Geoprocessamento 2023

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RENATO ATANAZIO

Geoprocessamento aplicado em projeto de Pagamento por


Serviços Ecossistêmicos (PSE) no município de Apucarana, PR.

CURITIBA

2010
1

RENATO ATANAZIO

Geoprocessamento aplicado em projeto de Pagamento por


Serviços Ecossistêmicos (PSE), município de Apucarana, PR.

Trabalho de monografia apresentada para


obtenção do título de Especialista em
Geoprocessamento ao curso de Especialização
em Geoprocessamento do Centro Integrado de
Estudos em Geoprocessamento – CIEG –
Universidade Federal do Paraná – UFPR.

Orientador: Prof. Dr. Everton Passos

CURITIBA

2010
2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 10
2.1. Legislação ambiental..................................................................................10
2.2. Pagamento por Serviços Ecossistêmicos (PSE)....................................11
2.3. Geotecnologias...........................................................................................13
2.3.1. Geoprocessamento e Sistemas de Informações Geográficas
aplicados em projetos ambientais.....................................................13
2.3.2. Sensoriamento remoto ..................................................................... 15
2.4. Projeto Oásis .............................................................................................. 19
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 19
3.1. Material.........................................................................................................23
3.2. Caracterização da área de estudo.............................................................23
3.3. Desenvolvimento do projeto......................................................................25
3.3.1. Processamento das imagens............................................................26
3.3.2. Processamento de dados para criação de uma base de dados
geográficos.......................................................................................30
3.3.3. Cruzamento dos dados para diagnóstico ambiental da área...........32
3.3.4. Automatização e padronização do processo de extração de dados
das propriedades..............................................................................33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 34
4.1. Criação da base de dados geográficos.................................................... 34
4.1.1. Identificação das áreas de vegetação nativa .................................... 35
4.1.2. Malha hidrográfica ............................................................................ 35
4.2. Identificação das Áreas de Preservação Permanente.............................36
4.3. Mapa de caracterização ambiental da área .............................................. 37
4.4. Criação de Modelo para extração dos dados de uso do solo das
propriedades participantes do projeto......................................................40
4.5. Funcionalidade dos resultados.................................................................43
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 45
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 46
6.1. Bibliografia consultada ............................................................................ 49
3

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO, APUCARANA, PR............................24

FIGURA 2: FLUXO DAS ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO...................26

FIGURA 3. IMAGEM FUSIONADA E DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS COLETADOS EM CAMPO


PARA GEORREFERENCIAMENTO...................................................................................28

FIGURA 4. REPRESENTAÇÃO DOS AJUSTES NA BASE HIDROGRÁFICA.....................................31

FIGURA 5. REPRESENTAÇÃO DA BASE DE DADOS- INTERFACE ARCGIS .................................34

FIGURA 6. MAPA DE VEGETAÇÃO NATIVA DA ÁREA DE ESTUDO................................................35

FIGURA 7: MAPA DE HIDROGRAFIA DA ÁREA DE ESTUDO...........................................................36

FIGURA 8. MAPA DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE QUANTO À PRESENÇA DE


RIOS E NASCENTES..........................................................................................................37

FIGURA 9. MAPA DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO PIRAPÓ – MUNICÍPIO


DE APUCARANA, PR.........................................................................................................38

FIGURA 10: FLUXOGRAMA DO ENCADEAMENTO DAS FERRAMENTAS PARA A CRIAÇÃO DO


MODELO.............................................................................................................................41

FIGURA 11. TÁBUA DE CÁLCULO UTILIZADA NO PROJETO OÁSIS APUCARANA COM A


IDENTIFICAÇÃO DOS ITENS QUE PODEM SER TOTAL OU PARCIALMENTE
RESPONDIDOS PELO SIG................................................................................................44

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: TABELA DE VALORAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS...............................................21

TABELA 2. COORDENADAS DOS PONTOS DE CONTROLE PARA O GEORREFERENCIAMENTO


DA IMAGEM FUSIONADA................................................................................................27

TABELA 3. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EXIGIDA POR LEI NA ÁREA DE ESTUDO


POR TIPO.........................................................................................................................36

TABELA 4. ÁREA E PERCENTUAL DE APP POR STATUS...............................................................39

TABELA 5. ÁREA E PERCENTUAL DE APP POR TIPO E STATUS..................................................39

TABELA 6. ÁREA E PERCENTUAL DE VEGETAÇÃO EXCEDENTE À APP EM RELAÇÃO A 20%


DA ÁREA DE ESTUDO.....................................................................................................40

TABELA 7: DESCRIÇÃO DO FLUXO PARA A CRIAÇÃO DO MODELO.............................................42


4

AGRADECIMENTOS

Ao Orientador Profº Dr. Everton Passos pela confiança, aprendizado, respeito,


paciência e pelas recomendações que garantiram a qualidade dos dados gerados.

Aos amigos e colegas de trabalho Rafael Dudeque Zenni e Guilherme Zaniolo


Karam pelas importantes sugestões para o direcionamento das atividades e
elaboração da apresentação das informações geradas.

A Fundação O Boticário pela oportunidade de estudo e confiança na utilização do


Projeto Oásis como objeto do trabalho.

A Prefeitura de Apucarana, através da Secretaria de Meio Ambiente, pela


oportunidade de estudo e pela excelente iniciativa de implantação do projeto como
ferramenta de conservação das áreas naturais do município.

A minha esposa Alessandra Cavichia pela compreensão e apoio dado durante o


período de desenvolvimento do projeto.

A todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste


trabalho.
5

SIGLAS

ALOS - Advanced Land Observing Satellite

APP – Áreas de preservação permanente.

AVNIR-2 - Advanced Visible and Near-Infrared Radiometer – Type 2

CEPSRM - Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e


Meteorologia, RS.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DXF - Drawing Exchange Format

ESRI - Environmental Systems Research Institute

GPS – Global Positioning Sistem

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

ITCG – Instituto de Terras, Cartografia e Geociências.

IVM - Índice de Valoração de Mananciais

PRISM - Panchromatic Remote-sensing Instrument for Stereo Mapping

PSA – Pagamento por Serviços Ambientais

PSE – Pagamento por Serviços Ecossitêmicos.

SIG – Sistemas de informações geográficas.

WGS-84 - World Geodetic System - 1984


6

RESUMO

Há um crescente reconhecimento de que a economia e meio ambiente não são


mundos distintos, e que o bem estar da sociedade humana depende diretamente da
capacidade dos ecossistemas de proverem benefícios, os chamados serviços
ecossistêmicos. Os pagamentos por serviços ecossistêmicos podem ser
considerados como mecanismos de compensação econômica aos agentes que
fazem aumentar a capacidade dos ecossistemas de restaurar ou melhorar suas
funções. Algumas iniciativas promovem a prática destes mecanismos, como o
Projeto Oásis, que visa o pagamento de proprietários rurais pelos serviços
ambientais prestados pelas florestas de suas propriedades, o qual é definido por
meio de pontuação atribuída conforme critérios técnicos e legais. O valor monetário
pago ao proprietário é dado através do cálculo da pontuação atribuída à propriedade
de acordo com critérios estabelecidos em uma tábua de cálculo. Para isso, requer-
se a utilização de técnicas adequadas de análises de informações espaciais que
permita a obtenção de resultados confiáveis. O objetivo deste trabalho foi atender
esta necessidade com a geração de produtos e ferramentas, utilizando-se das
geotecnologias, para subsidiar o gerenciamento do Projeto Oásis, no município de
Apucarana, PR. A metodologia proposta permitiu reunir e gerar elementos para
composição de uma base de dados geográficos para o gerenciamento do projeto,
permitindo diversas análises e cruzamento de dados para geração de um mapa de
caracterização ambiental da área de estudo, tendo como principais componentes a
identificação das áreas de vegetação remanescente e a situação atual das áreas de
preservação permanente. Para isso, foi necessária a busca das técnicas adequadas
para criação de uma base de dados geográficos e de processamento digital de
imagens de satélite, entre elas: fusão dos sensores, tratamento,
georreferenciamento, classificação e filtragem. Além disso, foi criada uma ferramenta
modelo para padronização e automatização dos processos de extração e
cruzamento de dados necessários à pontuação e cálculo do índice a ser atribuído a
cada propriedade.

