Quadro de Gestão Ambiental e Social - 2

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Public Disclosure Authorized

  República de Moçambique
 
MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL
INSTINSTITUTO NACIONAL DE ACÇÃO SOCIAL, IP 
Public Disclosure Authorized

Projecto de Protecção Social


Financiamento Adicional 3

(P174783)
Public Disclosure Authorized

QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

VERSÃO DRAFT
Public Disclosure Authorized

Dezembro, 2020
ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

AA Avaliação Ambiental
EAS Estudo Ambiental Simplificado
AIAS Avaliação do Impacto Ambiental e Social
ANE Administração Nacional de Estradas
ARA Administração Nacional de Águas
BM Banco Mundial
DEP Departamento de Estradas e Pontes
DGA Departamento de Gestão Ambiental
DIA Departamento de Inspecção Ambiental
DMPUA Direcção Ambiental de Planeamento Urbano Ambiental
DNARH Direcção Nacional de Águas e Recursos Hídricos
DNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental
DINAB Direcção Nacional do Ambiente
DINAPOT Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial
DNOTR Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento
DPA Direção Provincial de Agricultura
DPCA Direcção Ambiental de Coordenação Ambiental
DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação
DPU Departamento de Planeamento Urbano
EA Environmental Assessment
ENSSB Estratégia Nacional de Segurança Social Básica
EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito

2
EIA Environmental Impact Assessment
ESMP Environmental and Social Management Plan
ESMF Environmental and Social Management Framework
FA1 Financiamento Adicional Um 
FA2 Financiamento Adicional Dois 
FI Financiamento Inicial 
FIAP Ficha de Informação Ambiental Preliminar
GM Governo de Moçambique
INAS Instituto Nacional de Acção Social
MTA Ministério da Terra e Ambiente
MGCAS Ministério do Género, Criança e Acção Social
MOPHRH Ministério de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
PAR Plano de Acção de Reassentamento
PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social
QGAS Quadro de Gestão Ambiental e Social
QPR Quadro de Política de Reassentamento
SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas
SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas
SEA Simplified Environmental Assesment
SPA Serviços Provinciais Agrários
SPER Serviços Provinciais de Extensão Rural
TDR Termos de Referência
UASMA Unidade de Assuntos Sociais e de Meio Ambiente
USD United States Dollar – Dolar dos Estados Unidos

3
ÍNDICE

ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS .......................................................................................2


ÍNDICE..................................................................................................................................1
SUMÁRIO EXECUTIVO .......................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1
2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ......................................................................................2
2.1 Antecedentes ......................................................................................................................................... 2
2.2 Objectivo e Componentes do Projecto................................................................................................... 4
2.3 Área de Abrangência Territorial e Beneficiários ..................................................................................... 5

3 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL ..........................................8


3.1 Políticas Ambientais e de Salvaguarda Social do Banco Mundial ......................................................... 8
4.2 Directrizes Gerais de Meio Ambiente, Saúde e Segurança .......................................................................... 8
3.2 Triagem e Categoria Ambiental e Social.............................................................................................. 11
3.3 Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial para o Projecto............................................................. 12

4 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL DE MOÇAMBIQUE ........................................16


4.1 Quadro Legal ....................................................................................................................................... 16
4.2 Quadro Institucional ............................................................................................................................. 20
4.3 QUADRO LEGAL NACIONAL VS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL........... 23

5 BREVE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL ...............................................25


5.1 Contextualização ................................................................................................................................. 25
5.2 Violência Baseada em Género ............................................................................................................ 29
5.3 Impacto da pandemia Covid-19 e Resposta do Governo .................................................................... 30

6 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO .32


6.1 Impactos positivos a potenciar ............................................................................................................. 32
6.2 Potenciais riscos e impactos adversos a mitigar ................................................................................. 33
6.3 Síntese dos Impactos e riscos sociais e ambientais e medidas de mitigação ..................................... 36

7 PROCEDIMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS .....................................40


7.1 Introdução ............................................................................................................................................ 40
7.2 Plano de Acção para Prevenção e Controle de Infecção COVID-19 ................................................... 40
7.3 Plano de Acção para Violência Baseada no Género ........................................................................... 41
7.4 Plano de Envolvimento de Partes Interessadas .................................................................................. 43
7.5 Mecanismo de Queixas e Reclamaçoes .............................................................................................. 48

8 ARRANJO INSTITUCIONAL, CAPACITAÇÃO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ..52


8.1 Antecedentes ....................................................................................................................................... 52
8.2 Arranjos Institucionais e Necessidades de Capacitação para o FA3 ................................................... 53
8.3 Monitoria e Avaliação........................................................................................................................... 54

9 ORÇAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS .....................................................54


10 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................55
1
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 – PLANO DE RESPOSTA DO INAS CENTRAL AO COVID ........................................... 57
ANEXO 2 – FICHA DE TRIAGEM, PAA VERIFICAÇÃO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE
INFECÇÃO COVID-19 ...................................................................................................................... 62
ANEXO 3 – MODELO DE PROTOCOLO DE CONTROLE DE INFECÇÃO POR COVID-19 E
PREVENÇÃO PARA AGÊNCIAS TERCIARIZADAS ....................................................................... 64
ANEXO 4 – DIRECTRIZES OPERACIONAIS DO BANCO MUNDIAL PARA O MECANISMO DE
REPARAÇÃO DE QUEIXA (MRQ) ................................................................................................... 66

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Áreas territoriais abrangidas pelas Fases 1 e 2 do FA 3 ....................................7 
Figura 2 - Número de eventos climáticos entre 1950 e 2010 (MITADER, 2013) ...............27 
Figura 3 - Desastres naturais por região, entre 1956 e 2008 (adaptado de INGC, 2009) ..27 
Figura 4 – Distribuição do Índice de Pobreza Muldimensional ...........................................28 
Figura 5 - Processo de queixas e reclamações..................................................................50 

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Áreas territoriais abrangidas pelo FA3 ...............................................................6 
Tabela 2 - Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial ...................8 
Tabela 3 - Tipo de EPI recomendado ...................................................................................9 
Tabela 4 - Políticas de salvaguardas aplicáveis ao Projecto..............................................13 
Tabela 5 - Comparação entre Legislação Moçambicana relevante e do Banco Mundial ...23 
Tabela 6 - Síntese de Potenciais Impactos e Riscos e Medidas de Mitigação ..................37 
Tabela 7 – Plano de Acção para prevenção e controle de Covid-19 .................................40 
Tabela 8 – Plano de Acção para Violência Baseada no Género........................................41 
Tabela 9 – Plano de Envolvimento de Partes Interessadas ...............................................45 
Tabela 10 - Orçamento estimadopara implementação do QGAS do FA3..........................54 

2
SUMÁRIO EXECUTIVO

1. Introdução
O Governo de Moçambique (GoM), através do Ministério do Género, Criança e Acção Social
(MGCAS) vem implementando, desde 2013, o Projeto de Proteção Social (P129524) tendo
como objectivo fornecer apoio temporário ao rendimento das famílias extremamente pobres
e para apoiar o desenvolvimento de um sistema de rede de segurança social. O projecto
inicial focou-se em trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra, tendo sido
complementado por financiamentos adicionais, que passaram também a incluir
Transferências Directas para apoio a famílias mais vulneráveis, designadamente para
prestação de assistência social pós emergência na Província de Gaza, após a seca
derivada do El Nino em 2016 (Financiamento Adicional 1 - P161351), e para o apoio na
Resposta aos Ciclones Idai e Kenneth, nas províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado
em 2019 (Financiamento Adicional 2 - P170327). O projecto está a ser implementado pelo
Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS), através do Instituto Nacional de
Acção Social (INAS), sendo actualmente considerado satisfatório o nível de concretização
dos objectivos de desenvolvimento do projecto (ODP).
Desde Fevereiro de 2020, Moçambique tem sido afectado pela pandemia COVID-19, que
levou a que o GoM estabelecesse medidas de confinamento para contenção da propagação
do vírus, com graves implicações na actividade económica, reduzindo a capacidade de
compra e afectando seriamente as famílias das áreas urbanas e peri-urbanas cujos
rendimentos se baseiam no sector informal. Em resposta à crise da COVID-19, o Governo
desenvolveu um Plano de Resposta de Protecção Social COVID-19 para mitigar o impacto
nos pobres e vulneráveis.
O proposto Financiamento Adicional 3 (FA 3) do Projecto de Protecção Social tem como
objectivo apoiar o GoM na implementação do seu Plano de Resposta de Protecção Social
COVID-19, mais precisamente no reforço de transferências directas a famílias vulneráveis,
afectadas pelos impactos económicos do COVID-19.
O Projecto de Protecção Social está a ser desenvolvido ao abrigo das Políticas de
Salvaguarda do Grupo Banco Mundial, tendo sido accionadas a Política Operacional OP/BP
4.01 relativa à Avaliação Ambiental e a Política Operacional OP/BP 4.12 relativa ao
Reassentamento Involuntário. Ao abrigo da OP4.01 o projecto foi classificado com a
categoria B, o que levou à preparação de um Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS),
actualizado em 2017 e 2019, aquando da aprovação do financiamento adicional 2. Foi
também elaborado e actualizado um Quadro de Política de Reassentamento (QPR). Em
ambos os casos os documentos passaram por processos de consulta pública envolvendo
representantes do actual Ministério de Terras e Ambiente (MTA), dos municípios de Maputo
e Chicualacuala e organização e não-governamentais (ONGs), designadamente Programa
Mundial de Alimentos e a Habitafrica, para além de visitas e entrevistas em locias de
implementação de actividades do projecto.
Uma vez que não haverá alteração na área territorial de implantação, nem nas actividades,
que estarão limitadas a apoio através de Transferências Directas, o FA 3, continuará a se
reger pelas Políticas Operacionais de Salvaguarda do Banco Mundial, em vez do novo
Quadro Ambiental e Social, aprovado em 2018, pelo Grupo Banco

3
O presente documento constitui uma Versão Draft da actualização do QGAS para o FA 3,
que tem em consideração lições aprendidas durante as fases anteriores de implementação
e integra novos riscos relacionados com o COVID-19, bem como outros identificados. Este
QGAS incorpora os contributos da Avaliação Social Rápida realizada para o FA3. A
actualização do QPR para o FA 3 constitui um documente autónomo.
O QGAS visa assegurar o cumprimento dos requisitos ambientais e sociais nacionais, bem
como o cumprimento das salvaguardas sociais e ambientais do Banco Mundial e as suas
Directrizes Gerais e Específicas para o Ambiente, Saúde e Segurança. Inclui uma
identificação preliminar de possíveis impactos ambientais e sociais, define procedimentos
para avaliação ambiental e social e gestão de potenciais riscos e impactos, definindo
arranjos institucionais necessários, capacitação e orçamento para implementação.
O QGAS é um instrumento dinâmico que deve ser revisto periodicamente para ser
actualizado e incluir lições aprendidas. O QGAS é um instrumento dinâmico que deve ser
revisto periodicamente para ser actualizado e incluir lições aprendidas. Esta Versão Draft
do QGAS será divulgada publicamente em Moçambique, no website do INAS e no website
do Banco Mundial

2. Descrição do Projecto
O Governo de Moçambique, através do Ministério do Género, Criança e Acção Social
(MGCAS) desde 2013, tem vindo a o Projeto de Proteção Social (P129524) financiado pelo
Banco Mundial, tendo como objectivo fornecer apoio temporário ao rendimento das famílias
extremamente pobres e para apoiar o desenvolvimento de um sistema de rede de
segurança social.
O projecto inicial focou-se no reforço institucional e capacitação para apoiar a consolidação
da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica, bem como em apoio às famílias mais
vulneráveis através de um programa de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-
obra (PASP). Na sequência da emergência da seca provocada pelo do El Nino em 2016,
na província de Gaza, este programa teve uma Financiamento Adicional (FA1) para apoiar
a famílias afectadas, que passou também a incluir transferências directas para as famílias
mais vulneráveis. Em 2019, para fazer face à pós-emergência dos ciclones Idai e Kenetth
que fustigaram as províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado foi aprovado um novo
Financiamento Adicional (FA2), apoio às famílias mais vulneráveis afectadas.
O Projecto de Protecção Social, juntamente com os financiamentos adicionais (FA1 e FA2)
compreende assim, as seguintes três componentes:
 Componente 1: Fortalecimento institucional e criação de capacidades para apoiar a
consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica. O objectivo desta
componente é duplo: (i) apoiar o Governo de Moçambique (GoM) a criar e melhorar a
cadeia de fornecimento do sistema e os instrumentos fundamentais para a
implementação da Estratégia Nacional de Protecção Social (ENSSB); e (ii) desenvolver
as capacidades do INAS a nível central e local para implementar e monitorizar
programas de protecção social.
 Componente 2: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra. Esta
componente visa fornecer apoio ao rendimento sazonal aos agregados familiares
pobres através da sua participação em obras públicas.
 Componente 3. Transferências Directas de dinheiro. Esta componente fornece apoio
ao rendimento aos agregados familiares afectados por choques naturais ou provocados
4
pelo homem através de Transferências Diretas de Dinheiro (ECT) para pós
emergência, e a outros agregados familiares vulneráveis com base em critérios de
elegibilidade previamente definidos.
O projecto está a ser implementado pelo Ministério de Género, Criança e Acção Social
através do Instituto Nacional de Acção Social (INAS) e é actualmente considerado
satisfatório o nível de concretização dos objectivos de desenvolvimento do projecto (ODP).
Desde Fevereiro 2020 Moçambique foi afectado pela pandemia Covid-19, que levou ao
estabelecimento de Estado de Emergência em 30 de Março de 2020, com implicações na
actividade económica, reduzindo a capacidade de compra e afectando seriamente as
famílias das áreas urbanas e peri-urbanas cujos rendimentos se baseiam no sector
informal. A 7 de Setembro, Moçambique passou de um Estado de Emergência para um
Estado de Calamidade Pública que preserva muitas das medidas de prevenção do Estado
de Emergência, embora com o gradual reinício das actividades sociais e económicas, em
coordenação com as autoridades sanitárias. Contudo, a população continua a ser
convidada a continuar a respeitar as medidas preventivas.
Em resposta à crise da COVID-19, o Governo desenvolveu um Plano de Resposta de
Protecção Social COVID-19 para mitigar o impacto nos pobres e vulneráveis. O plano tem
dois pilares:
 Pilar 1 Transferências monetárias incondicionais adicionais aos beneficiários que vêm
sendo assistidos nos programas de protecção social básica do INAS. Este cobre mais
de 592.000 beneficiários existentes nos programas, a maioria deles em áreas rurais e
com uma maior incidência de pobreza. Este pilar tem um custo estimado de 27,1
milhões de dólares e será suportado pelo Projecto de Recuperação a Emergência do
Idai e Kenneth (P171040) e complementado pelo FA3.
 Pilar 2 Aumenta a cobertura das Transferências Diretas em Dinheiro para resposta de
emergência a pouco mais de 1100.000 agregados familiares em situação de pobreza
e vulnerabilidade em áreas urbanas e periurbanas que não faziam parte de nenhum
programa do INAS. Destes, 291.000 agregados familiares já foram inscritos no
programa PASD-PE e serão suportados pelo Projecto de Recuperação a Emergência
do Idai e Kenneth (P171040) e pelo FA3, com um custo estimado de 52,6 milhões de
dólares. A selecção dos beneficiários baseou-se num mapa multidimensional da
pobreza a nível do bairro realizado pelo Ministério da Economia e Finanças, e nos
critérios de elegibilidade e priorização do INAS utilizados em operações de emergência
anteriores, dendo se dado prioridade às famílias chefiadas por mulheres, com crianças
menores de cinco anos, idosos, entre outros critérios. O custo da total suportados pelo
Banco Mundial nos dois pilares do plano de resposta da protecção social à Covid-19 é
de 79,7 milhões de dólares.
O INAS já iniciou a implementação da resposta com o apoio do Banco Mundial. O Governo
de Moçambique solicitou a activação do CERC no Projecto de Recuperação e Resiliência
de Emergência (P171040), alocando 53,5 milhões de dólares americanos para financiar a
Resposta da Protecção Social COVID. Os fundos do CERC permitiram ao INAS lançar a
implementação da Resposta COVID-19 em ambos os pilares, incluindo os registos dos
beneficiários e a entrega de benefícios.
O Financiamento Adicional 3 (FA3) do Projeto de Proteção Social irá reforçar o o apoio do
Banco Mundial ao Governo de Moçambique, na implementação do Plano de Resposta de
Protecção Social COVID-19.

5
Objectivo e Componentes do FA3
O FA3 mantém o objectivo de desenvolvimento (ODP) inicial do Projecto de Protecção
Social, que consiste em “oferecer apoio temporário de rendimentos a agregados familiares
extremamente pobres e pôr em prática os elementos constitutivos de um sistema de
segurança social básica”.
As três componentes do projecto e as disposições de implementação existentes serão
mantidas. As actividades do projecto serão, contudo, modificadas para reflectir a expansão
dos programas através dos pagamentos adicionais (Pilar Um) ou através de uma cobertura
alargada (Pilar Dois).
Componente 1. Esta componente não será modificada e suportará os custos operacionais
associados à entrega de programas de assistência social.
Componente 2. Esta componente de trabalhos públicos com mão-de-obra intensiva
suspendeu a implementação de projectos, em resposta à pandemia Covid-19. Os
beneficiários passaram a receber subsídios adicionais.
Componente 3. Esta componente irá aumentar a cobertura das Transferências Diretas de
Dinheiro para as duas subpopulações e em áreas cobertas pelo projeto atual:
 Passará a entregar Pagamentos Adicionais (Pilar 1) aos beneficiários do Programa
Transferências Diretas de em Dinheiro para 592.000 famílias vulneráveis existentes
nos programas, que é implementado no âmbito do actual Projecto de Protecção
Social.
 Alargará a cobertura das Transferências Diretas de Dinheiro para resposta de
emergência (PASD-PE) a 291.000 famílias urbanas e peri-urbanas do Pilar 2 que
não faziam parte dos programas do INAS (sendo 60% mulheres). O registo das
291.000 famílias já foi concluído com o apoio do Projecto de Protecção Social e do
financiamento do Projecto de Resposta e Resiliência de Emergência. Esta expansão
terá lugar em unidades administrativas (delegações) abrangidas pelo actual
projecto. Os pagamentos serão efectuados principalmente por empresas móveis e
outras instituições financeiras para explorar a conectividade e as redes de agências
de pagamento. O INAS tem protocolos claros de encriptação e partilha de dados
com as empresas móveis que permitem minimizar a utilização inadequada da
informação dos beneficiários.

A cobertura prevista para os Pilares 1 e 2, suportado pelo Banco Mundial (Projecto de


Recuperação a Emergência do Idai e Kenneth e pelo FA3) é de cerca de 900.000
famílias em zonas urbanas e periurbanas, divididas em duas fases de implementação
para acomodar a capacidade de implementação e o financiamento disponível. A
primeira fase cobrirá 592.000 beneficiários existentes nos programas (sendo 60%
mulheres) com um custo estimado de 27,1 milhões de dólares e a segunda fase cobrirá
291.000 agregados familiares que não faziam parte dos programas do INAS, com um
custo de 52,6 milhões de dólares. O custo global do primeiro e segundo pilares durante
a primeira fase está estimado em 79,7 milhões de USD, que é o foco desta AF3
proposta.

O Instituto Nacional de Acção Social (INAS) constitui a agência de implementação e


responsável pelo Projecto de responsabilidades fiduciárias, sob a direcção política da
MGCAS. O Projecto poderá continuar a utilizar agências terceiras para contratar serviços

6
nas áreas de implementação para acelerar a prestação de serviços. A implementação de
transferências monetárias em zonas urbanas e peri-urbanas irá maximizar a utilização de
transferências electrónicas.
O FA3 irá abranger distritos já anteriormente abrangidos pelo Projecto de Protecção Social
e seus anteriores financiamentos adicionais. A selecção das áreas urbanas e peri-urbanas
que serão cobertas no âmbito do Pilar 2 foi efectuada com base num mapa multidimensional
da pobreza preparado pelo Ministério da Economia e Finanças, apoiado pelo projecto de
Estatísticas Nacionais e Dados para o Desenvolvimento financiado pelo Banco Mundial
(P162621), que identifica os distritos prioritários. A selecção de bairros específicos (bairros)
baseou-se nos indicadores do recente censo populacional e incluiu áreas com grandes
populações vulneráveis ou com elevada exposição à COVID-19, tal como distritos em
fronteiras com grandes fluxos populacionais. A selecção dos beneficiários dentro de bairros
seleccionados baseia-se nos critérios de vulnerabilidade do INAS utilizados em operações
de emergência anteriores, dando prioridade às famílias chefiadas por mulheres, com
crianças menores de cinco anos, idosos, entre outros.

3. Políticas de Salvaguarda Sociais e Ambientais do Banco Mundial

Banco Mundial possui dez Políticas de Salvaguarda do, criadas para apoiar o processo de
tomada de decisão, assegurando que os projectos financiados pelo Banco são
ambientalmente e socialmente sustentáveis. Estas Políticas Operacionais (PO) incluem:
Avaliação Ambiental (PO 4.01), Habitats Naturais (PO 4.04), Floresta (OP 4.36), Gestão
Integrada de Pragas (PO 4.09), Património Cultural (PO 4.11), Povos Indígenas (PO 4.10),
Reassentamento Involuntário (PO 4.12), Segurança de Barragens (PO 4.37), Projectos em
Águas Internacionais (PO 7.50) e Projectos em Áreas Controversas (PO 7.60). O Banco
Mundial considerou que o Financiamento Adicional do Projecto de Protecção Social acciona
as políticas de Avaliação Ambiental e de Reassentamento Involuntário.
De acordo com a política de Avaliação Ambiental, o Projecto foi classificado com a
Categoria B, tendo sido requerida a preparação de um Quadro de Gestão Ambiental e um
Quadro de Política de Reassentamento, que foram actualizados para os financiamentos
adicionais 1 e 2.

4. Quadro legal e institucional


Moçambique possui um amplo quadro legal em matérias ambiental e social, se ndo de
destacar os seguintes:
 Lei do Ambiente (Lei nº 20/97)
 Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº
54/2015)
 Regulamento sobre Gestão de Resíduos (Decreto nº 13/2006)
 Lei de Protecção Social (Lei n º 4/2007)
 A Lei do Trabalho (Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto)
 Regime Jurídico de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais (Decreto n.º
62/2013 de 4 de Dezembro)

7
 Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho (Diploma legislativo n.º
48/73 de 5 de Julho)

Embora tenha haja uma relativa harmonização entre a legislação ambiental e social
moçambicana e as Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial, ainda há diferenças em
alguns aspectos. No âmbito deste projecto, sempre que existir um conflito entre a legislação
nacional e as políticas de salvaguardas do Banco Mundial, esta última prevalece.

5. Breve Caracterização Ambiental e Social


Moçambique possui 28 milhões de habitantes, registando uma elevada taxa de
dependência elevada em relação à camada infanto-juvenil, mas muito reduzida
relativamente aos idosos. 52%, sendo de 5,2 o número médio de filhos por mulher. Em
média os agregados familiares são constituídos por 4,4 pessoas, sendo maioritariamente
(66,2%) chefiados pelo homem
As províncias de Nampula e Zambézia são as mais populosas do país, representando
praticamente 40% da população nacional, notando-se um aumento da densidade
populacional na zona costeira.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) publicado em 2018 coloca Moçambique na
180ª posição entre 189 países, com 0.446, portanto abaixo da média do grupo de países
de baixo desenvolvimento humano da África Sub-Sahariana (0.541). O Índice de
Desigualdade de Género (IDG) que reflecte desigualdades baseadas no género em temos
de saúde reprodutiva, empoderamento e actividade económica, Moçambique está colocado
na 142ª posição num total de 162 países. ao Índice de Pobreza Multidimensional1, dados
de 2011 indicam 72,5 % da população (21.496 mil pessoas) são multidimensionalmente
pobres, enquanto 13,6 % adicionais são classificados como vulneráveis à pobreza
multidimensional (4.026 mil pessoas). A pobreza acentua a maior parte dos riscos sociais,
incluindo os de mortalidade infantil, desnutrição crónica, abandono escolar, trabalho infantil,
casamentos prematuros, dentre outros.
A distribuição espacial da pobreza é enviesada - com uma pobreza quase duas vezes maior
nas zonas rurais (principalmente quando mais distantes de mercados e serviços) do que
nos centros urbanos - e uma desigualdade crescente entre as zonas rurais e urbanas. As
regiões Norte e Central continuam a apresentar um atraso em relação às regiões Sul, com
muito mais pessoas pobres no Niassa (67%), Nampula (65%) e Zambézia (62%) do que na
Província de Maputo (12%) e Cidade de Maputo (4%), as duas áreas que registaram o
maior declínio nas taxas de pobreza na última década.
Há uma grande disparidade de género na força de trabalho e desigualdades de género,
que fragilizam a mulher. As normas sociais e culturais profundamente enraizadas que
reforçam a desigualdade de género e um desequilíbrio de poder entre homens e mulheres
e entre adultos e crianças. A violência baseada no género, incluindo a exploração e abuso
sexual, é persistente e generalizada. A maior parte da violência contra mulheres e
raparigas, que tem lugar tanto na esfera pública como doméstica é perpetrada por um

1
A pobreza multidimensional refere-se a outras dimensões de privação, para além do consumo, que influenciam o bem-estar
das famílias, sendo calculado através do acesso a um conjunto de seis elementos mais estáveis: 1) pelo menos um membro
do agregado familiar ter finalizado a escola primária completa; 2) Acesso a fonte de água segura; 3) Acesso a saneamento
melhorado; 4) Casa com cobertura com materiais convencionais; 5) Acesso a saneamento melhorado; 6) Posse de bens
duráveis. É considerado pobre o agregado familiar privado de pelo menos quatro destes seis indicadores.

