuir para o prolongamento do intervalo QTc.
Associações a serem consideradas:
Glicosidos digitálicos: a utilização concomitante pode aumentar o tempo da condução
aurículo-ventricular. Ensaios clínicos com nebivolol não mostraram evidência clínica
de interação. O nebivolol não influencia a cinética da digoxina.
Antagonistas do cálcio do tipo dihidropiridina (amlodipina, felodipina, lacidipina,
nifedipina, nicardipina, nimodipina, nitrendipina): a utilização concomitante pode
aumentar o risco de hipotensão, e não pode ser excluído um aumento do risco de
uma posterior deterioração da bomba ventricular em doentes com insuficiência
cardíaca.
Antipsicóticos, antidepressivos (tricíclicos, barbitúricos e fenotiazinas), nitratos
orgânicos assim como outros fármacos anti-hipertensores: a utilização concomitante
pode potenciar o efeito hipotensor dos beta - bloqueadores (efeito aditivo).
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINE): não produzem efeito na
diminuição da pressão arterial produzida pelo nebivolol. De realçar que pequenas
doses antitrombóticas diárias de ácido acetilsalicílico (como por exemplo., 50 ou 100
mg) podem ser tomadas com segurança com Nebivolol Teva.
Agentes simpaticomiméticos: a utilização concomitante pode neutralizar o efeito dos
antagonistas beta-adrenérgicos. Os agentes beta-adrenérgicos podem conduzir a
uma atividade alfa-adrenérgica não oposta dos agentes simpaticomiméticos com
efeitos alfa e beta adrenérgicos (risco de hipertensão, bradicardia grave e bloqueio
cardíaco).
Interações farmacocinéticas
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Uma vez que o metabolismo do nebivolol envolve a isoenzima CYP2D6, a
coadministração de substâncias inibidoras desta enzima, especialmente a paroxetina,
fluoxetina, tioridazina, quinidina, terbinafina, bupropiona, cloroquina e
levomepromazina podem levar a um aumento dos níveis plasmáticos de nebivolol
associado a um risco acrescido de bradicardia excessiva e de efeitos adversos.
A coadministração de cimetidina aumenta os níveis plasmáticos de nebivolol, sem
alterar o efeito clínico. A coadministração de ranitidina não afeta a farmacocinética
do nebivolol. Desde que Nebivolol Teva seja tomado com a refeição e os antiácidos
entre as refeições, os dois tratamentos podem ser prescritos simultaneamente.
A associação de nebivolol com nicardipina aumenta ligeiramente os níveis
plasmáticos de ambos os fármacos, sem alterar o efeito clínico. A coadministração
de álcool, furosemida ou hidroclorotiazida não afetou a farmacocinética do nebivolol.
O nebivolol não tem efeito na farmacocinética e farmacodinamica da varfarina.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
O nebivolol apresenta efeitos farmacológicos que podem ser prejudiciais durante a
gravidez e/ou para o feto/recém-nascido. De um modo geral, os bloqueadores dos
adrenoceptores beta, reduzem a perfusão placentária, que tem sido associada a um
atraso no crescimento, morte intrauterina, aborto ou parto prematuro. Podem
ocorrer efeitos adversos (por exemplo, hipoglicemia e bradicardia) no feto e no
recém-nascido. Caso seja necessário o tratamento com bloqueadores dos
adrenoceptores beta, é preferível utilizar um bloqueador dos adrenoceptores beta1-
seletivo.
O nebivolol não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que tal seja
claramente necessário. Caso o tratamento com nebivolol seja considerado
necessário, devem ser monitorizados o fluxo sanguíneo uteroplacentário e o
crescimento fetal. Em casos de efeitos prejudiciais na gravidez ou no feto deve ser
considerado um tratamento alternativo. O recém-nascido deve ser rigorosamente
monitorizado. Os sintomas de hipoglicemia e bradicardia são geralmente expectáveis
nos primeiros 3 dias.
Amamentação
Estudos em animais revelaram que o nebivolol é excretado no leite materno.
Desconhece-se se o fármaco é excretado no leite humano. A maioria dos beta-
bloqueadores, especialmente os compostos lipofílicos como o nebivolol e os seus
metabolitos ativos, passam para o leite materno, embora numa extensão variável.
Desta forma, não se recomenda a amamentação durante o tratamento com
nebivolol.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram realizados estudos sobre os efeitos na capacidade de conduzir e utilizar
máquinas. Estudos farmacodinâmicos revelaram que o nebivolol não afeta a função
psicomotora. Alguns doentes podem experimentar reações adversas (ver secção 4.8)
as quais se devem principalmente à redução da pressão arterial, tais como tonturas
ou desmaio. Caso estas ocorram, os indivíduos devem abster-se de conduzir ou
realizar outras atividades que exijam estado de alerta. A ocorrência destes efeitos é
mais provável após o início do tratamento ou após aumento da dose.
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4.8 Efeitos indesejáveis
As reações adversas estão listadas em separado para a hipertensão e para a ICC
devido às diferenças existentes nas doenças subjacentes.
Hipertensão
As reações adversas reportadas, as quais são, na maioria dos casos, de intensidade
ligeira a moderada, estão referidas no quadro seguinte, classificadas de acordo com
as classes de sistema de órgãos e ordenadas pela sua frequência:

