0704008-21 2021 8 07 0018-1624445992763-55420-Processo
0704008-21 2021 8 07 0018-1624445992763-55420-Processo
0704008-21 2021 8 07 0018-1624445992763-55420-Processo
23/06/2021
Número: 0704008-21.2021.8.07.0018
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF
Última distribuição : 22/06/2021
Valor da causa: R$ 100.000.000,00
Assuntos: Dano Ambiental
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
FORUM NACIONAL DE PROTECAO E DEFESA ANIMAL
(AUTOR)
ANA PAULA DE VASCONCELOS (ADVOGADO)
ASSOC BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALO
QUARTO DE MILHA (REU)
DISTRITO FEDERAL (REU)
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
HIDRICOS DO DISTRITO FEDERAL - IBRAM (REU)
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA,
ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL DO
DISTRITO FEDERAL (REU)
Outros participantes
MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITORIOS (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
95351322 22/06/2021 Petição Inicial Petição Inicial
14:23
95372248 22/06/2021 ACP ABQM Rodeio Granja do Torto Petição
14:23
95351328 22/06/2021 Procuração - Fórum Ana Paula Procuração/Substabelecimento
14:23
95351331 22/06/2021 Estatuto Fórum Documento de Comprovação
14:23
95351324 22/06/2021 Parecer Rodeio Parecer dos assistentes técnicos das
14:23 partes
95351325 22/06/2021 Parecer Técnico Prova do Laço Parecer dos assistentes técnicos das
14:23 partes
95351326 22/06/2021 Prova Buldog Parecer Parecer dos assistentes técnicos das
14:23 partes
95351327 22/06/2021 VAQUEJADA parecer final 2020 - STF Parecer dos assistentes técnicos das
14:23 partes
95429060 22/06/2021 Decisão Decisão
18:43
95440188 22/06/2021 Mandado Mandado
20:37
95440755 22/06/2021 Mandado Mandado
20:48
95453101 23/06/2021 Ficha de inspeção judicial Ficha de inspeção judicial
07:04
Segue PDF
2) DA LEGITIMIDADE ATIVA
1
Vicente de Paula Ataíde Jr, Introdução ao Direito Animal Brasileiro, p. Revista Brasileira de Direito
Animal, E-ISSN: 2317-4552, p. 48-76, set-dez 2018.
7
2
Art. 5º - Consideram-se maus tratos: I - executar procedimentos invasivos ou cirúrgicos sem os devidos
cuidados anestésicos, analgésicos e higiênico-sanitários, tecnicamente recomendados; II – permitir ou
autorizar a realização de procedimentos anestésicos, analgésicos, invasivos, cirúrgicos ou injuriantes por
pessoa sem qualificação técnica profissional; III - agredir fisicamente ou agir para causar dor, sofrimento
ou dano ao animal; IV – abandonar animais; deixar o tutor ou responsável de buscar assistência médico-
veterinária ou zootécnica quando necessária; V – deixar de orientar o tutor ou responsável a buscar assistência
médico veterinária ou zootécnica quando necessária; VI – não adotar medidas atenuantes a animais que estão
em situação de clausura junto com outros da mesma espécie, ou de espécies diferentes, que o aterrorizem ou
o agridam fisicamente; VII – deixar de adotar medidas minimizadoras de desconforto e sofrimento para
animais em situação de clausura isolada ou coletiva, inclusive nas situações transitórias de transporte,
comercialização e exibição, enquanto responsável técnico ou equivalente; VIII – manter animal sem acesso
adequado a água, alimentação e temperatura compatíveis com as suas necessidades e em local
desprovido de ventilação e luminosidade adequadas, exceto por recomendação de médico veterinário ou
zootecnista, respeitadas as respectivas áreas de atuação, observando-se critérios técnicos, princípios éticos e
as normas vigentes para situações transitórias específicas como transporte e comercialização;IX – manter
animais de forma que não lhes permita acesso a abrigo contra intempéries, salvo condição natural que se
sujeitaria;X - manter animais em número acima da capacidade de provimento de cuidados para assegurar boas
condições de saúde e de bem-estar animal, exceto nas situações transitórias de transporte e comercialização;
XI – manter animal em local desprovido das condições mínimas de higiene e asseio; XII – impedir a
movimentação ou o descanso de animais; XIII – manter animais em condições ambientais de modo a
propiciar a proliferação de microrganismos nocivos; XIV – submeter ou obrigar animal a atividades
excessivas, que ameacem sua condição física e/ou psicológica, para dele obter esforços ou comportamentos
que não se observariam senão sob coerção; XV – submeter animal, observada espécie, a trabalho ou a esforço
físico por mais de quatro horas ininterruptas sem que lhe sejam oferecidos água, alimento e descanso; XVI –