8
parceiro íntimo. as mulheres nas zonas urbanas estão mais expostas à violência sexual do
que as mulheres nas zonas rurais. Há elevados níveis de violência contra raparigas na
escola. Entre as diferentes províncias, a maior prevalência de violência sexual contra as
mulheres foi registada em Sofala, seguida de Manica e Gaza. Os dados mais baixos foram
observados em Cabo Delgado e Tete.
Moçambique é um dos países mais vulneráveis a eventos climáticos extremos, dada a sua
localização na zona de convergência inter-tropical, a jusante de diversas bacias
hidrográficas partilhadas e com uma longa costa, com áreas adjacentes de altitude abaixo
do actual nível das águas do mar. O facto de grande parte da população residir na faixa
costeira, de haver níveis elevados de pobreza, fragilidades nas infraestruturas e
equipamentos sociais (com destaque para saúde e saneamento) e baixa capacidade
financeira por parte do Governo para implementar medidas de adaptação contribui para a
elevada vulnerabilidade (MICOA, 2012).
Em 2015 foi aprovada a Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB) para o
período de 2016 a 2024, que estabelece quatro objectivos fundamentais a alcançar:
1) Reforçar o nível de consumo e a resiliência das camadas da população vivendo em
situação de pobreza e vulnerabilidade;
2) Contribuir para o desenvolvimento do capital humano, através da melhoria de
nutrição, do acesso aos serviços básicos de saúde e educação da população
vivendo em situação de pobreza e vulnerabilidade;
3) Prevenir e mitigar os riscos de violência, abuso, exploração, discriminação e
exclusão socia, através de serviços de acção social;
4) Desenvolver a capacidade institucional para a implementação e coordenação do
subsistema de segurança social básica.
Actualmente Moçambique encontra-se num momento fraco da sua história económica, em
que procura recuperar de grandes choques: a crise da dívida oculta e os efeitos
devastadores dos ciclones Idai e Kenneth em 2019. A crise da dívida surge em 2016,
quando são identificados grandes empréstimos externos anteriormente não revelados, que
abalaram a confiança no país, reduzindo o apoio externo, com consequente aumentou nos
níveis da dívida e redução do crescimento económico. Em 2019, a situação é agravada na
sequência dos ciclones Idai e Kenneth, que vieram causaram graves danos às
infraestruturas e meios de subsistência, das populações das províncias de Sofala, Manica
e Cabo Delgado diminuindo ainda mais o crescimento económico e o bem estar da
população.
Desde o início da pandemia, um número total de casos confirmados aumentou para 15.037
(a partir de 23 de Novembro de 2020). Em 30 de Março, foi declarado o Estado de
Emergência, impondo limitações aos movimentos no interior do país e às entradas na
fronteira, entre outras medidas. A 7 de Setembro, Moçambique passou de um Estado de
Emergência para um Estado de Calamidade Pública que preserva muitas das medidas de
prevenção do Estado de Emergência, embora com o gradual reinício das actividades
sociais e económicas, em coordenação com as autoridades sanitárias. Contudo, a
população continua a ser convidada a continuar a respeitar as medidas preventivas.
Dada a profundidade da crise da COVID-19, espera-se que a já difícil situação de pobreza
de Moçambique se agrave ainda mais. É provável que os meios de subsistência, a
segurança alimentar e a nutrição se agravem à medida que os rendimentos são afectados
pelo abrandamento da actividade económica. Espera-se que os impactos negativos nos
rendimentos sejam sentidos relativamente mais nas zonas urbanas e periurbanas onde as
9
medidas de distanciamento social e o encerramento de empresas estão a ter mais efeito.
Espera-se, pois, que a pandemia afecte predominantemente as populações em situação de
pobreza nestas áreas, afectando as suas fontes de rendimento provenientes do trabalho
informal e do trabalho por conta própria. Estima-se que a taxa de pobreza urbana de
Moçambique empurre mais 300.000 pessoas urbanas para a pobreza, devido ao
desemprego e à perda de rendimentos, ao aumento dos preços e a uma deterioração dos
serviços públicos.
As simulações dos efeitos da COVID-19 mostram um aumento da pobreza urbana de 32
para 42,9% num cenário com uma redução de 25% do consumo. Está também previsto um
aumento considerável da pobreza nas zonas rurais, com maior vulnerabilidade devido ao
menor acesso a serviços de saúde e saneamento, e a taxas mais elevadas de subnutrição
e pobreza extrema. A situação de insurgência na Província de Cabo Delgado tem
agudizado a situação humanitária na região, sendo também de referir problemas de
instabilidade e segurança na região Centro.
Espera-se também que as mulheres sejam afectadas ainda mais severamente pelos
diversos impactos sociais e económicos da crise. Devido os elevados níveis de
desigualdade de género no país e as normas sociais patriarcais, é de esperar um aumento
significativo do peso das mulheres e raparigas como cuidadoras, especialmente entre os
agregados familiares chefiados por mulheres. Além disso, com as dificuldades económicas,
uma perda esperada nas receitas do Governo pode levar a uma queda no financiamento
de serviços sociais fundamentais, tais como a educação e a saúde. A COVID-19 pode
também ter custos educacionais para as raparigas e consequências relacionadas com as
condições económicas, uma vez que as suas múltiplas responsabilidades de cuidados
podem levar a um encargo significativo no seu tempo, levando ao abandono escolar.
Nas zonas rurais, as mulheres e crianças podem estar em maior risco de contágio,
designadamente por se reunirem nos fontanários comunitários, que podem constituir um
centro de contágio. Por outro lado, as taxas mais elevadas de analfabetismo (56 contra 23%
em ambientes urbanos) podem também torná-las particularmente vulneráveis se os
protocolos de saúde pública não forem devidamente divulgados e permitirem a sua
compreensão dos riscos e medidas.
As disparidades de género pré-existentes podem vir a agravar a desvantagem das
mulheres e o seu empobrecimento durante e após a pandemia, podendo também haver
agravamento da violência baseada no género.
Assim, a implantação de redes de segurança social para proteger os indivíduos em situação
de pobreza e vulnerabilidade é crucial para mitigar os efeitos socioeconómicos negativos
da COVID-19.

6. Potenciais Impactos Ambientais e Sociais


As actividades da FA 3 estarão limitadas a actividades relacionadas com Transferências
Directas para os beneficiários (Componente 3 do projecto inicial), sendo muito limitados os
impactos ambientais e socias daí decorrentes.
Pela natureza do Projecto, serão proporcionados benefícios às famílias vulneráveis, já
apoiados pelo INAS, bem como a famílias mais afectadas pelos impactos económicos do
COVID-19, em áreas urbanas e peri-urbanas. Poderão, contudo, ocorrer impactos e riscos
adversos, que apesar de não se prever que sejam significativos, deverão merecer a devida

10
atenção, requerendo a implementação de medidas de mitigação para melhorar a
sustentabilidade ambiental e social do Projecto.
Os potenciais riscos e impactos ambientais e socias identificados estão relacionados
essencialmente com questões sociais associadas à elegibilidade para a assistência,
potenciais riscos relacionados com violência baseada em género, riscos de propagação do
COVID-19 na comunidade e no meio laboral e impactos relacionados com a gestão de
resíduos de materiais potencialmente contaminados com COVID-19.
Na tabela seguinte apresenta-se a síntese dos potenciais impactos e riscos ambientais e
sociais , as medidas de potenciação / mitigação propostas e os instrumentos de gestão em
que devem estar inseridas.

11
Componente Potenciais riscos Medidas de potenciação / mitigação Plano
Maior protecção social para Comunicação efectiva e abrangente sobre o PEPI
enfrentar o choque provocado Projecto e elegibilidade
pela pandemia COVID-19 e
maior resiliência a choques por
Protecção outras emergências
Social
Desenvolvimento o sentimento Campanhas de sensibilização sobre o carácter PEPI
de dependência temporário da assistência
Divulgação de programas de inclusão PEPI
económica
Critérios de elegibilidade não Envolvimento de partes interessadas na PEPI
priorizam todas as categorias definição dos critérios de elegibilidade, que
de indivíduos grupos mais assegurem a integração dos indivíduos/grupos
vulneráveis mais vulneráveis
Indivíduos/grupos mais Comunicação efectiva e abrangente sobre o PEPI
vulneráveis não beneficiam do Projecto e elegibilidade, com foco nos grupos
Projecto mais vulneráveis
Envolvimento de partes interessadas que PEPI
Abrangência possam efectivamente apoiar na identificação
de Grupos dos mais vulneráveis
Vulneráveis Assistência na apresentação de queixa MQR
relativas a não elegibilidade
Definição de formas de pagamento que
assegurem a abrangência de pessoas com
falta de acessibilidade aos pontos de
levantamento das transferências
Campanhas de sensibilização sobre o carácter PEPI
temporário da assistência
Divulgação de programas de inclusão PEPI
económica
Riscos de tensões entre Divulgação de mensagens claras e PEPI
beneficiários e não transparentes sobre os critérios de
Coesão e
beneficiários da mesma elegibilidade
Tensão Social
comunidade e consequentes
críticas ao programa Acesso a MQR, que analisa e responde de MQR
forma clara e transparente, num curto espaço
de tempo
Risco de abuso e exploração Promoção de acções de sensibilização e PA-VBG
sexual (AES) por parte de capacitação de todos os funcionários
funcionários, sobre candidatos envolvidos, sobre VBG / AES e sobre a não
ou beneficiários tolerância de maus comportamentos
Violência Divulgação na comunidade da não tolerância a PA-VBG
Baseada no VBG / AES e sobre a possibilidade de
Género apresentação de queixa através do MQR e do
seu princípio de confidencialidade,
centralidade de sobrevivência, e segurança de
sobrevivência
Definição de canais apropriados para recepção MQR-VBG
de queixas de VBG / AES,

12
Definição de formas de tratamento da queixa e MQR-VBG
penalizações dos infractores
Risco de violência doméstica Divulgação na comunidade da possibilidade de PA-VBG
baseada em género apresentação de queixa através do MQR e do
seu princípio de confidencialidade,
centralidade de sobrevivência, e segurança de
sobrevivência
Campanha de sensibilização contra violência PA-VBG
doméstica baseada em género, em
colaboração com outras organizações

Mapeamento de instituições para onde MQR-VBG


possam ser encaminhadas as vítimas de VBG
Risco de contágio por COVID- Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
19 nos pontos de registo e de sobre o COVID-19 e formas de prevenção
pagamento
Calendário de pontos de registo de candidatos PA-COVID
deve ser alargado para reduzir riscos
ajuntamentos
Calendário de pagamentos aos beneficiários PA-COVID
Saúde da deve ser distribuído de forma a reduzindo o
Comunidade número diário de beneficiários nos pontos de
pagamento
Promoção de formas de pagamento por via PA-COVID
digital
Nos pontos de registo e pagamento deve ser PA-COVID
definido e fiscalizado o distanciamento físico
social
Riscos de contágio por COVID- Aplicação de Ficha de Verificação de PA-COVID
19 em contexto laboral prevenção e Controle de Infeccão COVID-19
em todas as delegações do INAS e agências
terceirizadas
Questões
Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
Laborais e
sobre o COVID-19 e formas de prevenção
Condições de
Trabalho Implementação de medidas que garantam o PA-COVID
distanciamento social físico, a utilização PPE e
desinfecção de mãos
Implementação de procedimento de PA-COVID
identificação de caos com sintomas de COVID-
19 e isolamento imediato
Assistência a funcionários que tenham PA-COVID
contraído a doença
Impactos e riscos laborais (p.ex. Divulgação aos funcionários da possibilidade PEPI
horário de trabalho) e de apresentação de queixa de problemas
condições de trabalho (inc. laborais ou relacionados com condições de
cumprimento do Protocolo de trabalho, através do MQR
Controle e Prevenção do
COVID-19) MQR deve incluir canais de acesso aos MQR
funcionários e formas rápidas de resolução da
queixa
Degradação da qualidade do Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
ambiente por falta de sobre a necessidade de recolha de resíduos

13
Gestão de disposição adequada dos sólidos (incluindo papel e máscaras) em
Resíduos resíduos sólidos gerados caixotes do lixo
Sólidos durante a implementação do
Projecto Disposição dos resíduos gerados em locais PGRS
adequados, definidos, pelo especialista
ambiental do Projecto conjuntamente com as
autoridades locais
PA-COVID19 - Protocolo de Controle de Infecção por COVID-19 e Prevenção
PA-VBG – Plano de Acção para Violência Baseada em Género
PEPI – Plano de Envolvimento de Partes Interessadas
MQR – Mecanismo de Queixas e Reclamações

7. Procedimentos para implementação do QGAS


O presente QGAS integra instrumentos e ferramentas que visam a operacionalizar a
implementação das medidas de mitigação apresentadas anteriormente e facilitar a sua
monitorização. Estes instrumentos e ferramentas constituem guiões, que terão de ser
detalhados e actualizados pela equipa de salvaguardas do Projecto, com o apoio da equipa
de salvaguardas do WB, para integração no Manual de Operação do Projecto.
Assim, o QGAS compreende os seguintes planos:
‐ Plano de Prevenção e Controle de Infecção Covid 19 (PA-
‐ Plano e Acção para Violência Baseada no Género
‐ Plano de Envolvimento de Partes Interessadas
‐ Mecanismo de Queixas e Reclamações
Para além destes planos deverão ser ainda integrados no Manual de operações medidas
de boas práticas ambientais e sociais, relacionadas nomeadamente com a correcta gestão
de resíduos sólidos gerados e uso eficiente de água e energia eléctrica. Deverá ainda ser
definido um Código de Conduta para as agências terceirizadas integrando boas práticas,
incluído as relacionadas com o respeito pelos beneficiários e a não tolerância de situações
de violência baseada no género.

8. Arranjo Institucional, Capacitação, Monitorização e Avaliação


Para a implementação do Projecto de Protecção Social e seus financiamentos adicionais,
o INAS conta com uma equipa de consultores que presta assistência técnica e actua dentro
da orgânica da instituição). Integra a equipa de consultores, o especialista em salvaguardas
ambientais e sociais que lidera, capacita e supervisiona um grupo de três funcionários do
órgão central e pontos focais a nível provincial responsáveis pela componente de
salvaguardas. Recentemente o especialista de salvaguardas foi substituído por um novo
especialista, recrutado em Outubro de 2020.O especialista social cuja contratação estava
prevista no âmbito do FA2 ainda não foi recrutado
Estes funcionários, quer de nível central como provincial estiveram envolvidos em acções
de formação em salvaguardas, com o objetivo de criar a capacidade de implementação e
gestão de salvaguardas locais. Considera-se que nos últimos quatro anos foram geradas
capacidades internas para controlar os instrumentos de salvaguardas e a equipa do Banco
Mundial prestou um estreito apoio à implementação de medidas de salvaguardas (incluindo
através de extensas missões de fiscalização assistência e no terreno).
Para a implementação do FA 3 será mantida a mesma estrutura de implementação do
projecto, com uma equipa de salvaguardas de nível central, apoiada por pontos focais nas
províncias.
14
No entanto, será essencial o reforço da equipa de salvaguardas com a contratação de um
especialista social, bem como o reforço da capacitação da equipa do INAS, e das agências
terceirizadas, nomeadamente em questões relacionadas com vulnerabilidade social, gestão
de conflitos, bem como sobre violência baseada em género, incluindo exploração e abuso
sexual. A equipa de salvaguardas continuará a ser apoiada pela equipa de salvaguardas
do Banco Mundial.
Durante a implementação do Projecto o INAS é responsável pela monitorização e avaliação
do desempenho da implementação do presente QGAS , que serão integradas nos relatórios
globais de desempenho do Projecto. As partes interessadas no projecto poderão ser
envolvidas na monitorização e avaliação, tal como identificado no PEPI
Para além da monitorização por destas estruturas, o FA 3 apoiará a expansão da iniciativa
de monitorização independente baseada na comunidade através da Plataforma da
Sociedade Civil Moçambicana para Protecção Social (PSMC-PS). A PSMC-PS apresentou
informações sobre o impacto da COVID-19 nos beneficiários e identificou irregularidades
no processo da acção social, tais como atrasos nos processos de pagamento, gestão da
distância social, e disponibilidade de equipamento de protecção.
O objetivo das revisões anuais é: i) avaliar o cumprimento dos procedimentos do QGAS,
tirar lições aprendidas e melhorar o desempenho da implementação do QGAS no futuro; ii)
avaliar a ocorrência de potenciais impactos cumulativos de atividades financiadas pelo
projecto e outras atividades de desenvolvimento.

9. Orçamento de Implementação do QGAS


O custo total para a implementação do QGAS do FA 3 é de 1 020 000 Dólares Americanos,
conforme apresentado na seguinte tabela.

Tabela 1 - Orçamento estimado para implementação do QGAS do FA3


Valor estimado
Ord Item
(USD)
1 Formação e capacitação 80 000
2 Consultoria 65 000
Desenvolvimento / melhoramento de isntrumentos de
3 5 000
salvaguadas
4 Divulgação e Comunicação 10 000
5 Supervisão e Fiscalização 80 000
Melhoramento e operacionalização do Mecanismo de
6 60 000
queixas e Reclamações
7 Equipamento de protecção individual 800 000
Total 1 020 000,00

15
1 INTRODUÇÃO
O Governo de Moçambique (GoM), através do Ministério do Género, Criança e Acção Social
(MGCAS) vem implementando, desde 2013, o Projeto de Proteção Social (P129524) tendo
como objectivo fornecer apoio temporário ao rendimento das famílias extremamente pobres
e para apoiar o desenvolvimento de um sistema de rede de segurança social. O projecto
inicial focou-se em trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra, tendo sido
complementado por financiamentos adicionais, que passaram também a incluir
Transferências Directas para apoio a famílias mais vulneráveis, designadamente para
prestação de assistência social pós emergência na Província de Gaza, após a seca
derivada do El Nino em 2016 (Financiamento Adicional 1 - P161351), e para o apoio na
Resposta aos Ciclones Idai e Kenneth, nas províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado
em 2019 (Financiamento Adicional 2 - P170327). O projecto está a ser implementado pelo
Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS), através do Instituto Nacional de
Acção Social (INAS), sendo actualmente considerado satisfatório o nível de concretização
dos objectivos de desenvolvimento do projecto (ODP).
Desde Fevereiro de 2020, Moçambique tem sido afectado pela pandemia COVID-19, que
levou a que o GoM estabelecesse medidas de confinamento para contenção da propagação
do vírus, com graves implicações na actividade económica, reduzindo a capacidade de
compra e afectando seriamente as famílias das áreas urbanas e peri-urbanas cujos
rendimentos se baseiam no sector informal. Em resposta à crise da COVID-19, o Governo
desenvolveu um Plano de Resposta de Protecção Social COVID-19 para mitigar o impacto
nos pobres e vulneráveis.
O proposto Financiamento Adicional 3 (FA 3) do Projecto de Protecção Social tem como
objectivo apoiar o GoM na implementação do seu Plano de Resposta de Protecção Social
COVID-19, mais precisamente no reforço de transferências directas a famílias vulneráveis,
afectadas pelos impactos económicos do COVID-19.
O Projecto de Protecção Social está a ser desenvolvido ao abrigo das Políticas de
Salvaguarda do Grupo Banco Mundial, tendo sido accionadas a Política Operacional OP/BP
4.01 relativa à Avaliação Ambiental e a Política Operacional OP/BP 4.12 relativa ao
Reassentamento Involuntário. Ao abrigo da OP4.01 o projecto foi classificado com a
categoria B, o que levou à preparação de um Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS),
actualizado em 2017 e 2019, aquando da aprovação do financiamento adicional 2. Foi
também elaborado e actualizado um Quadro de Política de Reassentamento (QPR). Em
ambos os casos os documentos passaram por processos de consulta pública envolvendo
representantes do actual Ministério de Terras e Ambiente (MTA), dos municípios de Maputo
e Chicualacuala e organização e não governamentais (ONGs), designadamente Programa
Mundial de Alimentos e a Habitafrica, para além de visitas e entrevistas em locias de
implementação de actividades do projecto.
Uma vez que não haverá alteração na área territorial de implantação, nem nas actividades,
que estarão limitadas a apoio através de Transferências Directas, o FA 3, continuará a se
reger pelas Políticas Operacionais de Salvaguarda do Banco Mundial, em vez do novo
Quadro Ambiental e Social, aprovado em 2018, pelo Grupo Banco
O presente documento constitui uma Versão Draft da actualização do QGAS para o FA 3,
que tem em consideração lições aprendidas durante as fases anteriores de implementação
e integra novos riscos relacionados com o COVID-19, bem como outros identificados. Este

1
QGAS incorpora os contributos da Avaliação Social Rápida realizada para o FA3. A
actualização do QPR para o FA 3 constitui um documente autónomo.
O QGAS visa assegurar o cumprimento dos requisitos ambientais e sociais nacionais, bem
como o cumprimento das salvaguardas sociais e ambientais do Banco Mundial e as suas
Directrizes Gerais e Específicas para o Ambiente, Saúde e Segurança. Inclui uma
identificação preliminar de possíveis impactos ambientais e sociais, define procedimentos
para avaliação ambiental e social e gestão de potenciais riscos e impactos, definindo
arranjos institucionais necessários, capacitação e orçamento para implementação.
O QGAS é um instrumento dinâmico que deve ser revisto periodicamente para ser
actualizado e incluir lições aprendidas. O QGAS é um instrumento dinâmico que deve ser
revisto periodicamente para ser actualizado e incluir lições aprendidas. Esta Versão Draft
do QGAS será divulgada publicamente em Moçambique, no website do INAS e no website
do Banco Mundial

2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
2.1 Antecedentes
O Governo de Moçambique, através do Ministério do Género, Criança e Acção Social
(MGCAS) desde 2013, tem vindo a o Projeto de Proteção Social (P129524) financiado pelo
Banco Mundial, tendo como objectivo fornecer apoio temporário ao rendimento das famílias
extremamente pobres e para apoiar o desenvolvimento de um sistema de rede de
segurança social.
O projecto inicial focou-se no reforço institucional e capacitação para apoiar a consolidação
da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica, bem como em apoio às famílias mais
vulneráveis através de um programa de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-
obra (PASP). Na sequência da emergência da seca provocada pelo do El Nino em 2016,
na província de Gaza, este programa teve uma Financiamento Adicional (FA1) para apoiar
a famílias afectadas, que passou também a incluir transferências directas para as famílias
mais vulneráveis. Em 2019, para fazer face à pós-emergência dos ciclones Idai e Kenetth
que fustigaram as províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado foi aprovado um novo
Financiamento Adicional (FA2), apoio às famílias mais vulneráveis afectadas.
O Projecto de Protecção Social, juntamente com os financiamentos adicionais (FA1 e FA2)
compreende assim, as seguintes três componentes:
 Componente 1: Fortalecimento institucional e criação de capacidades para
apoiar a consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica. O
objectivo desta componente é duplo: (i) apoiar o Governo de Moçambique (GoM) a
criar e melhorar a cadeia de fornecimento do sistema e os instrumentos fundamentais
para a implementação da Estratégia Nacional de Protecção Social (ENSSB); e (ii)
desenvolver as capacidades do INAS a nível central e local para implementar e
monitorizar programas de protecção social.
 Componente 2: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra. Esta
componente visa fornecer apoio ao rendimento sazonal aos agregados familiares
pobres através da sua participação em obras públicas.

