Crimes Contra A Fe Publica

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DOS CRIMES CONTRA A FÉ

PÚBLICA

Direito Penal III


Profa. Luanna Tomaz
Capítulo I

Da Moeda Falsa
Considerações iniciais
• Tutela da fé pública
• Requisitos do crime de falso:
- Fabricação e imitação: mudança ou imitação do
verdadeiro.
- Dano potencial
- Tipo subjetivo
- Classificação Doutrinária: Crimes comuns,
comissivos, plurissubsistente e instantâneos.
• Consumação e Tentativa
• Ação Penal
Moeda Falsa
• Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
estrangeiro:
• Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.
• § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria
ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca,
cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda
falsa.
• § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos, e multa.
• § 3º - É punido com reclusão, de 3 (três) a 15
(quinze) anos, e multa, o funcionário público
ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de
emissão que fabrica, emite ou autoriza a
fabricação ou emissão:
• I - de moeda com título ou peso inferior ao
determinado em lei;
• II - de papel-moeda em quantidade superior à
autorizada.
• § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e
faz circular moeda, cuja circulação não estava
ainda autorizada.
• Bem jurídico tutelado: A fé pública, em particular
a circulação monetária.
• Sujeitos
• Tipo objetivo . OBS: Moeda fora de circulação ou
alteração para menor
• Crime subseqüente à falsificação (§ 1º ) ;Crime
privilegiado (§ 2º); Crime qualificado(§3º)
• Concurso de Crimes: Se o agente introduz na
circulação moeda falsa, de forma ardilosa, responde
em concurso com o crime de estelionato.
• Tipo subjetivo
• Competência da Justiça Federal.
Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa
• Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal
indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula,
nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o
fim de inutilização:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
• Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 12
anos e o da multa a Cr$ 40.000, se o crime é cometido por
funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se
achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do
cargo.
• Sujeitos
• Tipo objetivo: O tipo tem como objeto material
exclusivamente o papel-moeda, não contemplando a
moeda metálica.
• Classificação doutrinária: crime de ação múltipla,
plurissubsistente e formal
• Forma Qualificada: parágrafo único.
• Este crime não deve ser confundido com o anterior,
pois aqui, se o agente recebe dinheiro nas condições
descritas por este artigo, somente responde pelo crime
de receptação se não tomou as cautelas necessárias.
Vide os arts. 43 e 44 da Lei de contravenções.
Petrechos para Falsificação de Moeda

• Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a


título oneroso ou gratuito, possuir ou
guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto
especialmente destinado à falsificação de
moeda:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
e multa.
• Sujeitos
• Tipo objetivo . Para a configuração do crime
exige-se exame pericial nos objetos
apreendidos para que se possa constatar sua
eficácia na produção da moeda falsa.
• Tentativa – É admissível; excluindo-se a
modalidade fornecer (para Bitencourt),
excluindo-se as formas possuir e guardar (para
Régis Prado).
• Crime permanente (figuras possuir e guardar),
de conteúdo variado, de forma livre e
subsidiário.
Emissão de Título ao Portador sem Perm
• Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota,
bilhete, ficha, vale ou título que contenha
promessa de pagamento em dinheiro ao
portador ou a que falte indicação do nome da
pessoa a quem deva ser pago:
• Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou
multa.
• Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como
dinheiro qualquer dos documentos referidos
neste artigo incorre na pena de detenção, de 15
(quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
• Tipo objetivo –Emitir não se restringe à formação do
título, mas requer também sua colocação em circulação. A
consumação ocorre quando o agente põe em circulação,
por qualquer meio, a nota, bilhete, vale ou qualquer título
ao portador.
• Aqueles títulos genericamente autorizados pelo
ordenamento jurídico como: letras de câmbio, cheques,
notas promissórias, entre outros não se incluem na
proibição penal exatamente porque são permitidos por lei
(erro de tipo).
• Os títulos referidos pelo tipo devem conter promessa de
pagamento em dinheiro. Trata-se de norma penal em
branco, pois a permissão legal encontra-se fora do
tipo.Vide o art. 3º do Decreto nº 177-A/1893; Lei nº
6.404/76.
Capítulo II

Da Falsidade de Títulos e Outro


Falsificação de Papéis Públicos
• Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
• I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer
papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
• II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
• III - vale postal;
• IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica
ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
público;
• V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução
por que o poder público seja responsável;
• VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
administrada pela União, por Estado ou por Município:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
• § 1º Incorre na mesma pena quem:
• I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
falsificados a que se refere este artigo;
• II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
falsificado destinado a controle tributário;
• III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
• a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
controle tributário, falsificado;
• b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
tributária determina a obrigatoriedade de sua
aplicação.
• § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
• Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
• § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o
parágrafo anterior.
• § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo
de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados,
a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de
conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de
detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
• § 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do
inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou
outros logradouros públicos e em residências.
• Sujeitos
• A tentativa é admissível, excluída a modalidade de
usar.
• Não constitui crime restituir o objeto material à
própria pessoa de quem o sujeito o recebeu.
• Classificação doutrinária: crime formal,
instantâneo, comum, próprio (na hipótese do inciso
III do § 1º), permanente (nas formas guardar,
possuir e deter do § 1º,I, e na forma guardar do
inciso II). As condutas relacionadas no inciso III do
§ 1º necessitam ter sido praticadas no “exercício de
atividade comercial ou industrial”, mesmo que esta
seja irregular ou clandestina; de forma livre;
unissubjetivo; plurissubsistente.
Petrechos de Falsificação
• Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir
ou guardar objeto especialmente destinado à
falsificação de qualquer dos papéis referidos no
artigo anterior:
• Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa.

• Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e


comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
• Sujeitos
• Tipo subjetivo
• Consumação ocorre com a prática de qualquer
das ações incriminadas, independentemente da
produção de qualquer resultado.
• A tentativa é admissível, exceto nas
modalidades de guardar e possuir.
• Classificação doutrinária: crime formal,
comum, de ação múltipla, instantâneo e
permanente, unissubjetivo, unissubsistente.
• Ação penal: pública incondicionada.
Capítulo I

DA FALSIDADE
DOCUMENTAL
Considerações iniciais
• O que é documento? Características:
- forma escrita: não configuram documento o escrito a lápis, pichação
em muro, escrito em porta de carro ou ônibus, quadro ou pintura, bem
como fotos isoladas;
- que tenha autor certo.
- o conteúdo deve expressar uma manifestação de vontade ou a
exposição de um fato
- relevância jurídica
- dano potencial
• a falsificação não pode ser grosseira.
• fotocópia não autenticada não tem valor probatório, por isso não é
documento.
Falsidade Material e ideológica
• A material se altera o aspecto formal do documento,
construindo um novo ou alterando o conteúdo do
documento, total ou parcialmente, mantendo inalterado seu
aspecto formal. Na falsidade ideológica, por sua vez, o
vício incide sobre as declarações que o objeto material
deveria possuir, sobre o conteúdo das idéias. Nesta, basta a
potencialidade de dano, independe de perícia.

Observações
• -Quem falsifica o próprio espelho em uma gráfica e
acrescenta dizeres inverídicos, comete “falsidade
material” (no todo);
• Quem tem em suas mãos um espelho verdadeiro em
branco e sem possuir legitimidade o preenche com
dados falsos, comete “falsidade material” (em parte);
• Quem tem em seu poder um espelho verdadeiro e,
tendo legitimidade para preenchê-lo, o faz com dados
falsos, comete “falsidade ideológica” (art. 299);
FALSIFICAÇÃO DO SELO OU
SINAL PÚBLICO
• Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
• I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
• II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal
público de tabelião:
• Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
• § 1º - Incorre nas mesmas penas:
• I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
• II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em
proveito próprio ou alheio.
• III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer
outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública.
• § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
• Bem jurídico
• Sujeitos
• Tipo subjetivo e objetivo
• Consumação – Com a falsificação (total ou parcial),
com a utilização do selo falso, ou com a verificação
efetiva do prejuízo ou vantagem.
• Tentativa – Admite-se, excluindo a figura de usar selo
falso.
• Crime majorado
• Classificação doutrinária: crime material, comum, de
forma livre, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
• Quando o usuário é o próprio falsificador responde pelo
crime de falsificação.
FALSIFICAÇÃO DE
DOCUMENTO PÚBLICO
• Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento
público, ou alterar documento público verdadeiro:
• Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
• § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
• § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º - Nas mesmas penas incorre quem
insere ou faz inserir:
• I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;
• II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
• III - em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
• § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos
mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
serviços.
• Sujeito ativo – Qualquer pessoa.
• Documento público é aquele expedido por funcionário público,
na atividade própria de sua função, com observância das
formalidades legais. Consideram-se documentos públicos, por
equiparação, aqueles mencionados no § 2º. §§ 2º e 3º - incluídos
pela Lei 9.983/00.
• Troca de foto em identidade?“falsa identidade” (art. 307) ou
falsidade documental?.
• Classificação doutrinária – Crime formal, comum, de forma
livre, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
• Deve ser capaz de enganar. A simples eliminação de palavras de
um texto caracteriza o delito do art. 305 e não a alteração.
• Exame documentoscópico e “exame grafotécnico”.
• A competência será da Justiça Federal, se o documento foi ou
devia ter sido emitido por autoridade federal.
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO
PARTICULAR.