Palavras chave: geoprocessamento, propriedades rurais, pagamento por serviços


ecossistêmicos.
7

ABSTRACT

There is an increasing recognition that the economy and environment are not
separated issues, and that the welfare of human society depends directly on the
capacity of ecosystems to provide benefits, called ecosystem services. Payments for
ecosystem services can be considered as mechanisms of economic compensation to
agents that increase the capacity of ecosystems to recover or enhance their
functions. Some initiatives promote the practice of these mechanisms, such as the
Oasis Project, which aims to pay landowners for environmental services provided by
forests on their properties, which is defined by a score given following technical and
legal criteria. The monetary value paid to the landowner is given by calculating the
scores awarded to the property in accordance with criteria established in a table of
calculation. To allow reliable results, this calculation requires the use of appropriate
techniques for analysis of spatial information. The objective of this work was to solve
this need with the generation of products and tools, using the geo-technologies, to
subsidize the management of Project Oasis in the city of Apucarana, PR. The
proposed methodology enabled to gather and generate information to construct a
spatial database to manage the project, allowing several analysis and linking of data
that generate a map of environmental characterization of the study area, that shows
the current situation of the remnant vegetation. For this, it was necessary to find
appropriate techniques for creating a database of geographic and digital processing
of satellite images, including: sensor fusion, processing, georeferencing,
classification and filtering. Moreover, a tool for standardization and automation of
extraction and data linking, needed to score and calculate the index to be assigned to
each property, was created.
8

1. INTRODUÇÃO

Os serviços ambientais ou serviços ecossistêmicos são bens e serviços


providos pelo ambiente que contribuem direta ou indiretamente para o bem estar
humano. Os provedores destes serviços são aqueles fazem aumentar a capacidade
dos ecossistemas de restaurar ou melhorar suas funções. Como mecanismos de
compensação econômica a estes provedores, surgem iniciativas de Pagamento por
Serviços Ecossistêmicos (PSE).
Projetos de PSE podem caracterizar-se como importantes ferramentas para a
conservação do solo, da água e da biodiversidade, as quais envolvem uma
transação voluntária acerca de um serviço ambiental bem definido entre ao menos
um comprador (sociedade, poder público, iniciativa privada e ONGs) e um vendedor
(normalmente, proprietários rurais).
O Projeto Oásis é um exemplo deste tipo de ferramenta. Criado em 2006 pela
Fundação O Boticário de Proteção a Natureza, organização privada sem fins
lucrativos, o projeto visa o pagamento de proprietários rurais da Bacia do
Guarapiranga, na Grande São Paulo, pelos serviços ambientais prestados pelas
florestas de suas propriedades, premiando aqueles que historicamente preservaram
suas florestas e incentivando aqueles que precisam recuperar suas matas.
Em 2009, o Projeto Oásis teve sua primeira replicação no município de
Apucarana, PR, local onde foi realizado este trabalho. Apucarana situa-se no norte
do estado do Paraná, em uma região de grande produção agrícola, onde existe um
processo de redução acentuada dos serviços ecossistêmicos devido à intensa
degradação antropogênica dos mananciais, com grandes prejuízos para os
proprietários da terra e, consequentemente, para toda a sociedade.
O Projeto em Apucarana define as propriedades contempladas por meio de
critérios técnicos e legais. Para pleitear o benefício, o proprietário rural deve se
cadastrar junto à Secretaria de Meio Ambiente do município que, por meio de uma
comissão técnica, analisará in loco a condição ambiental da propriedade rural, de
acordo com uma tabela de cálculo que pontua aquelas práticas consideradas
adequadas. Esta pontuação determinará o valor financeiro que será repassado ao
proprietário.
9

Projetos como este exigem e produzem uma grande quantidade de


informações que precisam ser gerenciadas, analisadas e apresentadas de forma
eficaz. A identificação de aspectos para caracterização da qualidade ambiental,
apoiada em uma base de dados geográficos, possibilita inúmeras análises e
cruzamento de dados para obtenção de respostas a questões indispensáveis ao
planejamento, tomada de decisões e gestão do projeto.
Este trabalho foi desenvolvido para suprir a necessidade de construção de
uma base de dados geográficos para subsidiar o gerenciamento do Projeto Oásis no
município de Apucarana, PR. Para tanto, buscou-se a geração da malha hidrográfica
da área e a identificação dos remanescentes de vegetação nativa por meio de
técnicas de processamento de imagens de satélite. Com base na legislação vigente,
foram identificadas as áreas de preservação permanente (APP) exigidas e,
posteriormente, gerou-se um mapa de diagnóstico ambiental da área de estudo.
Este mapa permitiu a identificação da atual situação das APP e possíveis áreas para
alocação de reserva legal das propriedades. Além disso, foi criada uma ferramenta-
modelo para padronização e automatização do processo de extração dos dados de
uso do solo necessários à pontuação das propriedades participantes do projeto.
10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Legislação ambiental

A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais restritivas e


completas do mundo. Embora não sejam cumpridas adequadamente, as leis
ambientais podem garantir a preservação do rico patrimônio natural do país. Entre
as principais, destaca-se a lei número 4.771/65, o Código Florestal Brasileiro, que
determina a proteção de florestas nativas em todo o território nacional definindo a
existência de Áreas de Preservação Permanente (APP) e a exigência da
manutenção de áreas de Reserva Legal em todas as propriedades rurais.
As Áreas de Preservação Permanente (APP) são áreas protegidas nos
termos dos arts. 2º e 3º do Código Florestal, coberta ou não por vegetação nativa,
com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (IAP, 2010). As APP são as
áreas de maior fragilidade ambiental, pois ocupam posições críticas do relevo, como
faixas ciliares ao longo dos cursos d’água que variam entre 30 e 500 metros das
margens dos rios, lagos e reservatórios; topos de morros, ao redor de nascentes,
declividade acima de 45º, altitudes acima de 1800 metros. Estes critérios são
regulados pela resolução CONAMA Nº 303, de 20 de março de 2002.
A Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos
recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna/flora nativas (art. 1°,
§ III da Lei nº 4.771/65). No Bioma Mata Atlântica, a área e ser destinada como
Reserva Legal deve ser o equivalente a 20% da área total da propriedade (IAP,
2010). A Reserva Legal deve, preferencialmente, proporcionar a conexão com as
Áreas de Preservação Permanente formando um mosaico expressivo de vegetação
natural na paisagem rural (IAP, 2010).
11

2.2. Pagamento por Serviços Ecossistêmicos (PSE)

Enquanto alguns serviços de produção gerados pelos agroecossistemas são


prontamente quantificáveis em termos econômicos e sociais, demais serviços
ambientais e impactos das mudanças de funcionalidade de ecossistemas devido aos
diferentes usos da terra ainda são pouco entendidos (Sosinsk, 2010).
Kumar (2005) define ecossistema como sendo um conjunto de comunidades
que interagem entre si como uma unidade funcional que fornece uma ampla gama
de serviços através dos seus processos biogeoquímicos, os quais são essenciais
para a manutenção da vida no planeta. A manutenção destas unidades é essencial
para garantir estes serviços, isto é, se não houver habitat para manter os
organismos que promovem esses serviços, os mesmos não serão oferecidos.
Os serviços ambientais são bens e serviços providos pelo ambiente que
contribuem direta ou indiretamente para o bem estar humano. Segundo Shiki (2008),
os serviços ambientais são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas.
Estes incluem: os serviços de provisão, que são bens produzidos ou fornecidos
pelos ecossistemas, como alimento, água, madeira e fibra; serviços de regulação,
que benefícios obtidos da regulação que afetam o clima (seqüestro de carbono) e a
qualidade da água; serviços culturais que provêem benefícios recreacionais,
estéticos e espirituais; e serviços de suporte tais como a formação do solo,
fotossíntese e ciclagem de nutrientes.
Na literatura, é possível achar trabalhos que abordam o tema utilizando dois
termos diferentes, Serviços Ecossistêmicos e Serviços Ambientais. Embora tenham
o mesmo significado, o termo Serviços Ecossitêmicos está sendo mais utilizado em
ações voltadas à conservação de ambientes naturais. Isso se deve ao fato do termo
Serviços Ambientais ser comumente utilizado em projetos de saneamento básico e
até mesmo como marketing de empresas de consultoria ambiental.
Tem sido demonstrado que a presença de vegetação ciliar nas zonas ripárias,
que incluem as margens dos riachos e ribeirões, bem como as suas cabeceiras,
além de outras áreas saturadas que podem ocorrer na microbacia, constitui
condição básica para garantir a manutenção da integridade dos processos
hidrológicos e ecológicos (Zakia, 1998). No entanto, estas áreas despertam
interesses conflitantes entre agricultores e pecuaristas que a veem com potencial
produtivo ou como meio de acesso à água.
12

