Aulas de Pneumologia Parte 1
Aulas de Pneumologia Parte 1
Aulas de Pneumologia Parte 1
Patrícia Santos
ABORDAGEM AO DOENTE
COM DISPNEIA E TOSSE,
PNEUMOCONIOSES,
PNEUMONITE DE
HIPERSENSIBILIDADE E
EOSINOFILIAS Maria José Temido
Versão Outubro 2019 [email protected]
LEGENDA SÍMBOLO SIGNIFICADO
INTEGRAÇÃO de
SÍMBOLO COMPETÊNCIA CONHECIMENTO
MECANISMOS ESTRATÉGIA
MD
de DOENÇA PEDAGÓGICA
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO MUITO IMPORTANTE
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO CONHECIMENTO
ESSENCIAL
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO MENOS perguntável
Elaborar plano de
GD INCOERÊNCIA
GESTÃO DO DOENTE
SÍMBOLO SIGNIFICADO
ABORDAGEM AO DOENTE
COM DISPNEIA
Relevância A* Medicina
Harrison's Principles of Internal Medicine 20th ED
Se excluídas
RESPIRATÓRIAS
• Vias aéreas – Asma e DPOC
• Parênquima – DPI’s +++, PH, e Bronquiolite obliterans
• Parede Torácica – Cifoescoliose, Esclerose lateral amiotrófica
• Vasculatura Pulmonar – HTP, Tromboembolismo crónico
OUTRAS
• Anemia – afeção da capacidade de transporte de O2
• Descondicionamento
• Alterações psicológicas como Ansiedade
• FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
• PULSO PARADOXAL - DPOC, Asma e Doenças relacionadas com o pericárdio
• sinais de ANEMIA e CIANOSE
• Estigmas de DOENÇA HEPÁTICA - angiomas aracneiformes e ginecomastia
ABDÓMEN
• Arredondamento durante a Expiração – Edema pulmonar
• Movimento para dentro durante inspiração – Fraqueza diafragmática
Maria José Temido
História Clínica e Exame Físico
Volumes Pulmonares:
• Hiperinsuflação – Doença pulmonar obstrutiva
• Baixos volumes – edema intersticial ou fibrose,
disfunção diafragmática ou ↓ movimento da
parede
Parênquima pulmonar - Doença Pulmonar
Intersticial, Infiltrados ou Enfisema
Maria José Temido
Exames Complementares de DG
Depois de história clínica e exame físico RAIO-X TÓRAX
Vasculatura pulmonar:
• Proeminente nas zonas superiores – Hipertensão VENOSA pulmonar
• Artéria pulmonar central aumentada – Hipertensão ARTERIAL pulmonar
Silhueta cardíaca aumentada – Cardiomiopatia ou Valvulopatia
Derrame pleural
• BIlateral – ICC ou algumas formas de Dça Vascular do
Colagénio
• UNIlateral - Carcinoma ou TEP, IC ou
parapneumónico
Maria José Temido
Exames Complementares de DG
Avaliação seguinte → TC tórax Doença do parênquima (DIP) ou embolia pulmonar
TESTE BRONCOPROVOCAÇÃO
se Sintomas intermitentes MAS exame físico e espirometria NORMAIS
MAIS de 1/3 com diagnóstico clínico de Asma NÃO TEM reatividade brônquica quando testada
PICO DE EXERCÍCIO
ABORDAGEM AO DOENTE
COM TOSSE
Relevância A* Medicina
Harrison's Principles of Internal Medicine 20th ED
Tosse INEFICAZ
• Retenção de secreções e material aspirado
• Predispõe a infeção, atelectasia e comprometimento respiratório
Tosse seca, irritativa que dura > 2meses após uma ou mais
infeções respiratórias (“TOSSE PÓS-BRONQUÍTICA”) é uma causa
muito comum de tosse crónica +++ no Inverno
+++ MULHERES
SINTOMAS
• “Comichão/Sensibilidade” na área da garganta
• Tosse tipicamente “seca” ou produtiva de escassa
quantidade de expetoração mucóide
Não existem critérios específicos de diagnóstico –
suspeição quando etiologias alternativas foram excluídas
POSITIVA Espirometria
Laringoscopia e pHmetria DG de Drenagem Pós-
NEGATIVA
TT de ASMA Nasal pela info
Broncoprovocação subjetiva e por Exame
POSITIVA TT de DRGE
NEGATIVA com espéculo nasal
Exclusão do DG TT da causa
Abordagem ao doente com Tosse GOLD
História clínica + Exame físico
DURAÇÃO Tratamento da causa assim ANORMAL
que encontrada
• Aguda
• Subaguda Se PRODUTIVA → EXAME DA EXPETORAÇÃO
• Crónica Se doente a tomar
IECA → SUSPENDER
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
ANORMAL TC DE TÓRAX