8
utilizar animal enfermo, cego, extenuado, sem proteção apropriada ou em condições fisiológicas inadequadas
para realização de serviços; XVII – transportar animal em desrespeito às recomendações técnicas de órgãos
competentes de trânsito, ambiental ou de saúde animal ou em condições que causem sofrimento, dor e/ou
lesões físicas; XVIII – adotar métodos não aprovados por autoridade competente ou sem embasamento
técnico-científico para o abate de animais; XIX – mutilar animais, exceto quando houver indicação
clínico-cirúrgica veterinária ou zootécnica; XX – executar medidas de depopulacão por métodos não
aprovados pelos órgãos ou entidades oficiais, como utilizar afogamento ou outras formas cruéis; XXI – induzir
a morte de animal utilizando método não aprovado ou não recomendado pelos órgãos ou entidades oficiais e
sem profissional devidamente habilitado; XXII – utilizar de métodos punitivos, baseados em dor ou
sofrimento com a finalidade de treinamento, exibição ou entretenimento; XXIII - utilizar agentes ou
equipamentos que infrinjam dor ou sofrimento com o intuito de induzir comportamentos desejados durante
práticas esportivas, de entretenimento e de atividade laborativa, incluindo apresentações e eventos similares,
exceto quando em situações de risco de morte para pessoas e/ou animais ou tolerados enquanto estas práticas
forem legalmente permitidas; XXIV – submeter animal a eventos, ações publicitárias, filmagens, exposições
e/ou produções artísticas e/ou culturais para os quais não tenham sido devidamente preparados física e
emocionalmente ou de forma a prevenir ou evitar dor, estresse e/ou sofrimento; XXV – fazer uso e/ou permitir
o uso de agentes químicos e/ou físicos para inibir a dor ou que possibilitam modificar o desempenho
fisiológico para fins de participação em competição, exposições, entretenimento e/ou atividades laborativas.
XXVI - utilizar alimentação forçada, exceto quando para fins de tratamento prescrito por médico veterinário;
XXVII – estimular, manter, criar, incentivar, utilizar animais da mesma espécie ou de espécies diferentes em
lutas; XXVIII - estimular, manter, criar, incentivar, adestrar, utilizar animais para a prática de abuso sexual;
XXIX - realizar ou incentivar acasalamentos que tenham elevado risco de problemas congênitos e que afetem
a saúde da prole e/ou progenitora, ou que perpetuem problemas de saúde pré-existentes dos progenitores.
9
12
3
Haberle, Peter. “A dignidade humana como fundamento estatal”, cit. p/ Ingo Sarlet e Tiago Fensterseifer,
“Algumas notas sobre a dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana e sobre a dignidade da vida em
geral”.
13
4
Rocha, Carmem Lúcia. “Vida Digna: Direitos, Ética e Ciência. BH, Ed. Fórum, 2004, p. 78.
5
Ingo Sarlet e Tiago Fensterseifer, “Algumas notas sobre a dimensão ecológica da dignidade da pessoa
humana e sobre a dignidade da vida em geral.
14
6
“Descartes, Renné. Discurso do método; Meditações; Objeções e respostas; As paixões da alma; Abril
8
JESUS, Carlos Frederico Ramos; “Entre pessoas e coisas: O Status Moral-jurídico dos Animais”, 2017,
Tese de Doutorado, USP, Orientador Porf. José Reinaldo de Lima Lopes.
9
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/as-cinco-liberdades-e-os-tres-rs-para-o-
bem-estar-animal/29018, acesso em 21-6-2019, 17:15 h.
16
São as seguintes:
18
4) DOS FATOS
19
20
21
23
24
25
26
30
33
34
35
37
10
Nunes, Vânia de Fátima Plaza. Qualificação já citada. in Avaliação das provas de rodeio de montaria com
uso de equipamentos. São João da Boa Vista – SP. 27 de junho de 2012.
39
42
11
Culture: a critical review of concepts and definitions. Papers of the Peabody Museum of American
Archeology and Ethnology. 47 (1): 181, 1952). Citado in: SILVA, Benedicto (coord.). Dicionário de Ciências
Sociais. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas
43
44
47
48
49
8. Os Pedidos:
51
52
53
I. Considerações Iniciais
Uma das preocupações manifestadas, já há mais de vinte anos, pela BVA - British
Veterinarian Association (Associação Britânica de Veterinários) - foi a de tentar definir
as cinco mais importantes questões inseridas nas inúmeras atividades que atualmente
compõem o contexto do assim chamado “Bem-Estar Animal”. Este procedimento
tornou-se necessário face à preocupação de natureza ética que pretende zelar para que o
ser humano, ao utilizar os animais, em uma grande diversidade de situações, seja
orientado para respeitar-lhes a capacidade de sofrimento e o direito à própria vida.