Classes de Frequentes Pouco frequentes Muito raros Desconhecidos


Sistemas de
Órgãos (≥1/100 a (1/1,000 a (1/10,000)
<1/10) 1/100)
Doenças do edema
sistema imunitário angioneurótico,
hipersensibilidade
Perturbações do pesadelos,
foro psiquiátrico
depressão
Doenças do cefaleias, sincope
sistema nervoso tonturas,
parestesias
Afeções oculares diminuição da
visão
Cardiopatias bradicardia,
insuficiência
cardíaca, redução
da condução AV/
bloqueio AV
Vasculopatias hipotensão,
(agudização de)
claudicação
intermitente
Doenças dispneia broncospasmo
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Doenças obstipação, dispepsia,
gastrointestinais náusea, flatulência,
diarreia vómitos
Afeções dos prurido, erupção agravamento da urticária
tecidos cutâneos e eritematosa psoríase
subcutâneos
Doenças dos impotência
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órgãos genitais e
da mama
Perturbações fadiga, edema
gerais e alterações
no local de
administração

Com alguns antagonistas beta adrenérgicos, foram ainda relatadas as seguintes


reações adversas: alucinações, psicose, confusão, extremidades frias/cianóticas,
fenómeno de Raynaud, olhos secos e toxicidade oculomucocutânea do tipo practolol.
Os beta-bloqueadores podem causar uma diminuição da lacrimação.

