Pregabalina Farmoz 25mg - RCM

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04-02-2022
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

1. NOME DO MEDICAMENTO
Pregabalina Farmoz 25 mg cápsulas

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA


Cada cápsula contém 25 mg de pregabalina.
Excipientes com efeito conhecido:
Cada cápsula também contém 35 mg de lactose mono-hidratada.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula.
Cápsula com cabeça branca e corpo branco.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Dor neuropática
Pregabalina Farmoz está indicado no tratamento da dor neuropática periférica e
central, em adultos.
Epilepsia
Pregabalina Farmoz está indicado como terapêutica adjuvante em adultos com crises
parciais de epilepsia, com ou sem generalização secundária.
Perturbação de Ansiedade Generalizada
Pregabalina Farmoz está indicado no tratamento da Perturbação de Ansiedade
Generalizada (PAG), em adultos.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
O intervalo posológico é de 150 a 600 mg diários, administrados em duas ou três
tomas.
Dor neuropática
O tratamento com pregabalina pode ser iniciado com a dose de 150 mg diários
administrados em duas ou três tomas. Com base na resposta e tolerabilidade
individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após um
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intervalo de 3 a 7 dias e, se necessário, para a dose máxima de 600 mg diários após
um intervalo adicional de 7 dias.
Epilepsia
O tratamento com pregabalina pode ser iniciado com a dose de 150 mg diários
administrados em duas ou três tomas. Com base na resposta e tolerabilidade
individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após 1
semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida após mais uma
semana.
Perturbação de Ansiedade Generalizada
O intervalo posológico é de 150 a 600 mg por dia, administrados em duas ou três
tomas. A necessidade de tratamento deve ser reavaliada regularmente.
O tratamento com pregabalina pode ser iniciado com a dose de 150 mg diários. Com
base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada
para 300 mg diários, após uma semana. A dose pode ser aumentada para 450 mg
diários, após mais uma semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida
após mais uma semana.
Descontinuação da pregabalina
De acordo com a prática clínica corrente, se for necessário descontinuar a
pregabalina, esta deve ser retirada, gradualmente, durante um período mínimo de 1
semana, independentemente da indicação (ver secções 4.4 e 4.8).
Compromisso renal
A pregabalina é eliminada da circulação sistémica, principalmente, por excreção
renal na forma inalterada do fármaco. Como a depuração de pregabalina é
diretamente proporcional à depuração de creatinina (ver secção 5.2), a redução da
dose em doentes com a função renal comprometida tem de ser individualizada em
função da depuração de creatinina (CLcr), como indicado na Tabela 1, a qual é
determinada pela seguinte fórmula:
CLcr (ml/min) = 1,23 x [140-idade (anos)] x (x 0,85 para doentes do sexo
peso (Kg) feminino)
creatinina sérica (µmol/l)
A hemodiálise remove, de forma efetiva, a pregabalina do plasma (50% do fármaco
em 4 horas). Em doentes hemodialisados, a dose diária de pregabalina deve ser
ajustada com base na função renal. Para além da dose diária, deve administrar-se
uma dose suplementar imediatamente a seguir a cada tratamento de hemodiálise
com a duração de 4 horas (ver Tabela 1).
Tabela 1. Ajuste da dose de pregabalina com base na função renal
Depuração de Dose diária total de pregabalina * Regime
creatinina (CLcr) posológico
(ml/min)
Dose inicial Dose máxima
(mg/dia) (mg/dia)
≥ 60 150 600 BID ou TID
≥ 30 - <60 75 300 BID ou TID
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≥ 15 - <30 25-50 150 Uma vez por dia ou
BID
< 15 25 75 Uma vez por dia
Dose suplementar após hemodiálise (mg)
25 100 Dose única+
BID = Duas vezes por dia
TID = Três vezes por dia
* A dose diária total (mg/dia) deve ser dividida de acordo com o regime posológico
para dar mg/dose
+ A dose suplementar é uma dose única adicional
Compromisso hepático
Não é necessário ajustar a dose em doentes com compromisso hepático (ver secção
5.2).
População pediátrica
A segurança e eficácia da pregabalina em crianças com idade inferior a 12 anos e em
adolescentes (12-17 anos) não foram estabelecidas. Os dados atualmente
disponíveis estão descritos nas secções 4.8, 5.1 e 5.2, mas não é possível
recomendar uma posologia.
Idosos
Pode ser necessário reduzir a dose de pregabalina no doente idoso devido à
diminuição da função renal (ver secção 5.2).
Modo de administração
Pregabalina Farmoz pode ser tomado com ou sem alimentos.
Pregabalina Farmoz é apenas para utilização por via oral.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados
na secção 6.1.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Doentes diabéticos
De acordo com as práticas clínicas correntes, alguns doentes diabéticos que
aumentam de peso durante o tratamento com pregabalina podem precisar de ajustar
os medicamentos hipoglicemiantes.
Reações de hipersensibilidade
Têm ocorrido notificações de reações de hipersensibilidade, incluindo casos de
angioedema, durante a experiência pós-comercialização. A pregabalina deve ser
imediatamente descontinuada caso ocorram sintomas de angioedema, tais como
edema facial, perioral ou das vias aéreas superiores.