Esta questão não é simples de ser discutida, uma vez queo sofrimento é um
fenômeno de vivência subjetiva.
Só quem está sofrendo sabe que está sofrendo e o quanto está sofrendo. Envolve,
portanto, aspectos éticos da mais alta relevância, embora bastante sutis.
Mesmo em relação ao ser humano, cada um de nós verdadeiramente sabe o que é
dor, em si mesmo. Valendo-se de mecanismos de homologia (correspondência no
plano da forma) e de mecanismos de analogia (correspondência no plano da função),
isto é, em termos comparativos é que um indivíduo pode admitir ou supor a ocorrência
de dor/sofrimento em outro indivíduo.
Vamos imaginar - usando um exemplo bastante corriqueiro - que eu já tenha sentido
uma “dor de dente” de determinada intensidade. Sabendo que as outras pessoas e alguns
animais possuem dentes parecidos com os meus, tanto na forma quanto na função, eu
posso aceitar que na vigência de problemas similares aos que eu tive, esses indivíduos
também sintam dor, como eu senti, quando estive sob as mesmas condições.
- Comunicação da Experiência
- Sinais Fisiológicos
- Comportamento Sugestivo
É claro que, como em todas as classificações que são feitas com finalidade
didática, podem acontecer situações nas quais características de um dos itens agora
apreciados manifestem-se de permeio a outras, de outros itens. Por exemplo, uma
expressão facial, uma dilatação de pupila ou um tremor podem representar um sinal
comportamental ou fisiológico, mas também podem servir para comunicar a experiência
a outrem.
Portanto, é preciso saber “ler” os sinais que estão sendo emitidos pelo
indivíduo, e decodifica-los como indicativos de dor/sofrimento.
Desejamos ressaltar, com o relato desses casos, que não é fácil, mesmo em se
tratando de seres humanos, e também para animais, a avaliação dos sinais indicativos de
dor/sofrimento, principalmente por duas razões:
Griffin é autor, entre outras obras, do livro “Animal Minds”, leitura imperdível
para os verdadeiramente interessados no assunto. Portanto, a própria ciência já tem
mostrado pistas importantes sobre a existência dessa dimensão a que chamamos de
“mente” ou psiquismo, nos animais.
Aliás, as pessoas afetas à rotina dos matadouros sabem que, ao entrarem na linha
de matança (“corredor” pelo qual os animais são conduzidosao abate), os bovinos ao
perceberem o que está acontecendo, imediatamente “entram” em midríase, indicativo da
ocorrência de medo e pânico (Síndrome de Emergência de Canon).
Estudos das últimas décadas, de meados de 1980 para cá mostraram não apenas
que os recém-nascidos também sofrem, como ainda que o seu limiar de dor é mais
baixo que o dos adultos, isto é, um mesmo estímulo nociceptivo (causador de dor) deve
provocar, no bebê, sofrimento de maior intensidade que no adulto. São palavras da Dra.
Ruth Guinsburg, Doutora em Pediatria - Universidade Federal de São Paulo, em seu
trabalho “A Linguagem da Dor no Recém-nascido”, publicado pela Sociedade
Brasileira de Pediatria: - “...o adulto precisa “reconhecer” ou “decodificar”os sinais de
dor emitidos pelo paciente pré-verbal.
10
Montaria (Figura 4)– são utilizados cavalos, éguas e touros como montarias e também
alguns apetrechos, como sedem, esporas e corda americana.
As esporas, que são colocadas nos pés do peão por sobre as botas, apresentando
rosetas de metal ou borracha dura, são utilizadas pelo na aplicação de golpes com as
pernas sobre as paredes laterais do tronco do animal. A corda americana é feita de
material flexível, geralmente corda de nylon ou sisal trançado e se compõe de
barrigueira, alça e cabo. A barrigueira é ajustada ao redor do tronco do animal, na região
do tórax e em sua porção inferior são pendurados sinos. A alça representa o local na
qual o peão introduz a mão para segurar-se (Thormem, 1999).
11
O simples “roçar” de um objeto, por mais delicado que seja, na pele dessa
região, faz com que os animais reajam instintivamente, pois a superfície lateroventral do
abdome não se acha protegida por estruturas ósseas, como a sua superfície dorsal e todo
o contorno do tórax. Além do mais, a pele da região da virilha é mais fina que a do
restante do abdome possibilitando que sejam captados com maior intensidade, pelos
seus receptores nervosos de dor, temperatura (frio e calor separadamente), tato e
pressão, os estímulos que aí chegam.
