Direito Processual Civil IV - Execução
Direito Processual Civil IV - Execução
Direito Processual Civil IV - Execução
Passou por 3 fases evolutivas, sendo a primeira delas é chamada de fase sincrética, na qual
durou em meados do século XIX. Esta dizia que o direito processual e o direito material estavam
misturados, mesclados, por exemplo, a CLT, esta prevê normas de direito material do trabalho,
como jornada do trabalho, trabalho da mulher, mas também normas processuais do trabalho, como
recursos trabalhistas etc.
A segunda fase evolutiva do direito processual é a autonomista, científica ou conceitual,
durou meados do século XIX ao século XX. O direito processual fora separado do direito material,
passando haver um código de processo e um código de leis, como código civil e um código de
processo civil.
A terceira fase é chamada de fase instrumental, dura desde meados do século XX até os
dias atuais. O processo é visto, compreendido como um meio, instrumento para a realização do
direito material, o processo não é um fim em si mesmo, é um mecanismo para a realização do
direito material, por exemplo, uma pessoa deseja receber o dinheiro de um carro vendido, e não
discutir se possui o direito sobre o bem.
OBS.: Doutrina dominante afirma que estamos na terceira fase, mas há uma corrente na qual
afirma que estamos em uma quarta fase, que é a fase democrática constitucional, defendida pelo
desembargador Alexandre Câmara. O processo é visto como um meio de defesa contra os abusos,
arbitrariedades, cometidas pelo Estado-Juiz.
O direito processual, seja civil, penal, do trabalho, apresentam três institutos fundamentais,
que são a jurisdição, ação e processo.
A) Jurisdição: atividade de solução e de composição de conflitos. Característica particular
é a inércia, o juiz não pode resolver um conflito de ofício, previsto no artigo 2º do CPC, o que é
diferente do processo administrativo, como previsto no art. 5º, da lei 9.744.
Obs.: na prova da FGV, este princípio costuma aparecer com o nome de princípio dispositivo.
B) Ação: é o mecanismo de provocação da jurisdição, capaz de retirar a jurisdição do seu
estado de inércia. Conforme o artigo 312, do CPC, considera-se proposta a ação no momento em
que ela é protocolada ou protocolizada no fórum, e a jurisdição sairá da inercia e obrigara o juiz a
resolver a lide. Processo físico é no momento em que é entregue a petição inicial, e no processo
eletrônico é quando é protocolado digitalmente, no ambiente virtual, no site do PJE.
C) Processo: É o instrumento da atividade jurisdicional. Processo não se confunde com
procedimento (ou rito), que é a forma pela qual o processo se desenvolve, por exemplo, processo
de conhecimento, este possui ritos, que são o comum, previsto no artigo 318, do CPC, e os
procedimentos especiais, previsto nos artigos 539 ao 770, do CPC, como: A) ação de consignação
em pagamento, previsto no artigo 539, CPC, a pessoa não deseja receber o pagamento em
determinado dia para postegar e cobrar multa, ou B) ação de exigir contas, previsto no artigo 550,
CPC, quando uma pessoa possui várias contas e a pessoa encarregada de cuidar dessas não
exerce o devido cuidado, ou C) ações possessórias, previsto no artigo 554, CPC, ou D) ação de
inventário, previsto no art. 610, CPC.
Se não estiver previsto rito especial, deve-se ajuizar a ação no rito comum, em virtude desta
ser residual.
São os meios pelos quais a execução realizam seus fins, é a técnica processual empregada,
utilizada, para que a execução produza os seus resultados.
A) Típicos. São aqueles tradicionalmente previstos em lei.
A.1) Sub-rogação. O Estado-Juiz se coloca no lugar do devedor para cumprir a obrigação.
O Estado-juiz vai apreender bens do devedor, e esses bens apreendidos serão vendidos, alienados
e com o dinheiro obtido com a venda, o crédito do credor será satisfeito, previsto no art. 824 e 825,
inc. II, CPC. Por exemplo, uma pessoa deve a importância de R$ 20.00,00, o credor ajuizamento de
execução o Estado-juiz se coloca no lugar do deste para cumprir com a obrigação, o oficial de justiça
poderá apreender um carro, entre outros bens e após apreendidos, serão vendidos e o dinheiro
convertido para saldar a dívida.