Tonturas, sonolência, perda de consciência, confusão e compromisso mental
O tratamento com pregabalina tem sido associado com tonturas e sonolência, o que
pode aumentar a ocorrência de lesões acidentais (quedas) na população idosa. Têm
também ocorrido notificações pós-comercialização de perda de consciência, confusão
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e perturbações mentais. Assim, os doentes devem ser advertidos para tomarem
precauções até que estejam familiarizados com os potenciais efeitos deste
medicamento.
Efeitos relacionados com a visão
Em ensaios controlados, a proporção de doentes tratados com pregabalina que
notificou visão turva foi superior à dos doentes tratados com placebo, que se resolve,
na maioria dos casos, com a continuação da terapêutica. Nos estudos clínicos nos
quais foram efetuados exames oftalmológicos, a incidência de redução da acuidade
visual e alterações do campo visual foi maior em doentes tratados com pregabalina
do que nos doentes tratados com placebo; a incidência de alterações fundoscópicas
foi maior em doentes tratados com placebo (ver secção 5.1).
Durante a experiência pós-comercialização, têm também ocorrido notificações de
reações adversas visuais, incluindo perda de visão, visão turva ou outras alterações
da acuidade visual, a maioria das quais transitórias. A suspensão da pregabalina
pode resultar no desaparecimento ou melhoria destes sintomas visuais.
Insuficiência renal
Têm ocorrido casos de insuficiência renal que foram, em alguns casos, reversíveis
com a descontinuação da pregabalina.
Descontinuação da terapêutica antiepilética concomitante
Uma vez atingido o controlo das crises com a terapêutica adjuvante da pregabalina,
não existem dados sobre a descontinuação da terapêutica antiepilética concomitante,
de forma a permitir a monoterapia com a pregabalina.
Sintomas de privação
Em alguns doentes foram observados sintomas de privação após a descontinuação
do tratamento, de curta ou longa duração, com pregabalina. Foram mencionados os
seguintes acontecimentos: insónia, cefaleias, náuseas, ansiedade, diarreia, síndrome
gripal, nervosismo, depressão, dor, convulsão, hiperidrose e tonturas, sugestivos de
dependência física. O doente deve ser informado acerca disso no início do
tratamento.
Convulsões, incluindo estado epilético e convulsões de grande mal, podem ocorrer
durante a utilização da pregabalina ou pouco tempo após a descontinuação da
pregabalina.
No que se refere à descontinuação do tratamento de longa duração com pregabalina,
os dados sugerem que a incidência e gravidade dos sintomas de privação podem
estar relacionados com a dose.
Insuficiência cardíaca congestiva
Têm havido notificações pós-comercialização de insuficiência cardíaca congestiva em
alguns doentes a tomar pregabalina. Estas reações são maioritariamente observadas
em doentes idosos com compromisso cardiovascular durante o tratamento com
pregabalina para uma indicação neuropática. A pregabalina deve ser utilizada com
precaução nestes doentes. A descontinuação da pregabalina pode resolver esta
reação.
Tratamento da dor neuropática central devido a lesão da medula espinhal
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No tratamento da dor neuropática central, devido a lesão da medula espinhal, a
incidência de reações adversas em geral, reações adversas do sistema nervoso
central e especialmente de sonolência, aumentou. Este facto pode ser atribuído a um
efeito aditivo devido a medicamentos concomitantes (por exemplo, agentes
antiespasmódicos), necessários para esta doença. Este facto deve ser tido em
consideração quando se prescreve pregabalina para esta doença.
Ideação e comportamento suicida
Têm ocorrido casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com
medicamentos antiepiléticos em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de
estudos aleatorizados de medicamentos antiepiléticos, contra placebo, mostrou
também um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é
ainda conhecido o mecanismo que explica este risco e os dados disponíveis não
excluem possibilidade de um aumento do risco para a pregabalina.
Os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento
suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento adequado. Os
doentes (e os prestadores de cuidados aos doentes) devem ser aconselhados a
contactar o médico assim que surjam sinais de ideação ou comportamento suicida.
Redução da função do trato gastrointestinal inferior
Existem notificações pós-comercialização de acontecimentos relacionados com a
redução da função do trato gastrointestinal inferior (por exemplo, obstrução
intestinal, íleo paralítico, obstipação) quando a pregabalina foi coadministrada com
medicamentos com potencial para causar obstipação, tais como opioides analgésicos.
Quando a pregabalina e os opioides forem utilizados em associação, devem ser
consideradas medidas para prevenir a obstipação (sobretudo em mulheres e idosos).
Utilização incorreta, potencial de abuso ou dependência
Foram notificados casos de utilização incorreta, abuso e dependência. Deve-se ter
precaução em doentes com história de abuso de substâncias e o doente deve ser
monitorizado para sintomas de utilização incorreta, abuso ou dependência da
pregabalina (foram notificados casos de desenvolvimento de tolerância, aumento da
dose e procura compulsiva de drogas).
Utilização concomitante com opioides
Recomenda-se precaução ao prescrever pregabalina concomitantemente com
opioides devido ao risco de depressão do SNC (ver secção 4.5). Num estudo caso-
controlo de utilizadores de opioides, os doentes que tomaram pregabalina
concomitantemente com um opioide apresentaram um risco aumentado de morte
relacionada com opioides comparativamente à utilização de opioides isoladamente
(Odds Ratio ajustado [ORa], 1,68 [IC de 95%, 1,19 a 2,36]). Este risco aumentado
foi observado com doses baixas de pregabalina (≤ 300 mg, ORa 1,52 [95% CI, 1,04
- 2,22]) e houve uma tendência para um risco maior com doses altas de pregabalina
(> 300 mg, ORa 2,51 [95% CI, 1,24 - 5,06]).
Encefalopatia
Foram notificados casos de encefalopatia, principalmente em doentes com condições
subjacentes que podem precipitar encefalopatia.
Depressão respiratória
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Têm ocorrido notificações de depressão respiratória grave relacionada com a
utilização de pregabalina. Os doentes com compromisso da função respiratória,
doença respiratória ou neurológica, compromisso renal, utilização concomitante de
depressores do SNC e os idosos poderão ter um risco mais elevado de ocorrência
desta reação adversa grave. Poderão ser necessários ajustes de dose nestes doentes
(ver secção 4.2).
Intolerância à lactose
Pregabalina Farmoz contém lactose mono-hidratada.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência
total delactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este
medicamento.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Como a pregabalina é predominantemente excretada na urina na forma inalterada,
sofre uma metabolização negligenciável no ser humano (< 2% da dose recuperada
na urina na forma de metabolitos), não inibe o metabolismo dos fármacos in vitro e
não se fixa às proteínas plasmáticas, é improvável que produza ou esteja sujeita a
interações farmacocinéticas.
Estudos in vivo e análise farmacocinética populacional
Por conseguinte, nos estudos in vivo não se observaram interações farmacocinéticas,
clinicamente relevantes, entre a pregabalina e fenitoína, carbamazepina, ácido
valpróico, lamotrigina, gabapentina, lorazepam, oxicodona ou etanol. A análise
farmacocinética populacional revelou que os antidiabéticos orais, os diuréticos, a
insulina, o fenobarbital, a tiagabina e o topiramato não tiveram efeitos clinicamente
significativos na depuração de pregabalina.
Contracetivos orais, noretisterona e/ou etinilestradiol
A coadministração de pregabalina com os contracetivos orais noretisterona e/ou
etinilestradiol não tem influência na farmacocinética, em estado estacionário, de
nenhuma destas substâncias.
Medicamentos com ação no sistema nervoso central
A pregabalina pode potenciar os efeitos do etanol e do lorazepam.
Durante a experiência pós-comercialização foram notificados casos de falência
respiratória, coma e mortes, em doentes a tomar pregabalina e opioides e/ou outros
medicamentos depressores do sistema nervoso central (SNC). A pregabalina é,
aparentemente, aditiva na diminuição das funções cognitiva e de habilidade motora,
induzida pela oxicodona.
Interações e os idosos
Não foram conduzidos estudos específicos de interação farmacodinâmica em
voluntários idosos. Os estudos de interação foram apenas realizados em adultos.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Mulheres com potencial para engravidar/Contraceção masculina e feminina
Como o risco potencial em humanos é desconhecido, deve ser utilizada contraceção
efetiva em mulheres em idade fértil.
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Gravidez
Não existem dados suficientes sobre a utilização de pregabalina em mulheres
grávidas.
Os estudos em animais demonstraram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3).
Desconhece-se o risco potencial para o ser humano.
Pregabalina Farmoz não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que tal seja
claramente necessário (se o benefício para a mãe for claramente superior ao risco
potencial para o feto).
Amamentação
A pregabalina é excretada no leite humano (ver secção 5.2). O efeito da pregabalina
em recém-nascidos/lactentes é desconhecido. Tem que ser tomada uma decisão
sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da
terapêutica com pregabalina tendo em conta o benefício da amamentação para a
criança e o benefício da terapêutica para a mulher.
Fertilidade
Não existem dados clínicos dos efeitos da pregabalina na fertilidade feminina.
Num ensaio clínico para avaliar o efeito da pregabalina na motilidade do esperma,
indivíduos masculinos saudáveis foram expostos a uma dose de 600 mg/dia de
pregabalina. Após 3 meses de tratamento, não houve efeitos na motilidade do
esperma.
Um estudo de fertilidade em ratos fêmea demonstrou efeitos reprodutivos adversos.
Estudos de fertilidade em ratos macho demonstraram efeitos adversos reprodutivos
e de desenvolvimento. A relevância clínica destes resultados é desconhecida (ver
secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Pregabalina Farmoz poderá ter uma influência ligeira ou moderada sobre a
capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Pregabalina Farmoz pode causar
tonturas e sonolência e por isso pode afetar a capacidade para conduzir ou utilizar
máquinas. Os doentes são aconselhados a não conduzir, utilizar máquinas complexas
ou ter outras atividades potencialmente perigosas antes de saber se este
medicamento afeta a sua capacidade para fazê-lo.
4.8 Efeitos indesejáveis
O programa clínico da pregabalina envolveu mais de 8900 doentes expostos à
pregabalina, dos quais mais de 5600 participaram em ensaios com dupla ocultação,
controlados com placebo. As reações adversas, registadas com maior frequência,
consistiram em tonturas e sonolência. As reações adversas foram, habitualmente,
ligeiras a moderadas quanto à sua intensidade. Em todos os estudos controlados, a
taxa de abandono por reações adversas atingiu 12% nos doentes com pregabalina e
5% nos doentes com placebo. As reações adversas mais frequentes, que resultaram
em abandono dos grupos de tratamento com pregabalina, foram tonturas e
sonolência.