A conservação da vegetação ciliar bem como das áreas de mananciais gera


uma série de benefícios que são passíveis de serem transformados em unidades
monetárias. Para Whately e Hercowitz (2008) as florestas do entorno de mananciais
prestam serviços que podem ser valorados por meio de técnicas desenvolvidas
pelos economistas. Ainda que não façam parte do mercado, podem ser atribuídos
valores monetários a estes benefícios. Em outras palavras, é possível estimar
quanto valem os mananciais preservados.
Para isso, são desenvolvidas iniciativas para pagamento pelos serviços
prestados pelos ecossistemas preservados. Shiki (2008) afirma que pagamentos por
serviços ambientais nada mais são do que mecanismos de compensação
econômica aos provedores, isto é, aqueles que fazem aumentar a capacidade dos
ecossistemas de restaurar ou melhorar suas funções. Ainda para este mesmo autor,
um mecanismo de pagamentos por serviços ambientais pode ser um instrumento
eficaz de conservação do solo e água, com possibilidade de implementação
utilizando micro-bacias hidrográficas como unidade de planejamento, o que permite
o manejo integrado do espaço.
Os projetos de PSE são ações eficientes e potencialmente sustentáveis, pois
conserva o que é importante para o bem estar humano sendo baseado no interesse
de usuários e provedores dos serviços ambientais. Para que isso funcione, é
necessário basear o pagamento aos provedores que verdadeiramente fornecem um
serviço. Contudo, é fundamental estar embasado em ciência e amarrar o mecanismo
à realidade local. Se não é possível valorar ou medir exatamente o serviço
ambiental, paga-se então pelo uso e ocupação do solo que garantirá o fornecimento
deste serviço (Sosinsk, 2010).
Kumar (2005) destaca que os tomadores de decisão necessitam de
assistência técnica para identificar as oportunidades e os riscos, utilizando diferentes
tipos de instrumentos de mercado para serviços ambientais. Assim, torna-se
necessária a capacitação para desenvolver as competências de análise, concepção
e execução de projetos de serviços ambientais nos setores público, privado e civil.
13

2.3. Geotecnologias

O avanço de novas tecnologias que manipulam informações espaciais deu


origem a um novo termo, conhecido como geotecnologia. Barbosa (2003) considera
geotecnologia como o conjunto de ferramentas e materiais utilizados no auxílio de
análises de informações espaciais, englobando o uso de imagens de satélites,
Sistemas de Posicionamento Global – GPS, Sistemas de Informações Geográficas -
SIG, entre outros. Para este mesmo autor, as geotecnologias vêm sendo aplicadas
cada vez mais em diversas áreas do conhecimento e estão presentes em muitas
situações no cotidiano das pessoas. Atualmente, as ferramentas das geotecnologias
também se constituem em importantes instrumentos para análises ambientais que
subsidiam as tomadas de decisão.

2.3.1. Geoprocessamento e Sistemas de Informações Geográficas aplicados


em projetos ambientais

Segundo Xavier-da-Silva e Zaidan (2004), geoprocessamento é um conjunto


de técnicas computacionais que opera sobre bases de dados (que são registros de
ocorrências) georreferenciados, para transformá-los em informação (que é um
acréscimo de conhecimento) relevante. A principal função do geoprocessamento é
de fornecer ferramentas que permitam aos analistas determinarem as evoluções
espaciais e temporais dos mais diversos tipos de fenômenos através da análise
conjunta de diversos tipos de dados (Câmara e Medeiros, 1998 apud em Santos,
2002).
O Geoprocessamento focaliza, primordialmente, o levantamento e a análise
de situações ambientais representadas por conjuntos de variáveis georreferenciadas
e integradas em uma base de dados digitais (Xavier-da-Silva; Zaidan, 2004).
Para Santos (2002), geoprocessamento tem a função de uma ferramenta
potente utilizada nos mais diversos campos do conhecimento para auxiliar a análise,
interpretação e compreensão de condições, localizações, tendências, roteamentos,
padrões e modelos.
Através do uso do geoprocessamento tornam-se disponíveis, para as análises
ambientais, procedimentos que permitem a investigação detalhada de
14

relacionamentos entre entidades pertencentes a um ambiente. Com este tipo de


sistema de informação, tornou-se possível examinar a realidade ambiental segundo
uma metodologia inovadora, a ser cotejada, a seguir, com os métodos de
investigação ambiental, ditos convencionais ou tradicionais (Xavier-da-Silva; Zaidan,
2004).
As ferramentas computacionais para geoprocessamento, chamadas de
Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados
(Câmara; Davis; Monteiro, 2001).
Xavier-da-Silva e Zaidan (2004) definem Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) como estruturas de programação que permitem a captura, o
armazenamento e atualização dos dados, sua exibição e, acima de tudo, análises e
integrações de dados geográficos. Devido às características destes sistemas, eles
podem ser aplicados as mais diversas áreas do conhecimento.
Barbosa (2003) destaca que os SIG apresentam uma diversidade de
aplicações em várias áreas: agricultura, cartografia, floresta, solos, geofísica,
cadastro urbano, redes de concessionárias (água, energia e telefonia), etc.
Na perspectiva moderna de gestão do território, toda ação de planejamento,
ordenação ou monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes
componentes do ambiente, incluindo o meio físico-biótico, a ocupação humana, e
seu inter-relacionamento.
Pode-se apontar pelo menos quatro grandes dimensões dos problemas
ligados aos estudos ambientais, onde é grande o impacto do uso da tecnologia de
Sistemas de Informação Geográfica: Mapeamento Temático, Diagnóstico Ambiental,
Avaliação de Impacto Ambiental, Ordenamento Territorial e os Prognósticos
Ambientais. Os estudos de mapeamento temático visam a caracterizar e entender a
organização do espaço, como base para o estabelecimento das bases para ações e
estudos futuros, como por exemplo, levantamentos da cobertura vegetal de
determinada região. A área de diagnóstico ambiental objetiva estabelecer estudos
específicos sobre regiões de interesse, com vistas a projetos de ocupação ou
preservação. Os projetos de avaliação de impacto ambiental envolvem o
monitoramento dos resultados da intervenção humana sobre o ambiente e os
trabalhos de ordenamento territorial e prognósticos ambientais objetivam normatizar
15

a ocupação do espaço, buscando racionalizar a gestão do território (Câmara; Davis;


Monteiro, 2001).
Segundo Xavier-da-Silva e Zaidan (2004), a percepção do ambiente,
entendido como um sistema é normalmente estruturado sob a forma de modelos,
que são conjuntos organizados de dados aceitos como correspondentes às
estruturas de objetos e atributos ambientais percebidos.

2.3.2. Sensoriamento remoto

Moraes (2002) define sensoriamento remoto ou teledetecção como um


conjunto de atividades que permite a obtenção de informações dos objetos que
compõem a superfície terrestre sem a necessidade de contato direto com os
mesmos.
Para a mesma autora, este conjunto de atividades envolve a detecção,
aquisição e análise (interpretação e extração de informações) da energia
eletromagnética emitida ou refletida pelos objetos terrestres e registradas por
sensores remotos. A energia eletromagnética utilizada na obtenção dos dados por
sensoriamento remoto é também denominada de radiação eletromagnética.
Dentre as tecnologias hoje disponíveis, o sensoriamento remoto desponta
como tecnologia imprescindível em aplicações geoambientais (Antunes, 2007). A
criação de mapas de ocupação do solo por meio do processamento de imagens
orbitais pode gerar um grande número de informações para melhor conhecimento do
espaço geográfico e servir de base para a avaliação da paisagem (Matias et Al,
2009).
Para tanto, um amplo conjunto de operadores, algoritmos e procedimentos
vêm sendo desenvolvidos e aperfeiçoados. Existem diversas técnicas de
processamento digital de imagens documentadas com seus fundamentos e
aplicações, as quais objetivam extrair informações que o olho humano seria incapaz
de perceber (Schowengerdt, 1997).
Por outro lado, os constantes avanços tecnológicos propiciam o aumento das
opções de imagens de satélites disponíveis no mercado, tornando cada vez mais
16

acessível a aquisição de imagens de alta resolução que em outros tempos eram


produtos de altíssimos custos.
Destaca-se crescente interesse por uma grande parcela da comunidade do
sensoriamento remoto, incluindo IBGE, pelas imagens dos sensores AVNIR-2 e
PRISM do satélite japonês ALOS pelo custo muito inferior às imagens existentes no
mercado com as mesmas características e pela excelente qualidade de
posicionamento prometida (Luz et AL, 2009). O AVNIR-2 é um sensor óptico com 4
bandas espectrais (visível e infravermelho próximo) com resolução espacial de 10m.
Suas imagens são úteis para o mapeamento do uso e cobertura do solo para fins de
monitoramento ambiental regional. O sensor PRISM opera na faixa da luz visível,
com uma banda pancromática e resolução espacial de apenas 2,5 m (IBGE, 2010).