A.2) Coação ou coerção. O Estado-juiz pressiona, obriga o devedor ao cumprimento da
obrigação, por meio das astreintes (multa processual), com previsão no artigo 537, CPP, o juiz pode
conceder de ofício, mas é recomendado de se peça. Por exemplo, o juiz determina que uma
concessionária de veículos entregue o carro sob pena de multa diária de R$ 1.000,00. Outro
exemplo, o juiz determina que a UNIMED libere um determinado procedimento do plano médico, sob
pena de R$ 1.000,00 de multa diária.
Pisão civil, é admitida pela constituição a prisão civil em duas hipóteses, que são devedor de
alimentos e no caso de depositário infiel. O STF, no Rext 466.343, SP, a prisão do depositário infiel
não é mais cabível no Brasil, após a repercussão do julgado, o STF editou a súmula 25. É admitido a
prisão civil do devedor de alimentos, artigo 528, §2º, CPC, prazo de 1 à 3 meses.
B) Atípicos. São medidas que não estão expressamente previstas em lei, mas que podem
ser concedidas pelo juiz para efetivação da execução. Artigo 139, inc. IV, CPC, autoriza o juiz a usar
meios atípicos. Por exemplo, suspensão e apreensão do passaporte do devedor. Outro exemplo,
apreensão da CNH do devedor.
O STJ afirma que: 1) Meios atípicos são subsidiários, ou seja, os juiz deve se utilizar
primeiro dos meios típicos, se não funcionarem, somente neste caso ele poderá usar os meios
atípicos. 2) O juiz, ao se valer de meios atípicos, deve observar a razoabilidade e
proporcionalidade, por exemplo, uma pessoa que possui várias dúvidas e essa pessoa trabalha
como motorista de aplicativo de mobilidade urbana, a apreensão da CNH deste devedor não deve
ser deferida, em virtude de prejudicar o meio de sustento. 3) TEMA 1137, o STJ mandou suspender
todos os processos que de alguma forma versem sobre meios atípicos até o tribunal formule uma
tese vinculante.
1.1.8. Princípios
São aplicáveis subsidiariamente a execução as normas que tratam da parte geral do CPC e
as normas do processo de conhecimento, conforme previsto no artigo 771, CPC. Isso significa
dizer que toda vez que tiver um problema para resolver em uma execução, deve-se procurar, para
solucionar o problema, os artigos relacionados ao processo de execução, previstos nos artigos 771 à
925, CPC.
Caso não for encontrado solução para a lide, deve-se procurar na parte geral ou processo de
conhecimento. Por exemplo, uma criança de 1 ano de idade pode ajuizar uma ação de execução,
em decorrência de qualquer pessoa, desde que nascida, pode ajuizar uma ação, mas esta não
possui capacidade, de modo que deve ser complementada. Este fato não está previsto na parte
relacionada ao processo de execução, devendo-se procurar na parte geral, o que diz que a
capacidade deve ser suprida, se a pessoa for absolutamente incapaz (artigo 3º), por meio da
representação, mas se for relativamente incapaz (artigo 4º), através da assistência.
A) Execução
Genérica, trata-se da execução para cobrança em dinheiro, por exemplo, uma
pessoa deve outra uma certa quantia.
Específica, trata-se da execução para cobrança de dar, fazer ou não fazer, por
exemplo, executar concessionária para obter um automóvel, ou executar um plano de saúde para
conseguir a liberação de um tratamento.
B) Execução
Tradicional, feita em processo autônomo de execução, por exemplo, contrato de
locação escrito e o inquilino não pagou os alugueis, este processo dará início a um processo de
execução. A defesa do devedor será por meio de embargos à execução (artigo 914, CPC).
Imediata, é aquela realizada no processo misto ou sincrético, por exemplo,
vendedor fora condenado a dar um carro para o credor, neste caso, haverá a execução imediata do
carro. O executado deverá se defender por impugnação ao cumprimento de sentença (artigo
525, CPC).
2. PARTES
Parte é aquele que pede e aquele em face de quem se pede. Exequente ou executante,
pessoa que possui crédito, executado, pessoa que possui dívida.
Legitimidade na execução.
Ativa, artigo 778, CPC, legislador declarou qual pessoa que pode ser exequente.