2
 Componente 3. Transferências Directas de dinheiro. Esta componente fornece
apoio ao rendimento aos agregados familiares afectados por choques naturais ou
provocados pelo homem através de Transferências Diretas de Dinheiro (ECT) para pós
emergência, e a outros agregados familiares vulneráveis com base em critérios de
elegibilidade previamente definidos.
O projecto está a ser implementado pelo Ministério de Género, Criança e Acção Social
através do Instituto Nacional de Acção Social (INAS) e é actualmente considerado
satisfatório o nível de concretização dos objectivos de desenvolvimento do projecto (ODP).
Desde Fevereiro 2020 Moçambique foi afectado pela pandemia Covid-19, que levou ao
estabelecimento de Estado de Emergência em 30 de Março de 2020, com implicações na
actividade económica, reduzindo a capacidade de compra e afectando seriamente as
famílias das áreas urbanas e peri-urbanas cujos rendimentos se baseiam no sector
informal. A 7 de Setembro, Moçambique passou de um Estado de Emergência para um
Estado de Calamidade Pública que preserva muitas das medidas de prevenção do Estado
de Emergência, embora com o gradual reinício das actividades sociais e económicas, em
coordenação com as autoridades sanitárias. Contudo, a população continua a ser
convidada a continuar a respeitar as medidas preventivas.
Em resposta à crise da COVID-19, o Governo desenvolveu um Plano de Resposta de
Protecção Social COVID-19 para mitigar o impacto nos pobres e vulneráveis. O plano tem
dois pilares:
 Pilar 1 Transferências monetárias incondicionais adicionais aos beneficiários que vêm
sendo assistidos nos programas de protecção social básica do INAS. Este cobre mais
de 592.000 beneficiários existentes nos programas, a maioria deles em áreas rurais e
com uma maior incidência de pobreza. Este pilar tem um custo estimado de 27,1
milhões de dólares e será suportado pelo Projecto de Recuperação a Emergência do
Idai e Kenneth (P171040) e complementado pelo FA3.
 Pilar 2 Aumenta a cobertura das Transferências Diretas em Dinheiro para resposta de
emergência a pouco mais de 1100.000 agregados familiares em situação de pobreza
e vulnerabilidade em áreas urbanas e periurbanas que não faziam parte de nenhum
programa do INAS. Destes, 291.000 agregados familiares já foram inscritos no
programa PASD-PE e serão suportados pelo Projecto de Recuperação a Emergência
do Idai e Kenneth (P171040) e pelo FA3, com um custo estimado de 52,6 milhões de
dólares. Os restantes agregados familiares serão atendidos com recurso a outras
fontes de financiamento do Governo. A selecção dos beneficiários baseou-se num
mapa multidimensional da pobreza a nível do bairro realizado pelo Ministério da
Economia e Finanças, e nos critérios de elegibilidade e priorização do INAS utilizados
em operações de emergência anteriores, tendo se dado prioridade às famílias
chefiadas por mulheres, com crianças menores de cinco anos, idosos, entre outros
critérios. O custo total do financiamento do Banco Mundial nos dois pilares do plano de
resposta da protecção social à Covid-19 é de 79,7 milhões de dólares.
O INAS já iniciou a implementação da resposta com o apoio do Banco Mundial. O Governo
de Moçambique solicitou a activação do CERC no Projecto de Recuperação e Resiliência
de Emergência (P171040), alocando 53,5 milhões de dólares americanos para financiar a
Resposta da Protecção Social COVID. Os fundos do CERC permitiram ao INAS lançar a
implementação da Resposta COVID-19 em ambos os pilares, incluindo os registos dos
beneficiários e a entrega de benefícios.

3
O Financiamento Adicional 3 (FA3) do Projeto de Proteção Social irá reforçar o o apoio do
Banco Mundial ao Governo de Moçambique, na implementação do Plano de Resposta de
Protecção Social COVID-19.

2.2 Objectivo e Componentes do Projecto


O FA3 mantém o objectivo de desenvolvimento (ODP) inicial do Projecto de Protecção
Social, que consiste em “oferecer apoio temporário de rendimentos a agregados familiares
extremamente pobres e pôr em prática os elementos constitutivos de um sistema de
segurança social básica”.
As três componentes do projecto e as disposições de implementação existentes serão
mantidas. As actividades do projecto serão, contudo, modificadas para reflectir a expansão
dos programas através dos pagamentos adicionais (Pilar Um) ou através de uma cobertura
alargada (Pilar Dois).
Componente 1. Esta componente não será modificada e suportará os custos operacionais
associados à entrega de programas de assistência social, incluindo a actualização regular
do registo dos beneficiários para os programas, equipamento de protecção individual para
os beneficiários e pessoal envolvido na implementação do projecto, bem como campanhas
de comunicação sobre processos de pagamento, prevenção sanitária, entre outras
medidas. Esta componente também suportará custos com provedores de pagamentos, quer
sejam empresas de telefonia móvel, bancos comerciais, para massificar os pagamentos ,
aumentar a transparência e reduzir os contactos pessoais.
Componente 2. Esta componente de trabalhos públicos com mão-de-obra intensiva
suspendeu a implementação de projectos e o Manual Operacional foi ajustado para
responder o contexto da pandemia. Desta forma, os beneficiários que realizavam trabalhos
públicos intensivos receberão subsídios adicionais sem a contrapartida de realizarem
trabalhos públicos, evitando, portanto, mais riscos sociais e ambientais. Esta intervenção
está inserida no Pilar 1. Os subsídios adicionais serão feitos num pagamento único.
Componente 3. Esta componente irá aumentar a cobertura das Transferências Diretas de
Dinheiro para as duas subpopulações e em áreas cobertas pelo projeto atual:
 Passará a entregar Pagamentos Adicionais (Pilar 1) aos beneficiários do Programa
Transferências Diretas de Dinheiro em Dinheiro para 592.000 famílias vulneráveis
existentes nos programas, que é implementado no âmbito do actual Projecto de
Protecção Social. Os pagamentos adicionais serão entregues através dos
processos de pagamento existentes geridos pela agência de implementação. O
Projecto de Resposta de Emergência e Resiliência (P171040) já entregou
pagamentos a alguns locais e este AF3 irá complementar os Pagamentos Adicionais
em locais abrangidos pelo actual Projecto de Protecção Social.
 Alargará a cobertura das Transferências Diretas de Dinheiro para resposta de
emergência (PASD-PE) a 290.000 famílias urbanas e peri-urbanas do Pilar 2, que
não faziam parte dos programas do INAS (sendo 60% mulheres). O registo das
290.000 famílias já foi concluído com o apoio do Projecto de Protecção Social e do
financiamento do Projecto de Resposta e Resiliência de Emergência. Esta expansão
terá lugar em unidades administrativas (delegações) abrangidas pelo actual
projecto. Os pagamentos serão efectuados principalmente por empresas móveis e
outras instituições financeiras para explorar a conectividade e as redes de agências
de pagamento. O INAS tem protocolos claros de encriptação e partilha de dados
com as empresas móveis que permitem minimizar a utilização inadequada da
informação dos beneficiários.
4
A cobertura prevista para os Pilares 1 e 2, com o financiamento do Banco Mundial (Projecto
de Recuperação a Emergência do Idai e Kenneth e pelo FA3) é de 880.000 famílias em
zonas urbanas e periurbanas, divididas em duas fases de implementação para acomodar
a capacidade de implementação e o financiamento disponível. A primeira fase cobrirá
592.000 beneficiários existentes nos programas (sendo 60% mulheres) com um custo
estimado de 27,1 milhões de dólares e a segunda fase cobrirá 291.000 agregados
familiares que não faziam parte dos programas do INAS com um custo de 52,6 milhões de
dólares. O custo global do primeiro e segundo pilares durante a primeira fase está estimado
em 79,7 milhões de USD, que é o foco desta AF3 proposta.
O Instituto Nacional de Acção Social (INAS) constitui a agência de implementação e
responsável pelo Projecto de responsabilidades fiduciárias, sob a direcção política da
MGCAS.
O Projecto poderá continuar a utilizar agências terceiras para contratar serviços nas áreas
de implementação para acelerar a prestação de serviços, tais prestadores de serviços de
pagamento ou agências das Nações Unidas em locais onde possuam vantagens
comparativas. A implementação de transferências monetárias em zonas urbanas e peri-
urbanas irá maximizar a utilização de transferências electrónicas para explorar a rede
alargada de conectividade telefónica móvel, disponibilidade de agentes de transferência
electrónica, maior alfabetização entre as famílias beneficiárias urbanas, e para reduzir a
aglomeração desnecessária de pessoas durante os períodos de pagamento.

2.3 Área de Abrangência Territorial e Beneficiários


O FA3 irá abranger distritos já anteriormente abrangidos pelo Projecto de Protecção Social
e seus anteriores financiamentos adicionais.
A selecção das áreas urbanas e peri-urbanas que serão cobertas no âmbito do Pilar 2 foi
efectuada com base num mapa multidimensional da pobreza preparado pelo Ministério da
Economia e Finanças, apoiado pelo projecto de Estatísticas Nacionais e Dados para o
Desenvolvimento financiado pelo Banco Mundial (P162621), que identifica os distritos
prioritários. A selecção de bairros específicos (bairros) baseou-se nos indicadores do
recente censo populacional e incluiu áreas com grandes populações vulneráveis ou com
elevada exposição à COVID-19, tal como distritos em fronteiras com grandes fluxos
populacionais. A selecção dos beneficiários dentro de bairros seleccionados baseia-se nos
critérios de vulnerabilidade do INAS utilizados em operações de emergência anteriores,
dando prioridade às famílias chefiadas por mulheres, com crianças menores de cinco anos,
idosos, entre outros.
Na tabela seguinte apresenta-se os distritos e bairros que serão abrangidos pelas
Transferências Directas do FA 3. De destacar que os distritos da Província de Cabo
Delgado estão a ser cobertos pelo Projecto de Recuperação e Resiliência de Emergência
(P171040) e não pelo FA 3.

5
Tabela 2 – Áreas territoriais abrangidas pelo FA3

PROVINCEIA DISTRITO Bairro


Pemba city -
Metuge -
Quissanga -
Macomia -
CABO
Ibo -
DELGADO
Mecufe -
Chiure -
Mueda -
Muidumbe -
GAZA Chicualacuala Vila Eduardo Mondlane
Ka Nyaka Inguane, Nhaquene, Ridzene

Ka Tembe Chali, Chamissava, Guachene, Incassane, Inguide


Aeroporto A, Aeroporto B, Chamanculo A, Chamanculo B, Chamanculo C,
Nhlamankulu Chamanculo D, Malanga, Minkadjuine, Munhuana, Unidade 7, Xipamanine
MAPUTO CITY
Ka Mavota Albazine, Costa Do Sol,Mavalane A

Ka Maxakeni Mafalala, Maxaquene B, Maxaquene C, Maxaquene D, Polana Canico B


Ka Mubukwana Inhagoia A, Luis Cabral
Matutuine Ponta De Ouro
Moamba Ressano Garcia - Sede
Moamba Vila De Ressano Garcia
Namaacha Municipio De Namaacha
MAPUTO Boquisso A, Boquisso B, Intaca, Km 15, Malhampsene, Mali, Matlhemele,
PROVINCE Cidade da Matola Matola A, Matola D, Matola Gare, Mucatine, Muhalaze, Ngolhosa,
Nkobe, Siduava, Uamatibjane, Vale De Infulene
Boane Eduardo Mondlane, Gueguegue
Marracuene Vila De Marracuene
NAMPULA Monapo Municipio De Monapo
TETE Cidade de Tete Degue, Mateus S. Muthemba, Matundo, Mpadue
1 De Maio, 25 De Junho, Archote, Artes E Oficios, Barragem, Cimento,
Coconhia, Coctchi, Contape, Cooperativa, Escola Secundaria, Eucalipital,
Gurue Lussa, Macaruene, Malessane, Miaco, Moneia, Muela, Murece 1, Murece 2,
Nacuacue, Namilimete, Serra, Up1, Up3 Veleta, Up4 Eduardo
Mondlane, Up5 Namaroi
ZAMBEZIA
16 De Junho, 25 De Setembro, 3 De Fevereiro, Aeroporto 1, Aeroporto 2,
Carreira De Tiro 1, Carreira De Tiro 2, Central, Cfm, Deruba, Lugela,
Mocuba Macuvine, Marmanelo 1, Marmanelo 2, Muanaco, Naverua, Nedegudo,
Pedreira, Sacres, Samora Machel, Tomba De Agua 1, Tomba De Agua 2

Nas figuras seguintes é apresentado o faseamento da implementação do FA 3.

6
Figura 1 – Áreas territoriais abrangidas pelas Fases 1 e 2 do FA 3 2

2
Os distritos da Província de Cabo Delgado estão a ser cobertos pelo Projecto de Recuperação e
Resiliência de Emergência (P171040) e não pelo FA 3
7
3 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL

3.1 Políticas Ambientais e de Salvaguarda Social do Banco Mundial


O Banco exige uma Avaliação Ambiental e Social (AA) sistemática dos projectos propostos
para financiamento do Banco para ajudar a garantir que sejam ambientalmente e
socialmente saudáveis e sustentáveis. A AA é um processo cuja amplitude, profundidade e
tipo de análise dependem da natureza, escala e o possível impacto ambiental e social do
projecto proposto. A AA avalia os potenciais riscos e impactos ambientais e sociais de um
projecto na sua área específica (direta e indireta) de influência; examina as alternativas do
projecto; identifica formas de melhorar a selecção, localização, planificação, concepção,
implementação do projecto através da prevenção, minimização, mitigação ou compensação
dos impactos ambientais e sociais adversos e aumento dos impactos positivos; e inclui o
processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais e sociais adversos ao longo da
implementação do projecto. O Banco privilegia medidas preventivas sobre medidas
mitigadoras ou compensatórias, sempre que fosse possível. A Tabela 2 mostra as Políticas
de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial e os instrumentos
complementares. As políticas de divulgação públicas são transversais na sua natureza e
aplicam-se a todas as outras políticas.

Políticas ambientais Políticas Sociais


 OP/BP-4.10 Povos Indígenas
 OP/BP-4.01 Avaliação Ambiental  OP/BP-4.12 Reassentamento
Involuntário
 OP/BP-4.04 Habitats Naturais
 OP/BP-4.11 Recursos Físicos
 OP-4.09 Gestão de Pragas
Culturais
 OP/BP-4.36 Florestas
 OP/BP 4.37 Segurança de
Barragens
Quadro Legal
 OP/BP-7.50 Águas Internacionais
 OP/BP-7.60 Territórios
Disputados

Tabela 3 - Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial

Instrumentos adicionais de salvaguarda ambiental e social


 Livro de Referência para Gestão de Poluição
 Livro de Referência para Avaliação Ambiental
 Guião para Triagem e Classificação

4.2 Directrizes Gerais de Meio Ambiente, Saúde e Segurança

8
As diretrizes gerais do meio ambiente, saúde e segurança (Environmental, Health, and
Safety General Guidelines) do IFC (Abril de 2007), em paralelo com as Políticas de
Salvaguardas são recomendadas para orientar o proponente do projecto em todas fases
de implementação do mesmo. Estas diretrizes também servem de guiões para as medidas
de mitigação que devem ser tomadas no decurso da implementação do projecto. Contudo,
a aplicabilidade das diretrizes de saúde e segurança deve ser adaptada aos riscos
estabelecidos para cada projecto com base nos resultados de uma avaliação ambiental em
que os factores específicos do local de implementação são levados em consideração.
As directrizes gerais de saúde e segurança estão organizadas em quatro principais áreas:
Ambiente; Saúde e Segurança Ocupacional; Saúde e Segurança Comunitária;
Construção e Desactivação. Considerando o âmbito das actividades previstas na
componente 2 deste projecto (trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra), a área
de saúde e segurança ocupacional é directamente aplicável e por isso a análise nesta
secção estará focalizada nesta área, em particular para (i) equipamento de protecção
individual, (ii) ambientes com perigos especiais, e (iii) monitoramento.

3.1.1 Equipamento de Protecção Individual (EPI) 
As directrizes de saúde e segurança enfatizam o facto de o equipamento de protecção
individual oferecer proteção adicional aos trabalhadores expostos a riscos no local de
trabalho em conjunto com outro controle de instalações e sistemas de segurança. Portanto
isto mostra o reconhecimento de que o EPI é considerado o último recurso que está além
de outras provisões de controlo, e fornece aos trabalhadores um nível extra de protecção
individual. As medidas recomendadas para o uso de EPI no local de trabalho incluem:
 Uso activo de EPI e tecnologias alternativas, planos de trabalho ou procedimentos,
não podem eliminar ou reduzir suficientemente o risco ou exposição ao mesmo;
 A selecção do EPI deverá ser com base na classificação do perigo e risco, e ainda
considerando o desempenho descrito nos testes estabelecidos por organizações
reconhecidas.
As directrizes de saúde e segurança apresentam uma lista sumária do tipo de EPI
recomendado de acordo com risco (ver Tabela 3 abaixo).

Tabela 4 - Tipo de EPI recomendado

Objectivo  Risco no Ambiente de  Tipo de EPI 


Trabalho 
Protecção da vista de face  Partículas suspensas, metal  Óculos de segurança com 
fundido, produtos químicos  protetores laterais, etc. 
líquidos, gases ou vapores, 
radiação luminosa. 
Protecção da cabeça  Queda de objectos, altura  Capacetes de plástico com 
inadequada e cabos de  proteção de impacto superior 
eléctricos de alimentação.  e lateral. 
Protecção auditiva  Ruido, ultrassom.  Protetores de audição 
(tampões de ouvido). 

9
Protecção dos pés  Objectos que caem ou rolam,  Botas de segurança para 
objetos pontiagudos, líquidos  protecção contra objectos 
corrosivos ou quentes  que caem ou rolam, líquidos e 
produtos químicos. 
Protecção das mãos  Materiais perigosos, cortes ou  Luvas de borracha ou material 
lacerações, vibração,  sintético, couro, aço, material 
temperaturas extremas.  isolante, etc. 
Protecção respiratória  Poeira, nevoeiro, fumaça,  Máscaras faciais com filtros 
gases, fumos, vapores.  apropriados para remoção de 
pó e purificação do ar 
Protecção do corpo/pernas  Temperaturas extremas,  Roupa isolante, aventais de 
materiais perigosos, agentes  material apropriado. 
biológicos, cortes.   
(Fonte: IFC, 2007)

3.1.2 Ambientes com Perigos Especiais 
Os ambientes com perigo especial são situações de trabalho em que determinados perigos
podem existir em circunstâncias únicas ou especialmente perigosas, sendo por isso
necessárias precauções adicionais ou rigor na aplicação dessas precauções. Refere-se,
portanto, a ambientes confinados, e trabalhos em circunstâncias isoladas.
Um espaço confinado é definido como um espaço total ou parcialmente fechado, não
concebido ou destinado a ocupação humana e em que uma atmosfera perigosa poderia se
desenvolver como resultado do conteúdo, localização ou construção do espaço confinado
ou devido ao trabalho realizado em redor do espaço confinado. Portanto, não se espera
que o projecto financie trabalhos em ambientes confinados.
Há ainda a questão de trabalho em circunstâncias isoladas, onde um trabalhador pode estar
fora da comunicação verbal e de linha de visão com a supervisão ou outros trabalhadores
ou outras pessoas capazes de fornecer ajuda e assistência em caso de acidente. Portanto,
nestes caso o trabalhador estará em risco acrescido se ocorrer um acidente ou ferimento.
Os trabalhos previstos na componente 2 deste projecto implicam trabalho em grupo e,
portanto, deverá haver um controle sistemático para evitar situações de isolamento de um
trabalhador.
Sempre que haja necessidade imprescindível de que os trabalhadores sejam obrigados a
realizar trabalhos em circunstâncias isoladas, os procedimentos operacionais padrão
(SOPs) devem ser implementados para garantir que todos os EPI e medidas de segurança
sejam alocados antes do trabalho começar.
3.1.3 Monitoramento 
Os programas de monitoramento de saúde e segurança no trabalho devem verificar a
eficácia das estratégias de prevenção e controle. Os indicadores seleccionados devem ser
representativos dos riscos mais significativos de saúde e segurança ocupacional.
As directrizes de saúde e segurança no trabalho recomendam que o programa de
monitoramento de saúde e segurança ocupacional deve incluir:
 Inspecção de todo o EPI e outras medidas de controlo de risco, procedimentos de
trabalho, locais de trabalho, e instalações. A inspecção deve verificar se o EPI
continua a fornecer protecção adequada e está sendo usado conforme necessário;

10
 Estabelecer procedimentos e sistemas para relatar e registar acidentes de trabalho,
ocorrências de incidentes perigosos, permitindo que os trabalhadores denunciem
qualquer situação que representa um perigo grave para a vida ou a saúde.
3.2 Triagem e Categoria Ambiental e Social 
De acordo com a Política de Avaliação Ambiental OP/BP 4.01, o Banco Mundial realiza a
análise sistemática ambiental e social de cada projecto ou subprojecto proposto a fim de
determinar a categoria ambiental apropriada do projecto, e a extensão e o tipo da AA
necessária para cada operação. O Banco Mundial classifica o projecto proposto numa das
quatro categorias, dependendo do tipo, localização, sensibilidade e escala do projecto e da
natureza e magnitude dos seus potenciais impactos ambientais e sociais.
(a) Categoria A: Um projecto proposto é classificado como Categoria A se tiver um
potencial de ter impactos ambientais e sociais adversos significativos que são
sensíveis3, diversos e sem precedentes. Estes impactos podem afectar uma área mais
ampla do que os locais ou instalações sujeitas às obras físicas. A AA para um projecto
de Categoria A analisa os potenciais impactos ambientais e sociais positivos e negativos
do projecto, compara-os com os das alternativas viáveis (incluindo a situação “sem
projecto”), e recomenda quaisquer medidas necessárias para prevenir, minimizar,
mitigar ou compensar os impactos adversos e melhorar o desempenho ambiental.

(b) Categoria B: Um projecto proposto é classificado como Categoria B se os seus


potenciais impactos ambientais adversos sobre as populações humanas ou áreas
ambientalmente importantes, incluindo pântanos, florestas, pastagens e outros habitats
naturais forem menos adversos do que os dos projectos da Categoria A. Estes impactos
são específicos do local, poucos deles, caso hajam, são irreversíveis, e na maioria dos
casos, as medidas de mitigação podem ser projectadas mais facilmente do que para os
projectos da Categoria A. O âmbito da AA para um projecto de Categoria B pode variar
de projecto para projecto, mas é mais estreito do que o da Categoria A. Tal como na
Categoria A, examina os potenciais impactos positivos e negativos ambientais e
recomenda quaisquer medidas necessárias para prevenir, minimizar, mitigar ou
compensar os impactos adversos e melhorar o desempenho ambiental e social.

(c) Categoria C: Um projecto proposto é classificado como de Categoria C, se tiver um


potencial de ter um mínimo ou nenhum impacto ambiental e social adverso. No entanto,
sendo um projecto/subprojecto de categoria C não significa necessariamente que não
exista necessidade de acompanhamento adequado sobre os aspectos sociais e
ambientais.

(d) Categoria FI: Um projecto proposto é classificado como da Categoria FI se este


envolve investimento de fundos do Banco através de um intermediário financeiro, em
subprojectos que podem resultar em impactos ambientais e sociais adversos.

Os projectos da Categoria A exigem acompanhamento mais próximo tanto do Governo


(incluindo comunidades locais) assim como do Banco Mundial. Isto pode ser feito
através da melhor e mais aberta consulta participativa e divulgação pública sobre o

Um potencial impacto é considerado “sensível” se este pode ser irreversível (por exemplo, levar à perda
duma parte grande de habitat natural).

11
projecto, e através dum maior envolvimento da gestão tanto do Governo como do
Banco.

3.3 Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial para o Projecto  
3.3.1 As Políticas de Salvaguardas Accionadas 
Para o FA3 as políticas de Salvaguardas do Banco Accionadas permanecem inalteráveis.
A operação proposta irá considerar as seguintes políticas de salvaguardas do Banco
Mundial: a Avaliação Ambiental (OP/BP-4.01), e Reassentamento Involuntário (OP/BP -
4.12) de forma preventiva, uma vez que actividades que necessitem de reassentamento
não serão elegíveis no âmbito deste projecto. Não se prevêm significativos impactos
ambientais ou sociais ao abrigo da componente 3 que requeiram a preparação de
instrumentos adicionais de avaliação ambiental e social, para além dopresente QGAS.
A Tabela abaixo apresenta os principais objectivos das Políticas Operacionais de
Salvaguarda do Banco Mundial que são aplicáveis a este projecto.

12
Tabela 5 - Políticas de salvaguardas aplicáveis ao Projecto

Política de
Objectivo Principal Aplicabilidade Aplicação no Projecto
Salvaguarda
O objectivo desta política é garantir que os Esta política é aplicável quando um projecto ou subprojecto tem As actividades incluídas no
projectos financiados pelo Banco Mundial sejam potencial de causar impactos ambientais e sociais negativos na projecto podem causar impactos
ambientalmente e socialmente saudáveis e sua área de influência. As actividades que envolvem sítios de negativos ambientais e sociais
sustentáveis, e que a tomada de decisão seja património cultural significativo estão entre os projectos que não devido à ênfase em actividades de
melhorada através de uma análise adequada seriam elegíveis para financiamento do Banco. construção e reabilitação de
das acções e os seus possíveis riscos e infraestrutura. Essas actividades
OP/BP 4.01 Dependendo do projecto e da natureza de seus impactos, vários
impactos ambientais e sociais no ambiente podem levar à erosão do solo,
instrumentos podem ser utilizados, tais como: AIAS, Auditorias
Avaliação natural (ar, água e solos); segurança e saúde poluição sonora e do ar e do solo,
Ambientais e Sociais, avaliações de risco e perigos, e Planos de
Ambiental humana; recursos físico-culturais e aspectos para mencionar apenas alguns.
Gestão Ambiental e Social (PGAS).
ambientais globais e transfronteiriços.
Pode-se também prever efeitos
Para decidir sobre o tipo de avaliação ambiental e social a ser
sociais tal como os potenciais
realizado nos subprojectos, três recursos podem ser utilizadas:
impactos sobre a saúde pública, os
(1) directivas das OP/BP, (2) pode ser seguida a legislação
impactos sobre o tráfego urbano e
nacional, e/ou (3) o Formulário de Triagem Ambiental e Social e
reassentamentos involuntários.
a lista de verificação das directrizes apresentadas neste QGAS.