12
Como o sedem fica se atritando contra a pele da região, não são raras as lesões
localizadas, conseqüentes.
13
Vendo e revendo várias cenas de Buldog, que foram filmadas por entidades
promotoras desses eventos, pude notar que o impacto do corpo do peão sobre o garrote
faz-se principalmente nessa região da coluna vertebral, correspondente às patas
dianteiras e ao pescoço como um todo, uma vez que o peão busca agarrar-se aos chifres
do animal.
Após agarrar-se aos chifres do animal, o peão provoca uma torção de seu
pescoço, em conseqüência do que o corpo do animal sofre um movimento espiralado, de
tal forma que cai ao chão “meio de lado” para, no instante seguinte, rolar o corpo
apoiando-se sobre a coluna, com as quatro patas voltadas para cima. No desenrolar
dessa cena, muitas lesões de natureza física podem acontecer em varias partes do corpo
do animal, como os membros, região das costelas e principalmente, conforme já referi, a
coluna vertebral como um todo mas, em especial a região cervical (do pescoço), onde é
aplicada a torção.
Mesmo que não sejam detectadas lesões aparentes, não se pode afirmar que o
animal não sofre, pois o simples fato de estar sendo perseguido, contido e violentamente
derrubado, mediante torção brusca de seu pescoço, por si só representa fator
determinante de sofrimento físico e mental.
15
Esses processos são muito dolorosos, pois comprometem as raízes dos nervos
espinhais, que se conectam com a medula espinhal aos pares, relativamente a cada
espaço inter-vertebral. Na própria musculatura do pescoço, do lado contrário ao da
torção, que é violentamente estirada pelo movimento imposto pelo peão, pode acontecer
ruptura de feixes musculares, de seus tendões de inserção nas vértebras e mesmo de
vasos sangüíneos. Entretanto, dada a configuração robusta do pescoço dos bovinos,
esses efeitos deletérios quase sempre passam despercebidos.
CalfRoping (Laçada de Bezerro) - nessa prova são utilizados bezerros muito novos,
com cerca de 40 dias de vida. Enquanto está correndo, o bezerro é laçado pelo peão que
vem montado a cavalo, em velocidade (Figura 7).
16
O laço, que atinge o seu pescoço, faz com que o bezerro estanque abruptamente,
caindo sobre o solo. Ele é então erguido do solo pelo peão, que já desmontou
rapidamente, sendo seguro inclusive pela prega cutânea que se dispõe entre o tronco e a
perna traseira.
É novamente atirado ao solo, agora em decúbito lateral, sendo três de suas patas
amarradas juntas. Com o animal imobilizado, está terminada a prova.
Além das eventuais lesões corporais que podem resultar desse procedimento, é
irrefutável a ocorrência de sofrimento mental ou psíquico nesses animais, dada a
complexa configuração morfofuncional de seu sistema nervoso (cérebro e vias neurais),
necessariamente implicada na avaliação e interpretação do fato de estarem sendo
submetidos a perseguição e subjugação.
Team Roping (Laçada Dupla) - neste tipo de prova existe a participação de dois
cavaleiros, que perseguem um garrote. Enquanto um deles laça a cabeça, o outro laça as
pernas traseiras, e eles se apresentam, após as laçadas, um de frente ao outro, sendo
então o animal tracionado em sentidos opostos.
17
Atenciosamente,
Médica Veterinária pela Unesp, campus de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
CRMV-SP 4119
Diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
Coordenadora de Projetos e Educação do Instituto de Medicina veterinária do Coletivo
Diretora técnica do Grupo de Voluntários para Valorização da Vida Animal
Pós graduada em Saúde Pública pela Unicamp
Pós graduada em Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental pela Unicamp
Pós graduada em Ecologia e Educação Ambiental pela UniAnchieta
Pós graduada em Comportamento animal pela UNIFEOB
Pós graduada em Homeopatia pelo Instituto Jaqueline Pecker
Pós graduada em Bem -Estar animal pelo E-Learning Cambrigde- UK
Pós graduanda em Medicina Veterinária Legal
18
Animais e seres humanos têm em seu sistema nervoso, as mesmas estruturas que
compõem as vias neurais da dor. Portanto, a dor nos animais é tão presente quanto no
ser humano.
Basta lembrar que toda a farmacologia utilizada para o ser humano é testada em
animais, bem como são usados animais em diversos experimentos para avaliação da dor
humana.
Os cavalos, por sua vez, não têm uma coluna tão privilegiada e nem as costelas
tão arqueadas compondo, portanto, um tipo intermediário em relação ao aspecto que
estamos comentando e, portanto, correm mais com as suas eficientes pernas do que
contando com uma vantajosa conformação de coluna e costelas.