2.3.2.1. Processamento digital de imagens orbitais

As imagens na forma em que são recebidas originalmente dos satélites,


também chamadas de imagens brutas, apresentam degradações radiométricas
devido a desajustes na calibração dos detectores, erros esporádicos na transmissão
dos dados, influências atmosféricas, e distorções geométricas (Figueiredo, 2005).
Todas estas imperfeições, se não corrigidas, podem comprometer os resultados e
produtos derivados das imagens. Essas correções são feitas por meio de técnicas
de processamento de imagens digitais.

2.3.2.1.1. Filtragem

O processo de convulação ou filtragem de uma imagem envolve técnicas para


alteração do valor de determinados conjuntos de pixels ao longo da imagem que
visam melhorar as características visuais (aumento de contraste, diminuição de
ruídos e/ou distorções). Basicamente, os filtros de baixa freqüência, ditos passa
baixa ou suavização, eliminam as altas freqüências da imagem deixando passar
somente as baixas freqüências, suavizando assim a imagem. Os filtros de alta
freqüência ou passa alta, eliminam as feições de baixa freqüência, o que faz com
17

que realce as bordas das feições da imagem (Antunes, 2007). Esta técnica modifica,
através de funções matemáticas, os níveis de cinza ou os valores digitais de uma
imagem, de modo a destacar certas informações espectrais e melhorar a qualidade
visual da imagem, facilitando a análise do fotointérprete (Figueiredo, 2005).

2.3.2.1.2. Fusão de imagens orbitais

Para melhor aproveitamento das informações produzidas por diferentes


sensores, são necessários alguns métodos de processamento que combinam
imagens de diferentes características espectrais e espaciais para sintetizar uma
nova imagem com melhor resolução espacial do que a imagem multiespectral
original. A estas operações dá-se o nome de fusão de imagens (CEPSRM, 2010).
As técnicas de fusão podem ser divididas em três grupos: as que utilizam um
modelo de domínio espacial, as de domínio espectral e as que trabalham com
operações algébricas. Os modelos de domínio espacial são aqueles que isolam a
informação espacial de alta freqüência provenientes da imagem de alta resolução e
a combinam com a imagem multiespectral (Schowengerdt, 1997).
O grupo de modelos de domínio espectral é formado pelos processos que
realizam uma transformação na imagem multiespectral, resultando um novo conjunto
de bandas onde uma delas é correlacionada com a imagem pancromática. Os
modelos algébricos operam funções aritméticas pixel-a-pixel. Como exemplo deste,
pode ser citada a técnica Brovey, a qual consiste na combinação matemática de
imagens coloridas e dados de alta resolução onde cada banda da imagem colorida é
multiplicada pela razão da imagem pancromática dividida pela soma das bandas da
imagem colorida (Pinho et al, 2005).
18

2.3.2.1.3. Georreferenciamento de imagens

Antes de explicar o conceito de georreferenciamento, é importante explicitar o


conceito mais amplo de registro de imagem. O registro de uma imagem compreende
uma transformação geométrica que relaciona as coordenadas da imagem (linha,
coluna) com coordenadas de um sistema de referência. Isto é, o registro estabelece
uma relação entre coordenadas de imagem e coordenadas geográficas (INPE,
2010).
Georreferenciamento é o registro executado quando as coordenadas de
referência modelam a superfície terrestre (exemplo: latitude, longitude e altitude,
coordenadas UTM, etc.). O georreferenciamento, como toda transformação, cria
parâmetros que permitem, a partir da leitura das coordenadas pixel da imagem,
obter as correspondentes coordenadas de terreno para aquele ponto (INPE, 2010).
O georreferenciamento é uma operação necessária para se fazer a integração
de uma imagem à base de dados existente num SIG ou até mesmo para se
combinar imagens de sensores diferentes sobre uma mesma área antes do
processo de fusão.
Segundo Figueiredo (2005), após a aquisição dos coeficientes dos modelos
que descrevem as distorções na imagem, uma função de mapeamento é criada para
a construção da nova imagem corrigida. Um modelo frequentemente utilizado é o
Polinomial, cujos coeficientes são estimados a partir de pontos de controle
identificáveis na imagem, e com localização geográfica precisamente conhecida.
Para este autor, os pontos de controle devem ser igualmente distribuídos em toda a
imagem, caso contrário, as regiões com pouco ou nenhum ponto podem sofrer mais
distorções ainda.

2.3.2.1.4. Classificação digital de imagens

Classificação é o processo de extração de informação em imagens para


reconhecer padrões e objetos homogêneos sendo utilizado em sensoriamento
remoto para mapear áreas da superfície terrestre que correspondem aos temas de
interesse (INPE, 2010). Segundo Lillessand e Kieffer (1987), o objetivo dos
procedimentos de classificação é categorizar automaticamente todos os pixels de
19

uma determinada imagem, atribuindo a cada pixel uma característica que contenha
as informações de um objeto do mundo real.
Duas abordagens distintas são adotadas na classificação automática de
imagens digitais: classificação supervisionada e não supervisionada. No método de
classificação não supervisionada não há necessidade do conhecimento a priori
sobre as classes existentes na imagem. Entretanto, é necessário que o analista
forneça ao sistema alguns parâmetros (limiares) os quais servirão de critérios de
decisão no momento do agrupamento de pixels em classes distintas, ou seja, o
algoritmo define as classes praticamente sem a interferência do analista (Richards,
1986).
No método de classificação supervisionada é exigido o conhecimento prévio
do fotointérprete sobre a área que se deseja classificar. Em outras palavras, é
necessário o conhecimento do comportamento espectral dos alvos contidos na área
para poder retirar amostras significativas de cada classe (Adami et al, 2010). Para
Lillesand e Kiefer (1987), entre os métodos de classificação supervisionada, os mais
comuns são a classificação por Paralelepípedo (Single Cell) e a classificação por
Máxima Verossimilhança (MaximumLikelihood).

2.4. Projeto Oásis

Seguindo as premissas do Pagamento por Serviços Ecossistêmicos, em


2006, a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, organização sem fins
lucrativos que desde 1990 atua com a missão de promover e realizar ações de
conservação da natureza, lançou o Projeto Oásis. Este projeto visa a premiação
financeira de proprietários de terras que mantêm remanescentes de Mata Atlântica
protegidos e que, assim, contribuem para a conservação de mananciais da região da
Bacia do Guarapiranga, na Grande São Paulo. O Projeto Oásis em São Paulo tem
hoje a participação de 13 propriedades particulares, cujas áreas naturais somam 657
hectares e abrigam 82 nascentes (Fundação O Boticário de Proteção a Natureza,
2010).
Como primeira replicação do Projeto desenvolvido em São Paulo, em março
de 2009, a Câmara Municipal de Apucarana (PR) aprovou a implantação do Projeto
Oásis buscando a melhoria da qualidade de vida e o aumento da quantidade e
20

qualidade da água dos rios que correm no município. O Projeto define as


propriedades contempladas pela iniciativa por meio de critérios técnicos e legais. O
objetivo da seleção é incentivar a proteção das florestas e nascentes, aumentar a
cobertura vegetal, implantar ações de saneamento ambiental, promover a adoção de
práticas conservacionistas de solo e recuperação de áreas degradadas. Para
pleitear o benefício, o proprietário rural deverá se cadastrar junto à Secretaria de
Meio Ambiente do município que, por meio de uma comissão técnica, vai analisar “in
loco” a condição ambiental de toda a propriedade rural de acordo com uma tabela de
cálculo que pontua aquelas práticas consideradas adequadas. Esta pontuação
determinará o valor financeiro que poderá ser repassado ao proprietário. Se o
proprietário rural não estiver em dia com a legislação ambiental ou se não estiver
praticando manejo de baixo impacto, ele receberá toda a assessoria necessária para
promover a recuperação ambiental. (Fundação O Boticário de Proteção a Natureza,
2010).
As características observadas nas propriedades são, entre outras: a
existência de Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente, bem como
seu estado de conservação, sendo que áreas mais bem conservadas recebem uma
pontuação maior; a conectividade da Reserva Legal com as Reservas Legais dos
vizinhos e com as Áreas de Preservação Permanente, quanto maior a conectividade
entre os fragmentos maior é a pontuação; a existência de áreas de floresta nativa
que excedam a Reserva Legal e as Áreas de Preservação Permanente, quanto mais
área excedente, maior a pontuação; a existência de linhas de quebra vento ou
cercas vivas feitas exclusivamente com espécies nativas; a quantidade de nascentes
com suas matas ciliares protegidas existentes na propriedade. Estes, entre outros
fatores, produzirão um índice de valoração da propriedade rural que definirá o
quanto cada proprietário receberá por mês. A cada ano é feita uma nova vistoria da
propriedade rural e o valor pago ao proprietário poderá aumentar ou diminuir,
dependendo de suas ações para melhorar a qualidade ambiental de sua
propriedade. Por exemplo, se o proprietário implanta um projeto de recuperação
ambiental da Reserva Legal ele passa a receber mais do que antes, mas, se por
outro lado, ele desmata uma área ele passa a receber menos podendo até ser
excluído do projeto (Fundação O Boticário de Proteção a Natureza, 2010).
Parte dos recursos que viabilizam a iniciativa é oriundo da SANEPAR
(Empresa de Saneamento e abastecimento do Paraná), que repassa mensalmente
21

ao Fundo Municipal do Meio Ambiente 1% do que a empresa fatura na cidade.