O objectivo desta política é de (i) evitar ou Esta política não abrange apenas o deslocamento físico, mas Não se espera que o projecto
minimizar o reassentamento involuntário, qualquer perda de fontes de renda, resultantes de: (i) mudança necessite de aquisição de terra,
sempre que possível e explorar todos os ou perda de abrigo, (ii) perda de bens ou meios de subsistência, implicando por isso deslocação
OP/BP 4.12 desenhos viáveis alternativos do projecto, (ii) (iii) a perda de fontes de renda ou meios de subsistência, quer física de pessoas, mas para
Reassentament ajudar as pessoas deslocadas na melhoria das ou não as pessoas afectadas devem se deslocar para outro algumas das actividades do
o Involuntário suas condições de vida anteriores, na local. A política também se aplica à restrição involuntária de projecto, pode ser inevitável afectar
capacidade de geração de renda, e os níveis de acesso a parques legalmente designados e áreas protegidas, culturas, árvores ou outras
produção, ou pelo menos deixar restaurá-las, (iii) resultando em impactos negativos sobre a vida das pessoas estruturas, e, neste caso, será
incentivar a participação da comunidade na deslocadas. Nestes casos, o Banco Mundial exige a elaboração necessário implementar o previsto
planificação e na implementação do de um Plano de Reassentamento (PAR), com base no Quadro no Quadro da Política de
reassentamento, e (iv) prestar assistência às de Política de Reassentamento (QPR) /Quadro de Processo Reassentamento preparado para o
pessoas afectadas, independentemente da (PF), no caso de restrição de acesso a recursos em áreas de Projecto.
legalidade da posse da terra. conservação legalmente designadas.

13
14
15
4 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL DE MOÇAMBIQUE
4.1 Quadro Legal 
4.1.1 Leis Constitucionais e Ambientais Gerais 
Esta secção apresenta o quadro legal relativo à gestão ambiental, social e de Saúde e
segurança em Moçambique. A Constituição da República de Moçambique define o
direito para todos os cidadãos de viver num ambiente equilibrado (art. 90). Além disso,
o mesmo artigo estabelece a obrigação de todos os cidadãos e do governo de defender
o ambiente e fazer o uso racional dos recursos naturais.
O artigo 109 estabelece que a terra pertence ao Estado, e, portanto, não pode ser
vendida, alienada, hipotecada ou comprometida. O seu uso é um direito de todos os
cidadãos, mas deve ser feito de acordo com as condições definidas pelo Governo (art.
110).
O Artigo 117 garante o direito ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável,
estabelecendo a responsabilidade do governo de prevenir e controlar a poluição e a
erosão; integrar os objectivos ambientais nas políticas do sector, promover a integração
dos valores ambientais nos programas de educação, promover um uso racional dos
recursos naturais e promover uma planificação do uso da terra levando o
desenvolvimento do equilíbrio social e económico e visando objectivos de localização
adequada das actividades. A Constituição estabelece que os recursos naturais e os
meios de produção são propriedade pública de interesse colectivo. Especificamente, a
terra pertence ao Estado e o direito de uso apenas pode ser atribuído pelo Estado. O
Artigo 109 clarifica que a terra não pode ser vendida, alienada, hipotecada ou
penhorada. O Estado é quem determina as condições de uso e aproveitamento, e é
quem confere os direitos a pessoas singulares ou colectivas (artigo 110). O Artigo 111
reconhece e protege os direitos adquiridos por herança e pela ocupação.
Em relação aos aspectos de saúde e segurança – A Constituição da República (artigo
85) estabelece que todos os trabalhadores têm direito a um salário justo, repouso e
férias e a um ambiente de trabalho seguro e higiênico.
A Política Nacional do Ambiente, definida por meio do decreto Nº 5/95, estabelece a
base para toda a legislação ambiental. O seu principal objectivo é garantir o
desenvolvimento sustentável, a fim de manter uma relação aceitável entre o
desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental.
A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97) define a base legal para o uso saudável e gestão do
meio ambiente, como forma de salvaguardar o desenvolvimento sustentável no país
(art. 2º). Esta Lei aplica-se a todas as actividades nos sectores públicos ou privado que,
podem afectar directa ou indirectamente o meio ambiente (art. 3º). Os princípios
fundamentais para uma gestão ambiental equilibrada incluem (art. 4º):
 O uso sustentável do meio ambiente deve visar a melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos e a protecção da biodiversidade e dos ecossistemas;
 O reconhecimento e a valorização das tradições e o conhecimento das
comunidades locais para protecção do meio ambiente;
 A prioridade dada aos sistemas que impedem a degradação do meio ambiente
(ou seja, princípio de precaução);
 Uma perspectiva abrangente e integrada do meio ambiente;
 A importância da participação pública;
 O poluidor deve pagar para reparar ou compensar os danos ambientais (isto é,
o principio do poluidor-pagador);
 A cooperação internacional é importante para atender aos assuntos ambientais
transfronteiriços e globais.

16
A legislação ambiental estabelece a base para o licenciamento ambiental e para a
avaliação de impacto ambiental e social.

4.1.2 Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental  
O Decreto nº 54/2015, de 31 de Dezembro revoga os decretos 45/2004, de 29 de
Setembro e 42/2008, de 4 de Novembro na regulação do processo de avaliação do
impacto ambiental e licenciamento ambiental. Os Decretos nº 32/2003 e No.11/2006
regulam as auditorias ambientais e sociais e as Inspecções ambientais e sociais,
respectivamente. O Decreto 54/2015, estabelece quatro categorias de impacto
ambiental e social, para todas as actividades privadas ou públicas que, directa ou
indirectamente, possam afectar o meio ambiente global.
Estas categorias são específicas para o tipo de actividade, conforme definidas pelo
Decreto nos Anexos I, II, III e IV. De acordo com a categoria, o decreto determina
diferentes tipos de Avaliação de Impacto Ambiental e Social.
 Actividades de Categoria A+ são acções que devido à sua complexidade,
localização e/ou irreversibilidade e magnitude dos possíveis impactos, merecem
não só o um elevado nível de vigilância popular e ambiental, mas também, estão
sujeitas a realização de AIA e supervisão por especialistas independentes com
experiencia comprovada. As actividades da Categoria C estão listadas no Anexo
I do Decreto 54/2015.
 As actividades de Categoria A são acções que afectam significativamente seres
vivos e áreas ambientalmente sensíveis e os seus impactos são de maior
duração, intensidade, magnitude e significância e estão sujeitas a AIA. Incluem
ainda a componente de reassentamento, cuja conclusão do plano condiciona a
emissão da licença ambiental de instalação. As actividades da Categoria A estão
listadas no Anexo II do Decreto 54/2015.
 Actividades de Categoria B são aquelas acções que não afectam
significativamente seres vivos nem áreas ambientalmente sensíveis
comparativamente às acções da Categoria A e estão sujeitas a realização de um
EAS. As actividades da Categoria B estão listadas no Anexo III do Decreto
54/2015.
 Actividades de Categoria C são aquelas que provocam impactos negativos
negligenciáveis, insignificantes ou mínimos. Não existem impactos irreversíveis
nesta categoria e os positivos são maiores e mais significativos que os negativos.
As actividades de categoria C estão sujeitas à apresentação de Procedimentos
de Boas Práticas de Gestão Ambiental a serem elaborados pelo proponente e
aprovados pela entidade que superintende a área de AIA, portanto o MITADER
ao nível provincial.

4.1.3 Outros Regulamentos Relevantes


Lei de Floresta e Fauna Bravia. A Lei 10/99 define os direitos do Estado sobre a
floresta natural e os recursos da fauna bravia no país. Um princípio fundamental da Lei
de Florestas e Fauna Bravia é que as comunidades locais devem estar mais envolvidas
na conservação e uso sustentável dos recursos florestais e faunísticos. O GDM também
incentiva a participação do sector privado na gestão das áreas protegidas. A lei
estabelece as áreas protegidas, onde a biodiversidade e os ecossistemas frágeis devem
ser preservados, os parques nacionais, as reservadas nacionais, e as zonas culturais
históricas consideradas como áreas protegidas. As zonas tampãs podem ser
estabelecidas em torno das áreas protegidas. Esta lei deve ser aplicada em caso de
17
actividades de ampliação e manutenção de estradas vicinais e poda de árvores,
evitando a implementação destas actividades nas áreas protegidas.
Lei de Terras. A Lei 19/97 - A lei e seu regulamento 66/98, fornecem a base para definir
os direitos de acesso, aos direitos de uso da terra e os procedimentos para a aquisição
e uso de título de terra por parte das comunidades e indivíduos. A mesma lei e o
regulamento incorporam aspectos fundamentais definidos na Constituição em relação à
terra, tais como a manutenção da terra como propriedade do Estado e que a terra não
pode ser vendida, bem como a ausência de um "mercado de terras" per se no país.
Entre outros aspectos, define "áreas destinadas a atender o interesse público", como
pertencente ao domínio público. Ela também protege os direitos consuetudinários e da
comunidade sobre a terra. Haverá necessidade de terra da comunidade para ampliação
de vias de acesso vicinais e áreas para multiplicação de ramas de batata-doce e estacas
de mandioqueira, entre outras, e deverá considerar-se os direitos consuetudinários das
comunidades.
A Lei de Ordenamento do Território (Lei 19 de 2007) Ela estabelece uma série de
princípios importantes para a protecção do meio ambiente no contexto do ordenamento
territorial. A Linha 1 do artigo. 5 desta Lei, afirma que "o ordenamento do território visa
garantir a organização do espaço nacional e a utilização sustentável dos recursos
naturais, observando as condições económicas, legais, administrativas, culturais e
materiais favoráveis para o desenvolvimento social e, para promover a qualidade de
vida, a protecção e conservação do meio ambiente. Estabelece responsabilidades
hierárquicas entre os governos centrais, provincial, distrital e local nos processos de
ordenamento do território reconhece o direito a uma compensação justa para as
pessoas que sejam retiradas dos títulos de uso da terra por motivos de interesse público.
As compensações devem cobrir as percas relativas a propriedades tangíveis e
intangíveis, a rotura das redes sociais, e os bens produtivos. O Decreto 23/2003 da
mesma Lei estabelece que o valor da propriedade deve ser estimado quando a
compensação deva ser realizada e tem que incluir custos relativos a danos indirectos e
fluxos monetários.
Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades
Económicas - foi estabelecido pelo Decreto No. 31/2012. O regulamento providencia
regras e princípios para o reassentamento, com vista à promoção da qualidade de vida
dos cidadãos e a protecção do ambiente.
O regulamento providencia direitos para a população afetada, para ver restabelecido o
nível de renda, o padrão de vida, para viver num espaço físico com infraestrutura e
equipamentos sociais, para ter espaço para praticar suas actividades de subsistência,
e para dar opinião sobre todo o processo de reassentamento. O processo deve conter
pelo menos quatro (4) consultas públicas, para garantir a participação e o direito dos
cidadãos à informação. O processo está sujeito à inspecção pelo MITADER, e
estabelece multas pecuniárias por infracções. A aprovação do Plano de Ação de
Reassentamento é feita pelo Governo do Distrito, uma vez se tenha a conformidade
emitida pelo sector que superintenda área de Ordenamento do Território. De acordo
com as definições e o escopo do reassentamento estabelecidos nos artigos 1 e 2 do
Decreto, todos os processos de reassentamento que se enquadrem dentro deste
regulamento devem envolver deslocamentos físicos de populações.
Regulamento sobre Gestão de Resíduos. O Decreto 13/2006 de 15 de Junho, regula
o uso e gestão de resíduos. O regulamento define o tipo de resíduos, as medidas de
gestão de resíduos perigosos, os requisitos de aterros, e as autoridades relevantes,
aplicável no projecto para regular as actividades de saneamento do meio,
Lei de Protecção Cultural e Patrimonial. A Lei de Património Cultural (Lei n º 10/88)
estabelece regras para a protecção legal do património cultural tangível e intangível de
Moçambique. As propriedades culturais incluem: monumentos, grupos de edifícios de
18
valor histórico, relevância artística ou científica, locais (com interesse arqueológico,
histórico, estético, etnológico ou antropológico), e os elementos naturais (formações
físicas e biológicas com interesse particular do ponto de vista estético ou científico). O
artigo 13 estipula os procedimentos em casos de descoberta de quaisquer lugares,
edifícios, objectos ou documentos que podem ser classificados como bens de
património cultural, as actividades do PASP no sector agrícola e melhorias de vias de
acesso podem requerer Proteção Cultural e Patrimonial.
Lei de Protecção Social (Lei n º 4/2007). A lei compreende três categorias: Protecção
Social Básica, Obrigatória e Complementar. A Protecção Social Básica envolve
principalmente programas de rede de segurança social, incluindo transferências sociais
e outros programas de assistência, programa de trabalhos públicos com uso intensivo
em mão-de-obra, alimentação escolar e intervenções para facilitar o acesso aos
serviços de saúde e nutrição. A Protecção Social Obrigatória (mecanismos de seguro
social) é actualmente muito limitada na cobertura. Enquanto à Protecção Social
Complementar (para os trabalhadores auto empregues) ainda está por ser
desenvolvida.

4.1.4 Legislação de Saúde e Segurança Ocupacional  
A legislação moçambicana sobre saúde e segurança no trabalho combina provisões de
diferentes instrumentos legais, nomeadamente: a Constituição da República, a Lei do
Trabalho e outras disposições legais subordinadas, muitas das quais herdadas do
período colonial. As convenções da Organização Internacional de Trabalho (OIT),
especialmente a Convenção nº 17, relacionada com a compensação por acidentes de
trabalho, bem como a Convenção nº 18, relativa à indemnização por doenças
profissionais, também se aplicam. No PASP, os beneficiários estarão envolvidos em
diversas actividades com algum risco ocupacional, para prevenção e mitigação destes
riscos, alguns procedimentos e regulamentos das leis e decretos deverão ser aplicados.
A Lei do Trabalho, 23/2007 de 1 de Agosto (artigos 216 a 236) indica que os
trabalhadores têm o direito de trabalhar em condições higiênicas e seguras e que os
empregadores têm a obrigação de criar tais condições e informar os trabalhadores sobre
os riscos associados às tarefas específicas que realizam. Isso poderia ser na forma de
equipamentos de protecção individual (EPI) para evitar acidentes e efeitos negativos
sobre a saúde dos trabalhadores. A Lei do Trabalho refere que os empregadores e os
trabalhadores devem trabalhar em conjunto para garantir a saúde e a segurança no local
de trabalho.
O regulamento sobre o Regime Jurídico de Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais (Decreto n.º 62/2013 de 4 de Dezembro) é específico para regular
juridicamente os acidentes de trabalho e doenças profissionais e por isso não aborda
questões de prevenção de riscos de saúde e segurança do trabalhador. Porém, o Artigo
15 deste regulamento refere que “todos os trabalhadores por conta de outrem têm direito
à assistência médica e medicamentosa imediata em caso de acidente de trabalho ou
doença profissional”.
O Diploma legislativo n.º 48/73 de 5 de Julho, que aprova o Regulamento Geral de
Higiene e Segurança do Trabalho, embora tenha como objecto a prevenção técnica
dos riscos profissionais e a higiene nos estabelecimentos industriais, apresenta
disposições válidas e aplicáveis para a maioria dos subprojectos previstos na
Componente 2 do projecto (trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra). O
Artigo 2 deste diploma estabelece que as entidades patronais são responsáveis pelas
condições de instalação e laboração dos locais de trabalho, devendo assegurar ao
pessoal protecção contra acidentes e outras causas que possam afectar a saúde dos
trabalhadores ao serviço da empresa. Ainda no mesmo artigo, é indicado que a entidade
patronal deverá instruir os trabalhadores sobre os riscos do trabalho; as precauções que
19
devem tomar; o significado dos sinais de segurança ou sistemas de alarme; os métodos
de trabalho que oferecem maior garantia de segurança; o uso adequado dos
instrumentos de trabalho; uso dos meios de protecção pessoal.
O Artigo 17 estabelece que não deve ser permitido o trabalho em locais subterrâneos,
salvo em face de exigências técnicas particulares e desde que disponham de meios
adequados de ventilação iluminação e protecção contra a humidade. Aqui aplica-se para
a abertura de poços de água, previsto nos subprojectos da Componente 2 do projecto.
Os Capítulos VIII e IX deste diploma estabelecem disposições específicas para a
protecção dos trabalhadores, nomeadamente em relação ao seguinte:
 A necessidade de colocar à disposição dos trabalhadores, em locais facilmente
acessíveis, quantidades suficientes de água potável;
 O vestuário de trabalho deve ser concebido tendo em conta os riscos a que os
trabalhadores possam estar expostos, ajustar-se bem ao corpo do trabalhador,
sem prejuízo da sua comodidade e facilidade de movimentos, e não apresentar
partes soltas;
 Os trabalhadores expostos ao risco de traumatismo na cabeça devem usar
capacetes adequados, resistentes, incombustíveis, com armação interior
apropriada, câmara de ventilação e, sempre que necessário, abas que protejam
a face e a nuca;
 Os capacetes de segurança serão individuais e, na hipótese de terem de ser
utilizados por outros trabalhadores, deverão ser substituídas as partes plásticas
que se achem em contacto com a cabeça;
 Nas operações que apresentem riscos de corte, abrasão, queimadura ou
corrosão das mãos, devem os trabalhadores usar luvas especiais, de forma e
materiais adequados;
 Os trabalhadores que manipulem substâncias tóxicas, irritantes ou infectantes
devem usar luvas de canhão alto, para proteger os antebraços aos quais devem
ajustar-se perfeitamente na abertura do respectivo canhão;
 Nos trabalhos a efectuar em presença de água ou humidade devem ser usadas
botas altas;
 Os trabalhadores expostos a riscos de inalação de poeiras gases ou vapores
nocivos devem dispor de máscaras ou outros dispositivos, adequados à natureza
do risco;
 Os trabalhadores expostos ao risco de queda livre devem usar cintos de
segurança, de forma e materiais apropriados, com a necessária resistência,
cabos de amarração e respectivos elementos de fixação;
Nos locais de trabalho deverão ser utilizadas, independentemente de protecções
mecânicas e individuais cores de segurança destinadas a assinalar máquinas e
equipamentos, delimitar zonas e advertir o pessoal do perigo que o cerca.

4.2 Quadro Institucional


4.2.1 Nível Nacional 
O Ministério da Terra e Ambiente (MTA) criado em Janeiro de 2020, é responsável por
dirigir, planificar, coordenar, controlar e assegurar a execução das políticas nos
domínios de Administração e Gestão de Terra e Geomátia, Florestas e Fauna Bravia,
Ambiente, Mudanças Climáticas e Áreas de Conservação.
Para a execução dos seus objectivos e competências, este Ministério encontra-se
organizado em diferentes áreas de actividade distribuídas em diferentes direcções, das
quais são consideradas relevantes para o processo de Avaliação de Impacto Ambiental
as seguintes:

20
• Direcção Nacional do Ambiente (DINAB), que tem de entre várias funções a
responsabilidade de propor políticas, legislação e normas para o uso correcto
das componentes ambientais e de controlo da qualidade do ambiente;
promover a gestão ambiental, integrada e sustentável das áreas marinhas e
costeiras, rurais e urbanas; promover acções de conservação ambiental,
visando em particular, a biodiversidade, gestão sustentável das áreas
sensíveis ou protegidas e a reabilitação de áreas degradadas; desenvolver
sistemas de gestão de informação ambiental;
• Direcção Nacional do Ordenamento do Território e Reassentamento
(DINOTER), que tem de entre várias funções a responsabilidade de
estabelecer normas, regulamentos e directrizes para as acções de
ordenamento territorial; promover e monitorar a execução dos instrumentos de
gestão territorial a nível nacional, provincial, distrital e das autarquias locais;
assegurar a implementação das políticas e regulamentos de reassentamento
e compensações a nível nacional.
O MTA apresenta direcções provinciais estabelecidas em todas as capitais provinciais.
As Direcções Provinciais, denominadas Direcções Provinciais da Terra e Ambiente são
responsáveis pela revisão e decisão sobre os relatórios de TdR específicos de EAS e
sobre os procedimentos de boas práticas de gestão ambiental; a emissão de Licenças
Ambientais para as actividades de categoria B e C; aprovar PGA para todos os projectos
mineiros classificados como de categoria B, nos termos do Regulamento Ambiental para
a Actividade Mineira. O nível de organização e a capacidade variam de província para
província, mas no geral é relativamente fraco, pois tem falta de recursos humanos,
financeiros e materiais, que limitam acima de tudo as actividades de inspecção.
Ao nível Distrital, o papel da DPTA é realizado pelo Serviço Distrital de Planeamento e
Infraestruturas (SDPI). Tal como acontece com as DPTA, estas divisões beneficiarão de
diversas sessões de capacitação tanto diretamente através do envolvimento sistemático
nas missões de preparação e supervisão do projeto ou indiretamente por meio de
oficinas de capacitação. No entanto, um esforço adicional seria necessário para
aumentar a sua capacidade técnica, bem como para enfrentar a fragilidade de recursos
financeiros e humanos.

4.2.2 Nível Municipal 
A nível municipal, no caso de Maputo, a Direcção Municipal de Planificação Urbana e
Meio Ambiente (DMPUA) tem o mandato para gerir o ambiente da cidade e planificar o
desenvolvimento dos serviços urbanos e o desenvolvimento de áreas territoriais. Entre
as suas várias funções, a DMPUA é encarregada de propor estratégias para a
renovação e reassentamento urbano das populações e das actividades. A DMPUA
compreende os seguintes departamentos:
 Departamento de Planificação Urbana (DPU);
 Departamento de Registo;
 Departamento de Gestão Ambiental e Social (DGA); e
 Departamento de Fiscalização Ambiental e Social (DIA).
A responsabilidade da DGA como da DIA é basicamente assegurar que o regulamento
ambiental e social adequado e as licenças sejam observadas, pois o MITADER, através
da DNAB ou DPTADER é a entidade responsável pelo licenciamento ambiental.
5.2.3. Nível Distrital
Os governos dos Distritos, sob tutela do administrador do distrito, são os principais
responsáveis ao nível local pela coordenação e execução dos projectos de trabalhos

21
públicos nas áreas rurais, o que inclui: identificação de áreas prioritárias dentro do
distrito, seleção e preparação técnica dos subprojectos sustentáveis ambientalmente.
A equipa técnica do distrito representada pelos serviços distritais das áreas relevantes
para implementação do PASP deve selecionar e monitorar a implementação de
actividades com impacto positivo para as comunidades, de interesse comunitário ou
publico, enquadrados nos planos de desenvolvimento do distrito ou município e sobre
tudo, não devem ter impacto adverso sobre o meio ambiente e devem ser previstas
medidas de mitigação desse impacto negativo.
Para tal o distrito com apoio das delegações e INAS, devem instruir o processo de
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), com vista a obtenção da licença de Isenção
Ambiental, de todos os distritos que implementam o PASP com os fundos do Banco
Mundial. O processo de AIA deve conter
 O Projecto assinado pelo Exmo. Sr. Director;
 Requerimento devidamente preenchido com os dados do Sr. Administrador;
 Ficha de Informação Preliminar Ambiental (FIAP);
Para emissão da licença deve ser submetido o Documento com os Procedimentos de
Boas Praticas Ambientais e Sociais do Projecto.

22
4.3 QUADRO LEGAL NACIONAL VS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO
BANCO MUNDIAL

Embora tenha havido uma maior harmonização entre a legislação ambiental


moçambicana e as Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial, ainda há
diferenças em alguns aspectos. No âmbito deste projecto, sempre que existir um
conflito entre a legislação nacional e as políticas de salvaguardas do Banco
Mundial, esta última prevalece.

O quadro abaixo faz uma breve comparação entre alguma legislação moçambicana
e a do Banco Mundial na realização de avaliação do impacto ambiental e social,
identificando os conflitos existentes.