Insuficiência cardíaca crónica

A informação disponível sobre as reações adversas em doentes com ICC provém de


um ensaio clínico controlado com placebo que envolveu 1067 doentes medicados
com nebivolol e 1061 doentes a receber placebo. Neste estudo, um total de 449
doentes medicados com nebivolol (42,1%) reportaram reações adversas, no mínimo,
possivelmente relacionadas com a terapêutica, comparativamente com 334 doentes
tratados com placebo (31,5%). As reações adversas mais frequentes nos doentes
medicados com nebivolol foram bradicardia e tonturas, ocorrendo ambas em
aproximadamente 11% dos doentes. A correspondente frequência das reações nos
doentes a tomar placebo foi de aproximadamente 2% e 7%, respetivamente.
Foram relatadas as seguintes incidências para reações adversas (pelo menos,
possivelmente relacionadas com o medicamento) e que são consideradas
especificamente relevantes no tratamento da insuficiência cardíaca crónica:
- o agravamento da insuficiência cardíaca ocorreu em 5,8 % dos doentes tratados
com nebivolol em comparação com 5,2% dos doentes a tomar placebo.
- a hipotensão postural foi reportada em 2,1% dos doentes tratados com nebivolol
em comparação com 1,0% dos doentes a tomar placebo.
- a intolerância ao medicamento ocorreu em 1,6% dos doentes tratados com
nebivolol em comparação com 0,8% dos doentes a tomar placebo.
- bloqueio aurículo-ventricular de primeiro grau ocorreu em 1,4% dos doentes
tratados com nebivolol em comparação com 0,9% dos doentes a tomar placebo.
- edema dos membros inferiores foi reportado por 1,0% dos doentes tratados com
nebivolol em comparação com 0,2% dos doentes a tomar placebo.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas através do
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
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Tel: +351 21 798 71 40
Fax: +351 21 798 73 97
Sítio da internet:
http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: [email protected]
4.9 Sobredosagem
Não existem dados disponíveis relativos à sobredosagem com nebivolol.
Sintomas
Os sintomas de sobredosagem com beta-bloqueadores são: bradicardia, hipotensão,
broncospasmo e insuficiência cardíaca aguda.
Tratamento
Em caso de sobredosagem ou de hipersensibilidade, o doente deve ser mantido sob
rigorosa vigilância e ser tratado numa unidade de cuidados intensivos. Devem ser
determinados os níveis sanguíneos de glucose. A absorção de qualquer resíduo do
fármaco ainda presente no trato gastrointestinal pode ser evitada por lavagem
gástrica e administração de carvão ativado e de um laxante.
Pode ser necessário instituir respiração artificial. A bradicardia ou as reações vagais
extensas devem ser tratadas por administração de atropina ou metilatropina. A
hipotensão e o choque devem ser tratados com plasma/substitutos do plasma e, se
necessário, com catecolaminas. O efeito beta-bloqueador pode ser contrariado pela
administração intravenosa lenta de cloridrato de isoprenalina, começando com uma
dose de aproximadamente 5 µg/minuto, ou dobutamina, começando com uma dose
de 2,5 µg/minuto, até se obter o efeito pretendido. Em casos refratários a
isoprenalina pode ser associada com dopamina. Se ainda não se obtiver o efeito
desejado, pode ser considerada a administração intravenosa de 50-100 µg/kg de
glucagon. Se necessário, a injeção pode ser repetida dentro de uma hora, e ser
seguida por uma infusão intravenosa de glucagon na dose de 70 µg/kg/h. Em casos
extremos de bradicardia resistente ao tratamento, pode-se colocar um pacemaker.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 3.4.4.2.1 Aparelho cardiovascular. Anti-hipertensores.
Depressores da atividade adrenérgica. Bloqueadores beta. Seletivos cardíacos.
Código ATC: C07AB12
O nebivolol é um racemato de dois enantiómeros, SRRR-nebivolol (ou d-nebivolol) e
RSSS-nebivolol (ou l-nebivolol). É um fármaco que alia duas atividades
farmacológicas:
• é um antagonista beta-recetor competitivo e seletivo: este efeito é atribuído ao
enantiómero SRRR (d-enantiómero).
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• tem propriedades vasodilatadoras ligeiras devidas a uma interação com a via L-
arginina/óxido nítrico.
Efeitos farmacodinâmicos
Doses únicas e repetidas de nebivolol reduzem a frequência cardíaca e a pressão
arterial em repouso e durante o exercício, tanto em indivíduos normotensos como
em doentes hipertensos. O efeito anti-hipertensor é mantido durante o tratamento
crónico.
Em doses terapêuticas, o nebivolol é desprovido de antagonismo alfa-adrenérgico.
Durante o tratamento agudo e crónico com nebivolol em doentes hipertensos a
resistência vascular sistémica é diminuída. Apesar da redução da frequência
cardíaca, a redução do débito cardíaco durante o repouso e exercício pode ser
limitada devido a um aumento do volume de ejeção. A relevância clínica destes
diferenças hemodinâmicas, quando comparadas com outros antagonistas dos
recetores beta1, não está completamente estabelecida.
Em doentes hipertensos, o nebivolol aumenta a resposta vascular mediada pelo NO à
acetilcolina (ACh) que é reduzida em doentes com disfunção endotelial.
Eficácia e segurança clínica
Num ensaio clínico de mortalidade-morbilidade, controlado com placebo, envolvendo
2128 doentes com ≥ 70 anos (média de idades 75,2 anos) com insuficiência cardíaca
crónica estável com ou sem diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo
(LVEF médio: 36 ± 12,3%, com a seguinte distribuição: LVEF inferior a 35% em
56% do doentes, LVEF entre 35% e 45% em 25% dos doentes e LVEF superior a
45% em 19% dos doentes) seguidos durante um período médio de 20 meses, o
nebivolol, no topo da terapêutica padrão, prolongou significativamente o tempo de
ocorrência de mortes ou hospitalizações por motivos cardiovasculares (objetivo
primário para a eficácia) com uma redução de 14% do risco relativo (redução
absoluta: 4,2%). Esta redução do risco ocorreu após 6 meses de tratamento e
manteve-se durante todo o período de tratamento (duração média: 18 meses). O
efeito do nebivolol foi independente da idade, sexo, ou fração de ejeção do ventrículo
esquerdo da população em estudo. O benefício em todas as causas de mortalidade
não alcançou significância estatística comparativamente com o placebo (redução
absoluta: 2,3%).
Nos doentes medicados com nebivolol observou-se uma diminuição da morte súbita
(4,1% vs 6,6%, redução relativa de 38%).
Experiências in vitro e in vivo, realizadas em animais, mostraram que o nebivolol não
tem atividade simpaticomimética intrínseca.
Experiências in vitro e in vivo, realizadas em animais, mostraram que em doses
farmacológicas, o nebivolol não tem ação estabilizadora da membrana.
Em voluntários saudáveis, o nebivolol não tem um efeito significativo na capacidade
máxima de exercício ou no tempo de resistência ao exercício (endurance).
5.2 Propriedades farmacocinéticas
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O nebivolol é um beta bloqueador lipofílico, cardioselectivo sem ISA (atividade
simpaticomimética intrínseca) ou propriedades estabilizadoras da membrana (l-
enantiómero). Tem também um efeito vasodilatador mediado pelo óxido nítrico (d-
enantiómero).
Absorção
Ambos os enantiómeros do nebivolol são rapidamente absorvidos após administração
oral. A absorção do nebivolol não é afetada pelos alimentos; o nebivolol tanto pode
ser tomado às refeições como fora das refeições.
Biotransformação
O nebivolol é extensamente metabolizado, parcialmente em hidroxi-metabolitos
ativos. O nebivolol é metabolizado através de hidroxilação alicíclica e aromática, N-
desalquilação e glucuronidação; além disso, formam-se glucuronidos dos
hidroximetabolitos. O metabolismo do nebivolol por hidroxilação aromática é sujeito
ao CYP2D6 dependente do polimorfismo genético oxidativo. A biodisponibilidade oral
do nebivolol é, em média, de 12% nos metabolizadores rápidos e é virtualmente
completa nos metabolizadores lentos. No estado estacionário e para a mesma dose,
o pico da concentração plasmática do nebivolol inalterado é cerca de 23 vezes mais
elevado nos metabolizadores fracos do que nos metabolizadores extensos. Quando
se considera o fármaco inalterado e os metabolitos ativos, a diferença dos picos das
concentrações plasmáticas é 1,3 a 1,4 vezes. Devido à variação nas taxas de
metabolismo, a dose de Nebivolol Teva deve ser sempre ajustada às exigências
individuais do doente: os metabolizadores fracos podem, por isto, necessitar de
doses mais baixas.
Além do mais, a dose deve ser ajustada em doentes com mais de 65 anos, doentes
com insuficiência renal e doentes com insuficiência hepática (ver secção 4.2).
Nos metabolizadores rápidos, a semivida de eliminação dos enantiómeros do
nebivolol é em média 10 horas. Nos metabolizadores lentos é cerca de 3-5 vezes
mais longa. Nos metabolizadores rápidos, os níveis plasmáticos do enantiómero
RSSS são ligeiramente superiores aos do enantiómero SRRR. Nos metabolizadores
lentos esta diferença é maior. Nos metabolizadores rápidos, a semivida de
eliminação dos hidroxi-metabolitos de ambos os enantiómeros é, em média, 24
horas, e é cerca de duas vezes mais longa nos metabolizadores lentos.
Na maioria dos indivíduos (metabolizadores rápidos) o regime estacionário dos níveis
plasmáticos é atingido em 24 horas para o nebivolol e em poucos dias para os
hidroxi-metabolitos.
Entre 1 e 30 mg, as concentrações plasmáticas são proporcionais às doses. A
farmacocinética do nebivolol não é afetada pela idade.
Distribuição
No plasma, ambos os enantiómeros do nebivolol estão predominantemente ligados à
albumina.
A ligação às proteínas plasmáticas é de 98,1% para o SRRR-nebivolol e 97,9% para
o RSSS-nebivolol.
O volume de distribuição está compreendido entre 10,1 e 39,4 l/kg.
APROVADO EM
08-05-2014
INFARMED
Eliminação
Uma semana após administração, 38% da dose é excretada pela urina e 48% pelas
fezes. A eliminação urinária de nebivolol inalterado é inferior a 0,5% da dose.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os dados pré-clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo
estudos convencionais de genotoxicidade e potencial carcinogénico.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