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Na tabela 2 abaixo estão listadas, todas as reações adversas ocorridas com uma
incidência superior à do placebo e em mais de um doente, segundo a classe e
frequência (muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100 a <1/10); pouco
frequentes (≥1/1000 a <1/100); raros (≥1/10 000 a <1/1000); muito raros (<1/10
000), desconhecida (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)).
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro
de cada classe de frequência.
As reações adversas enumeradas também podem estar associadas a doenças
subjacentes e/ou medicamentos concomitantes.
No tratamento da dor neuropática central devido a lesão da medula espinhal, a
incidência de reações adversas em geral, reações adversas do SNC e especialmente
de sonolência, aumentou (ver secção 4.4).
Reações adicionais, notificadas pela experiência pós-comercialização são incluídas
em itálico, na lista abaixo.
Tabela 2. Reações adversas medicamentosas da pregabalina

Classes de Sistemas de Reações Adversas Medicamentosas


Órgãos
Infeções e infestações
Frequentes Nasofaringite
Doenças do sangue e do sistema linfático
Pouco frequentes Neutropenia
Doenças do sistema imunitário
Pouco frequentes Hipersensibilidade
Raros Angioedema, reação alérgica
Doenças do metabolismo e da nutrição
Frequentes Aumento do apetite
Pouco frequentes Anorexia, hipoglicemia
Perturbações do foro psiquiátrico
Frequentes Humor eufórico, confusão, irritabilidade,
desorientação, insónia, diminuição da líbido
Pouco frequentes Alucinações, ataques de pânico, instabilidade
psicomotora, agitação, depressão, humor deprimido,
humor elevado,
agressividade, variações de humor,
despersonalização, dificuldade em encontrar
palavras, sonhos anómalos, aumento da líbido,
anorgasmia, apatia
Raros Desinibição
Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes Tonturas, sonolência, cefaleia
Frequentes Ataxia, coordenação anómala, tremores, disartria,
amnésia, diminuição da memória, perturbações da
atenção, parestesias, hipoestesia, sedação, distúrbio
do equilíbrio, letargia
Pouco frequentes Síncope, estupor, mioclonia, perda de consciência,
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hiperatividade psicomotora, discinesia, tontura
postural, tremor intencional, nistagmo, perturbação
cognitiva, perturbações mentais, alterações no
discurso, hiporreflexia, hiperestesia, sensação de
queimadura, ageusia, mal-estar
Raros Convulsões, parosmia, hipocinesia, disgrafia,
parkinsonismo
Afeções oculares
Frequentes Visão turva, diplopia
Pouco frequentes Perda de visão periférica, perturbação visual, edema
dos olhos, alterações do campo visual, acuidade
visual reduzida, dor ocular, astenopia, fotopsia,
xeroftalmia, aumento do lacrimejo, irritação ocular
Raros Perda de visão, queratite, oscilopsia, alteração da
perceção da profundidade visual, midríase,
estrabismo, brilho visual
Afeções do ouvido e do labirinto
Frequentes Vertigens
Pouco frequentes Hiperacusia
Cardiopatias
Pouco frequentes Taquicardia, bloqueio auriculoventricular de primeiro
grau, bradicardia sinusal, insuficiência cardíaca
congestiva
Raros Prolongamento do intervalo QT, taquicardia sinusal,
arritmia sinusal
Vasculopatias
Pouco frequentes Hipotensão, hipertensão, afrontamentos, rubores,
arrefecimento periférico
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes Dispneia, epitaxis, tosse, congestão nasal, rinite,
ressonar, secura
nasal
Raros Edema pulmonar, sensação de aperto na garganta
Desconhecido Depressão respiratória
Doenças gastrointestinais
Frequentes Vómitos, náuseas, obstipação, diarreia, flatulência,
distensão abdominal, xerostomia
Pouco frequentes Doença de refluxo gastroesofágico, sialorreia,
hipoestesia oral
Raros Ascite, pancreatite, edema da língua, disfagia
Afeções hepatobiliares
Pouco frequentes Enzimas hepáticas elevadas*
Raros Icterícia
Muito raros Insuficiência hepática, hepatite
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Pouco frequentes Erupção papular, urticária, hiperidrose, prurido
Raros Síndrome de Stevens-Johnson, suores frios
Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes Cãibras musculares, artralgias, dores de costas,
dores nos
membros, espasmo cervical
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Pouco frequentes Edema das articulações, mialgias, espasmos
musculares,
cervicalgia, rigidez muscular
Raros Rabdomiólise
Doenças renais e urinárias
Pouco frequentes Incontinência urinária, disúria
Raros Insuficiência renal, oligúria, retenção urinária
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Frequentes Disfunção eréctil
Pouco frequentes Disfunção sexual, atraso na ejaculação,
dismenorreia, mastodinia
Raros Amenorreia, corrimento mamário, aumento
mamário,
ginecomastia
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes Edema periférico, edema, alteração da marcha,
queda, sensação de embriaguez, sensação anormal,
fadiga
Pouco frequentes Edema generalizado, edema facial, sensação de
aperto torácico, dor, pirexia, sede, arrepios, astenia
Exames complementares de diagnóstico
Frequentes Aumento de peso
Pouco frequentes Elevação de creatina fosfoquinase sanguínea,
elevação da glicemia, número de plaquetas
diminuído, elevação de creatinemia, diminuição do
potássio no sangue, perda de peso
Raros Diminuição dos glóbulos brancos
* Alanina aminotransferase (ALT) aumentada, Aspartato aminotransferase (AST)
aumentado.