Espera-se aumentar o volume de recursos no Fundo para que todos os proprietários
rurais na região do projeto possam participar (Fundação O Boticário de Proteção a
Natureza, 2010).
Ao atender todos os pré-requisitos do projeto a propriedade se torna apta a
receber os pagamentos por serviços ambientais e recebe um índice 1. Em seguida
são observados outros fatores que, sendo considerados positivos, somam-se ao
índice base, conforme indicado na tabela. O mínimo que uma propriedade apta pode
atingir é 1 e não há valor máximo, pois quanto mais floresta houver na propriedade
maior será o índice. Abaixo, segue a tabela de valoração utilizada para a pontuação
das propriedades rurais participantes.

TABELA 1: TABELA DE VALORAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS

Questão Resposta Índice


Sim Apta
Possui todos os quesitos exigidos pelo projeto?
Não Inapta
Sim +0,2
Parte da propriedade é RPPN?
Não +0
Predominantemente sim +0,3
APP com vegetação predominantemente florestal,
+0,2
mas com sinais de degradação passada
As áreas de preservação permanente estão em
APP degradada, mas com plano de recuperação
bom estado de conservação? +0,1
implantado
APP degradada, com plano de restauração não
+0
implantado ou sem plano de restauração
Predominantemente sim e sem manejo +0,3
Predominantemente sim e com manejo de baixo
+0,2
impacto
Reserva legal degradada, mas com plano de
Possui a reserva legal formada por vegetação +0,1
recuperação implantado
nativa e em bom estado de conservação?
Reserva legal degradada, com plano de
restauração não implantado ou sem plano de +0
restauração, ou com manejo convencional
Reserva legal em regime de servidão florestal +0,1
Possui área com vegetação nativa excedente às Sim, sendo área em estágio sucessional avançado +0,2
APP e RL? (Indicar qual o tamanho da área Sim, sendo área em estágio sucessional médio +0,1
excedente, em hectares, e o valor adicional será Sim, sendo área em estágio sucessional inicial +0,05
dado por hectare excedente) Não +0
As áreas de vegetação natural na propriedade,
Sim +0,2
excedentes à APP e RL formam um bloco único
>=10 hectares?
Não +0
RPPNs não são contempladas nesta questão.
Não +0
As áreas de vegetação nativa (incluindo reserva
1 Vizinho +0,01
legal, mas não APP) estão conectadas à área de
2 Vizinhos +0,02
vegetação nativa de algum vizinho?
3 ou mais vizinhos +0,04
A reserva legal está conectada à parte da APP? Sim +0,02
22

Questão Resposta Índice


Não +0
Não tem nascentes +0
1 Nascente com APP preservada +0,15
2 Nascentes com APP preservada +0,25
3 Nascentes com APP preservada +0,45
Possui nascentes com APP preservada?
4 Nascentes com APP preservada +0,85
5 Nascentes com APP preservada +1,6
6 Nascentes com APP preservada +3,2
7 Nascentes ou mais com APP preservada +6,4
Sim, somente +0,2
Faz agricultura orgânica (produção certificada)? Sim, parcialmente +0,1
Não +0
Possui sistema de tratamento de esgoto distante Sim +0,1
mais de 100 m do curso d'água mais próximo? Não +0
Alguma planta da propriedade é cadastrada por Sim +0,05
órgão competente como árvores porta-semente
Não +0
(matriz)?
Possui cercas-vivas ou linhas quebra-vento feitas Sim +0,1
exclusivamente com espécies nativas? Não +0
23

3. MATERIAL E PROCEDIMENTOS

3.1. Material

Por atender as necessidades deste projeto, foram utilizadas imagens orbitais


do satélite japonês ALOS, sendo uma imagem mutltiespectral, sensor AVNIR-2
(cena ALAV2A181534070) e uma pancromática, sensor PRISM (cena
ALPSMW181534075) ambas tomadas em 21 de junho de 2009.
Foram obtidas quatro folhas de cartas (2757-4, 2758-3, 2783-2, 2784-1) da
base hidrográfica do Paranacidade (2003) originalmente na escala 1:50.000, formato
DXF e projeção cartográfica UTM fuso 22 no Datum SAD-69. Também foram
utilizados dados topográficos de delineamento de canais de drenagem e divisores de
água (Banco de dados Topodata, disponibilizado pelo INPE).
Para todos os processamentos e análises dos dados foi utilizado o software
ArcMAP do pacote ArcGIS versão 9.3 com a extensão Espacial Analist e para a
conversão de arquivos foi utilizado o software GlobalMapper versão 9.02. A coleta
dos dados em campo foi feita com a utilização aparelho receptor GPS Garmin
modelo 60CSX.

3.2. Caracterização da área de estudo

Segundo MAACK (1968), o estado do Paraná divide-se em cinco grandes


regiões geográficas baseadas na posição das escarpas, vales e divisores de água.
Estas cinco regiões correspondentes ao Litoral, Serra do Mar, Primeiro Planalto ou
Planalto de Curitiba, Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa, Terceiro
Planalto ou Planalto de Guarapuava.
O município de Apucarana situa-se no Terceiro Planalto a 370 km da capital
do estado do Paraná, Curitiba, compreendendo parte das bacias dos rios Tibagi, Ivaí
e Pirapó. A região é denominada por MAACK (1968) de Planalto de Apucarana.
A área estudada (figura 1) possui 16.373,10 ha e abrange parte da zona rural
do município de Apucarana. Inserida na bacia do rio Pirapó, área está localizada
entre as coordenadas geográficas 51° 38’ W; 23° 24’ S e 51º 25’ W; 23° 35’. A
altitude média é de 983m e, de acordo com ITCG (2009), a formação florestal é a
24

Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Fluvial Subcaducifólia) Montana do


Bioma Mata Atlântica (Fonte: IBGE, 2005).

FIGURA 1: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO, APUCARANA, PR

FONTE: Municípios IBGE, 2007.

Segundo a classificação climática de Koeppen, o clima da região é do tipo Cfa


(mesotérmico úmido, sem estação seca e com verão quente), sendo que a
temperatura atinge a média anual de 20,3ºC, obtida entre a máxima de 26º e a
mínima de 16º (Apucarana, 2010).
Apucarana possui uma população de 121.290 habitantes (IBGE, 2009).
Embora grande produtor agrícola, é na indústria que está a maior fonte de renda do
Município, principalmente com o beneficiamento da produção agrícola da região
(Apucarana, 2010).
25

3.3. Desenvolvimento do projeto

Para o desenvolvimento das atividades propostas, foram estabelecidos os


seguintes passos:

3.3.1. Processamento digital de imagens para geração do mapa de uso do solo e


para a parametrização dos elementos da paisagem atual, seguindo os
procedimentos de:
3.3.1.1. Fusão das imagens;
3.3.1.2. Georreferenciamento.da imagem;
3.3.1.3. Classificação digital das imagens;
3.3.1.4. Pós-classificação para refinamento.

3.3.2. Processamento de dados para criação de uma base de dados geográficos:


3.3.2.1. Aquisição, avaliação e ajustamento da base hidrográfica;
3.3.2.2. Geração do mapa de área de preservação permanente em
função da presença de rios e nascentes;
3.3.2.3. Geração de mapa das áreas de mata nativa com o produto
gerado pela classificação de uso do solo;

3.3.3. Cruzamento dos dados para diagnóstico ambiental da área. Avaliação do


estado atual das áreas de preservação permanente e detecção de áreas
possíveis para Reserva Legal.