Passiva, artigo 779, CPC, legislador declarou qual pessoa que pode ser executada.
2.1. Legitimidade ativa
Requerer a execução, artigo 778, caput, CPC. Por exemplo, contrato escrito de locação, há
de um lado o locador, regra geral, o proprietário do imóvel, e do outro lado, há o locatário (inquilino).
Este último possui a obrigação de pagar todos os meses o aluguel, caso tenha parado de proferir
com o pagamento, o credor dos alugueis é o locador e o devedor é o locatário.
Requerer a execução ou nela prosseguir, artigo 778, §1º, CPC.
1º) MP, regra geral, este não pode promover a execução, mas se houver artigo de lei
autorizando poderá. Exemplos de casos em que o MP poderá promover a execução, artigo 16, lei
4.717/65 (lei de ação popular), ou no artigo 15, lei 7.347/85 (lei de ação civil popular). No
rompimento das barragens de rejeitos, foram propostas várias ações populares.
2º) Espólio ou herdeiro, quando uma pessoa falece, normalmente é chamada de
cujus. Assim, é aberto a sucessão no exato momento do falecimento. Os herdeiros deverão
iniciar uma ação de inventário e partilha (artigo 610, CPC), a partir deste momento é formado o
espólio, que é um conjunto de bens, direito e obrigações do falecido, por exemplo, falecido
possui um carro, apartamento e uma dívida de R$ 10.000,00. O espólio possui personalidade
judiciária, pode ser autor ou réu de ações, por exemplo, processo que tramita no Fórum de Vila
Velha, na qual consta o espólio de Maria como autora, e a pessoa que administra é chamada de
inventariante. O espólio é finalizada com a sentença de partilha, prevista no artigo 654, do CPC, o
juiz partilha os bens, direito e obrigações do espólio, se possuir dois filhos, é divido entre eles. Antes
da sentença de partilha, quem possui a legitimidade é do espólio, após, a legitimidade pertence
aos herdeiros, por exemplo, pessoa falece e possui alugueis a receber, deve-se perguntar se o
inventário fora feito, se não, quem deverá iniciar a ação deve ser o espólio, mas caso já tenha sido
partilhado o inventário, os herdeiros devem continuar com a ação.
3º) Cessão de crédito, pode-se transferir o direito de receber um crédito para
outra pessoa, quem transfere é chamado de cedente e para quem o crédito é transferido é
chamado de cessionário.
4º) O sub-rogado (ser colocado na situação jurídica de outra pessoa). Por exemplo,
credor ajuizou ação de execução contra o devedor dele, em litisconsórcio passivo com o fiador
(garante o pagamento do aluguel, mensalidade etc), caso o fiador proferiu com o pagamento da
dívida, quem deveria ter feito o pagamento é o devedor, neste caso, o fiador se sub-roga na
posição/direitos do credor, ou seja, o fiador se coloca na situação jurídica do credor, ação
prossegue com o trâmite.
2.2. Legitimidade passiva
Art. 779, CPC, o legislador estabeleceu aquelas pessoas que possuem legitimidade passiva
para a execução
A) Devedor, inc. I, por exemplo, contrato escrito de locação, temos de um lado o
locador e o locatário (inquilino), o locador figura como credor e o locatário é o fiador, este último
possui legitimidade passiva para a execução.
B) Espólio e os herdeiros, inc. II, o espólio pode ser executado antes da sentença
de partilha, já os herdeiros podem ser executados após a sentença de partilha.
C) Assunção de dívida, inc. III, por exemplo, transferir dívida para outrem. Exemplo,
pessoa deve R$ 1.000,00 para o banco, o devedor transfere para outrem, essa pessoa que assumiu
a dívida se transforma em passivo.
D) Fiador, inc. IV, pessoa que garante a saldar a dívida, por exemplo, pegar dinheiro
emprestado no banco, outrem se incumbe de saldar esse, caso a devedor não o fizer.
E) Responsável ou proprietário do bem vinculado por garantia real, inc. V, por
exemplo, pessoa A, fora até o banco, para fazer um contrato de financiamento bancário, o gerente
diz que empresta o dinheiro, mas afirma que deve ser deixado o imóvel como garantia, A disse que
B possui imóvel, neste caso faz hipoteca deste. Assim, se A não pagar a dívida, tanto A, quanto B
podem ser executados, haja vista que o imóvel esta vinculado como garantia real.