Em alguns doentes foram observados sintomas de privação após a descontinuação
do tratamento, de curta ou longa duração, com pregabalina. Foram mencionadas as
seguintes reações: insónia, cefaleias, náuseas, ansiedade, diarreia, síndrome gripal,
convulsão, nervosismo, depressão, dor, hiperidrose e tonturas, sugestivos de
dependência física. O doente deve ser informado acerca disso no início do
tratamento.
No que se refere à descontinuação do tratamento de longa duração com pregabalina,
os dados sugerem que a incidência e gravidade dos sintomas de privação podem
estar relacionados com a dose.
População pediátrica
O perfil de segurança da pregabalina observado em cinco estudos pediátricos em
doentes com crises epiléticas parciais, com ou sem generalização secundária (estudo
de eficácia e segurança com duração de 12 semanas em doentes com 4 a 16 anos de
idade, n=295; estudo de eficácia e segurança com duração de 14 dias em doentes
com idade entre 1 mês e menos de 4 anos de idade, n= 175; estudo farmacocinético
e de tolerabilidade, n=65; e dois estudos de seguimento sem ocultação, para avaliar
a segurança com duração de 1 ano, n=54 e n=431) foi semelhante ao observado em
estudos em adultos com epilepsia. Os acontecimentos adversos mais frequentemente
observados no estudo de 12 semanas de tratamento com pregabalina foram
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sonolência, pirexia, infeção do trato respiratório superior, aumento do apetite,
aumento de peso e nasofaringite. Os acontecimentos adversos mais frequentemente
observados no estudo de 14 dias de duração com tratamento com pregabalina foram
sonolência, infeção do trato respiratório superior e pirexia (ver secções 4.2, 5.1 e
5.2).
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: [email protected]
4.9 Sobredosagem
Na experiência pós-comercialização, as reações adversas observadas com maior
frequência, quando a pregabalina foi administrada em sobredosagem, incluíram
sonolência, estado confusional, agitação e instabilidade psicomotora. Também foram
notificadas convulsões.
Foram notificados, raramente, casos de coma.
O tratamento da sobredosagem com pregabalina deve englobar medidas gerais de
suporte e pode incluir hemodiálise, se necessário (ver secção 4.2, Tabela 1).

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Antiepiléticos, outros antiepiléticos, código ATC:
N03AX16
A substância ativa, pregabalina, é um análogo do ácido gama-aminobutírico (ácido
(S)-3- (aminometil)- 5-metil-hexanóico).
Mecanismo de ação
A pregabalina liga-se a uma subunidade auxiliar (proteína α2-δ) dos canais de cálcio
dependentes da voltagem no sistema nervoso central.
Eficácia e segurança clínicas
Dor neuropática
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A eficácia foi demonstrada em ensaios realizados na neuropatia diabética, na
nevralgia pós-herpética e na lesão da medula espinhal. A eficácia não foi estudada
noutros modelos de dor neuropática.
A pregabalina foi estudada em 10 ensaios clínicos controlados com duração até 13
semanas com duas tomas diárias (BID) e com duração até 8 semanas com três
tomas diárias (TID). Globalmente, os perfis de segurança e eficácia para os regimes
posológicos BID e TID foram similares.
Em ensaios clínicos até 12 semanas para a dor neuropática periférica e central,
observou-se redução da dor na primeira semana, que persistiu durante todo o
período de tratamento.
Em ensaios clínicos controlados em dor neuropática periférica, 35% dos doentes
tratados com pregabalina e 18% dos doentes com placebo sentiram uma melhoria de
50% na classificação da dor. Para os doentes que não sentiram sonolência, a referida
melhoria foi observada em 33% dos tratados com pregabalina e 18% dos doentes
com placebo. Para os doentes que sentiram sonolência, as taxas de resposta foram
de 48% com pregabalina e 16% com placebo.
No ensaio clínico controlado em dor neuropática central, 22% dos doentes tratados
com pregabalina e 7% dos doentes com placebo sentiram uma melhoria de 50% na
classificação da dor.
Epilepsia
Tratamento adjuvante
A pregabalina foi estudada em 3 ensaios clínicos controlados com a duração de 12
semanas e posologia BID ou TID. Em geral, os perfis de segurança e eficácia dos
regimes posológicos BID e TID foram similares.
Observou-se uma redução na frequência de crises epiléticas a partir da Semana 1.