6.1 Lista dos excipientes


Lactose Mono-hidratada,
Crospovidona Tipo A,
Poloxâmero 188,
Povidona K 30,
Celulose Microcristalina,
Estearato de Magnésio
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
36 meses
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30°C.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Os comprimidos apresentam-se em blisters de PVC/PE/PVDC/Alumínio.
Cada blister contém 7, 10 e 14 comprimidos.
Apresentações: 7, 10, 14, 20, 28, 30, 50, 56, 60, 90, 100, 120 comprimidos
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO


Teva Pharma – Produtos Farmacêuticos, Lda.
Lagoas Park
Edifício 5-A, Piso 2;
APROVADO EM
08-05-2014
INFARMED
2740-245 Porto Salvo
Portugal

8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO


Embalagem de 7 comprimidos:5107743
Embalagem de 10 comprimidos: 5107750
Embalagem de 14 comprimidos: 5107768
Embalagem de 20 comprimidos: 5107776
Embalagem de 28 comprimidos: 5107800
Embalagem de 30 comprimidos: 5107818
Embalagem de 50 comprimidos: 5107826
Embalagem de 56 comprimidos: 5107834
Embalagem de 60 comprimidos: 5107842
Embalagem de 90 comprimidos: 5107859
Embalagem de 100 comprimidos: 5107867
Embalagem de 120 comprimidos: 5107875

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE


INTRODUÇÃO NO MERCADO
24 de abril de 2008

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

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