Tabela 6 - Comparação entre Legislação Moçambicana relevante e do Banco Mundial

Item Legislação Moçambicana Requisitos de Lacunas/


salvaguardas do conflitos
BM
Categorização O EIA é exigido pela Lei do De acordo com a OP Apesar de
do projeto Ambiente nº 20/97, de 7 de 4.01 (Avaliação algumas
Outubro, e pelo Decreto nº Ambiental), é exigido pequenas
54/2015 de 31 de um EIA completo diferenças, não
Dezembro. O regulamento para todos os existem conflitos
para o processo de AIA projetos entre os dois
classifica os projetos em selecionados como dispositivos legais
quatro categorias: Categoria A. Para
categorias A+ e A que exige projetos de Categoria
um EIA completo sujeito a B, é necessária
revisão por avaliadores alguma forma de
profissionais. Categoria B avaliação ambiental,
onde não é exigido um EIA geralmente menos
completa mas um estudo rigorosa do que um
ambiental simplificado EIA completo e
(EAS), a Categoria C que muitas vezes
não exige nenhum estudo, assumindo a forma
bastando seguir regras de um Plano de
básicas de boa gestão Gestão Ambiental).
ambiental. Para além do
rastreio, não são
necessárias mais
acções ESMF/ESIA
ou ESMP ou RPF /
RAP para um
projecto de Categoria
"C" e um projecto é
classificado como
Categoria FI se
envolver
investimento de
fundos do Banco
através de um
intermediário
financeiro.
A autoridade A emissão de uma licença A OP 4.01 requer a Em ambos os
ambiental deve ambiental deve preceder aprovação e processos, a
fornecer uma divulgação de EIAs divulgação ocorre

23
Item Legislação Moçambicana Requisitos de Lacunas/
salvaguardas do conflitos
BM
autorização qualquer outra licença pela autoridade antes da
ambiental para exigida. governamental aprovação e,
projetos antes da competente portanto, qualquer
avaliação. preocupação
levantada é
tratada antes da
aprovação do
projecto
Existem Legislação em matéria de As diretrizes para Moçambique não
diretrizes e SST; (Lei n.º 23/2007, de 1 SST fornecidas sob preparou normas
padrões de Agosto de 2007) e a as Diretrizes de SST específicas para a
nacionais para implementação da do Banco Mundial emissões de ruído
Saúde e responsabilidade dos devem ser aplicadas para diferentes
Segurança Ministérios do Trabalho e da para todos os indústrias. No
Ocupacional Saúde. As diretrizes de projetos de entanto, este
(SST). padrões de segurança para infraestrutura. programa não é
Qualidade Ambiental e propenso a
Emissão de Efluentes estão produzir esses
em vigor (Decreto nº tipos de emissões.
18/2004 de 2 de junho de Portanto, podem
2004 e a implementação é ser aplicadas as
de responsabilidade do normas do Banco
MITADER. Mundial (diretrizes
do IFC sobre SST
e diretrizes
ambientais, de
saúde e
segurança da
IFC). Normas
ambientais
nacionais (Decreto
n.º 18/2004, de 2
de Junho de 2004,
desenvolvido para
outras indústrias
(as emissões
atmosféricas, a
indústria
energética e o
plástico existem e
podem ser
aplicadas).

24
5 BREVE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL

5.1 Contextualização
Moçambique possui 28 milhões de habitantes4, sendo 46,6% da faixa etária entre os 0
e 14 anos, 50,1% entre os 15 e os 64 anos e apenas 3,3% acima dos 65 anos, o que
denota uma taxa de dependência elevada em relação à camada infanto-juvenil, mas
muito reduzida relativamente aos idosos. Em termos de distribuição entre géneros,
verifica-se uma predominância de mulheres (52%), sendo de 5,2 o número médio de
filhos por mulher. Em média os agregados familiares são constituídos por 4,4 pessoas,
sendo maioritariamente (66,2%) chefiados pelo homem.
As províncias de Nampula e Zambézia são as mais populosas do país, representando
praticamente 40% da população nacional, notando-se um aumento da densidade
populacional na zona costeira
Apesar de um crescimento económico rápido, mais da metade da população de
Moçambique continua na situação de pobreza e altamente vulnerável. Embora o
crescimento económico do país atingiu uma média de 7,5 por cento por ano entre 1992
e 2009, o progresso na redução da pobreza, especialmente nos últimos anos, tem sido
substancialmente mais lento. Embora a incidência da pobreza tenha reduzido de 70 por
cento em 1997 para 56 por cento em 2003, e até 2009 mais de 50 por cento dos
moçambicanos ainda viviam abaixo da linha de pobreza. Proporcionalmente, a maior
parte da redução na taxa de pobreza ocorreu nas áreas urbanas, enquanto nas zonas
rurais, onde vive a maioria da população pobre, a pobreza manteve-se teimosamente
alta, o que agrava as desigualdades geográficas. Estima-se que mais de 50 por cento
da população em Moçambique enfrenta o risco de insegurança alimentar, e quase a
metade das crianças com menos de 5 anos de idade sofrem de desnutrição crónica.
Além disso, uma grande parte da população está perto da linha de pobreza e, portanto,
altamente vulnerável a pequenas variações na renda, o que resulta em altos níveis de
pobreza transitória.
Os residentes urbanos, cerca de 65 por cento dos quais obtém a sua renda primária de
actividades não agrícolas, enfrentam outros riscos, tais como subemprego prolongado,
baixa renda, os aumentos dos preços dos alimentos e de outros choques financeiros
menos sentidos nas áreas rurais. Por exemplo, dados de 2009 indicam que, em
Moçambique, foram os agregados familiares urbanos que suportaram o peso da subida
do preço dos alimentos e as crises financeiras. Os pobres urbanos também dependem
mais dos subsídios de alimentos e subsídios aos combustíveis e, assim, enfrentam
maiores encargos financeiros quando são reduzidos ou eliminados do que a população
rural pobre.
O progresso lento na redução da pobreza e a continuação dos níveis significativos de
vulnerabilidade justificam a necessidade de um sistema de rede de protecção social
para proteger aos mais pobres dos choques previsíveis e imprevisíveis. A situação
actual dos pobres urbanos e rurais e as evidências sobre a forma como os choques
afectam essas famílias destacam a necessidade de elaborar e implementar
intervenções anti cíclicas para ajudar as famílias pobres a lidarem com o impacto dos
choques e evitarem perdas permanentes de capital humano. Conforme discutido acima,
este é um desafio particular, dada a alta proporção de agregados familiares
moçambicanos pobres e vulneráveis, a distribuição do consumo do país
predominantemente homogénea nos quintis mais baixos, e as diferentes dinâmicas da
pobreza nas áreas rurais e urbanas.

4
INE, 2019 Censo 2017 IV Recenseamento Geral da População e Habitação 7
25
Actualmente Moçambique encontra-se num momento fraco da sua história económica,
em que procura recuperar de grandes choques: a crise da dívida oculta e os efeitos
devastadores dos ciclones Idai e Kenneth em 2019. A crise da dívida surge em 2016,
quando são identificados grandes empréstimos externos anteriormente não revelados,
que abalaram a confiança no país, reduzindo o apoio externo, com consequente
aumentou nos níveis da dívida e redução do crescimento económico. Em 2019, a
situação é agravada na sequência dos ciclones Idai e Kenneth, que vieram causaram
graves danos às infraestruturas e meios de subsistência, das populações das províncias
de Sofala, Manica e Cabo Delgado diminuindo ainda mais o crescimento económico e
o bem estar da população.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) publicado em 2018 coloca Moçambique
na 180ª posição entre 189 países, com 0.446, portanto abaixo da média do grupo de
países de baixo desenvolvimento humano da África Sub-Sahariana (0.541). Entre 1990
e 2018 o valor de IDH de Moçambique teve um aumento de 106%, destacando-se as
melhorias na esperança de vida à nascença que aumentou 14,9 anos, na média de anos
de escolaridade (aumentou 2,7 anos) e a esperança de anos de escolaridade (aumentou
6 anos). Contudo, quando o valor é descontado para a desigualdade, o IDH cai para
0,309, uma perda de 30,7 por cento devido à desigualdade na distribuição dos índices
de dimensão do IDH.
Quanto ao Índice de Desigualdade de Género (IDG) que reflecte desigualdades
baseadas no género em temos de saúde reprodutiva, empoderamento e actividade
económica, Moçambique está colocado na 142ª posição num total de 162 países. Em
Moçambique, apenas 14,0% das mulheres adultas atingiram pelo menos um nível
secundário de educação, em comparação com 27,3% dos seus homólogos masculinos.
Por cada 100.000 nados-vivos, 489,0 mulheres morrem de causas relacionadas com a
gravidez; e a taxa de nascimentos de adolescentes é de 148,6 nascimentos por 1.000
mulheres de 15-19 anos de idade. A participação das mulheres no mercado de trabalho
é de 77,5 por cento em comparação com 79,6 por cento para os homens.
Relativamente ao Índice de Pobreza Multidimensional5, dados de 2011 indicam 72,5
% da população (21.496 mil pessoas) são multidimensionalmente pobres, enquanto
13,6 % adicionais são classificados como vulneráveis à pobreza multidimensional (4.026
mil pessoas). A pobreza acentua a maior parte dos riscos sociais, incluindo os de
mortalidade infantil, desnutrição crónica, abandono escolar, trabalho infantil,
casamentos prematuros, dentre outros.
A distribuição espacial da pobreza é enviesada - com uma pobreza quase duas vezes
maior nas zonas rurais (principalmente quando mais distantes de mercados e serviços)
do que nos centros urbanos - e uma desigualdade crescente entre as zonas rurais e
urbanas. As regiões Norte e Central continuam a apresentar um atraso em relação às
regiões Sul, com muito mais pessoas pobres no Niassa (67%), Nampula (65%) e
Zambézia (62%) do que na Província de Maputo (12%) e Cidade de Maputo (4%), as
duas áreas que registaram o maior declínio nas taxas de pobreza na última década.
Em algumas regiões, os agregados familiares são vulneráveis a calamidades naturais,
tais como a seca, cheias e ciclones, sem que tenham capacidade de enfrentar
devidamente estes choques, dada a fraca capacidade de resiliência. Moçambique é na
realidade um dos países mais vulneráveis a eventos climáticos extremos, dada a sua
localização na zona de convergência inter-tropical, a jusante de diversas bacias
hidrográficas partilhadas e com uma longa costa, com áreas adjacentes de altitude

5
A pobreza multidimensional refere-se a outras dimensões de privação, para além do consumo, que influenciam o bem-
estar das famílias, sendo calculado através do acesso a um conjunto de seis elementos mais estáveis: 1) pelo menos
um membro do agregado familiar ter finalizado a escola primária completa; 2) Acesso a fonte de água segura; 3) Acesso
a saneamento melhorado; 4) Casa com cobertura com materiais convencionais; 5) Acesso a saneamento melhorado; 6)
Posse de bens duráveis. É considerado pobre o agregado familiar privado de pelo menos quatro destes seis indicadores.

26
abaixo do actual nível das águas do mar. O facto de grande parte da população residir
na faixa costeira, de haver níveis elevados de pobreza, fragilidades nas infraestruturas
e equipamentos sociais (com destaque para saúde e saneamento) e baixa capacidade
financeira por parte do Governo para implementar medidas de adaptação contribui para
a elevada vulnerabilidade (MICOA, 2012).
Nas últimas décadas tem-se registado um aumento na ocorrência de eventos climáticos,
tais como cheias, secas, ciclones tropicais e epidemias, conforme patente na figura
seguinte (INGC 2009 e 2015). Os gráficos abaixo ilustram a tendência de cada um dos
eventos em Moçambique, as epidemias tem ganhado mais espaço em relação aos
outros eventos, pode se notar que uma tendência crescente de ocorrência de eventos
extremos

Figura 2 - Número de eventos climáticos entre 1950 e 2010 (MITADER, 2013)

A região sul é mais propensa a secas (principalmente no interior das províncias de


Inhambane e Gaza, mas também a cheias. A ocorrência de ciclones tropicais é maior
na região norte, e centro, assolando essencialmente a faixa costeira.
Cheias Secas Ciclones Tropicais Epidemias

Sul
Centro
Norte

Figura 3 - Desastres naturais por região, entre 1956 e 2008 (adaptado de INGC, 2009)

Ao nível dos agregados familiares, a pobreza que atinge grande parte da população
acentua a maior parte dos riscos sociais, incluindo os índices de mortalidade infantil,
desnutrição crónica, abandono escolar, trabalho infantil, casamentos prematuros, entre
outros. Os agregados familiares mais desfavorecidos tendem a viver nas zonas mais
distantes de mercados e serviços, principalmente em meio rural, estando mais
vulneráveis a calamidades naturais, nomeadamente secas, cheias e ciclones. ENSSB

27
Figura 4 – Distribuição do Índice de Pobreza Muldimensional

Relativamente à força de trabalho, salário e produtividade, há uma persistente


disparidade de género 6verificando-se que, embora a participação feminina na força
de trabalho seja relativamente elevada (80% das mulheres adultas são
economicamente activas), estão essencialmente concentradas no sector informal.
Apenas 5,8% das mulheres em Moçambique são trabalhadoras assalariadas e
assalariadas, contra 23,7%dos homens 7 . Esta situação contribui para a falta de
equidade de género, reforçada por outros factores, incluindo a matriz patriarcal
predominante.
Em 2015 foi aprovada a Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB) para
o período de 2016 a 2024, que estabelece quatro objectivos fundamentais a alcançar:
5) Reforçar o nível de consumo e a resiliência das camadas da população vivendo
em situação de pobreza e vulnerabilidade;
6) Contribuir para o desenvolvimento do capital humano, através da melhoria de
nutrição, do acesso aos serviços básicos de saúde e educação da população
vivendo em situação de pobreza e vulnerabilidade;

6
Gradín and Tarp. 2019. “Gender Inequality In Employment In Mozambique”, South African Journal of Economics  
87/2: 180‐199.
7
Retrieved from the Gender Data Portal on 24 September 2020 (Modeled ILO estimate, 2019).

28
7) Prevenir e mitigar os riscos de violência, abuso, exploração, discriminação e
exclusão socia, através de serviços de acção social;
8) Desenvolver a capacidade institucional para a implementação e coordenação do
subsistema de segurança social básica.
Para dar resposta ao primeiro objectivo estão definidos um conjunto de acções que
visam reforçar o nível de consumo, de autonomia e de resiliência das camadas mais
pobres e vulneráveis da população. Dentro deste âmbito são implementados programas
de transferências directas para os agregados familiares mais vulneráveis,
designadamente como através do Programa de Subsídio Social Básico (PSSB) e
Programa de Apoio Social Directo (PASD). Adicionalmente é implementado o Programa
de Acção Social produtiva (PASP.

5.2 Violência Baseada em Género


Em Moçambique a violência baseada no género, incluindo a exploração e abuso sexual,
é persistente e generalizada. Um terço de todas as mulheres com idades
compreendidas entre os 15 e 49 anos disseram ter sofrido violência física desde os 15
anos, e 25% disseram que tinham sofrido violência frequentemente ou por vezes nos
últimos doze meses (DHS 2011). As raparigas adolescentes são particularmente
vulneráveis, uma vez que 19% relatam sofrer uma iniciação sexual forçada. 12% das
mulheres declararam-se sobreviventes de violência sexual, e 46% afirmaram ser
sobreviventes de violência doméstica, sexual, ou emocional dos seus parceiros. Porém,
dada a existência de estigma e subnotificação, estes números possivelmente são ainda
mais elevados.
A maior parte da violência contra mulheres e raparigas, que tem lugar tanto na esfera
pública como doméstica é perpetrada por um parceiro íntimo. Mais de 33% das vítimas
de violência física ou sexual disseram que o perpetrador tinha sido um marido ou
parceiro. Sessenta e dois por cento das vítimas de violência física disseram que a
experiência física tinha sido cometida pelos seus maridos ou parceiros, com esta
percentagem a subir para 70 por cento entre mulheres casadas. Entre as sobreviventes
de violência sexual casadas ou em casal, 45% disseram que o perpetrador foi o marido
ou parceiro, e para aqueles que tinham sido separados, em 28% dos casos o antigo
marido ou parceiro tinha sido o perpetrador. De acordo com dados da polícia, entre 2015
e 2017, foram comunicados mais de 25.000 casos de violência doméstica em
Moçambique
A informação disponível indica que as mulheres nas zonas urbanas estão mais expostas
à violência sexual do que as mulheres nas zonas rurais. Entre as diferentes províncias,
a maior prevalência de violência sexual contra as mulheres foi registada em Sofala,
seguida de Manica e Gaza. Os dados mais baixos foram observados em Cabo Delgado
e Tete.
As normas sociais e culturais profundamente enraizadas que reforçam a desigualdade
de género e um desequilíbrio de poder entre homens e mulheres e entre adultos e
crianças reflectem-se também nos elevados níveis de violência contra raparigas na
escola. Como resultado, as estruturas e instituições sociais, incluindo famílias, escolas
e comunidades, podem implicitamente legitimar e reforçar normas de género nocivas
através da aprovação tácita ou explícita do status quo.
A tolerância da violência baseada no género na escola, em grande parte motivada por
todos os factores discutidos acima, tem consequências sociais mais vastas sobre a
igualdade de género. As vítimas/viventes sentem-se menos capazes de agir, e os
perpetradores podem sentir-se imunes. Estes sentimentos e comportamentos

29
prejudiciais vão para além do contexto escolar e contribuem para a perpetuação da
desigualdade e da violência baseada no género de forma mais ampla na sociedade.
Há consequências significativas para a VBG na juventude, com algumas das mais claras
relacionadas com a saúde física e psicológica e com os resultados académicos. As
consequências para a saúde física do sexo forçado incluem a exposição a doenças
sexualmente transmissíveis, bem como concepção indesejada, gravidez e parto de
adolescentes de alto risco, e abortos inseguros. Psicologicamente, a experiência de
violência sexual tem a tendência de bloquear o desenvolvimento de capacidades sociais
e minar a auto-estima, e pode levar a distúrbios alimentares, depressão, insónia,
sentimentos de culpa, ansiedade e tendências suicidas. As vítimas de violência sexual
também sofrem academicamente: as raparigas podem demonstrar mau desempenho,
reduzir o seu envolvimento em actividades escolares, ou desistir totalmente devido à
baixa auto-estima, concentração reduzida e ansiedade. Quando os professores exigem
sexo a estudantes do sexo feminino e as 'recompensam' por sexo com notas altas em
testes e exames, perpetua-se a ideia de que o sucesso académico está mais ligado à
sexualidade das raparigas do que ao seu intelecto. Tais noções afectam profundamente
a percepção que as raparigas têm de si próprias como estudantes, e lançam as
actividades académicas numa luz impropriamente sexualizada.

5.3 Impacto da pandemia Covid-19 e Resposta do Governo


Desde o início da pandemia, um número total de casos confirmados aumentou para
15.037 (a partir de 23 de Novembro de 2020). Em 30 de Março, foi declarado o Estado
de Emergência, impondo limitações aos movimentos no interior do país e às entradas
na fronteira, entre outras medidas. A 7 de Setembro, Moçambique passou de um Estado
de Emergência para um Estado de Calamidade Pública que preserva muitas das
medidas de prevenção do Estado de Emergência, embora com o gradual reinício das
actividades sociais e económicas, em coordenação com as autoridades sanitárias.
Contudo, a população continua a ser convidada a continuar a respeitar as medidas
preventivas.
Dada a profundidade da crise da COVID-19, espera-se que a já difícil situação de
pobreza de Moçambique se agrave ainda mais. É provável que os meios de
subsistência, a segurança alimentar e a nutrição se agravem à medida que os
rendimentos são afectados pelo abrandamento da actividade económica. Espera-se que
os impactos negativos nos rendimentos sejam sentidos relativamente mais nas zonas
urbanas e periurbanas onde as medidas de distanciamento social e o encerramento de
empresas estão a ter mais efeito. Espera-se, pois, que a pandemia afecte
predominantemente as populações em situação de pobreza nestas áreas, afectando as
suas fontes de rendimento provenientes do trabalho informal e do trabalho por conta
própria. Estima-se que a taxa de pobreza urbana de Moçambique empurre mais 300.000
pessoas urbanas para a pobreza, devido ao desemprego e à perda de rendimentos, ao
aumento dos preços e a uma deterioração dos serviços públicos.
As simulações dos efeitos da COVID-19 mostram um aumento da pobreza urbana de
32 para 42,9% num cenário com uma redução de 25% do consumo. Está também
previsto um aumento considerável da pobreza nas zonas rurais, com maior
vulnerabilidade devido ao menor acesso a serviços de saúde e saneamento, e a taxas
mais elevadas de subnutrição e pobreza extrema. A situação de insurgência na
Província de Cabo Delgado tem agudizado a situação humanitária na região, sendo
também de referir problemas de instabilidade e segurança na região Centro.
Espera-se também que as mulheres sejam afectadas ainda mais severamente pelos
diversos impactos sociais e económicos da crise. Devido os elevados níveis de
desigualdade de género no país e as normas sociais patriarcais, é de esperar um
aumento significativo do peso das mulheres e raparigas como cuidadoras,

30
especialmente entre os agregados familiares chefiados por mulheres. Além disso, com
as dificuldades económicas, uma perda esperada nas receitas do Governo pode levar
a uma queda no financiamento de serviços sociais fundamentais, tais como a educação
e a saúde. A COVID-19 pode também ter custos educacionais para as raparigas e
consequências relacionadas com as condições económicas, uma vez que as suas
múltiplas responsabilidades de cuidados podem levar a um encargo significativo no seu
tempo, levando ao abandono escolar.
Nas zonas rurais, as mulheres e crianças podem estar em maior risco de contágio,
designadamente por se reunirem nos fontanários comunitários, que podem constituir um
centro de contágio. Por outro lado, as taxas mais elevadas de analfabetismo (56 contra
23% em ambientes urbanos) podem também torná-las particularmente vulneráveis se
os protocolos de saúde pública não forem devidamente divulgados e permitirem a sua
compreensão dos riscos e medidas.
As mulheres e crianças podem também enfrentar riscos acrescidos de diferentes formas
de violência baseada no género (VBG), incluindo violência doméstica, exploração e
abuso sexual. Embora tenham sido documentados aumentos significativos da violência
baseada no género em países com medidas de bloqueio total, outras evidências
mostram que o súbito início do aumento do stress económico e da ansiedade pode levar
a mecanismos negativos de resposta e exacerbar o comportamento violento a nível
doméstico, incluindo maus tratos infantis e castigos corporais, abuso sexual e
exploração do trabalho infantil para aumentar o rendimento familiar. Além disso,
actividades não relacionadas com a prevenção da VBG, tais como sensibilização da
comunidade ou sessões de informação de grupo, podem ser adiadas ou redesenhadas
para minimizar os riscos de infecção. Dado o baixo acesso à electricidade, serviços
móveis e Internet, especialmente nas zonas rurais, e a importância dos serviços
baseados na comunidade, é provável que as mulheres se encontrem em situações mais
vulneráveis. A COVID-19 pode também cortar o acesso ao fornecimento de saúde
sexual e reprodutiva, com o encerramento de clínicas móveis ou unidades baseadas na
comunidade. Além disso, uma perda esperada nas receitas governamentais pode levar
a uma queda no financiamento de programas governamentais de apoio, protecção e
serviços a sobreviventes e grupos vulneráveis.
As disparidades de género pré-existentes podem vir a agravar a desvantagem das
mulheres e o seu empobrecimento durante e após a pandemia. Por exemplo, as
mulheres podem ter mais dificuldades no acesso à assistência social dada a falta de
identificação, informação, ou mobilidade devido a restrições financeiras ou domésticas.
Além disso, 37% das mulheres (15-49 anos de idade) sofreram alguma forma de
violência baseada no género (VBG) nas suas vidas, e as raparigas adolescentes são
particularmente vulneráveis, uma vez que 19% relatam sofrer uma iniciação sexual
forçada. Em contextos de emergência, a vulnerabilidade das mulheres às práticas
relacionadas com a violência baseada no género também aumenta, incluindo
casamentos precoces e forçados, deterioração no acesso aos serviços, e aumento da
carga de trabalho. As provas têm mostrado um aumento notável de notificações a
serviços de crise relacionados com a VBG e a violência do parceiro íntimo, denominada
"pandemia sombra".
Assim, a implantação de redes de segurança social para proteger os indivíduos em
situação de pobreza e vulnerabilidade é crucial para mitigar os efeitos socioeconómicos
negativos da COVID-19.

31
6 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE
MITIGAÇÃO
As actividades da FA 3 estarão limitadas a actividades relacionadas com Transferências
Directas para os beneficiários (Componente 3 do projecto inicial), sendo muito limitados
os impactos ambientais e socias daí decorrentes.
Pela natureza do Projecto, serão proporcionados benefícios às famílias vulneráveis, já
apoiados pelo INAS, bem como a famílias mais afectadas pelos impactos económicos
do COVID-19, em áreas urbanas e peri-urbanas. Poderão, contudo, ocorrer impactos e
riscos adversos, que apesar de não se prever que sejam significativos, deverão merecer
a devida atenção, requerendo a implementação de medidas de mitigação para melhorar
a sustentabilidade ambiental e social do Projecto.
Os potenciais riscos e impactos ambientais e socias identificados estão relacionados
essencialmente com questões sociais associadas à elegibilidade para a assistência,
potenciais riscos relacionados com violência baseada em género, riscos de propagação
do COVID-19 na comunidade e no meio laboral e impactos relacionados com a gestão
de resíduos de materiais potencialmente contaminados com COVID-19.