Graças a isso, o tórax dos bovinos caracteriza o tipo resistente, com pouca
capacidade de expansão.
Ao cair no chão (ser derrubado), o animal é arrastado, mesmo que por instantes,
disso resultando que a pele da cabeça, do pescoço, da parede lateral do tronco e dos
membros pode sofrer lesões diversas como equimoses, hematomas, “queimaduras”
(por atrito), solução de continuidade e perda de tecido.
Pode ainda acontecer fratura de costelas e de segmentos ósseos dos membros.
No caso de fratura de costelas, existe a possibilidade de contusão pulmonar,
hemorragia e pneumotórax com colabamento dos pulmões e conseqüente perda da
capacidade respiratória.
Ainda se ao cair o animal bater com a face lateral da cabeça contra o solo, pode
haver lesão do nervo facial, que inerva a musculatura da face, do que resulta paresia ou
paralisia temporária ou definitiva dessa musculatura.
Estados de estresse agudo, como é o que caracteriza para o animal, essa prova,
determinam liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, relacionados com o
catabolismo (aumento da produção de energia). Esses hormônios causam consumo de
nutrientes de forma anômala levando a consequências indesejáveis como a depressão
imunológica, que predispõe o indivíduo a infecções e outros estados mórbidos.
Por outro lado, os bovinos também são animais que expressam muitomal,
seus estados de sofrimento. Sofrem em silêncio. Não gemem, nãochamam
facilmente nossa atenção, o que facilita a possibilidade de quesejam camufladas
situações de vivência de dor/sofrimento. Mas, emabsoluto isto não significa que não
sofram, pois são feitos dos mesmostecidos orgânicos que tantos outros animais,
inclusive os seres humanos.
Mesmo que não sejam detectadas lesões (o que não significa queelas não
existam), não se pode afirmar que o animal não sofra, pois osimples fato de estar sendo
perseguido, contido e violentamentederrubado, mediante torção brusca de seu pescoço,
por si só representafator determinante de sofrimento físico e mental.
A exemplo, uma pessoa pode receber um tapa no rosto enão apresentar nenhuma
lesão indicativa do fato. Isso confirma oenunciado metodológico de que “a ausência de
evidência nãosignifica evidência de ausência”.
Chega! Basta! Clamamos agora por vivência harmônica comtudo e com todos.
Portanto, face ao que posso perceber das provas de bulldog, sinto-meno dever
não apenas pessoal, mas também profissional de meposicionar contra a prática dessa
modalidade de rodeio, por seremevidentes os atos de crueldade em que se encontram
envolvidos osanimais utilizados nessas provas.
Considerando que:
- a violenta torção que o peão determina no pescoço do garrote, seja para adireita ou
para a esquerda, representa fator de risco para ocorrência delesões na porção cervical da
coluna vertebral, particularmente em seusdois locais de fragilidade anatômica, tais
sejam a região da 3ª. e 4ª.vértebras cervicais e a região da 5ª. à 7ª. vértebras cervicais;
- os bovinos são animais que expressam muito mal seus estados desofrimento, o que
favorece a possibilidade de que sejam camufladassituações de vivência de dor /
sofrimento;
- faz parte dos ideais renovadores do ser humano, a busca de suatranscendência para o
alcance de patamares éticos mais elevados dedignidade pessoal e coletiva, os quais não
contemplam a sujeição e aexploração de animais,
Atenciosamente,
1
Revista da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha nº 166 - retrospectiva 2005.
2
Carter R. Mapping the Mind, chapter four. Los Angeles: University of California Press; 2000.
4. Os animais como “coisas” - os animais não são simples “coisas”, não são
máquinas cartesianas que se movimentam unicamente por automatismos e instintos,
como se supôs durante mais de três séculos e ainda assim o supõem as pessoas
desinformadas. Essa equivocada postura vem de René Descartes, filósofo francês do
século XVII. Por influência religiosa, admitia a sensibilidade como sendo atributo da
alma, que só existiria nos seres humanos. Consequentemente, os animais eram vistos
Uma hipótese que consideramos bem provável é a de que o bovino ceda à sua
derrubada subjugado pela dor física e pelo sofrimento mental que vivencia no momento.
Assim que consegue agarrar a cauda do boi, o peão segura-a com firmeza e, à
medida que se aproxima da área demarcada, prossegue torcendo-a várias vezes para
finalmente estira-la fortemente (Figura 5).
10
3
Vaquejadas do Passado, capítulo O Boi Inspetor (pag. 119), de Evandro Araújo Branco
11
12
13
Nesse caso, há alteração ou perda de função das estruturas inervadas por esses
nervos, além da ocorrência de dor intensa, na região comprometida.