• Tumores NORMAL • Opióides
• Doença Pulmonar intersticial PRECOCE
+++ TT SINTOMÁTICO • Dextrometrofano
• Bronquiectasias
• Benxonatato
• Infeção pulmonar micobacteriana atípica
História Clínica e Exame Físico
Independentemente da causa, a tosse:
AGRAVA: quando se deita à noite, fala ou com a hiperpneia do exercício
MELHORA: sono
EXCEPÇÃO: ASMA - Tosse após exposições a alergénios ou exercício ao ar frio
Antiácidos:
• Antagonistas H2
• IBP’s
Maria José Temido
Tosse Crónica com Raio-X Tórax Normal
ASMA VARIANTE TOSSE – comum em CRIANÇAS,
ASMA mas não em adultos
Tosse devido a Asma sem sibilos, dispneia ou aperto torácico
DEXTROMETORFANO
• Supressor da tosse de ação CENTRAL, parece ter um local diferente de atuação dos narcóticos - podem ser
usados em associação a Narcóticos
• MENOR eficácia que narcóticos
Supressores de tosse disponiveis são apenas
• POUCOS efeitos colaterais
moderadamente eficazes
BENZONATATO
• Inibe a atividade neural dos nervos sensoriais do reflexo da tosse
• Efetividade é variável e imprevisível
• NÃO tem efeitos colaterais
Maria José Temido
Maria José Temido
Slides Adaptados de:
Patrícia Santos
PNEUMOCONIOSES
Relevância B Medicina
Cecil Essentials of Medicine
NÓDULO SILICÓTICO
Melhor identificados em TCAR
opacidades nodulares
SUPERIORES
calcificação em padrão
“CASCA DE OVO”
Geralmente SEM
disfunção pulmonar
Maria José Temido
Silicose
CRÓNICA
Fibrose nodular pode progredir, mesmo com a interrupção da exposição
Profissões de risco:
• Exposição a carvão (+++antracite, ---betuminoso) e grafite
• Minas subterrâneas
Síndrome de Caplan
Nódulos pneumoconióticos típicos +
Artrite reumatoide seropositiva
Profissões de risco:
• Fabrico de ligas metálicas
• Cerâmicas
• Electrónica de alta tecnologia
PNEUMONITE DE
HIPERSENSIBILIDADE E
EOSINOFILIAS
Relevância C Medicina
Cecil Essentials of Medicine
• Criadores de aves – deve ser considerado em doentes com aves em casa ou se exposição
ocupacional. Por exposição a antigénios de penas, excrementos e proteínas séricas.
AGUDA
Várias HORAS (4-8h) após EXPOSIÇÃO INTENSA a Ag
Sintomas gripe-like >24 h: febre, arrepios, tosse, dispneia, mal-estar
Sibilos difusos são comuns, hipoxémia com esforço
CRÓNICA
• Alterações reticulares
• Distorção arquitectural com BQ de tracção
• Favo de mel
diferente de FPI AS
BASES SÃO POUPADAS
Biópsia pulmonar
GRANULOMAS NÃO-caseosos, mal definidos
Infiltrado celular misto de predomínio LINFOCÍTICO
Crónica/terminal - Fibrose
Maria José Temido
Diagnóstico
REGRA PREDITIVA para diagnóstico clínico de PH
• EXPOSIÇÃO A AG que causa PH (+ forte) • Crepitações inspiratórias
• Sintomas recorrentes • Perda Ponderal
• Sintomas 4 a 8 h após exposição a Ags • Precipitinas séricas
++ subagudo/crónico
Maria José Temido
Caso Clínico
Um agricultor de 55 anos vem a consulta por episódios recorrentes de tosse,
dispneia, mialgias e febre horas após entrar no seu celeiro, especialmente
quando tem de mobilizar o feno para os seus animais. O doente é fumador
com carga tabágica de 23 UMA e bebe um copo de vinho à refeição. Tem
HTA medicada com bisoprolol. Não tem Antecedentes Familiares de relevo.
Não tem alterações no exame físico. Qual o diagnóstico mais provável?
• Pneumonia bacteriana
• Pneumonia eosinofílica aguda
• Alveolite Alérgica extrínseca
• Traqueobronquite vírica
• Leptospirose Maria José Temido
EOSINOFILIAS
Relevância C Medicina
Cecil Essentials of Medicine
PHC PEC
Clínica Evolução prolongada de dispneia + tosse + perda poderal
• Idiopático
• Infeções parasitárias (Ascaris, Strongyloides, Ténia)
• Fármacos (Nitrofurantoína, Minociclina, Sulfonamidas, Penicilina, AINE’s)
Raio-x tórax:
• Infiltrados pulmonares dispersos
• Impactação de muco
• Bronquiectasias CENTRAIS - achado CLÁSSICO, NÃO diagnóstico