População pediátrica
A eficácia e segurança da pregabalina como tratamento adjuvante na epilepsia em
doentes pediátricos com com idade inferior a 12 anos e adolescentes não foram
estabelecidas. Os acontecimentos adversos observados num estudo farmacocinético
e de tolerabilidade, com a participação de doentes com idade entre 3 meses e 16
anos (n=65) com crises epiléticas parciais, foram semelhantes aos observados nos
adultos. Os resultados de um estudo controlado com placebo, com duração de 12
semanas em 295 doentes pediátricos com idade entre 4 e 16 anos e um estudo
controlado com placebo, com duração de 14 dias, em 175 doentes pediátricos com
idade entre 1 mês e menos de 4 anos conduzidos para avaliar a eficácia e segurança
da pregabalina como terapêutica adjuvante no tratamento de crises epiléticas
parciais e de dois estudos de segurança, sem ocultação, com duração de 1 ano, que
incluíram 54 e 431 doentes pediátricos, respetivamente, com idade entre 3 meses e
16 anos com epilepsia indicam que os acontecimentos adversos pirexia e infeções
das vias respiratórias superiores foram observados com maior frequência do que nos
estudos em adultos com epilepsia (ver secções 4.2, 4.8 e 5.2).
No estudo de 12 semanas, controlado com placebo, os doentes pediátricos (idade
entre 4 e 16 anos) foram atribuídos aos grupos de 2,5 mg/kg/dia de pregabalina
(máximo de 150 mg/dia), 10 mg/kg/dia de pregabalina (máximo de 600 mg/dia) ou
placebo. A percentagem de indivíduos com, pelo menos 50% de redução em crises
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epiléticas parciais, quando comparado com o baseline, foi 40,6% em indivíduos
tratados com 10 mg/kg/dia de pregabalina (p=0,0068 versus placebo), 29,1% em
indivíduos tratados com 2,5 mg/kg/dia de pregabalina (p=0,2600 versus placebo) e
22,6% em indivíduos a receber placebo.
No estudo de 14 dias, controlado com placebo, os doentes pediátricos (idade entre 1
mês e menos de 4 anos) foram atribuídos aos grupos de 7 mg/kg/dia de
pregabalina, 14 mg/kg/dia de pregabalina ou placebo. A mediana da frequência das
crises epiléticas, a cada 24 horas, no início do estudo e na visita final foi de 4,7 e 3,8
para a dose de 7 mg/kg/dia de pregabalina, de 5,4 e 1,4 para a dose de 14
mg/kg/dia de pregabalina e de 2,9 e 2,3 para o placebo, respetivamente. A dose de
14 mg/kg/dia de pregabalina reduziu significativamente a frequência do início das
crises parciais após transformação logarítmica versus o placebo (p=0,0223); a dose
de 7 mg/kg/dia de pregabalina não demonstrou qualquer melhoria relativamente ao
placebo.
Num estudo de 12 semanas controlado com placebo em indivíduos com convulsões
tónico-clónicas primárias generalizadas (TCGP), 219 indivíduos (com idades entre os
5 e os 65 anos, dos quais 66 com idades entre os 5 e 16 anos) foram atribuídos aos
grupos de 5 mg/kg/dia de pregabalina (máximo de 300 mg/dia), de 10 mg/kg/dia de
pregabalina (máximo de 600 mg/dia) ou de placebo como terapêutica adjuvante. A
percentagem de indivíduos com uma redução de, pelo menos, 50% na taxa de
convulsões TCGP foi de 41,3%, 38,9% e 41,7% para a dose de 5 mg/kg/dia de
pregabalina, a dose de 10 mg/kg/dia de pregabalina e de placebo, respetivamente.
Monoterapia (doentes recém-diagnosticados)
A pregabalina foi estudada num ensaio clínico controlado com a duração de 56
semanas e dose BID. A pregabalina não alcançou a não-inferioridade em relação à
lamotrigina com base no indicador de 6 meses sem crises epiléticas. A pregabalina e
lamotrigina foram igualmente seguras e bem toleradas.
Perturbação de Ansiedade Generalizada
A pregabalina foi estudada em 6 ensaios controlados com a duração de 4-6 semanas,
num estudo anterior com a duração de 8 semanas e num estudo, de longa duração,
de prevenção da recaída, em dupla ocultação, com 6 meses de duração.
A partir da Semana 1 verificou-se um alívio dos sintomas da perturbação de
ansiedade generalizada medido através da escala de Hamilton para a Ansiedade
(Hamilton Anxiety Rating Scale (HAM-A)).
Em ensaios clínicos controlados (4-8 semanas de duração), 52% dos doentes
tratados com pregabalina e 38% dos doentes tratados com placebo tiveram uma
melhoria de pelo menos 50% na pontuação global da HAM-A, desde a baseline até
ao endpoint.
Em ensaios controlados, a proporção de doentes tratados com pregabalina que
notificou visão turva foi superior à dos doentes tratados com placebo, que se resolve,
na maioria dos casos, com a continuação da terapêutica. Os exames oftalmológicos
(incluindo teste da acuidade visual, teste do campo visual formal e exame
fundoscópico com dilatação) foram efetuados em mais de 3600 doentes no âmbito
de ensaios clínicos controlados. Nestes doentes, a acuidade visual reduziu em 6,5%
dos doentes tratados com pregabalina e 4,8% dos doentes tratados com placebo.
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INFARMED
Foram detetadas alterações do campo visual em 12,4% dos doentes tratados com
pregabalina e 11,7% dos doentes tratados com placebo.
Foram observadas alterações fundoscópicas em 1,7% dos doentes tratados com
pregabalina e 2,1% dos doentes tratados com placebo.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética da pregabalina, observada no estado estacionário, é similar em
voluntários sãos, em doentes com epilepsia medicados com antiepiléticos e em
doentes com dor crónica.