6.1 Impactos positivos a potenciar

6.1.1 Maior protecção social para enfrentar o choque provocado pela pandemia
COVID-19 e maior resiliência a choques por outras emergências
O FA 3 representa uma grande escala de programas de protecção social adaptativos
em Moçambique, que. irá fornecer assistência social relacionada com a Covid-19 a
850.000 famílias durante a primeira fase. Respostas políticas comparáveis em países
vizinhos, como a África do Sul, que incluíram tanto recargas aos beneficiários existentes
como a expansão horizontal de programas específicos, resultaram numa distribuição de
benefícios a favor dos pobres, devido à natureza dos programas centrados nas crianças.
Os dados da Etiópia mostram que apesar do aumento da insegurança alimentar global
em 11,7% devido ao Covid-19, as famílias que participaram no Programa Redes de
Segurança Produtiva mitigaram o impacto para um aumento muito pequeno de apenas
2,4%. Além disso, a assistência social também protegeu os investimentos em capital
humano (em 7,7%) e mesmo os investimentos em activos produtivos. À semelhança de
países como o Ruanda, Somália ou África do Sul, onde a assistência social é orientada
para as crianças e a nutrição, o DCT-Covid de Moçambique também tem um enfoque
nas crianças.
Dados sobre o impacto da assistência social como resposta aos choques mostram que
28,5% das transferências monetárias pós-desastre são utilizadas no consumo de
alimentos, enquanto 21% são utilizadas em materiais para reparação de habitações.
Outra literatura também sugere que as transferências monetárias podem ajudar a
promover a segurança alimentar num contexto pós-desastre através da diversidade
alimentar (Bailey e Hedlund, 2012; Sharma, 2016) e podem também reduzir as
estratégias negativas para satisfazer as suas necessidades, tais como restrições
alimentares auto-impostas, trabalho infantil e trabalho perigoso (Lehmann e Masterson,
2014). Estes ganhos a nível doméstico resultantes de respostas a catástrofes são
utilizados para fornecer uma estimativa dos ganhos económicos das actividades do
projecto.
Prevê-se, portanto, que a implementação do FA3 tenha como benefícios imediatos, a
melhoria da segurança alimentar e do consumo, evitando que as famílias afectadas
adoptem mecanismo de sobrevivência arriscados.
Embora este FA 3 expanda a cobertura apenas às famílias afectadas pela crise da
COVID-19, a expansão dos registos dos beneficiários, dos sistemas de pagamento e
32
dos processos de encaminhamento cria uma maior resiliência e capacidade de resposta
a futura, como os choques relacionados com as mudanças climáticas.
Torna-se importante tomar medidas que assegurem a inclusão dos indivíduos e grupos
mais vulneráveis, que devem passar por campanhas de comunicação efectivas e
abrangentes e o envolvimento de partes interessadas que possam efectivamente apoiar
na sua identificação. Adicionalmente, deverá estar implantado em toda a área territorial
de abrangência do Projecto um Mecanismo de Queixa e Reclamação que permita que
os candidatos à assistência possam de forma transparente verificar causas da sua não
elegibilidade e os beneficiários possam apresentar queixas relacionadas por
deficiências nos pagamentos.

6.2 Potenciais riscos e impactos adversos a mitigar

6.2.1 Risco de exclusão de famílias mais vulneráveis


Apesar do projecto ser destinado especificamente aos grupos mais vulneráveis e a área
territorial de abrangência ter sido selecionada com base em critérios que buscam
efectivamente áreas onde há maior ocorrência de famílias vulneráveis aos impactos do
COVID, pode haver o risco de indivíduos ou grupos desfavorecidos não serem
abrangidos. De notar que se considera aqui que a vulnerabilidade pode ter origem da
pessoa, género, idade, estado de saúde, deficiência económica e insegurança
financeira ou situação de desvantagem na comunidade. A acrescer deve ser também
considerada a situação de famílias polígamas, onde muitas vezes há uma diferenciação
entre as esposas, em que geralmente a primeira esposa e seus descendentes tem mais
benefícios, em detrimento das restantes.
Poderão ocorrer barreiras de acesso ao programa derivadas de:
 Critérios pouco abrangentes – Os critérios de priorização das famílias
beneficiárias deverão ter em consideração todas as situações mais críticas a
priorizar, tais como famílias chefiadas por mulheres, com crianças menores de
cinco anos, idosos, entre outros. Nestes critérios deve ser devidamente
considerada a situação de famílias polígamas, onde cada agregado deverá ser
visto separadamente, mesmo que chefiado pelo mesmo homem. De destacar
que o INAS já declarou ter entre os novos beneficiários registados, 70% são
mulheres, o que resulta dos novos protocolos.
 Falta de acesso à informação e/ou compreensão do programa de apoio e dos
seus critérios de elegibilidade – as limitações à realização de reuniões públicas,
impostas pelo GoM, como forma de contenção do COVID 19, podem criar
dificuldades na implementação de acções de comunicação. Assim, o plano de
comunicação deverá adoptar estratégias que contornem esta limitação,
identificando mecanismos que permitam alcançar os mais vulneráveis,
lembrando que estes podem não dispor de rádio ou telefone celular. A
informação deverá ser divulgada tanto por escrito como verbalmente (incluindo
na língua local), envolvendo as redes de comunicação da comunidade (não só
das lideranças, mas também dos agentes comunitários de saúde ou outros), bem
como de organizações de base comunitária e agências humanitárias.
 Falta de acessibilidade aos pontos de levantamento das transferências, quer por
deficiência ou doença crónica, distância geográfica, ausência do chefe de familia
– estas situações devem ser identificadas e devidamente sinalizadas para que
se sejam definidas formas que contornem a limitação, que poderão passar pela
assistência no transporte dessas pessoas, entre outros.
 Erros no processamento do registo do beneficiário e/ou no pagamento. A
implementação do Mecanismo de Queixa e a monitorização da sociedade civil

33
nas fases anteriores do projecto, permitiram identificar alguns erros no registo e
processamento de pagamento. Estas licções aprendidas devem ser
devidamente incorporadas no sistema do INAS, de forma a evitar novas
ocorrências. Esta experiência demonstrou a importância da disponibilização do
Mecanismo de Queixa na totalidade da área territorial de implementação do
projecto. O Mecanismo de Queixa tem de ser acompanhado de acções de
comunicação que apresentem claramente como funciona este mecanismo.

6.2.2 Desenvolvimento o sentimento de dependência


A disponibilização de transferências directas em dinheiro para apoio temporário a
famílias carenciadas tem sempre associado um risco de desenvolvimento de um
sentimento de dependência da assistência. O projecto de Protecção Social em curso
tem tido desde sempre em atenção este risco, que procura minimizar através da
implementação de programas de comunicação, que deixem clara a natureza periódica
da assistência.e pelo desenvolvimento de programas de inclusão produtiva.

6.2.3 Risco de tensão social


Em situações de crise económica há tendência para um enfraquecimento da coesão
social. A distribuição de benefícios pode potencialmente criar tensões entre
beneficiários e não beneficiários da mesma comunidade e consequentes críticas ao
programa.
Assim, é essencial desenvolver e implementar um programa de comunicação
integrando mensagens claras e transparentes sobre os critérios a adoptar na selecção
dos beneficiários. Os candidatos que não forem seleccionados devem ser informados o
mais cedo possível sobre a razão da exclusão e sobre a possibilidade de apresentação
de queixa através dos canais do MGQ.
As queixas dos candidatos não elegíveis devem se recebidas e analisadas num curto
espaço de tempo e a resposta deve ser comunicada de uma forma transparente.

6.2.4 Risco de violência baseada no género


Conforme referido, em Moçambique a violência baseada no género, incluindo a
exploração e abuso sexual, é persistente e generalizada, requerendo, portanto, uma
especial atenção.
A legitimação da violência em contexto escolar, enquanto requisito para o sucesso
académico cria o risco da sua legitimação em outros contextos, tal como acontece com
a corrupção, observada em diversos contextos na sociedade Moçambicana, incluindo
no sector da saúde. Assim, mesmo no sector de protecção social, poderá haver o risco
de mulheres principalmente as jovens serem vítimas abuso e exploração sexual em
troca de benefícios, sendo o risco tanto maior, quanto maior o nível de vulnerabilidade.
Assim, deverá haver uma cuidada sensibilização dos funcionários do INAS e de
quaisquer outras entidades directamente envolvidas no processo de selecção de
beneficiários e pagamento das transferências directas, que deixem claro que não haverá
qualquer tolerância a situações de exploração e abuso sexual. Durante a divulgação do
Mecanismo de Queixas, deverá estar claro que poderão ser apresentadas queixas sobre
situações de exploração e abuso sexual a candidatos ou beneficiários. As queixas de
cariz sexual devem ser consideradas tratadas com prioridade com o recurso a legislação
sobre e procedimentos administrativos no caso desta recaírem sobre funcionários do
INAs ou de outras entidades estatais. Os funcionários envolvidos devem ser
imediatamente retirados das actividades com os beneficiários.
Em diversos países tem sido relatado um aumento de violência doméstica, no contexto
do COVID 19, em resultado do confinamento das famílias nas suas residências, numa
situação de tensão e maior vulnerabilidade. Em Moçambique, a maior parte dos casos
34
de violência baseada em género relatados, são perpetrados por um parceiro íntimo, o
que é indiciador do risco de agravamento da situação. Casos em que a mulher é a
beneficiária directa do programa de transferência directa, poderão criar alterações na
dinâmica familiar e despoletar situações de violência doméstica sobre a mulher. Apesar
de não se tratar de um impacto directo do projecto, o plano de comunicação deverá
deixar muito claro a possibilidade de utilização do Mecanismo de Queixa para denúncia
deste tipo de situações, que deverão ser encaminhadas, pela equipa do projecto às
instituições responsáveis por lidar com a violência baseada em género

6.2.5 Riscos de contágio por COVID-19 na comunidade


Os riscos específicos de contágio por COVID-19 estão principalmente
relacionados com a possível transmissão da COVID-19 nos pontos de registo
neste programa de assistência e nos pontos de pagamento.
O INAS já estabeleceu algumas medidas para prevenir e minimizar o risco de COVID-
19, designadamente:
1) Melhorou o calendário de pagamentos aos beneficiários para evitar que os
pontos de pagamento ficassem sobrelotados, reduzindo o número diário de
beneficiários nos pontos de pagamento.
2) Desenvolveu directrizes para o distanciamento social durante os processos de
registo e pagamento;
3) Reforçou os protocolos de saúde, segurança e operacionais das suas
actividades, que descrevem a necessidade de EPI e o fornecimento de
condições de trabalho adequada, incluindo o fornecimento de máscaras e
exigência da sua utilização, o cumprimento da higiene das mãos e directrizes
para o distanciamento social durante os processos de pagamento, entre outros.
As actividades de transferência de dinheiro propostas cumprirão estes requisitos
permanentes como estado nas directrizes nacionais.
4) Reforçou a estratégia de comunicação dos pagamentos para entregar
mensagens de sensibilização COVID-19 utilizando múltiplos canais de
comunicação (folhetos e cartazes), para além dos seus canais tradicionais
(permanentes e rádios comunitárias locais). A campanha de
comunicação/divulgação do MRQ terá em consideração os requisitos da COVID-
19 (ou seja, consultas virtuais e/ou reuniões com medidas adequadas de
distanciamento social e de sanitização) e destacará as precauções sanitárias
básicas da COVID-19.
5) Introduziu um processo de pagamento por via digital, que prevê agora expandir,
principalmente nas áreas urbanas e peri-urbanas.
O INAS, através da equipa responsável pela componente de salvaguardas aos níveis
central, das delegações e dos distritos deve controlar e assegurar que os beneficiários
cumpram as medidas de saúde e segurança, incluindo, políticas de distanciamento
social para minimizar as doenças dos trabalhadores.

6.2.6 Impactos e riscos laborais


Os principais riscos laborais estarão relacionados com a possibilidade de contaminação
por COVID-19 em situações de maior concentração de pessoas, designadamente em
acções de formação ou em contacto com a candidatos/beneficiários nos pontos de
registo e pagamento.
O INAS deverá assegurara efectiva dos protocolos que o definem o distanciamento
social físico entre funcionários, uso do equipamento de protecção individual (PPE)

35
disponibilizado aos funcionários (incluindo máscaras faciais, viseiras e desinfectante de
mãos; desifecção das instalações, medição da temperatura corporal, entre outras.
Estas medidas devem ser aplicadas não só aos funcionários do INAS, como também de
todas as organizações terceirizadas, designadamente para o processo de pagamento.
Os trabalhadores deverão ter acesso ao Mecanismo de Gestão de Queixas para
apresentação de queixas sobre não cumprimento de procedimentos relacionados com
a contenção do COVID-19, nomeadamente o distanciamento físico e a disponibilização
de máscaras faciais, outros problemas laborais e de condições de trabalho.

6.2.7 Degradação da qualidade do ambiente pela deposição inadequada de


resíduos sólidos
Prevê-se que o Projecto apenas irá gerar resíduos sólidos equiparados a resíduos
domésticos, característicos de escritórios de serviços, onde há uma maior proporção de
papel, sem risco de impactos significativos para o meio ambiente ou saúde pública. De
qualquer modo é de salutar a implementação de medidas de gestão de resíduos sólidos,
com base no princípio da redução da produção, reutilização e reciclagem.
Constituem excepção as máscaras faciais descartáveis, que poderão constituir um risco
para a saúde pública se não forem devidamente geridas. Nos escritórios das delegações
do INAS e nos postos de registo e pagamento, deverão existir caixotes específicos para
disposição de máscaras faciais descartáveis. Estas devem ser recolhidas
separadamente ser e devidamente acondicionadas para disposição em local adequado,
que não crie riscos para a saúde pública, a ser definido pelos responsáveis das
delegações do INAS, conjuntamente com o especialista ambiental e autoridades locais
com a tutela de gestão dos resíduos sólidos.

6.3 Síntese dos Impactos e riscos sociais e ambientais e medidas de mitigação


Na tabela seguinte apresenta-se a síntese dos potenciais impactos e riscos ambientais
e sociais , as medidas de potenciação / mitigação propostas e os instrumentos de gestão
em que devem estar inseridas.

36
Tabela 7 - Síntese de Potenciais Impactos e Riscos e Medidas de Mitigação

Componente Potenciais riscos Medidas de potenciação / mitigação Plano


Maior protecção social para Comunicação efectiva e abrangente sobre o PEPI
enfrentar o choque provocado Projecto e elegibilidade
pela pandemia COVID-19 e
maior resiliência a choques por
Protecção outras emergências
Social
Desenvolvimento o sentimento Campanhas de sensibilização sobre o carácter PEPI
de dependência temporário da assistência
Divulgação de programas de inclusão PEPI
económica
Critérios de elegibilidade não Envolvimento de partes interessadas na PEPI
priorizam todas as categorias definição dos critérios de elegibilidade, que
de indivíduos grupos mais assegurem a integração dos indivíduos/grupos
vulneráveis mais vulneráveis
Indivíduos/grupos mais Comunicação efectiva e abrangente sobre o PEPI
vulneráveis não beneficiam do Projecto e elegibilidade, com foco nos grupos
Projecto mais vulneráveis
Envolvimento de partes interessadas que PEPI
Abrangência possam efectivamente apoiar na identificação
de Grupos dos mais vulneráveis
Vulneráveis Assistência na apresentação de queixa MQR
relativas a não elegibilidade
Definição de formas de pagamento que
assegurem a abrangência de pessoas com
falta de acessibilidade aos pontos de
levantamento das transferências
Campanhas de sensibilização sobre o carácter PEPI
temporário da assistência
Divulgação de programas de inclusão PEPI
económica
Riscos de tensões entre Divulgação de mensagens claras e PEPI
beneficiários e não transparentes sobre os critérios de
Coesão e
beneficiários da mesma elegibilidade
Tensão Social
comunidade e consequentes
Acesso a MQR, que analisa e responde de MQR
críticas ao programa
forma clara e transparente, num curto espaço
de tempo
Risco de abuso e exploração Promoção de acções de sensibilização e PA-VBG
sexual (AES) por parte de capacitação de todos os funcionários
funcionários, sobre candidatos envolvidos, sobre VBG / AES e sobre a não
ou beneficiários tolerância de maus comportamentos
Divulgação na comunidade da não tolerância a PA-VBG
VBG / AES e sobre a possibilidade de
Violência apresentação de queixa através do MQR e do
Baseada no seu princípio de confidencialidade,
Género centralidade de sobrevivência, e segurança de
sobrevivência
Definição de canais apropriados para recepção MQR-VBG
de queixas de VBG / AES,
Definição de formas de tratamento da queixa e MQR-VBG
penalizações dos infractores
Divulgação na comunidade da possibilidade de PA-VBG
apresentação de queixa através do MQR e do

37
Risco de violência doméstica seu princípio de confidencialidade,
baseada em género centralidade de sobrevivência, e segurança de
sobrevivência
Campanha de sensibilização contra violência PA-VBG
doméstica baseada em género, em
colaboração com outras organizações

Mapeamento de instituições para onde MQR-VBG


possam ser encaminhadas as vítimas de VBG
Risco de contágio por COVID- Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
19 nos pontos de registo e de sobre o COVID-19 e formas de prevenção
pagamento
Calendário de pontos de registo de candidatos PA-COVID
deve ser alargado para reduzir riscos
ajuntamentos
Calendário de pagamentos aos beneficiários PA-COVID
Saúde da deve ser distribuído de forma a reduzindo o
Comunidade número diário de beneficiários nos pontos de
pagamento
Promoção de formas de pagamento por via PA-COVID
digital
Nos pontos de registo e pagamento deve ser PA-COVID
definido e fiscalizado o distanciamento físico
social
Riscos de contágio por COVID- Aplicação de Ficha de Verificação de PA-COVID
19 em contexto laboral prevenção e Controle de Infeccão COVID-19
em todas as delegações do INAS e agências
terceirizadas
Questões
Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
Laborais e
sobre o COVID-19 e formas de prevenção
Condições de
Trabalho Implementação de medidas que garantam o PA-COVID
distanciamento social físico, a utilização PPE e
desinfecção de mãos
Implementação de procedimento de PA-COVID
identificação de caos com sintomas de COVID-
19 e isolamento imediato
Assistência a funcionários que tenham PA-COVID
contraído a doença
Impactos e riscos laborais (p.ex. Divulgação aos funcionários da possibilidade PEPI
horário de trabalho) e de apresentação de queixa de problemas
condições de trabalho (inc. laborais ou relacionados com condições de
cumprimento do Protocolo de trabalho, através do MQR
Controle e Prevenção do
COVID-19) MQR deve incluir canais de acesso aos MQR
funcionários e formas rápidas de resolução da
queixa
Gestão de Degradação da qualidade do Promoção de campanhas de sensibilização PEPI
Resíduos ambiente por falta de sobre a necessidade de recolha de resíduos
Sólidos disposição adequada dos sólidos (incluindo papel e máscaras) em
resíduos sólidos gerados caixotes do lixo
durante a implementação do
Projecto Disposição dos resíduos gerados em locais
adequados, definidos, pelo especialista
ambiental do Projecto conjuntamente com as
autoridades locais
PA-COVID19 - Protocolo de Controle de Infecção por COVID-19 e Prevenção
PA-VBG – Plano de Acção para Violência Baseada em Género
PEPI – Plano de Envolvimento de Partes Interessadas
MQR – Mecanismo de Queixas e Reclamações
38
39
7 PROCEDIMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS

7.1 Introdução 

O presente QGAS integra instrumentos e ferramentas que visam a operacionalizar a


implementação das medidas de mitigação apresentadas anteriormente e facilitar a sua
monitorização. Estes instrumentos e ferramentas constituem guiões, que terão de ser
detalhados e actualizados pela equipa de salvaguardas do Projecto, com o apoio da
equipa de salvaguardas do WB, para integração no Manual de Operação do Projecto.
Assim, o QGAS compreende os seguintes planos:
‐ Plano de Prevenção e Controle de Infecção Covid 19
‐ Plano e Acção para Violência Baseada no Género
‐ Plano de Envolvimento de Partes Interessadas
‐ Mecanismo de Queixas e Reclamações
Para além destes planos deverão ser ainda integrados no Manual de operações
medidas de boas práticas ambientais e sociais, relacionadas nomeadamente com a
correcta gestão de resíduos sólidos gerados e uso eficiente de água e energia eléctrica.
Deverá ainda ser definido um Código de Conduta para as agências terceirizadas
integrando boas práticas, incluído as relacionadas com o respeito pelos beneficiários e
a não tolerância de situações de violência baseada no género.

7.2 Plano de Acção para Prevenção e Controle de Infecção COVID-19


Este plano de acção incide sobre riscos de contágio por COVID-19 em contexto laboral,
bem como nos riscos de contágio na comunidade em resultado de actividades do
projecto. Nos Anexos 1 e 2 encontram-se respectivamente Plano de Resposta do INAS
de prevenção e controle de infecção COVID-19 e a Ficha de Triagem para Verificação
de Prevenção e Controle de Infecção COVID-19.
Tabela 8 – Plano de Acção para prevenção e controle de Covid-19

Questão Acção Prazos Responsável Responsável


identificada pela pela
Implementação Monitorização
Análise do Protocolo Covid do IINAS e No arranque do Projecto Especialista INAS Central
apresentação de contributos para a sua e sempre que Ambiental do
actualização, tendo em conta os necessário INAS
desenvolvimentos do conhecimento da
pandemia e as actividades do Projecto
Riscos de Aplicação de Ficha de verificação da No arranque do Projecto Especialista INAS Central
contágio por prevenção e controle de infecção COVID-19, e antes da contratação Ambiental do
COVID-19 em todas as delegações do INAS e agências de novas agências INAS e
em contexto terceirizadas terceirizadas Delegações
laboral e na
comunidade O nível de risco identificado irá determinar as
acções seguintes

Analise das fichas e identificação das lacunas No arranque do Projecto Especialista INAS Central
a colmatar/melhorar em cada e antes da contratação Ambiental do
delegação/agência para a implementação do de novas agências INAS
Protocolo de controlo do INAS terceirizadas

40
Priorização da assistência àquelas que No arranque do Projecto Especialista INAS Central
tiverem sido classificadas de Risco Elevado, e antes da contratação Ambiental do
providenciando acções de sensibilização e de novas agências INAS
apoio na definição de procedimentos de terceirizadas
distanciamento social, utilização de máscaras
e higienização das mãos
Implementação do Protocolo Covid do INAS Ao longo do Projecto, Delegações do Especialista
que descrevem a necessidade de EPI e o enquanto perdurar a INAS e Ambiental do
fornecimento de condições de trabalho pandemia agências INAS
adequada, incluindo o fornecimento de terceirizadas
máscaras e exigência da sua utilização, o
cumprimento da higiene das mãos e
directrizes para o distanciamento social
durante os processos de pagamento, entre
outros.
Implementação de medidas que reduzem os Ao longo do Projecto, Delegações do Especialista
ajuntamentos nos pontos de registo e de enquanto perdurar a INAS e Ambiental do
pagamento, designadamente através de pandemia agências INAS
terceirizadas
definição de calendários adequados
expansão do pagamento por via digital

As agências terceirizadas deverão preparar um Protocolo próprio de para prevenção e


controle de infecção COVID-19 (ver modelo no Anexo 3), a ser aprovado pelo INAS.

7.3 Plano de Acção para Violência Baseada no Género


Este plano de acção tem como objectivo gerir eventuais riscos de Violência Baseada
em Género, incluindo Abuso e Exploração Sexual derivados directa ou indirectamente
do Projecto. O plano foi elaborado tendo em conta a Avaliação Social Rápida e a
Avaliação de Risco de Violência Baseada em Género, no Portfolio do Banco Mundial
para Moçambique.