3.3.4. Automatização e padronização do processo de extração de dados das


propriedades. Criação de uma ferramenta-modelo fazendo encadeamento
de várias ferramentas disponíveis no software ArcMAP 9.3 para
cruzamento dos dados de APP e vegetação das propriedades rurais;
26

FIGURA 2: FLUXO DAS ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Fusão Criação da ferramenta Ajuste e refinamento


Processamento digital de

para padronização da da malha hidrográfica


extração de dados das existente
Georreferenciamento
imagens

propriedades

Classificação
Geração da base
Pós-classificação Criação da hidrográfica
base de
dados
Geração do mapa das áreas geográficos Geração de mapa
de mata nativa de APP

Geração do mapa de diagnóstico ambiental

3.3.1. Processamento das imagens

3.3.1.1. Fusão das imagens

Antes de iniciar a fusão dos sensores, foi feito - com o uso da ferramenta
Georreferencing - o ajuste da imagem multiespectral com a imagem pancromática.O
processamento para fusão foi feito com a ferramenta CreatePan-
sharpenedRasterDataset optando-se pelo método Brovey por ter proporcionado, ao
mesmo tempo, uma boa resposta espectral e boa qualidade visual. O método “Color
Normalized (Brovey)” é uma técnica de fusão que usa uma combinação matemática
de imagens coloridas com dados da imagem de alta resolução. Cada banda da
imagem colorida é multiplicada pela razão da imagem pancromática dividida pela
soma das bandas da imagem colorida. Os parâmetros foram dados pela banda 1 no
canal azul, a banda 2 no canal verde, banda 3 no canal vermelho e a banda 4 no
infra vermelho.
27

3.3.1.2. Georreferenciamento da imagem fusionada

Para o georreferenciamento da imagem foi utilizada a ferramenta


Georreferencing. A referência foi dada pelos 17 pontos de controle coletados em
campo com o receptor GPS, apresentados na tabela e na figura logo abaixo, com
parâmetro Polinômio de primeira ordem. Para todos os pontos coletados, a precisão
indicada pelo aparelho era de 3 a 5 metros em média. A imagem foi
georreferenciada no sistema de coordenadas geográficas, Datum WGS-84 e
posteriormente projetada para o sistema de projeção cartográfica Universal
Transversa de Mercator (UTM), fuso 22.

TABELA 2. COORDENADAS DOS PONTOS DE CONTROLE PARA O


GEORREFERENCIAMENTO DA IMAGEM FUSIONADA.
ID Ponto Obs. POINT_X POINT_Y
4 Trevo próx. P. da Redenção Centro do círculo do trevo -51,48861 -23,52701
6 Lanchonete P. da Redenção Canto do telhado próx ao lago -51,48941 -23,51999
7 Praça do Bairro Pirapó Ponto central a 3 m da edificação -51,53586 -23,55918
8 Campo de futebol Canto próx à rua. -51,53623 -23,55782
11 Fazenda Ubatuba (Ratinho) Entrada da fazenda. -51,54679 -23,51531
12 Indústria Belagrícola Ponta do telhado da casa na entrada -51,57811 -23,48500
16 Trevo de Arapongas Centro do trevo -51,46547 -23,40342
17 Igreja Ponto entre centro da igreja e estrada -51,54679 -23,44020
18 Posto Gisela II Ponta do telhado prox a estrada. -51,57484 -23,46718
19 Ponte rio Pirapó Centro da estrada e da ponte -51,61506 -23,48414
20 Trevo BR 444 Centro do círculo do trevo -51,65811 -23,51055
21 Trevo Centro da estrada e do trevo -51,64530 -23,58771
22 Trevo estrada de Cambira Centro do círculo do trevo -51,58014 -23,59574
23 Barracão da Cocamar Canto esquerdo da entrada do barracão -51,48578 -23,56232
24 Sematur Ponta (esquina) da casa da Sematur -51,46817 -23,55472
30 Fazenda Sr Paulo Ponto entre o rio e o carreador -51,51825 -23,54133
45 Trevo saída de Apucarana Centro do círculo do trevo -51,41767 -23,58015
FONTE: Dados de pesquisa, 2010.
28

FIGURA 3. IMAGEM FUSIONADA E DISTRIBUIÇÃO DOS


PONTOS COLETADOS EM CAMPO PARA
GEORREFERENCIAMENTO.

FONTE: Imagens ALOS, IBGE, 2010.

3.3.1.3. Classificação das imagens

Para a identificação das classes de uso do solo, foi feita em campo com o uso
do receptor GPS, a coleta de 39 pontos de amostragem tendo ao menos 3 pontos de
para cada uma das seguintes classes:

 vegetação nativa estágio avançado e médio1;


 vegetação nativa estágio inicial¹;
 várzea;
 plantio de eucalipto;
 água;
 pasto;
 agricultura;
 ocupação urbana.

1
RESOLUÇÃO CONAMA nº 2, de 18 de março de 1994 - Define formações vegetais primárias e
estágios sucessionais de vegetação secundária, com finalidade de orientar os procedimentos de
licenciamento de exploração da vegetação nativa no Estado do Paraná.
29

Com as amostras coletadas e a imagem fusionada e georreferenciada foi


criado, com a ferramenta CreateSignatures, um arquivo vetorial de assinatura
espectral com os polígonos das classes de uso do solo a serem identificadas. Em
seguida, foi realizado o procedimento de classificação supervisionada da imagem
com o método Máxima Verossimilhança. Essa técnica consiste na extração de
amostras de pixel para interpretar a imagem de forma automática, proporcionando
uma classificação mais aferida (Sadeck, 2010). O processamento foi feito com a
utilização da ferramenta MaximunLikelihoodClassification disponível na extensão
Espacial Analist. Como parâmetro para Rejeição de Frações foi optada por manter
“0.0” o que indica que todas as células serão classificadas. Para o parâmetro
Probabilidade a Priori, foi optado pela opção Sample (Amostra), a qual estabelece
que as probabilidades a priori atribuídas a todas as classes amostradas no arquivo
de assinatura de entrada será proporcional ao número de células capturadas em
cada assinatura. Por conseguinte, classes que têm menos células do que a média
da amostra receberá pesos abaixo da média e aqueles com mais células receberá
maior peso do que a média. Como resultado, as respectivas classes terão mais ou
menos células que lhes forem atribuídas (Esri, 2010).

3.3.1.4. Pós classificação

Como o produto gerado apresentou ruídos e imperfeições, foi necessário o


procedimento de pós-classificação para filtragem de pixels que possivelmente
tenham sido classificados de forma incorreta. A pós-classificação tem o objetivo de
uniformizar os temas, ou seja, eliminar pontos isolados, classificados diferentemente
de sua vizinhança. Assim, gera-se uma imagem classificada com aparência menos
ruidosa (INPE, 2010). Para isso, foi utilizada a ferramenta MajorityFiltertambém
disponível na extensão SpacialAnalist. Como parâmetro de números de vizinhos
para usar como referência (numberofneighboringto use), foi utilizado o kernel EIGHT
que usará os 8 pixels vizinhos criando assim uma matriz 3x3. Como limiar de
substituição (replacementthreshold) foi escolhido o parâmetro MAJORITY onde a
maioria das células deve ter o mesmo valor e serem contíguas.
Embora a resposta espectral para áreas de vegetação nativa em estágios
médio e avançado tenha sido boa, a resposta para as outras classes não foi
30

igualmente satisfatória. Por isso, optou-se pela reclassificação das classes:


vegetação nativa estágio inicial, várzea, plantio de eucalipto, água, pasto, agricultura
e ocupação urbana em uma única classe, tornando-se descartada a hipótese de
individualizar as classes que não se referem à mata nativa.

3.3.2. Processamento de dados para criação de uma base de dados


geográficos

3.3.2.1. Aquisição, avaliação e ajustamento da base hidrográfica;

A geração de uma base hidrográfica foi dada a partir da utilização de quatro


folhas de cartas (2757-4, 2758-3, 2783-2, 2784-1) de uma base já existente
(Paranacidade, 2003) originalmente na escala 1:50.000, formato DXF e projeção
cartográfica UTM fuso 22 no Datum SAD-69. Com o uso da ferramenta
ExportToShapeFile no software GlobalMapper versão 9.0, as cartas foram
convertidas para o sistema de coordenadas geográficas, Datum WGS-84 em
formato SHP sendo divididas em arquivos de geometrias lineares e poligonais. Já no
software ArcMAP 9.3, função Merge, os arquivos de linhas (rios) foram juntados eu
um único ShapeFile. O mesmo procedimento foi executado com os arquivos
poligonais que apresentavam os lagos da área. Destes arquivos, foram extraídos
apenas os dados da área de estudo com a função Clip do software
ArcMAP.Baseando-se visualmente na imagem fusionada e em dados topográficos
de delineamento de canais de drenagem e divisores de água (Banco de dados
Topodata, disponibilizado pelo INPE) foram feitos ajustes para refinamento da base
hidrográfica e a inserção de pontos para representação das nascentes no início dos
cursos dos rios.
31

FIGURA 4. REPRESENTAÇÃO DOS AJUSTES NA BASE HIDROGRÁFICA.