Absorção
A pregabalina é absorvida rapidamente quando administrada em jejum, sendo as
concentrações plasmáticas máximas atingidas dentro de 1 hora após administração
de doses únicas e reiteradas. A biodisponibilidade da pregabalina, por via oral, é de
≥90%, sendo independente da dose. Após administração reiterada, o estado
estacionário é atingido dentro de 24 a 48 horas. A taxa de absorção da pregabalina
diminui quando o fármaco é administrado com alimentos, o que resulta numa
redução de cerca de 25-30% no valor de Cmax e num atraso de, aproximadamente,
2,5 horas no valor de tmax.
Porém, a administração da pregabalina com alimentos não tem efeitos clinicamente
significativos na extensão da absorção da pregabalina.
Distribuição
Nos estudos pré-clínicos, a pregabalina demonstrou atravessar a barreira
hematoencefálica em ratinhos, ratos e macacos. Verificou-se que a pregabalina
atravessa a placenta em ratos e está presente no leite de ratos fêmea. Nos
humanos, o volume de distribuição aparente de pregabalina, após administração
oral, é de, aproximadamente, 0,56 l/kg. A pregabalina não se liga às proteínas
plasmáticas.
Biotransformação
A pregabalina sofre metabolização negligenciável nos humanos. Após uma dose de
pregabalina marcada radioativamente, cerca de 98% da radioatividade recuperada
na urina correspondiam a pregabalina na forma inalterada. O derivado N-metilado da
pregabalina, o principal metabolito da pregabalina detetado na urina, representava
0,9% da dose. Nos estudos pré-clínicos, não houve indicação de racemização do
enantiómero S de pregabalina em enantiómero R.
Eliminação
A pregabalina é eliminada da circulação sistémica principalmente por excreção renal
na forma inalterada do fármaco. A semivida média de eliminação da pregabalina é de
6,3 horas. A depuração plasmática e a depuração renal de pregabalina são
diretamente proporcionais à depuração da creatinina (ver secção 5.2, Compromisso
renal).
É necessário ajustar a dose em doentes com função renal diminuída ou nos
hemodialisados (ver secção 4.2, Tabela 1).
Linearidade / não linearidade
A farmacocinética da pregabalina é linear dentro do intervalo posológico diário
recomendado. A variabilidade farmacocinética interindividual é baixa (< 20%). A
farmacocinética das doses reiteradas é previsível a partir dos dados referentes à
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dose única. Assim, não existe necessidade de monitorizar as concentrações
plasmáticas de pregabalina, por rotina.
Sexo
Os ensaios clínicos indicam que o sexo não tem influência clinicamente significativa
nas concentrações plasmáticas da pregabalina.
Compromisso renal
A depuração de pregabalina é diretamente proporcional à depuração da creatinina.
Além disso, a pregabalina é, removida do plasma por hemodiálise de forma efetiva
(após uma sessão de 4 horas de hemodiálise, as concentrações de pregabalina
encontram-se reduzidas em cerca de 50%). Como a eliminação renal é a principal
via de eliminação, é necessário reduzir a dose em doentes com compromisso renal e
complementar a dose depois da hemodiálise (ver secção 4.2, Tabela 1).
Compromisso hepático
Não se realizaram estudos farmacocinéticos específicos em doentes com função
hepática comprometida. Como a pregabalina não sofre metabolismo significativo e é
excretada, predominantemente, na urina na sua forma inalterada, não se prevê que
a diminuição da função hepática altere, significativamente, as concentrações
plasmáticas de pregabalina.
População pediátrica
A farmacocinética da pregabalina foi avaliada em doentes pediátricos com epilepsia
(grupos etários: 1 a 23 meses, 2 a 6 anos, 7 a 11 anos e 12 a 16 anos) com doses
de 2,5, 5, 10 e 15 mg/kg/dia, num estudo farmacocinético e de tolerabilidade.
Após a administração da pregabalina por via oral em doentes pediátricos em jejum,
em geral, o tempo para atingir a concentração plasmática máxima foi semelhante
em todo o grupo etário e ocorreu 0,5 a 2 horas após administração da dose.
Os parâmetros da Cmáx e da AUC da pregabalina aumentaram linearmente com o
aumento da dose em cada grupo etário. A AUC foi 30% mais baixa nos doentes
pediátricos com um peso inferior a 30 kg devido a um aumento da depuração
ajustada ao peso corporal de 43% nestes doentes, em comparação com os doentes
com ≥30 kg.
A semivida terminal média da pregabalina foi cerca de 3 a 4 horas em doentes
pediátricos até aos 6 anos de idade e de 4 a 6 horas nos doentes com 7 anos de
idade ou mais.
A análise farmacocinética da população demonstrou que a depuração da creatinina
foi uma covariável significativa da depuração oral da pregabalina, que o peso
corporal foi uma covariável significativa do volume de distribuição oral aparente da
pregabalina e que estas relações foram semelhantes nos doentes pediátricos e nos
doentes adultos.
A farmacocinética da pregabalina em doentes com menos de 3 meses de idade não
foi ainda estudada (ver secções 4.2, 4.8 e 5.1).