• Art. 298 - Falsificar, no todo ou


em parte, documento particular ou
alterar documento particular
verdadeiro:
• Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e
multa.
• -Documento particular: é aquele não compreendido pelo art.
297 e seu § 2º, ou seja, é aquele elaborado sem a intenção de
funcionário ou de alguém que tenha fé pública. Não pode ser
objeto do crime, documento juridicamente inócuo, ou seja,
alheio à prova de qualquer direito ou obrigação.
• Sujeitos
• Classificação doutrinária – Crime formal, comum, de forma
livre, instantâneo de efeitos permanentes, unissubjetivo e
plurissubsistente.
• Questões especiais – O falsificador não responde pelo crime
de uso (art. 304 do CP) quando se utiliza do documento
falsificado.
• A competência é da Justiça Estadual, salvo se a falsificação
tiver a finalidade de prejudicar interesse da União, suas
autarquias ou empresas públicas.
FALSIDADE IDEOLÓGICA
• Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
• Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é particular.
• § único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
• Não pode ser comprovado pericialmente.
• Na modalidade de “inserir em documento público”, como este só
pode ser elaborado por quem detenha a função pública de fazê-lo,
será necessariamente o funcionário ou oficial público.
• Consumação – a) na forma omissiva, quando o agente devia fazer a
declaração devida e deixa de fazê-lo. In casu, não se admite a forma
tentada. b)na forma de inserir, sendo o documento confeccionado
pelo próprio agente, quando ele completa o documento. Também não
é possível a tentativa. c) na forma de fazer inserir (falsidade
mediata), consuma-se quando o terceiro lança no documento a
inverdade declinada pelo agente. Admite tentativa.
• Classificação doutrinária - Crime formal, comum, de forma livre,
instantâneo de efeitos permanentes, unissubjetivo, plurissubsistente.
• Se o falsificador usa documento falsificado responde apenas pelo
crime do art. 299 do CP.
Observações
• Questões especiais: Quanto a falsidade em folha
assinada em branco entende-se que: a) é crime de
falsidade ideológica, se a folha foi abusivamente
preenchida pelo agente, que tinha posse legítima; b)
se o papel estava sob guarda do agente ou foi obtido
por outro meio criminoso, sendo preenchido de
forma abusiva, há crime de falsidade material (art.
297 ou 298); c) quando, na hipótese anterior, houver
revogação do mandato ou tiver cessado a obrigação
ou faculdade de preencher o papel, o agente também
responde por falsidade material.
FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA
OU LETRA

• Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no


exercício de função pública, firma ou letra
que o não seja:
• Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o
documento é público; e de 1 a 3 anos, e
multa, se o documento é particular.
• Sujeito ativo – Só o funcionário público que possua a fé
pública para reconhecer a firma ou a letra, Ex. tabeliães,
agentes consulares, serventuários etc. Caso particular o
faça, realiza-se o crime do art. 297 e 298 do CP.
• É possível concurso de pessoas, distinguindo-se duas
situações: a) quando um individuo, que não é
falsificador do documento, apresentá-lo para o tabelião
para a atestação de sua autenticidade, e este último,
estando ciente da falsidade da assinatura, ainda assim,
reconhecer a firma, o primeiro deverá responder como
partícipe do crime; b) se aquele que apresenta o
documento é o próprio falsário há sim o concurso entre o
crime da falsidade (arts. 297 ou 298) e o delito do art.
300.
• Firma é a assinatura por extenso ou abreviada. Letra é o
manuscrito integral de alguém que subscreve o
documento.
CERTIDÃO OU ATESTADO
IDEOLOGICAMENTE FALSO

• Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente,


em razão de função pública, fato ou
circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço
de caráter público, ou qualquer outra
vantagem:
• Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
FALSIDADE MATERIAL DE ATESTADO OU
CERTIDÃO

• § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou


certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vantagem:
• Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos.
• Forma qualificada
• § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-
se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
• Se a falsidade tem por propósito a sonegação de tributos, é “crime
contra a ordem tributária”.
• Atestado é a declaração , pelo oficial pública, de algo cuja
percepção adquiriu diretamente, porque se passou em sua presença
ou dele teve conhecimento pessoal e direto. Enquanto, a certidão é
a declaração derivada de registros ou arquivos consultados pelo
funcionário.
• Tipo subjetivo
• Consumação – Quando conclui a certidão ou atestado (Caput) e
com a efetiva falsificação (crime formal) (§1º).
• Tentativa – Admissível
• Questões especiais - Quando o caso de certidão ou atestado
escolar, caracteriza-se o crime do art. 297 do CP. Quando a prática
do crime tem fins políticos, vide o art. 175 do Código Eleitoral.
FALSIDADE DE ATESTADO
MÉDICO

• Art. 302 - Dar o médico, no exercício da


sua profissão, atestado falso:
• Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano.
• § único - Se o crime é cometido com o fim
de lucro, aplica-se também multa.
• Sujeito ativo – Somente o médico.
• É necessária a realização da conduta no exercício da profissão
médica, ou seja, relativa aos atos que incumbem ao médico, em sua
atividade. O simples prognóstico não configura o crime, é
necessário que seja um fato relevante.
• Consumação – Com a entrega do atestado falso ao interessado ou
outra pessoa.
• Tentativa – Admissível.
• Classificação doutrinária: crime próprio, formal, de forma livre,
instantâneo de efeitos permanentes, unissubjetivo e
plurissubsistente.
• Se o médico é funcionário público, comete o crime do art. 301 do
CP. Pratica o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) o agente
que sendo funcionário público e em razão de seu ofício fornece
atestado médico com fim lucrativo.
REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE
SELO OU PEÇA FILATÉLICA

• Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça


filatélica que tenha valor para coleção, salvo
quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo
ou peça:
• Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
• § único - Na mesma pena incorre quem, para fins
de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica
• Peça filatélica são carimbos, cartões, blocos,
comemorativos etc. Normalmente, é crime-meio
para a prática de estelionato.
• Classificação doutrinária – crime formal,
instantâneo e comum, de forma livre,
unissubjetivo e plurissubsistente.
• Questões especiais – Entende-se que este art.
Foi revogado pelo art. 39 e parágrafo único da
Lei nº 6.538/78.
• USO DE DOCUMENTO FALSO
• Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
• Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

• SUPRESSÃO DE DOCUMENTO
• Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
documento público ou particular verdadeiro, de que
não podia dispor:
• Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, se o documento é
público, e reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento
é particular.
Uso de documento falso
• O mero porte do documento é atípico.
• Não há crime se o documento foi exibido em razão de
solicitação de policial, uma vez que a iniciativa do uso não foi
espontânea por parte do agente; exceção: a Carteira Nacional de
Habilitação e o CRLV(Certificado de Registro e Licenciamento
de Veículo), de acordo com o Código de Transito, pois são
documentos de porte obrigatório por quem conduz veículo e
nesse caso, quando o policial solicita e o agente apresenta um
falso, há o crime.
• Se o documento é apreendido em poder do agente, em
decorrência de busca domiciliar ou revista pessoal feita por
policiais, não haverá crime, pois não houve apresentação do
documento; assim,
DE OUTRAS
FALSIDADES
FALSIFICAÇÃO DO SINAL EMPREGADO NO
CONTRASTE DE METAL PRECIOSO OU NA
FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, OU PARA
OUTROS FINS

• Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca


ou sinal empregado pelo poder público no contraste de
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar
marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
• Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
• § único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a
autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou
para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
comprovar o cumprimento de formalidade legal:
• Pena - reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
FALSA IDENTIDADE
• Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
identidade para obter vantagem, em proveito
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
• Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa, se o
fato não constitui elemento de crime mais grave.
USO COMO PRÓPRIO DE DOCUMENTO DE
IDENTIDADE ALHEIO

• Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título


de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a
outrem, para que dele se utilize, documento dessa
natureza, próprio ou de terceiro:
• Pena - detenção, de 4 meses a 2 anos, e multa, se
o fato não constitui elemento de crime mais grave.
FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO

• Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer


no território nacional, nome que não é o seu:
• Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
• § único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
promover-lhe a entrada em território nacional:
• Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
SIMULAÇÃO DA FIGURA DE
PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR EM
NOME DE ESTRANGEIRO

• Art. 310 - Prestar-se a figurar como


proprietário ou possuidor de ação, título ou
valor pertencente a estrangeiro, nos casos em
que a este é vedada por lei a propriedade ou
a posse de tais bens:
• Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e
multa.
ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR
DE VEÍCULO AUTOMOTOR

• Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou


qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento :
• Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
• § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de 1/3.
• § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público
que contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
material ou informação oficial.

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