F) Sujeição passiva tribuária, inc. VI, quem pode figurar no polo passivo de uma
relação jurídica tributária. Artigo 121, Código Tributário Nacional (CTN), diz que há sujeição passiva
tributaria duas pessoas:
1) Contribuinte, é aquela pessoa que possui relação pessoal e direta com o
fato que dá origem ao tributo, por exemplo, uma pessoa é dono de um carro, essa pessoa é
contribuinte do IPVA (imposto estatual), ou a pessoa que é dono de um imóvel, esta é contribui com
o IPTU (imposto municipal).
2) Responsável tributário, é aquele que mesmo não possui relação com o
fato que dá origem ao tributo, pode ser obrigado a pagá-lo. Por exemplo, uma criança de 3 anos de
idade é dona de um imóvel, a contribuinte do IPTU do imóvel é a criança, o CTN, a partir do artigo
132 e seguintes, os pais respondem pelos tributos que devem ser pagos pelo menor.
Cessão de crédito é a transferência do crédito para outrem, para se realizar uma cessão
de crédito, o credor não precisa da concordância do devedor.
Assunção de dívida ou a cessão de dívida, transferência de uma dívida, o devedor passa a
dívida que possui para outrem. O devedor, para fazer uma assunção de dívida, deve,
obrigatoriamente, da concordância do credor.
Termo é evento futuro e certo, já condição é evento futuro e incerto, por exemplo, o pai
faz a doação de determinado apartamento se o filho for aprovado em determinado concurso público.
O artigo 514, CPC, quando juiz decidir uma relação jurídica com termo ou condição, a
execução da decisão somente poderá ser feita provando-se que o termo ou a condição ocorreu.
Por exemplo, contrato de consórcio de veículo, uma pessoa sai do consórcio de veículo, o juiz
condena a administradora a restituir as parcelas pagas após a finalização do consórcio, ou seja,
somente poderá executar o consórcio após o contrato se findar.
Cumulação de execuções
Por exemplo, credor possui 3 cheques do devedor, mas todos voltaram sem fundo, o cheque
pode ser executado, não ha necessidade de fazer 3 ações de execução, pode cumular somente em
uma. Para isso é necessário preencher certos requisitos:
A) Identidade de credor, por exemplo, A e B emprestaram dinheiro para C, não poderá
haver cumulação, o que difere de A ter emprestado duas vezes para C.
B) Identidade de devedor, por exemplo, A empresta dinheiro para B e C, não poderá
haver cumulação, o que difere de A ter emprestado duas vezes para C.
C) Mesma competência, por exemplo, uma pessoa possui um título que deve ser
executado na justiça estadual e outro na execução federal, não poderá haver cumulação.
D) Mesmo procedimento, por exemplo, não se pode cumular obrigação de dar com
obrigação de fazer.
3. COMPETÊNCIA
A) Título judicial, previsto no artigo 515, CPC. A regra de competência está prevista no artigo
516, do CPC.
B) Título extrajudicial, previsto no artigo 784, CPC. A regra de competência está prevista no
artigo 781, do CPC.
Artigo 516, inciso I, a execução deve ser feita perante órgão que iniciou o processo, se a
ação começou originariamente no TJ, a execução desta é feita no próprio tribunal, se começou no
STJ, a execução é feita no próprio STJ.
Exceção, artigo 105, alínea “i”, da CF, sentença estrangeira é homologada no STJ, porém a
execução é feita na Justiça Federal de 1º Grau.
Inciso II, por exemplo, uma pessoa ajuizou uma ação indenizatória, esta tramitou na 1º Vara
Cível de Vila Velha, fora recorrido, para a Quarta Câmara Cível, neste caso, a execução deve ser
feita onde a ação começou, no exemplo, na 1º Vara Cível de Vila Velha.
Inciso III. Sentença penal condenatória pode ser executa no juízo cível, desde que tenha
transitado em julgado. Deve ser executada: A) perante o domicílio do réu, como previsto no artigo
40, do CPC; B) Local do fato, artigo 53, IV, CPC; C) Domicílio do autor (da ação), artigo 53, IV,
CPC.
Regras para se executar título executivo extrajudicial estão previstas no artigo 781, CPC.