Idosos
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A depuração de pregabalina tende a diminuir com a idade. Esta redução na
depuração da pregabalina oral é consistente com as reduções observadas na
depuração de creatinina associadas ao envelhecimento. Pode ser necessário reduzir a
dose de pregabalina em doentes com compromisso da função renal relacionado com
a idade (ver secção 4.2, Tabela 1).
Lactantes
A farmacocinética de 150 mg de pregabalina administrada a cada 12 horas (dose
diária de 300 mg) foi avaliada em 10 mulheres a amamentar, com pelo menos
12 semanas de pós-parto. A amamentação teve pouca ou nenhuma influência na
farmacocinética da pregabalina. A pregabalina foi excretada no leite materno numa
concentração média no estado estacionário de aproximadamente 76% da
concentração do plasma materno. A dose infantil estimada no leite materno
(presumindo um consumo médio de leite materno de 150 ml/kg/dia) de mulheres
que tomam 300 mg/dia ou a dose máxima de 600 mg/dia seria de 0,31 ou
0,62 mg/kg/dia, respetivamente. Estas doses estimadas são, aproximadamente, 7%
da dose total diária materna, com base em mg/kg.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Em estudos convencionais de segurança farmacológica realizados em animais, a
pregabalina foi bem tolerada em doses clinicamente relevantes. Nos estudos de
toxicidade de dose repetida em ratos e macacos, observaram-se efeitos no SNC,
nomeadamente hipoatividade, hiperatividade e ataxia.
Verificou-se um aumento da incidência de atrofia da retina, habitualmente observada
em ratos albinos idosos, após exposição prolongada a pregabalina, com exposições ≥
5 vezes a exposição humana média com a dose máxima clinicamente recomendada.
A pregabalina não foi teratogénica em ratinhos, ratos ou coelhos. Só se verificou
toxicidade fetal em ratos e coelhos com exposições consideravelmente superiores à
exposição humana. Nos estudos de toxicidade pré-natal/pós-natal, a pregabalina
induziu toxicidade no desenvolvimento dos descendentes de ratos, com exposições >
2 vezes a exposição humana máxima recomendada.
Foram observados efeitos adversos na fertilidade em ratos macho e fêmea apenas
para exposição a terapêuticas suficientemente em excesso. Os efeitos adversos nos
órgãos reprodutores masculinos e nos parâmetros do esperma foram reversíveis e
ocorreram apenas para exposições a terapêutica suficientemente em excesso ou
foram associados com processos degenerativos espontâneos nos órgãos
reprodutores masculinos do rato. Por este motivo os efeitos foram considerados de
pouca ou nenhuma relevância clínica.
Com base nos resultados de uma bateria de testes in vitro e in vivo, a pregabalina
não é genotóxica.
Foram realizados estudos de carcinogenicidade em ratos e ratinhos com duração de
dois anos. Não foram observados tumores em ratos com uma exposição 24 vezes
superior à exposição humana média de uma dose clínica máxima recomendada de
600 mg/dia. Em ratinhos, não foi detetado um aumento da incidência de tumores
com uma exposição similar à exposição humana média, mas foi observado um
aumento da incidência de hemangiosarcoma com exposições superiores. O
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mecanismo não genotóxico de formação de tumores induzidos pela pregabalina em
ratinhos envolve alterações plaquetárias e proliferação celular endotelial associada.
Estas alterações plaquetárias não estiveram presentes em ratos ou no ser humano
em estudos clínicos de curta duração e longa duração limitada.
Não existem evidências que sugiram um risco associado para o ser humano.
Em ratos juvenis, os tipos de toxicidade não diferem qualitativamente dos
observados em ratos adultos. Contudo, os ratos juvenis são mais sensíveis. Com
exposição a doses terapêuticas, observou-se evidência de sinais clínicos de
hiperatividade do SNC e bruxismo, e algumas variações no crescimento (supressão
temporária do ganho de peso corporal). Observaram-se efeitos no ciclo de cio com 5
vezes a exposição terapêutica humana. Observou-se, em ratos juvenis, uma redução
da resposta ao alarme sonoro 1-2 semanas depois de uma exposição > 2 vezes à
exposição terapêutica humana.
Nove semanas após a exposição, este efeito já não foi observado.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Conteúdo da cápsula:
Lactose mono-hidratada
Amido de milho
Talco
Corpo da cápsula:
Gelatina
Dióxido de titânio (E171)
Cabeça da cápsula:
Gelatina
Dióxido de titânio (E171)
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens contendo 14, 21, 56 ou 84 cápsulas acondicionadas em blisters de
PVC/PE/PVdC-Alu/PVdC.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
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INFARMED
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo
com as exigências locais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO


Farmoz – Sociedade Técnico Medicinal, S.A.
Rua da Tapada Grande, nº2, Abrunheira
2710-089 Sintra
Portugal

8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO


Registo nº 5635578 no INFARMED I.P. (14 cápsulas, 25 mg, blisters de
PVC/PE/PVdC-Alu/PVdC).
Registo nº 5635602 no INFARMED I.P. (56 cápsulas, 25 mg, blisters de
PVC/PE/PVdC-Alu/PVdC).

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE


INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 10 de fevereiro de 2015
Data da renovação da autorização de introdução no mercado: 04 de novembro de
2020

10. DATA DE REVISÃO DO TEXTO

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