FONTE: Imagem ALOS fusionada, 2010 e Base hidrográfica Paranacidade, 2003.

3.3.2.2. Geração do mapa de área de preservação permanente (APP)

As Áreas de preservação permanente (APP) foram geradas de acordo com o


artigo 3º da Resolução CONAMA nº 303 que define uma faixa de 30 metros a partir
das margens dos rios com até 10m de largura e um raio de 50m para os pontos das
nascentes. A área de estudo não possui rios com larguras maiores de 10 m, por isso
apenas estas medidas das larguras para delimitação de vegetação ciliar foram
consideradas neste trabalho. A região não possui um relevo acidentado nem mesmo
grandes amplitudes altimétricas, sendo assim, considerando que esta decisão não
afeta a integridade e a consistência deste trabalho, foi descartada a necessidade de
geração de APP para áreas com declividade superior a 45°, bem como APP de
topos de morros (Ver anexo 2).
O processamento foi feito com o uso da ferramenta Buffer para gerar as áreas
de entorno dos rios e das nascentes, ferramenta Merge para juntar os arquivos e
Union para possibilitar a separação dos polígonos de APP. Assim, foi possível a
extração do valor das áreas separadas por tipo de APP, ou seja, APP de rios e APP
de nascentes. As áreas de intersecção entre APP de rios e APP de nascentes,
foram consideradas para APP de nascentes
32

3.3.2.3. Geração de mapa das áreas de mata nativa com o produto gerado pela
classificação de uso do solo;

Após conversão para arquivo vetorial do produto gerado na classificação, foi


extraído o layer de vegetação nativa. Procurando refinar ainda mais os dados, este
layer passou pelo processo de preenchimento automático dos polígonos que ainda
apresentavam pequenos “buracos” utilizando a ferramenta Topology com a regra
Must NotHave Gaps, o que significa que um vazio não pode existir entre áreas da
mesma camada.
Por fim, foram eliminados todos os polígonos com áreas menores de 100m2
eliminado assim os últimos resíduos oriundos de possíveis falhas no processamento
de classificação.

3.3.3. Cruzamento dos dados para diagnóstico ambiental da área

Gerados os layers de vegetação nativa e APP exigidas segundo critérios


apresentados, foi possível o cruzamento dos dados para identificação da atual
situação (status) das APP, sendo caracterizada como APP preservada e APP a
recuperar ou em recuperação e identificação das áreas com vegetação excedente
às APP. Para isso, foi adicionado um campo na tabela do arquivo (layer) de APP
chamado “APP” no qual foi inserido o valor “2”. No arquivo de vegetação foi criado
um novo campo chamado “VEG”, para o qual foi atribuído o valor “1”. Assim, com a
ferramenta Union foi possível a união destes dois layers, gerando um novo arquivo
com todos os campos gerados anteriormente preservados. Neste foi criado um
campo denominado “TOTAL” e com a ferramenta Calculate Field foi montada uma
simples fórmula matemática de soma dos campos APP e VEG.

[TOTAL] = [APP] + [VEG]

Desta forma, o resultado 1 (apenas áreas de vegetação) indica as áreas de


vegetação excedente às APP, o resultado 2 (apenas áreas de preservação
33

permanente) indica as áreas com APP a recuperar e o resultado 3 (APP +


vegetação) representa as áreas com APP preservada.
Como a área estudada é parte da área rural do município, foi feito um cálculo
para simulação de possíveis áreas para alocação de Reservas Legais2 considerando
a área total de estudo como uma única propriedade, ou seja, a área de vegetação
excedente à APP (resultado 1) foi dividida pelo valor de 20% do total da área
estudada.

3.3.4. Automatização e padronização do processo de extração de dados das


propriedades

Para que o processo de extração dos dados das propriedades seja


padronizado, houve a necessidade de criação de um modelo que pudesse ser
executado sempre que necessário garantindo a preservação dos critérios e
parâmetros previamente estabelecidos. Para isso, foi utilizado o ModelBuilder, uma
aplicação oferecida pela tecnologia ArcGIS, que permite criar, editar e gerenciar
modelos fazendo o encadeamento de ferramentas usando a saída de uma como a
entrada para outra, automatizando uma sequência de operações a partir de uma
base de dados para gerar informações e novos produtos. Neste modelo são
utilizados os layers de Rios (base hidrográfica ajustada); Nascentes (inserção de
pontos no início dos cursos dos rios) e; Vegetação nativa (gerado pela classificação
da imagem fusionada).
O processo automatizado extrai as áreas de vegetação nativa, nascentes e
rios da propriedade em questão e gera os polígonos de APP que são cruzados com
os polígonos de vegetação. Assim, torna-se possível a identificação e cálculo das
áreas de APP preservada, APP a recuperar e vegetação excedente à APP de cada
propriedade.

2
Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de
preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e
reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da
fauna/flora nativas (art. 1°, § III da Lei nº 4.771/65). No Bioma Mata Atlântica, a área e ser destinada
como Reserva Legal deve ser o equivalente a 20% da área total da propriedade.
34

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Criação da base de dados geográficos

Os produtos gerados para composição da base de dados foram planos de


informação em escala 1:10.000 no formato ShapeFile composto por layers de:
hidrografia (rios, nascentes e lagos); mata nativa; situação das áreas de preservação
permanente quanto à presença de rios e nascentes; uma imagem de satélite ALOS
colorida com 2,5m de resolução espacial. Todos estes itens possibilitaram a criação
de um mapa de áreas prioritárias para a conservação e recuperação de áreas
naturais do município.

FIGURA 5. REPRESENTAÇÃO DA BASE DE DADOS- INTERFACE ARCGIS


35

4.1.1. Identificação das áreas de vegetação nativa

O produto final da classificação digital da imagem foi gerado com apenas


duas classes denominadas “mata” e “não mata”. Cabe destacar que os polígonos de
vegetação nativa (mata) não se referem a todas as áreas naturais da região de
estudo, e sim, às áreas de floresta nativa em estágio médio e avançado da região.
Como resultado, foram a identificados 2.582,75 ha de vegetação nativa.

FIGURA 6. MAPA DE VEGETAÇÃO NATIVA DA ÁREA DE ESTUDO.

4.1.2. Malha hidrográfica

A base hidrográfica foi criada a partir da aquisição e ajustamentos de uma


base existente, sendo identificadas na área 175 nascentes e 207.182 metros
lineares de rios.
36

FIGURA 7: MAPA DE HIDROGRAFIA DA ÁREA DE ESTUDO.

4.2. Identificação das Áreas de Preservação Permanente

Como pode ser visualizado na tabela abaixo, foi identificada a área total de
1.284,58 ha de áreas de preservação permanente quanto à presença de rios e
nascentes. Deste total, 133 ha são as áreas de entorno das 175 nascentes e 1.151
ha são referentes às faixas marginais dos 207 km de rios.

TABELA 3. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EXIGIDA POR


LEI NA ÁREA DE ESTUDO POR TIPO.

TIPO DE APP ÁREA (ha) %


APP de nascentes 133,17 10,3
APP de rios 1.151,41 89,7
Total 1.284,58 100
37

FIGURA 8. MAPA DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


QUANTO À PRESENÇA DE RIOS E NASCENTES.

4.3. Mapa de caracterização ambiental da área

A metodologia proposta possibilitou a geração de um mapa de caracterização


ambiental da área, sendo um importante instrumento para tomada de decisão pelos
gestores do projeto Oásis.
38

FIGURA 9. MAPA DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO PIRAPÓ –


MUNICÍPIO DE APUCARANA, PR
39

A tabela abaixo mostra a situação das áreas de preservação permanente dos


rios e das nascentes. Metade das APP precisa ser recuperada. Cabe destacar que,
como as áreas de vegetação nativa identificadas neste projeto não contemplam
todas as áreas naturais da região, as áreas com status “APP a recuperar” podem, na
verdade, ser consideradas como “APP a recuperar ou APP em recuperação”, visto
que em algumas áreas há vegetação em estágio inicial na delimitação da APP.

TABELA 4. ÁREA E PERCENTUAL DE APP POR STATUS.

STATUS APP ÁREA (HA) %


APP a recuperar 669,56 52%
APP preservada 615,02 48%

A tabela seguinte apresenta os dados das áreas de preservação permanente


divididas por tipo (APP de nascente e APP de rio) e por status (APP a recuperar e
APP preservada).

TABELA 5. ÁREA E PERCENTUAL DE APP POR TIPO E STATUS.

TIPO E STATUS DE APP ÁREA (HA) %


APP de nascentes a recuperar 73,50 55%
APP de nascente preservada 59,67 45%

APP de rios a recuperar 596,06 52%


APP de rios preservada 555,35 48%

O cálculo de possíveis áreas para alocação de reserva legal foi realizado


considerando a área total de estudo como uma única propriedade. A tabela abaixo
mostra que a área de estudo possui um déficit de 40% de áreas possíveis para
reserva legal.
40

TABELA 6. ÁREA E PERCENTUAL DE VEGETAÇÃO EXCEDENTE À APP EM


RELAÇÃO A 20% DA ÁREA DE ESTUDO.

ÁREA DE DÉFICIT ÁREAS APTAS RL


RL EXIGIDA VEGETAÇÃO NATIVA
ESTUDO
(ha) EXCEDENTE À APP (ha) (ha) %
(ha)
16.373,10 3.274,62 1.967,74 1.306,88 40

É importante destacar que este cálculo não é preciso. Embora a legislação


exija a preservação de 20% de vegetação da área das propriedades rurais no Bioma
Mata Atlântica, existem algumas exceções que podem fazer com que a área de
vegetação a ser preservada como reserva legal diminua dependendo do tamanho e
utilização da propriedade. Portanto, este resultado deve ser utilizado considerando a
existência de margem de erro não identificada precisamente neste trabalho.

4.4. Criação de Modelo para extração dos dados de uso do solo das
propriedades participantes do projeto.

Com intuito de padronizar o processo de extração de algumas informações


necessárias ao cálculo do índice de cada propriedade participante do Projeto Oásis,
foi desenvolvido um modelo com o encadeamento de algumas ferramentas
automatizando o processo que poderá ser executado sempre que uma nova
propriedade aderir ao projeto.
Ao acionar o modelo, é necessária a inserção do polígono de limites da
propriedade para qual serão extraídos os dados. Também é necessário apontar o
caminho do endereço para onde será gerado o novo arquivo no final do processo.
Os arquivos gerados no meio do processo são automaticamente excluídos no final,
ficando apenas o último arquivo gerado. Este arquivo traz as informações
necessárias para iniciar os cálculos dos valores que cada propriedade deve receber.
Em resumo, o processo automatizado extrai da base as áreas de vegetação nativa,
nascentes e rios da propriedade em questão e gera os polígonos de APP que são
cruzados com os polígonos de vegetação. Assim, torna-se possível a identificação e
cálculo das áreas de APP preservada, APP a recuperar e vegetação excedente à
APP.
41

FIGURA 10: FLUXOGRAMA DO ENCADEAMENTO DAS FERRAMENTAS PARA A


CRIAÇÃO DO MODELO.

FONTE: Elaborado pelo autor.


42

TABELA 7: DESCRIÇÃO DO FLUXO PARA A CRIAÇÃO DO MODELO.

PASSO FERRAMENTA FUNÇÃO

É criado um novo arquivo (polígono) com uma faixa de 50 metros além do


limite da propriedade. Isso se faz necessário para identificar APP de rios e
1 Buffer
nascentes de propriedades vizinhas que possam estar dentro dos limites da
propriedade em questão.

Extrai as nascentes e rios da área gerada anteriormente, sendo criados novos


2 Clip
arquivos com as nascentes e rios da propriedade.

Geração de APP. São criados novos arquivos (polígono) com raio de 50m nas
3 Buffer
nascentes e uma faixa de 30 metros dos rios.

4 Merge Esta ferramenta junta os dois arquivos criados anteriormente em apenas um.

Este passo é necessário para "dissolver" os polígonos do arquivo gerado


5 Dissolve
anteriormente, eliminando os polígonos que estavam sobrepostos.
Adiciona um campo denominado "APP" na tabela de atributos do arquivo de
6 ADD Field
APP.
Insere valor “2” no campo criado anteriormente. Este passo é necessário para
7 Calculate field
posteriormente identificar a área como APP. (Ver passo 15)

Com o polígono da propriedade, extraem-se osdados de APP gerados até o


8 Clip momento. Assim, é criado novo arquivo com a área de APP que está
exatamente dentro da propriedade.

Com o polígono da propriedade, extraem-se osdados de vegetação da base.


9 Clip Assim, é criado novo arquivo com vegetação está exatamente dentro da
propriedade.

É criado novo arquivo com a união dos arquivos de vegetação e de APP


10 Union
fazendo o cruzamento dos dados e preservando os campos de ambos.

Adiciona um campo denominado "TOTAL" na tabela de atributos do arquivo de


11 Add Field
APP.

12 Delete Field Os campos que não tem mais utilidade são deletados.

É executado um cálculo na tabela onde é inserido no campo “Total” a soma


13 Calculate Field dos valores dos campos “APP” (ver passo 6 e7) e campo “Mata” (oriundo do
shape “mata)”.

14 Dissolve Os registros da tabela são agrupados de acordo com o valor do campo ”Total”.

15 Calculate areas Insere-se um novo campo na tabela com a área (m2) calculada de cada classe.
43

4.5. Funcionalidade dos resultados

A modelagem de todas as informações em uma base de dados geográficos


responde parte das questões consideradas nos critérios para pontuação das
propriedades participantes do Projeto Oásis. De acordo com esta pontuação, gera-
se o índice final que será a base para o cálculo do valor monetário a ser recebido
pelo proprietário.
Algumas questões consideradas na tabua de cálculo exigem respostas que
não são possíveis de serem respondidas apenas com análises em SIG. Desta
forma, juntamente com as análises que um SIG permite, é necessária a coleta de
dados inloco com aplicação de questionário específico com o proprietário para
obtenção do índice final da propriedade. A figura abaixo apresenta a tábua de
cálculo para valoração das propriedades rurais utilizada no Projeto Oásis Apucarana
com o detalhamento dos itens que podem ser total ou parcialmente respondidos por
análises em SIG, ou seja, itens que podem ser respondidos automaticamente com
os produtos gerados neste trabalho. Dos 13 itens contemplados na tabela, 2 itens
(cor verde) podem ser respondidos totalmente por análises geográficas e 5 itens (cor
amarela) podem ser parcialmente respondidos com auxílio das ferramentas criadas
neste trabalho. Os 6 itens restantes (cor de rosa) são características levantadas que
não possuem nenhuma ligação com análise geográfica.
44

FIGURA 11. TÁBUA DE CÁLCULO UTILIZADA NO PROJETO OÁSIS APUCARANA COM


A IDENTIFICAÇÃO DOS ITENS QUE PODEM SER TOTAL OU
PARCIALMENTE RESPONDIDOS PELO SIG.
45

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O uso de técnicas de geoprocessamento, sistemas de informações


geográficas e sensoriamento remoto permitiram reunir e gerar elementos para
subsidiar o gerenciamento do projeto Oásis, sendo importante instrumento de
planejamento e tomada de decisão a ser utilizado pelos órgãos públicos ambientais
do município.
A base de dados criada pode ser ampliada com a inserção de layers que
sejam relevantes à gestão do Projeto Oásis ou para a gestão territorial do município
de Apucarana.
A metodologia proposta poderá ser replicada para outras áreas, bem como
para outros projetos de PSE ou iniciativas que envolva identificação de áreas
prioritárias para conservação e/ou recuperação.
Este trabalho também poderá ser ampliado ou utilizado como base para
aprimoramento de técnicas de uso de modelos automatizados para cálculo de
pontuação com análises multicriteriais para priorização de áreas para conservação.
Ao iniciar o levantamento de dados para pontuação de determinada
propriedade, sugere-se a coleta de pontos, com uso de aparelho receptor GPS de
precisão, em coordenadas geográficas, datum WGS-84, das nascentes e, se
possível, pontos de passagem de rios. Os pontos coletados, idealmente devem
conter metadados, por isso deve ser feito por equipe técnica especializada. A coleta
destes pontos permitirá o refinamento da base de dados com maior precisão e
detalhamento trazendo ainda mais confiabilidade nos resultados.
Os resultados referentes às áreas de preservação permanente e possíveis
áreas para Reservas Legais foram gerados utilizando parâmetros e critérios da
legislação ambiental vigente lei 4.771/65, mais conhecida como Código Florestal e
da Resolução CONAMA nº 303 de 2002.
Atualmente, está sendo discutida a reformulação do Código Florestal. Entre
as discussões destacam-se as propostas para estreitamento da faixa da APP de
rios e a dispensa de recomposição de reserva legal em pequenas propriedades, o
que demonstra um grande retrocesso na legislação ambiental do país. Assim
sugere-se a utilização dos dados deste trabalho para a geração de estudos que
possam comparar que tipos de alterações e impactos as mudanças no Código
pode proporcionar para determinadas áreas.
46

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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