Inc. I. Domicilio do réu (executado). Deve-se analisar se no contrato há clausula de
eleição de foro, prevista no artigo 63, CPC, as partes elegem desde logo, o foro específico para
dirimir a duvidas resultantes do contrato, por exemplo, eleger Guarapari.
Inc. II. Devedor possui mais de um domicílio, ele pode ser executado em qualquer destes,
por exemplo, vive 15 dias em Vitória e 15 dias em Guarapari, poderá ser executado em qualquer
destes.
Inc. III. Pessoa que não possui domicílio fixo, como cigano, ela deverá ser executado onde
for encontrado ou no domicílio do exequente.
Inc. IV. Quando houver mais de um executado e morarem em locais diferentes, poderá se
escolher qualquer local para executar todos.
Inc. V. A execução pode ser proposta no local que deu origem a obrigação, por exemplo,
compra e venda de um carro feita em Guarapari, o local de execução pode ser feita neste local.
É a execução movida pela fazenda pública para se cobrar determinados créditos, por
exemplo pagamento de IPVA, fazenda pública estadual executará essa dívida, mesma coisa do
IPTU. O não pagamento do imposto de renda, a fazenda pública federal executara essa dívida.
Previsto na Lei de Execução Fiscal (LEF), lei 6.830/80.
Competência. A execução fiscal pode ser proposta no domicílio do devedor ou onde o
devedor for encontrado, conforme artigo da lei.
A) Título executivo, conforme artigo 783, CPC. Por exemplo, contrato escrito de locação
pode ser executado, é título executivo, mas se houver contrato verbal de locação, este não se
classifica como título executivo. Caso não houver título executivo, nada impede de ingressar com
ação de conhecimento para obrigar ao pagamento.
B) Inadimplemento, previsto no artigo 786, CPC, é o descumprimento ou cumprimento
imperfeito da obrigação.
5. TÍTULOS EXECUTIVOS
5.1. Conceito
O título executivo, de acordo com entendimento dominante, tem natureza de um ato jurídico
e também de um documento. É ato jurídico por que é um encontro de vontades, por exemplo,
quando uma pessoa faz um contrato com outra, deve haver um acordo. Ademais, é escrito, não
existe título executivo verbal. Por exemplo, aluguel de imóvel, contrato verbal, não escrito, se a
locatária não pagar o aluguel, não se pode executá-la.
A propositura de qualquer ação para impugnar a dívida que consta no título executivo
não impede o credor de promover a execução, conforme artigo 784, §1º, do CPC. Por exemplo, A
celebrou com o Banco do Brasil um contrato de financiamento, mutuo, mas A afirma que estão
cobrando juros abusivos, encargos contratuais altos, de modo que A propõem ação revisional de
contrato bancário em desfavor do Banco do Brasil. Em virtude desses fatos, a ação revisional não
impede que o Banco do Brasil (credor) ingresse com ação de execução em face de A (devedor).
6. EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
6.1. Considerações iniciais
6.2. Hipóteses
Artigo 522, CPC. Regra geral, a execução provisória é feita da mesma maneira que a
definitiva, mas aquela possui certos detalhes, que estão previstos nos incisos do artigo 520, do CPC.
A) Inc. I, não pode ser feito de ofício, deve ser requerida pelo credor, corre por iniciativa
do credor, e a execução provisória é um risco para o credor, em virtude de haver recurso do devedor
impugnando aquela decisão que está sendo executada, e o tribunal pode dizer que o devedor, na
realidade, não deve nada. Os prejuízos que o credor tiver causado ao devedor deverão ser
ressarcidos. Por exemplo, A ajuíza ação de cobrança em face de B, não concordando com a
sentença do juiz, B recorre com apelação, o tribunal recebe sem efeito suspensivo, de modo que o
credor pode requerer a execução provisória
B) Inc. II. Ficar sem efeito, ou seja, vai ser extinta a execução provisória, se houver
decisão posterior do tribunal modificando a sentença proferida pelo juiz, fica sem efeito a execução
provisória.
C) Inc. III. Hipótese que o tribunal reduz o valor devido, por exemplo A ingressa com ação
de execução de R$ 10.000,00, mas o tribunal reconhece dívida de R$ 3.000,00, neste caso a
execução provisória deve ser relativo a este valor.