- os mecanismos neurais da dor - Hoje se sabe que a dor nos animais é tão
presente quanto no ser humano, pois as chamadas “vias neurais da dor”, ou seja, o
conjunto das estruturas nervosas pelas quais caminham os estímulos produtores de dor
tem equivalência entre seres humanos e animais, particularmente mamíferos, constantes
do livro4 indicado na Figura 9 (capítulo XII).
4
Prada. I. Neuroanatomia Funcional em Medicina Veterinária. Com correlações clínicas. Capítulo XIV.
Capítulo XII – Vias Sensitivas (Aferentes). Jaboticabal, Editora Terra Molhada, 2014.
14
15
16
5
Prada, I. – Os Animais são Seres Sencientes - capítulo no livro Instrumento Animal. O Uso prejudicial
de animais no Ensino Superior. Coordenador – Thales Tréz. Patrocínio Animal Free Research -
www.animalfree-research.org InterNICHEwww.interniche.org, 2008.
6
Prada, ILS. - A Alma dos Animais. Capítulo VI – Os Transdutores Cerebrais. Casa Editora O Clarim,
Matão - SP, 2018.
17
- Outras lesões podem ocorrer, além da cauda - devido à brusca queda e forte
impacto do animal no solo, seu corpo é passível de sofre lesões em outros segmentos,
estruturas e regiões, tais sejam:
- cabeça – no episódio da queda, se o animal bater com a face lateral da
cabeçacontra o solo, pode haver lesão do nervo facial(Figura 11), que inerva a
musculatura da expressão facial,do que resulta paresia (paralisia parcial) ou paralisia
temporária ou definitivadessamusculatura;
18
19
20
21
A Ciência do Bem-Estar animal nos mostra que “os animais tem interesse
em não sofrer” e tem sido uma ferramenta fundamental para aprimorar práticas e
minimizar ou eliminar riscos aos animais seja no sistema de criação, transporte e
desta forma ainda contribuíndo na busca de alternativas para minimizar praticas
cruéis e desnecessárias aos animais de produção, por exemplo.
O valor real da Ciência do Bem-Estar animal se traduz em todo mercado de
produção animal para exportação para países europeus e outros onde a sociedade local
não aceita mais a sofrimento/ crueldade animal.
22
Considerações Finais
23
24
- Mahatma Gandhi – (1869 – 1948): “seja você a mudança que quer ver no mundo!”
Conclusões Finais:
Médica Veterinária pela Unesp, campus de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
CRMV-SP 4119
Diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
Coordenadora de Projetos e Educação do Instituto de Medicina veterinária do Coletivo
Diretora técnica do Grupo de Voluntários para Valorização da Vida Animal
Pós graduada em Saúde Pública pela Unicamp
Pós graduada em Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental pela Unicamp
Pós graduada em Ecologia e Educação Ambiental pela UniAnchieta
Pós graduada em Comportamento animal pela UNIFEOB
Pós graduada em Homeopatia pelo Instituto Jaqueline Pecker
Pós graduada em Bem -Estar animal pelo E-Learning Cambrigde- UK
Pós graduanda em Medicina Veterinária Legal
26
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
É bem verdade que o art. 225 da Constituição tem nítida feição antropocêntrica, qualificando o
interesse ambiental como propriedade humana, do que é deveras emblemático o próprio conceito de "meio
ambiente" a pressupor um entorno ao ser humano, como se não fosse ser integrante da natureza.
Contudo, mesmo o antropocêntrico art. 225 reconhece claramente um direito aos animais: o direito
de não serem submetidos a crueldade (CF, art. 225, § 1º, VII). Embora trivial, a interpretação da regra
constitucional que veda expressamente as práticas que submetam os animais à crueldade conduz ao
reconhecimento do direito em comento, posto que só faz sentido cogitar de se incumbir o poder público de
proteger a fauna das condutas descritas no texto constitucional se tais condutas violam direito de alguém.
A ressalva contida no § 7º do mesmo art. 225, acrescentado pela EC 96/17, deve ser interpretada em
harmonia com o conjunto do texto constitucional. A diretriz geral do art. 225 indica que o preservacionismo
é a referência hermenêutica de todo o ordenamento jurídico. A preservação do esporte e da cultura deve
ocorrer em conformidade com o princípio da proteção à vida com dignidade, que é assegurada também aos
animais não-humanos. Assim, nos casos em que as práticas desportivas e culturais não impliquem em
tratamento cruel a animais, a conduta estará respaldada pela ordem constitucional - pense-se, por exemplo,
numa manifestação como a das Cavalhadas, que ocorrem no estado de Goiás, com cavaleiros montados
numa manifestação folclórica, que não submtete os animais envolvidos a sofrimento exagerado ou
desnecessário. Se a prática dita "esportiva" ou "cultural" pressupõe a submissão de animais a crueldade ou
maus-tratos, é francamente inconstitucional, e não se respalda pela ressalva do § 7º do art. 225 da Carta.
Acrescente-se a recordação de que a Lei n. 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais) tipifica como
delito a conduta de "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos" (art. 32). Se a conduta é tipificada como crime, é inerentemente ilícita,
posto que crime é, por definição, fato típico, antijurídico e culpável. Se é conduta ilícita, reforça-se o
reconhecimento da plausibilidade jurídica da pretensão de coibição do ato.
Contudo, há que ponderar que, como admite a própria autora, o evento referido na inicial tem escopo
bem mais amplo que as provas de rodeio, envolvendo divulgação de cultura sertaneja, comercialização de
bens em geral etc., que não se relacionam necessariamente com as provas crueis, e que são perfeitamente
lícitos, podendo ser realizados, sem prejuízo da tutela provisória ora concedida.
Em face do exposto, defiro a liminar, para cominar aos réus a proibição de realização de provas
envolvendo maus-tratos e crueldade com animais, especiaimente provas de perseguição, laceio e derrubada
de animais, sob pena de multa no valor de R$ 2.000.000,00 pela violação, sem prejuízo da responsabilidade
penal e administrativa respectivas. Os órgãos públicos competentes ficam obrigados a realizar a fiscalização
do evento, de modo a impedir a realização das atividades lesivas à proteção constitucional da fauna.
Dispenso a audiência prévia de autcomposição, dado o caráter indisponível dos interesses jurídicos
em pauta. Cite-se e intimem-se, com urgência, para ciência e cumprimento à presente decisão, bem como
para a apresentação da resposta, no prazo legal.
Juiz de Direito
VMADUFDF
Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF
SAM, sala 03, térreo, Setores Complementares, BRASÍLIA - DF - CEP:
70620-020
Telefone: (61) 3103-4359
Horário de atendimento: 12:00 às 19:00
O Dr. CARLOS FREDERICO MAROJA DE MEDEIROS, Juiz de Direito da Vara de Meio Ambiente,
Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, DETERMINA ao senhor oficial de justiça que, nos autos da
Ação: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65) , processo n° 0704008-21.2021.8.07.0018:
CITE para integrar a relação processual e, caso queira, oferecer contestação, ciente do conteúdo do presente
mandado e das peças anexas, o(a)(s):
Endereço: SAM Bloco "I" Edifício Sede - Brasília-DF - CEP: 70620-000 - Telefone: 3325-3300
"Reconheço a plausibilidade jurídica da pretensão autoral, pelas seguintes razões: É bem verdade que o
art. 225 da Constituição tem nítida feição antropocêntrica, qualificando o interesse ambiental como
propriedade humana, do que é deveras emblemático o próprio conceito de "meio ambiente" a pressupor um
entorno ao ser humano, como se não fosse ser integrante da natureza. Contudo, mesmo o antropocêntrico
art. 225 reconhece claramente um direito aos animais: o direito de não serem submetidos a crueldade (CF,
art. 225, § 1º, VII). Embora trivial, a interpretação da regra constitucional que veda expressamente as
práticas que submetam os animais à crueldade conduz ao reconhecimento do direito em comento, posto que
só faz sentido cogitar de se incumbir o poder público de proteger a fauna das condutas descritas no texto
constitucional se tais condutas violam direito de alguém. A ressalva contida no § 7º do mesmo art. 225,
acrescentado pela EC 96/17, deve ser interpretada em harmonia com o conjunto do texto constitucional. A
diretriz geral do art. 225 indica que o preservacionismo é a referência hermenêutica de todo o ordenamento
jurídico. A preservação do esporte e da cultura deve ocorrer em conformidade com o princípio da proteção
à vida com dignidade, que é assegurada também aos animais não-humanos. Assim, nos casos em que as
práticas desportivas e culturais não impliquem em tratamento cruel a animais, a conduta estará respaldada
pela ordem constitucional - pense-se, por exemplo, numa manifestação como a das Cavalhadas, que
ocorrem no estado de Goiás, com cavaleiros montados numa manifestação folclórica, que não submtete os
animais envolvidos a sofrimento exagerado ou desnecessário. Se a prática dita "esportiva" ou "cultural"
pressupõe a submissão de animais a crueldade ou maus-tratos, é francamente inconstitucional, e não se
respalda pela ressalva do § 7º do art. 225 da Carta. Acrescente-se a recordação de que a Lei n. 9605/98
(Lei dos Crimes Ambientais) tipifica como delito a conduta de "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
OBSERVAÇÃO:
* O prazo para contestação será de 30 (trinta) dias úteis, contados do registro do mandado cumprido no
Processo Eletrônico – Pje, devendo indicar as provas que pretende(m) produzir.