Tabela 9 – Plano de Acção para Violência Baseada no Género

Questão Acção Prazos Responsável Responsável


identificada pela pela
Implementação Fiscalização
Risco de abuso e Promoção de acções de capacitação de Antes do início INAS Central INAS, Banco
exploração todos os funcionários envolvidos no projecto, das actividades Mundial e
sexual (AES) por sobre VBG / AES e tolerância zero e outros
parte de (Funcionários do INAS e das agências periodicamente intervenientes e
funcionários, terceirizadas), assim como em caso dos – no Ano 1 de 3 interessados
sobre candidatos funcionários serem assediados por em e meses e
ou beneficiários candidatos ou beneficiários, nos anos
seguintes de 6
‐ Acções deverão ser implementadas por em 6 meses
consultor/ organização especializada
em VBG
 Requer contratação atempada do
consultor/ organização especializada
em VBG
 Integração das acções de capacitação
no programa de capacitação do INAS
 Convocação das agências terceirizadas

Promoção de campanhas de sensibilização, Desde o ano 1 e INAS Central INAS, Banco


incluindo distribuição de material de ao longo de Mundial e
toda a outros

41
comunicação (posters, panfletos) nos locais implementação intervenientes e
de trabalho do projecto interessados
‐ Campanha a ser preparada por
especialista/organização VBG
contratada
Divulgação na comunidade da não tolerância Desde o ano 1 e INAS Delegações, INAS, Banco
a VBG / AES e sobre a possibilidade de ao longo de Mundial e
apresentação de queixa através do MQR e do toda a Órgão de outros
seu princípio de confidencialidade, implementação comunicação intervenientes e
centralidade de sobrevivência, e segurança do projecto social, Midia locai interessados
de sobrevivência / comunitária

‐ Oralmente durante a divulgação do


programa e no registo
‐ Por sms
‐ Através de materiais de comunicação
(posters e panfletos, peças teatrais,
apresentações musicais/filmes em
locais de frequência media a alta))
afixados nos postos de registo e
pagamento
Criação de comissão para lidar com queixas No início do Departamento de INAS, Banco
sobre VBG e apoiar o sector de recursos Projecto Recursos Mundial e
humanos para procedimentos disciplinares, Humanos do INAS outros
incluindo afastamento imediato do central / intervenientes e
atendimento a beneficiários Repartições de interessados
recursos
Humanos nas
delegações
Análise do relatório do MQR para avaliação Mensal no Ano INAS, Banco
de eventuais casos registados e avaliação da 1 Mundial e
necessidade de implementação medidas outros
adicionais Semestral no intervenientes e
Ano 2 interessados
e anual nos
anos seguintes,
caso nos anos
anteriores não
tenha havido
casos
Risco de Mapeamento de instituições de apoio a No início do INAS Delegações, INAS, outros
violência vítimas de VBG (em todos os distritos Projecto intervenientes e
doméstica abrangidos pelo projecto), para onde as Órgão de interessados
baseada em vítimas possam ser encaminhadas comunicação
género social, Midia locai
/ comunitária
Divulgação na comunidade da não tolerância Desde o ano 1 e
a VBG / AES e sobre a possibilidade de ao longo de
apresentação de queixa através do MQR e do toda a
seu princípio de confidencialidade, implementação
centralidade de sobrevivência, e segurança do projecto
de sobrevivência
‐ Oralmente durante a divulgação do
programa e no registo
‐ Por sms
‐ Através de materiais de comunicação
(posters e panfletos) afixados nos
postos de registo e pagamento
Campanha de sensibilização contra violência Desde o ano 1 e
doméstica baseada em género, em ao longo de
colaboração com outras organizações toda a
implementação
‐ Através de materiais de comunicação do projecto
(posters e panfletos) afixados nos
postos de registo e pagamento
42
 Em colaboração com outras
organizações VBG, através de MoU
Definição de canais apropriados para No início do INAS Central
recepção de queixas de VBG / AES, que Projecto e ao
garantam os princípios de princípio de longo de toda a
confidencialidade, centralidade de implementação
sobrevivência, e segurança de sobrevivência do projecto
Capacitação específica dos funcionários que No início do Entidades estatais
irão receber queixas VBG, identificando a Projecto e com / não
informação a recolher sobre o incidente actualizações governamentais
(vítima, o seu estado psicológico e opções de trimestrais no ou consultor eu
apoio e encaminhamento) Ano 1 e lidar com temática
semestrais nos de VBG
anos seguintes

7.4 Plano de Envolvimento de Partes Interessadas


O Plano de Envolvimento de Partes Interessadas (PEPI) será uma peça fulcral para
potenciar os benefícios do projecto aos grupos mais vulneráveis afectados pelos
impactos da pandemia COVID-19, bem como para gerir potenciais impactos e riscos
adversos.
O PEPI será implementado pelo INAS nos diversos distritos abrangidos pelo FA 3,
devendo no futuro ser expandido para os restantes distritos abrangidos por
Transferências Directas, designadamente o Programa de Apoio Social Directo.
A implementação do PEPI estará, contudo, limitada às condicionantes que sejam
impostas pelo GoM, no âmbito da prevenção da propagação da pandemia COVID-19,
que poderá levar a restrições à realização de reuniões públicas, obrigando à utilização
de meios alternativos, sem descurar a abrangência do envolvimento. Neste sentido
terão de ser cumpridas as orientações do Banco Mundial, constantes da Nota Técnica
sobre Consultas Públicas e Envolvimento das Partes Interessadas em operações
apoiadas pelo BM quando existem restrições à realização de reuniões públicas, COVID-
19
O plano primeiro passo do PEPI corresponde ao mapeamento das partes interessadas
em cada distrito/bairro abrangido pelo projecto, incluindo as seguintes categorias
- Pessoas ou grupos de comunidades que poderão ser candidatos à assistência,
com destaque para os grupos mais vulneráveis
- Lideranças locais
- Organizações Comunitárias de Base
- Confissões Religiosas
- Governos Distritais
- Agências Humanitárias
- Organizações Não Governamentais que actuam na área de desenvolvimento
social
- Organizações que actuam na área de violência com base em género
O mapeamento deverá incluir sempre que possível:
- Designação da organização
- Nome da pessoa de contacto
- Contacto de telefone celular
43
- Contacto de email
- Endereço físico
Este mapeamento deverá ser continuamente actualizado, à medida que forem
identificadas novas partes interessadas ou que haja alguma alteração na pessoa e
forma de contacto.
Na tabela seguinte são apresentadas por parte interessada, as suas áreas de interesse,
informação a comunicar e/ou acções em que devem ser envolvidas, forma e momentos
de envolvimento, bem como as responsabilidades pela implementação e monitorização.

44
Tabela 10 – Plano de Envolvimento de Partes Interessadas

Nível Parte Áreas de Informação a Formas de Envolvimento Momentos de Responsável Responsável


Interessada interesse comunicar e/ou Envolvimento pela pela
Acções a envolver Implementação Monitorização
Bairro/ Pessoas ou Potenciais ‐Locais e datas de ‐Contacto pessoal e/ou por Ao longo do ciclo Delegações do Especialista
Comunidade grupos de beneficiários registo de telefone celular, através de do projecto INAS Social
comunidades directos candidatura agentes da acção social do
que poderão ser ‐Critérios de distrito e da comunidade
candidatos à elegibilidade ‐Reuniões com grupos
assistência ‐Locais de pequenos na
pagamento comunidade/bairro, respeitando
‐MQR (como aceder, restrições relacionadas com
passos e tipo de Covid
queixas abrangidas) ‐Campanhas de divulgação da
‐Sensibilização assistência por anúncios em
sobre prevenção jornais, panfletos, posters,
COVID-19, VBG e rádio, carro de som
gestão de resíduos ‐Sempre que possível
sólidos utilização de sms para
comunicação com
beneficiários, sem descurar de
outras formas de comunicação
que garantam a inclusão de
todos, com destaque para os
mais vulneráveis
Lideranças locais ‐Identificação de ‐Locais e datas de ‐Contacto pessoal e/ou por ‐Na fase de Delegações do Especialista
candidatos registo de telefone celular arranque do INAS Social
‐Monitorização candidatura ‐Reuniões com grupos Projecto
do Projecto ‐Critérios de pequenos, respeitando ‐Mensalmente no
elegibilidade restrições relacionadas com primeiro semestre
‐MQR (como aceder, Covid do Ano 1 e
passos e tipo de trimestralmente
queixas abrangidas) ‐Trimestralmente
‐ Participação na nos anos
monitorização e seguintes
avaliação

45
Organizações de ‐Identificação de ‐Locais e datas de ‐Contacto pessoal e/ou por ‐Na fase de Delegações do Especialista
Base candidatos registo de telefone celular arranque do INAS Social
Comunitária ‐Monitorização candidatura ‐Reuniões com grupos Projecto
do Projecto ‐Critérios de pequenos, respeitando ‐Trimestralmente
elegibilidade restrições relacionadas com no Ano 1
‐Informação sobre Covid ‐Semestralmente
funcionamento do nos anos
MQR seguintes
‐Participação na
monitorização e
avaliação
Igrejas ‐Identificação de ‐Locais e datas de ‐Contacto pessoal e/ou por ‐Na fase de Delegações do Especialista
candidatos registo de telefone celular arranque do INAS Social
‐Monitorização candidatura ‐Reuniões com grupos Projecto
do Projecto ‐Critérios de pequenos, respeitando ‐Trimestralmente
elegibilidade restrições relacionadas com no Ano 1
‐Informação sobre Covid Semestralmente
funcionamento do nos anos
MQR seguintes
‐Participação na
monitorização e
avaliação
Distrital Governos ‐Identificação de ‐Critérios de ‐Contacto pessoal e/ou por ‐Na fase de Delegações do Especialista
Distritais candidatos elegibilidade telefone celular arranque do INAS Social
‐Monitorização ‐Informação sobre ‐Reuniões com grupos Projecto
do Projecto funcionamento do pequenos, respeitando ‐Mensalmente no
MQR restrições relacionadas com primeiro semestre
‐Relatórios de Covid do Ano 1 e
Implementação do ‐ Email trimestralmente
Projecto ‐Trimestralmente
‐Relatórios do MQR nos anos
‐Participação na seguintes
monitorização e
avaliação
Provincial/ Agências ‐Assistência a ‐Critérios de ‐ Reuniões, de preferência ‐Na fase de Especialista
Humanitárias grupos elegibilidade virtuais arranque do Social
Nacional vulneráveis Projecto
‐ Email

46
‐Monitorização ‐Informação sobre ‐Trimestralmente
do Projecto funcionamento do no Ano 1
MQR Semestralmente
‐Relatórios de nos anos
Implementação do seguintes
Projecto
‐Relatórios do MQR
‐Participação na
monitorização e
avaliação
Organizações ‐Assistência a ‐Critérios de ‐ Reuniões, de preferência ‐Na fase de Especialista
Não grupos elegibilidade virtuais arranque do Social
Governamentais vulneráveis ‐MGQ (como aceder ‐ Email Projecto
de ‐Monitorização e tipo de queixas) ‐Trimestralmente
Desenvolvimento do Projecto ‐Participação na no Ano 1
Social monitorização e Semestralmente
avaliação nos anos
seguintes
Organizações ‐Campanhas de - Campanhas sobre ‐ Reuniões, de preferência ‐Na fase de Especialista
que actuam na sensibilização VBG (incl.. AES) a virtuais arranque do Social
área de Violência sobre VBG realizar e discussão ‐ Email Projecto
com Base em ‐Apoio a vítimas de eventuais ‐Trimestralmente
Género colaborações no Ano 1
- Protocolos para Semestralmente
encaminhamento de nos anos
vítimas seguintes

‐Relatórios do MQR,
relativo a VBG

47
7.5 Mecanismo de Queixas e Reclamaçoes

7.5.1 Antecedentes
O Mecanismo de Queixas e Reclamações refere-se a todo processo de assistência aos
beneficiários, pessoas afectadas, interessadas e membros da comunidade, estabelecendo
as regras para receber, avaliar e tomar decisões sobre queixas reclamações, sugestões
que vierem a ser recebidas pelo INAS no âmbito do desenvolvimento das suas
atribuições/Actividades Competentes.
Em 2019, o INAS criou um Mecanismo de Queixas e Reclamações (MQR) , relacionadas
com a implementação do Programa Apoio Social Directo (PASD), aplicado no âmbito do
Programa de Pós-Emergência dos Ciclones Idai e Kenneth. O MQR ficou integrado no
Manual de Operação do PASD.
De acordo com este MQRs beneficiários, pessoas afectadas e interessadas podem fazer
queixas e reclamações ao longo das etapas do ciclo operacional nos casos seguintes:
 Informação e comunicação insuficiente sobre processo de selecção: em caso da
informação e em particular das listas de beneficiários não sejam exibidas num
período mínimo de 2 semanas antes do dia previsto da inscrição, os beneficiários
poderão fazer uma reclamação ao Comité local de protecção social ou diretamente
ao permanente do INAS;
 Eliminação não justificada dum agregado nas listas de beneficiários: O INAS deve
exibir 2 listas: a lista de beneficiários e a lista de agregados que, de acordo com as
indicações do CLPS, já não residem no posto administrativo. Um AF pode contestar
a sua eliminação da lista de beneficiários argumentando que não se mudou fora do
posto administrativo;
 Pagamentos: em caso de um agregado receber parcialmente seus benefícios,
poderá fazer uma reclamação;
 Informação e comunicação insuficiente sobre processo de pagamento;
 Distância percorrida até ao local de pagamento;
 O tempo de espera no local de pagamento;
 Injustiça deliberada ou não;
 Mau procedimento dos intervenientes (tratamento);
 Perda de seus direitos;
 Má inscrição ou alteração de seus dados sócio-económicos;
 Problemas relativos as salvaguardas ambientais e sociais (Podem ser problemas
diversos)
 Outros casos que constituam insatisfação dos beneficiários, pessoas afectadas e
interessadas;

48
 Outras queixas e reclamações diversas Ex. (Educação, Saúde, Obras Públicas,
Infraestruturas, Serviços, Agricultura, Pecuária … etc… etc…serão recebidas e
encaminhadas aos pelouros/instituições/órgãos competentes)

Os beneficiários dispõem de três formas para fazer as suas reclamações:


 Através de um formulário a ser disponibilizado por quaisquer portas de entrada;
 Através de um formulário a ser disponibilizado ao permanente o INAS;
 Através de uma linha verde;
 Por escrito (carta endereçada a porta de entrada);
 Oralmente (gravação áudio endereçada a porta de entrada);
 Facebook e e-INAS (modulo PASD PEmergencia);
 É de importância capital envolver as lideranças locais, pessoas e entidades locais
que gozam de elevado capital social nas comunidades, assim como, utilização dos
mecanismo e meios de queixas e reclamações já existentes nas comunidades

As reclamações serão canalizadas às Delegações e depois para o INAS Central. (Vide


Fluxograma proposto, Anexo 3)

As queixas e reclamações podem ser feitas, nos seguintes locais:

 Portas de entrada (permanentes, CLPS, líderes comunitários, assistentes sociais,


etc)
 SDSMSAS;
 PSP
 Delegação do INAS;
 DPGCAS;
 Municípios
 Administrações distritais
 INAS Órgão Central
 MGCAS.

É o próprio beneficiário quem escolhe a forma de fazer a reclamação, devendo os


formulários estar disponíveis em forma de papel, ou gravação via telefone, dirigindo-se aos
locais comunitários habituais para apresentação de queixas e reclamações, em cada
localidade.
Todas as queixas e reclamações serão registadas no SIG do INAS através das portas de
entrada. CLPS e outras portas de entrada e devidamente identificadas e a delegação do
INAS deverão resolver as reclamações e/ou encaminhar a queixa à instituição responsável
(agência de pagamento no caso de uma queixa sobre pagamentos, por exemplo). Os
beneficiários, pessoas afectadas e interessadas deverão ser devidamente informados (o
ponto de situação da sua queixa ou reclamação), num prazo máximo de 15 dias, para poder
fechar o caso em primeira instancia caso as condições estejam criadas e haja consenso

49
entre as partes, ou se a queixa e reclamação vai escalar a níveis superiores apresentados
na proposta de fluxograma que enviamos anexo.

Figura 5 - Processo de queixas e reclamações

É papel do INAS, fazer o acompanhamento, encaminhamento dos AF´s vulneráveis aos


serviços apropriados, para além de prestar apoio psicossocial dos AF.
Este mecanismo foi implementado experimentalmente em 2020, nos distritos de Massingir,
Mabalane e Chókwè , tendo abrangido 18.000 beneficiários.
Foram recebidas 4.893 queixas, sendo que 3.595 queixas estavam relacionadas com a
recolha incorrecta de dados biométricos de beneficiários de programas, que
desencadearam medidas de mitigação para resolução das queixas, através da recaptura
de dados biométricos dos beneficiários. As restantes reclamações estão relacionadas com
problemas na saída de dinheiro da transferência de dinheiro, devido principalmente a
cartões de débito dos beneficiários descarregados ou a valores incorrectos de transferência
de dinheiro a ser retirado. Estas queixas foram resolvidas em coordenação com o prestador
de serviços de pagamento na ronda seguinte de pagamentos. Não foram comunicados
quaisquer casos de Violência Baseada no Género (VBG), Exploração e Abuso Sexual ou
Saúde Ocupacional, Higiene e Segurança, mas muito provavelmente não foi divulgada a
possibilidade de apresentação deste tipo de queixas no âmbito deste mecanismo.

7.5.2 Ampliação do Mecanismo de Queixas e Reclamações no Âmbito do FA3


No âmbito do FA 3 a área de cobertura do MGR será alargada, de forma a abranger a
totalidade da área de intervenção. Por outro lado, o MQR deverá passar a estar também
aberto a queixas laborais, bem como a queixas relacionadas com violência baseada em
género, e não só, como também a outros tipos de queixa que já descrevemos acimo no

50
capítulo dedicado aos tipos de queixas e reclamações e aparecem descritas na ficha de
reclamações.
Assim, para além do tipo de queixas já abrangido, deverá ser integrada a possibilidade de
apresentação de queixas sobre os seguintes aspectos:
- Processo de divulgação do Projecto
- Dificuldades de acesso aos locais de registo e pagamento (quer seja pela distância
física, como por outras impossibilidades)
- Atrasos nas transferências
- Erros nos valores transferidos
- Falta de implementação de medidas de prevenção do COVID-19 nos locais de
registo e pagamento
- Situações de exploração e abuso e assédio, por funcionários do INAS ou de
agências terceirizadas, quer nas fases de registo como de pagamento
- Situações de violência baseada em género
- Deficiências na implementação de medidas de prevenção do COVID-19 no local de
trabalho (incluindo falta de disponibilização de EPI)
- Condições de trabalho deficientes que ponham em causa a saúde e segurança dos
trabalhadores
- Problemas laborais, relacionados com horário laboral, horas extraordinárias, férias
e outros direitos previstos na Lei do Trabalho
- Idem (Vide comentário anterior)
Haverá assim necessidade de melhorar ampliar significativamente o MQR, sendo para tal
requerida:
 Contratação e capacitação de recursos humanos adicionais no MQR, incluindo nas
sensibilidades das queixas relacionadas com exploração e abuso sexual e de
assédio sexual, bem como de violência baseada em género .
 Definição de vias para a apresentação de queixas relacionadas com o trabalho,
incluindo procedimentos simplificados para tratar de queixas específicas dos
trabalhadores o que permitirá aos trabalhadores denunciar rapidamente questões
laborais, tais como falta de EPI, falta de procedimentos adequados ou horas
extraordinárias não razoáveis
 Integração de queixas de exploração e abuso sexual e de assédio sexual, bem como
de violência baseada em género, mesmo que não directamente relacionadas com o
Projecto.
A integração destas queixas terá de seguir os três princípios orientadores
fundamentais que devem ser sistematicamente aplicados para responder
adequadamente à natureza específica destes casos: confidencialidade,
centralidade de sobrevivência, e segurança de sobrevivência, o que requer a
definição de canais de recepção destas queixas que sejam confiáveis, por parte
da vítima.
As queixas de exploração e abuso sexual e de assédio sexual relacionadas com
funcionários do INAS ou dos demais intervenientes na implementação do Projecto

51
devem ser tratadas de imediato pela unidade de implementação do projecto, com
o envolvimento do especialista social.
Queixas relacionadas com violência baseada em género deverão ser
encaminhadas para instituições que lidam com estes casos, o que irá requerer um
mapeamento prévio das instituições existentes nas áreas de intervenção do
Projecto. O encaminhamento da queixa para estas instituições só poderá ser feito
com o consentimento da vítima.
Constituem figuras de capital importância neste processo, os líderes comunitários, os
funcionários do Governo do Distrito / Conselho Municipal. Assim como os mecanismos de
queixas e reclamações já existentes nas comunidades e os seus respectivos meios.
Devendo-se para o efeito identificar uma forma de motivar estes intervenientes a
participarem no processo (desafio muito grande e complexo, o de definir incentivos para a
participação desses atores)
O MQR terá de ser largamente divulgado no âmbito do Plano de Envolvimento de Partes
Interessadas, através de campanhas de comunicação e sensibilização específicas que
indiquem de forma clara os vários passos do mecanismo, o tipo de queixas que podem ser
apresentadas e o nível de confidencialidade do seu tratamento.
No Anexo 4 apresenta-se Directrizes Operacionais do Banco Mundial para Mecanismos de
Reparação de Queixas, que devem ser consideradas durante a concepção detalhada do
MQR a ser aplicado ao AF3, que será reflectido na actualização do respectivo Manual de
Operação.

8 ARRANJO INSTITUCIONAL, CAPACITAÇÃO, MONITORIZAÇÃO E


AVALIAÇÃO

8.1 Antecedentes
Para a implementação do Projecto de Protecção Social e seus financiamentos adicionais,
o INAS conta com uma equipa de consultores que presta assistência técnica e actua dentro
da orgânica da instituição, não tendo sido, portanto, instalada uma Unidade de
implementação (PIU). Integra a equipa de consultores, o especialista em salvaguardas
ambientais e sociais que lidera, capacita e supervisiona um grupo de três funcionários do
órgão central e pontos focais a nível provincial responsáveis pela componente de
salvaguardas. Recentemente o especialista de salvaguardas foi substituído por um novo
especialista, recrutado em Outubro de 2020.O especialista social cuja contratação estava
prevista no âmbito do FA2 ainda não foi recrutado
Estes funcionários, quer de nível central como provincial estiveram envolvidos em acções
de formação em salvaguardas, com o objetivo de criar a capacidade de implementação e
gestão de salvaguardas locais. Considera-se que nos últimos quatro anos foram geradas
capacidades internas para controlar os instrumentos de salvaguardas e a equipa do Banco
Mundial prestou um estreito apoio à implementação de medidas de salvaguardas (incluindo
através de extensas missões de fiscalização assistência e no terreno).
Conforme referido anteriormente a implementação do Projecto de Protecção Social foi
precedida da preparação do respectivo Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS) e do
Quadro de Política de Reassentamento, que foram posteriormente actualizados para
abranger novas áreas territoriais, bem como novas actividades.
52
O QGAS constituiu um documento orientador para o processo de triagem da avaliação
ambiental e social, utilizado essencialmente para os subprojectos que envolviam
actividades utilizando mão-de-obra intensiva.
Outros documentos e procedimentos foram produzidos pela equipa de salvaguardas do
Projecto, com apoio da equipa do Banco Mundial, visando reforçar os procedimentos de
avaliação e gestão de impactos ambientais e sociais destes subprojectos, designadamente:
 Guia de triagem ambiental e social
 Manual de Boas Práticas Ambientais e Socais (MBPAS)
 Formulário de Análise Ambiental e Social – FAAS, para Subprojecto de
Abertura/alargamento, Manutenção de Vias de Acesso, limpezas em locais Públicos
 Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS):
 Plano e indicadores para monitorar os aspectos Ambientais e Sociais das
actividades implementada nas delegações
Recentemente foi preparado um Guião para o plano de resposta a Covid19, com objectivo
de estabelecer medidas de prevenção durante o processo de selecção, inscrição,
pagamento de subsídios aos beneficiários e implementação dos subprojectos / ou passos
subsequentes.
É ainda de destacar a concepção e estabelecimento de um mecanismo de diálogo e Gestão
de Queixas e Reclamações tendo em vista aumentar a participação e envolvimento das
comunidades no projecto, esclarecer dúvidas, sensibilizar as comunidades, fornecer
sugestões práticas para melhorar a implementação e aumentar a transparência na
resolução de problemas e minimizar riscos. Nesse sentido foi preparado Manual de Gestão
de Queixas e Reclamações e fichas de reclamações .

8.2 Arranjos Institucionais e Necessidades de Capacitação para o FA3


Para a implementação do FA 3 será mantida a mesma estrutura de implementação do
projecto, com uma equipa de salvaguardas de nível central, apoiada por pontos focais nas
províncias.
No entanto, será essencial o reforço da equipa de salvaguardas com a contratação de um
especialista social, bem como o reforço da capacitação da equipa do INAS, e das agências
terceirizadas, nomeadamente em questões relacionadas com vulnerabilidade social, gestão
de conflitos, bem como sobre violência baseada em género, incluindo exploração e abuso
sexual. A equipa de salvaguardas continuará a ser apoiada pela equipa de salvaguardas
do Banco Mundial.
Programa de capacitação deverá compreender acções de sensibilização e capacitação em:
‐ Medidas de prevenção e protecção contra infecções por COVID-19
‐ Gestão de Conflitos
‐ Violência baseada em género, incluindo exploração e abuso sexual.
‐ Mecanismo de Gestão de Queixas

53
8.3 Monitoria e Avaliação
Durante a implementação do Projecto o INAS é responsável pela monitorização e avaliação
do desempenho da implementação do presente QGAS , que serão integradas nos relatórios
globais de desempenho do Projecto. As partes interessadas no projecto poderão ser
envolvidas na monitorização e avaliação, tal como identificado no PEPI
Para além da monitorização por destas estruturas, o FA 3 apoiará a expansão da iniciativa
de monitorização independente baseada na comunidade através da Plataforma da
Sociedade Civil Moçambicana para Protecção Social (PSMC-PS). A PSMC-PS apresentou
informações sobre o impacto da COVID-19 nos beneficiários e identificou irregularidades
no processo da acção social, tais como atrasos nos processos de pagamento, gestão da
distância social, e disponibilidade de equipamento de protecção.
O objetivo das revisões anuais é: i) avaliar o cumprimento dos procedimentos do QGAS,
tirar lições aprendidas e melhorar o desempenho da implementação do QGAS no futuro; ii)
avaliar a ocorrência de potenciais impactos cumulativos de atividades financiadas pelo
projecto e outras atividades de desenvolvimento.

9 ORÇAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS

O custo do projecto teve em conta fundos necessários para a implementação de actividades


relacionadas com a aplicação das ferramentas de salvaguardas (gestão ambiental e social),
incluindo reforço de capacidade. O custo total para a implementação do QGAS do FA 3 é
de 1 020 000 Dólares Americanos, conforme apresentado na seguinte tabela.

Tabela 11 - Orçamento estimado para implementação do QGAS do FA3

Valor estimado
Ord Item
(USD)
1 Formação e capacitação 80 000
2 Consultoria 65 000
3 Desenvolvimento / melhoramento de instrumentos de salvaguarda 5 000
4 Divulgação e Comunicação 10 000
5 Supervisão e Fiscalização 80 000
Melhoramento e operacionalização do Mecanismo de queixas e
6 60 000
Reclamações
7 Equipamento de protecção individual 800 000
Total 1 020 000,00

54
10 BIBLIOGRAFIA 

National Report on Implementation of the Convention on Biological Diversity in


Mozambique, REPUBLIC OF MOZAMBIQUE, Ministry for the Coordination of
Environmental Affairs
Maputo, June 2009

Mozambique’s Infrastructure. A Continental Perspective, Carolina Domínguez-Torres


Cecilia Briceño-Garmendia. The World Bank, Africa Region, Sustainable Development Unit
September 2011

Mozambique Biodiversity and Tropical Forests


118/119 Assessment, USAID
September 2008

Cities and Climate Change Project, Environmental and Social Management Framework
(ESMF)
Republic of Mozambique, Ministry of State Administration (MAE)
Administration of Water and Sanitation Infrastructure (AIAS)
October 2011

Sustainable Irrigation Development Project (PROIRRI), Environmental and Social


Management Framework. Republic of Mozambique, Ministry of Agriculture (ESMF). Final
Report. Natasha Ribeiro and Aniceto Chaúque
Maputo, October 2010

Environmental And Social Management Framework Update


Municipality of Maputo, Municipal Council
Maputo Municipal Development Program
Mozambique
Phase Ii

Involuntary Resettlement Sourcebook


Planning and Implementation in Development Projects
2004 The International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank
1818 H Street, NW, Washington, DC 20433

55
World Bank Environmental and Social Safeguards
Internet: www.worldbank.org

Environmental Assessment Sourcebook and Updates


Internet: www.worldbank.org

Environmental, Health, and Safety Guidelines


Internet: www.worldbank.org

Roads and the Environment Handbook, 1997


Internet: www.worldbank.org

56
ANEXO 1 – PLANO DE RESPOSTA DO INAS CENTRAL AO COVID

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL
Departamento de Programas de Desenvolvimento

Plano para a implementação de medidas referente ao covid19 durante a realização das


actividades de registo, cadastramento e pagamento dos beneficiários

1. Contextualização

A covid19 teve a sua origem na china em 2019 e nos princípios de 2020 foi se espalhando
um pouco pelo mundo todo, contribuído para a Organização Mundial da Saúde decreto o
estado de emergência global. O nosso Pais começou a registar os casos de covid19 nos meia-
tos de Abril, obrigando a tomada de decisões estratégias da parte do estado, decretando estado
de emergência nacional (através do decrecto presidencial nr. 11/2020, decrecto nr. 12/2020
de 2 de Abril) activando o nível 3 (alerta amarela), condicionando varias restrições na
implementação de varias actividades de modo a prevenir, conter e atender as acções referente
a pandemia.

Igualmente, alguns parceiros do INAS, como o Banco Mundial (BM) vem recomendado as
acções tomadas pelo governo local e OMS de modo a prevenir, conter e atender as respostas
a covid19 através de nota especifica de covid19, que deve ser actualizado tendo em conta as
evoluções e recomendações locais.

As acções descretadas a nível nacional conjugadas com as recomendações dos parceiros


(BM) afetaram directamente as intervenções do INAS, tendo em conta a sua intervenção e
grupo de alcance, contribuindo para uma restruturação do INAS para melhor responder os
57
seus objectivos sem por em causa a saúde das partes envolvidas (técnicos, benefícios e
comunidade em geral, no âmbito da covid19.

É neste contexto que o INAS através do presente plano pretende responder as acções da
covid19, conjugadas com as actividades a serem desenvolvidas, nomeadamente:

 Inscrição e cadastramento dos beneficiários


 Pagamentos dos beneficiários
 Entre outras actividades.

O presente plano foi elaborado tendo em conta o Decreto Presidencial, as recomendações da


OMS e do MISAU e da nota sobre covid19 do BM. Sempre que as circunstâncias se
justificaram a nota será actualizada em função do novo contexto.

1.1. Objectivo

O objectivo do presente plano é estabelecer medidas de respostas para a prevenção ao


covid19 durante a realização das actividades do INAS no contacto com as actividades através
de acções concretas.

2. Medidas de controle e prevenção do novo Covid-19 (INAS)

Durante a pandemia, o INAS tem a seguinte responsabilidade:

 Garantir o cumprimento das medidas sobre o Covid-19 estabelecidas pela OMS,


MISAU e na nota sobre Covid-19 do BM para os seus técnicos e para os beneficiários
(durante o trabalho do campo).
 Consolidar as recomendações estabelecidas no âmbito do Covid-19 e divulgar para
os diferentes grupos alvos e durante a realização das actividades.
 Realizar as capacitações básicas sobre a prevenção da Covid-19 para os seus técnicos
e beneficiários. Sempre que possível, envolver o sector chave (MISAU) de acordo
com o nível de abrangência.
 Garantir o material e equipamento (desinfetantes, mascaras, equipamento de
desinfeção, óculos de proteção facial, entre outros) necessário para a realização das
actividades de campo, incluindo para beneficiários, se as razões se justificarem.

58
 Manter contactos com o sector chave (MISAU) para responder aos casos de
emergência em caso de possíveis eventos acontecerem;
 Criar uma comissão sectorial para lidar com a gestão da Covid-19 a nível das relações
o grupo alvo e manter informado sobre a evolução da pandemia em Moçambique.
 Coordenar com as delegações a implementação das acções prevista sobre a prevenção
da Covid-19;
 Identificar os técnicos sensíveis a doenças crônicas e em particular respiratórias e
restringir a realização das atividades de campo.
 Garantir desinfeção dos utensílios dos técnicos no âmbito das actividades do campo;
 Supervisionar o cumprimento das medidas por parte dos seus técnicos e beneficiários,
sempre que possível
 Divulgar as boas práticas adoptadas no âmbito de prevenção.
 Limitar e adequar horário de trabalho para os funcionários.
 Limitar a presença de crianças nos locais de pagamento e privilegiar o pagamento das
pessoas mais vulneráveis.

As medidas a serem adotadas pelo INAS durante a realização das actividades por parte dos
técnicos:

 Restringir os técnicos a permanência em locais de aglomeração durante o período da


estadia de campo e a observarem as medidas básicas estabelecidas pela OMS e
MISAU;
 Reforçar os procedimentos de higiene desinfeção individual dos técnicos
 Disponibilizar material de uso individual (mascaras e óculos faciais) e de desinfeção
(com base na agua e sabão ou álcool a 70% (se as mãos não estiverem muito sujas)
para os técnicos usarem durante a missão e em particular antes e apos o contacto com
os residentes ou beneficiários no campo
 É obrigatório o uso de mascaras (para todos os técnicos assintomáticos) e óculos
faciais durante a assistências domiciliares (contacto com os beneficiários);
 Sempre que se realizar pagamentos, deve-se disponibilizar equipamentos e matérias
de proteção para os beneficiários e incluindo pontos de desinfeção;

59
 Os técnicos devem manter um distanciamento social com os beneficiários de no
mínimo 1.5 metros durante a realização das actividades;
 Os técnicos se estiverem em contacto com zonas identificadas com o caso da covid19,
devem permanecer em quarentena após o seu regresso;
 Não tocar com as mãos na cara e boca. Sempre que tocar em qualquer superfície, deve
proceder a desinfeção das mãos.
 Uso obrigatório de mascaras em todos os transportes previstos durante o percurso de
ida e volta da actividade que foi incumbida;
 Informar ao INAS, Delegações e outros intervenientes em caso de sinistralidades não
planificadas.
2.1. Acções a serem desenvolvidas pelas Delegações

As delegações devem fazer cumprir a nível das comunidades e técnicos as medias


estabelecidas pelo INAS e melhorar sempre que possível.

2.2. Acções a serem desenvolvidas pelos beneficiários

Os beneficiários devem cumprir comas medidas estabelecidas pelo INAS e em caso de


dificuldades de material e equipamento suficientes para todos, devem ser observadas as
seguintes medidas:

 Etiqueta da tosse, sempre que aspirar ou tossir;


 Manter o distanciamento mínimo de 1.5 entre os beneficiários, incluindo a equipa de
INAS presente no terreno;
 Proceder a higienização das mãos durante a chegada e regresso a casa;
 Sempre que possível se fazer presente com as mascas;
 Não tocar com as mãos na cara e boca. Sempre que tocar em qualquer superfície, deve
proceder a desinfeção das mãos.

3. Considerações sobre o plano

60
Este plano só pode ter os efeitos desejados com o esforço e contribuição de cada um de nos
pelo que apela-se pelo cumprimento de todos e a todos o níveis. Igualmente, o presente plano
é dinâmico e prevê-se a actualizacao das medidas em função da evolução da pandemia.

- Maputo, Maio de 2020 –

61
ANEXO 2 – FICHA DE TRIAGEM, PAA VERIFICAÇÃO DE PREVENÇÃO E CONTROLE
DE INFECÇÃO COVID-19

Esta Ficha deve ser aplicada a todas as Delegações do INAS e Agências Tercerizadas
envolvidas na implementação do FA 3.

Sim Parcialmente ou Não Não Comentário


Em preparação Aplicável
(1) (2) (3)
Aspecto organizacionais
1 Há um protocolo / procedimento escrito sobre
Prevenção e Controle de Infecção COVID-19?
2 Há um coordenador responsável pela
implementação do Protocolo?
3 Há evidências de que comprovem que foram
realizadas acções de sensibilização sobre o
COVID-19 no local de trabalho?
4 Foram introduzidos novos procedimentos para
minimizar ajuntamentos (aumento do horário de
atendimento, pagamentos por via digital, etc)?

Implementação de Medidas de prevenção


5 Há material de comunicação sobre COVID-19
exposto (posters, folhetos)?
6 Há sinalética identificação as obrigações de
distanciamento social, uso de máscara e
desinfecção de mãos?
7 Está assegurado o distanciamento social entre
os funcionários?
8 Está assegurado o distanciamento social entre
os funcionários e os beneficiários?
9 Todos os funcionários usam máscara?
10 A entidade laboral fornece máscaras aos
funcionários?
11 Há desinfectante ou água e sabão para
desinfecção das mãos?
12 Existe um programa diário de limpeza e
desinfeção geral do local de registo e pagamento
dos subsídios aos beneficiários.

62
Medidas para detecção e isolamento de casos
13 São conduzidos rastreios de saúde diários (p. ex.
medição de temperatura)?
14 Há forma rápida de identificação dos funcionários
que estiveram em contacto com o infectado?
15 Há registo das ocorrências de funcionários
infectados?
16 Há confidencialidade na informação sobre a
infecção?
17 Existe um procedimento seguro para isolar e
transportar para casa ou hospital um trabalhador
ou beneficiário que esteja doente com Covid-19

Protecção de trabalhadores infectados


18 Todos os trabalhadores têm direito a licença
médica por doença?

Protecção dos beneficiários


19 Estão as opções de engenharia (ventilação,
lavatórios e casa de banho, etc.) administrativas
(teletrabalho, rotatividade, etc.) e equipamentos
proteção individual (EPI) identificadas o local de
registo e pagamentos.
20 Estão definidos limites máximos de pessoas a
atender?
21 Estão devidamente assinalados circuitos de
circulação definidos, para evitar cruzamento de
pessoas?
22 Há sinalética no chão, para assegurar o
distanciamento social entre os beneficiários?
23 Existe um mecanismo de registar o número de
funcionários ou beneficiários infectados no local
de registo ou pagamento dos subsídios e avaliar
a possibilidade de restrição ou suspensão da
actividade;

Nível de Risco
20 a 30 Risco Baixo
30 a 50 Risco Médio
50 a 70 Risco Elevado

63
ANEXO 3 – MODELO DE PROTOCOLO DE CONTROLE DE INFECÇÃO POR COVID-19
E PREVENÇÃO PARA AGÊNCIAS TERCIARIZADAS

Enquanto durar a pandemia da COVID 19, acções de prevenção e controlo deverão serão
implementadas em diferentes situações, incluindo:
 Em geral, e em contexto de trabalho
- Uso obrigatório e correcto das máscaras. A indicação da obrigatoriedade
deve estar visível por meio de cartazes.
- Incentivar o uso da etiqueta respiratória - cobrir a boca e nariz com o cotovelo
flexionado ao tossir ou espirrar (medidas para reduzir a propagação de
doenças respiratórias).
- Promover a lavagem frequente das mãos - fornecer um local para lavar as
mãos dentro das instalações (para trabalhadores e visitantes). Se o sabão e
a água corrente não estiverem imediatamente disponíveis, fornecer um
desinfectante a base de álcool (70% de álcool).
- Proibir o contacto físico, como apertos de mão, abraços e beijos. Promover
formas de cumprimentar as pessoas sem o contacto físico.
- Cada sector de trabalho deve dispor de pessoal de limpeza.
- Desencorajar o contacto dos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Desinfectar regularmente os objectos e superfícies frequentemente tocadas.
- Os colaboradores que estejam saudáveis, mas que tenham um membro da
família em casa infectado pela COVID-19, devem notificar o seu supervisor.
- Todos os trabalhadores devem utilizar a sua própria garrafa de água e evitar
partilhar objectos (celular, computadores pessoais, esferográficas, etc).

 Em caso de interacções com a comunidade local - quando aplicável


- Sempre que possível, realizar reuniões ao ar livre;
- Assegurar a utilização correcta de máscaras pelos intervenientes.
- As reuniões devem obedecer o número máximo de pessoas estipuladas pelo
decreto em vigor sobre a COVID-19 em Moçambique.
- Encorajar os colaboradores suspeitos de estarem contaminados pela COVID
a não comparecer na interacção com a comunidade e reportar
imediatamente ao supervisor.
- Incentivar o uso da etiqueta da tosse.
- Aconselhar todos (trabalhadores e convidadas) que sejam positivos da
COVID-19 para que permaneçam em casa e não compareçam em nenhuma
sessão.
- Praticar o distanciamento físico, mantendo uma distância de pelo menos
1,5m entre os participantes. Para reuniões de pequenos grupos, conceber
formas de ter reuniões que permitam ao grupo manter o distanciamento
64
social, mas continuar a funcionar como um grupo, por exemplo, arranjos em
semicírculo.
- Em caso de trabalhos que envolvam visitas domiciliares, devem ser
realizadas reuniões do lado exterior da residência. Realizar discussões com
um ou apenas alguns membros do agregado familiar.
- Após a interacção ou reunião com membros da comunidade, conservar os
nomes e contactos de todos os participantes durante pelo menos um mês.
Isto ajudará a localizar pessoas que possam ter sido expostas à COVID-19
se um ou mais participantes ficarem doentes pouco tempo depois do evento.

65
-

ANEXO 4 – DIRECTRIZES OPERACIONAIS DO BANCO MUNDIAL PARA O


MECANISMO DE REPARAÇÃO DE QUEIXA (MRQ)

1. Introdução
Transparência e responsabilidade são elementos centrais do Projecto. Para este fim, o
projecto incluirá um Mecanismo de Reparação de Queixas (MRQ). O objectivo do MRQ é
reforçar a responsabilização perante os beneficiários e proporcionar canais para os
intervenientes no projecto fornecerem feedback e/ou expressarem queixas relacionadas
com as actividades apoiadas pelo Projecto. O MRQ é um mecanismo que permite a
identificação e resolução de questões que afectam o projecto. Ao aumentar a transparência
e responsabilidade, o MRQ visa reduzir o risco do projecto afectar inadvertidamente os
cidadãos/beneficiários e serve como um importante mecanismo de feedback e
aprendizagem que pode ajudar a melhorar o impacto do projecto.
O mecanismo centra-se não só na recepção e registo de queixas, mas também na sua
resolução. Embora o feedback deva ser tratado ao nível mais próximo da queixa, todas as
queixas devem ser registadas e seguir os procedimentos básicos estabelecidos neste
capítulo.
O feedback deve ser tratado ao nível mais próximo da queixa, todas as queixas devem ser
registadas e seguir os procedimentos básicos estabelecidos neste capítulo.

2. Definição do MRQ
Para efeitos destas Directrizes Operacionais, um Mecanismo de Remoção de Reclamações
é um processo de recepção, avaliação e tratamento de reclamações relacionadas com o
projecto por parte dos cidadãos e comunidades afectadas ao nível do projecto.
Os termos "queixa" e "reclamação" são utilizados indiferentemente.

3. Âmbito e Utilização do MRQ


ÂMBITO: O mecanismo de reclamação estará disponível para as partes interessadas no
projecto e outras partes interessadas apresentarem perguntas, comentários, sugestões
e/ou reclamações, ou fornecer qualquer forma de feedback sobre todas as actividades
financiadas pelo projecto.
Utilizadores do MRQ: Os beneficiários do projecto, as pessoas afectadas pelo projecto (ou
seja, aqueles que serão e/ou poderão ser directa ou indirectamente afectados, positiva ou
negativamente, pelo projecto), bem como os cidadãos em geral, podem utilizar o MRQ para
os fins acima referidos (ver Âmbito).
A gestão do MRQ: O MRQ é gerido pela Coordenação de Projecto, sob a responsabilidade
directa do Director Executivo.
Apresentação de queixas: As queixas podem ser expressas em qualquer altura durante a
implementação do projecto.

66
4. Procedimentos
4.1 Canais para apresentação de queixas
A instituição estabelece os seguintes canais através dos quais os cidadãos/beneficiários/
Pessoas Afectadas por Projectos (PAPs) podem apresentar queixas relativas a actividades
financiadas por projectos:
a. Por correio electrónico: Endereços electrónicos do projecto;
b. Através da seguinte página web http://www..............
c. Por escrito ao INAS: endereço
d. Por fax para:
e. Outros: Reclamações escritas ao pessoal do projecto (através de reuniões
do projecto).
O projecto deve assegurar flexibilidade nos canais disponíveis para reclamações, bem
como garantir o acesso às informações de contacto para os indivíduos que apresentem
reclamações.
4.2 Confidencialidade e conflito de interesses
As queixas podem ser apresentadas anonimamente e a confidencialidade será assegurada
em todas as instâncias, incluindo quando a pessoa que apresenta a queixa for conhecida.
Por este motivo, foram estabelecidos múltiplos canais para apresentar uma queixa e serão
evitados conflitos de interesse.
4.3 Recepção e registo das queixas
A pessoa que receber a reclamação preencherá um formulário de reclamação (ver Anexo
A) e registará a reclamação no Registo de Reclamações, mantido sob a gestão da MRQ.
Em seguida, a queixa deve ser submetida imediatamente ao sistema de rastreio para
classificação e redireccionamento para o departamento apropriado responsável pela
investigação e tratamento da queixa, ou para o pessoal se a queixa estiver relacionada com
uma actividade específica do projecto. O Coordenador do Projecto é responsável por
determinar a quem dirigir a queixa, se uma queixa requer uma investigação (ou não), e o
prazo para responder à mesma.
Ao determinar quem será o responsável pela investigação, o Coordenador de Projecto deve
assegurar que não existe conflito de interesses, ou seja, todas as pessoas envolvidas no
processo de investigação não devem ter qualquer interesse material, pessoal ou
profissional no resultado e nenhuma ligação pessoal ou profissional com queixosos ou
testemunhas.
Uma vez estabelecido o processo de investigação, a pessoa responsável pela gestão do
MRQ regista e insere estes dados no Registo de Reclamações.
O número e o tipo de sugestões e perguntas devem também ser registados e comunicados
para que possam ser analisados a fim de melhorar as comunicações do projecto.
4.4 Investigação
De acordo com a Lei Nacional sobre [Petições Públicas. . . .], com outras alterações, as
queixas devem ser examinadas no prazo de 30 dias úteis após a recepção da queixa. A
pessoa responsável pela investigação da queixa reunirá os factos de modo a gerar uma
imagem clara das circunstâncias que rodeiam a queixa. A investigação/acompanhamento
pode incluir visitas ao local, revisão de documentos e uma reunião com aqueles que possam
resolver a questão.

67
Os resultados da investigação e a resposta proposta ao queixoso serão apresentados para
consideração ao Coordenador do Projecto, que decidirá sobre o curso da acção. Uma vez
tomada uma decisão e informado o queixoso, o especialista em investigação descreve as
medidas a tomar no formulário de queixa (ver Anexo A), juntamente com os pormenores da
investigação e as conclusões, e submete a resposta ao Director Executivo para assinatura.
4.5 Resposta ao queixoso
O queixoso será informado sobre os resultados da verificação por carta, correio electrónico
ou por correio, conforme recebidos. A resposta será baseada nos materiais da investigação
e, se for caso disso, deverá conter referências à legislação nacional.
O prazo para investigar a queixa pode ser prorrogado por 30 dias úteis pelo Coordenador
do Projecto, e o queixoso deve ser informado sobre este facto, se
a) são necessárias consultas adicionais para dar resposta à queixa;
b) a queixa refere-se a um volume complexo de informação e é necessário estudar materiais
adicionais para a resposta.
4.4 Investigação
b) a queixa refere-se a um volume complexo de informação e é necessário estudar materiais
adicionais para a resposta.

5. Sensibilização
5.1 Informação fornecida num formato acessível
A informação sobre o Mecanismo de Remoção de Luto estará disponível no sítio web
www.bellesexport.by será incluída nas comunicações com os interessados.

6. Pessoal e reforço de capacidades


Tarefas e responsabilidades da equipa da PIU no MRQ
O Coordenador do Projecto irá atribuir responsabilidades ao pessoal da UIP. Estas serão
documentadas no Manual de Operações do Projecto, e mantidas actualizadas.
- Gestão global do sistema MRQ
- Desenvolver e manter a sensibilização
- Recolha de queixas
- Registo de queixas
- Notificação ao queixoso no recibo e no prazo para rever uma queixa
- Ordenação/categorização das queixas
- Exame minucioso das questões, incluindo a relação causal entre as actividades do
projecto e os alegados danos/ danos/nuência
- Tomada de decisões com base nesse exame
- Processamento de recursos ou comunicação contínua com os queixosos com o
objectivo de resolver as questões amigavelmente
- Publicação das respostas às queixas, salvo pedido em contrário dos queixosos devido
a preocupações de privacidade ou outras (ver acima 4.2)
- Organização e implementação de materiais informativos e campanhas de
sensibilização
- Relatórios e feedback sobre os resultados da MRQ.
68
7. Transparência, monitorização e relatórios
7.1 Transparência
As políticas, procedimentos e actualizações regulares sobre o sistema MRQ, as queixas
feitas e resolvidas, estarão disponíveis na página web www.bellesexport.by. Serão
actualizados trimestralmente.
7.2 Monitorização e relatórios internos regulares
O Director Executivo avaliará trimestralmente o funcionamento do MRQ a fim de o fazer:
- Fornecer uma visão mensal/trimestral dos resultados da MRQ, incluindo quaisquer
sugestões e perguntas, à equipa do projecto e à direcção.
- Rever a situação das queixas para acompanhar as que ainda não foram resolvidas e
sugerir qualquer acção correctiva necessária.
Durante as reuniões trimestrais da UIP, a equipa de projecto deve discutir e rever a eficácia
e utilização da MRQ e recolher sugestões sobre a forma de a melhorar.
7.3 Relatórios em relatórios semestrais e anuais de progresso apresentados ao
Banco Mundial
Nos relatórios semestrais de execução do projecto apresentados ao Banco, o INAS deve
incluir uma secção MRQ, que fornece informações actualizadas sobre o seguinte:
- Estado de estabelecimento do MRQ (procedimentos, pessoal, sensibilização, etc.);
- Dados quantitativos sobre o número de reclamações recebidas, o número que foi
relevante, e o número resolvido;
- Dados qualitativos sobre o tipo de queixas e respostas fornecidas, questões que não
estão resolvidas;
- Tempo necessário para resolver as queixas;
- Número de queixas resolvidas ao nível mais baixo, aumentado para níveis mais altos;
- Quaisquer questões particulares enfrentadas com os procedimentos/pessoal ou
utilização;
- Factores que possam estar a afectar a utilização do sistema de feedback
MRQ/beneficiários;
- Quaisquer medidas correctivas adoptadas.

ANEXO A - REGISTO DE QUEIXAS/INQUÉRITOS

REGISTO DE QUEIXAS/INQUÉRITOS (Formulário A)

Instruções: Este formulário deve ser preenchido pelo pessoal que recebe o inquérito ou queixa e guardado no ficheiro do
Projecto. Anexe qualquer documentação/cartas que sejam relevantem.
Data de recepção da queixa: Nome do funcionário que preenche o formulário:

Reclamação Recebida (marcar com √):


□ Nacional □ Distrital □ Bairro/Comunidade
Modo de apresentação de inquérito ou queixa (marcar com √):

□ Pessoalmente □ Telefone □ E-mail □ SMS □ webpage

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□ Caixa de queixas/sugestão □ Reunião na comunidade □ Consulta Pública □ Outra ______________

Nome da pessoa que suscita o luto: (a informação é opcional e sempre tratada como confidencial)

Sexo: □ Masculino □ Feminino


Morada ou informação de contacto para a pessoa que apresenta queixa: (a informação é opcional e confidencial)

Local onde ocorreu a queixa/problema [escrever em]


National: Distrito: Comunidade/Bairro:

Breve descrição da queixa ou inquérito: (Fornecer o máximo de detalhes e factos possíveis)

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