D) Inc. IV. Na execução provisória, o credor deve prestar garantia, para que se for
modificada a sentença que foi executada, o credor deverá reparar o devedor.
7. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
7.1. Considerações iniciais
A execução é regida pelo princípio da realidade da execução, isso significa dizer que a
execução recai sobre o patrimônio do devedor, os bens. Mas no passado, sob o período do direito
Romano, a execução era regida pelo princípio da pessoalidade, sobre a pessoa do devedor, quem
não pagava uma dívida, virava escravo do devedor.
Este princípio não é absoluto, há resquícios do direito romano, como no caso da execução de
alimentos, ainda é possível haver a decretação de prisão pelo devedor de alimentos, pelo período
de até 3 meses, conforme artigo 528, §3º, CPC.
Os bens presente são aqueles bens que já existiam no patrimônio do devedor a época
que fora ajuizada a execução em seu desfavor, por exemplo, uma pessoa é proprietário de um
automóvel, e fora ajuizada uma ação de execução em desfavor deste bem, mesma coisa de um
apartamento comprado antes etc.
Bens futuros são aqueles adquiridos pelo devedor após o ajuizamento da execução, por
exemplo, ajuizou uma execução em desfavor de outrem, após a propositura da ação, vem a adquirir
um imóvel, este bem é um bem de tipo futuro.
Artigo 789, CPC, na execução, o devedor responde com todos os bens, presentes e
futuros, ou seja, na execução o devedor responde com os bens que já existiam no seu patrimonio e
os que virá a possuir. Ressalvadas as exceções prevista em lei, que são: A) Bens impenhoráveis,
previstos no artigo 833 e 834 do CPC e Lei nº 8.009/90, por exemplo, bens destinado a moradia da
família, bem de família, ou o salario do devedor (art. 833, CPC), os instrumentos de trabalho são
impenhoráveis, automóvel de uma pessoa que trabalha com aplicativo de mobilidade urbana. O STJ,
amparado na tese de nº 384, decidiu que são impenhorável o bem imóvel de pessoa divorciada,
o menor número para uma familia existir é a monoparental.
São bens que não existem mais no patrimônio do devedor a época em que fora ajuizada a
execução, por exemplo, uma pessoa é proprietário de um carro, e vende este para terceiro, após a
venda é ajuizada ação de execução, deste modo, é bem pretérito.
Estes bens não respondem na execução, mas se forem alienados de forma fraudulenta,
poderão responder. Uma alienação é fraudulenta em dois casos: A) fraudes contra credores; B)
fraude à execução.
Consiste no direito que tem o fiador tem de exigir que primeiro sejam apreendidos bens do
afiançado, isto é, do devedor principal, com previsão no artigo 794, do CPC. Por exemplo,
execução provida em favor o fiador, este pode pedir para se esgote os bens do devedor principal.
O fiador, que deseja usar este beneficio de ordem, deve indicar bens lives e
desembargados (não apresentar nenhuma tipo de gravame, como no caso de bem que está
hipotecado, penhorado etc) do devedor principal. Ademais, esses bens devem esta situados na
mesma comarca que fora ajuizada a ação de cobrança, por exemplo, comarca da Capital (grande
Vitória), foro de Vila Velha, Lei Complementar 234/2002.
Na prática, ocorre frequentemente, em contratos, a renúncia do beneficio de ordem do fiador,
previsto em artigos 827 e 828, inc. I, do CC.
1.2. Cabimento
No passado, a liquidação já fora uma ação, entretanto, no CPC de 2015, é atualmente, mera
fase/etapa/módulo processual. Isso se aplica no processo individual, em virtude de ser um mero
incidente, no processo coletivo, ainda existe a liquidação como uma ação.
1.4. Intimação
Requerida a liquidação, o juiz mandará intimar a parte contrária, e esta intimação é feita na
pessoa do advogado do requerido, ou seja, não é intimado pessoalmente.
1.6. Recurso
O juiz decide uma liquidação por meio de uma decisão interlocutória, neste caso, o recurso
cabível em face da decisão é o agravo de instrumento, com base no artigo 1015, parágrafo único,
do CPC.
O CPC de 2015 traz a novidade do réu (devedor) requerer a liquidação, previsto no artigo
509, entretanto está é pouco usual. Normalmente o autor (credor geralmente) da ação requer o
procedimento.
2. TIPOS DE LIQUIDAÇÕES
A) Por arbitramento, prevista no artigo 509, inc. I, do CPC. É utilizada quando houve a
necessidade de produção de uma prova pericial, por exemplo, sentença condenou a segurado a
indenizar o valor relativo a incapacidade da pessoa, se é paraplégica, se não consegue mais mexer
um braço etc, a indenização será diferente para cada caso, a depender da pericia.
B) Pelo procedimento comum (antiga liquidação por artigos), previsto no artigo 509, inc. II,
do CPC. Será utilizada quando o credor quiser alegar e provar fatos novos.
C) Por calculo do contado. Era utilizada quando havia a necessidade de uma mera
atualização monetária da dívida, por exemplo, devedor é condenado ao pagamento de R$
10.000,00, essa dívida era calculada pelo contador. Porém, o entendimento fora mudado, a
liquidação, hoje em dia, é feita pelo próprio advogado, por meio da memória de atualização da
dívida (memória de cálculo), não havendo a necessidade de calculo pelo contador.
Artigo 879, da CLT, na justiça do trabalho, ainda é previsto a liquidação por arbitramento, por
procedimento comum e por calculo do contador.
De acordo com o art. 509, CPC, poderá ser usada em 3 situações: A) Determinado na
sentença, por exemplo, o juiz na sentença, deixou claro que a liquidação será por arbitramento; B)
Convencionado pelas partes, por exemplo, as partes fizeram acordo no processo, e os valores
apurados será por arbitramento; C) Exigir o objeto da liquidação, da condenação.
Essas três hipóteses podem ser resumidas em uma única hipótese, que é aquela que
necessita de prova pericial.
O artigo 509, inciso II, do CPC, será cabível quando o credor quiser alegar e provar fatos
novos. Fatos novos, para fins de liquidação, são aqueles fatos anteriores, concomitantes ou
supervenientes à ação de indenização e que tenham relação direta com o quantum
indenizatório.
Por exemplo, alguém sofreu um atropelamento, em razão dese fato, a vítima sofreu inúmeros
danos, lesão na face, e necessitará de inúmeras cirurgias, necessitará de tratamento
medicamentoso de longo prazo, bem como fisioterapia por longos anos, esta não necessitara de
esperar até o fim do tratamento para ingressar com ação de indenização. Poderá ingressar com
ação de indenização com pedido ilíquido, não fora pedido indenização fixa. Esta ação chegará ao
final com sentença condenatória ilíquida, sem valor fixado. Liquidação pelo procedimento comum,
artigo 509, II, CPC, o autor da ação deverá provar fatos novos (prejuízo, relacionado a valores)
todos os gastos que o autor possuir durante a recuperação do autor deverão ser indenizados pelo
réu.
A liquidação pelo procedimento comum segue o rito comum. O magistrado proferirá decisão
interlocutória fixando o valor da indenização, em virtude de não possui natureza de ação não
será proferida sentença. A decisão pode ser ataca por agravo de instrumento.
Causas de menor complexidade. Lei 9.099/95, trata dos juizados especiais no âmbito dos
estados. Lei 10.259, trata dos juizados especiais federais. Lei 12.153, lei que trata dos juizados
especiais da fazenda pública no âmbito dos Estados.
A Lei 9.099/95 possui aplicação subsidiária as demais.
Artigo 38, parágrafo único, da Lei 9.099/95, o juiz dos juizados não pode proferir sentença
ilíquida, deverá proferir sentença obrigatoriamente liquida, que prever valores. Assim,
consequentemente, não cabe liquidação de sentença no âmbito dos juizados.
7. QUESTÕES DIVERSAS
1.2. Preferência
A penhora gera o direito de preferência, previsto no artigo 797, CPC. Quem primeiro
penhorou o bem, terá o direito de receber em primeiro lugar. Podem incidir várias penhoras sobre
determinado imóvel, a penhora de primeiro grau é a primeira feita sobre determinado bem, a de
segundo grau é a segunda.
Quem será o primeiro a receber será a primeira pessoa que penhorou o bem, por exemplo,
imóvel no valor de R$ 50.000,00, não é bem de família, credor A, na importância de R$ 30.000,00,
credor B, importância de R$ 30.000,00. O credor A fora o primeiro a obter a penhora do bem, o
credor B o segundo, o primeiro credor receberá o valor integral, mas o segundo credor receberá
somente o montante restante, no importe de R$ 20.000,00.
2. EXORDIAL
2.1. Requisitos
2.2 Emenda
Se falta qualquer requisitos, o magistrado intimará a parte para emendar em até 15 dias,
conforme artigo 801, CPC. Se não for feita a emenda, o magistrado deverá proferir sentença com
indeferimento da inicial, com a respectiva extinção da execução. Quem não concordar, poderá
recorrer, por meio de apelação. Essa apelação, art. 1.009, CPC, possui efeito regressivo, art. 332,
CPC, o magistrado pode se retratar, anulando a decisão que proferiu.
Apos a citação/intimação do réu, qualquer alteração deve haver a concordância da parte
contrária.
3. OUTRAS REGAS
A ação de execução inicia através da petição inicial, esta deverá seguir os requisitos
genéricos e específicos, como no caso de juízo competente, dar valor a causa etc. Não se necessita
de juntar memória de atualização da dívida, em virtude de não se cobrar uma quantia em dinheiro,
mas sim uma coisa certa, como um bem imóvel ou móvel, carro, por exemplo.
Após o protocolo da petição inicial, esta é protocolizada, art. 312, CPC.
Após a protocolização, é feito a distribuição, art. 284 e 285, CPC. Ou seja, é sorteada para
uma das varas competentes. Após o sorteio, é encaminhado para o cartório da vara sorteada, após
o cartório faz a conclusão dos autos para o gabinete do juiz, este possui três alternativas: A) indeferir
a petição inicial, previstas no artigo 315, CPC, por exemplo, parte manifestamente ilegítima; B)
emenda da petição inicial, art. 801, CPC, no prazo de 15 dias; C) O comum é magistrado
determinado a citação do executado; Por exemplo, sorteio para 1º Vara de Família → cartório da 1º
Vara de Família → conclusão dos autos → gabinete do magistrado.
2.2. Citação
A citação do executado é feita na forma do art. 806, CPC, é citado, apar no prazo de 15 dias,
entregar a coisa, por exemplo, a pessoa fora citada para no prazo de 15 dias, entregar o carro
disposto.
No mesmo despacho que o magistrado determina a citação, o juiz determina as astreintes,
multa diária, previsto no art. 806, §1º, CPC, por exemplo, caso o executado não entregue o carro,
incorrerá em multa diária de R$ 500,00.
A coisa se torna litigiosa a partir do momento da citação, art. 240, CPC. Por exemplo,
exequente cobra carro de devedor, o bem se torna litigioso a partir do momento em que o executado
é citado.
Art. 807, CPC, alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra terceiro
adquirente. Por exemplo, fora ajuizada a coisa para entrega de um carro, o devedor, já citado, aliena
o bem, será expedido mandado para apreensão do bem em desfavor de terceiro. O terceiro,
somente será ouvido em juízo, quando depositar a coisa em juízo. Este terceiro deve ingressar com
embargos de terceiro, previsto no art. 647, CPC, mas não necessariamente o pedido será acolhido.
Se terceiro não se manifestar, a coisa será depositada.
A primeira construção feita no imóvel é chamado de acessão, por exemplo construção de uma
casa, este não é considerado como benfeitoria. Não se confunde com benfeitoria, melhoramento que
são realizados na coisa, por exemplo, construção de uma piscina em casa, benfeitoria voluptuária,
construção de mais um quarto, benfeitoria útil.
Art. 1.219, CC. O possuidor de boa-fé possui o direito de indenização das benfeitorias uteis e
necessárias, por exemplo, imóvel, contrato com outrem (possuidor de boa-fé), emprestando o bem,
contrato de comodato (infungível, mútuo é para bens fungíveis dinheiro), se durante o empréstimo,
começou haver infiltração, a pessoa que está residindo no momento contrata alguém para consertar
as avarias, havendo a indenização por essa benfeitoria, se o morador não deseja devolver o imóvel,
é possível executar o devedor. Art. 810, CPC, afirma que quando houver benfeitorias indenizáveis da
coisa, antes da execução será necessária a realização da liquidação das benfeitorias, se não for
paga essas benfeitorias, o inquilino poderá reter o bem.