CUMPRA-SE, na forma da lei. Confere e subscreve, por determinação do MM. Juiz de Direito.
Obs: Os documentos/decisões do processo, cujas chaves de acesso estão acima descritas, poderão ser
acessados por meio do
link: https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam (ou pelo site do TJDFT:
"www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Advogados" > item "Processo Eletrônico - PJe" > item
"Autenticação de documentos"; ou também pelo site do TJDFT: "www.tjdft.jus.br" > Aba lateral
direita "Cidadãos" > item "Autenticação de Documentos" > item "Processo Judicial Eletrônico - PJe
[Documentos emitidos no PJe]).
VMADUFDF
Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF
SAM, sala 03, térreo, Setores Complementares, BRASÍLIA - DF - CEP:
70620-020
Telefone: (61) 3103-4359
Horário de atendimento: 12:00 às 19:00
O Dr. CARLOS FREDERICO MAROJA DE MEDEIROS, Juiz de Direito da Vara de Meio Ambiente,
Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, DETERMINA ao senhor oficial de justiça que, nos autos da
Ação: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65) , processo n° 0704008-21.2021.8.07.0018:
CITE para integrar a relação processual e, caso queira, oferecer contestação, ciente do conteúdo do presente
mandado e das peças anexas, o(a)(s):
Endereço: SAM Bloco "I" Edifício Sede - Brasília-DF - CEP: 70620-000 - Telefone: 3325-3300
"Reconheço a plausibilidade jurídica da pretensão autoral, pelas seguintes razões: É bem verdade que o
art. 225 da Constituição tem nítida feição antropocêntrica, qualificando o interesse ambiental como
propriedade humana, do que é deveras emblemático o próprio conceito de "meio ambiente" a pressupor um
entorno ao ser humano, como se não fosse ser integrante da natureza. Contudo, mesmo o antropocêntrico
art. 225 reconhece claramente um direito aos animais: o direito de não serem submetidos a crueldade (CF,
art. 225, § 1º, VII). Embora trivial, a interpretação da regra constitucional que veda expressamente as
práticas que submetam os animais à crueldade conduz ao reconhecimento do direito em comento, posto que
só faz sentido cogitar de se incumbir o poder público de proteger a fauna das condutas descritas no texto
constitucional se tais condutas violam direito de alguém. A ressalva contida no § 7º do mesmo art. 225,
acrescentado pela EC 96/17, deve ser interpretada em harmonia com o conjunto do texto constitucional. A
diretriz geral do art. 225 indica que o preservacionismo é a referência hermenêutica de todo o ordenamento
jurídico. A preservação do esporte e da cultura deve ocorrer em conformidade com o princípio da proteção
à vida com dignidade, que é assegurada também aos animais não-humanos. Assim, nos casos em que as
práticas desportivas e culturais não impliquem em tratamento cruel a animais, a conduta estará respaldada
pela ordem constitucional - pense-se, por exemplo, numa manifestação como a das Cavalhadas, que
ocorrem no estado de Goiás, com cavaleiros montados numa manifestação folclórica, que não submtete os
animais envolvidos a sofrimento exagerado ou desnecessário. Se a prática dita "esportiva" ou "cultural"
pressupõe a submissão de animais a crueldade ou maus-tratos, é francamente inconstitucional, e não se
respalda pela ressalva do § 7º do art. 225 da Carta. Acrescente-se a recordação de que a Lei n. 9605/98
(Lei dos Crimes Ambientais) tipifica como delito a conduta de "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos" (art. 32). Se a conduta é
tipificada como crime, é inerentemente ilícita, posto que crime é, por definição, fato típico, antijurídico e
OBSERVAÇÃO:
* O prazo para contestação será de 30 (trinta) dias úteis, contados do registro do mandado cumprido no
Processo Eletrônico – Pje, devendo indicar as provas que pretende(m) produzir.
CUMPRA-SE, na forma da lei. Confere e subscreve, por determinação do MM. Juiz de Direito.
Obs: Os documentos/decisões do processo, cujas chaves de acesso estão acima descritas, poderão ser
acessados por meio do
link: https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam (ou pelo site do TJDFT:
"www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Advogados" > item "Processo Eletrônico - PJe" > item
"Autenticação de documentos"; ou também pelo site do TJDFT: "www.tjdft.jus.br" > Aba lateral
direita "Cidadãos" > item "Autenticação de Documentos" > item "Processo Judicial Eletrônico - PJe
[Documentos emitidos no PJe]).
VMADUFDF
Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF
Certifico e dou fé que foi realizada Inspeção Ordinária relativa ao ciclo de 2021 nos presentes autos, e que: