Marco Fiscal
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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Fica instituído regime fiscal sustentável, no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social da União, para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições
adequadas ao crescimento socioeconômico, nos termos do disposto no art. 6º da Emenda à Constituição
nº 126, de 21 de dezembro de 2022.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei Complementar não afasta as limitações e as
condicionantes para geração de despesa e renúncia de receita estabelecidas pela Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000, observadas as disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias, inclusive em
relação aos efeitos das renúncias de receita sobre a sustentabilidade do regime fiscal instituído nesta Lei
Complementar.
CAPÍTULO II
DAS METAS E DOS INTERVALOS DE TOLERÂNCIA
Art. 2º O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias conterá Anexo de Metas Fiscais que
incluirá, para o exercício a que se referir e para os três exercícios seguintes, em valores correntes e
constantes:
I - metas anuais para o resultado primário do Governo Central para os Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social da União;
II - intervalos de tolerância para as metas de que trata o inciso I; e
CAPÍTULO III
DOS LIMITES INDIVIDUALIZADOS E DO MECANISMO DE CRESCIMENTO REAL
Art. 3º Ficam estabelecidos, para cada exercício a partir de 2024, observado o disposto nos
art. 4º e art. 5º, limites individualizados para o montante global das dotações orçamentárias relativas a
despesas primárias:
I - do Poder Executivo federal;
II - do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho Nacional de
Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da Justiça Eleitoral e da
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, no âmbito do Poder Judiciário;
III - do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União, no
âmbito do Poder Legislativo;
IV - do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público; e
V - da Defensoria Pública da União.
§ 1º Cada um dos limites a que se refere o caput equivalerá:
I - para o exercício de 2024, às dotações orçamentárias primárias constantes do autógrafo
do Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 32, de 2022, relativas ao respectivo Poder ou órgão
mencionado no caput, excluídas as dotações correspondentes às despesas de que trata o § 2º, corrigidas
nos termos do disposto no art. 4º; e
II - para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente
anterior, corrigido nos termos do disposto no art. 4º, sendo que as alterações nas dotações orçamentárias
realizadas para atender às situações previstas no inciso II do § 3º do art. 4º e no caput do art. 5º não
deverão ser incluídas para a definição do limite do exercício subsequente.
§ 2º Não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos neste artigo:
I - as transferências constitucionais estabelecidas no § 1º do art. 20, no inciso III do
parágrafo único do art. 146, no § 5º do art. 153, no art. 157, nos incisos I e II do caput art. 158, no art. 159
e no § 6º do art. 212, as despesas referentes ao inciso XIV do caput do art. 21, todos da Constituição, e as
complementações de que tratam os incisos V e VII do caput do art. 60 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias;
CAPÍTULO IV
DOS INVESTIMENTOS
Art. 5º Caso o resultado primário do Governo Central exceda ao limite superior do intervalo
de tolerância de que trata o inciso II do caput do art. 2º, o Poder Executivo federal poderá ampliar as
dotações orçamentárias, para o exercício subsequente, em valor equivalente a até o montante excedente,
hipótese em que as despesas ampliadas não serão computadas na meta de resultado primário prevista no
art. 2º.
§ 1º Na hipótese de ampliação das dotações em decorrência do disposto no caput, os
respectivos valores serão destinados a investimentos, estabelecidos nos termos do disposto no art. 6º.
§ 2º O aumento de dotações de que trata o § 1º não será contabilizado no valor mínimo de
que trata o art. 6º.
§ 3º A ampliação referente ao valor previsto no caput poderá ser autorizada na Lei
Orçamentária Anual mediante abertura de crédito suplementar, nos termos do disposto no § 8º do art.
165 da Constituição, e observado o disposto na respectiva Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 6º A programação destinada a investimentos constante do Projeto e da Lei
Orçamentária Anual não será inferior ao montante dos investimentos programados na Lei nº 14.535, de
17 de janeiro de 2023.
§ 1º Os investimentos a que se refere o caput correspondem, no exercício de 2023:
I - àqueles classificados nos termos do disposto no inciso IV do § 2º do art. 7º da Lei nº
14.436, de 9 de agosto de 2022; e
II - àqueles classificados nos termos do disposto no inciso V do § 2º do art. 7º da Lei nº
14.436, de 2022, quando a despesa se destinar a programas habitacionais que incluam em seus objetivos
a provisão subsidiada ou financiada de unidades habitacionais novas ou usadas em áreas urbanas ou
rurais.
§ 2º Para fins de apuração do montante mínimo estabelecido no caput, vigorarão nos
exercícios subsequentes as mesmas classificações indicadas no § 1º ou outras que eventualmente venham
a substituí-las.
§ 3º Para os exercícios posteriores, o montante previsto no caput corresponderá ao valor
do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do IPCA, nos termos do
disposto no caput e no § 5º do art. 4º.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS